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GUILHERME MENEZES LAGE

EFEITO DE DIFERENTES ESTRUTURAS DE PRÁTICA NA APRENDIZAGEM

DE HABILIDADES MOTORAS

BELO HORIZONTE
ESCOLA DE EDUCAÇÃO FÍSICA, FISIOTERAPIA E TERAPIA OCUPACIONAL
2005
GUILHERME MENEZES LAGE

EFEITO DE DIFERENTES ESTRUTURAS DE PRÁTICA NA APRENDIZAGEM

DE HABILIDADES MOTORAS

Dissertação apresentada ao Curso de


Mestrado da Escola de Educação Física,
Fisioterapia e Terapia Ocupacional da
Universidade Federal de Minas Gerais, como
requisito parcial à obtenção do título de
Mestre em Educação Física.
Área de concentração: Treinamento
Esportivo
Orientador: Prof. Dr. Rodolfo Novellino Benda
Universidade Federal de Minas Gerais

BELO HORIZONTE
ESCOLA DE EDUCAÇÃO FÍSICA, FISIOTERAPIA E TERAPIA OCUPACIONAL
2005
Universidade Federal de Minas Gerais
Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional
Colegiado de Pós-Graduação em Educação Física

A Dissertação intitulada “Efeito de diferentes estruturas de prática na


aprendizagem de habilidades motoras” de autoria do mestrando Guilherme
Menezes Lage, aprovada pela banca examinadora constituída pelos seguintes
professores:

______________________________________
Prof. Dr. Umberto Cesar Corrêa (EEFE/USP)

______________________________________
Prof. Dr. Pablo Juan Greco (EEFFTO/UFMG)

______________________________________
Prof. Dr. Rodolfo Novellino Benda (EEFFTO/UFMG) - Orientador

______________________________________
Prof. Dr. Hans-Joachim Menzel
Coordenador do Colegiado de Pós-Graduação em Educação Física
EEFFTO/UFMG

Belo Horizonte, 04 de março de 2005


Lage, Guilherme Menezes
L174e Efeito de diferentes estruturas de prática na aprendizagem de
2005 habilidades motoras [manuscrito] / Guilherme Menezes Lage. – 2005.
157 f., enc.

Orientador: Rodolfo Novellino Benda.

Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de Minas Gerais,


Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional.
Bibliografia: f. 116-135

1. Aprendizagem motora – Teses. 2.Prática – Teses. 3.


Capacidade motora – Teses. 4.Habilidade motora – Teses. I.Benda,
Rodolfo Novellino II.Universidade Federal de Minas Gerais. Escola de
Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional. III.Título.

CDU: 159.943

Ficha catalográfica elaborada por Maria de Fátima Pinto Coelho – Bibliotecária CRB6 – 1282
i

AGRADECIMENTOS

Ao Prof. Rodolfo Novellino Benda, meu orientador e amigo, por ter me guiado
nos caminhos da aprendizagem motora e da pesquisa. Obrigado pela dedicação,
pelos ensinamentos e por ter acreditado um dia que eu poderia ser capaz.

Ao Prof. Herbert Ugrinowitsch que trouxe grandes contribuições não só para a


dissertação, mas também para a minha formação.

Aos funcionários da EEFFTO especialmente à Claudinha, Inês, Wandinha e


Rose que estiveram sempre prontas a me auxiliar já na graduação.

Aos membros da banca examinadora, Prof. Pablo Juan Greco e Prof. Umberto
Cesar Corrêa, pela análise crítica do trabalho e contribuições para a versão final.

Ao Prof. Fausto Borém por sua total disponibilidade em me ajudar, característica


essa só encontrada nos bons amigos.

Aos integrantes do GECOM, especialmente à Michela e Fernanda. Sem vocês a


tarefa seria mais árdua.

Á Sio pela amizade e incentivo em toda essa trajetória.

Ao Bob pelo apoio na coleta de dados

Aos integrantes do GEDAM, especialmente ao Márcio, João, Bruzzi e Leandro


“xará”. Sem esquecer do grande amigo e irmão Leandro. Você é um dos
principais responsáveis por toda essa “história”.

À toda minha família, especialmente ao meus pais, Dilton e Lúcia. Como estou
estudando aprendizagem, vocês são os mais perfeitos “modelos” de honestidade,
integridade e dedicação. Obrigado, sem vocês seria impossível!

À Paty pelas incansáveis horas ouvindo sobre aprendizagem motora. Você


conhece mais de estruturação de prática que muito professor por aí. A inspiração
e a força para continuar vem do amor que sinto por você!
ii

RESUMO

A prática tem um papel fundamental na aquisição do comportamento habilidoso, o


qual apresenta duas características marcantes: 1) a consistência e 2) a
flexibilidade. A partir da década de 90 alguns estudos vêm utilizando medidas que
dissociam a aprendizagem de parâmetros e programa motor generalizado (PMG).
Essa conduta trouxe novas perspectivas sobre o papel da estruturação da prática
na aprendizagem. Em linhas gerais, os resultados de pesquisa mostram uma
maior efetividade da prática constante e em blocos na formação do PMG, e maior
efetividade da prática aleatória e seriada na aprendizagem da parametrização.
Entretanto, na tentativa de se estruturar a prática de forma a otimizar a
aprendizagem de ambas as características da aprendizagem, alguns estudos vêm
combinando estruturas de prática. Esse estudo teve como objetivo investigar o
efeito de diferentes estruturas de prática na aprendizagem. Noventa participantes
foram distribuídos em 9 grupos de prática (n=10): 1) constante, 2) constante-
aleatório, 3) constante-blocos, 4) aleatório, 5) aleatório-constante, 6) aleatório-
blocos, 7) em blocos, 8) blocos-aleatório e 9) blocos-constante. Na fase de
aquisição a tarefa consistiu em realizar uma seqüência de movimentos, teclando
os números 2,8,6 e 4 da região alfanúmerica de um teclado em tempos alvo
absoluto de 700, 900 e 1.100 ms., e, em um tempo relativo entre as teclas (22.2%
de 2 para 8, 44.4% de 8 para 6 e 33.3% de 6 para 4). A seqüência de tempos alvo
absoluto foi de 700, 1.100 e 900 ms. para o grupo em blocos. Após o fim da fase
de aquisição foram aplicados dois testes de transferência com a mesma
seqüência de movimentos e tempo relativo, entretanto, em um novo tempo
absoluto (1.300 ms.). Os resultados não mostraram diferenças entre os grupos na
formação do PMG. Em relação à aprendizagem de parâmetros, o grupo aleatório
apresentou desempenho superior aos grupo de prática em blocos e blocos-
constante no teste de transferência atrasada, assim como, os grupos de prática
constante-variada, blocos-aleatório e aleatório foram os únicos a manter nos
testes o mesmo nível de desempenho apresentado ao final da aquisição. Os
resultados são discutidos em termos de melhor ordem para se combinar diferentes
iii

estruturas de prática, assim como, o papel da prática aleatória na aprendizagem


da parametrização.

Palavras-chave: Aprendizagem motora; Estrutura de prática; Variabilidade de


prática; Efeito da interferência contextual.
iv

ABSTRACT

The practice has a fundamental role in the acquisition of the skilled behavior, which
shows two standing out features: 1) the consistence and 2) the flexibility. Since the
1990s, some studies has been using measurements that dissociate both the
generalized motor program (GMP) and parameters learning. This approach has
brought new perspectives regarding the role of practice structuring in learning. In
general, the research results show that both constant and blocked practice are
more effective in the GMP development, and that both random and serial practice
are more effective in the parameterization learning. Nevertheless, attempts to
optimize both features of the learning have been made in some studies which
combine structures of practice. The aim of this was study to verify the effects of
different structures of practice in learning. Ninety participants were distributed into
9 groups: 1) constant, 2) constant-random, 3) constant-blocked, 4) random, 5)
random-constant, 6) random-blocked, 7) blocked, 8) blocked-random and 9)
blocked-constant. In the acquisition phase, the task consisted of a typing
movement sequence (keys 2,8,6,4) on the keypad portion of the computer
keyboard in absolute criterion times: 700, 900, 1.100 ms., and criterion segment
ratios among the keys: 22.2% (2 to 8), 44.4% (8 to 6) and 33.3% (6 to 4). The
absolute criterion times sequences were 700, 1.100 and 900 ms. for the blocked
group. After the completion of the acquisition phase, two transfer tests with the
same movement sequence were applied, however, in a novel absolute time (1.300
ms.). The results did not show differences among groups in the PMG learning. In
relation to the parameters learning, the random group showed superior
performance compared to both blocked and blocked-constant groups in delayed
transfer test, as well as only the constant-varied, blocked-random and random
groups kept the same level of performance in the transfer tests compared to the
performance at the end of the acquisition. The results are discussed in terms of
better order to combine different structures of practice and the role of random
practice in the parameterization learning.
Keywords: Motor learning; Practice schedule; Variability of practice; Contextual
interference effect.
v

LISTA DE FIGURAS

Página
FIGURA 1- Desenho esquemático do teclado e teclas digitadas no
experimento.............................................................................. 67
FIGURA 2- Médias do erro relativo de todos os grupos experimentais na
fase de aquisição e testes de transferência imediata e
atrasada .................................................................................. 72
FIGURA 3- Médias do erro absoluto de todos os grupos experimentais
na fase de aquisição e testes de transferência imediata e
atrasada .................................................................................. 76
FIGURA 4- Médias do erro global de todos os grupos experimentais na
fase de aquisição e testes de transferência imediata e
atrasada .................................................................................. 81
FIGURA 5- Médias do desvio padrão do erro relativo de todos os grupos
experimentais na fase de aquisição e testes de transferência
imediata e atrasada.................................................................. 85
FIGURA 6- Médias do desvio padrão do erro absoluto de todos os
grupos experimentais na fase de aquisição e testes de
transferência imediata e atrasada............................................ 88
FIGURA 7- Médias do desvio padrão do erro global de todos os grupos
experimentais na fase de aquisição e testes de transferência
imediata e atrasada................................................................. 91
FIGURA 8- Médias do erro absoluto dos grupos constante-blocos (CB) e
blocos-constante (BC) na fase de aquisição e testes de
transferência imediata e atrasada............................................ 107
FIGURA 9- Médias do erro relativo dos grupos constante-blocos (CB) e
blocos-constante (BC) na fase de aquisição e testes de
transferência imediata e atrasada............................................ 108
vi

FIGURA 10- Médias do erro relativo dos grupos constante-blocos (CB) e


blocos (B) na fase de aquisição e testes de transferência
imediata e atrasada.................................................................. 109
FIGURA 11- Médias do erro absoluto dos grupos constante-blocos (CB) e
blocos (B) na fase de aquisição e testes de transferência
imediata e atrasada.................................................................. 110
vii

LISTA DE SIGLAS, ABREVIAÇÕES E SÍMBOLOS

A Grupo aleatório
AB Grupo aleatório-blocos
AC Grupo aleatório-constante
B Grupo em blocos
BA Grupo blocos-aleatório
BC Grupo blocos-constante
C Grupo constante
CA Grupo constante-aleatório
CB Grupo constante-blocos
CR Conhecimento de Resultados
EA Erro absoluto
EG Erro global
EIC Efeito da interferência contextual
ER Erro relativo
ms. Milissegundos
PMG Programa motor generalizado
viii

LISTA DE APÊNDICES

Página
APÊNDICE A - Termo de consentimento livre e esclarecido apresentado
aos participantes.................................................................... 136
APÊNDICE B - Tabela dos dados individuais do erro relativo dos grupos
constante, constante-aleatório e constante-blocos na fase
de aquisição e testes de transferência imediata e
atrasada................................................................................. 139
APÊNDICE C - Tabela dos dados individuais do erro relativo dos grupos
aleatório, aleatório-constante e aleatório-blocos na fase de
aquisição e testes de transferência imediata e
atrasada................................................................................. 140
APÊNDICE D - Tabela dos dados individuais do erro relativo dos grupos
em blocos, blocos-aleatório e blocos-constante na fase de
aquisição e testes de transferência imediata e
atrasada................................................................................. 141
APÊNDICE E - Tabela dos dados individuais do erro absoluto dos grupos
constante, constante-aleatório e constante-blocos na fase
de aquisição e testes de transferência imediata e
atrasada................................................................................. 142
APÊNDICE F - Tabela dos dados individuais do erro absoluto dos grupos
aleatório, aleatório-constante e aleatório-blocos na fase de
aquisição e testes de transferência imediata e
atrasada................................................................................. 143
APÊNDICE G - Tabela dos dados individuais do erro absoluto dos grupos
em blocos, blocos-aleatório e blocos-constante na fase de
aquisição e testes de transferência imediata e
atrasada................................................................................. 144
ix

APÊNDICE H - Tabela dos dados individuais do erro global dos grupos


constante, constante-aleatório e constante-blocos na fase
de aquisição e testes de transferência imediata e
atrasada................................................................................. 145
APÊNDICE I - Tabela dos dados individuais do erro global dos grupos
aleatório, aleatório-constante e aleatório-blocos na fase de
aquisição e testes de transferência imediata e
atrasada................................................................................. 146
APÊNDICE J - Tabela dos dados individuais do erro global dos grupos em
blocos, blocos-aleatório e blocos-constante na fase de
aquisição e testes de transferência imediata e
atrasada................................................................................. 147
APÊNDICE K - Tabela dos dados individuais do desvio padrão do erro
relativo dos grupos constante, constante-aleatório e
constante-blocos na fase de aquisição e testes de
transferência imediata e atrasada.......................................... 148
APÊNDICE L- Tabela dos dados individuais do desvio padrão do erro
relativo dos grupos aleatório, aleatório-constante e
aleatório-blocos na fase de aquisição e testes de
transferência imediata e atrasada.......................................... 149
APÊNDICE M- Tabela dos dados individuais do desvio padrão do erro
relativo dos grupos em blocos, blocos-aleatório e blocos-
constante na fase de aquisição e testes de transferência
imediata e atrasada................................................................ 150
APÊNDICE N - Tabela dos dados individuais do desvio padrão do erro
absoluto dos grupos constante, constante-aleatório e
constante-blocos na fase de aquisição e testes de
transferência imediata e atrasada.......................................... 151
x

APÊNDICE O - Tabela dos dados individuais do desvio padrão do erro


absoluto dos grupos aleatório, aleatório-constante e
aleatório-blocos na fase de aquisição e testes de
transferência imediata e atrasada.......................................... 152
APÊNDICE P - Tabela dos dados individuais do desvio padrão do erro
absoluto dos grupos em blocos, blocos-aleatório e blocos-
constante na fase de aquisição e testes de transferência
imediata e atrasada................................................................ 153
APÊNDICE Q - Tabela dos dados individuais do desvio padrão do erro
global dos grupos constante, constante-aleatório e
constante-blocos na fase de aquisição e testes de
transferência imediata e atrasada.......................................... 154
APÊNDICE R - Tabela dos dados individuais do desvio padrão do erro
global dos grupos aleatório, aleatório-constante e aleatório-
blocos na fase de aquisição e testes de transferência
imediata e atrasada................................................................ 155
APÊNDICE S - Tabela dos dados individuais do desvio padrão do erro
global dos grupos em blocos, blocos-aleatório e blocos-
constante na fase de aquisição e testes de transferência
imediata e atrasada................................................................ 156
xi

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.................................................................................... 01
2. REVISÃO DE LITERATURA............................................................... 04
2.1. Estrutura de prática............................................................................. 04
2.2. Teoria de esquema e variabilidade de prática.................................... 07
2.3. O efeito da interferência contextual (EIC)........................................... 24
2.3.1. Hipóteses que explicam o efeito da interferência contextual.............. 25
2.3.2. Efeito da interferência contextual: como variar?................................. 28
2.3.3. Efeito da interferência contextual: o que variar?................................. 39
2.4. Variabilidade de prática e interferência contextual: caminhos
distintos? ............................................................................................ 49
2.5 Novas perspectivas de estudo sobre a estruturação de prática:
quando variar? ................................................................................... 52
3. OBJETIVO.......................................................................................... 65
4. HIPÓTESES DE ESTUDO................................................................. 65
5. MÉTODO............................................................................................ 66
5.1. Amostra............................................................................................... 66
5.2. Instrumento e tarefa............................................................................ 66
5.3. Delineamento experimental................................................................ 66
5.4. Procedimentos.................................................................................... 68
5.5. Medidas.............................................................................................. 69
5.6. Procedimentos estatísticos................................................................ 70
5.7. Cuidados éticos.................................................................................. 70
6. RESULTADOS.................................................................................... 70
6.1. Erro relativo......................................................................................... 71
6.2. Erro absoluto....................................................................................... 75
6.3. Erro global........................................................................................... 81
6.4. Desvio padrão do erro relativo............................................................ 84
6.5. Desvio padrão do erro absoluto.......................................................... 87
6.6. Desvio padrão do erro global.............................................................. 90
xii

7. DISCUSSÃO....................................................................................... 92
7.1. Erro relativo......................................................................................... 93
7.2. Erro absoluto....................................................................................... 98
7.3. Erro global........................................................................................... 103
7.4. Discussão geral.................................................................................. 105
8. CONCLUSÃO..................................................................................... 113
REFERÊNCIAS.................................................................................. 116
APÊNDICES....................................................................................... 136
ANEXOS............................................................................................. 157
1

1. INTRODUÇÃO

Aprendizagem é um fenômeno crítico para a existência humana (SCHMIDT,

1988). Ao longo da vida o ser humano passa por diversas mudanças em seu

comportamento nos mais diversos domínios, tais como, o cognitivo, o afetivo e o

motor. Tais mudanças são resultados das interações entre a aquisição de novos

conhecimentos e habilidades em cada domínio. De acordo com Barreiros, Carita e

Godinho (2001), essas transformações para se caracterizarem como

aprendizagem devem resultar em acréscimo de eficiência relativamente

duradoura. Outro elemento presente é a capacidade de adaptação, ou seja, a

generalização da aprendizagem para além do contexto em que ocorreu. Assim, a

aprendizagem motora é caracterizada como uma série de mudanças que vão de

estados desorganizados para estados mais organizados, da inconsistência e

rigidez para a consistência e flexibilidade motoras (MANOEL, 1995).

Outros conceitos sobre o fenômeno da Aprendizagem motora são encontrados na

literatura. Segundo Schmidt e Lee (1999), aprendizagem motora é o conjunto de

processos associados com a prática ou a experiência, conduzindo à mudanças

relativamente permanentes na capacidade de executar performance habilidosa.

De acordo com Magill (2000), trata-se da alteração na capacidade da pessoa em

desempenhar uma habilidade, que deve ser inferida como uma melhoria

relativamente permanente no desempenho, devido à prática ou à experiência.


2

Chiviacowsky e Tani (1993) citam que essa mudança na capacidade de reposta

ou execução de habilidades motoras, é considerada uma decorrência de melhora

nos processos ou mecanismos internos subjacentes. As mudanças nos processos

subjacentes, tais como, atenção, percepção e programação motora, conduzem à

capacidade mais efetiva para executar a habilidade, o que permite então

performances mais proficientes. Para Manoel (1999), a aprendizagem motora

refere-se ao processo no qual uma dada habilidade motora é adquirida com auxílio

de instrução, prática sistemática e feedback. Nesse processo, a prática tem um

papel fundamental para a otimização da aprendizagem.

Os conceitos propostos de aprendizagem apresentam pontos em comum no que

se refere às mudanças pelas quais o sujeito sofre no decorrer do processo. Essas

mudanças devem ser observadas no eixo temporal e podem ser caracterizadas

como fruto da crescente interação entre vários elementos envolvidos no

desempenho motor. De acordo com Manoel (2001), esses elementos

correspondem aos órgãos sensoriais, à percepção, à tomada de decisão, à

programação, ao sistema de feedback e ao sistema muscular. Através do

fortalecimento dessa interação, ocorre uma gradativa transposição de estados

desorganizados para estados organizados, emergindo assim, comportamentos

que podem ser distinguidos por padrões espaço-temporais bem definidos, com

metas no ambiente caracterizados como habilidades ou tarefas motoras.

Essas mudanças no comportamento observado, definidas como ganho em

proficiência, podem ser sintetizadas no conceito de ação habilidosa. De acordo


3

com Glencross, Whiting e Abernethy (1994), duas características marcantes do

comportamento habilidoso são a 1) consistência e estabilidade do desempenho e

2) a adaptabilidade ou flexibilidade às variações do contexto. A primeira

característica, pode ser relacionada à capacidade apresentada pelo sujeito em

alcançar a meta com certeza, ou seja, realizar a ação com exatidão. A segunda

característica, fundamenta-se nas mudanças ocorridas em diferentes dimensões

no meio ambiente que obrigam cada ação apresentar características próprias

mesmo em escalas imperceptíveis no comportamento observado.

A prática apresenta um papel fundamental na aquisição do comportamento

habilidoso. Essa variável interfere na qualidade e quantidade de informações

recebidas, processadas e geradas através das restrições impostas ao sujeito.

Estas restrições sobre o que fazer e como fazer surgem na situação prática de

ensino-aprendizagem através do tipo de instrução fornecida antes da ação, do tipo

de informação de retorno que é recebida após a execução, seja ela intrínseca ou

extrínseca, e da quantidade e ordem de habilidades motoras a serem praticadas

conjuntamente (CARROL; BANDURA, 1990; SCHMIDT; LANGE; YOUNG, 1990;

SHEA; MORGAN, 1979).

Focando nas restrições impostas à quantidade de habilidades a serem aprendidas

e às possibilidades de organização da ordem de execução, surge uma gama de

possibilidades de investigação sobre a estruturação da prática. Diferentes

referenciais teóricos são utilizados nos estudos sobre estrutura de prática, assim

como, diferentes perguntas são levantadas sobre como a organização da estrutura


4

de prática afeta o processo de ensino-aprendizagem (CORRÊA, 2001; LAI; SHEA,

1998; LEE; MAGILL, 1985; WULF; LEE, 1993). De uma forma geral, poucos foram

os estudos que investigaram a aprendizagem motora e estruturas de prática sob a

perspectiva de ganho em proficiência na consistência e flexibilidade como fatores

indissociáveis ao processo. O presente estudo direciona sua investigação para

diferentes estruturas de prática e suas possíveis combinações, as quais possam

beneficiar não somente uma, mas ambas características do comportamento

habilidoso (consistência e flexibilidade).

2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1. Estrutura de prática

Uma das variáveis mais importante para a aprendizagem de habilidades motoras é

a prática (SCHMIDT, 1993). De acordo com Ugrinowitsch (1997a), a prática

permite ao sujeito testar as “hipóteses” de solução de um determinado problema

motor. Essa possibilidade de ensaios na tentativa de buscar as melhores soluções

leva o sujeito à aquisição de experiência que o auxiliará em contextos futuros os

quais exijam a execução da mesma tarefa ou de habilidades que apresentem

elementos perceptivos, motores e cognitivos similares. A forma como essa

experiência é adquirida e utilizada é fator de divergências nas explanações

teóricas sobre os estudos que envolvem a estruturação da prática.


5

Com a proposta da teoria de esquema por Schmidt (1975), a visão da

generalização foi popularizada através do conceito de fortalecimento de um

esquema motor para a avaliação e produção de movimentos, possibilitando assim,

a realização de tarefas com sucesso em diferentes circunstâncias (MANOEL,

1996). Segundo Shea e Kohl (1990), essa visão teórica tem sido amplamente

discutida em termos de transferência para uma nova variação da habilidade

aprendida ao invés da retenção de uma tarefa motora específica.

No final da década de 70, uma nova possibilidade de explanação sobre a

generalização da aprendizagem de tarefas motoras se deu através do princípio da

interferência contextual. Os resultados positivos encontrados sobre o papel da

variação de habilidades na aprendizagem, abriram novas possibilidades

explanativas acerca da influência do processamento cognitivo na retenção e

transferência de habilidades motoras (SHEA; MORGAN, 1979).

Em suma, os estudos sobre estrutura de prática se baseiam em diferentes

questões e procedimentos metodológicos observados nas pesquisas sobre

variabilidade de prática e o efeito da interferência contextual (EIC).

Experimentalmente, alguns tipos de estruturas de prática são aplicadas nos

delineamentos com a intenção de se testar as predições teóricas acima

abordadas. Sob focos específicos de investigação, essas estruturas estão

relacionadas ao número de habilidades praticadas e a ordem da apresentação

quando duas ou mais habilidades são praticadas juntas.


6

A estrutura de prática constante requer dos sujeitos somente a execução de uma

habilidade critério (SHAPIRO; SCHMIDT, 1982; SHEA; KOHL, 1990). A prática

constante é aplicada como a variável independente que se relaciona às

inferências sobre a especificidade de prática e sua única possibilidade de variação

é na estipulação do número total de tentativas. Críticas sobre o papel da prática

constante na aprendizagem se apóiam nas predições sobre sua baixa eficácia no

fortalecimento dos esquemas de lembrança e reconhecimento (VAN ROSSUM,

1990). Esse tipo de inferência está baseada no senso comum, visto que essa

estrutura de prática tem como característica marcante a repetição. Entretanto, um

olhar mais crítico sobre a repetição observada na prática constante sugere que

seja mais uma forma de instrução em relação à meta a ser executada do que

realmente a repetição da produção e do controle do movimento. Como afirmou

Bernstein (1967), a aquisição de habilidades trata-se de uma forma atípica de

repetição sem repetição, ou seja, não é a repetição da solução do problema, mas

a repetição do processo de solucionar o problema. Mesmo na estrutura de prática

constante esse conceito sobre como se adquire habilidades motoras se faz

presente.

A prática variada se refere à aprendizagem conjunta de duas ou mais habilidades

motoras. Devido a essa característica, é possível estruturá-la de inúmeras formas.

Estudos sobre variabilidade de prática e interferência contextual têm utilizado

basicamente, a estrutura de prática variada em blocos, aleatória e seriada (LEE;

MAGILL, 1985; TURNBULL; DICKINSON, 1986; LANDIN; HEBERT;

FAIRWEATHER, 1993). Segundo Magill e Hall (1990), a prática em blocos é


7

caracterizada pela execução repetida de uma determinada tarefa, para então, se

iniciar a próxima (AAAABBBBCCCC). Por outro lado, na prática aleatória, as

tarefas são executadas sem uma aparente ordem específica ou menor

previsibilidade de apresentação (BCACABCBAABC). Uma terceira forma, porém

menos usual de organizar a prática nos delineamentos dos experimentos, é a

estrutura de prática seriada (ABCABCABCABC) que em uma análise instrucional

apresenta características de ambas estruturas citadas acima, ou seja, apresenta a

previsibilidade da prática em blocos e constante e a não repetição consecutiva de

uma mesma habilidade observada na prática aleatória. A natureza do

processamento cognitivo envolvido nas diferentes estruturas de prática variada

será discutida nas hipóteses que explicam o efeito da interferência contextual

(EIC).

2.2. Teoria de esquema e variabilidade de prática

Schmidt (1975) propõe a teoria de esquema tentando solucionar alguns problemas

detectados na teoria do circuito fechado de Adams (1971). Principalmente os

problemas relacionados ao armazenamento de informações na memória de longa

duração e à novidade na aprendizagem e controle motor. A idéia central da teoria

do esquema está na capacidade que o ser humano tem de selecionar o programa

responsável por uma classe de ações, denominado “programa motor

generalizado” (PMG) e adicionar os parâmetros específicos para a realização da

ação. Apoiado nos conceitos de PMG e parâmetros, Schmidt (1975) buscou

minimizar a sobrecarga de informações armazenadas na memória e criou novas


8

possibilidades explanativas sobre como se produz e se aprende novos

movimentos.

O PMG possui aspectos invariantes que refletem a estrutura de uma determinada

classe de movimentos. Com isso, não mais é requerido um programa motor

específico para a execução de um movimento. Três aspectos invariantes do PMG

são amplamente difundidos neste conceito: o timing relativo, a força relativa e a

ordem ou seqüência dos componentes da habilidade. Como exemplo, Shapiro e

Schmidt (1982) citam que aumentada a velocidade de execução de uma

determinada habilidade, diminuindo assim o seu tempo total, é observado na

estrutura do movimento um aumento da velocidade como uma unidade, ou seja, o

timing relativo ou phasing permanece constante em relação a variação do tempo

total. Em outras palavras, a estrutura do movimento permanece proporcionalmente

inalterada frente às mudanças na força e tempo absolutos. Em relação à

seqüência ou ordem dos eventos, Schmidt e Lee (1999) citam que a ordem de

contrações musculares para uma determinado evento apresenta uma seqüência

fixa de ativação. Para explanação mais completa sobre como o PMG controla uma

classe de ações, Schmidt utiliza do conceito de esquema em sua teoria.

De acordo com Schmidt (1982), o conceito de esquema traz a idéia que as

relações abstratas geradas pelas experiências passadas em situações similares

capacitam os indivíduos a formarem uma regra sobre como lidar em situações

similares futuras. Através desse conceito Schmidt propõe dois estados de

memória, nos quais as relações para a produção do movimento são efetuadas. O


9

primeiro definido como esquema de lembrança, determina a resposta desejada e

fornece especificações para o PMG. O segundo estado de memória é o esquema

de reconhecimento, que avalia o desempenho e efetua as correções necessárias,

comparando as informações do feedback sensorial atual com o padrão esperado.

De acordo com Schmidt (1975), quatro tipos de informações são abstraídas e

relacionadas em cada tentativa de execução de uma determinada habilidade: 1)

condições iniciais analisadas antes do movimento; 2) especificação da resposta

em relação à direção do movimento, grupos musculares envolvidos, força e

velocidade específicas; 3) conseqüências sensoriais, ou seja, as informações

sensoriais produzidas durante o movimento; 4) resultado da resposta como a

informação detalhando o efeito final do movimento. A combinação das

informações abstraída forma a base para o conceito de esquema. Segundo

Manoel (1995), a teoria de esquema apresenta um diferencial por ser a primeira

teoria motora a considerar que não são adquiridos movimentos como tais, e sim,

regras para a sua produção. Um número reduzido de regras, ou seja, esquemas,

podem produzir inúmeros movimentos, dos quais nunca antes executados.

Entretanto, mesmo propondo algumas soluções para o controle e aprendizagem

de habilidades motoras, a teoria do esquema sofreu severas críticas após alguns

anos de sua publicação. As críticas se sustentaram nos conceitos de esquemas e

PMG trazendo entre outros, o problema da regressão infinita já detectado na teoria

do circuito fechado proposta por Adams (1971), o problema da origem do PMG, o

problema do controle dos graus de liberdade e o problema de quais seriam os


10

limites de um dado PMG, visto que Schmidt (1975) não os especificou

(GLENCROSS; WHITING; ABERNETHY, 1994; KHOL; BEN-DAVID; 1998).

Apesar das críticas à teoria, um grande número de experimentos foi realizado com

o propósito de testar as predições teóricas de Schmidt (1975). Principalmente no

que tange a hipótese da variabilidade de prática, na qual o fortalecimento dos

esquemas é obtido através da riqueza de experiências motoras (MOXLEY, 1979).

Essas experiências proporcionam um maior número de relações entre as

informações processadas pelos esquemas. A execução de movimentos não é

vista como uma reprodução literal de experiências anteriores, e sim, como uma

nova construção via uma constante elaboração de esquemas (VAN ROSSUM,

1990). Em linhas gerais, o delineamento experimental utilizado para testar a

hipótese da variabilidade de prática consiste em uma fase de aquisição com dois

grupos de prática: 1) constante, caracterizado pela execução de uma habilidade

critério e 2) variada, caracterizada pela variação de parâmetros como tempo

absoluto, força absoluta e direção de um mesmo PMG. E em um segundo

momento, os dois grupos são testados em uma nova tarefa dentro da mesma

classe de movimentos (SHAPIRO; SCHMIDT, 1982).

Uma ampla revisão dos estudos sobre teoria do esquema e a hipótese da

variabilidade de prática foi realizada por Van Rossum (1990). Dentre os dados

levantados e ordenados nesse artigo, ressalta-se a análise de estudos em relação

à fase de desenvolvimento motor na qual os sujeitos se encontravam. Mais

precisamente, Van Rossum (1990) discutiu os resultados de estudos com crianças


11

e adultos, estabelecendo relações entre as características dos sujeitos e das

tarefas. Alguns experimentos sobre variabilidade de prática e as relações entre

variáveis discutidas por Van Rossum (1990) são apresentadas abaixo.

Moxley (1979) investigou a hipótese da variabilidade de prática com 80 crianças

de ambos os sexos em uma tarefa de arremesso a um alvo na posição horizontal.

Os sujeitos foram distribuídos em dois grupos com baixa e alta variabilidade e

praticaram 40 tentativas na fase de aquisição e 10 tentativas no teste de

transferência. Nos dois grupos de diferentes variabilidade foram criados 5

subgrupos de 8 sujeitos (4 meninas e 4 meninos). Como exemplo para o grupo de

alta variabilidade, foi aplicada a seguinte configuração: o subgrupo 1 praticou o

arremesso das distâncias 1, 2, 3 e 4, sendo testados na posição 5. Os outros

subgrupos praticaram outras 4 posições e foram testados em uma quinta posição.

