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As coisas mudaram: pode parar de procurar “emprego”. E  
comece a procurar “clientes”!

A legislação trabalhista brasileira ficou defasada, em função dos novos tempos de globalização e competição
acirrada. Não obstante, ainda há quem sonhe em conseguir um emprego sólido e que o lance em uma
carreira de sucesso que dure décadas. Alguém falou em emprego público? Certamente que não. Até existem
bons empregos no setor público, mas a concorrência é ainda mais feroz e, via de regra, a carreira pública é
frustrante porque a pessoa exerce sua função não por gostar do que faz, mas porque deseja o salário e a
estabilidade. 

Mas não é sobre isto o que queremos falar aqui, mas sim da nova situação do mercado de trabalho que já
é realidade nos países desenvolvidos e que, aos poucos começa a chegar no Brasil — apesar da legislação
ultrapassada. Acompanhe nosso raciocínio e fique por dentro, prepare­se para novos tempos e novas
formas de se fazer as coisas! 

As coisas mudaram: pode parar de procurar “emprego”. E comece a procurar “clientes”! 

Numa entrevista concedida à revista VOCÊ S.A. (nº 12, junho de 1999) o economista irlandês Charles
Handy, um dos mais respeitados “gurus” do mundo corporativo europeu, autor dos livros “A Era do
Paradoxo“ e “A Era da Irracionalidade”, previu que as empresas do futuro teriam a metade dos
funcionários que tinham então. 

Na ocasião, o economista afirmava que um grande contingente de trabalhadores, os autônomos, no futuro
venderiam seus serviços a várias empresas. De lá pra cá já se passaram 10 anos, e cada vez mais suas
afirmações estão se confirmando. 

Esta tendência de mercado coloca para todos os profissionais a necessidade de planejar melhor sua
carreira, descobrir seus talentos e preparar­se para cada vez menos procurar EMPREGOS, e cada vez
mais fazer CLIENTES. 

Quando falamos em “clientes”, estamos nos referindo ao agente de mercado que pode contratar os
serviços de um profissional. Assim, devemos entender “cliente”, no caso, como uma empresa, uma
organização não governamental (ONG) ou até mesmo o cliente final. 

Da mesma forma, é necessário que o profissional entenda também o sentido de “produto” e como é o
relacionamento do produto e do cliente com o mercado e com sua própria carreira. 

Neste contexto, o profissional precisa entender os seguintes aspectos e conceitos de mercado: 

­ O “produto” de um profissional pode ser definido como o serviço e as habilidades pessoais que ele poderá
oferecer ao mercado; 

­ “Cliente” é toda empresa, organização ou pessoa que tem interesse e necessidade de seus produtos; 

­ “Concorrente” é toda empresa, pessoa ou organização que oferece os mesmos produtos no mercado, e,
por sua vez, 

­ “Mercado” é a área de atuação profissional em que estiver inserido profissionalmente. 

Desta forma, é essencial que o profissional possa entender o contexto em que está atuando, e buscar
promover­se dentro desta realidade. 

Mas como é esta promoção? Para projetar­se de maneira eficaz no mercado, o profissional precisará
desenvolver um plano de gestão de carreira. Este plano de gestão será o seu próprio marketing pessoal,
que será a maneira de garantir que seu negócio, ou seja, “sua própria carreira”, tenha sempre clientes
interessados em contratá­lo. 

Mesmo estando vinculado a uma empresa, o profissional precisa agir e pensar como uma unidade de
negócio, como uma empresa. Precisará estar sempre buscando atender da melhor forma possível seus
clientes, oferecendo­lhes produtos de qualidade dentro de suas expectativas. 

Segundo a tendência observada para as empresas no futuro, cada vez mais as pessoas deverão
desenvolver seus serviços em lugares remotos, ou seja, prestar serviços fora da empresa, muitas vezes
em suas próprias residências ou, pelo contrário, nos locais mais diversos, inclusive em outros países. 

Neste caso, tornam­se mais relevantes ainda competências como capacidade de organização, disciplina,
auto­motivação, criatividade, capacidade de produzir conhecimentos, liderança e habilidade de se entender
com pessoas de outros credos, línguas e culturas. 

Será comum profissionais serem contratados para trabalhar numa empresa dentro de um projeto
específico que poderá durar meses ou semanas. Ao final daquele projeto, as equipes se dispersam e
iniciam novo trabalho junto à outra empresa. 

Parece um exercício de futurologia, não é mesmo? Talvez aqui no Brasil, mas saiba que esta já é a
situação dos profissionais de várias áreas na Europa, Estados Unidos e Japão. 

Mesmo em nosso país esta tendência já virou realidade em muitos segmentos. Por isto, é tão necessário o
desenvolvimento de um plano de gestão de carreira, pois será cada vez mais comum e freqüente a
existência de profissionais independentes realizando trabalho para várias empresas. 

Assim, podemos concluir com o mesmo pensamento que iniciamos: pare de procurar emprego e comece
a procurar clientes!

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