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● Os primeiros anos do século XIX foram marcados pela estagnação ou pela decadência.
As técnicas criadas pela Revolução Industrial não penetraram em grande escala o país
e as que conseguiram não promoveram uma mudança no sistema produtivo
● Havia um problema nacional básico: a expansão da força de trabalho, que estava
estancada na fonte escrava africana.
● Para superar essa etapa de estagnação o Brasil precisava se reintegrar no comércio
internacional, o que era difícil pois o país a economia estava em decadência e
existiam grandes obstáculos para arrecadação de impostos. Então, para contar com a
cooperação do capital estrangeiro a economia deveria se estabilizar através de seus
próprios meios.
○ Mercado do açúcar tornou-se cada vez menos promissor já que havia grandes
concorrentes no mercado mundial
○ O algodão conseguia ser pior que o açúcar, já que os preços foram reduzidos
drasticamente o que tornava a sua rentabilidade extremamente baixa no Brasil,
sendo somente um complemento da economia de subsistência.
○ Outros produtos como fumo, couro, arroz e cacau são pouco relevantes e não
tinham grandes possibilidades de expansão.
● Problemas brasileiro:
○ necessitava encontrar produtos para exportação que sua produção tivesse como
fator básico a terra que era abundante;
○ Capitais praticamente não existiam;
○ Mão-de-obra unicamente escrava que estava voltada para indústria açucareira
ou prestando serviços domésticos;
● Na metade do século XIX, o café já exercia predominância e suas características
correspondiam às condições necessárias do território brasileiro.
○ Sua produção se concentrou na região montanhosa próximo a capital do país
○ Nas proximidades dessa região havia abundância de mão de obra
○ A proximidade do porto permitia solucionar o problema do transporte através
do uso de mulas.
○ A primeira fase da expansão cafeeira se realiza com base num aproveitamento
de recursos preexistentes e subutilizados.
○ A empresa cafeeira permite o uso intenso da mão-de-obra escrava como a
açucareira mas apresenta um grau de capitalização muito mais baixo pois se
baseia no uso amplo da terra. As necessidades monetárias de reposição são
menores porque utilizam de equipamentos simples que geralmente são
produzidos localmente.
● A gestação da economia cafeeira é marcada pela formação de uma nova classe
empresária dirigente
○ Foi formada inicialmente por homens da região que tinham experiência com o
comércio de gêneros e de animais para transporte dos mesmos.
● No caso do Brasil, o produto que apresentava maior vantagem relativa era o café.
Enquanto o preço deste artigo não baixasse a ponto de que aquela vantagem
desaparecesse, os capitais formados no país continuariam acorrendo para a cultura do
mesmo. Portanto, era inevitável que a oferta de café tendesse a crescer, não em função
do crescimento da procura, mas sim da disponibilidade de mão de obra e terras
subocupadas, e da vantagem relativa que apresentasse esse artigo de exportação.
● A ideia de retirar do mercado parte desses estoques amadurece cedo no espírito dos
dirigentes dos estados cafeeiros, cujo poder político e financeiro fora amplamente
acrescido pela descentralização republicana. No convênio celebrado em Taubaté em
fevereiro de 1906, definem-se as bases do que se chamaria política de “valorização”
do produto. Em essência, essa política consistia no seguinte: a) com o fim de
restabelecer o equilíbrio entre oferta e procura de café, o governo interviria no
mercado para comprar os excedentes; b) o financiamento dessas compras se faria com
empréstimos estrangeiros; c) o serviço desses empréstimos seria coberto com um novo
imposto cobrado em ouro sobre cada saca de café exportada; d) a fim de solucionar o
problema mais a longo prazo, os governos dos estados produtores deveriam
desencorajar a expansão das plantações.