Para o grupo de baixa variabilidade por exemplo: o subgrupo 1 composto por 8

sujeitos foi testado na posição 1, tendo dois sujeitos (um menino e uma menina)

arremessando da posição 2, dois sujeitos da posição três e assim

sucessivamente. Os resultados não mostraram diferenças entre gêneros durante

todas as fases do experimento. O grupo de baixa variabilidade apresentou maior

desempenho comparado ao grupo de alta variabilidade na fase de aquisição,

porém, no teste de transferência o resultado foi invertido tendo o grupo de alta

variabilidade superado o grupo de baixa variabilidade. Em termos de consistência

o grupo de alta variabilidade superou o grupo de baixa variabilidade no teste de

transferência. O autor concluiu que a formação e fortalecimento de esquemas


12

pode ser mais claramente observado em crianças e que os resultados proveram

suporte às predições teóricas de Schmidt (1975).

O experimento de Wrisberg e Mead (1983) utilizou uma tarefa de timing

coincidente com 60 crianças distribuídas em cinco grupos de prática: 1) grupo

controle, 2) constante com baixa velocidade (4 mph), 3) constante com alta

velocidade (7 mph), 4) aleatório (4, 5, 6, e 7 mph) e 5) em blocos (4,5,6,e 7 mph).

Os sujeitos executaram 48 tentativas de prática na fase de aquisição, com a

exceção do grupo controle que não praticou a tarefa de timing coincidente. O teste

de transferência foi aplicado 24 horas após o fim da aquisição consistindo na

prática de duas novas velocidades (3 e 8 mph). Os resultados do teste de

transferência apontaram diferença no efeito de velocidade emergindo um maior

número de erros na prática da velocidade mais baixa (3 mph). As diferenças entre

os grupos experimentais foram somente encontradas para a transferência de

baixa velocidade, na qual, o grupo de prática constante com alta velocidade

apresentou desempenho inferior aos grupos de prática constante com baixa

velocidade e em blocos. Um efeito de interação ente grupo, sexo e velocidade

mostrou que os meninos que praticaram de forma constante em alta velocidade

apresentaram pior desempenho na transferência de baixa velocidade comparados

aos meninos dos demais grupos, assim como, comparados às meninas que

praticaram sob condições de prática constante e em blocos. As meninas dos

grupos de prática aleatória e controle apresentaram desempenho inferior quando

comparadas às meninas do grupo em blocos. Os autores concluíram que a prática

aleatória pode não ser a estrutura de prática mais adequada às crianças. De uma
13

forma geral, Wrisberg e Mead (1983) sugeriram que a prática variada não foi

superior à prática constante e que a aplicação da prática mista pode trazer

maiores benefícios à aprendizagem.

Utilizando uma tarefa de arremesso, Pigott e Shapiro (1984) investigaram a

variabilidade de prática com 64 crianças de ambos os sexos divididas em quatro

grupos de prática: 1) prática constante, 2) prática em blocos, 3) prática aleatória e

4) prática em blocos-aleatório. Os sujeitos dos grupos de prática variada

executaram arremessos com 4 diferentes pesos e os sujeitos do grupo de prática

constante executaram arremessos com o menor (n=8) ou o maior peso (n=8).

Todos os sujeitos praticaram 24 tentativas de arremessos na fase de aquisição e

no teste de transferência os sujeitos tiveram 3 tentativas de prática constando de

arremessos com peso menor ou maior àqueles praticados na aquisição. Cada

sujeito dos grupos de prática variada foram designados para arremessar com um

dos novos pesos e os sujeitos do grupo de prática constante foram designados

para arremessos no contexto mais próximo ao da fase de aquisição. Os resultados

no teste de transferência mostraram que o grupo de prática em blocos-aleatório

apresentou maior desempenho comparados aos outros três grupos. Não foram

encontradas diferenças entre peso do implemento ou gênero. Os autores

concluíram que a variabilidade de prática foi parcialmente confirmada, já que de

acordo com a teoria de esquema de Schmidt (1975), todos os grupo de prática

variada deveriam apresentar desempenho superior ao grupo de prática constante.

Esses resultados corroboram as recomendações de Wrisberg e Mead (1983) em

relação à eficácia da prática mista na aprendizagem com crianças.


14

Lee, Magill e Weeks (1985) investigaram a hipótese da variabilidade com sujeitos

adultos em uma tarefa de timing que consistia em produzir um movimento de

apontamento com o braço direito na maior velocidade e precisão temporal

possível em uma faixa temporal que abrangia velocidades entre 300 e 700

milissegundos. No primeiro experimento, trinta e seis sujeitos foram distribuídos

em três grupos de prática: 1) constante, 2) em blocos e 3) aleatório. Todos os

sujeitos praticaram 60 tentativas de prática na fase de aquisição. Cinco minutos

após o fim da fase de aquisição foram realizados dois testes de transferência

consistindo de 12 tentativas de prática em um novo tempo alvo cada. O primeiro

teste de transferência exigiu a execução de um movimento em um tempo alvo

“dentro” da faixa temporal praticada na aquisição (500 ms.) e o segundo teste

exigiu a execução em um tempo alvo “fora” da faixa praticada (800 ms.). Não

houve diferença estatística entre os grupos no teste de transferência “dentro“ da

faixa. Entretanto, os grupos de prática variada apresentaram desempenho

superior ao grupo de prática constante no teste “fora” da faixa praticada. Esses

resultados suportam parcialmente as predições da variabilidade de prática. Os

autores concluíram que a ordem dos testes poderia ter influenciado nos resultados

e optaram por realizar um segundo experimento com delineamento similar, porém,

com metade dos sujeitos de cada grupo realizando os testes em ordens

diferentes. No experimento 2, novamente não houve diferença entre os grupos no

teste de transferência “dentro da faixa”. O grupo aleatório apresentou desempenho

superior no teste “fora” da faixa comparado ao grupo constante. Não houve

diferença entre os grupos constante e em blocos, assim como, entre os grupos de


15

prática variada. Os autores concluíram que os resultados são favoráveis às

predições da teoria do esquema e que dentre as estruturas de prática variada, a

prática aleatória representa a maneira adequada de organização da prática para a

transferência da aprendizagem.

Na tentativa de testar conjuntamente a hipótese da variabilidade de prática e o

efeito da interferência contextual, Turnbull e Dickinson (1986) criaram um

complexo delineamento experimental utilizando uma tarefa de posicionamento

manual sem informação visual. O experimento foi dividido em pré-teste, fase de

aquisição e pós-teste. Sessenta sujeitos universitários foram divididos em 7

grupos. Os grupos consistiram em: 1) controle, 2) aleatório (1 tentativa de 15

distâncias), 3) seriado (5 tentativas de 3 distâncias), 4) em blocos (5 tentativas de

3 distâncias), 5) variada com menor quantidade de prática (1 tentativa de 3

distâncias), 6) constante menor quantidade de prática (5 tentativas de uma

distância) e 7) constante maior quantidade de prática (15 tentativas de uma

distância). Vale ressaltar que os grupos seriado, em blocos e variado menor

quantidade de prática, foram subdivididos para praticarem em diferentes ordens

de apresentação. Os grupos de prática constante foram subdivididos de forma que

as três distâncias fossem praticadas por subgrupos de sujeitos. Esse

delineamento criou a possibilidade de testar a relação tentativas versus tarefas

surgindo os grupos: (5 X 1), (1 X15), (15 X 1), (5 X 3) e (3 x 3). Os resultados no

pós-teste não mostraram diferenças entre os grupos em termos de consistência. O

grupo de variabilidade máxima apresentou desempenho superior aos demais

grupos. Na análise dos grupos de média variabilidade (3 tentativas de 3


16

distâncias), o grupo em blocos apresentou desempenho superior ao grupo

seriado. Diferente do esperado pelos autores, o grupo constante (5 X 1)

apresentou desempenho superior aos grupos constante (15 X 1) e variado menor

quantidade de prática (3 X 3). Os autores concluíram de forma geral, que a

variabilidade de prática foi confirmada e que a relação variabilidade e quantidade

de prática necessita ser mais investigada.

Doody e Zelaznik (1988) utilizaram uma tarefa de timing e posicionamento para

testar a hipótese de variabilidade da prática com 96 sujeitos de ambos os sexos. O

experimento foi dividido em fase de aquisição consistindo em 60 tentativas de

prática e teste de transferência apresentando 21 tentativas de prática para cada

sujeito. As variáveis independentes manipuladas no experimento foram o tipo de

prática (constante ou em blocos), distância de movimento e força aplicada. Essa

combinação gerou oito diferentes grupos de prática designados por prática -

distância do alvo - força aplicada. Os resultados da fase de aquisição mostraram

que os sujeitos dos grupos de prática constante apresentaram melhor

desempenho em relação aos sujeitos dos grupos variados e que não houve

diferenças em relação à consistência dos grupos. No teste de transferência, os

resultados não mostraram diferença entre os grupos, tanto no desempenho,

quanto na consistência. Assim, os resultados desse estudo não deram suporte à

variabilidade de prática.

O objetivo do experimento conduzido por Shea e Kohl (1990) foi investigar os

efeitos da variabilidade de prática na retenção de habilidades motoras de controle


17

de força. No primeiro experimento, vinte e quatro sujeitos universitários foram

distribuídos em dois grupos de prática: 1) constante e 2) seriada. Na fase de

aquisição, o grupo de prática constante praticou 89 tentativas, enquanto o grupo

seriado praticou um total de 289 tentativas, sendo 89 tentativas da tarefa critério.

No teste de retenção os sujeitos executaram dois blocos de 17 tentativas da tarefa

critério praticada na aquisição. O grupo seriado apresentou desempenho

significativamente melhor que o grupo constante no teste de retenção. Entretanto,

os autores justificaram que a quantidade total de prática poderia ter influência nos

resultados encontrados. Assim, um segundo experimento foi realizado com

delineamento similar ao experimento 1, porém com três grupos de prática: 1)

constante com 89 tentativas de prática, 2) seriada com 289 tentativas de prática e

3) constante com 289 tentativas de prática. Novamente os resultados apontaram o

grupo de prática variada como o grupo de melhor desempenho no teste de

retenção. Os autores concluíram que a prática variada interpolada entre as

tentativas da tarefa critério aumentou a representação dessa habilidade na

memória de forma mais eficiente que as tentativas somente com a tarefa critério.

Utilizando o chute como uma tarefa de precisão, Silva (1992) investigou a hipótese

da variabilidade de prática com crianças. O delineamento foi composto por quatro

grupos de prática: 1) controle, 2) constante, 3) em blocos e 4) aleatório. Variações

do peso da bola, distância do alvo e ângulo para o chute foram manipuladas para

os grupos de prática em bloco e aleatória. Na análise dos resultados do pós-teste

A, verificou-se que os grupos de prática constante, em blocos e aleatório

apresentaram desempenho superior ao grupo controle. Não foram encontradas


18

diferenças entre os grupos de prática variada e constante. No pós-teste B,

aplicado um minuto após o fim do pós-teste A, somente o grupo de prática

aleatória apresentou desempenho superior comparado ao grupo controle. Ainda, o

grupo de prática aleatória foi superior aos grupos de prática constante e em

blocos. Os resultados desse estudo apresentaram suporte parcial à hipótese da

variabilidade de prática, e o autor sugere que a prática aleatória deva ser aplicada

na aprendizagem de habilidades motoras fechadas.

Freudenheim e Tani (1993) investigaram a formação de esquema motor em 60

crianças entre 8 e 9 anos distribuídas em dois grupos de prática: 1) constante, 2)

aleatória e 3) grupo controle. A tarefa utilizada foi a de timing coincidente, na qual

os participantes do grupo constante praticaram 80 tentativas na velocidade de 2,7

m/s na fase de aquisição, enquanto os sujeitos do grupo de prática aleatória

praticaram 20 tentativas de cada uma das seguintes velocidades: 2,2 m/s, 2,7 m/s,

3,1 m/s e 3,5 m/s. O delineamento constituiu de três fases: aquisição, teste de

transferência com duas novas tarefas e teste de retenção, envolvendo a

retestagem das duas tarefas da transferência após uma semana. Não foram

encontradas diferenças entre o desempenho dos grupos na fase de aquisição.

Entretanto, o grupo constante apresentou menor variabilidade comparado ao

grupo aleatório. Nos testes de transferência e retenção os grupos de prática

constante e aleatório apresentaram desempenho superior ao grupo controle. O

efeito da variabilidade de prática não foi confirmado nesse experimento, e os

autores concluíram que possíveis explicações para esse resultado podem estar

relacionados à baixa complexidade das respostas motoras e à proximidade das


19

velocidades na fase de aquisição e testes o que dificultou a percepção das

variações durante o experimento.

Barreiros (1994) investigou os efeitos da variabilidade de prática em crianças e

adultos. A tarefa adotada consistiu do lançamento de um pequeno projétil ao longo

de um perfil de alumínio a diferentes alvos dispostos nas distâncias de 100, 120,

140, 180 e 200 cm. Quatro grupos experimentais foram designados para cada

faixa etária: 1) controle, 2) constante, 3 ) seriado e 4) aleatório. O delineamento

experimental constou de 4 fases: 1) determinação do nível inicial, 2) aquisição, 3)

transferência e 4) retenção. Todos os sujeitos praticaram 35 tentativas durante a

fase de aquisição e 5 tentativas durante os testes. O teste de transferência

constou de duas novas distâncias (160 e 220 cm). O teste de retenção foi aplicado

10 minutos e 24 horas ao fim da aquisição, respectivamente. Não foram

encontradas diferenças entre os grupos de prática constante, seriado e aleatório

para nenhum dos níveis de desenvolvimento na aquisição, assim como nos testes

de retenção. O grupo controle apresentou pior desempenho comparado aos

demais grupos de prática nos testes de retenção e transferência, tanto com

crianças quanto com adultos. No teste de transferência, as crianças dos grupos de

prática variada apresentaram desempenho e consistência superiores às do grupo

constante. Esses resultados não foram encontrados com os adultos, tendo o três

grupos apresentado mesmo nível de precisão e variabilidade. O autor discute os

resultados em termos de processos diferenciados de aprendizagem entre

diferentes níveis de desenvolvimento. Os efeitos da variabilidade de prática em


20

crianças está relacionado à construção de esquemas, enquanto em adultos, à

reorganização de regras pré-existentes.

Green, Sugden e Whitehead (1995) utilizaram uma tarefa de rebatida com

crianças para investigar os efeitos da variabilidade de prática em situação próxima

a de ensino-aprendizagem. Quarenta e oito sujeitos sem experiência na tarefa

foram distribuídos em 4 grupos de prática: 1) controle, 2) constante, 3) em blocos

e 4) aleatório. Os grupos de prática variada praticaram com quatro raquetes de

diferentes modalidades esportivas, enquanto o grupo constante praticou somente

com raquete de tênis. Na fase de aquisição o alvo estava disposto horizontalmente

a 8 metros do local no qual se encontravam os voluntários. Todos os sujeitos

praticaram quatro sessões diárias com trinta e duas tentativas de rebatidas. Um

minuto após o fim da última sessão de prática, foi realizado o pós-teste que

requeria as seguintes configurações: rebatidas com uma nova raquete e raquete

de tênis em alvos verticais e horizontais. Outros três pós-testes foram realizados

após um, quatro e oito dias da última sessão de prática. A análise dos resultados

apontaram a superioridade dos grupos de prática em relação ao grupo controle,

assim como, a superioridade da prática variada sobre a prática constante. O grupo

de prática aleatória apresentou melhor desempenho comparado ao grupo em

blocos somente na transferência de aprendizagem para a dimensão fora da

praticada, ou seja, na transferência que exigiu nova raquete e alvo vertical. Os

autores concluíram que os resultados foram consistentes com a teoria do

esquema e que a variabilidade de prática deveria ser focada pelo professores de

educação física em novas dimensões das tarefas praticadas pelos seus alunos.
21

Shoenfelt, Snyder, Maué, McDowell e Woolard (2002) compararam os efeitos de

estruturas de prática constante e variada na aprendizagem do arremesso livre no

basquete, testando as predições de Shea e Khol (1990) que o efeito positivo da

variabilidade de prática é também encontrada na retenção de habilidades motoras.

Noventa e quatro sujeitos de ambos os sexos foram divididos em quatro grupos de

prática: 1) constante com arremessos na linha de lance livre, 2) variada frente e

atrás da linha de lance livre, 3) variada combinada constando de arremessos de

frente, atrás e na linha de lance livre e 4) variada na laterais da linha de lance livre

e última linha do “garrafão”. Os sujeitos praticaram 4 sessões por semana durante

3 semanas. Cada sessão de prática constou de 40 tentativas de arremesso. Todos

os sujeitos realizaram um pré-teste com 2 blocos de 20 tentativas de arremessos

na linha de lance livre. Após cada semana de prática os sujeitos foram novamente

testados nas mesmas condições do pré-teste. Os resultados não deram suporte à

primeira hipótese do estudo, na qual o grupo de prática constante apresentaria

desempenho superior aos grupos de prática variada durante o período de prática.

Somente o grupo de prática variada na laterais da linha de lance livre e última

linha do “garrafão” apresentou desempenho inferior ao grupo constante. Em

relação aos resultados dos testes de retenção, a segunda hipótese do

experimento também não foi confirmada. Os grupos de prática variada não

apresentaram desempenho superior ao grupo de prática constante. Somente foi

observado uma diferença entre gêneros, na qual, os homens apresentaram

desempenho superior ao das mulheres nos testes. Os autores concluíram que os

resultados não deram suporte às predições de Shea e Khol (1990) em relação à


22

superioridade da variabilidade sobre a especificidade de prática na retenção de

habilidades motoras.

Schmidt (2003) cita um estudo não publicado de Young e Schmidt (1999) no qual

buscou-se investigar a questão da especificidade versus a variabilidade de prática

com uma outra possibilidade experimental. Jogadores universitários habilidosos

em basquetebol praticaram uma série de arremessos de diferentes distâncias: 9,

11, 13, 15, 17, 19 e 21 pés dentro do espaço de meia quadra. A distância de 15

pés foi utilizada como critério já que representava a posição de lance livre

considerada altamente praticada, assumindo assim que as outras posições não

necessariamente eram utilizadas de forma sistemática nos treinamentos. Foi

plotada uma linha de regressão de proporção de arremessos corretos contra

distâncias de arremesso, usando as três menores e maiores distâncias de

arremesso. A proporção correta para os arremessos de 15 pés foi estatisticamente

superior a todas as outras seis distâncias. Schmidt (2003) sugere que somente a

distância de 15 pés foi aprendida e que essa distância não é somente uma

variação na escala de distância de 9 a 21 pés. A capacidade de executar essa

classe de habilidades parece ser uma combinação de (a) aprendizagem de uma

classe de distâncias controladas por um PMG e (b) uma proficiência extra

adquirida via prática específica da distância de 15 pés. Schmidt (2003) aponta

para a necessidade de se rever o papel da especificidade na aprendizagem

motora nas próximas gerações de teorias, assumindo assim, um ponto fraco na

teoria do esquema.
23

Na análise final dos estudos sobre a variabilidade de prática observa-se que os

delineamentos utilizaram diferentes tarefas de laboratório (BARREIROS, 1994;

DOODY; ZELAZNIK, 1988; FREUDENHEIM; TANI, 1993; LEE; MAGILL; WEEKS,

1985; SHEA; KHOL, 1990; TURNBULL; DICKINSON, 1986; WRISBERG; MEAD,

1983) e tarefas em situação próxima a uma condição real de ensino-aprendizagem

(GREEN; SUDGEN; WHITEHEAD, 1995; MOXLEY, 1979; PIGOTT; SHAPIRO,

1984; SCHMIDT; YOUNG, 1999; SHOENFELT; SNYDER; McDOWELL;

WOLLARD, 2002). Verificou-se também a utilização de sujeitos em diferentes

níveis de desenvolvimento como crianças (ex. BARREIROS, 1994; MOXLEY,

1979; PIGOTT; SHAPIRO, 1984) e adultos (ex. BARREIROS, 1994; SHEA; KHOL,

1990; TURNBULL; DICKINSON, 1986) e em diferentes estágios de aprendizagem

(ex. GREEN; SUDGEN; WHITEHEAD, 1995; SCHMIDT; YOUNG, 1999).

Estudos com sujeitos adultos proveram suporte limitado à hipótese da

variabilidade de prática nas mais diversas tarefas (ex. BARREIROS, 1994;

DOODY; ZELAZNIK, 1988; LEE; MAGILL; WEEKS, 1985; SHEA; KHOL, 1990),

assim como estudos com crianças (ex. BARREIROS, 1994; FREUDENHEIM;

TANI, 1993; SILVA, 1992). Em suma, os resultados de pesquisas relacionadas à

teoria do esquema e à hipótese da variabilidade de prática apresentam suporte

parcial às predições de Schmidt (1975), tanto para adultos quanto para crianças.

Assim como apresenta suporte parcial às possíveis interações entre

características dos sujeitos e características das tarefas, tendo em vista que

resultados semelhantes foram encontrados utilizando tarefas de timing,

apontamento e lançamento, utilizando testes de transferência com maior ou menor


24

proximidade das tarefas praticadas na aquisição e utilizando tarefas abertas ou

fechadas (VAN ROSSUM, 1990).

Paralelamente aos estudos sobre variabilidade de prática uma outra corrente

investigatória sobre o papel das estruturas de prática na aprendizagem motora foi

popularizada a partir do início da década de 80. Esta corrente busca estudar a

interferência causada pela execução interpolada de habilidades.

2.3. O efeito da Interferência contextual (EIC)

O EIC é um campo de investigação da Aprendizagem Motora que está relacionado

aos níveis de interferência gerados no processamento cognitivo devido à ordem

na qual as tarefas são praticadas. BATTIG (1972) introduziu o termo “interferência

contextual” para conceituar a interferência que resulta da prática de uma tarefa

dentro do contexto no qual ela é praticada. Para Magill e Hall (1990), interferência

contextual é o grau de interferência na aprendizagem quando duas ou mais

tarefas são praticada juntas. Em uma definição operacional, Schmidt e Wrisberg

(2001) citam que interferência contextual é um fenômeno que surge da pesquisa

experimental comparando os efeitos das estruturas de prática em blocos e

aleatória na aprendizagem de tarefas.

De acordo com Smith (2002), a estrutura de prática aleatória não apresenta uma

ordem sistemática de execução das tarefas (CBABACCBA) produzindo um alto

nível de interferência contextual. Por outro lado, na prática em blocos, executa-se


25

primeiro todas as tentativas de uma determinada habilidade para então se iniciar a

prática da nova tarefa (AAABBBCCC), gerando baixo nível de interferência

contextual. Em situações experimentais espera-se que o grupo de prática em

blocos obtenha um melhor desempenho na fase de aquisição se comparado ao

grupo de prática aleatória. Por outro lado, um efeito inverso é previsto nos testes

de retenção e transferência, ou seja, uma melhor performance do grupo de alta

interferência contextual em relação ao grupo de baixa interferência contextual

(WULF; McNEVIN; SHEA; WRIGHT, 1999).

2.3.1. Hipóteses que explicam o efeito da interferência contextual

A busca pela explicação teórica do porquê da ocorrência do efeito da interferência

contextual, se baseia inicialmente em operações de processamento cognitivo e

posteriormente, uma outra proposta de entendimento do fenômeno, a hipótese da

inibição retroativa, se sustentou no pressuposto teórico que os efeitos da

interferência contextual são gerados devido à forma como são conduzidos os

estudos nesta área (CORRÊA, 1997).

Hipótese da elaboração ou processamento distinto

Segundo Battig (1979), Shea e Morgan (1979) e Shea e Zimny (1983), o benefício

da prática aleatória está no aumento dos processos de codificação múltipla e

variada. A aleatoriedade com que a prática é apresentada leva a estratégias de

processamento mais elaboradas e distintas, criando desta forma um traço de


26

memória mais forte e menos dependente do contexto no qual a habilidade foi

adquirida.

Para Corrêa (1997), o processamento múltiplo e variado gerado pela alta

interferência contextual leva a dois tipos de representações das habilidades na

memória. A primeira caracterizada pela maior distinção, devido às comparações

das tarefas que o sujeito realiza quando estão sendo executadas. E a segunda

pela maior elaboração devido as diferentes estratégias de codificação induzidas

por este tipo de prática.

Hipótese da reconstrução do plano de ação ou do esquecimento

Lee e Magill (1983; 1985) elaboraram uma hipótese alternativa ao processamento

distinto e elaborado, na qual partem do pressuposto, que alta interferência

contextual leva a um maior fortalecimento dos processos ativos, devido ao

completo ou parcial esquecimento que obriga o sujeito a reconstruir o plano de

ação a cada nova tentativa de prática.

A reconstrução do plano de ação é o processo no qual o indivíduo, ao executar

uma determinada habilidade, deve restaurar o programa motor apropriado que

representa aquele movimento e adicionar a ele os parâmetros da tarefa imposta.

MAGILL (2000) exemplifica da seguinte forma: se você tiver que realizar uma

operação matemática e em seguida for solicitado a resolver novamente o mesmo

problema, provavelmente você se lembrará e repetirá somente a resposta sem


27

muito esforço cognitivo. Por outro lado, se você for solicitado a realizar outras

operações depois da primeira, você provavelmente terá esquecido da solução e

conseqüentemente, necessitará refazer a operação. Cada nova tentativa leva a

uma nova resolução do problema que anteriormente já tinha sido resolvido.

São encontradas na literatura evidências científicas para as duas hipóteses

cognitivistas que buscam explicar o fenômeno da interferência contextual. Essa

falta de consenso não impediu que vários estudos fossem realizados com a

intenção de pesquisar os efeitos da interferência contextual relacionados a

diferentes contextos experimentais e diferentes níveis de aprendizagem

(UGRINOWITSCH, 1997b).

Inibição retroativa

As hipóteses da elaboração e do esquecimento se baseiam nos pontos positivos

da prática randômica. A observação sobre a condução das investigações sobre o

efeito da interferência contextual trouxe à tona o questionamento sobre a

interpretação dos resultados dos testes de retenção, nos quais a performance nos

testes é influenciada por algumas combinações de inibição retroativa e proativa na

organização da prática. A inibição retroativa é a fraca retenção de uma atividade

devido a outra atividade interpolada entre a aquisição e a retenção.


28

De acordo com Schmidt (1988), a interferência retroativa provoca um declínio no

aprendizado de informações ou habilidades quando um evento interfere entre o

aprendizado inicial e a retenção. Shewokis, Del Rey e Simpsom (1998) citam que

para isolar os efeitos da inibição retroativa em grupos de prática em blocos, alguns

investigadores têm testado apenas uma tarefa critério na retenção.

Para Corrêa (1997), as predições oriundas da interferência contextual são opostas

àquelas das interferências pro e retroativa, nas quais os experimentos sobre

inibição pro e retroativa focalizam uma determinada habilidade (tarefa critério),

mostrando em seus resultados a deterioração causada na aprendizagem,

enquanto os experimentos sobre o efeito da interferência contextual focalizam

uma ou mais habilidades, mostrando a melhora na aprendizagem em virtude da

prática aleatória destas habilidades. Os resultados do estudo de Del Rey, Liu e

Simpson (1994), por exemplo, mostraram que a prática aleatória leva a uma

performance mais elevada nos testes de retenção comparada à prática em blocos

com ou sem interferência retroativa não dando suporte às críticas sobre a

condução dos delineamento experimentais sobre interferência contextual.

2.3.2. Efeito da interferência contextual: como variar?

Os estudos sobre o EIC surgiram inicialmente na aprendizagem verbal. Battig

(1966, 1972, 1979) foi o pioneiro nas investigações, nas quais observou os efeitos

benéficos da interferência contextual em situações de retenção e transferência de

habilidades verbais. Partindo desses pressupostos do domínio verbal, Shea e


29

Morgan (1979) realizaram o primeiro experimento sobre o EIC na aprendizagem

de habilidades motoras obtendo resultados favoráveis à aprendizagem sob

condições de prática aleatória. A partir desse estudo, vários outros trabalhos foram

realizados em laboratório (ex. LAGE; VIEIRA; PALHARES; BENDA, 2003; LEE;

MAGILL, 1983; 1985; TSUTSUI; LEE; HODGES, 1998; UGRINOWITSCH;

MANOEL, 1996) e em situação real de ensino-aprendizagem (ex. FARROW;

MASCHETTE, 1997; GOODE; MAGILL, 1986; HALL; DOMINGUES; CAVAZOS,

1994; SMITH; DAVIES, 1995; WRISBERG; LIU, 1991), assim como, com sujeitos

em diferentes níveis de aprendizagem e desenvolvimento (DEL REY, 1982;

FIGUEIREDO; BARREIROS, 2001; GONÇALVES; LAGE; SILVA;

UGRINOWITSCH; BENDA, 2004; HALL; DOMINGUES; CAVAZOS, 1994).

Shea e Morgan (1979) utilizaram uma tarefa de posicionamento que consistia em

derrubar pequenas barreiras em seqüências pré-estabelecidas na maior precisão

e velocidade possível. Setenta dois estudantes universitários de ambos os sexos

foram divididos em grupos de prática aleatória e em blocos. Após um pré-teste,

iniciou-se a fase de aquisição, na qual os sujeitos executaram três tarefas

totalizando 54 tentativas de prática. As mesmas tarefas praticadas durante a fase

de aquisição foram testadas na retenção, e duas novas condições foram

executadas no teste de transferência, uma no mesmo nível de complexidade e

outra em nível mais alto de complexidade. Os resultados mostraram que o grupo

de prática aleatória foi superior ao grupo em blocos nos testes de retenção e

transferência, confirmando os pressupostos da interferência contextual na

aprendizagem de habilidades motoras. Os autores discutiram que esses achados


30

teriam uma aplicação em situação educacional, apontando assim, a busca pela

generalização do EIC.

Outros estudos foram realizados com o objetivo de investigar o fenômeno da

interferência contextual. Lee e Magill (1983) realizaram três experimentos

utilizando uma tarefa similar à aplicada no estudo de Shea e Morgan (1979). No

primeiro experimento, foi investigada a interação entre os tipos de tempo de

reação e as estruturas de prática variada em blocos e aleatória. Isso devido a

Shea e Morgan (1979) terem utilizado diferentes requerimentos de tempo de

reação, nos quais os participantes do grupo de prática aleatória praticaram tarefas

que requeriam tempo de reação de escolha, enquanto os participantes do grupo

em blocos praticaram tarefas com tempo de reação simples. Vinte e quatro

sujeitos universitários foram divididos em grupos de prática aleatória e em blocos

com dicas ou não sobre o estímulo visual que iria aparecer. Os resultados desse

experimento mostraram que os efeitos da interferência contextual encontrados por

Shea e Morgan (1979) emergem da manipulação do tipo de variação das

habilidades na prática, e não devido aos efeitos do tipo de reação exigido nas

tarefas ou à interação entre as estruturas de prática e tipo de tempo de reação. No

experimento 2, trinta participantes foram divididos em três grupos de prática: 1)

em blocos, 2) aleatório e 3) seriado. O objetivo desse experimento foi investigar se

o EIC se deve a natureza não repetitiva da prática aleatória ou a sua baixa

previsibilidade sobre as próximas ações. A inclusão do grupo de prática seriada se

deve ao fato dessa estrutura de prática apresentar características similares às da

prática em blocos em termos de previsibilidade das ações, assim como apresentar


31

a não repetição consecutiva de uma mesma habilidade como encontrado na

prática aleatória. Os resultados encontrados mostraram que os grupos de prática

seriada e aleatória foram superiores ao grupo de prática em blocos na

aprendizagem das tarefas utilizadas. Os autores concluíram que a natureza não

repetitiva das estruturas de prática aleatória e seriada gera maior nível de

aprendizagem. No experimento 3, foi investigado se o EIC é também encontrado

em tarefas que exigem a execução dos movimentos em tempos critérios, tendo

em vista que o estudo de Shea e Morgan (1979) e os dois primeiros experimentos

tiveram como objetivo realizar os movimentos na maior velocidade possível. O

delineamento desse experimento foi similar ao do experimento 2 , e os resultados

confirmaram o EIC também em tarefas que exigem tempos critérios. Os resultados

de maior impacto no estudo de Lee e Magill (1983) são os do experimento 2,

através dos quais esses autores propuseram uma nova explicação para o EIC,

posteriormente definida como a hipótese da reconstrução do plano de ação ou do

esquecimento.

Lee (1985) investigou o EIC em uma tarefa de reprodução de figuras geométricas

com trinta sujeitos universitários divididos em três grupos de prática: 1) em blocos,

2) seriado e 3) aleatório. Todos os participantes praticaram 5 tentativas de 8

padrões geométricos, perfazendo um total de 40 tentativas de prática, com

restrição da visão na fase de aquisição. Dessa forma, apenas informações

cinestésicas eram produzidas durante as tentativas. Os testes de retenção e

transferência envolveram a apresentação de padrões já praticados (retenção) e

novos (transferência). Os sujeitos respondiam se os padrão apresentado já tinha


32

sido praticado ou não, assim como, respondiam com que nível de confiança (em

uma faixa que variava desde “nenhuma confiança” até “muito confiante”) julgavam

suas repostas. Não foram encontradas diferenças entre grupos nos testes de

retenção e transferência. A não confirmação do EIC foi explicada pelo baixo nível

de envolvimento cognitivo dos sujeitos no planejamento da ação e pela

impossibilidade de análise das informações sobre os erros na prática.

Pesquisas em condições próximas às situações reais de ensino-aprendizagem

também foram realizadas na tentativa de alcançar maior validade ecológica aos

resultados sobre o EIC. Goode e Magill (1986) pesquisaram pela primeira vez o

EIC em uma situação próxima do real utilizando variações do saque curto e longo

do badminton (variação do parâmetro força) com iniciantes. Foram divididos 3

grupos: 1) prática em blocos que executou uma distância por sessão de prática, 2)

prática seriada das 3 tarefas por sessão e 3) prática aleatória das tarefas em cada

sessão da fase de aquisição. Trinta sujeitos praticaram os saques do lado direito

da quadra, com 36 tentativas em cada sessão de prática, 3 vezes por semana,

perfazendo um total de 324 tentativas ao final da fase de aquisição. Um dia após o

término da fase de prática do saque (aquisição), foram realizados os testes de

retenção e transferência. Os resultados apresentaram superioridade parcial da

prática aleatória nos testes realizados para a condição saque curto, e semelhança

entre o grupo seriado e o grupo em blocos.

A relação entre nível de aprendizagem e interferência contextual foi estudada por

Del Rey, Wulghalter e Carnes (1987). Setenta e duas participantes com e sem
33

experiência em esportes de habilidades abertas foram divididas em seis grupos de

prática: 1) em blocos sem experiência, 2) em blocos sem experiência com

atividade interpolada, 3) aleatório sem experiência, 4) em blocos com experiência,

5) em blocos com experiência e com atividade interpolada e 6) aleatório com

experiência. A tarefa utilizada foi de timing coincidente e a atividade interpolada

consistiu em arremessos de bolas de tênis a um alvo. O objetivo da utilização da

atividade interpolada foi de verificar a hipótese do esquecimento proposta por Lee

e Magill (1983; 1985). Todas as participantes praticaram 64 tentativas da tarefa de

timing coincidente na fase de aquisição e 12 tentativas nos testes de retenção e

transferência. Os resultados mostraram que as participantes mais habilidosas

foram superiores às menos habilidosas em todas as fases do experimento. O EIC

somente foi encontrado somente no teste de retenção e a hipótese do

esquecimento não foi confirmada devido ao menor desempenho e consistência

apresentados pelo grupo de prática em blocos com atividade interpolada em

comparação aos demais grupos.

O tiro ao alvo na posição ajoelhada foi a tarefa utilizada por Boyce e Del Rey

(1990) na investigação sobre o EIC. Noventa sujeitos foram distribuídos em um

grupo de prática em blocos e um grupo de prática aleatória. Na fase de aquisição

todos os sujeitos praticaram 20 tentativas distribuídas em um total de 4 dias. Os

alvos foram dispostos em diferentes posições. Foram aplicados dois testes de

retenção após um intervalo de 15 minutos e 7 dias após o fim da fase de aquisição

consistindo em 10 tentativas de prática cada. Um teste de transferência foi

aplicado ao fim do segundo teste de retenção com 10 tentativas de prática com


34

alvo em nova posição. Os resultados não mostraram diferença entre os grupos na

aquisição. Somente no teste de transferência o grupo aleatório obteve

performance superior ao grupo em blocos, confirmando parcialmente o EIC.

Os efeitos do processamento inter e intra tarefas na aprendizagem foram

investigados por Wright (1991) em uma tarefa similar à utilizada por Shea e

Morgan (1979). Quarenta e oito sujeitos foram designados para quatro grupos de

prática em blocos: 1) processamento inter tarefas, 2) processamento intra tarefas,

3) processamento intra tarefas adicional e 4) sem processamento adicional. O

grupo em blocos sem processamento adicional representou o grupo controle com

baixo nível de interferência contextual. O grupo de processamento inter tarefas

identificou verbalmente após cada tentativa de prática quais as barreiras eram

comuns entre o padrão de movimento realizado e o padrão de movimento

apresentado em um diagrama. O diagrama podia conter um dos dois outros

padrões já praticados. Ao grupo de prática em blocos com processamento intra

tarefa foi apresentado após cada tentativa de prática um diagrama com o padrão

idêntico ao praticado e os participantes deveriam verbalizar a ordem na qual a

tarefa foi realizada. E após cada tentativa de prática, foi apresentado ao grupo de

prática com processamento intra tarefa adicional um diagrama com padrão

diferente do executado, no qual os participantes deveriam verbalizar a ordem na

qual a tarefa deveria ser realizada para se assemelhar ao padrão executado. Três

diferentes padrões foram praticados na fase de aquisição, perfazendo um total de

54 tentativas de prática. Dez minutos após o fim da fase de aquisição foram

administradas 9 tentativas de prática no teste de retenção. Os resultados


35

mostraram que o grupo de prática em blocos inter tarefas apresentou desempenho

superior comparado aos demais grupos. Não foram identificadas diferenças entre

os grupos de processamento intra tarefa e o grupo sem processamento. O autor

concluiu que a prática com processamento inter tarefa melhora o acesso,

implementação e a capacidade de recuperação do plano de ação do movimento,

característica observada na prática aleatória, e que processamento adicional não

contribui para a retenção de habilidades motoras.

Smith e Davies (1995) investigaram o efeito da interferência contextual na

aprendizagem da remada na canoagem tipo pawlata. Dezesseis sujeitos sem

prévia experiência na execução da habilidade foram distribuídos aleatoriamente

em 2 grupos de prática: em blocos e aleatória. O grupo em blocos completou toda

a fase de aquisição executando a remada inicialmente com o lado dominante para

posteriormente executar com o lado não-dominante, enquanto o grupo aleatório

alternou os lados do corpo durante toda a prática. A variável dependente foi o

tempo acumulado durante a prática na tarefa de tração sem assistência. O registro

das tentativas no teste de retenção foi feito de acordo com uma escala entre zero

(sem sucesso em nenhuma das tentativas) e três pontos (sucesso na primeira

tentativa). O teste de transferência foi similar ao de retenção mas executando a

tarefa com o remo em posição invertida. A análise dos resultados não mostrou

diferença no desempenho entre os grupos na fase de aquisição. Porém, o grupo

aleatório apresentou maior desempenho nos testes de retenção e transferência

comparado ao grupo em blocos, confirmando assim o EIC.


36

Jarus, Wughalter e Gianutsos (1997) pesquisaram o efeito da interferência

contextual em habilidades abertas e fechadas (rotor de perseguição). Setenta e

quatro mulheres foram distribuídas em dois grupos de baixa e alta interferência

contextual. Metade dos sujeitos de cada grupo praticou as tarefas com o alvo em

movimento e a outra metade com alvo fixo. Na fase de aquisição cada sujeito

executou 45 tentativas de prática. Dez minutos após o fim da fase de aquisição

iniciou-se o teste de retenção seguido do teste de transferência, ambos com nove

tentativas de prática. Os resultados dos testes de retenção e transferência

indicaram uma tendência a superioridade no desempenho dos sujeitos que

praticaram tarefas abertas em relação aos sujeitos que praticaram tarefas

fechadas. De forma geral, os resultados não forneceram sustentação ao efeito da

interferência contextual.

Dois experimentos foram realizados por Tsutsui, Lee e Hodges (1998), para

pesquisar o efeito da interferência contextual em uma tarefa de coordenação

bimanual. Os sujeitos praticaram 3 padrões bimanuais em diferentes fases (45º,

90º e 135º). No primeiro experimento, dezoito sujeitos executaram 45 tentativas em

cada um dos dois dias. Seis tentativas de retenção foram realizadas em dois

testes de retenção, um no segundo dia e outro uma semana após o término da

aquisição. Não houve diferença entre os grupos em ambos os testes de retenção

e uma explicação para isso pode ter sido, segundo os autores, que a maneira

como foi estruturada a prática em blocos pode ter afetado a ocorrência do EIC.

Isso devido aos participantes terem praticado todos os 3 padrões na primeira e

segunda sessões de prática, gerando assim uma forma não usual de prática em
37

blocos. Assim, foi realizado um segundo experimento consistindo de 3 sessões de

prática na fase de aquisição tendo o grupo de prática em blocos praticado só uma

habilidade por sessão. Vinte sujeitos sem envolvimento com o estudo anterior

foram divididos em um grupo de prática aleatória e um grupo de prática em blocos

praticando 45 tentativas por sessão de prática na aquisição e 5 tentativas no teste

de retenção aplicado uma semana após a terceira sessão da fase de aquisição.

Os resultados do teste de retenção mostraram que o grupo aleatório foi superior

ao grupo em blocos na aprendizagem de padrões de coordenação bimanual,

confirmando parcialmente o EIC através dos resultados do segundo experimento.

Arnone-Bates, Hebert e Titzer (1999) investigaram o EIC com crianças entre 5 e

10 anos, utilizando habilidades da ginástica aeróbica denominadas passos V, X e

T. Três diferentes estruturas de prática foram utilizadas no delineamento

experimental: 1) em blocos, 2) aleatória e 3) moderada com 4 tentativas

sucessivas de cada tarefa distribuídas aleatoriamente. Na fase de aquisição e

teste de retenção, as crianças mais velhas (8-10 anos) erraram significativamente

menos que os mais novos (5-7 anos). O grupo aleatório obteve melhor

performance na retenção, seguido pelo grupo moderado e blocos. Os resultados

confirmaram o EIC com crianças.

Guadagnoli, Holcomb e Weber (1999) investigaram a relação entre níveis de

experiência e interferência contextual utilizando a tacada do golfe. Foram

aplicados questionários nos quais os sujeitos deveriam entre outras, responder se

já tinham experiência com golfe ou com tarefas próximas a esse esporte. Foi
38

realizado um pré-teste, e através dos escores obtidos e a auto-classificação no

questionário, os sujeitos (n=58) foram divididos em grupos de prática em blocos e

aleatória com participantes novatos e grupos de prática em blocos e aleatória com

participantes experientes. A tarefa consistiu de tacadas em três diferentes

distâncias (1,8m, 3,1m e 4,9m). Os resultados mostraram que o grupo em blocos

com iniciantes apresentou melhor desempenho comparado ao grupo aleatório com

iniciantes no teste de retenção. Resultado inverso foi encontrado para os

participantes experientes, tendo o grupo de prática aleatória superado o grupo de

prática em blocos. Esses resultados confirmaram parcialmente o EIC.

Um estudo comparando o efeito da interferência contextual em crianças e adultos

utilizando tarefas de timing foi realizado por Slapper, Dornier e Bright (1999).

Buscou-se responder a questão se crianças e adultos obtêm os mesmos

benefícios de estruturas de prática similares. Dois experimentos foram conduzidos

nesta pesquisa. O primeiro experimento investigou os efeitos da interferência

contextual com 24 adultos. Os resultados indicaram que os adultos exibiram os

típicos efeitos da interferência contextual: maior aquisição do grupo de prática em

blocos e maior retenção e transferência para grupo de prática aleatória. O

delineamento do segundo experimento foi similar ao do primeiro, exceto pela

participação de 20 crianças. Os resultados revelaram uma interação entre a

condição de prática e a velocidade do movimento no teste de transferência,

refletindo a vantagem da prática aleatória nas velocidades média (1.200 ms) e

rápida (700 ms). Os resultados deste estudo revelaram que crianças e adultos não

se beneficiam de organizações similares de prática. De acordo com os autores, as


39

crianças devem precisar desenvolver uma prévia “idéia do movimento” para obter

algum benefício da prática randômica.

Os resultados de estudos sobre o EIC apresentam resultados favoráveis a alta

interferência contextual na aprendizagem de tarefas de laboratório (ex. LEE;

MAGILL, 1983; SHEA; MORGAN, 1979; TSUTSUI; LEE; HODGES, 1998, exp. 2).

Uma característica marcante desses experimentos foi a participação de sujeitos

adultos, principalmente universitários. Contrário aos resultados de estudos em

laboratório, os experimentos em situação próxima ao real tenderam a não

confirmar (ex. CORRÊA; PELLEGRINI, 1996; FRENCH; RINK; WERNER; 1990;

MEIRA JÚNIOR, 1999; UGRINOWITSCH, 1997a) ou confirmar parcialmente o EIC

(ex. BORTOLI; ROBAZZA; DURIGON; CARRA, 1992; GOODE; MAGILL, 1986;

GOODWIN; MEEUWSEN, 1996; POLLATOU; KIOUMORTZOGLOU;

AGELOUSIS; MAVROMATIS, 1997). De acordo com Lage e Benda (2002),

estudos sobre o EIC em situação próxima ao real apresentam um maior número

de não confirmação com crianças e adolescentes, enquanto com adultos um maior

número de confirmações parciais.

2.3.3. Efeito da interferência contextual: o que variar?

Em um amplo estudo de revisão sobre os trabalhos realizados na década de 80,

Magill e Hall (1990) observaram inconsistências nos achados sobre a

generalização do EIC (ex. DEL REY; WHITEHURST; WOOD, 1983; DEL REY;

WULGHALTER; CARNES, 1987; HEITMAN; GILLEY, 1989; LEE, 1985).


40

Analisando esses resultados contraditórios, Magill e Hall (1990) fazem a primeira

relação entre os pressupostos teóricos da teoria do esquema e interferência

contextual, unindo questões como características invariantes e variantes do

movimento e níveis de interferência causados pela variação dessas

características. Dessa forma, é proposta a hipótese de que o EIC é verificado

somente quando as variações das habilidades na prática exigem diferentes

programas motores generalizados.

A partir da hipótese de Magill e Hall (1990), a relação entre o conceito de PMG e

interferência contextual se apresenta como um dos principais enfoques nas

pesquisas desenvolvidas a partir da década de 90, e vários estudos foram

realizados no sentido de testar essa hipótese (SEKIYA; MAGILL, 2000; SEKIYA;

MAGILL; ANDERSON, 1996; SEKIYA; MAGILL; SIDAWAY; ANDERSON, 1994;

SILVA; LAGE; GONÇALVES; PALHARES; UGRINOWITSCH; BENDA, 2004;

UGRINOWITSCH; MANOEL, 1996; WULF; LEE, 1993). Resultados inconsistentes

vêm também sendo encontrados nessas pesquisas.

O experimento de Ugrinowitsch e Manoel (1996) apresentou resultados favoráveis

a hipótese de Magill e Hall (1990). Os estudos de Sekiya et al. (1994; 1996; 2000)

e Silva, et al. (2004) confirmaram o EIC em variações de parâmetros na prática

aleatória seja no teste de retenção ou de transferência e o estudo de Wulf e Lee

(1993) também contraria a hipótese de Magill e Hall (1990), entretanto os

resultados diferem dos encontrados nos estudos de Sekiya et al. (1994; 1996;
41

2000) e Silva et al. (2004) no que tange à relação entre tipo de prática e

aprendizagem de parâmetros e PMG como discutido abaixo.

Wulf e Lee (1993) investigaram a variação de três padrões de movimentos

controlados pelo mesmo PMG, levantando algumas dificuldades em relação à

interpretação dos resultados sobre a hipótese de Magill e Hall (1990) devido à

maioria dos estudos utilizarem medidas de erro global. Em outras palavras, a

análise dos estudos não permitia a diferenciação entre o que era aprendido devido

a esse tipo de medida incluir tanto os erros de PMG como também os erros de

parâmetros. Os sujeitos (n=60) foram divididos em quatro grupos de prática: 1)

seriada com 100% de conhecimento de resultados (CR), 2) seriada com CR

sumário (fornecimento de CR de 3 tentativas somente na 3o tentativa), 3) em

blocos com 100% CR e 4) em blocos com CR sumário. Os resultados não

apresentaram interação entre diferentes fornecimentos de CR e interferência

contextual. Assim, os dados dos grupos de mesma estrutura de prática foram

calculados em conjunto. Nos testes de retenção imediata (5 minutos após o fim da

aquisição) e atrasada (24 horas após a aquisição) não houve diferenças entre os

grupos. No teste de transferência imediata, o grupo em blocos apresentou

superioridade em relação ao grupo seriado na medida de timing absoluto e, na

transferência atrasada, o grupo seriado foi mais efetivo no desempenho em timing

relativo. Não foram observadas diferenças significantes para a medida de erro

global (PMG mais parâmetros). Assim, os autores justificaram através desse

resultado o porquê de estudos prévios não encontrarem o EIC em variações de

tarefas comandadas pelo mesmo PMG. Os autores concluíram que o EIC é


42

somente encontrado na transferência da aprendizagem do PMG, devido ao grupo

de prática em blocos favorecer a aprendizagem de parâmetros no teste retenção o

EIC não é encontrado já que não houve diferenças entre os grupos em nenhuma

das medidas nos testes de retenção.

A hipótese proposta por Magill e Hall (1990) aliada a afirmação de Wulf e Lee

(1993) que o EIC só ocorre na transferência e na aprendizagem do PMG motivou

Sekiya et al. (1994; 1996; 2000) a novos estudos analisando essas proposições

teóricas. O estudo de Sekiya, Magill, Sidaway e Anderson (1994) constou de dois

experimentos. No primeiro, a variação de diferentes timing relativos de uma tarefa

de tapping representou a manipulação de diferentes PMG´s e, no segundo,

variações do parâmetro tempo absoluto de um mesmo PMG. Em cada

experimento, 36 sujeitos foram divididos em grupos de prática em blocos e seriada

executando 270 tentativas na fase de aquisição e 30 tentativas no teste de

retenção um dia após o final da aquisição. Na análise dos resultados, os erros em

relação à aprendizagem da parametrização foram dissociados aos erros

relacionados à formação do PMG. Nos testes de retenção, em ambos os

experimentos, o EIC foi encontrado na aprendizagem de parâmetros, enquanto, a

aprendizagem de PMG falhou em produzir o EIC. Esses resultados conflitaram

com os reportados por Wulf e Lee (1993), em relação à aprendizagem de

parâmetros e PMG e a não observância do EIC na retenção. Os autores sugeriram

a modificação da hipótese de Magill e Hall (1990), propondo que quando se

dissocia a aprendizagem de PMG e parâmetros o EIC só é observado na


43

aprendizagem de parâmetros independente se as habilidades variadas são

controlados pelo mesmo ou diferentes PMG´s.

Sekiya, Magill e Anderson (1996) deram continuidade ao estudo anterior tendo

como tarefa a produção de padrões espaço-temporais sob a tela de um

computador movendo um “mouse” com a mão preferencial, requerendo assim, a

mesma força relativa, mas diferentes forças absolutas. Durante duas fases de

aquisição, 24 sujeitos executaram três variações de parâmetros de um mesmo

PMG em grupos de prática em blocos e seriada, completando um total de 270

tentativas de prática. Dois testes de retenção foram realizados 24 horas após cada

fase de aquisição, respectivamente. A análise das variáveis dependentes, com a

dissociação de PMG e parâmetros relacionados à força, revelou que somente a

aprendizagem de parâmetros foi influenciada pelos altos níveis de interferência

contextual. Esses resultados corroboram os estudo de Sekiya, Magill, Sidaway e

Anderson (1994) no qual o EIC foi observado somente na aprendizagem de

parâmetros de timing.

Dois experimentos foram realizados no estudo de Ugrinowitsch e Manoel (1996)

para verificar o EIC quando as variações na tarefa são definidas de acordo com os

aspectos invariáveis ou variáveis manipulados. Em ambos experimentos foram

utilizados grupos de prática em blocos e aleatória (n=40) nos quais os sujeitos

eram atletas de voleibol entre 12 e 13 anos. A tarefa utilizada foi de

posicionamento consistindo em transportar 3 bolas de tênis em seqüências pré-

determinadas no menor tempo possível. O primeiro experimento foi caracterizado


44

pela manipulação de três diferentes seqüenciamentos (aspecto invariável), e os

resultados mostraram maior desempenho do grupo aleatório em relação ao grupo

em blocos. No segundo experimento o aspecto manipulado foi a seleção de grupo

muscular (aspecto variável), operacionalmente definido pela variação dos

membros superiores esquerdo e direito realizando apenas uma seqüência de

movimentos. Os resultados não mostraram diferenças significantes entre os dois

grupos de prática nos testes de retenção e transferência. Os resultados dos dois

experimentos estão em conformidade com as predições de Magill e Hall (1990).

Sekiya e Magill (2000) avançaram em relação aos trabalhos anteriores (SEKIYA et

al., 1994; 1996) estudando a variação de parâmetros relacionados à força e timing

na mesma tarefa. Os sujeitos (n=24) moveram uma alavanca para produzirem

variações de padrões espaço-temporais controlados pelo mesmo PMG. Os

participantes praticaram três variações da tarefa em grupos de prática em blocos e

seriada em 60, 120 e 180 tentativas no 1o, 2o e 3o dias, respectivamente,

perfazendo um total de 360 tentativas de prática. Testes de retenção e

transferência foram aplicados no 2o, 3o e 4o dias constando de 15 tentativas cada.

Com a exceção da variabilidade, todas as outras medidas associadas à

aprendizagem de PMG não revelaram superioridade do grupo de prática seriada

nos testes. Para a aprendizagem de parâmetros, o EIC foi encontrado para todas

as medidas, exceto para a medida de consistência do parâmetro força. Os

achados corroboram os resultados de Sekiya et al. (1994; 1996), nos quais o EIC

somente é encontrado na aprendizagem de parâmetros de tarefas controladas

pelo mesmo PMG.


45

Sob um outro enfoque, Silva, Lage, Gonçalves, Palhares, Ugrinowitsch e Benda

(2004) investigaram o EIC em uma nova tarefa que requeria tanto a adaptação a

um novo PMG quanto a um novo valor de parâmetro. A tarefa utilizada foi de

posicionamento de três bolas de tênis entre seis recipientes, em seqüências e

tempo alvos previamente estabelecidos. Os sujeitos (n=48) foram divididos em

quatro grupos de prática variada: 1) prática aleatória com variação de PMG´s, 2)

prática aleatória com variação de parâmetros, 3) prática em blocos com variação

de PMG´s e 4) prática em blocos com variação de parâmetros. Os grupos

“programas” variaram três diferentes seqüenciamentos mantendo o mesmo tempo

alvo (2.700 ms.). Os grupos parâmetros variaram três diferentes tempos alvos

(2.500, 2.700 e 2.900 ms.) mantendo um mesmo seqüenciamento. Os testes de

transferência e retenção da transferência apresentaram um novo seqüenciamento

e um novo tempo alvo (2.300 ms.) para todos os grupos. O grupo aleatório

“parâmetros” apresentou nos testes melhor desempenho global comparado aos

outros três grupos de prática. Os resultados desse estudo também foram

contrários às predições de Magill e Hall (1990) e à afirmação de Wulf e Lee (1993)

que medidas globais de desempenho não apresentam o EIC devido a combinação

de erro absoluto e relativo na mesma medida. Os autores concluíram que níveis

ótimos de interferência podem ser gerados pela variação de parâmetros de uma

mesma habilidade, corroborando os resultados dos estudos de Sekiya et al. (1994;

1996; 2000).
46

Os resultados dos estudos acima apontam evidências contrárias a hipótese de

Magill e Hall (1990). Com exceção do estudo de Ugrinowistch e Manoel (1996)

todos os outros estudos reportados contrariaram a hipótese. Duas características

distintas do estudo de Ugrinowistch e Manoel (1996) podem ter contribuído para

essa diferenciação: 1) foi o único a ter como meta à realização de movimentos em

maior velocidade possível, resultado que corrobora outros achados de pesquisa

(LEE; MAGILL, 1983; SHEA; MORGAN, 1979; SHEA; TITZER, 1993; SHEA;

WRIGHT, 1991); e 2) os sujeitos tinham experiência em habilidades abertas, os

quais segundo os próprios pesquisadores e também Del Rey, Wulghalter e Carnes

(1987), podem responder positivamente aos efeitos da prática com alta

interferência contextual. A alteração da hipótese proposta por Sekiya et al. (1994)

está em congruência com os achados de outros estudos (SEKIYA et al., 1996;

2000; SILVA et al., 2004). Essa nova hipótese de que o EIC é observado na

aprendizagem de parâmetros, independente se as habilidades variadas são

controladas pelo mesmo ou diferentes PMG´s, associado aos achados de outros

estudos (LAI; SHEA; WULF; WRIGHT, 2000; SHEA; LAI; WRIGHT; IMMINK;

BLACK, 2001), sugere que a prática variada com alta interferência contextual

parece ser importante na aquisição da flexibilidade necessária à aprendizagem

motora, caracterizada pela maior capacidade de parametrização.

Um outro estudo que corrobora a discussão acima é o de Lage, Vieira, Palhares e

Benda (2003) no qual verificaram o EIC em diferentes variedades contextuais na

aquisição de uma nova habilidade motora, relacionando número de habilidades

praticadas, governadas por diferentes PMG´s, e diferentes estruturas de prática.


47

Foi utilizada uma tarefa de posicionamento de três bolas de tênis entre seis

recipientes de uma plataforma, em diferentes seqüências de movimento, e em um

determinado tempo alvo (2.700 ms.). Foram divididos cinco grupos de prática

(n=60) em: 1) constante, 2) em blocos com três tarefas, 3) aleatório com três

tarefas, 4) em blocos com cinco tarefas e 5) aleatório com cinco tarefas. Após a

fase de aquisição, foram aplicados os teste de transferência e retenção com uma

nova seqüência de movimentos e tempo alvo (2.300 ms.). Não houve diferença

significante entre os grupos de prática indicando que o aumento do número de

habilidades controladas por diferentes PMG´s na fase de aquisição não

apresentou o EIC na aprendizagem de um novo PMG. Esse resultado contraria os

pressupostos da interferência contextual que assumem a superioridade da prática

aleatória em relação à prática em blocos quando são variados PMG’s.

O efeito da prática em blocos na aprendizagem comparado à prática aleatória

apresenta resultados contraditórios quando se dissocia a aprendizagem de PMG e

parâmetros. Os resultados dos estudos de Sekyia et al. (1994; 1996; 2000) não

apontaram superioridade da prática com baixa interferência contextual sobre a

prática com alta interferência contextual tanto para a aprendizagem de PMG

quanto para a aprendizagem de parâmetros. Entretanto, no estudo de Shea et al.

(2001), o grupo em blocos obteve desempenho superior aos grupos seriado e

aleatório na aprendizagem de timing relativo. Ainda são necessários mais estudos

para que se possa inferir se a natureza repetitiva da prática em blocos, mesmo

sendo variada, pode criar um nível ótimo na produção de estabilidade nas

execuções e, assim, beneficiar a formação da estrutura do movimento.


48

Vale ressaltar, que nos estudos de Sekyia et al. (1994, 1996, 2000) e Wulf e Lee

(1993), o grupo considerado como de alta interferência contextual foi o seriado.

Essa definição foi adotada após o estudo de Lee e Magill (1983), no qual os

resultados mostraram superioridade dos grupos aleatório e seriado sobre o grupo

em blocos. Os autores concluíram que a natureza não repetitiva das práticas

aleatória e seriada levavam a maior esquecimento e, conseqüentemente, a maior

aprendizagem. Porém, Lee e Magill (1983) não utilizaram medidas dissociadas de

PMG e parâmetros na análise de seus resultados. O primeiro passo para um

maior entendimento da similaridades e disparidades das estruturas de prática

seriada e aleatória foi dado por Shea et al. (2001). Os resultados desse estudo

mostraram a efetividade da prática seriada na aprendizagem de parâmetros de

uma mesma habilidade. Como sugestão para próximas pesquisas, parece ser

importante uma definição mais clara se as estruturas de prática seriada e aleatória

apresentam mesmo nível de interferência contextual quando se observa o

fenômeno da aprendizagem sob essa perspectiva.

A análise final dos estudos relacionados ao EIC aponta para a contribuição da

prática aleatória no processo de aquisição de habilidades motoras como uma

variável de influência na aprendizagem da parametrização (SEKIYA; MAGILL;

2000; SEKIYA et al., 1996; SEKIYA et al., 1994; SILVA et al., 2004). Esses

resultados contrariam a visão inicial proposta por Shea e Morgan (1979) que o EIC

deveria ser um fenômeno generalizável à aprendizagem motora. Assumiu-se de

antemão a superioridade da prática variada sobre a prática constante e um


49

enorme esforço foi despendido no sentido de se comprovar o EIC. Diante da

inconsistência de resultados encontrados, a retomada do papel da prática

constante no processo de aprendizagem se faz necessária (LAGE; BENDA, 2002).

Essa crítica é corroborada por Corrêa (2001), que levanta a questão sobre qual o

momento apropriado para ser inserida a prática aleatória no processo de

aprendizagem. Para Corrêa (2001), somente após um certo grau de experiência

com habilidades relacionadas, a prática com alta interferência contextual deveria

ser apresentada aos sujeitos.

2.4. Variabilidade de prática e interferência contextual: caminhos distintos?

Para uma melhor compreensão sobre as novas perspectivas de estudo sobre a

estruturação da prática, se faz necessário uma avaliação crítica do caminho

traçado pelos estudos sobre variabilidade de prática e interferência contextual.

Apesar das investigações sobre variabilidade de prática e interferência contextual

se apoiarem em diferentes proposições, o que é observado historicamente é a

necessidade dos pesquisadores de empregar conjuntamente conceitos e

pressupostos das duas linhas de investigação. Uma possível explanação para

essa conduta se deve a limitações conceituais em ambas as propostas e a

inconsistências de resultados encontradas nas duas últimas décadas.

A hipótese de variabilidade de prática (MOXLEY, 1979) preconiza que a prática

variada tem como efeito o fortalecimento dos esquemas, porém não distingue qual

estrutura de prática variada é a mais efetiva. Quando os estudos começaram a


50

empregar duas ou mais estruturas de prática variada em seus delineamentos (ex.

BARREIROS, 1994; GREEN; SUGDEN; WHITEHEAD, 1995; LEE; MAGILL;

WEEKS, 1985; PIGOTT; SHAPIRO, 1984; SILVA, 1992; TURNBULL;

DICKINSON, 1986), inicia-se a contradição à idéia original que a prática variada

per se é superior à prática constante e assume-se o conceito empregado nos

estudos de interferência contextual que os efeitos das estruturas de prática

variada na aprendizagem diferem entre si.

Por outro lado, devido à falta de um referencial teórico para melhor explicar o EIC,

os pesquisadores precisaram buscar na teoria de esquema (SCHMIDT, 1975) os

pressupostos necessários às suas hipóteses (ex. MAGILL; HALL, 1990; SEKIYA

et al., 1994; 1996; 2000; LAGE et al., 2003; SILVA et al., 2004; WULF; LEE, 1993).

Esse intercâmbio trouxe à tona fraquezas e deficiências de ambas as visões, mas

também gerou avanços em relação ao entendimento do papel das estruturas de

prática na aprendizagem como discutido abaixo.

Tendo início no final da década de 70, os estudos sobre estrutura de prática

procuraram investigar os efeitos das diferentes formas de organização da prática

variada na aprendizagem motora, ou seja, verificar os efeitos das práticas em

blocos, aleatória e seriada (ex. DOODY; ZELAZNIK, 1988; FREUDENHEIM; TANI,

1993; GOODE; MAGILL, 1986; LEE; MAGILL, 1983; LEE; MAGILL; WEEKS,

1985; SHEA; MORGAN, 1979; SHEA; KHOL, 1990; WULF; SCHMIDT, 1988).

Uma característica marcante desse período é a busca pela generalização do EIC

através da aplicação de delineamentos com diferentes tarefas e sujeitos em


51

diferentes níveis de aprendizagem e desenvolvimento. Em outras palavras, um

dos focos de investigação na década de 80 pode ser definido na seguinte questão:

como variar?

A revisão de toda a massa crítica produzida na tentativa de responder a questão

sobre como variar a prática, mostra inconsistências nos resultados de pesquisas.

Assim, Magill e Hall (1990) levantam a hipótese de que variações de PMG’s ou de

parâmetros de um mesmo PMG podem estar relacionadas às incongruências

encontradas nos resultados sobre interferência contextual durante a década de

80. Dessa forma, uma nova possibilidade de investigação do EIC inicia-se através

da seguinte questão: o que variar: PMG ou parâmetros?

Estudos foram realizados na tentativa de verificar se as variações de PMG’s ou se

as variações de parâmetros geravam o EIC (SEKIYA; MAGILL, 2000; SEKIYA;

MAGILL; ANDERSON, 1996; SEKIYA; MAGILL; SIDAWAY; ANDERSON, 1994;

SILVA et al. 2004; UGRINOWITSCH; MANOEL, 1996; WULF; LEE, 1993). A partir

do estudo de Wulf e Lee (1993), passou-se a utilizar medidas distintas para

aspectos invariantes e variantes, possibilitando relacionar os efeitos das variáveis

manipuladas na aprendizagem de PMG e de parâmetro. Em linhas gerais, o

resultado mais consistente dessas pesquisas se refere ao papel efetivo da

condição aleatória/parâmetros na aprendizagem de parâmetros (SEKIYA et al.,

1994; 1996; 2000; SILVA et al., 2004).


