propósito da avaliação de desempenho das pessoas; processo de avaliação e responsabilidades; métodos/sistemas de avaliação de desempenho; indicadores de desempenho Avaliação de desempenho
A avaliação de desempenho (AD) nada mais é do que uma ferramenta que
busca conhecer e medir o performance dos indivíduos na organização, estabelecendo uma comparação entre o desempenho esperado e o apresentado por esses indivíduos.
Segundo Chiavenato (2000), é uma apreciação sistemática do desempenho
de cada pessoa no cargo e o seu potencial de desenvolvimento futuro. Toda avaliação é um processo para estimular ou julgar o valor, a excelência, as qualidades de algumas pessoas.
Dizemos que ela é sistemática porque ela é contínua, ou seja, a todo o
momento estamos sendo observados e avaliados.
A avaliação de desempenho é um conceito dinâmico, pois os funcionários
são sempre avaliados, seja formal ou informalmente, com certa continuidade, nas organizações. Podemos dizer que a avaliação de desempenho constitui uma técnica de direção imprescindível na atividade administrativa, pois é um meio pelo qual se podem localizar problemas de supervisão de pessoal, de integração do empregado à organização ou ao cargo que ocupa, de dissonâncias, de desaproveitamento de empregados com potencial mais elevado do que aquele que é exigido pelo cargo, de motivação, etc. De acordo com os tipos de problemas identificados, a avaliação de desempenho pode colaborar na determinação e no desenvolvimento de uma política adequada de RH às necessidades da organização.
Para Chiavenato (2006), não se trata de ser um fim em si mesmo, mas um
instrumento, um meio, uma ferramenta para aprimorar os resultados que se deseja alcançar junto aos recursos humanos da organização. Ele classifica os objetivos da avaliação de desempenho como intermediários e fundamentais. Segundo o autor, os objetivos intermediários são:
adequação do indivíduo ao cargo;
treinamento; promoções; incentivo salarial ao bom desempenho;
melhoria das relações humanas entre superior e subordinado;
autoaperfeiçoamento do empregado;
informações básicas para pesquisa de recursos humanos;
estimativa do potencial de desenvolvimento dos empregados;
estímulo à maior produtividade;
oportunidade de conhecimento dos padrões de desempenho da
organização; retroação (feedback) de informação ao próprio indivíduo avaliado;
outras decisões de pessoal, como transferências, dispensas, etc.
Já com relação aos objetivos fundamentais, o autor afirma que o ato de
avaliar deve estar fundamentado nos seguintes pontos: Segundo Chiavenato (2006), conforme a política de RH adotada pela organização, a responsabilidade pela avaliação do desempenho das pessoas pode ser atribuída da seguinte forma:
O gerente
Na maior parte das organizações, cabe ao gerente a responsabilidade de linha
pelo desempenho de seus subordinados e por sua avaliação. A gestão de pessoas entra como staff com funções referentes à montagem, acompanhamento e controle do sistema, enquanto cada chefe mantém sua autoridade de linha, avaliando o trabalho dos subordinados por meio do esquema traçado pelo sistema. Modernamente, essa linha de trabalho tem proporcionado maior liberdade e flexibilidade para que cada gerente seja realmente o gestor de seu pessoal. A própria pessoa
Nas organizações mais democráticas, é o próprio indivíduo o responsável por seu
desempenho e autoavaliação. Nessas organizações, utiliza–se a autoavaliação do desempenho, em que cada pessoa autoavalia-se quanto à sua perfomance, eficiência e eficácia, tendo em vista determinados parâmetros fornecidos pelo gerente ou pela organização.
A equipe de trabalho
Consiste em fazer com que a própria equipe de trabalho avalie o desempenho de
cada um de seus membros. A equipe torna–se responsável pelo desempenho de seus participantes e define seus objetivos e metas.
O órgão de RH
É uma alternativa comum em organizações mais conservadoras, mas ela está
sendo abandonada em função de seu caráter extremamente centralizador e burocrático. As informações sobre o desempenho obtidas com cada gerente são processadas e interpretadas gerando relatórios ou programas de providências que são coordenados pelo órgão de gestão de pessoas.
A seguir, vamos visualizar alguns métodos de avaliação de desempenho,
pois eles são inúmeros e dependem de cada autor.
Métodos de avaliação de desempenho
a) Método das escalas gráficas
Esse método é o mais usado e é bem simples. Segundo Chiavenato (2006),
sua aplicação requer uma multiplicidade de cuidados para que a subjetividade e o julgamento do avaliador sejam neutralizados. Afinal, eles podem provocar interferência nos resultados. Avalia o desempenho com fatores previamente definidos e graduados. É um método muito criticado quando reduz os resultados a expressões numéricas para bloquear as distorções de ordem pessoal dos avaliadores.
As vantagens desse método, segundo o autor, são: permite aos avaliadores
um instrumento de avaliação de fácil aplicação; permite uma visão integrada e resumida dos valores da avaliação; proporciona pouco trabalho ao avaliador no registro de avaliação.
Já as suas desvantagens são referentes à falta de flexibilidade oferecida ao
avaliador, pois ele deve ajustar-se ao instrumento e não este às características do avaliado. Outra desvantagem é que esse método está sujeito a distorções e interferências pessoais dos avaliadores, já que eles tendem a generalizar sua apreciação sobre o subordinado para todos os fatores da avaliação. Cada pessoa percebe e interpreta segundo seu campo psicológico. Essa subjetividade leva ao efeito da esteriotipação quando o avaliador avalia um empregado ótimo como ótimo e outro como sofrível ou fraco em todos os aspectos.