● A crise da economia cafeeira no Brasil ocorreu no final do século XIX e início do
século XX, e foi causada por uma série de fatores econômicos e políticos . A produção
de café era a principal atividade econômica do país na época, e a crise teve um
impacto significativo na economia brasileira como um todo. Uma das principais
causas da crise foi a superprodução de café, que levou a uma queda nos preços
internacionais do produto. Isso ocorreu porque outros países, como a Colômbia e a
Costa Rica, também começaram a produzir café em grande quantidade, aumentando a
oferta global e reduzindo os preços . Além disso, a crise foi agravada pela falta de
investimentos na manutenção e reposição dos cafezais. Os produtores de café estavam
mais preocupados em maximizar seus lucros a curto prazo, em vez de investir em
melhorias a longo prazo. Isso levou a uma redução na capacidade produtiva dos
cafezais, que foi reduzida em cerca de metade nos quinze anos que se seguiram à crise.
Outro fator que contribuiu para a crise foi a falta de diversificação da economia
brasileira. O país dependia muito da exportação de café, o que tornou a economia
vulnerável a flutuações nos preços internacionais do produto. Além disso, a economia
brasileira era altamente dependente da importação de bens de capital e tecnologia, o
que tornava o país vulnerável a mudanças nas condições de comércio internacional.A
crise da economia cafeeira teve um impacto significativo na economia brasileira.
Muitos produtores de café foram à falência, e a economia do país entrou em recessão.
No entanto, a crise também levou a mudanças significativas na economia brasileira,
incluindo a diversificação da produção agrícola e a expansão do setor industrial .
Primeiramente, o cultivo do café era uma atividade altamente lucrativa para os produtores,
que passaram a investir cada vez mais na produção e na expansão da lavoura. Com isso,
houve um aumento significativo na produção, o que gerou um excedente de produtos que
precisava ser vendido. Além disso, a produção de café demandava uma grande quantidade de
mão de obra, o que gerava empregos diretos e indiretos em toda a cadeia produtiva, desde a
colheita até o transporte e a industrialização. Esses trabalhadores recebiam salários e,
consequentemente, passavam a ter poder de compra para adquirir bens e serviços. Com a
expansão da produção e a disponibilidade de recursos financeiros, os produtores investiram
também em infraestrutura, como estradas, ferrovias, portos e armazéns, o que facilitou o
escoamento da produção e a integração de diferentes regiões do país. Todo esse processo
contribuiu para o surgimento de um mercado interno cada vez mais forte e diversificado, que
abrangia desde a compra de bens de consumo básicos até a aquisição de produtos de luxo,
passando por serviços como transportes, comunicações, saúde e educação. Assim, a economia
cafeeira estimulou o desenvolvimento de um mercado interno capaz de absorver parte do
excedente de produção e de gerar novas oportunidades de negócios, o que contribuiu para a
diversificação da economia brasileira e para a consolidação de um mercado interno dinâmico
e integrado
Celso Furtado, em seu livro Formação Econômica do Brasil, cita a tendência ao desequilíbrio
externo como uma característica do processo de desenvolvimento econômico brasileiro. Essa
tendência consiste na dependência em relação aos fluxos de comércio internacional, que
tendem a gerar desequilíbrios na balança comercial do país. Segundo Furtado, a economia
brasileira era, desde o período colonial, baseada na exportação de matérias-primas e produtos
agrícolas, como o açúcar, o ouro, o café e outros produtos agrícolas. Essa especialização na
produção e na exportação desses bens gerou um desequilíbrio estrutural na balança comercial
do país, uma vez que as importações eram essenciais para a manutenção da economia e para o
desenvolvimento de outras atividades produtivas. Essa dependência em relação às
importações gerava uma pressão constante sobre a balança comercial, uma vez que o país
precisava exportar cada vez mais para poder financiar as importações necessárias. Isso gerava
um desequilíbrio, pois o valor das exportações era insuficiente para financiar o volume
crescente de importações. Além disso, a dependência do comércio internacional também
gerava vulnerabilidades em relação às flutuações econômicas mundiais, como as variações
nos preços das commodities produzidas, as flutuações cambiais e as mudanças nas políticas
comerciais dos países compradores. Essa tendência ao desequilíbrio externo contribuiu para
que a economia brasileira fosse constantemente marcada por ciclos de crescimento e recessão,
gerando instabilidade e insegurança para os agentes econômicos. Furtado defendia que a
superação dessa dependência exigia políticas econômicas que favorecessem a diversificação
da economia e a criação de capacidades locais de produção, reduzindo a vulnerabilidade do
país em relação ao comércio internacional.
Depreciação cambial