52

Até a metade da década de 90, o entendimento sobre o papel da estruturação da

prática obteve avanços somente sobre uma dimensão da aprendizagem, a

parametrização. Ainda pouco tinha sido produzido em relação a como a estrutura

do movimento é adquirida. Paralelamente, os estudos sobre fornecimento de

conhecimento de resultados (CR) apresentavam resultados interessantes sobre

como essa variável interferia na aprendizagem do PMG (ex. WULF; LEE;

SCHMIDT; 1994; WULF; SCHMIDT; DEUBEL, 1993). A análise conjunta dos

resultados sobre o fornecimento de CR e estruturação da prática mostraram que

os níveis de estabilidade gerados na prática afetam de forma diferente a

aprendizagem de característica invariantes e variantes do movimento (LAI; SHEA,

1998). Maior estabilidade de respostas na execução dos movimentos promove a

formação da estrutura de movimento, enquanto menor estabilidade promove a

aprendizagem de parâmetros. Essa nova possibilidade explanativa trouxe novas

perspectivas sobre a estruturação da prática.

2.5. Novas perspectivas de estudo sobre a estruturação da prática: quando

variar?

Partindo da proposição que a estabilidade gerada na prática interfere na

aprendizagem, Lai e Shea (1998) predizem que a condição de prática constante

promove estabilidade na prática favorecendo assim a formação do PMG, sendo

então, observada uma elevação do status da prática constante nas discussões

sobre como as estruturas de prática interferem no processo de aprendizagem


53

(GIUFFRIDA; SHEA; FAIRBROTHER, 2002; LAI; SHEA; WULF; WRIGHT, 2000;

SHEA; LAI; WRIGHT; IMMINK; BLACK, 2001).

Lai e Shea (1998) encontraram um efeito benéfico da prática constante em relação

à prática variada na aprendizagem de um programa motor generalizado (PMG) em

todas as fases do experimento. Quarenta e oito sujeitos foram divididos em 4

grupos de prática: 1) constante com 50 % de CR, 2) constante com 100 % de CR,

3) seriada com 50% de CR e 4) seriada com 100% de CR. Os grupos de prática

constante obtiveram desempenho superior aos grupos de prática variada em

relação à medida de tempo relativo no teste de transferência. As diferentes

freqüências de CR fornecidas aos grupos constante não influenciaram na

aprendizagem da estrutura do movimento, o mesmo não acontecendo aos grupos

seriados. Esses resultados foram discutidos em termos da consistência promovida

pela estrutura de prática constante, mais especificamente a estabilidade (menor

variabilidade) do PMG. Entretanto, outro resultado interessante mostrou que a

estabilidade promovida pela prática constante tende a degradar a especificação de

parâmetros na tarefa de transferência. Esses resultados sugerem que no início da

aprendizagem a utilização de estruturas de prática que levem a maior consistência

(ex. prática constante) auxilia na aprendizagem da estrutura do movimento (PMG),

para posteriormente variar (ex. prática aleatória) buscando a flexibilidade

(parametrização).

No primeiro experimento do estudo de Lai, Shea, Wulf e Wright (2000) foram

examinados os efeitos do CR em faixa de amplitude sobre o tempo relativo nas


54

práticas constante e variada. A tarefa consistiu em digitar uma seqüência pré-

determinada (2, 4, 8, e 6) da região alfanumérica do teclado em um tempo total de

900 ms. para o grupo constante e 700, 900 e 1.100 ms. para o grupo de prática

variada seriada. Os tempos relativos entre os componentes (2, 4, 8 e 6) da

habilidade consistiram em 22%, 44% e 33% dos tempos absolutos. Quarenta

sujeitos foram divididos em quatros grupos de prática definidos como: 1) controle

constante (100% de freqüência de CR), 2) 15% de faixa de amplitude e prática

constante, 3) controle seriado (100% freqüência de CR) e 4) 15% de faixa de

amplitude e prática seriada. O delineamento constou de três fases: aquisição com

96 tentativas de prática, retenção e transferência 24 horas após o fim da aquisição

com 12 tentativas de prática para cada teste. Os resultados mostraram que,

durante a aquisição, a estabilidade e precisão medidas no tempo relativo foram

significativamente aumentadas pelo CR em faixa e prática constante comparados

a 100% de CR e prática variada. Para os autores, esses resultados replicam os

achados de Lai e Shea (1998) nos quais a prática constante leva a um

desempenho de tempo relativo mais estável e preciso se comparada à prática

variada.

O primeiro experimento de Shea, Lai, Wright, Immink e Black (2001) teve como

objetivo estudar os efeitos das condições de prática constante e variada sobre o

timing relativo e absoluto. Quarenta estudantes universitários foram divididos

aleatoriamente em 4 grupos de prática: 1) constante, 2) em blocos, 3) seriada e 4)

aleatória. A tarefa consistia em digitar uma seqüência pré-determinada de 4 teclas

em tempos alvos relativos (22,2%, 44,4% e 33,3% entre os componentes) e


55

absoluto (900 ms. para o grupo constante, e 700 ms., 900 ms. e 1100 ms. para os

três grupos de prática variada). O experimento constou de uma fase de aquisição

e testes de retenção e transferência, ambos 24 horas após o fim da aquisição. Os

resultados mostraram que na fase de aquisição o desempenho para o timing

relativo foi superior para os grupos constante e em blocos. Nos testes de retenção

e transferência os grupos constante e blocos foram superiores ao grupo aleatório,

enquanto o grupo seriado apresentou desempenho semelhante aos grupos em

blocos e aleatório. Não houveram diferenças entre os grupos na retenção para a

medida de tempo absoluto. Na transferência, os grupos de maior variabilidade,

seriado e aleatório, apresentaram desempenho superior aos grupos em blocos e

constante. Os autores concluíram que os achados trazem evidências adicionais à

idéia de dissociação da aprendizagem de PMG e parâmetros.

Giuffrida, Shea e Fairbrother (2002) investigaram os efeitos das estruturas de

prática constante, em blocos e seriada e da quantidade de prática na

aprendizagem de parâmetros e PMG. Na fase de aquisição, a tarefa consistiu em

apertar 4 teclas dispostas em uma caixa de madeira em uma seqüência pré-

determinada em um tempo total de 900 ms. para o grupo constante e 900, 1.125 e

1.350ms. para o grupo de prática variada seriada. Os tempos relativos entre os

componentes da tarefa consistiram em 22%, 44% e 33% dos tempos absolutos.

Cento e oito participantes foram distribuídos em seis grupos de prática: 1)

constante menor quantidade de prática, 2) em blocos menor quantidade de

prática, 3) seriada menor quantidade de prática, 4) constante maior quantidade de

prática, 5) em blocos maior quantidade de prática e 5) seriada maior quantidade


56

de prática. Os grupos de menor quantidade de prática perfizeram um total 54

tentativas, enquanto os grupo de maior quantidade de prática executaram ao todo

162 tentativas durante a fase de aquisição. Ao fim da aquisição foram aplicados 3

testes: 1) retenção, 2) transferência com mesmo PMG e novo valor de tempo

absoluto (1.575 ms.) e 3) transferência com diferente tempo relativo entre os

componentes (44%, 33% e 22%) e tempo absoluto (1.575 ms.). A análise do erro

relativo para o teste de retenção mostrou que os grupos de prática constante e em

blocos apresentaram desempenho superior comparados ao grupo seriado, e não

foram encontradas diferenças para a quantidade de prática. Em termos de erro

absoluto, não foram encontradas diferenças entre grupos e quantidade de prática.

No teste de transferência com mesmo PMG e diferente valor de parâmetro, o

grupo constante apresentou maior nível de erro relativo comparado aos grupos em

blocos e seriado. Os grupos em blocos e seriado de maior quantidade de prática

apresentaram desempenho superior comparados aos mesmos grupos de menor

quantidade de prática. Para a medida de erro absoluto não foram encontradas

diferenças tanto para grupos quanto para quantidades de prática. No teste de

transferência com diferente PMG e diferente valor de parâmetro, o grupo em

blocos apresentou maior nível de erro relativo comparado aos grupos constante e

seriado. Não foram encontradas diferenças entre quantidade de prática. Em

relação ao erro absoluto, o grupo constante apresentou menor desempenho

comparado aos grupos em blocos e seriado e os grupos de maior quantidade de

prática apresentaram superioridade em relação aos grupos de menor quantidade

de prática. Em linhas gerais, os autores concluíram que o aumento da quantidade

de prática beneficia a aprendizagem das características variante e invariante do


57

movimento. Em relação ao desempenho dos grupos, a prática constante somente

beneficia a aprendizagem do PMG quando o mesmo valor de parâmetro é exigido

nos testes. Esse resultado contradiz os achados de Lai e Shea (1998) e Lai, Shea,

Wulf e Wright (2000) quanto aos benefícios da prática constante mesmo quando

uma nova parametrização é requerida nos testes. Em relação aos grupos de

prática em blocos e seriada, Giuffrida et al. (2002) concluíram que a prática

variada beneficia a aprendizagem de parâmetros de uma mesma habilidade e que

em condições de mudança no tempo relativo, somente a prática com alta

interferência beneficia a aprendizagem.

Em suma, os resultados do estudos citados acima (GIUFFRIDA et al., 2002; LAI;

SHEA, 1998; LAI et al., 2000; SHEA et al., 2001) mostram que a prática variada

com alta interferência contextual beneficia a aprendizagem do tempo absoluto.

Esses resultados corroboram os achados de Sekiya et al. (1994;1996; 2000) em

relação à melhora da capacidade de parametrização e trazem também uma nova

interpretação sobre o papel da prática constante na estruturação da prática. Nos

estudos de Lai et al. (2000) e Lai e Shea (1998), a manipulação de níveis baixos

de freqüência de CR afetou mais efetivamente os grupos de prática variada do

que os grupos de prática constante, resultado que corrobora os achados de Lai e

Shea (1999). Esses resultados sustentam a hipótese de que somente a prática

constante é capaz de promover estabilidade suficiente para a aprendizagem do

PMG, independente da manipulação de outra variável na prática. Entretanto, uma

inconsistência foi encontrada em relação aos efeitos da prática constante no

desempenho em testes de transferência. Giuffrida et al. (2002) encontraram uma


58

desestabilização da estrutura do movimento quando inserida uma mudança de

parâmetros, contrapondo os achados de Lai e Shea (1998), Lai et al. (2000) e

Shea et al. (2001). Independente dos pontos que ainda necessitam de mais

investigação, o mérito desses estudos se concentra na explicação mais ampla

sobre como as estruturas de prática afetam a aprendizagem, e uma concordância

entre esses pesquisadores em suas recomendações é que os protocolos de

prática precisam ser idealizados para contemplar tanto o aprendizado de PMG

como de parâmetros.

Nesse ponto, a análise do conceito de habilidade sob a perspectiva da proficiência

apresentada pelo sujeito se faz necessária para que se possa levar adiante a

discussão sobre esses achados de pesquisas. Os conceitos de consistência e

flexibilidade motora, que em primeira vista podem soar como antagônicos,

refletem o comportamento habilidoso. Dois níveis de análise sobre esses

conceitos podem ser realizados: 1) comportamento observado, ou seja,

consistência quando o sujeito alcança a meta com eficiência e flexibilidade

caracterizando a sua adaptabilidade; 2) em termos de processamento de

informações, ou seja, consistência caracterizada pela recuperação de um padrão

representado pelas características invariantes do movimento na memória e

flexibilidade via uma constante elaboração de esquemas através da capacidade

de parametrização. Esses estudos contribuíram para que o papel da prática

constante e variada fossem revistos, levantando a possibilidade de uma estrutura

de prática que possa contemplar maior estabilidade para a formação do PMG


59

inicialmente e maior flexibilidade posteriormente para conseguir se adaptar a

diferentes exigências. Assim, surge a questão: quando variar?

O segundo experimento de Lai, Shea, Wulf e Wright (2001) apresentou resultados

favoráveis à aprendizagem motora quando níveis mais altos de estabilidade foram

inseridos no início da aquisição através da prática constante, para posteriormente

se inserir níveis mais baixos de estabilidade através da prática variada. Os

desempenhos de quatro grupos de prática (n=40): 1) constante-constante (CC), 2)

constante-variada (CV), 3) variada-constante (VC) e 4) variada-variada (VV) foram

comparados nos testes de retenção e transferência. Os grupos CV e CC

apresentaram desempenho superior ao grupo VV em termos de aprendizagem de

timing relativo (PMG) em ambos os testes corroborando os achados de Lai e Shea

(1998). De acordo com os autores, surpreendentemente o grupo VC apresentou

desempenho similar aos grupos CV e CC no teste de retenção, indicando que

independente se a prática constante foi inserida no início ou final da prática a

oportunidade para o aprendiz executar o mesmo padrão de timing relativo com o

mesmo timing absoluto (ex. prática constante) aumenta a retenção do PMG. O

grupo CV foi superior aos grupos CC e VC no teste de transferência no que tange

a aprendizagem de parâmetros. Esse achado demonstra uma maior efetividade da

prática variada particularmente no final da prática. Vale ressaltar que foi

encontrado na literatura apenas esse estudo utilizou o referencial teórico da teoria

de esquema (SCHMIDT, 1975) combinando estruturas de prática.


60

Com base em um modelo de não-equilíbrio de aprendizagem motora, conhecido

por processo adaptativo, o efeito de diferentes estruturas de prática vem sendo

investigado (CORRÊA, 2001; CORRÊA; BENDA; MEIRA JR; TANI, 2003;

CORRÊA; BENDA; TANI, 2001; PAROLI, 2005). Duas fases da aprendizagem são

propostas nesse modelo: estabilização e adaptação. A primeira se refere à

“estabilização funcional conseguida por meio de feedback negativo que por sua

vez, resulta na padronização espaço-temporal da ação” (CORRÊA et al., 2001. p.

72). A fase de adaptação relaciona-se com a capacidade de adaptação às novas

exigências do contexto. De acordo com Corrêa et al. (2001), uma estrutura é

formada a partir daquelas existentes, através da quebra da estabilidade seguida

por outro regime de estabilidade, porém, em um nível de estabilidade superior.

O estudo de Corrêa (2001) apresentou resultados favoráveis às estruturas de

prática mistas na aprendizagem de habilidades de timing antecipatório em tarefas

complexas. Cinqüenta e oito crianças sem experiência prévia na tarefa foram

distribuídas em 4 grupos de prática: 1) constante, 2) aleatória, 3) constante-

aleatória e 4) aleatória-constante. O delineamento consistiu de 2 fases: 1)

estabilização com 72 tentativas de prática e 2) adaptação com 36 tentativas de

prática. De forma geral, os resultados mostraram que quando a tarefa da

estabilização foi modificada, o grupo de prática constante-aleatório obteve o

melhor desempenho apresentando assim, maior capacidade de adaptação.

Os efeitos da prática constante e aleatória na aprendizagem foram investigados

por Corrêa, Benda e Tani (2001). A tarefa utilizada foi o arremesso de dardo de
61

salão. Trinta e nove crianças foram divididas em 4 grupos de prática: 1) constante,

2) aleatória, 3) constante-aleatória e 4) aleatória-constante. O delineamento

experimental foi composto pelas fases de estabilização e adaptação. Os

participantes do grupo constante praticaram 108 arremessos a uma distância de

2,6 metros na fase de estabilização. Os sujeitos do grupo aleatório executaram 36

arremessos de 2 metros, 2,60 metros e 3,20 metros, perfazendo ao todo 108

tentativas de prática. Os participantes dos dois grupos de prática combinada

executaram 108 tentativas divididas em 54 tentativas para cada uma das duas

possibilidades de combinação. Na fase de adaptação todos os sujeitos

executaram 36 tentativas na distância de 2,30 metros e com uma empunhadura

diferente à utilizada na fase de estabilização. Os resultados foram analisados em

termos de precisão e consistência e não foram encontradas diferenças entre os

grupos de prática em ambas as fases do experimento. Os resultados foram

discutidos em termos de pouca adequação da tarefa ao nível de desenvolvimento

dos participantes e pouca sensibilidade das medidas utilizadas para detectar a

ocorrência de aprendizagem.

Corrêa, Benda, Meira Jr e Tani (2003) investigaram estruturação de prática e

processo adaptativo na aquisição de uma tarefa de controle de força manual.

Oitenta crianças foram distribuídas em quatro grupos de prática: 1) constante, 2)

aleatória, 3) constante-aleatório e 4) aleatório-constante. Todos os sujeitos

praticaram 30 tentativas na fase de estabilização. Os sujeitos do grupo constante

executaram trinta tentativas com 60% da força máxima de preensão. O grupo

aleatório dez tentativas com 20, 60 e 80% da força máxima de preensão. O grupo
62

constante-aleatório praticou as primeiras 15 tentativas com 60% da força máxima

e as últimas 15 tentativas com 20, 60 e 80% da força máxima. O grupo aleatório-

constante praticou as primeiras 15 tentativas com 20, 60 e 80% da força máxima

de preensão e as últimas 15 tentativas com 60% da força máxima. Na fase de

adaptação todos os sujeitos praticaram 20 tentativas com 40% da força máxima.

Os grupos constante e constante-aleatório foram mais precisos que os grupos

aleatório e aleatório-constante na fase de adaptação. Em relação à consistência, o

grupo constante obteve maior desempenho em relação aos outros três grupos. Os

autores concluem que a prática variada pode ser prejudicial à aprendizagem se

algum nível de estabilidade ainda não tiver sido atingida. A prática constante e a

prática constante seguida pela prática aleatória facilita a reorganização da

habilidade requerida na fase de adaptação.

Corrêa, Barros, Gonçalves, Massigli e Souza (2004) investigaram como diferentes

quantidades de prática constante interferem na aprendizagem quando aplicadas a

estrutura de prática constante-aleatória. Foi utilizada uma tarefa complexa de

timing coincidente. Trinta crianças foram designadas para 3 grupos experimentais:

1) constante-aleatório critério, 2) constante-aleatório 33%, 3) constante-aleatório

66%. Durante a fase de estabilização todos os sujeitos praticaram de forma

constante até atingirem 3 tentativas consecutivas com erro absoluto dentro da

faixa abaixo de 50 ms. Para os grupos constante-aleatório 33% e constante-

aleatório 66%, a prática constante foi estendida por mais 33% e 66%,

respectivamente. Na fase de adaptação, todos os participantes executaram 36

tentativas com novas velocidades de estímulo visual e diferentes padrões


63

seqüenciais de respostas. As análises dos resultados indicaram que a prática

constante pode ser aplicada até o desempenho critério. Maiores quantidades de

prática constante não contribuíram efetivamente para a consistência da estrutura

do movimento.

Paroli (2005) investigou o efeito das estruturas de prática constante-blocos e

constante-aleatória em uma tarefa de timing coincidente. Cento e setenta e nove

participantes foram distribuídos em três experimentos. No primeiro experimento

(n=59) foi manipulada a velocidade do estímulo visual e os resultados mostraram

um desempenho semelhante entre os grupos na fase de adaptação. No segundo

experimento (n=60) foram manipulados padrões seqüenciais de resposta. Na fase

de adaptação, o grupo de prática constante-blocos foi mais consistente e preciso

do que o grupo de prática constante-aleatório nas medidas que permitem

inferências sobre a microestrutura do programa. No terceiro experimento (n=60)

foram manipulados tanto a velocidade do estímulo visual quanto a seqüência de

movimentos. Os resultados mostraram superioridade do grupo constante-blocos

comparado ao grupo constante-aleatório em relação ao número de acertos de

execução. A autora concluiu que na análise conjunta dos resultados, a prática

constante seguida da prática em blocos proporcionou maior efetividade na

aprendizagem.

Esses resultados de estudos, independente do referencial teórico assumido,

(CORRÊA, 2001; CORRÊA et al., 2001; 2003; 2004; LAI; SHEA; WULF; WRIGHT,

2000; PAROLI, 2005) se relacionam à proposta de Summers (1989) sobre como


64

deve ocorrer o processo de aprendizagem motora. Summers (1989) propõe que a

aprendizagem se dê em dois estágios. Primeiramente uma estrutura, ou seja, um

padrão de movimento deve ser formado pela aquisição da seqüência correta e a

sincronização dos movimentos que compõem a habilidade, para então se

introduzir a variabilidade de prática. Em termos práticos significa iniciar a

aprendizagem com a prática constante para a aquisição do PMG para

posteriormente introduzir variações na tarefa para desenvolver o esquema motor

responsável pela parametrização do movimento.

Em suma, alguns pesquisadores vêm utilizando o referencial teórico da teoria de

esquema, porém, com um paradigma experimental que difere aprendizagem de

PMG e parâmetros (LAI; SHEA, 1998; LAI et al., 2000, SHEA et al., 2001), assim

como, o referencial teórico do processo adaptativo (CORRÊA, 2001; CORRÊA et

al., 2001; 2003; 2004; PAROLI, 2005) buscando investigar de maneira ampla o

fenômeno da aprendizagem. Independente da posição teórica assumida, o mérito

desses estudos esta na produção de conhecimento para a aprendizagem motora

através de uma explanação mais completa sobre como a relação entre estruturas

de prática constante e variada geram consistência e flexibilidade motoras.

Um ponto de crítica em relação aos conceitos adotados é que determinada

variável independente afeta a aprendizagem de parâmetros (LAI; SHEA, 1998; LAI

et al., 2000, SHEA et al., 2001; SEKYIA et al. 1994;1996;2000). Parâmetros são

valores gerados e não aprendidos, e como já proposto por Giuffrida et al. (2002), a

melhor conceituação sobre os efeitos de uma determinada variável independente


65

sobre o tempo relativo é a mudança na capacidade de parametrização, ou seja, na

capacidade de gerar valores absolutos relacionados à velocidade, força e tipo de

unidade efetora requeridos na produção do movimento. Assim, diferentes dos

estudos anteriormente citados, não será utilizado o termo “aprendizagem de

parâmetros”, mas sim “melhoria da capacidade de parametrização”.

Poucos estudos investigaram o papel da combinação de estruturas de prática na

aprendizagem motora (CORRÊA, 2001; CORRÊA et al., 2001; 2003; 2004; LAI et

al., 2000; PAROLI, 2005). Mais investigações se justificam no sentido de verificar

ou não a regularidade dos resultados favoráveis à combinação de prática

constante com a prática variada. Somente Paroli (2005) investigou os efeitos da

estrutura de prática constante-blocos na aprendizagem, porém, não foram

incluídos grupos de prática constante, em blocos e aleatório e combinações

inversas às propostas no experimento.

3. OBJETIVO

Verificar os efeitos de diferentes estruturas de prática na aprendizagem de

habilidades motoras seriadas.

3. HIPÓTESES DE ESTUDO

Os grupos de prática aleatória e em blocos deverão apresentar desempenho

superior ao grupo de prática constante nos testes de transferência.


66

O grupo de prática aleatória apresentará desempenho superior ao grupo de

prática em blocos nos testes de transferência.

O grupo de prática combinada constante-aleatório deverá alcançar desempenho

superior aos demais grupos nos testes de transferência.

5. MÉTODO

5.1. Amostra

Participaram deste estudo 90 sujeitos universitários destros de ambos os sexos,

na faixa etária entre 18 e 35 anos, idade média de 25,7 ± 3,5 anos, sendo todos

voluntários e com consentimento livre e esclarecido.

5.2. Instrumento e tarefa

Foi utilizado um microcomputador, no qual os sujeitos utilizaram a região

alfanumérica do teclado (FIG. 01), para digitar uma seqüência pré-determinada de

teclas (2,8,6 e 4) e um software para controle das tarefas e armazenamento dos

dados.
67

FIGURA 01

Desenho esquemático do teclado e teclas digitadas no experimento.

8
4 6
2

5.3. Delineamento experimental

Noventa participantes foram distribuídos aleatoriamente em 9 grupos de prática: 1)

constante (C), 2) constante-aleatório (CA), 3) constante-blocos (CB), 4) aleatório

(A), 5) aleatório-constante (AC), 6) aleatório-blocos (AB), 7) em blocos (B), 8)

blocos-aleatório (BA), e 9) blocos-constante (BC). A seqüência de tempos alvo

absoluto foi de 700, 1.100 e 900 ms. para o grupo em blocos. Todos os

participantes praticaram 120 tentativas na fase de aquisição, sendo que após 60

tentativas houve 3 minutos de intervalo. Os 9 grupos de prática receberam 100%

de conhecimento de resultados (CR) sobre o tempo relativo (22,2%, 44,4% e

33,3%) e absoluto na fase de aquisição. Quinze minutos após o fim da fase de

aquisição, os participantes de cada grupo realizaram um teste de transferência

imediata. Vinte e quatro horas após o fim do teste de transferência imediata, foi

realizado o teste de transferência atrasada. Ambos os testes constaram de 12

tentativas de prática da mesma tarefa em termos de seqüência de movimento e

tempo relativo, entretanto, em um novo tempo absoluto (1.300 ms.).


68

5.4. Procedimentos

A coleta de dados foi realizada individualmente em uma sala específica para essa

finalidade. Todos os participantes leram o termo de consentimento livre e

esclarecido (Apêndice 1). Logo após assinarem o termo, receberam instruções

verbais e demonstrações sobre a tarefa e as formas de fornecimento de CR

disponibilizadas pelo software. Assentados em frente ao microcomputador, os

participantes ajustaram o monitor de vídeo e o teclado aos seus critérios. A

informação sobre os tempos relativos esteve disposta durante toda a fase de

aquisição na tela do microcomputador e ao início de cada tentativa a informação

sobre o tempo alvo total era disponibilizada para os participantes. Na primeira fase

do experimento, aquisição, a tarefa consistiu em realizar uma seqüência de

movimentos, teclando os números 2,8,6 e 4 da região alfanúmerica de um teclado

em tempos alvo absoluto de 700, 900 e 1.100 ms., e, em um tempo relativo entre

as teclas (22.2% de 2 para 8, 44.4% de 8 para 6 e 33.3% de 6 para 4). Após o

sinal “inicie a próxima tentativa” apresentado na tela pelo software, a seqüência a

ser teclada era realizada, e ao final da digitação, o CR era fornecido com as

seguintes informações: erro percentual dos 3 tempos relativos, tempo total

absoluto em milissegundos e o percentual do erro total relativo que se refere a

soma dos 3 valores de erro relativo. Vale ressaltar que o fornecimento de CR foi

suprimido nos testes. Após 60 tentativas de prática, o programa de controle da

tarefa era automaticamente “fechado”, e todos os sujeitos aguardavam 3 minutos

para que o software fosse novamente executado, agora com uma nova estrutura

de prática no caso dos grupos de prática mista.


69

5.5. Medidas

As variáveis dependentes de interesse desse estudo foram: 1) erro relativo, 2) erro

absoluto e 3) erro global.

1) O erro relativo (ER) se refere à soma das diferenças entre a proporção alvo e a

proporção atingida para cada segmento (S): ER = ⏐S1 – 22,2⏐ + ⏐S2 – 44,4⏐

+ ⏐S3 - 33,3⏐) x 100. As proporções dos segmentos foram calculadas pela

equação: Sn= (tempo realizado no segmenton / tempo total do movimento) x

100. Essa medida se relaciona ao ganho de consistência, ou seja, a formação

da estrutura do movimento.

2) O erro absoluto (EA) corresponde à diferença entre o tempo realizado em valor

absoluto e o tempo total desejado, possibilitando inferências sobre a

capacidade de parametrização dos sujeitos, ou seja, sobre a flexibilidade

adquirida na aprendizagem.

3) A medida de erro global (EG) se refere à medida de desempenho geral que

engloba erros de PMG e parâmetros. Essa medida foi determinada pela soma das

diferenças absolutas entre o tempo alvo (ta) do segmento e o tempo realizado

para cada segmento (tr), definido pela seguinte equação: EG = |tr1 - ta1| + |tr2 -

ta2| + | tr3 -ta3|.


70

5.6. Procedimentos estatísticos

• Análise descritiva (média e desvio padrão intra-sujeitos em blocos de 12

tentativas.

• Teste ANOVA two-way para identificar possíveis diferenças inter-grupos na

aquisição e nos testes

• Teste Post Hoc de Tukey.

5.7. Cuidados éticos

O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal

de Minas Gerais, respeitando todas as normas estabelecidas pelo Conselho

Nacional de Saúde para pesquisas com seres humanos (parecer número ETIC

343/04 - Anexo 01).

6. RESULTADOS

Os dados foram organizados em blocos de 12 tentativas e os resultados foram

analisados em termos de erro relativo, erro absoluto e erro global na 1) fase de

aquisição e 2) entre o último bloco da fase de aquisição e os blocos dos testes de

transferência imediata (TI) e transferência atrasada (TA). Para a análise da

variabilidade foi calculado o desvio padrão das três medidas de erro. Para a
71

análise descritiva e estatística, todos os nove grupos foram analisados em

conjunto

6.1. Erro relativo

A análise descritiva dos nove grupos de prática na fase de aquisição indica uma

maior estabilização por parte dos grupos que praticaram de forma constante,

independente do momento no qual essa estrutura de prática foi inserida. Em linhas

gerais, todos os grupos, com exceção do blocos-aleatório, apresentaram um

aumento da precisão no que tange a formação de uma estrutura caracterizada

pelo menor número de erros de tempo relativo do início para o fim da aquisição

(FIG. 02).

Os grupos constante-aleatório e constante-blocos apresentaram melhor

desempenho comparado aos demais grupos nos testes de transferência imediata

e atrasada. Os grupos de prática aleatória e aleatório-constante apresentaram

melhor adaptação somente no teste de transferência atrasada e, por fim, os

grupos que apresentaram pior desempenho nos testes foram aqueles que em

algum momento da aquisição praticaram as habilidades em blocos, com exceção

do grupo constante-blocos (FIG. 02).


72

FIGURA 02

Médias do erro relativo de todos os grupos experimentais na fase de aquisição e

testes de transferência imediata e atrasada.

40
35 C
30 CA
Erro Relativo (%)

CB
25
A
20 AC
AB
15
B
10 BA
5 BC

0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 TI TA
Blocos de 12 tentativas

Os dados da fase de aquisição foram analisados através de uma ANOVA two-way

(9 grupos X 10 blocos) com medidas repetidas no segundo fator que detectou

diferença significante entre grupos [F (8,81) = 4,94, p < 0,01]. O teste Post Hoc de

Tukey indicou que o grupo constante apresentou melhor desempenho comparado

aos grupos aleatório, aleatório-constante e blocos-aleatório (p < 0,05). Uma

diferença marginal foi encontrada entre o grupo constante e os grupos de prática

aleatório-blocos e em blocos (p = 0,07). O grupo constante-aleatório obteve

desempenho superior aos grupos aleatório, aleatório-constante, aleatório-blocos,

blocos-aleatório e em blocos (p < 0,05).


73

Foi também verificada uma diferença no fator blocos na fase de aquisição [F

(9,729) = 12,18, p < 0,01]. O teste Post Hoc de Tukey apontou diferença entre os

seguintes blocos:

1) 1o bloco com maior número de erros comparado aos demais (p < 0,05).

2) 2o bloco com maior número de erros que o 8o, 9o, e 10o blocos (p < 0,05).

3) 3o bloco com maior número de erros que o 8o, 9o e 10o blocos (p < 0,05).

4) 4o bloco com maior número de erros que o 8o, 9o e 10o blocos (p < 0,05).

5) 6o bloco com maior número de erros que o 10o bloco (p < 0,05).

6) 7o bloco com maior número de erros que o 10o bloco (p < 0,05).

Foi ainda encontrada diferença significativa na interação entre grupos e blocos na

fase de aquisição [F (72,729) = 2,08, p < 0,01). O teste Post Hoc de Tukey indicou

as seguintes diferenças:

1) O 1º bloco do grupo aleatório apresentou maior nível de erro comparado ao 1º

bloco dos grupos constante-aleatório e constante-blocos (p < 0,01). Assim

como, apresentou maior nível de erro comparado ao 9º e 10º blocos do grupo

aleatório (p < 0,05).

2) O 2º, 4º e 5º blocos do grupo aleatório apresentaram maior nível de erro

comparados ao 2º, 4º e 5º blocos do grupo constante-aleatório,

respectivamente (p < 0,05).

3) O 1º bloco do grupo aleatório-constante apresentou maior nível de erro

comparado ao 1º bloco do grupo constante-aleatório (p < 0,05). Assim como,


74

apresentou maior nível de erro comparado ao 8º, 9º e 10º blocos do grupo

aleatório-constante (p < 0,05).

4) O 2º, 4º e 5º blocos do grupo aleatório-constante apresentaram maior nível de

erro comparados ao 2º, 4º e 5º blocos do grupo constante-aleatório,

respectivamente (p < 0,05).

5) O 4º bloco do grupo aleatório-blocos apresentou maior nível de erro

comparado ao 9º bloco do mesmo grupo (p < 0,05).

6) O 2º, 3º e 4º blocos do grupo aleatório-blocos apresentaram maior nível de erro

comparados ao 2º, 3º e 4º blocos do grupo constante-aleatório,

respectivamente (p < 0,05).

7) O 1º bloco do grupo blocos-constante apresentou maior nível de erro

comparado ao 8º e 10º blocos do mesmo grupo (p < 0,05).

8) O 2º bloco do grupo blocos-constante apresentou maior nível de erro

comparado ao 2º bloco do grupo constante-aleatório (p < 0,05).

Uma outra ANOVA two-way (9 grupos X 3 blocos) com medidas repetidas no

segundo fator foi aplicada para o último bloco da fase de aquisição, teste de

transferência imediata e teste de transferência atrasada. Não foi detectada

diferença entre grupos [F (8,81) = 1,75, p = 0,099] e na interação entre grupos e

blocos [F (16,162) = 1,49, p = 0,106]. Para o fator blocos, foi encontrada diferença

[F (2 ,162) = 38,75, p < 0,01) e o teste Post Hoc de Tukey indicou que o último

bloco da aquisição apresentou menor erro comparado aos testes de transferência

imediata e atrasada (p < 0,01).


75

6.2. Erro absoluto

A análise descritiva dos grupos de prática na fase de aquisição indica uma maior

precisão na parametrização por parte dos grupos que praticaram de forma

constante na primeira metade da fase de aquisição. O mesmo efeito foi observado

na segunda metade da fase de aquisição. Os grupos de prática que iniciaram de

forma aleatória apresentaram o maior nível de erros no primeiro bloco da

aquisição em comparação aos outros grupos de prática. Em linhas gerais, todos

os grupos finalizaram a fase de aquisição com mesmo nível de desempenho em

relação à capacidade de parametrização, com discreta inferioridade dos grupos

blocos-aleatório e blocos-constante (FIG. 03).

No teste de transferência imediata os dois grupos de prática mista constante-

aleatório e constante-blocos apresentaram desempenho superior aos demais

grupos, porém, no teste de transferência atrasada, o grupo de prática aleatória

apresentou melhor desempenho. Os grupos de prática mista constante-aleatório e

constante-blocos apresentaram pequena deterioração em relação ao desempenho

no teste anterior. Os grupos em blocos, blocos-constante e blocos-aleatório

apresentaram o piores níveis de precisão comparados aos demais grupos (FIG.

03).
76

FIGURA 03

Médias do erro absoluto de todos os grupos experimentais na fase de aquisição e

testes de transferência imediata e atrasada.

450
400
C
350 CA
CB
Erro absoluto (ms.)

300
A
250
AC
200 AB
B
150
BA
100 BC
50
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 TI TA
Blocos de 12 tentativas

Os dados da fase de aquisição foram analisados através de uma ANOVA two-way

(9 grupos X 10 blocos) com medidas repetidas no segundo fator que revelou

diferença significante entre grupos [F (8,81) = 6,09, p < 0,01]. O teste Post Hoc de

Tukey indicou que os grupos constante e constante-aleatório apresentaram melhor

desempenho comparados aos grupos aleatório, aleatório-constante, aleatório-

blocos e blocos-aleatório (p < 0,05). O grupo constante-blocos apresentou melhor

desempenho comparado ao grupo aleatório (p < 0,05).


77

Foi também detectada diferença significante entre blocos na fase de aquisição [F

(9,729) = 12,18, p < 0,01] e o teste Post Hoc de Tukey apontou diferença entre os

seguintes blocos:

1) 1o bloco com maior número de erros que o 4o, 5o, 6o, 7o, 8o, 9o e 10o blocos (p <

0,05).

2) 2o bloco com maior número de erros que o 6o, 9o, e 10o blocos (p < 0,05).

3) 3o bloco com maior número de erros que o 5o, 6o, 8o, 9o e 10o blocos (p < 0,05).

4) 4o bloco com maior número de erros que o 9o e 10o blocos (p < 0,05).

5) 7o bloco com maior número de erros que o 10o bloco (p < 0,05).

Na interação entre grupos e blocos na fase de aquisição foi verificada uma

diferença significativa [F (72,729) = 3,09, p < 0,01] e o teste Post Hoc de Tukey

mostrou as seguintes diferenças:

1) O 1º bloco do grupo aleatório apresentou maior nível de erro comparado ao 1º

bloco dos grupos constante-aleatório, constante-blocos, blocos-aleatório e

blocos-constante (p < 0,05).

2) O 1º bloco do grupo aleatório apresentou maior nível de erro comparado ao 9º

e 10º blocos do grupo aleatório (p < 0,05).

3) O 4º e 5º blocos do grupo aleatório apresentaram maior nível de erro

comparados ao 4º e 5º blocos do grupo constante-aleatório, respectivamente

(p < 0,05).

4) O 1º bloco do grupo aleatório-constante apresentou maior nível de erro

comparado ao 6º, 8º, 9º e 10º blocos do grupo aleatório-constante (p < 0,05).


78

5) O 1º bloco do grupo aleatório-constante apresentou maior nível de erro

comparado ao 1º bloco dos grupos constante-aleatório e constante-blocos (p <

0,05).

6) O 5º bloco do grupo aleatório-constante apresentou maior nível de erro

comparado ao 5º bloco do grupo constante-aleatório (p < 0,05).

7) O 1º bloco do grupo aleatório-blocos apresentou maior nível de erro o 6º, 9º e

10º blocos do grupo aleatório-blocos (p < 0,05).

8) O 2o bloco do grupo aleatório-blocos apresentou maior nível de erro

comparado ao 2º bloco do grupo constante-aleatório (p < 0,05).

9) O 3º bloco do grupo aleatório-blocos apresentou maior nível de erro

comparado ao 6º, 9º e 10º blocos do grupo aleatório-blocos (p < 0,05).

10) O 3º bloco do grupo aleatório-blocos apresentou maior nível de erro

comparado ao 3º bloco dos grupos constante, constante-aleatório e constante-

blocos (p < 0,05).

11) O 3º bloco do grupo aleatório-blocos apresentou maior nível de erro

comparado ao 3º bloco dos grupos constante e constante-aleatório (p < 0,05).

12) O 4º bloco do grupo aleatório-blocos apresentou maior nível de erro

comparado ao 4º bloco do grupo constante-aleatório (p < 0,05).

13) O 9º bloco do grupo aleatório-blocos apresentou maior nível de erro

comparado ao 9º bloco do grupo constante (p < 0,05).

14) O 2º bloco do grupo blocos-constante apresentou maior nível de erro

comparado ao 2º bloco do grupo constante-aleatório (p < 0,05).


79

15) O 3º bloco do grupo blocos-constante apresentou maior nível de erro

comparado ao 5º, 6º, 7º, 8º, 9º e 10º blocos do grupo blocos-constante (p <

0,05).

16) O 3º bloco do grupo blocos-constante apresentou maior nível de erro

comparado ao 3º bloco dos grupos constante, constante-aleatório, constante-

blocos (p < 0,05).

17) O 4º bloco do grupo blocos-constante apresentou maior nível de erro

comparado ao 4º bloco do grupo constante-aleatório (p < 0,05).

Uma outra ANOVA two-way (9 grupos X 3 blocos) com medidas repetidas no

segundo fator foi aplicada para o último bloco da fase de aquisição, teste de

transferência imediata e teste de transferência atrasada. Não foi encontrada

diferença entre grupos [F (8,81) = 1,41, p = 0,202]. Para o fator blocos, foi

encontrada diferença significante [F (2,162) = 83,53, p < 0,01] e o teste Post Hoc

de Tukey indicou que o último bloco da aquisição apresentou menor erro

comparado aos blocos do teste de transferência imediata e atrasada (p < 0.01).

Também foi encontrada diferença significante na interação entre grupos e blocos

[F (16,162) = 2, 08, p < 0,01]. O teste Post Hoc de Tukey detectou as seguintes

diferenças:

1) Para o grupo constante, o último bloco da fase de aquisição apresentou

menor nível de erro que os blocos dos testes de transferência imediata e

atrasada (p < 0.05).


80

2) Para o grupo aleatório-constante, o último bloco da fase de aquisição

apresentou menor nível de erro que o bloco do teste de transferência

imediata (p < 0.05).

3) Para o grupo aleatório-blocos, o último bloco da fase de aquisição

apresentou menor nível de erro que o bloco do teste de transferência

atrasada (p < 0.05).

4) Para o grupo em blocos, o último bloco da fase de aquisição apresentou

menor nível de erro que o bloco do teste de transferência atrasada (p <

0.05).

5) Para o grupo blocos-constante, o último bloco da fase de aquisição

apresentou menor nível de erro que os blocos dos testes de transferência

imediata e atrasada (p < 0.05).

6) O bloco do teste de transferência atrasada do grupo em aleatório

apresentou menor nível de erro comparado aos blocos do teste de

transferência atrasada dos grupos em blocos e blocos-constante (p < 0.05).

6.3. Erro global

Na primeira metade da fase de aquisição os grupos que iniciaram a prática de

forma constante apresentaram desempenho global superior aos grupos que

iniciaram em condições de prática variada. Na segunda metade, os grupos

apresentaram desempenhos similares, e o grupo que atingiu menor nível de

desempenho foi o grupo blocos-aleatório (FIG. 04).


81

Nos teste de transferência imediata o grupos de prática constante-aleatório e

constante-blocos apresentaram melhor desempenho comparados aos demais

grupos. No teste de transferência atrasada os grupo de prática aleatória e

aleatório-constante se adaptaram igualando o desempenho aos grupos constante-

aleatório e constante-blocos (FIG. 04).

FIGURA 04

Médias do erro global de todos os grupos experimentais na fase de aquisição e

testes de transferência imediata e atrasada.

600

500 C
CA
Erro global (ms.)

400 CB
A
300 AC
AB
200 B
BA
100 BC

0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 TI TA
Blocos de 12 tentativas

Os dados da fase de aquisição foram analisados através de uma ANOVA two-way

(9 grupos X 10 blocos) com medidas repetidas no segundo fator que detectou


82

diferença significante entre grupos [F (8,81) = 4,87, p < 0,01]. O teste Post Hoc de

Tukey indicou que os grupos constante e constante-blocos apresentaram melhor

desempenho comparados aos grupos aleatório, aleatório-constante, aleatório-

blocos, blocos-aleatório e em blocos (p < 0,05). O grupo constante-aleatório

obteve desempenho superior aos grupos aleatório, aleatório-constante, aleatório-

blocos, blocos-aleatório, blocos-constante e em blocos (p < 0,05). O grupo blocos-

constante apresentou melhor desempenho comparado ao grupo aleatório (p <

0,05).

Foi também verificada diferença entre blocos na fase de aquisição [F (9,729) =

10,35, p < 0,01] e o teste Post Hoc de Tukey apontou diferença entre os seguintes

blocos:

1) 1o bloco com maior número de erros que o 5o, 6o, 7o, 8o, 9o e 10o blocos (p <

0,05).

2) 2o bloco com maior número de erros que o 6o, 9o, e 10o blocos (p < 0,05).

3) 3o bloco com maior número de erros que o 5o, 6o, 8o, 9o e 10o blocos (p < 0,05).

4) 4o bloco com maior número de erros que o 9o e 10o blocos (p < 0,05).

5) 7o bloco com maior número de erros que o 10o bloco (p < 0,05).

Na interação entre grupos e blocos na fase de aquisição verificou-se diferença

significativa [F (72,729) = 3,09, p < 0,01] e o teste Post Hoc de Tukey detectou as

seguintes diferenças:
83

1) O 1º bloco do grupo aleatório apresentou maior nível de erro comparado ao 1º

bloco do grupo constante-aleatório (p < 0,05), assim como comparado ao 10º

bloco do grupo aleatório (p < 0,05).

2) O 3º bloco do grupo aleatório apresentou maior nível de erro comparado ao 3º

bloco dos grupos constante, constante-aleatório e constante-blocos (p < 0,05).

3) O 5º bloco do grupo aleatório apresentou maior nível de erro comparado ao 5º

bloco do grupo constante-aleatório (p < 0,05).

4) O 8º bloco do grupo aleatório apresentou maior nível de erro comparado ao 8º

bloco dos grupos constante e blocos-constante (p < 0,05).

5) O 1º bloco do grupo aleatório-constante apresentou maior nível de erro

comparado ao 10º bloco do grupo aleatório-constante (p < 0,05).

6) O 3º bloco do grupo aleatório-blocos apresentou maior nível de erro

comparado ao 3º bloco do grupo constante-aleatório (p < 0,05).

7) O 4º bloco do grupo aleatório-blocos apresentou maior nível de erro

comparado ao 4º bloco do grupo constante-aleatório (p < 0,05).

8) O 3º bloco do grupo em blocos apresentou maior nível de erro comparado ao

3º bloco dos grupos constante e constante-aleatório (p < 0,05).

9) O 3º bloco do grupo blocos-aleatório apresentou maior nível de erro

comparado ao 3º bloco dos grupos constante, constante-aleatório e constante-

blocos (p < 0,05).

10) O 3º bloco do grupo blocos-constante apresentou maior nível de erro

comparado ao 3º bloco dos grupos constante, constante-aleatório, constante-

blocos e blocos-constante (p < 0,05), assim como comparado ao 7º, 8º, 9º e

10º blocos do grupo blocos-constante.


84

11) O 4º bloco do grupo blocos-constante apresentou maior nível de erro

comparado ao 4º bloco do grupo constante-aleatório (p < 0,05).

12) O 8º bloco do grupo aleatório apresentou maior nível de erro comparado ao

8º bloco do grupo blocos-constante (p < 0,05).

Uma outra ANOVA two-way (9 grupos X 3 blocos) com medidas repetidas no

segundo fator foi aplicada para o último bloco da fase de aquisição, teste de

transferência imediata e teste de transferência atrasada. Não foi encontrada

diferença significante entre grupos [F (8,81) = 1,41, p = 0,092] e na interação entre

grupos e blocos [F (16,162) = 1,49, p < 0,106]. Para o fator blocos foi encontrada

diferença significante [F (2,162) = 102,5, p < 0,01) e o teste Post Hoc de Tukey

indicou que o último bloco da aquisição apresentou menor erro comparado aos

blocos dos testes de transferência imediata e atrasada (p < 0.01).

6.4. Desvio padrão do erro relativo

O comportamento apresentado pelos grupos de prática na fase de aquisição

indicou que a interação entre algumas estruturas de prática obtiveram maior

consistência que as estruturas de prática sem combinação. Os grupos que

iniciaram a fase de aquisição de forma constante e posteriormente praticaram de

forma variada obtiveram de forma geral, menor variabilidade que o grupo

constante, assim como os grupos que iniciaram praticando em blocos e

posteriormente mudaram o regime de prática em comparação ao grupo em blocos.


85

Esse efeito só não foi observado entre os grupos de prática mista que iniciaram a

prática em regime aleatório comparados ao grupo aleatório (FIG. 05).

Os grupos aleatório-blocos e em blocos apresentaram maior variabilidade

comparados aos demais grupos nos testes de transferência imediata e atrasada.

O grupo em blocos apresentou pior consistência no teste de transferência imediata

e o grupo aleatório-blocos no teste de transferência atrasada (FIG. 05).

FIGURA 05

Médias do desvio padrão do erro relativo de todos os grupos experimentais na

fase de aquisição e testes de transferência imediata e atrasada.

30
C
25
CA
CB
DP do ER (%)

20
A
15 AC
AB
10 B
BA
5
BC
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 T1 T2
Blocos de 12 tentativas
86

Os dados da fase de aquisição foram analisados através de uma ANOVA two-way

(9 grupos X 10 blocos) com medidas repetidas no segundo fator que registrou

diferença significante entre grupos [F (8,81) = 2,,42, p < 0,05]. O teste Post Hoc de

Tukey indicou que os grupos constante-aleatório, blocos-aleatório e blocos-

constante apresentaram maior consistência comparados aos grupos constante,

aleatório e em blocos (p < 0,05). O grupo constante-blocos foi mais consistente

que os grupos constante e aleatório (p < 0,05).

Foi também detectada diferença significante para o fator blocos na fase de

aquisição [F (9,729) = 2,57, p < 0,01] e o teste Post Hoc de Tukey mostrou maior

variabilidade do 1o bloco comparado ao 3o, 8o, 9o e 10o blocos (p < 0,05). Não

houve diferença significante na interação entre grupos e blocos na fase de

aquisição [F (72,729) = 1,26, p < 0,08].

Uma outra ANOVA two-way (9 grupos X 3 blocos) com medidas repetidas no

segundo fator foi aplicada para o último bloco da fase de aquisição, teste de

transferência imediata e teste de transferência atrasada. Foi encontrada diferença

significante entre grupos [F (8,81) = 3,38, p < 0,01]. O teste Post Hoc de Tukey

apontou maior variabilidade do grupo em blocos comparado aos grupos aleatório e

blocos-constante (p < 0,05). O grupo constante apresentou maior variabilidade

comparado ao grupo blocos-constante (p < 0,05).

Para o fator blocos verificou-se diferença significante [F (2,162) = 5,29, p < 0,01) e

o teste Post Hoc de Tukey indicou que o último bloco da aquisição apresentou
87

menor variabilidade comparado ao blocos do teste de transferência imediata e

atrasada (p < 0,01). Não foi encontrada diferença significante na interação entre

grupos e blocos [F (16,162) = 1,49, p = 0,106].

6.5. Desvio padrão do erro absoluto

Na fase de aquisição, a análise descritiva dos grupos de prática indicou maior

consistência por parte dos grupos que praticaram de forma constante a primeira

metade da fase de aquisição. O mesmo efeito foi observado no último bloco de

tentativas da fase de aquisição, tendo os grupos que praticaram de forma

constante a segunda fase de prática associado ao grupo aleatório-blocos

apresentado maior consistência comparados aos demais grupos (FIG. 06).

Na análise do teste de transferência imediata o grupo em blocos apresentou maior

variabilidade em relação aos demais grupos de prática. No teste de transferência

atrasada os grupos que apresentaram maior variabilidade foram os grupos de

prática em blocos e aleatório-blocos. O grupo de prática constante-blocos

apresentou maior consistência comparado aos outros grupos de prática em ambos

os testes de transferência (FIG. 06).


88

FIGURA 06

Médias do desvio padrão do erro absoluto de todos os grupos experimentais na


fase de aquisição e testes de transferência imediata e atrasada.

300
C
250 CA
DP do EA (ms.)

CB
200
A
150 AC
AB
100
B
50 BA
BC
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 T1 T2
Blocos de 12 tentativas

Os dados da fase de aquisição foram analisados através de uma ANOVA two-way

(9 grupos X 10 blocos) com medidas repetidas no segundo fator que registrou

diferença significante entre grupos [F (8,81) = 2,96, p < 0,01]. O teste Post Hoc de

Tukey indicou que os grupos constante e constante-aleatório foram mais

consistentes comparados ao grupo aleatório (p < 0,05).

Para o fator blocos verificou-se diferença na fase de aquisição [F (9,729) = 12,18,

p < 0,01] e o teste Post Hoc de Tukey indicou maior variabilidade do 1o bloco em

relação ao 3o, 6o, 8o, 9o e 10o blocos (p < 0,05).


89

Foi ainda encontrada diferença significativa na interação entre grupos e blocos na

fase de aquisição [F (72,729) = 3,09, p < 0,01] e o teste Post Hoc de Tukey

apontou as seguintes diferenças:

1) O 5º bloco do grupo aleatório apresentou maior nível de erro comparado ao 5º

bloco dos grupos constante-aleatório, constante-blocos, em blocos, blocos-

aleatório e blocos-constante (p < 0,05).

2) O 7º bloco do grupo em blocos apresentou maior nível de erro comparado ao

7º bloco do grupo blocos-constante (p < 0,05), assim como comparado ao 5º e

8º blocos do grupo em blocos (p < 0,05).

Uma outra ANOVA two-way (9 grupos X 3 blocos) com medidas repetidas no

segundo fator foi aplicada para o último bloco da fase de aquisição, testes de

transferência imediata e de transferência atrasada. Foi encontrada diferença

significante entre grupos [F (8,81) = 2,72, p < 0,05] e o teste Post Hoc de Tukey

indicou maior consistência do grupo blocos-constante comparado ao grupo em

blocos (p < 0,05).

Para o fator blocos, também foi encontrada diferença significante [F (2,162) =

3,97, p < 0,05) e o teste Post Hoc de Tukey indicou maior consistência do último

bloco da fase de aquisição comparado ao bloco da transferência imediata (p <

0,05). Não foi detectada diferença significante na interação entre grupos e blocos

[F (16,162) = 1,01, p = 0,449].


90

6.6. Desvio padrão do erro global

Na primeira metade da fase de aquisição os grupos que iniciaram a prática de

forma constante apresentaram em linhas gerais, consistência superior aos grupos

que iniciaram em condições de prática variada. Na segunda metade, o grupo

blocos-constante se destacou dos demais grupos. A análise do último bloco da

fase de aquisição mostrou maior variabilidade do grupos em blocos em relação

aos outros grupos de prática (FIG. 07). Nos teste de transferência imediata, dois

grupos ficaram nos extremos em termos de variabilidade apresentada. O grupo

blocos-constante apresentou maior consistência, enquanto o grupo em blocos

demonstrou o maior nível de variabilidade. Os demais grupos apresentaram

consistência similares. No teste de transferência atrasada, o grupo de prática

blocos-constante manteve a consistência do teste anterior, assim como os demais

grupos, com exceção do grupo aleatório-blocos que apresentou uma degradação

em termos de consistência (FIG. 07).


91

FIGURA 07

Médias do desvio padrão do erro global de todos os grupos experimentais na fase

de aquisição e testes de transferência imediata e atrasada.

300
C
250 CA
DP do EG (ms.)

CB
200
A
150 AC
AB
100
B
50 BA
BC
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 T1 T2
Blocos de 12 tentativas

Os dados da fase de aquisição foram analisados através de uma ANOVA two-way

(9 grupos X 10 blocos) com medidas repetidas no segundo fator. Não foi

encontrada diferença significante entre grupos [F (8,81) = 1,53, p = 0,159], assim

como, na interação entre grupos e blocos [F (72,729) = 1,16, p = 0,185].

Foi encontrada diferença significante entre blocos na fase de aquisição [F (9,729)

= 2,77, p < 0,01] e o teste Post Hoc de Tukey indicou maior variabilidade do 1o

para o 3o, 8o e 10o blocos de tentativas (p < 0,05).


92

Uma outra ANOVA two-way (9 grupos X 3 blocos) com medidas repetidas no

segundo fator foi aplicada para o último bloco da fase de aquisição, testes de

transferência imediata e de transferência atrasada. Foi verificada diferença

significante entre grupos [F (8,81) = 2,41, p < 0,05] e o teste Post Hoc de Tukey

mostrou que o grupo de prática blocos-constante foi mais consistente comparado

ao grupo em blocos (p < 0,05). Não foi encontrada diferença significante no fator

blocos [F (2,162) = 1,72, p = 0,182] e na interação entre grupos e blocos [F

(16,162) = 0,88, p = 0,6].

7. DISCUSSÃO

O objetivo do presente estudo foi verificar os efeitos de diferentes estruturas de

prática na aprendizagem de habilidades motoras seriadas sob a perspectiva de

aquisição de duas características essenciais para o comportamento habilidoso. A

primeira se relaciona à formação de uma estrutura de movimento definido por

padrões espaço-temporais bem definidos, e a segunda característica, pela

capacidade de adaptação às novas restrições impostas pelo ambiente

(GLENCROSS; WHITING; ABERNETHY, 1994; MANOEL, 1995; SUMMERS,

1989).
93

7.1. Erro relativo

Iniciando a discussão pela primeira característica, ou seja, pela formação de um

padrão de movimento caracterizado pela medida de erro relativo, os resultados

sobre o desempenho dos grupos mostraram que na fase de aquisição, os grupos

de prática constante e constante-aleatório apresentaram maior desempenho

comparados aos grupos de prática variada e aos demais grupos de prática mista,

com exceção do grupo constante-blocos que manteve desempenho semelhante a

todos os grupos de prática. Os resultados dos estudos de Lai e Shea (1998) e Lai,

Shea, Wulf e Wright (2000) são corroborados pelos achados do presente estudo,

nos quais os grupos de prática constante, constante-aleatório e constante-blocos

apresentaram maior desempenho comparados ao grupo de prática variada na

aquisição.

Os resultados sugerem que a ordem na qual são combinadas as estruturas de

prática constante e aleatória interfere nos níveis de desempenho durante a fase de

aquisição. A combinação de prática constante com a prática aleatória refletiu em

maior desempenho comparado à combinação inversa. Esse resultado contraria os

achados de Lai et al. (2000), nos quais, o desempenho dos grupos constante-

variada e variada-constante foram semelhantes. Vale ressaltar, que a estrutura de

prática variada adotada no estudo de Lai et al. (2000) foi a prática seriada. De

acordo com Shea, Lai, Wulf e Wright (2001), as estruturas de prática seriada e

aleatória apresentam o mesmo efeito na aprendizagem do PMG. Entretanto, a

questão em relação à combinação de estruturas de prática é se uma linearidade


94

do comportamento pode ser esperada entre diferentes estruturas de prática

constante-variada na fase de aquisição.

Associado aos resultados de Lai et al. (2000), os achados do presente estudo

sugerem que diferentes padrões de comportamento possam emergir quando é

utilizado na segunda metade da fase de prática diferentes estruturas de prática

com altos níveis de interferência contextual. Assim, quando associadas à prática

constante, as estruturas de prática aleatória e seriada podem não levar os sujeitos

ao mesmo nível de processamento, contrariando assim a visão proposta por Lee e

Magill (1983; 1985) e Shea et al. (2001). Vale ressaltar, que foi encontrado na

literatura apenas um estudo que combinou estruturas de prática constante e

seriada (LAI et al., 2000) necessitando assim, de novas investigações.

A análise do desempenho dos grupos entre o último bloco da fase de aquisição e

os testes de transferência imediata e atrasada mostra que não houve

superioridade de nenhum grupo na aprendizagem do PMG. Os resultados de

Giuffrida et al. (2002) corroboram os presentes achados, nos quais o grupo de

prática constante não apresentou desempenho superior aos grupos de prática

variada quando uma nova exigência de parametrização foi imposta. Por outro

lado, esses resultados contrariam os achados de estudos que mostram a

superioridade da prática constante comparada às estruturas de prática com alta

interferência contextual na aprendizagem do PMG (LAI; SHEA, 1998; LAI et al.,

2000; SHEA et al., 2001), assim como, a superioridade da estrutura de prática

constante-variada com alta interferência contextual em relação à prática aleatória


95

(LAI et al., 2000). Em uma análise restrita às predições sobre interferência

contextual, o fato de não encontrar diferenças entre os grupos de prática aleatória

e em blocos é corroborado pelos achados de Sekiya et al. (1994; 1996; 2000), nos

quais a alta interferência não apresenta superioridade sobre a baixa interferência

na formação de um padrão de movimento.

Em relação à variabilidade apresentada pelos grupos de prática na fase de

aquisição, os resultados mostraram que os grupos de prática mista que iniciaram a

primeira metade da fase de aquisição sob os regimes de prática constante e em

blocos apresentaram níveis inferiores de variabilidade. Esses resultados mostram

como a combinação de diferentes estruturas de prática pode gerar uma interação

não linear na variabilidade durante a prática. Essa argumentação se justifica pela

maior variabilidade apresentada pelos grupos constante e em blocos comparados

aos grupos constante-aleatório, constante-blocos, blocos-aleatório e blocos-

constante. Poderia ser esperado uma menor variabilidade por parte dos grupos

constante e em blocos comparados aos grupos de prática mista, principalmente,

aos que na segunda metade da aquisição praticaram sob o regime de prática

aleatória. Resultados de pesquisas vêm mostrando que estruturas de prática que

possibilitam execuções consecutivas da mesma habilidade, caracterizadas pelas

estruturas de prática constante e em blocos, geram maior consistência do

desempenho na fase de aquisição comparados à prática aleatória (GIUFFRIDA et

al. 2002; LAI et al., 2000; SHEA et al., 2001). Entretanto, os resultados do

presente estudo contradizem os achados sobre os efeitos benéficos promovido

pelas estruturas de prática constante e em blocos em termos de consistência.


96

Os resultados obtidos entre o último bloco da aquisição e os testes de

transferência imediata e atrasada, mostram que os efeitos da interação entre

diferentes estruturas de prática podem gerar níveis de variabilidade diferentes dos

esperados. O grupo blocos-constante apresentou maior consistência comparado

aos grupos de prática constante e em blocos. Resultados de estudos vêm

mostrando que níveis mais baixos de variabilidade na aquisição levam a níveis

mais baixos de variabilidade nos testes (SHEA et al., 2001). Dessa forma, a

variabilidade apresentada pelos grupos constante e em blocos nos testes sugere

ser o resultado da baixa consistência gerada na prática.

O EIC foi confirmado através da menor variabilidade apresentada pelo grupo de

prática aleatória comparado ao grupo de prática em blocos na análise entre o

último bloco da aquisição e os testes. Esse resultado sugere que a alta

interferência produz maior consistência do padrão de movimento comparado à

baixa interferência contextual. O papel da prática aleatória e em blocos na

produção de consistência do PMG em testes de transferência tem sido pouco

investigado. Somente Shea et al. (2001) e Sekiya e Magill (2000) utilizaram em

seu delineamento grupos de prática aleatória e em blocos e aplicaram medidas de

variabilidade nos testes de transferência. Inconsistência nos resultados foram

encontradas. No estudo de Shea et al. (2001) não foram encontradas diferenças

entre os grupos de prática aleatória e em blocos, resultado contrário aos achados

de Sekiya e Magill (2000), nos quais o grupo de alta interferência contextual


97

apresentou maior consistência comparado ao grupo de baixa interferência

contextual.

Em suma, a análise geral dos resultados encontrados em relação tanto ao erro

relativo, quanto ao desvio padrão do erro relativo, sugerem que independente das

diferenças no comportamento dos grupos na fase de aquisição, todos os grupos

apresentaram ao fim do experimento o mesmo nível de aquisição do PMG. Em

outras palavras, diferentes estruturas de prática levaram neste estudo, ao mesmo

nível de aprendizagem do tempo relativo. Uma possível explicação seria a baixa

complexidade efetora da tarefa, a qual pode não ter oferecido suficiente esforço

cognitivo aos participantes no que tange a diferenciação espaço-temporal entre os

componentes. Entretanto, esse resultado contradiz os achados de pesquisas

recentes sobre estruturas de prática que utilizaram tarefas semelhantes à do

presente estudo (LAI; SHEA, 1998; LAI et al., 2000; SHEA et al., 2001).

Uma questão mais crítica em relação à explicação da formação da estrutura do

movimento, é o pano de fundo teórico utilizado pelos estudos citados (GIUFFRIDA

et al., 2002; LAI; SHEA, 1998; LAI et al., 2000; SEKIYA et al., 1994; 1996; 2000;

SHEA et al., 2001; WULF; LEE, 1993). Todos esses estudos se apóiam nos

pressupostos da teoria de esquema, na qual, Schmidt (1975) discute como se

aprende e se aplica regras dentro de uma mesma classe de ação. Porém,

questões como se adquire um novo PMG ou mesmo como se aperfeiçoa um

determinado padrão de movimento fogem ao escopo da teoria. Schmidt (2003)

assume que um dos maiores problemas da teoria do esquema é não explicar


98

como o PMG se origina, e sugere através de resultados de estudos sobre

fornecimento de CR (ex. WULF; SCHMIDT; DEUBEL, 1993) e estrutura de prática

(ex. WULF; LEE, 1993) que esse processo pode se dar através de sucessivas

modificações das ações resultantes de esforços de reconstrução das mesmas.

Obviamente, essa hipótese necessitará de investigações, e o ponto central é que

falta nos estudos recentes sobre estruturação de prática explicações satisfatórias

para esse fenômeno.

7.2. Erro absoluto

A segunda característica necessária ao comportamento habilidoso está

relacionada à capacidade de adaptação observada quando novas restrições são

impostas à ação. A aprendizagem de características variantes do movimento,

denominadas de parâmetros, possibilita os ajustes necessários para que as

demandas ambientais sejam atendidas. No presente estudo, essas inferências são

possíveis através da medida de erro absoluto.

Na fase de aquisição, os grupos que iniciaram a prática de forma constante

apresentaram desempenho superior aos demais grupos de prática mista e ao

grupo de prática aleatória. Em parte, os pressupostos da variabilidade de prática

foram confirmados através do melhor desempenho do grupo constante em relação

ao grupo aleatório (MOXLEY, 1979). Em relação ao EIC, não foi observado o

comportamento esperado para os grupos de prática aleatória e em blocos nessa

fase do experimento, ou seja, melhor desempenho do grupo de baixa interferência


99

contextual comparado ao grupo de alta interferência. Esses resultados estão em

concordância com os achados de Sekiya et al. (1994; 1996), os quais também não

observaram diferenças entre grupos de alta e baixa interferência na fase de

aquisição para medidas de tempo absoluto quando se variam parâmetros de uma

mesma habilidade.

Somado aos resultados sobre o tempo relativo, um aspecto interessante que

emerge dos resultados sobre o erro absoluto é como a seqüência de

apresentação das estruturas de prática apresenta um papel fundamental no

desempenho dos grupos na fase de aquisição. Iniciar a prática de forma constante

para em um segundo momento inserir uma estrutura de prática variada leva a

maior precisão quando comparada à situação inversa. Esse efeito da ordem de

apresentação de estruturas de prática sobre o desempenho em termos de erro

absoluto foi também reportado por Corrêa, Benda, Meira Júnior e Tani (2003) em

uma tarefa de controle de força de preensão. Corrêa et al. (2003) observaram um

desempenho superior do grupo de prática mista constante-aleatório comparado ao

grupo aleatório-constante na fase de estabilização do experimento.

Na análise do último bloco da fase de aquisição e os testes de transferência

imediata e atrasada, os grupos de prática constante-aleatório, constante-blocos,

blocos-aleatório e o grupo de prática aleatória apresentaram uma maior

capacidade de adaptação a um novo valor de parâmetro comparados aos demais

grupos de prática. Diferente dos resultados obtidos nos testes em termos de erro

relativo, a ordem de apresentação das estruturas de prática constante e variada


100

conduziu a efeitos diferenciados na capacidade de parametrização. Iniciar a

prática de forma constante para em um segundo momento introduzir a

variabilidade de prática apresenta melhores resultados comparado à situação

inversa. Esse resultado corrobora os resultados encontrados por Corrêa et al.

(2003; 2004) em relação aos efeitos positivos na aprendizagem quando se

oportuniza através da prática constante a estabilização da estrutura do movimento

para então se inserir um regime de prática variada.

O grupo blocos-aleatório também apresentou uma boa capacidade de adaptação

a uma nova exigência de tempo absoluto. A comparação entre os grupos de

prática blocos-aleatório e aleatório-blocos também permite inferências sobre como

a ordem de apresentação das estruturas de prática pode desempenhar um papel

efetivo ou não na aprendizagem. Esses resultados corroboram a hipótese

proposta por Magill e Hall (1990) que a combinação das estruturas de prática em

blocos e aleatória podem propiciar ao iniciante níveis adequados de exigência à

medida que o mesmo avança pelos estágios de aprendizagem. Os resultados

obtidos pelo grupo blocos-aleatório somado aos resultados dos grupos de prática

constante-variada sugerem que um contínuo que parte da estabilização para a

variação pode trazer benefícios à aprendizagem.

O grupo de maior interferência contextual, ou seja, o grupo aleatório também se

adaptou à nova exigência temporal imposta nos testes. Assim como apresentou

desempenho superior no teste de transferência atrasada comparado aos grupos

de prática em blocos e blocos-constante. Esse resultado confirma os achados de


101

Sekiya et al (1994; 1996; 2000), Lai et al. (2000) e Shea et al. (2001), nos quais o

grupo de prática com alta interferência contextual apresentou melhor desempenho

na parametrização comparado aos grupos de baixa interferência contextual. Esse

efeito positivo da prática com alta interferência sobre a capacidade de

parametrização vem sendo encontrado consistentemente em estudos de

estruturação de prática. Entretanto, o efeito da prática com alta interferência

contextual na aprendizagem somente das características invariantes do

movimento contradiz, em parte, a visão original de Shea e Morgan (1979) sobre a

superioridade da prática aleatória na aprendizagem.

Em relação à variabilidade apresentada pelos grupos de prática na fase de

aquisição, os grupos de prática constante e constante-aleatório apresentaram

maior consistência comparados ao grupo aleatório, reafirmando assim os achados

de outros estudos sobre estruturação da prática (CORRÊA, et al., 2003; LAI et al.,

2000). Na análise entre o último bloco da fase de aquisição e o testes de

transferência imediata e atrasada, o grupo blocos-constante apresentou menor

variabilidade comparado ao grupo em blocos.

A análise geral dos resultados em relação à capacidade de parametrização

mostrou uma maior capacidade de adaptação dos grupos de prática constante-

variada comparados aos grupos de prática variada-constante. Iniciar a prática com

a possibilidade de execução de várias repetições consecutivas do mesmo valor de

parâmetro para em um segundo momento se introduzir determinados níveis de

interferência contextual apresentou um papel efetivo na aprendizagem no presente


102

estudo. Um resultado interessante foi o nível de desempenho apresentado pelo

grupo constante-blocos. O único estudo encontrado na revisão de literatura que

investigou os efeitos da estrutura de prática constante-blocos foi o de Paroli

(2005), no qual encontrou superioridade do grupo constante-blocos em relação ao

grupo constante-aleatório. No presente estudo, essa diferença entre os grupos de

prática constante-variada não foi encontrada. A análise conjunta dos resultados

dos grupos de prática constante-variada, em blocos e aleatório, mostram que a

inserção da prática constante na fase inicial da prática anula o EIC. Essa

observação se apóia no desempenho superior do grupo aleatório comparado ao

grupo em blocos no teste de transferência atrasada.

O grupo de prática em blocos não apresentou uma boa capacidade de adaptação

nos testes. Entretanto, os resultados apresentados por essa estrutura de prática

combinada à prática aleatória corrobora a linha de raciocínio empregada na

explanação sobre o desempenho dos grupos de prática constante-variada. Em

outras palavras, sugere-se que um contínuo que parta da consistência para a

flexibilidade gere uma interação positiva na aprendizagem.

O grupo de prática aleatória também apresentou boa capacidade de adaptação a

uma nova exigência de tempo absoluto e o EIC foi confirmado no teste de

transferência atrasada. As predições da variabilidade de prática não foram tão

evidentes como as do EIC, porém, se analisado os níveis de adaptação entre os

grupos de prática constante e aleatório entre o último bloco da fase de aquisição e


103

os testes de transferência, observa-se que somente o grupo de prática aleatória

conseguiu manter o mesmo nível de desempenho em um novo contexto.

Em suma, os resultados são corroborados pelos achados de pesquisa sobre a

efetividade da prática com alta interferência contextual na aprendizagem (LAI et

al., 2000), entretanto, novas possibilidades de estruturação da prática se

mostraram tão efetivas quanto a estrutura de prática aleatória. Um outro resultado

relevante neste estudo foi que a ordem de combinação das estruturas influenciam

diretamente na capacidade de adaptação a um novo contexto. Tendo em vista que

os grupos constante-variada foram superiores aos grupos variada-constante,

assim como o grupo blocos-aleatório foi superior ao grupo aleatório-blocos.

7.3. Erro global

A medida de erro global possibilita inferências sobre o desempenho geral

considerando os erros de tempo relativo e tempo absoluto (LAI et al., 2000; WULF;

LEE, 1993). Na fase de aquisição, os grupos constante e constante-variada

apresentaram desempenho global superior aos demais grupos. Enquanto na

análise entre o último bloco da fase de aquisição e testes de transferência

imediata e atrasada nenhum grupo se destacou em termos de desempenho

global.

Em relação ao desvio padrão do erro global não foi encontrada diferença entre

grupos na fase de aquisição. Na análise entre o último bloco da aquisição e testes


104

de transferência imediata e atrasada, o grupo blocos-constante apresentou maior

consistência comparado ao grupo de prática em blocos. Esse resultado também

foi encontrado para as medidas de tempo absoluto e relativo. O porquê da

interação entre prática em blocos e constante gerar maior consistência em todas

as medidas comparada à prática em blocos necessita de futuras investigações.

O resultados de desempenho e consistência em termos de erro global mostraram

de forma geral, que os pressupostos da variabilidade de prática foram encontrados

somente na comparação do desempenho entre os grupos constante e aleatório na

fase de aquisição. Os resultados não deram suporte ao EIC em nenhuma das

fases do experimento, tendo em vista que o desempenho e consistência dos

grupos aleatório e em blocos foram semelhantes.

De acordo com Wulf e Lee (1993), medidas de erro global tendem a mascarar os

efeitos da aprendizagem devido a tendência dos erros de tempo relativo e

absoluto se anularem. Em parte, os resultados são corroborados pela hipótese de

Wulf e Lee (1993), tendo essa medida apresentado pouca sensibilidade na

detecção das diferenças geradas pela manipulação das variáveis independentes,

quando comparada às diferenças encontradas através das medidas de tempo

relativo e tempo absoluto.


105

7.4. Discussão geral

Como citado anteriormente, ainda não é possível conciliar os resultados

encontrados sobre combinações de estruturas de prática com o referencial teórico

vigente utilizado na grande maioria dos estudos sobre estruturação de prática (ex.

LAI et al., 1998; LAI et al., 2000; SEKIYA et al., 1994; 1996; 2000; SHEA; KHOL,

1990; SHEA et al., 2001; SILVA et al., 2004; UGRINOWITSCH; MANOEL, 1996;

WULF; LEE, 1993). Assim, dentre os vários caminhos possíveis de discussão, o

que mais foca no objetivo do presente estudo é aquele que retoma a essência do

que é o fenômeno aprendizagem motora e qual estrutura de prática é mais efetiva

nessa aprendizagem. Consistência e flexibilidade são características inerentes ao

processo de aprendizagem (MANOEL, 1995) e, seguindo a mesma linha de

raciocínio, Summers (1989) propõe que só após a aquisição de um padrão estável

o aprendiz é capaz de partir em busca da melhoria da capacidade de adaptação.

A relação entre estruturas de prática e ganhos de consistência e flexibilidade na

aprendizagem tem sido discutida em termos de qual estrutura de prática pode

proporcionar a melhoria de um ou outro aspecto (LAI; SHEA, 1998; LAI et al.,

2000, exp. 1; SHEA et al., 2001; SEKIYA et al., 1994; 1996; 2000; WULF; LEE,

1993), e alguns poucos estudos em termos de qual combinação leva a melhoria

de ambos os aspectos tentando investigar a aprendizagem como um fenômeno

mais amplo (CORRÊA, 2001; CORRÊA et al., 2001; 2003; 2004; LAI et al., 2000,

exp. 2; PAROLI, 2005).


106

Em linhas gerais, os resultados de estudos encontrados na revisão de literatura

associados aos resultados encontrados no presente estudo sugerem que a

combinação de estruturas de prática na seqüência constante-variada oferecem

uma perspectiva mais abrangente de aprendizagem comparada à seqüência

variada-constante, assim como, em relação às estruturas de prática constante e

em blocos. A análise conjunta dos erros relativo e absoluto mostra que todos os

grupos de prática alcançaram o mesmo nível de desempenho em relação ao

padrão de movimento, porém, os grupos constante-aleatório, constante-blocos,

blocos-aleatório e aleatório apresentaram uma maior capacidade de adaptação a

um novo contexto comparados aos grupos blocos-constante, aleatório-constante,

constante e em blocos. A hipótese de que seja necessário oportunizar o aprendiz

a estabilizar o padrão através da prática constante antes de se introduzir variações

na prática (SUMMERS, 1989) pode ser exemplificada pela análise do

comportamento dos grupos constante-blocos e blocos-constante.

Em uma análise descritiva da fase de aquisição, o grupo constante-blocos

apresenta melhor desempenho do tempo relativo e absoluto comparado ao grupo

blocos-constante nos momentos em que a prática variada é inserida. É possível

inferir que as exigências de adaptação a diferentes tempos absolutos no início da

prática sobrecarregou a atenção dos participantes do grupo blocos-constante

gerando dificuldades em produzir e controlar duas diferentes dimensões da

habilidade a cada tentativa de prática. A comparação entre os três primeiros

blocos de tentativas do grupo blocos-constante na primeira fase da aquisição com

os três primeiros blocos do grupo constante-blocos na segunda fase da aquisição


107

pode exemplificar como a prática variada, caracterizada pelas diferentes

exigências de tempos absolutos, resultou em comportamentos distintos conforme

o momento em que foi inserida (FIG. 08).

FIGURA 08

Médias do erro absoluto dos grupos constante-blocos (CB) e blocos-constante

(BC) na fase de aquisição e testes de transferência imediata e atrasada.

450
CB
400 Metade da fase de
BC
aquisição
350
Erro absoluto (ms.)

300

250 88 ms.
200
28 ms.
150

100

50

0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 TI TA
Blocos de 12 tentativas

A exigência de adaptação a um novo tempo alvo no início da segunda metade da

fase de aquisição poderia ter levado o grupo constante-blocos a níveis altos de

erro relativo (FIG. 09). Entretanto, observa-se que o primeiro bloco da segunda

fase da aquisição do grupo constante-blocos apresentou um nível de erro

semelhante ao quarto bloco da primeira fase da aquisição do grupo blocos-


108

constante. Em outras palavras, sugere-se que após o grupo constante-blocos ter

estabilizado o erro relativo, variações no tempo absoluto não criaram perturbação

na estrutura do movimento. Vale ressaltar que o comportamento dos grupos

constante-aleatório e aleatório-constante foi semelhante às combinações

constante e em blocos tanto para as medidas de tempo absoluto quanto para as

medidas de tempo relativo.

FIGURA 09
Médias do erro relativo dos grupos constante-blocos (CB) e blocos-constante (BC)

na fase de aquisição e testes de transferência imediata e atrasada.

35 Metade da fase de Comparação entre


aquisição os níveis de erro
30
final e inicial dos
grupos BC e CB.
25
Erro relativo (%)

20
CB

15 BC

10

0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 TI TA
Blocos de 12 tentativas

Uma argumentação para o bom desempenho do grupo constante-blocos no início

da segunda metade da fase de aquisição não seria a estrutura de prática, mas a

quantidade de prática que gerou estabilidade. Entretanto, a comparação descritiva

entre o grupo de prática constante-blocos e o grupo de prática em blocos pode


109

mostrar que há sim contribuições da estrutura de prática (Figura 10). Se a

quantidade de prática fosse mais importante, esperava-se que, na segunda fase

da aquisição, o grupo de prática em blocos apresentasse comportamento

semelhante ao grupo constante-blocos. Todavia, o comportamento apresentado

pelos grupos difere entre si. A estabilidade gerada pela prática constante na

primeira metade da aquisição pode ter influenciado positivamente o desempenho

do grupo constante-blocos frente à prática variada, ao contrário do grupo em

blocos que, mesmo tendo realizado a prática variada, apresentou aumento do erro

relativo (FIG. 10) e erro absoluto (FIG. 11).

FIGURA 10
Médias do erro relativo dos grupos constante-blocos (CB) e em blocos (B) na fase
de aquisição e testes de transferência imediata e atrasada.

40 Metade da fase de CB
aquisição
35 B

30 + 3%
Erro relativo (%)

25

20
- 3%
15

10

0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 TI TA
Blocos de 12 tentativas
110

FIGURA 11
Médias do erro absoluto dos grupos constante-blocos (CB) e em blocos (B) na
fase de aquisição e testes de transferência imediata e atrasada.

450
CB
400 Metade da fase de
aquisição B
350
Erro absoluto (ms.)

300

250

200 59 ms.

150

100

50 17 ms.
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 TI TA
Blocos de 12 tentativas

Dentre os três grupos de prática não combinada, o grupo de prática em blocos

pode ter sido influenciado pelo delineamento proposto. Isso porque o grupo em

blocos realizou as três variações da tarefa na primeira metade da fase de

aquisição para realizá-las novamente na segunda metade da fase de aquisição. A

prática em blocos é caracterizada por repetidas execuções de uma tarefa, para

então, se iniciar a seguinte. Essa estrutura de apresentação das habilidades é o

fator responsável por gerar características específicas de processamento na

prática em blocos (LEE; MAGILL, 1983; 1985; SHEA; MORGAN, 1979; SHEA;

ZIMNY, 1983). Sob esse ponto de vista, é possível assumir que a repetição das

variações anteriormente realizadas não leve a diferente tipo de processamento.

Entretanto, como o grupo de prática em blocos apresentou desempenho e


111

consistência inferior aos grupos blocos-constante e aleatório em algumas

medidas, tornam-se necessárias futuras investigações para que essas diferenças

sejam melhor entendidas.

O grupo aleatório apresentou desempenho superior ao grupo em blocos em

termos de erro absoluto no teste de transferência atrasada e menor variabilidade

em relação ao erro relativo. O resultado superior em relação a aprendizagem da

parametrização confirma os efeitos esperados da interferência contextual

(GIUFFRIDA et al., 2002; SEKIYA et al., 1994; 1996; 2000) quando se dissocia a

capacidade de parametrização da aprendizagem de PMG. Porém, o resultado

sobre a consistência do padrão aprendido não tem sido verificado

consistentemente. Isso se deve a não utilização de medidas que possibilitem essa

inferência (GIUFFRIDA et al., 2002, WULF; LEE; 1993), a não utilização de testes

de transferência (SEKIYA et al., 1994; 1996) ou ao efeito não ter sido encontrado

(SHEA et al., 2001). O único resultado de estudo que corrobora o presente achado

é o de Sekiya e Magill (2000), o que sugere novas investigações. A comparação

dos grupos de prática aleatória e constante em relação à capacidade de

adaptação entre o bloco final da aquisição e os testes confirmam os efeitos

esperados da variabilidade de prática (LAI; SHEA, 1998; LAI et al., 2000; SHEA et

al., 2001).

Resultados de estudos apontam a prática constante como uma variável de

influência na aprendizagem da estrutura do movimento (CORRÊA, 2001; 2004;

LAI; SHEA, 1998; LAI et al., 2000, SHEA et al., 2001). Entretanto, no presente
112

estudo o grupo de prática constante não apresentou desempenho superior aos

demais grupos de prática nos testes de transferência. É possível que as tentativas

de ajuste a um novo tempo alvo tenham gerado uma desestabilização da estrutura

adquirida na fase de aquisição (GIUFFRIDA et al., 2002). Em outras palavras, é

possível que a prática constante tenha levado os participantes a um

comportamento estereotipado em termos de capacidade de parametrização. Essa

explanação é contrária aos resultados de estudos nos quais os grupos de prática

constante apresentaram aprendizagem do PMG superior aos demais grupos de

prática nos testes de transferência (LAI; SHEA, 1998; LAI et al., 2000; SHEA et al.,

2001). Devido a essas inconsistências nos resultados de pesquisas mais

investigações são necessárias para uma análise consistente do papel da prática

constante na aprendizagem de características invariantes da habilidade.

O grupo de prática blocos-constante apresentou maior consistência na medida de

erro relativo comparado aos grupos de prática constante e em blocos. Na medida

de erro absoluto, o grupo de prática blocos-constante também apresentou maior

consistência comparado ao grupo em blocos. A discussão desses resultados se

torna difícil à luz de prévios achados de pesquisas. Isso se deve a falta de estudos

que tenha investigado essa estrutura de prática. A não linearidade encontrada

nesses resultados sugere que iniciar a prática com baixo nível de interferência

para em um segundo momento praticar somente um valor de parâmetro critério

pode trazer benefícios à aprendizagem tanto da estrutura do movimento quanto à

capacidade de parametrização no que se refere à sua capacidade de

parametrização. Novas investigações são necessárias para uma melhor


113

compreensão dos efeitos da combinação das estruturas de prática em blocos e

constante.

Com a exceção de Paroli (2005), os poucos estudos que combinaram estruturas

de prática utilizaram ordens de apresentação das tarefas que se situam nos

extremos de um contínuo. Em outras palavras, investigaram seqüências de

apresentação sem nenhuma interferência observada na prática constante e a

máxima interferência entre as tarefas observada nas práticas aleatória e seriada

(CORRÊA, 2001; CORRÊA et al., 2001; 2003; 2004; LAI et al., 2000). Poderia

uma estrutura de prática mista que criasse transições mais “suaves” entre número

e ordem das tarefas levar a uma aprendizagem mais efetiva? Seria possível que

uma estrutura de prática que apresente uma seqüência constante-blocos-aleatória

atenda essa demanda? Essas são questões que o delineamento proposto no

presente experimento não pôde responder, mas o desempenho apresentado pelo

grupo constante-blocos sugere que possa ser um ponto relevante de investigação.

8. CONCLUSÃO

Dentre as inúmeras possibilidades de investigação e interpretação sobre o papel

das restrições impostas ao número e seqüência de execução das habilidades

motoras na aprendizagem, o presente estudo investigou como a consistência e

flexibilidade motoras são influenciadas por diferentes estruturas de prática.


114

Historicamente, o caminho traçado pelos estudos sobre estruturação da prática foi

o da busca pela flexibilidade. A necessidade de adaptação é inerente ao ser

humano, justificando assim esses esforços. O que foi esquecido é que essa

adaptação precisa se apoiar em uma estrutura, em um padrão que pode ser

caracterizado pelo timing relativo. A reavaliação do papel da prática constante na

aprendizagem e a investigação de estruturas de prática combinada criam novos

caminhos de pesquisa bastante promissores.

Os resultados do presente estudo sugerem que a estrutura de prática constante

aplicada nas fases iniciais da aprendizagem tem o potencial de gerar níveis

adequados de desempenho e consistência, criando uma base para a aquisição da

flexibilidade necessária à aprendizagem, através da inserção de estruturas de

prática variada. O desempenho do grupo constante-blocos levanta pontos a serem

futuramente investigados, mostrando que a interação entre prática constante e

baixa interferência contextual pode gerar resultados positivos na aprendizagem.

O EIC foi confirmado em relação a capacidade de parametrização, caracterizando

que a estrutura de prática aleatória leva a maior flexibilidade quando comparada à

prática em blocos. O EIC também foi encontrado na medida de consistência do

erro relativo, sugerindo que a prática aleatória também possa apresentar efeitos

positivos na formação do padrão de movimento. Esse efeito sobre a aprendizagem

do PMG necessita de novas investigações devido aos poucos e contraditórios

resultados encontrados na literatura.


115

Não é arriscado assumir que pouco foi investigado sobre a combinação de

estruturas de prática na aprendizagem de habilidades motoras, por exemplo, os

resultados positivos da estrutura de prática blocos-constante ainda necessita de

novas investigações e explanações sobre os seus efeitos. Dessa forma, sugere-se

que muito há por ser pesquisado em termos de tarefas utilizadas, delineamentos

experimentais, características dos sujeitos e principalmente, novas posições

teóricas que melhor expliquem tais resultados.


116

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136

APÊNDICE A – Termo de consentimento livre e esclarecido apresentado aos


participantes

Pesquisa: Efeito de diferentes estruturas de prática na aprendizagem de


habilidades motoras seriadas

Consentimento livre e esclarecido

Informações sobre a pesquisa

Você participará de um estudo realizado pelo Grupo de Estudos em


Desenvolvimento e Aprendizagem Motora (GEDAM) da Escola de Educação
Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional da UFMG, sob coordenação do Prof.
Dr. Rodolfo Novellino Benda e pelo mestrando, integrante do GEDAM, Guilherme
Menezes Lage, que tem como objetivo verificar qual a melhor forma de se
organizar a prática, ou seja, a ordem na qual as tarefas devem ser executadas
durante o processo de aprendizagem de tarefas seriadas, o qual você tem todo
direito de recusar sua participação ou retirar seu consentimento em qualquer fase
da pesquisa sem penalização alguma e sem prejuízo à sua pessoa.
A coleta de dados será realizada em local apropriado e você será sempre
acompanhado pelo responsável pela pesquisa.
No período de coleta você irá digitar com o dedo indicador da mão direita
quatro dígitos de um teclado com o objetivo de realizar uma seqüência pré-
determinada em um tempos específicos. Na coleta de dados você participará da
fase de aprendizagem, onde realizará a tarefa 120 vezes e da fase de testes, onde
você realizará a tarefa 12 vezes: 15 minutos e 24 horas após a fase de
aprendizagem.
As informações sobre sua coleta de dados serão mantidas em sigilo no
GEDAM. Sua identidade não será revelada publicamente em nenhuma hipótese e
somente os pesquisadores responsáveis terão acesso a estas informações que
serão apenas para fins de pesquisa.
Além disso você não terá qualquer vínculo com o laboratório, departamento,
instituições ou pesquisadores relacionados com o estudo e não terá nenhuma
forma de remuneração nem despesas relacionadas ao estudo, estando exposto
apenas a riscos inerentes a uma atividade leve e similar às atividades manuais do
dia-a-dia.
Antes ou durante a pesquisa, você dispõe de total liberdade para esclarecer
qualquer dúvida com o Professor Dr. Rodolfo Novellino Benda, pelo telefone
(0xx31) 3499-2302, ou com o Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade
Federal de Minas Gerais (COEP-UFMG), pelo telefone (0xx31) 3499-4592.
137

VIA PARA ARQUIVO/ LAPES/ GEDAM / EEFFTO-UFMG

Eu_______________________________________________________________,
voluntário, aceito participar da pesquisa intitulada: "Efeito de diferentes estruturas
de prática na aprendizagem de habilidades motoras seriadas” realizada por
pesquisadores do Laboratório de Psicologia do Esporte/ GEDAM da Escola de
Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional, da Universidade Federal de
Minas Gerais.

Portanto, concordo com tudo que foi acima citado e livremente dou o meu
consentimento.

BELO HORIZONTE, DE DE 2004

_________________________________________
ASSINATURA DO VOLUNTÁRIO
138

VIA DO VOLUNTÁRIO

Eu_______________________________________________________________,
voluntário, aceito participar da pesquisa intitulada: "Efeito de diferentes estruturas
de prática na aprendizagem de habilidades motoras seriadas" realizada por
pesquisadores do Laboratório de Psicologia do Esporte/ GEDAM da Escola de
Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional, da Universidade Federal de
Minas Gerais.

Portanto, concordo com tudo que foi acima citado e livremente dou o meu
consentimento.

BELO HORIZONTE, DE DE 2004

_________________________________________
ASSINATURA DO VOLUNTÁRIO
139

APÊNDICE B - Tabela dos dados individuais do erro relativo dos grupos


constante, constante-aleatório e constante-blocos na fase de aquisição e testes de
transferência imediata e atrasada.

Grupos /
Blocos da fase de aquisição Testes
sujeitos
Constante B1 B2 B3 B4 B5 B6 B7 B8 B9 B10 TI TA
1 20.87 28.70 15.90 20.76 17.46 20.80 17.35 23.13 12.61 12.78 36.86 37.32
2 34.02 23.85 16.88 13.50 18.88 11.18 14.30 15.03 14.82 11.98 43.91 25.45
3 18.16 13.03 11.87 22.05 16.09 15.48 12.20 11.72 11.60 14.91 22.10 33.08
4 29.38 13.73 17.63 13.06 12.90 17.41 22.45 13.67 12.16 14.20 30.46 21.67
5 16.21 12.06 8.14 25.85 10.55 16.21 12.06 8.14 25.85 10.55 27.31 22.87
6 30.82 22.70 18.65 23.32 31.35 17.91 34.54 25.89 11.82 25.39 27.15 37.21
7 17.38 17.94 25.00 17.92 19.21 12.20 10.78 9.19 12.05 13.41 29.07 33.96
8 25.05 16.80 12.83 12.48 13.93 15.82 11.74 8.55 9.02 12.30 39.42 45.30
9 23.72 16.81 18.62 17.03 46.88 15.06 13.59 13.30 11.56 12.21 29.09 27.34
10 22.74 24.64 26.05 25.63 27.91 26.80 25.48 21.27 18.40 22.76 31.59 26.64
Constante-aleatório
1 17.29 17.05 20.34 20.01 19.67 24.48 25.99 17.48 25.94 24.66 28.61 33.10
2 25.30 11.74 11.18 10.27 10.26 13.36 13.23 13.44 12.07 17.98 33.95 44.25
3 18.66 16.87 20.87 17.68 18.28 21.51 19.79 21.96 33.98 24.34 30.58 34.82
4 29.22 20.11 20.36 19.25 20.77 16.06 30.54 20.28 24.73 22.73 19.72 18.42
5 12.34 9.77 11.52 11.43 10.12 16.21 17.82 13.85 12.94 13.35 9.48 11.90
6 14.53 13.70 14.80 17.33 14.78 22.28 19.62 16.85 15.94 15.69 18.35 17.59
7 12.83 9.08 9.44 9.15 9.57 25.29 17.36 14.64 10.21 13.57 12.11 21.00
8 13.67 16.85 8.79 11.93 11.04 23.17 16.71 17.58 16.41 15.33 14.15 11.27
9 23.11 13.56 13.10 9.21 14.15 16.86 19.23 22.16 27.07 23.18 12.85 20.04
10 25.75 16.93 17.26 15.45 13.80 19.23 21.45 26.41 22.69 19.72 25.95 24.56
Constante-blocos
1 14.0 14.05 18.01 17.39 14.57 14.88 24.27 16.31 13.55 14.86 21.88 20.15
2 31.6 31.59 30.46 20.79 20.52 26.88 52.15 21.70 28.70 22.31 17.66 19.87
3 23.4 23.36 27.95 14.62 14.92 12.96 19.81 38.35 28.82 25.39 25.85 23.94
4 17.3 17.30 18.42 17.68 15.76 19.68 19.45 23.83 25.13 22.71 29.96 26.58
5 17.6 17.64 17.63 17.13 23.87 22.72 24.08 19.83 17.70 13.76 19.20 17.34
6 19.1 19.09 19.18 13.00 16.62 14.25 17.05 17.44 13.78 11.75 21.15 26.17
7 28.0 27.96 27.21 19.25 21.38 16.99 21.20 20.02 21.44 20.63 17.59 42.50
8 23.1 23.10 20.44 17.33 14.46 9.03 23.85 21.09 21.08 12.55 44.90 23.09
9 14.9 14.95 16.53 18.37 10.92 10.58 18.95 15.37 13.21 20.55 34.83 19.15
10 23.5 23.55 24.63 24.69 25.96 31.10 26.16 20.21 16.68 17.64 12.44 15.75
140

APÊNDICE C - Tabela dos dados individuais do erro relativo dos grupos aleatório,
aleatório-constante e aleatório-blocos na fase de aquisição e testes de
transferência imediata e atrasada.

Grupos /
Blocos da fase de aquisição Testes
Sujeitos
Aleatório B1 B2 B3 B4 B5 B6 B7 B8 B9 B10 TI TA
1 36.10 20.11 25.79 27.20 24.85 25.85 16.81 21.45 15.23 21.86 18.23 13.54
2 16.24 19.33 20.51 19.15 19.89 16.70 20.35 19.31 20.45 20.07 31.01 18.49
3 16.39 18.04 13.49 19.27 14.43 18.04 19.64 16.18 15.21 15.48 22.83 18.39
4 59.46 33.13 28.74 25.30 19.24 20.11 19.69 24.45 19.90 16.95 22.18 21.19
5 47.74 39.10 30.54 34.03 31.55 23.42 31.32 37.35 24.50 17.83 28.82 23.57
6 29.68 24.26 27.11 24.53 22.54 23.74 24.32 27.42 21.01 22.68 30.57 20.74
7 38.26 28.10 24.58 29.28 81.35 22.09 22.43 21.64 22.40 18.75 34.06 26.84
8 34.07 28.12 30.85 27.98 26.66 23.60 24.42 25.07 23.28 25.52 35.48 35.46
9 29.80 29.01 24.71 31.29 24.65 26.55 22.96 22.14 22.43 23.24 20.53 17.90
10 23.41 23.09 18.17 27.38 16.34 24.02 18.96 13.43 18.25 14.52 38.91 22.90
Aleatório-constante
1 33.51 31.81 31.34 32.33 22.43 19.10 22.05 18.57 24.74 22.32 38.31 32.52
2 18.68 22.90 19.35 24.12 20.74 21.03 16.58 21.86 15.84 14.03 30.50 18.57
3 39.41 31.18 37.75 27.98 28.54 25.30 27.49 26.90 23.32 19.14 25.41 35.53
4 21.69 18.61 20.48 23.08 19.19 14.62 15.48 15.84 13.81 17.72 27.93 22.62
5 23.50 30.89 19.44 23.56 43.55 26.19 35.34 13.76 13.43 21.43 38.97 16.02
6 29.14 24.87 30.01 30.28 26.93 25.41 29.71 22.76 15.70 14.10 33.08 28.27
7 67.30 30.56 31.24 35.90 28.48 25.06 21.74 13.23 21.13 15.85 29.41 22.50
8 30.87 28.32 25.59 24.72 30.36 19.16 13.86 14.60 19.66 16.33 22.99 22.33
9 27.35 22.07 23.53 20.43 26.24 16.50 16.41 17.29 19.35 19.56 15.21 19.09
10 22.21 29.49 16.66 27.98 22.85 19.86 22.31 20.46 21.16 21.27 34.73 30.39
Aleatório-blocos
1 35.65 24.82 26.07 21.32 30.35 29.71 35.01 22.31 24.58 24.46 29.10 16.42
2 26.39 23.23 21.32 23.31 20.93 16.43 18.39 26.02 15.01 16.73 24.76 50.91
3 21.32 19.86 21.68 26.52 21.23 15.29 16.15 19.74 16.33 16.35 28.17 35.02
4 35.43 21.68 15.93 20.77 25.73 17.46 12.34 15.56 15.07 17.20 24.31 40.40
5 28.96 36.25 29.05 29.05 24.79 22.10 26.69 22.61 23.48 27.57 30.29 28.33
6 20.30 23.81 22.73 28.21 21.12 17.15 19.24 25.04 13.52 12.87 24.36 23.80
7 26.87 19.40 20.84 34.72 31.71 19.74 17.49 14.21 16.51 22.67 32.45 22.29
8 33.45 35.19 68.38 30.47 23.92 31.85 40.77 23.19 11.86 14.43 28.51 21.98
9 30.00 32.41 28.73 49.91 19.30 14.59 16.58 15.83 15.72 10.10 16.25 20.18
10 25.59 32.54 20.26 25.04 16.57 23.13 20.99 21.05 19.79 20.18 25.44 32.50
141

APÊNDICE D - Tabela dos dados individuais do erro relativo dos grupos em


blocos, blocos-aleatório e blocos-constante na fase de aquisição e testes de
transferência imediata e atrasada.

Grupos /
Blocos da fase de aquisição Testes
Sujeitos
Blocos B1 B2 B3 B4 B5 B6 B7 B8 B9 B10 TI TA
1 57.68 36.28 32.44 40.84 28.59 26.78 26.19 23.82 19.69 21.00 37.89 22.54
2 19.45 21.98 15.62 19.79 17.68 23.17 22.68 15.70 16.65 15.15 67.71 133.44
3 23.77 24.34 21.07 18.30 14.83 19.25 19.66 22.69 20.41 16.66 25.06 25.61
4 43.67 19.03 36.48 36.18 12.34 22.93 18.66 14.16 19.49 24.04 30.33 45.56
5 21.86 22.40 21.55 20.42 15.11 15.40 77.14 15.07 12.85 12.23 29.66 32.07
6 37.91 31.39 23.90 19.67 23.05 24.69 18.81 21.45 20.23 21.31 20.85 25.31
7 34.69 22.77 25.97 22.31 24.87 46.38 25.34 24.11 18.39 25.33 28.19 27.27
8 22.20 16.27 27.15 31.36 17.66 20.51 22.80 26.90 27.62 24.69 32.09 25.52
9 23.05 19.93 17.09 19.91 26.05 29.19 17.85 18.54 19.66 17.74 13.72 18.14
10 19.71 20.23 22.27 17.85 13.76 16.68 19.92 16.60 27.87 23.56 14.99 22.96
Blocos-aleatório
1 35.89 25.86 36.20 29.40 27.73 27.84 40.16 32.87 26.89 27.45 35.85 33.40
2 24.70 21.08 19.81 24.10 20.19 20.84 17.72 18.69 26.26 22.09 27.16 25.15
3 30.79 22.71 26.50 24.95 14.98 18.72 25.66 21.93 24.10 22.39 28.75 39.00
4 26.06 24.43 27.54 21.27 27.93 28.81 21.81 19.91 18.56 17.62 20.83 27.03
5 32.26 34.54 31.71 21.68 19.79 28.89 30.45 25.50 35.23 29.05 28.69 38.61
6 22.81 24.83 31.82 27.76 20.59 43.35 25.41 27.94 28.69 27.10 43.02 33.00
7 28.67 27.37 17.61 25.16 26.09 27.38 31.47 24.64 22.96 27.40 23.74 29.73
8 29.42 22.73 17.31 17.39 10.94 21.54 18.09 20.65 21.25 21.21 33.43 39.86
9 24.99 24.62 24.28 20.69 17.24 21.85 21.66 24.86 25.31 23.57 31.36 31.98
10 31.37 30.30 20.87 15.45 18.59 17.73 23.82 26.45 22.07 17.62 37.18 23.56
Blocos-constante
1 16.36 33.92 28.50 22.73 12.76 17.02 13.23 10.17 9.54 8.62 26.45 26.27
2 43.14 48.98 27.73 31.34 19.96 15.82 19.24 16.04 16.47 16.61 20.14 20.64
3 26.10 27.21 30.89 42.27 38.11 16.77 21.09 15.89 18.51 18.09 19.86 36.13
4 41.91 27.72 19.81 14.84 14.77 10.78 13.02 15.02 13.08 18.71 32.79 38.83
5 16.82 14.62 16.51 18.88 14.07 21.35 15.15 16.24 20.58 14.42 18.88 30.11
6 31.09 17.58 28.51 15.92 17.08 25.89 22.22 19.46 25.14 22.87 36.40 30.74
7 28.50 31.26 34.83 29.17 28.60 26.03 25.62 32.24 31.09 32.07 40.66 36.75
8 37.80 27.19 25.16 31.28 11.62 24.41 22.40 17.02 19.06 12.88 31.59 30.85
9 29.71 24.90 22.12 20.29 14.40 16.18 13.76 12.82 15.75 15.90 29.07 23.55
10 21.83 28.99 25.01 20.95 21.15 17.49 14.50 13.42 13.04 14.60 36.14 45.93
142

APÊNDICE E – Tabela dos dados individuais do erro absoluto dos grupos


constante, constante-aleatório e constante-blocos na fase de aquisição e testes de
transferência imediata e atrasada.

Grupos /
Blocos da fase de aquisição Testes
Sujeitos
Constante B1 B2 B3 B4 B5 B6 B7 B8 B9 B10 TI TA
1 133.24 213.03 83.30 102.74 77.51 91.17 111.73 111.02 71.25 74.66 477.53 483.93
2 215.69 130.14 64.56 75.65 111.07 68.93 79.69 76.77 57.09 57.30 305.00 106.41
3 75.51 69.68 52.61 101.85 108.00 56.10 39.46 57.56 65.94 61.50 158.80 428.69
4 222.67 66.65 92.73 67.49 82.22 111.53 153.94 87.36 64.68 51.08 394.71 272.48
5 91.63 51.69 18.17 59.78 36.30 91.63 51.69 18.17 59.78 36.30 349.25 288.91
6 193.36 73.93 58.21 73.32 135.47 64.92 176.16 96.18 47.17 121.13 351.65 481.52
7 115.11 72.45 144.39 108.52 86.63 82.23 74.26 63.73 60.63 94.69 376.54 436.08
8 218.37 113.84 63.42 98.92 91.63 112.10 85.83 40.03 48.41 83.92 511.10 516.84
9 127.41 122.51 148.32 121.88 397.15 104.83 51.36 71.77 59.49 42.89 327.30 274.89
10 49.76 66.69 75.87 57.04 86.23 79.23 60.41 32.62 48.04 57.33 382.12 182.31
Constante-aleatório
1 86.43 86.50 132.39 100.34 124.18 119.58 52.74 65.02 90.34 90.60 244.69 421.29
2 107.78 60.25 69.23 39.88 50.07 80.44 83.27 60.17 64.65 85.60 410.23 556.77
3 87.84 77.18 114.46 99.33 50.27 104.51 96.32 166.39 210.29 167.65 220.38 411.08
4 142.41 74.02 106.95 97.44 76.17 92.00 168.22 102.48 121.30 122.57 149.17 128.28
5 72.51 60.74 47.85 66.75 37.31 91.29 94.69 69.16 62.16 58.82 69.82 115.27
6 46.25 48.38 77.47 73.00 65.83 113.42 112.12 110.09 65.07 90.12 122.42 213.64
7 78.46 43.23 46.92 43.60 46.52 147.37 139.82 91.99 58.05 93.68 148.60 269.03
8 65.27 101.06 35.86 38.40 54.14 124.56 59.05 108.74 100.18 89.19 147.55 114.39
9 149.78 54.23 71.20 45.94 89.11 111.18 86.16 100.78 207.48 203.40 104.21 251.31
10 144.70 61.37 55.65 71.35 48.38 86.74 128.26 138.25 61.87 90.19 293.96 295.67
Constante-blocos
1 86.39 95.76 86.76 41.90 68.92 104.23 69.31 112.04 58.16 74.67 151.54 160.94
2 188.33 226.49 124.94 159.65 188.78 218.53 102.48 129.83 129.08 76.50 97.40 49.09
3 124.95 168.84 83.70 77.05 75.82 75.83 263.78 211.00 185.61 135.34 236.94 193.93
4 113.52 137.35 145.17 115.30 118.81 110.29 138.27 169.59 181.68 172.00 286.32 126.77
5 54.12 70.14 68.06 63.05 76.62 59.10 65.57 100.01 51.91 67.04 137.33 138.23
6 86.58 96.81 76.53 86.51 56.26 37.40 127.04 114.32 58.48 56.94 261.12 338.90
7 168.12 171.64 146.30 125.93 129.16 88.60 90.23 116.21 103.90 93.16 97.23 551.21
8 138.55 151.92 92.54 33.27 30.45 120.19 119.31 163.78 60.52 41.82 482.83 265.56
9 58.09 120.45 77.43 48.10 68.66 105.13 114.85 85.70 159.55 55.51 123.09 241.99
10 79.55 114.93 129.32 85.81 91.26 127.49 125.89 104.91 65.38 60.51 117.33 167.84
143

APÊNDICE F - Tabela dos dados individuais do erro absoluto dos grupos


aleatório, aleatório-constante e aleatório-blocos na fase de aquisição e testes de
transferência imediata e atrasada.

Grupos /
Blocos da fase de aquisição Testes
Sujeitos
Aleatório B1 B2 B3 B4 B5 B6 B7 B8 B9 B10 TI TA
1 277.39 90.28 120.80 128.87 161.47 141.79 85.29 137.32 50.03 125.81 89.21 37.22
2 85.58 58.73 116.28 112.66 120.30 93.81 120.56 120.29 126.82 130.77 385.50 115.36
3 95.04 71.44 49.99 79.33 58.25 108.35 124.19 92.16 86.96 79.17 73.48 134.82
4 438.60 166.96 175.62 188.87 115.83 101.60 94.02 146.94 125.04 103.80 130.42 144.81
5 353.10 237.72 171.60 240.53 206.38 152.91 153.19 242.27 156.10 104.15 262.62 277.35
6 221.76 171.96 206.28 147.67 141.83 117.98 131.57 169.77 108.50 137.84 299.17 121.12
7 268.26 215.67 141.39 215.89 615.07 183.99 208.43 168.95 140.69 150.53 441.49 347.63
8 228.24 168.84 200.82 189.31 191.50 162.10 177.66 187.61 176.44 182.99 457.79 459.27
9 165.77 132.00 168.34 208.50 136.92 163.10 182.76 125.91 130.72 155.09 210.82 45.18
10 148.94 98.46 111.55 194.76 83.11 161.89 104.38 78.62 103.81 100.36 443.54 273.02
Aleatório-constante
1 211.01 149.48 177.83 217.16 149.78 135.95 137.46 77.53 112.70 99.82 496.70 401.65
2 140.09 124.98 132.59 152.62 136.38 101.85 112.45 112.98 87.69 68.10 395.21 235.61
3 244.47 192.27 178.93 157.67 132.78 56.44 160.24 132.83 89.65 126.40 280.43 429.96
4 137.19 93.83 97.59 117.49 120.02 73.53 118.99 103.66 98.84 93.00 356.93 275.55
5 158.15 197.59 131.89 109.40 317.86 161.13 213.91 48.18 79.99 104.85 481.30 71.88
6 221.56 175.63 185.41 127.59 90.14 112.34 87.77 86.71 63.85 61.03 396.34 356.22
7 540.58 148.31 185.26 235.42 159.28 160.30 127.83 72.80 68.33 69.25 331.30 192.39
8 164.86 140.66 156.43 134.48 197.58 82.50 40.55 56.23 96.86 90.51 282.42 234.80
9 197.81 157.34 161.49 129.56 199.52 73.04 54.93 65.72 63.53 74.62 91.00 229.69
10 97.69 204.26 70.64 190.93 154.86 120.62 128.51 114.28 85.35 92.17 430.23 357.38
Aleatório-blocos
1 256.79 168.16 207.89 135.94 175.12 106.53 213.49 115.37 98.70 111.73 376.93 173.65
2 106.22 135.35 113.60 103.66 111.24 48.89 76.88 149.13 53.71 56.84 167.36 623.09
3 173.03 149.49 164.39 147.15 154.62 59.78 77.70 184.81 106.92 114.34 354.15 454.02
4 168.65 142.85 105.87 149.73 105.68 51.71 52.96 91.69 102.56 57.04 182.37 415.97
5 201.39 233.23 188.82 200.34 185.55 83.13 156.46 104.41 102.31 124.07 341.93 291.92
6 150.75 182.71 197.09 213.71 175.02 107.89 152.50 268.16 87.69 93.03 308.01 302.83
7 194.20 124.04 115.66 119.35 130.12 54.12 117.38 104.05 80.60 88.31 266.50 129.87
8 257.84 221.65 607.95 215.45 140.63 138.60 262.50 210.51 51.70 47.14 203.30 142.98
9 209.42 229.85 220.00 356.69 132.72 60.56 100.34 88.17 125.25 71.46 149.64 235.33
10 158.07 168.59 114.55 124.82 102.72 119.32 112.47 220.35 94.22 77.12 294.06 421.22
144

APÊNDICE G - Tabela dos dados individuais do erro absoluto dos grupos em


blocos, blocos-aleatório e blocos-constante na fase de aquisição e testes de
transferência imediata e atrasada.

Grupos /
Blocos da fase de aquisição Testes
Sujeitos
Blocos B1 B2 B3 B4 B5 B6 B7 B8 B9 B10 TI TA
1 338.24 232.12 220.11 277.58 205.03 100.78 129.50 167.67 98.62 40.49 258.49 110.36
2 72.28 84.32 46.89 71.95 38.87 61.34 51.75 35.93 70.63 34.72 838.90 1736.06
3 66.79 87.45 227.62 130.69 82.96 73.37 117.19 195.41 78.37 63.91 291.32 189.82
4 275.95 116.46 240.20 115.02 68.44 59.65 118.53 136.37 154.12 149.21 377.43 590.99
5 91.25 160.74 136.51 94.99 76.96 41.75 530.70 117.19 76.01 61.30 290.93 380.56
6 217.82 223.28 149.19 103.12 83.09 137.98 137.58 166.08 108.06 54.50 202.54 302.46
7 160.50 141.56 115.04 87.02 72.67 215.87 123.91 130.08 92.93 128.09 195.59 271.42
8 95.53 105.61 85.98 162.61 41.43 66.69 91.52 122.67 129.22 107.48 146.39 219.62
9 36.44 82.41 86.34 62.82 175.84 130.26 111.34 131.42 120.70 87.67 102.57 115.76
10 90.85 138.73 167.40 74.01 45.75 67.75 122.43 134.17 204.07 118.96 96.97 296.21
Blocos-aleatório
1 239.79 145.83 333.86 165.34 69.25 146.50 182.78 152.53 155.31 154.14 385.02 401.44
2 113.19 139.90 137.79 92.61 90.57 146.21 87.88 83.32 174.52 111.60 171.36 140.58
3 142.08 129.92 176.69 138.03 86.56 73.47 124.14 167.92 95.36 133.29 199.53 414.03
4 95.93 134.86 214.02 141.03 91.77 177.49 91.96 94.14 105.63 103.19 178.26 139.86
5 114.31 204.31 139.60 85.85 114.10 67.24 151.80 88.60 210.55 128.47 153.26 463.26
6 78.01 184.70 245.92 182.13 152.78 310.09 135.10 188.20 209.09 184.13 557.91 427.74
7 111.65 114.69 85.75 106.37 117.89 145.98 160.37 81.26 97.37 178.28 253.48 385.24
8 143.53 158.91 159.48 85.56 45.73 156.65 137.09 142.68 167.03 156.00 433.24 516.90
9 128.68 154.00 155.28 173.33 93.17 163.18 151.52 166.51 189.28 154.34 333.49 136.24
10 156.39 221.92 134.57 109.85 91.22 109.99 124.15 128.68 158.19 109.71 335.16 196.14
Blocos-constante
1 42.77 241.53 304.94 205.85 57.21 85.87 49.58 52.92 50.83 22.48 327.75 340.15
2 209.13 320.27 159.61 166.52 102.32 77.02 162.06 37.73 47.20 69.67 252.41 252.83
3 32.92 159.66 294.85 294.91 203.02 18.07 145.71 85.77 78.90 115.83 218.89 468.43
4 221.16 153.49 195.15 89.80 45.65 52.20 66.32 65.59 57.99 48.57 425.00 489.01
5 74.53 98.02 122.81 112.00 85.49 108.69 59.82 112.05 101.53 70.84 200.05 390.10
6 183.51 138.99 298.53 113.45 109.38 208.41 151.44 164.80 207.93 191.34 462.25 372.12
7 138.07 200.22 239.94 114.00 142.00 124.05 122.61 119.55 102.56 105.30 489.96 471.31
8 187.01 184.26 168.24 252.93 66.19 140.54 101.96 100.98 147.36 71.60 409.37 399.69
9 91.26 156.68 176.39 121.11 46.13 58.11 82.56 81.23 81.35 66.61 376.16 304.90
10 95.21 138.89 192.31 168.08 103.67 151.85 98.81 82.95 101.32 97.19 468.51 595.83
145

APÊNDICE H - Tabela dos dados individuais do erro global dos grupos constante,
constante-aleatório e constante-blocos na fase de aquisição e testes de
transferência imediata e atrasada.

Grupos /
Blocos da fase de aquisição Testes
Sujeitos
Constante B1 B2 B3 B4 B5 B6 B7 B8 B9 B10 TI TA
1 187.80 258.31 143.09 186.88 157.19 187.17 156.11 208.15 113.43 115.00 479.22 485.23
2 306.21 214.68 151.94 121.50 169.87 100.57 128.75 135.25 133.35 107.79 570.79 330.78
3 163.39 117.29 106.85 198.44 144.79 139.28 109.80 105.46 104.37 134.23 287.34 429.99
4 264.40 123.59 158.64 117.56 116.09 156.69 202.09 122.99 109.44 127.80 396.01 281.67
5 145.83 108.50 73.22 232.61 94.93 145.83 108.50 73.22 232.61 94.93 355.08 297.39
6 277.38 204.29 167.86 209.89 282.17 161.22 310.88 233.04 106.40 228.54 352.96 483.68
7 156.47 161.50 225.00 161.27 172.88 109.79 96.97 82.71 108.42 120.69 377.84 441.46
8 225.47 151.20 115.50 112.32 125.35 142.42 105.64 76.92 81.15 110.69 512.40 588.81
9 213.49 151.30 167.60 153.25 421.91 135.56 122.32 119.70 104.02 109.86 378.11 355.34
10 204.66 221.77 234.46 230.66 251.15 241.18 229.32 191.43 165.59 204.81 410.58 346.32
Constante-aleatório
1 155.58 153.43 183.09 180.13 177.02 227.26 238.97 155.23 238.76 222.81 371.88 430.25
2 227.70 105.63 100.61 92.41 92.36 123.27 119.32 121.83 105.26 161.03 441.30 575.30
3 167.94 151.79 187.84 159.11 164.56 190.64 184.01 206.59 287.24 217.24 397.51 452.65
4 262.95 180.99 183.23 173.24 186.94 144.48 269.71 179.57 216.01 202.41 256.35 239.49
5 111.03 87.90 103.64 102.84 91.06 147.47 151.55 121.02 113.57 109.17 123.17 154.73
6 130.81 123.27 133.20 155.94 132.99 208.09 175.29 150.18 139.60 142.08 238.54 228.68
7 115.50 81.73 84.93 82.36 86.16 215.30 147.61 131.71 89.77 117.06 157.41 273.05
8 123.01 151.66 79.14 107.35 99.39 190.57 144.14 153.75 140.95 134.01 183.91 146.45
9 207.96 122.06 117.92 82.87 127.35 150.48 173.98 150.18 238.00 216.91 166.97 260.51
10 231.72 152.37 155.31 139.02 124.21 171.04 194.06 240.34 216.81 178.09 337.30 319.26
Constante-blocos
1 86.39 162.10 156.48 131.16 133.96 104.23 133.08 149.07 146.48 167.31 151.54 160.94
2 284.28 274.13 187.09 184.65 241.92 365.06 192.14 315.68 213.65 247.61 229.60 258.37
3 210.26 251.59 131.63 134.31 116.62 138.68 301.99 317.05 240.69 175.28 335.98 311.24
4 155.68 165.80 159.11 141.83 177.14 136.14 207.89 276.44 221.96 177.84 389.49 345.44
5 158.75 158.65 154.17 214.86 204.47 168.57 169.89 194.73 133.30 108.50 249.57 225.39
6 171.84 172.60 116.97 149.57 128.28 119.36 163.80 151.58 117.03 83.11 275.00 340.20
7 251.61 244.89 173.24 192.42 152.91 148.36 172.39 235.79 202.57 249.53 228.68 552.51
8 207.94 183.98 155.95 130.14 81.25 166.93 187.45 231.91 123.73 79.13 583.74 300.12
9 134.50 148.80 165.37 98.23 95.17 132.64 133.24 145.34 196.12 80.49 452.80 248.90
10 211.91 221.63 222.19 233.63 279.92 183.14 162.23 183.48 171.28 103.68 161.72 204.79
146

APÊNDICE I - Tabela dos dados individuais do erro global dos grupos aleatório,
aleatório-constante e aleatório-blocos na fase de aquisição e testes de
transferência imediata e atrasada.

Grupos /
Blocos da fase de aquisição Testes
Sujeitos
Aleatório B1 B2 B3 B4 B5 B6 B7 B8 B9 B10 TI TA
1 320.36 173.02 807.30 231.64 209.46 216.29 151.20 863.52 138.33 197.97 236.92 175.98
2 143.74 166.23 172.71 166.74 170.86 145.72 173.21 163.64 173.98 166.44 403.11 240.41
3 145.20 162.45 117.10 164.40 129.82 161.53 167.54 146.33 135.49 139.76 296.81 239.08
4 529.56 278.59 242.48 229.51 167.11 172.78 173.88 219.90 181.52 150.82 288.36 275.48
5 410.72 325.31 272.57 300.74 297.45 209.16 285.02 297.50 219.11 154.04 374.65 306.44
6 251.66 222.63 248.68 224.39 208.79 217.75 220.85 250.38 190.75 207.25 397.37 269.59
7 362.31 260.84 222.02 267.57 725.16 209.04 211.27 201.84 205.35 176.12 442.79 348.93
8 296.63 256.81 280.87 257.58 245.03 218.50 226.26 231.07 213.58 236.26 461.17 460.94
9 256.19 251.02 230.60 277.78 208.33 237.69 210.60 203.17 203.61 205.53 266.86 232.67
10 198.74 203.63 154.91 259.29 149.80 205.84 162.67 118.90 162.93 131.50 505.87 297.67
Aleatório-constante
1 294.26 283.72 274.22 279.58 188.48 171.88 198.45 167.08 222.61 200.87 498.00 422.72
2 176.74 195.80 179.10 211.23 181.51 189.28 149.20 196.78 142.53 126.28 396.51 241.36
3 343.21 277.29 328.18 252.67 258.72 227.66 247.38 242.08 209.85 172.27 330.33 461.83
4 187.67 164.11 190.58 212.66 168.78 131.61 139.35 142.57 124.25 159.50 363.09 294.05
5 218.43 276.16 177.38 207.65 360.98 235.72 318.03 123.79 120.88 192.87 506.56 208.27
6 259.31 230.66 273.35 275.38 241.20 228.73 267.35 204.81 141.30 126.86 430.02 367.58
7 604.23 273.57 273.84 304.12 237.45 225.50 195.67 119.05 190.16 142.66 382.31 292.47
8 267.35 242.49 216.12 212.61 252.13 172.43 124.72 131.35 176.97 147.00 298.85 290.30
9 234.38 193.26 201.49 183.01 240.18 148.48 147.72 155.65 174.13 176.02 197.72 248.19
10 198.14 257.18 149.75 247.00 212.10 178.77 200.81 184.14 190.41 191.46 451.52 395.11
Aleatório-blocos
1 323.30 217.59 240.35 192.93 262.82 207.99 285.47 245.45 242.23 220.18 378.23 213.40
2 249.63 214.55 190.65 225.13 190.14 114.99 159.53 286.26 144.33 150.55 321.89 661.80
3 193.77 181.69 202.28 233.03 190.61 107.01 144.91 217.12 159.89 147.14 366.21 455.32
4 316.38 193.77 146.13 183.77 244.44 122.19 108.79 171.13 142.52 154.81 315.97 525.16
5 246.89 306.63 244.31 237.11 211.59 154.70 220.19 248.70 226.93 248.16 393.82 368.35
6 176.47 209.82 215.44 261.38 200.79 120.04 175.88 275.41 131.18 115.83 316.69 309.34
7 250.41 178.81 193.03 304.24 281.42 138.16 156.85 156.26 157.24 203.98 421.82 289.82
8 300.57 300.39 611.63 280.76 214.05 222.94 324.84 255.08 115.35 129.83 370.64 285.70
9 271.34 287.35 250.50 382.33 172.29 102.12 151.09 174.17 149.60 90.95 211.23 262.29
10 235.81 287.38 177.53 216.19 150.39 161.91 177.75 231.54 191.52 181.65 330.65 422.52
147

APÊNDICE J - Tabela dos dados individuais do erro relativo dos grupos em


blocos, blocos-aleatório e blocos-constante na fase de aquisição e testes de
transferência imediata e atrasada.

Grupos /
Blocos da fase de aquisição Testes
Sujeitos
Blocos B1 B2 B3 B4 B5 B6 B7 B8 B9 B10 TI TA
1 403.78 295.96 356.83 388.01 257.31 187.47 227.90 262.03 192.13 188.98 492.50 292.96
2 136.15 187.90 171.80 190.71 159.08 162.18 188.13 172.71 158.72 136.31 880.16 1734.76
3 166.37 200.19 231.72 177.40 133.47 134.76 176.02 249.53 199.42 149.92 325.83 332.88
4 305.68 167.64 401.32 342.75 111.04 160.54 161.76 155.74 200.06 216.36 394.24 592.29
5 153.02 205.08 237.00 201.26 135.95 107.76 566.96 165.77 122.58 110.10 385.58 416.89
6 265.34 254.48 262.86 192.76 207.41 172.83 165.23 235.94 195.09 191.76 270.99 329.06
7 242.86 200.24 285.66 217.22 223.82 324.68 210.83 265.23 178.69 227.95 366.42 354.44
8 155.40 145.91 298.67 301.60 158.94 143.53 190.60 295.92 267.46 222.24 417.23 331.69
9 161.34 166.68 187.96 192.65 234.42 204.31 152.95 203.98 190.23 159.65 178.39 235.87
10 137.95 180.73 244.92 174.99 123.86 116.79 173.81 182.59 262.89 212.04 194.88 298.53
Blocos-aleatório
1 251.23 220.32 398.19 285.66 249.59 246.11 349.11 291.09 242.28 249.65 466.11 434.24
2 172.87 185.75 217.87 231.94 181.73 183.95 163.20 168.26 222.49 192.00 353.13 326.95
3 215.53 199.85 291.44 246.01 134.78 171.04 240.19 203.68 215.91 209.12 373.82 507.04
4 182.46 215.94 302.88 206.21 251.40 247.73 191.07 168.04 165.81 154.98 270.73 351.34
5 225.84 300.43 348.81 203.84 178.08 257.46 279.28 225.09 327.29 259.93 372.99 501.89
6 159.63 207.31 350.06 268.03 185.31 373.67 184.23 257.15 267.18 247.12 559.21 429.04
7 200.68 167.63 193.67 240.66 234.81 241.82 221.35 219.57 199.73 239.91 308.67 386.54
8 205.96 176.10 190.37 172.74 98.45 193.35 150.40 182.91 192.24 186.64 434.54 518.20
9 174.95 176.73 267.07 204.34 155.15 200.91 174.31 231.04 226.75 217.26 407.68 415.74
10 219.56 237.35 229.62 147.69 167.28 164.18 163.34 226.93 199.87 165.90 483.27 306.27
Blocos-constante
1 114.54 286.80 313.56 223.83 114.88 153.20 119.08 91.55 85.88 77.58 343.80 341.45
2 301.97 384.50 305.00 306.50 179.67 142.40 173.16 144.37 148.20 149.47 266.95 268.28
3 182.72 234.06 339.75 416.47 343.01 150.96 189.77 143.03 166.59 162.81 258.15 469.73
4 293.39 229.55 217.97 145.21 132.92 97.04 117.19 135.21 117.72 168.42 426.30 504.79
5 117.75 131.45 181.58 182.22 126.67 192.11 136.38 146.19 185.22 129.80 245.43 391.40
6 217.60 163.18 313.57 157.68 153.72 233.00 199.93 175.18 226.25 205.81 473.19 399.55
7 199.47 266.49 383.10 281.28 257.38 234.26 230.54 290.14 279.82 288.64 528.55 477.77
8 264.64 226.98 276.70 318.60 104.55 219.68 201.63 153.16 171.58 115.95 410.67 400.99
9 207.95 218.18 243.32 196.76 129.62 145.60 123.80 115.38 141.71 143.06 377.85 306.20
10 152.83 244.32 275.10 204.54 190.36 157.43 130.52 120.78 117.35 131.37 469.81 597.13
148

APÊNDICE K - Tabela dos dados individuais do desvio padrão do erro relativo dos
grupos constante, constante-aleatório e constante-blocos na fase de aquisição e
testes de transferência imediata e atrasada.

Grupos /
Blocos da fase de aquisição Testes
Sujeitos
Constante B1 B2 B3 B4 B5 B6 B7 B8 B9 B10 TI TA
1 6.37 26.12 15.90 20.76 17.46 11.09 5.99 23.13 12.61 12.78 5.80 2.67
2 15.73 4.54 16.88 13.50 18.88 4.53 3.58 15.03 14.82 11.98 10.77 9.98
3 6.97 3.15 11.87 22.05 16.09 5.43 7.36 11.72 11.60 14.91 8.30 4.32
4 24.71 4.81 17.63 13.06 12.90 11.60 30.99 13.67 12.16 14.20 2.63 3.27
5 10.11 3.53 8.14 25.85 10.55 10.11 3.53 8.14 25.85 10.55 2.65 2.07
6 21.86 9.29 18.65 23.32 31.35 7.64 44.65 25.89 11.82 25.39 5.22 3.98
7 8.26 4.82 25.00 17.92 19.21 4.26 2.63 9.19 12.05 13.41 8.42 5.50
8 11.88 10.35 12.83 12.48 13.93 6.96 4.38 8.55 9.02 12.30 1.64 10.76
9 16.53 5.18 18.62 17.03 46.88 3.90 3.55 13.30 11.56 12.21 19.56 8.09
10 3.04 4.47 26.05 25.63 27.91 3.31 2.10 21.27 18.40 22.76 1.59 2.59
Constante-aleatório
1 6.67 12.17 4.48 6.74 5.68 7.55 6.86 8.27 9.50 7.21 7.55 7.05
2 12.20 6.56 7.65 6.30 5.33 3.76 6.28 3.89 6.06 6.71 11.93 10.38
3 6.77 5.83 7.31 6.30 7.86 8.48 5.70 8.07 31.90 9.69 9.71 4.61
4 12.36 5.41 8.13 8.80 8.84 4.24 13.37 8.01 11.68 10.53 5.20 6.04
5 6.79 3.22 5.72 5.24 3.45 4.57 13.04 7.22 3.16 9.46 3.86 4.00
6 7.37 4.37 4.41 4.41 4.36 20.34 20.14 20.15 20.28 20.11 5.03 4.17
7 6.37 2.89 2.77 5.94 2.69 11.09 7.81 4.87 4.72 6.63 3.81 1.71
8 7.43 10.02 3.09 7.43 7.21 24.73 5.87 7.80 6.39 7.04 5.09 2.53
9 18.51 3.72 7.30 3.41 5.92 5.68 3.89 9.34 25.68 8.80 6.16 5.81
10 17.12 8.36 8.83 5.25 4.46 7.58 8.80 11.50 15.21 7.64 3.91 8.66
Constante-blocos
1 8.81 8.12 8.53 7.33 6.51 8.39 7.09 4.14 6.82 9.04 6.13 11.41
2 17.43 18.43 9.91 6.38 10.76 35.72 8.08 20.21 9.07 19.39 5.57 4.03
3 6.26 24.02 5.85 7.50 11.05 10.48 56.94 12.64 9.92 14.71 6.46 6.43
4 7.29 6.19 7.64 6.12 14.05 4.69 8.10 4.75 7.31 6.18 6.28 7.42
5 3.48 4.57 4.79 11.51 4.63 5.96 5.14 9.18 5.16 2.68 7.24 6.22
6 4.95 18.38 4.72 5.13 4.71 7.59 11.63 4.82 6.71 3.40 5.22 7.77
7 18.12 9.71 5.61 14.02 4.06 12.98 5.36 7.81 8.95 17.12 5.59 4.23
8 24.49 25.41 7.57 3.83 4.31 25.51 8.56 12.09 5.15 7.12 16.52 5.59
9 7.38 3.55 8.34 4.18 6.48 25.76 7.55 5.08 25.33 4.89 9.56 4.31
10 8.54 7.23 4.96 7.44 12.15 26.05 6.89 5.08 6.06 6.92 4.57 6.71
149

APÊNDICE L - Tabela dos dados individuais do desvio padrão do erro relativo dos
grupos aleatório, aleatório-constante e aleatório-blocos na fase de aquisição e
testes de transferência imediata e atrasada.

Grupos /
Blocos da fase de aquisição Testes
Sujeitos
Aleatório B1 B2 B3 B4 B5 B6 B7 B8 B9 B10 TI TA
1 30.20 9.26 5.76 12.21 14.78 24.93 8.16 11.70 5.76 8.81 6.83 3.34
2 4.69 7.04 10.47 8.21 10.98 4.36 11.30 8.69 8.27 15.50 5.81 4.24
3 4.47 5.12 4.05 7.96 4.15 2.72 14.30 4.21 5.69 5.18 9.89 5.85
4 75.54 30.44 21.32 8.09 8.43 7.25 5.93 7.93 9.46 5.52 7.62 4.80
5 37.42 42.04 9.06 12.98 22.41 7.62 21.07 43.18 9.29 5.37 9.58 9.62
6 15.28 5.77 7.47 5.74 6.71 5.37 5.90 8.36 5.69 5.85 3.88 6.02
7 29.01 8.04 6.55 4.75 170.04 10.44 10.05 8.22 5.23 5.70 4.72 2.12
8 18.97 5.53 3.73 6.05 9.49 6.81 6.41 4.45 8.19 5.18 4.48 4.39
9 13.68 15.08 8.16 10.22 11.51 7.42 9.43 4.34 5.37 9.01 4.44 2.96
10 24.72 7.84 7.55 21.45 6.08 9.64 8.49 6.13 5.33 5.01 14.56 8.85
Aleatório-constante
1 18.41 7.04 9.51 17.27 14.12 8.18 11.86 9.28 8.24 5.37 8.13 5.84
2 9.99 18.67 4.81 13.35 9.45 8.27 5.33 4.61 5.80 6.27 6.60 9.21
3 20.20 9.91 35.30 8.92 8.03 7.04 15.84 13.83 6.57 7.05 10.55 8.29
4 8.20 8.32 9.21 10.90 8.08 5.50 4.12 3.94 3.84 6.34 4.77 3.60
5 11.61 10.97 6.60 10.60 37.19 28.08 42.18 9.93 4.36 14.95 6.82 4.78
6 11.69 7.97 3.96 4.77 6.17 10.44 11.46 6.61 6.29 3.25 5.09 7.99
7 36.22 10.13 10.15 20.94 20.19 15.66 18.00 5.77 10.41 7.39 7.49 11.58
8 16.70 15.35 11.62 10.68 20.72 9.14 5.79 10.21 11.52 6.95 4.52 3.94
9 16.84 4.80 9.91 8.69 14.39 6.87 6.43 9.76 10.62 10.97 6.16 4.01
10 11.08 24.60 4.95 11.76 11.52 7.46 9.19 9.46 8.88 10.90 4.54 7.95
Aleatório-blocos
1 8.85 9.25 8.54 6.35 10.95 13.16 17.99 6.32 8.78 8.47 5.08 2.80
2 12.19 7.83 8.85 14.08 5.73 4.49 6.92 13.45 5.76 6.77 7.87 28.73
3 7.52 7.81 5.86 11.85 7.87 7.39 9.13 4.56 3.38 2.49 6.09 4.75
4 14.12 9.36 5.87 7.36 15.31 5.51 4.66 6.43 6.25 10.08 10.38 28.70
5 12.14 18.20 17.42 16.94 13.79 4.56 10.66 4.54 4.65 11.42 4.49 4.82
6 9.21 10.68 10.99 6.79 8.50 26.57 10.24 7.64 4.77 3.04 4.14 4.80
7 19.11 6.05 6.66 12.90 5.56 6.68 8.84 9.25 6.56 6.32 13.51 15.20
8 16.95 22.69 34.80 8.06 7.65 11.50 24.24 7.02 5.46 6.18 7.97 9.67
9 24.86 22.61 19.36 88.91 5.99 7.35 7.87 5.85 19.56 4.37 3.83 10.47
10 14.09 10.86 7.50 7.98 9.27 7.16 18.04 12.35 7.00 6.83 14.08 6.58
150

APÊNDICE M - Tabela dos dados individuais do desvio padrão do erro relativo


dos grupos em blocos, blocos-aleatório e blocos-constante na fase de aquisição e
testes de transferência imediata e atrasada.

Grupos /
Blocos da fase de aquisição Testes
Sujeitos
Blocos B1 B2 B3 B4 B5 B6 B7 B8 B9 B10 TI TA
1 33.96 17.77 9.60 26.54 12.53 8.15 7.79 9.52 10.15 6.88 15.22 9.96
2 10.23 5.99 5.12 5.88 3.03 4.37 3.52 1.90 4.49 4.48 21.17 31.79
3 6.33 4.96 4.99 6.42 5.11 4.38 8.14 2.34 6.43 6.47 5.36 4.97
4 40.84 13.24 23.76 56.38 5.34 8.34 7.89 5.72 27.55 37.16 6.53 3.14
5 5.93 11.09 5.98 6.45 5.62 5.27 222.89 6.90 6.97 4.41 10.31 10.23
6 24.29 22.17 6.44 7.04 6.29 11.14 9.59 7.66 6.43 5.12 5.53 6.76
7 46.58 8.08 5.93 6.74 7.22 67.41 7.78 2.35 3.61 20.88 6.51 2.81
8 21.89 6.64 11.60 17.16 4.92 4.54 2.85 10.69 12.68 8.70 16.08 5.85
9 6.84 6.52 6.72 9.61 11.82 11.22 6.67 5.64 13.80 6.80 6.23 8.94
10 6.50 9.79 8.75 3.32 4.80 6.20 6.57 6.35 43.63 24.67 5.11 3.15
Blocos-aleatório
1 16.35 4.03 30.69 3.89 4.65 8.64 10.68 5.79 5.92 3.48 1.65 0.96
2 9.69 8.40 6.04 11.63 9.76 7.59 4.63 7.89 15.16 7.65 6.56 3.78
3 26.06 9.36 6.83 14.89 6.56 6.83 12.26 6.87 8.34 11.10 17.84 10.99
4 13.34 10.67 8.29 5.50 10.73 15.81 11.97 12.27 10.41 5.86 6.25 12.46
5 10.63 11.79 10.92 15.79 8.61 3.46 5.19 7.93 20.81 3.81 4.79 9.69
6 1.92 13.61 2.87 4.56 4.97 27.41 4.72 5.50 6.60 8.09 1.47 6.76
7 20.71 10.05 6.52 5.47 10.54 4.83 9.01 6.63 6.77 8.38 8.33 5.56
8 13.45 6.65 4.71 7.77 3.40 8.96 5.63 8.05 6.05 5.68 3.07 2.98
9 8.51 7.14 8.33 6.70 5.91 5.46 6.64 12.19 10.77 5.10 7.53 10.47
10 14.09 10.86 7.50 7.98 9.27 7.16 18.04 12.35 7.00 6.83 14.08 6.58
Blocos-constante
1 4.48 27.40 5.47 6.36 3.39 8.37 5.23 4.34 2.79 3.50 2.32 2.47
2 20.65 17.97 5.34 9.99 6.74 4.86 10.68 3.61 4.05 4.82 7.24 7.23
3 15.44 7.34 6.96 21.20 7.82 5.65 8.65 4.66 8.28 8.88 6.80 3.78
4 23.34 13.13 7.41 6.93 8.40 7.15 4.53 5.04 4.09 12.57 4.72 4.00
5 10.54 10.18 11.14 8.65 5.90 11.19 6.99 5.15 11.62 7.89 5.09 3.57
6 23.73 12.14 4.48 7.25 5.42 6.29 5.29 6.49 4.28 3.40 3.94 8.10
7 9.23 12.69 5.79 4.94 8.55 10.34 7.39 6.40 3.94 3.56 6.66 2.69
8 26.33 13.12 9.69 32.13 3.87 3.83 9.12 7.81 11.28 3.31 3.24 3.55
9 12.80 7.50 9.94 6.44 5.55 5.11 3.33 5.48 7.80 5.99 3.29 5.39
10 8.93 22.52 6.01 4.31 6.56 5.75 4.00 8.41 4.91 4.28 4.68 4.18
151

APÊNDICE N - Tabela dos dados individuais do desvio padrão do erro absoluto


dos grupos constante, constante-aleatório e constante-blocos na fase de aquisição
e testes de transferência imediata e atrasada.

Grupos /
Blocos da fase de aquisição Testes
Sujeitos
Constante B1 B2 B3 B4 B5 B6 B7 B8 B9 B10 TI TA
1 79.04 255.82 49.44 120.73 37.89 71.21 50.89 76.70 33.53 45.43 76.50 34.70
2 166.60 44.13 47.99 50.22 65.74 45.78 36.61 49.61 56.64 55.71 183.95 82.51
3 89.77 46.37 42.52 62.88 35.67 34.31 37.58 38.60 33.92 54.97 83.51 56.13
4 238.43 56.08 98.36 36.60 38.48 76.37 283.55 45.30 65.92 30.45 34.21 53.53
5 79.10 34.18 17.28 117.84 23.81 79.10 34.18 17.28 117.84 23.81 37.60 30.14
6 244.21 60.21 38.54 53.32 97.07 59.04 248.66 60.59 26.00 233.48 67.84 52.01
7 76.59 56.72 56.48 70.27 92.48 47.08 41.18 51.17 25.84 55.16 109.45 75.94
8 112.90 77.88 35.20 38.12 37.47 41.27 47.63 28.59 29.65 30.95 21.26 123.18
9 169.18 45.96 54.33 57.26 965.47 38.85 46.18 31.14 39.83 31.20 227.68 152.83
10 39.84 44.17 32.13 29.56 33.77 38.69 33.10 23.24 39.94 37.81 29.48 58.52
Constante-aleatório
1 49.92 117.86 31.73 63.60 42.34 100.45 49.61 50.04 59.91 67.24 122.43 104.26
2 91.19 40.86 61.86 32.29 30.00 73.97 73.85 64.79 59.89 56.02 190.35 140.84
3 84.47 59.36 50.09 51.71 53.05 70.49 81.33 133.77 232.04 118.32 171.89 136.83
4 115.30 56.31 84.37 66.46 93.45 55.89 96.20 94.07 111.84 92.71 120.62 65.41
5 75.09 36.04 37.11 55.11 17.70 84.38 113.14 57.68 47.32 47.41 44.17 64.28
6 40.30 36.25 4.99 36.69 21.42 260.44 260.47 30.89 260.64 265.83 98.13 59.11
7 44.75 25.82 39.96 37.78 28.73 105.27 60.12 48.78 26.07 40.75 52.19 23.25
8 59.92 80.25 29.45 27.35 55.70 187.20 38.69 75.89 43.78 61.15 58.37 43.59
9 130.12 47.54 50.70 26.64 53.10 68.92 71.86 73.55 166.59 119.22 80.32 90.12
10 167.45 42.70 47.62 30.14 30.49 57.07 87.90 123.74 90.74 73.85 75.59 146.64
Constante-blocos
1 63.06 60.98 74.22 43.48 58.15 79.53 59.11 57.27 52.33 34.12 105.32 83.51
2 195.20 187.29 68.61 69.81 94.97 193.69 136.77 176.70 106.80 38.13 77.67 60.88
3 69.80 243.53 59.90 58.91 95.95 49.30 370.96 171.47 115.07 110.67 118.71 78.63
4 70.14 69.08 79.22 70.66 71.39 37.01 87.99 86.98 86.46 64.56 155.31 110.64
5 32.18 52.34 45.42 55.93 61.12 42.74 58.47 78.20 41.21 39.70 96.45 93.09
6 57.48 136.60 50.63 46.78 29.77 35.16 166.76 55.27 44.44 26.38 70.93 100.99
7 189.15 72.79 71.71 121.45 50.75 72.30 115.33 99.55 70.71 72.43 77.41 54.98
8 245.55 238.03 47.51 21.45 32.85 193.85 138.60 159.37 42.58 32.94 191.97 101.92
9 49.73 48.10 61.40 42.67 52.29 190.42 96.00 44.18 239.42 49.18 142.06 67.79
10 47.11 54.02 34.31 63.23 73.92 191.70 67.06 45.17 66.43 50.45 87.40 114.93
152

APÊNDICE O - Tabela dos dados individuais do desvio padrão do erro absoluto


dos grupos aleatório, aleatório-constante e aleatório-blocos na fase de aquisição e
testes de transferência imediata e atrasada.

Grupos /
Blocos da fase de aquisição Testes
Sujeitos
Aleatório B1 B2 B3 B4 B5 B6 B7 B8 B9 B10 TI TA
1 300.22 95.39 83.50 75.70 108.31 189.81 61.06 81.77 52.23 104.99 66.10 35.34
2 55.30 65.09 93.68 53.61 63.95 60.37 72.48 69.00 83.55 87.43 95.88 58.78
3 66.80 46.69 33.26 66.38 44.33 72.55 122.44 61.98 73.00 74.89 51.31 102.06
4 566.11 197.49 164.69 109.44 86.13 79.73 91.45 120.46 124.94 63.29 115.84 83.98
5 349.53 315.90 125.20 121.68 299.40 76.26 113.24 267.28 76.92 67.23 109.55 139.19
6 137.25 119.74 134.21 103.69 108.94 99.39 72.84 108.95 91.81 91.99 28.71 99.16
7 293.68 141.92 121.62 121.23 1401.43 149.18 122.18 110.23 106.07 102.83 61.42 27.56
8 178.83 116.77 140.44 126.59 148.32 111.16 118.64 110.79 116.73 129.35 59.85 57.62
9 94.46 104.17 139.38 137.20 103.45 127.42 118.19 88.54 81.15 87.56 59.96 38.95
10 193.38 92.63 60.29 255.65 93.55 69.78 60.12 66.16 81.80 64.90 189.75 118.05
Aleatório-constante
1 184.64 94.73 120.94 139.63 104.97 83.34 120.25 51.77 72.93 60.90 105.64 96.35
2 143.10 141.90 83.34 123.83 95.26 56.30 61.11 79.42 42.40 45.52 85.86 123.89
3 162.60 130.39 278.04 103.58 128.85 55.32 113.01 119.20 68.55 62.38 121.59 110.10
4 51.58 72.97 107.30 129.54 66.90 49.51 37.08 35.46 34.51 57.09 62.07 46.79
5 137.96 104.71 71.70 87.08 277.97 252.71 379.62 89.33 39.20 134.54 88.72 62.16
6 98.84 106.07 76.36 80.90 66.76 93.99 103.10 59.48 56.61 29.21 66.22 103.83
7 340.68 107.02 80.56 144.92 147.63 140.90 162.00 51.95 93.71 66.54 97.42 150.59
8 123.61 98.06 64.08 69.74 132.56 82.30 52.11 91.92 103.72 62.59 58.71 51.26
9 128.95 31.70 62.67 78.99 161.00 61.84 57.87 87.88 95.58 98.76 80.10 52.20
10 106.62 183.11 51.89 103.77 118.96 67.16 82.73 85.12 79.89 98.10 58.95 103.42
Aleatório-blocos
1 147.10 93.93 125.67 90.73 107.15 107.35 156.70 47.69 106.70 78.21 66.03 70.00
2 81.06 81.95 88.76 75.32 102.00 26.30 72.54 105.64 54.01 85.85 123.54 420.26
3 105.34 105.97 121.16 91.18 88.17 40.03 70.11 58.09 61.82 32.47 88.92 61.80
4 84.73 99.91 103.65 82.95 85.44 35.74 55.79 77.76 52.88 51.77 139.90 390.70
5 107.17 157.62 135.27 124.77 108.70 49.02 130.48 51.52 73.11 137.56 81.84 99.53
6 87.20 101.17 143.75 140.48 124.53 189.08 143.80 80.29 60.88 23.73 64.30 70.54
7 204.96 81.73 81.38 83.14 84.38 43.09 106.01 76.10 54.66 55.93 137.66 133.95
8 175.02 170.60 341.33 154.10 96.93 106.40 202.50 72.77 56.82 37.53 90.26 150.73
9 214.27 196.94 164.76 619.17 81.61 54.51 111.72 63.76 186.24 34.16 85.05 62.06
10 98.64 108.50 82.52 74.07 83.46 81.97 133.22 86.77 78.04 89.37 183.11 85.59
153

APÊNDICE P - Tabela dos dados individuais do desvio padrão do erro absoluto


dos grupos em blocos, blocos-aleatório e blocos-constante na fase de aquisição e
testes de transferência imediata e atrasada.

Grupos /
Blocos da fase de aquisição Testes
Sujeitos
Blocos B1 B2 B3 B4 B5 B6 B7 B8 B9 B10 TI TA
1 300.80 152.33 140.99 278.89 127.72 70.00 152.53 90.17 103.26 34.12 107.01 60.17
2 87.37 130.68 35.98 69.96 31.94 45.81 51.33 28.88 46.12 33.22 354.05 413.24
3 49.37 85.99 60.66 58.49 54.12 64.39 143.54 48.39 31.75 43.23 61.67 110.93
4 311.05 131.90 281.39 146.56 35.79 40.66 109.20 78.41 271.91 306.64 105.59 40.80
5 55.01 178.63 77.82 76.64 77.75 48.80 1562.53 86.72 76.81 40.16 185.19 156.16
6 199.08 174.69 106.65 88.63 57.81 96.66 101.79 86.94 87.68 47.48 72.34 114.96
7 343.33 150.92 78.83 61.26 69.80 446.17 96.72 66.43 87.46 221.99 116.48 63.19
8 173.58 108.08 87.70 134.94 30.45 56.44 87.66 63.43 60.11 70.25 160.60 77.14
9 43.58 92.94 33.23 48.25 106.96 59.39 102.36 74.08 105.99 53.15 85.61 99.14
10 50.05 147.84 66.31 66.67 28.28 41.31 104.63 57.59 384.33 249.50 78.03 43.75
Blocos-aleatório
1 16.35 4.03 30.69 3.89 4.65 8.64 10.68 5.79 5.92 3.48 47.32 31.42
2 9.69 8.40 6.04 11.63 9.76 7.59 4.63 7.89 15.16 7.65 132.40 90.63
3 26.06 9.36 6.83 14.89 6.56 6.83 12.26 6.87 8.34 11.10 161.15 211.03
4 13.34 10.67 8.29 5.50 10.73 15.81 11.97 12.27 10.41 5.86 121.67 79.79
5 10.63 11.79 10.92 15.79 8.61 3.46 5.19 7.93 20.81 3.81 105.98 171.08
6 1.92 13.61 2.87 4.56 4.97 27.41 4.72 5.50 6.60 8.09 19.11 87.85
7 20.71 10.05 6.52 5.47 10.54 4.83 9.01 6.63 6.77 8.38 125.75 72.26
8 13.45 6.65 4.71 7.77 3.40 8.96 5.63 8.05 6.05 5.68 39.92 38.69
9 8.51 7.14 8.33 6.70 5.91 5.46 6.64 12.19 10.77 5.10 92.25 62.06
10 14.09 10.86 7.50 7.98 9.27 7.16 18.04 12.35 7.00 6.83 178.54 124.99
Blocos-constante
1 4.48 27.40 5.47 6.36 3.39 8.37 5.23 4.34 2.79 3.50 65.09 32.15
2 20.65 17.97 5.34 9.99 6.74 4.86 10.68 3.61 4.05 4.82 60.87 60.45
3 15.44 7.34 6.96 21.20 7.82 5.65 8.65 4.66 8.28 8.88 84.97 49.15
4 23.34 13.13 7.41 6.93 8.40 7.15 4.53 5.04 4.09 12.57 61.34 62.40
5 10.54 10.18 11.14 8.65 5.90 11.19 6.99 5.15 11.62 7.89 88.12 46.38
6 23.73 12.14 4.48 7.25 5.42 6.29 5.29 6.49 4.28 3.40 54.18 114.15
7 9.23 12.69 5.79 4.94 8.55 10.34 7.39 6.40 3.94 3.56 109.77 34.65
8 26.33 13.12 9.69 32.13 3.87 3.83 9.12 7.81 11.28 3.31 42.11 46.14
9 12.80 7.50 9.94 6.44 5.55 5.11 3.33 5.48 7.80 5.99 42.00 70.06
10 8.93 22.52 6.01 4.31 6.56 5.75 4.00 8.41 4.91 4.28 60.81 54.29
154

APÊNDICE Q - Tabela dos dados individuais do desvio padrão do erro global dos
grupos constante, constante-aleatório e constante-blocos na fase de aquisição e
testes de transferência imediata e atrasada.

Grupos /
Blocos da fase de aquisição Testes
Sujeitos
Constante B1 B2 B3 B4 B5 B6 B7 B8 B9 B10 TI TA
1 57.30 235.06 44.38 161.86 73.98 99.81 53.96 114.09 77.43 39.26 75.40 34.70
2 141.62 40.87 45.08 53.66 48.20 40.76 32.20 44.05 145.07 64.00 139.98 129.73
3 62.75 28.31 41.44 100.29 59.91 48.84 66.24 54.10 39.25 68.66 107.88 56.13
4 222.43 43.29 78.91 43.42 43.64 104.41 278.91 31.13 50.82 50.28 34.21 42.56
5 90.98 31.78 20.39 501.98 32.04 90.98 31.78 20.39 501.98 32.04 34.39 26.85
6 196.78 83.59 62.29 64.85 169.04 68.76 401.88 115.20 36.51 388.45 67.82 51.68
7 74.33 43.41 76.21 39.52 100.55 38.31 23.70 42.74 77.95 35.21 109.45 71.51
8 106.94 93.14 29.23 30.90 40.06 62.61 39.42 34.60 31.35 32.93 21.26 139.84
9 148.78 46.59 35.40 55.14 1019.33 35.09 31.96 62.89 33.53 27.78 254.32 105.17
10 27.37 40.18 33.92 19.66 23.13 29.78 18.89 42.75 46.66 61.87 20.73 33.72
Constante-aleatório
1 60.03 109.52 40.34 60.70 51.11 103.01 98.25 83.11 114.60 87.48 98.12 91.63
2 109.75 59.03 68.87 56.68 48.00 52.38 60.20 46.82 46.48 74.47 155.11 134.98
3 60.97 52.43 65.81 56.69 70.75 77.24 83.22 107.15 215.29 94.70 126.28 59.92
4 111.23 48.70 73.19 109.92 79.59 48.03 125.59 62.61 148.93 103.10 67.61 78.48
5 61.08 28.96 51.46 47.10 31.06 56.76 89.52 60.28 25.86 61.22 50.23 52.02
6 66.28 39.36 39.66 39.66 39.25 231.52 230.02 230.55 232.47 233.14 65.34 54.18
7 57.32 26.04 24.94 53.45 24.21 66.99 50.27 52.67 44.01 48.53 49.48 22.20
8 66.82 90.14 27.83 66.82 64.93 165.74 37.81 58.17 37.65 48.05 66.19 32.88
9 166.59 33.50 65.67 30.70 53.28 55.86 51.65 97.19 181.80 111.82 80.05 75.57
10 154.11 75.25 79.50 47.25 40.12 63.73 93.37 113.89 178.90 77.56 50.86 112.57
Constante-blocos
1 79.30 73.06 76.80 65.95 58.62 58.75 53.42 45.50 74.73 81.34 79.66 148.39
2 156.88 165.83 89.21 57.46 96.82 250.03 113.33 222.26 79.90 174.53 72.42 52.41
3 56.33 216.15 52.62 67.55 99.42 73.39 394.50 139.02 86.91 132.42 83.93 83.56
4 65.60 55.73 68.72 55.05 126.45 32.84 114.54 52.26 80.49 55.62 81.62 96.39
5 31.37 41.14 43.13 103.64 41.69 41.73 76.31 100.98 50.87 24.16 94.14 80.87
6 44.57 165.42 42.50 46.22 42.36 53.12 143.33 53.00 75.34 30.60 67.84 100.99
7 163.09 87.41 50.48 126.21 36.51 90.87 80.80 85.91 96.83 154.08 72.63 54.98
8 220.46 228.73 68.16 34.51 38.75 178.56 113.73 132.96 58.65 64.04 214.76 72.63
9 66.44 31.99 75.07 37.62 58.32 180.33 81.80 55.93 227.08 44.02 124.22 56.00
10 76.88 65.09 44.62 67.00 109.32 182.35 56.51 55.90 61.19 62.33 59.44 87.28
155

APÊNDICE R - Tabela dos dados individuais do desvio padrão do erro global dos
grupos aleatório, aleatório-constante e aleatório-blocos na fase de aquisição e
testes de transferência imediata e atrasada.

Grupos /
Blocos da fase de aquisição Testes
Sujeitos
Aleatório B1 B2 B3 B4 B5 B6 B7 B8 B9 B10 TI TA
1 272.69 77.50 62.47 86.63 99.32 170.99 70.57 83.57 58.08 91.21 88.82 43.42
2 37.67 41.23 67.24 66.42 91.40 32.32 88.59 61.03 51.31 98.48 75.58 55.16
3 43.11 53.34 23.97 45.30 41.73 34.91 96.99 47.00 50.01 58.62 128.57 76.04
4 680.26 231.05 145.37 90.77 75.27 54.72 54.78 92.50 101.25 50.96 99.06 62.40
5 315.59 284.75 82.09 109.64 262.22 76.08 215.15 289.42 87.66 32.51 124.53 125.00
6 104.52 85.75 100.87 79.52 93.73 79.01 74.42 94.07 70.16 75.51 50.47 78.23
7 338.19 108.54 76.16 82.92 1529.98 129.21 119.80 103.58 76.34 80.95 61.42 27.56
8 146.75 86.79 78.13 90.12 115.96 96.41 92.99 80.76 97.07 88.81 58.25 57.04
9 96.37 121.82 107.61 86.98 63.78 74.22 102.82 70.56 68.89 71.74 57.75 38.52
10 169.95 73.29 44.31 243.53 74.32 60.07 57.40 51.25 51.71 55.11 189.26 115.03
Aleatório-constante
1 131.99 73.22 69.42 138.28 91.99 73.63 106.71 83.46 74.18 48.30 105.64 75.92
2 119.49 134.35 69.34 96.82 77.36 74.48 47.96 41.47 52.16 56.41 85.86 119.68
3 141.47 89.67 253.56 92.93 101.88 63.34 142.53 124.51 59.10 63.43 137.09 107.78
4 85.55 73.83 88.83 74.95 91.11 28.00 42.02 38.08 48.20 51.28 65.60 43.71
5 164.49 124.77 84.87 83.70 312.75 282.71 403.30 36.07 59.21 120.91 86.70 40.51
6 119.44 146.19 141.09 129.04 82.24 124.96 57.28 42.83 48.38 43.42 50.31 108.15
7 389.46 105.52 102.23 175.21 154.57 129.95 179.13 58.96 44.47 59.61 126.10 106.76
8 146.55 100.12 92.33 85.20 155.76 62.64 38.14 41.20 118.74 43.03 74.50 60.95
9 141.49 37.13 90.60 110.51 177.65 75.83 65.08 73.49 57.42 80.54 67.79 63.56
10 101.05 182.55 35.30 105.19 107.74 92.21 82.59 69.54 56.82 53.23 88.00 144.12
Aleatório-blocos
1 117.76 67.46 101.59 69.58 70.90 92.12 137.17 69.50 103.25 76.21 66.03 36.36
2 155.17 99.79 82.36 171.76 69.69 31.43 85.90 147.94 52.16 60.96 102.27 373.55
3 86.82 88.78 88.97 89.68 74.15 51.73 105.74 50.13 46.47 22.43 79.14 61.80
4 127.56 85.79 71.39 69.24 182.17 38.57 63.62 70.68 52.36 90.68 134.95 373.04
5 69.24 115.72 116.03 96.55 91.74 31.89 89.84 50.01 48.09 102.77 58.31 62.65
6 70.60 86.34 131.84 101.04 105.60 185.99 128.44 84.04 46.81 27.34 53.89 62.45
7 221.18 75.54 87.20 94.17 52.85 46.72 114.35 101.77 59.22 56.84 175.68 197.62
8 161.10 154.56 337.68 108.63 72.76 80.46 161.74 77.24 56.57 55.61 103.64 125.72
9 196.31 165.24 137.14 610.60 53.48 51.43 104.81 64.40 175.77 39.30 49.80 136.11
10 98.64 108.50 82.52 74.07 83.46 81.97 133.22 86.77 78.04 89.37 183.11 85.59
156

APÊNDICE S - Tabela dos dados individuais do desvio padrão do erro global dos
grupos em blocos, blocos-aleatório e blocos-constante na fase de aquisição e
testes de transferência imediata e atrasada.

Grupos /
Blocos da fase de aquisição Testes
Sujeitos
Blocos B1 B2 B3 B4 B5 B6 B7 B8 B9 B10 TI TA
1 237.74 130.69 105.56 236.58 112.73 57.01 116.28 104.73 103.87 61.96 197.92 129.46
2 71.63 89.09 56.35 55.80 27.31 30.61 51.44 20.94 36.36 40.31 275.23 413.24
3 44.29 54.02 54.86 63.22 45.98 30.64 111.71 25.71 75.16 58.26 69.69 64.68
4 285.89 137.03 261.36 505.93 48.04 58.34 95.19 62.91 306.67 334.44 84.92 40.80
5 41.47 148.16 65.84 80.76 50.54 36.88 1553.40 75.90 61.59 39.72 133.97 132.99
6 170.06 155.58 70.89 82.44 56.61 77.97 108.31 84.23 61.31 46.07 71.89 87.82
7 326.07 112.16 65.18 73.10 65.02 471.87 76.93 25.91 44.34 187.91 84.59 36.56
8 153.25 92.67 127.56 177.09 44.30 31.80 54.79 117.57 127.18 78.27 209.08 76.07
9 47.91 69.78 73.97 93.18 106.34 78.57 79.24 62.09 128.14 61.22 81.01 116.20
10 45.50 122.57 96.21 49.14 43.22 43.43 92.27 69.88 390.26 222.01 66.50 40.96
Blocos-aleatório
1 114.42 80.01 337.63 56.09 41.87 81.86 54.92 53.30 70.80 69.08 21.45 12.53
2 67.80 109.15 66.46 105.76 87.87 68.96 64.55 77.60 96.29 57.34 85.33 49.16
3 182.46 125.71 75.07 160.51 59.00 77.29 146.99 91.53 87.76 136.91 231.93 142.89
4 93.39 143.41 91.13 59.59 96.58 126.02 94.06 79.31 96.64 51.39 81.23 161.94
5 74.39 164.36 120.14 140.17 77.50 44.61 91.18 78.79 248.04 52.71 62.31 126.03
6 13.42 177.25 31.51 50.55 44.72 184.21 76.10 90.77 106.35 98.66 19.11 87.85
7 145.00 67.69 71.75 43.21 94.88 41.55 96.79 72.47 43.58 65.20 108.30 72.26
8 94.16 84.48 51.82 93.73 30.58 86.50 65.10 71.21 68.40 45.50 39.92 38.69
9 59.52 59.21 91.66 83.74 53.17 77.09 77.64 136.39 93.30 79.94 97.90 136.11
10 98.64 108.50 82.52 74.07 83.46 81.97 133.22 86.77 78.04 89.37 183.11 85.59
Blocos-constante
1 31.34 212.18 60.13 83.14 30.54 75.38 47.06 39.05 25.13 31.52 30.16 32.15
2 144.56 91.72 58.76 122.11 60.70 43.74 96.12 32.53 36.49 43.35 94.35 94.03
3 108.10 103.95 76.56 240.68 70.37 50.81 77.81 41.97 74.54 79.92 88.40 49.15
4 163.36 105.36 33.76 73.62 75.58 64.39 40.82 105.46 36.83 113.15 61.34 51.99
5 73.82 123.02 122.56 89.54 53.09 100.73 62.88 46.35 104.62 71.01 66.19 46.38
6 166.12 142.70 49.28 83.94 48.80 56.57 47.63 58.41 38.56 30.64 51.23 105.27
7 64.63 128.65 63.65 53.81 76.92 93.10 66.47 57.58 35.44 32.00 86.62 34.98
8 184.28 112.34 106.57 358.55 34.80 34.46 82.10 70.30 101.47 29.78 42.11 46.14
9 89.59 116.13 59.41 71.20 49.94 45.94 30.00 0.29 70.18 53.92 42.74 70.06
10 62.53 178.64 6.23 56.72 59.04 51.78 35.98 10.47 44.16 38.53 60.81 54.29
157

ANEXO A – Carta de aprovação da pesquisa pelo Comitê de Ética em Pesquisa


(COEP) da Universidade Federal de Minas Gerais

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