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INTRODUÇÃO
A importância da função vestibular na espécie humana tem sido cada vez mais
discutida nos últimos anos, atraindo o interesse de estudiosos de diferentes áreas. As
disfunções vestibulares ou labirintopatias eram tidas, antigamente, como doenças de
adultos ou de idosos. No entanto, atualmente muito dos sintomas destas disfunções estão
sendo relatadas em crianças. Entender as disfunções do equilíbrio corporal como uma
limitação de um dos sistemas fundamentais para a sobrevivência do indivíduo, ajuda-nos
a compreender a importância de sua abordagem rápida e precisa tanto quanto possível.
As situações que envolvem movimentos ressaltam a insegurança gerada pela
labirintopatia, de modo que atividades normais da infância, como andar de bicicleta,
brincar em parques, participar de jogos infantis e esportes passam a ser evitado
(FORMIGONI et al., 1999). Conforme Ganança e Caovilla (1999) a disfunção vestibular
costuma afetar consideravelmente a habilidade de comunicação, o estado psicológico e o
desempenho escolar. O mau rendimento escolar pode representar um indício valioso de
uma possível labirintopatia. A posição do corpo, os movimentos dos olhos e a percepção
espacial são controlados pelo sistema vestibular, visando à manutenção do equilíbrio
corporal. A postura, o equilíbrio e a coordenação motora têm sido admitidos como bases
importantes para a aquisição de muitas aprendizagens, incluindo a linguagem falada e a
escrita. Formigoni (1998) ressaltou que crianças pequenas com alteração vestibular,
freqüentemente são inquietas, devido à procura de uma posição de conforto e de
segurança, o que leva a uma dificuldade de concentração e dispersão comprometendo a
escolarização. Conforme Ganança e Caovilla (1999) a disfunção vestibular costuma afetar
consideravelmente a habilidade de comunicação, o estado psicológico e o desempenho
escolar. Os distúrbios vestibulares merecem atenção e o tratamento adequado é
fundamental para se evitar alterações irreversíveis. Referem que a vertigem infantil
corresponde a 1% das consultas em ambulatórios de neuropediatria, sendo também
encontrada em 13% das crianças encaminhadas para avaliação audiológica. Os autores
analisaram 1000 pacientes que foram submetidos à avaliação otoneurológica digital e
verificaram alterações em 2,4% dos pacientes na faixa etária de cinco meses a 12 anos.
OBJETIVO GERAL
MATERIAL E MÉTODO
RESULTADOS - DISCUSSÃO
Demonstramos neste estudo os percentuais das queixas gerais mais comuns entre
as crianças estudadas, pudemos notar que as queixas de “cair”, dificuldades em praticar
algum “esporte” e “tontura” apresentaram relação estatisticamente significante entre os
grupos. Os dados encontrados confirmam o posicionamento de Franco (2007), Ganança e
Caovilla (1999) e Campos et al. (1996) que afirmam que este sistema vestibular tem
importante influência sobre o desenvolvimento infantil já que esse sistema controla a
posição do corpo, os movimentos dos olhos e a percepção espacial. Pudemos observar
que das 38 crianças estudadas, 9 crianças (23,3%) queixaram-se de tontura, sendo que 3
crianças (7,9%) com dificuldade na aprendizagem escolar. Esses achados são
compatíveis com os de Araújo et al (2004) que estudaram os principais sintomas
otorrinolaringológicos em escolares constatando que a tontura foi à queixa mais freqüente
entre os estudantes e, para os autores, as dificuldades de aprendizagem podem estar
relacionados com esta queixa.
CONCLUSÃO
Apesar do nosso estudo demonstrar que alguns casos tiveram relação entre
dificuldade de aprendizagem e alterações vestibulares, não podemos afirmar que as
dificuldades apresentadas pelas crianças são decorrentes de problemas vestibulares,
uma vez que é necessária uma investigação mais detalhada, como realizar uma avaliação
otoneurológica completa. É necessário dar continuidade ao estudo deste tema em futuras
pesquisas, a fim de se confirmar nossos achados e instituir condutas adequadas para
resolver não apenas as disfunções vestibulares como também os distúrbios decorrentes,
uma vez que a intervenção precoce melhora os sintomas e o rendimento escolar. Para
que isso ocorra é imprescindível o conhecimento cada vez mais aprofundado, valorizando
os trabalhos na área de fonoaudiologia.
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