Além disso, há a tendência de rotinizar e bitolar os resultados da avaliação; a
necessidade de procedimento matemáticos para corrigir as distorções e a subjetividade. Dessa forma, há uma tendência à apresentação de resultados condescendentes ou de uma exigência extrema para todos os seus subordinados.
b) Relatórios
Os relatórios constituem os procedimentos mais simples de avaliação de
desempenho. Têm lugar quando os chefes são solicitados a dar seu parecer sobre a eficiência de cada empregado sob sua responsabilidade.
Além de apresentarem a vantagem de um processo de AD de rápida
execução, os relatórios favorecem a livre expressão e deixam documentada a opinião emitida. Todavia, apresentam vários aspectos negativos: são incompletos, favorecem o subjetivismo, deixam dúvida quanto ao significado dos termos empregados e dificultam a tabulação posterior dos dados obtidos (GIL, 1999).
c) A Escolha forçada
Segundo Gil (1999), o método da escolha forçada consiste em avaliar o
desempenho dos indivíduos mediante a escolha de frases que descrevem seu desempenho individual. O avaliador recebe formulários organizados em blocos de duas ou quatro frases. Em cada bloco, ele deverá forçosamente escolher uma ou duas que melhor se aplicam ao desempenho do empregado avaliado.
A escolha forçada é reconhecida como um método que proporciona
resultados bastante confiáveis, sobretudo porque minimiza a influência da subjetividade do avaliador. Apresenta, no entanto, diversas desvantagens. Sua elaboração é muito complexa e, apesar de avaliar com bastante precisão, não proporciona maiores informações sobre os pontos e traços fortes do avaliado.
d) Avaliação por resultados
Esse sistema é desenvolvido a partir da comparação periódica entre as
metas fixadas para cada empregado e os resultados efetivamente alcançados.
A avaliação por resultados surgiu como alternativa aos métodos tradicionais
que, com frequência, aparecem dissociados de um modelo de gestão do trabalho e das pessoas. Constitui, pois, método bastante adequado para as empresas que adotam o planejamento estratégico.
Diferentemente dos métodos tradicionais, a avaliação por resultados requer a
negociação do desempenho, que é feita conjuntamente pela chefia e pelo subordinado. A partir dessa negociação, definem-se os padrões de desempenho, ou seja, o quanto é esperado, qual o nível da qualidade desejado e quais os prazos para apresentar resultados. Segundo Chiavenato (2000, p. 348), as tendências em relação à avaliação do desempenho humano são as seguintes: Os indicadores tendem a ser sistêmicos, visualizando a empresa como um todo e compondo um conjunto homogêneo e integrado que privilegia todos os aspectos importantes ou relevantes.
Os indicadores tendem a ser escolhidos e selecionados como
critérios distintos de avaliação, seja para premiações, remuneração variável, participação nos resultados, promoções etc.
Os indicadores tendem a ser escolhidos em conjunto para evitar
possíveis distorções e para não desalinhar outros critérios de avaliação. Há quatro tipos de indicadores: financeiros; ligados ao cliente; internos e de inovação. Existem ainda três tipos de objetivos de referência: indicadores de desempenho global (de toda a empresa); de desempenho grupal (da equipe) e de desempenho individual (da pessoa).
Avaliação do desempenho como elemento integrador das práticas de
RH. A empresa procura identificar talentos, que serão responsáveis e cobrados somente pelo resultado final global de suas unidades de negócios.
Avaliação do desempenho através de processos simples e não
estruturados, isto é, sem mais os antigos rituais burocráticos baseados no preenchimento de formulários e na comparação com fatores de avaliação genéricos e abrangentes.
Avaliação do desempenho como forma de retroação às pessoas. A
avaliação constitui-se num poderoso instrumento de realimentação da informação, ou seja, de retroinformação das pessoas para proporcionar-lhes orientação, autoavaliação, auto-direção e, consequentemente, autocontrole. Dessa forma, a avaliação abrange aspectos como: competência pessoal, competência tecnológica, competência metodológica e competência social.
Avaliação do desempenho requer a medição e comparação de
algumas variáveis individuais, grupais e organizacionais. Para que não caia na subjetividade ou na falta de critérios, o sistema de avaliação do desempenho deve apoiar em um amplo referencial que fortaleça a consonância em todos os seus aspectos.
Avaliação do desempenho está enfatizando cada vez mais os
resultados, as metas e os objetivos alcançados do que o próprio comportamento. Os meios estão cedendo lugar aos fins alcançados ou que pretende alcançar. A ênfase nos resultados, nas metas e nos objetivos estabelecidos de maneira clara, unívoca e simples permite três vertentes extremamente interessantes: a desburocratização, a avaliação para cima e a autoavaliação. A avaliação do desempenho está sendo intimamente relacionada com a noção de expectância: a relação entre as expectativas das pessoas e as recompensas decorrentes do nível de produtividade do indivíduo. Trata-se de uma teoria da motivação na qual a produtividade é visualizada como um resultado intermediário em uma cadeia que conduz a determinados resultados finais desejados, como dinheiro, promoção, apoio do gerente, aceitação grupal, reconhecimento público, etc.
É importante salientar que, quando a organização realiza a avaliação de
desempenho, você, além de auxiliar o seu gestor na organização do processo, também será avaliado.
Referências bibliográficas
CHIAVENATO, Idalberto. Recursos humanos: o capital humano das
organizações. São Paulo: Atlas, 2006.
CHIAVENATO, Idalberto. Recursos humanos. Ed. Compacta, 6.ed. São
Paulo: Atlas, 2000.
GIL, Antonio Carlos. Administração de recursos humanos. São Paulo: