Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
(PAOQC)
2
MTF - PRO
ORGANIZAÇÃO DO DOCUMENTO
Introdução e Contextualização
Sustentabilidade:
1. Controlo Motor
2. Cenário Mecânico e Consequências na Resposta Motora
3. Incremento Progressivo da Tolerância Tecidular
4. Potenciação Pós-Ativação e Fadiga1
I. Duração efeito de Potenciação e Intervalo de Repouso
II. Mecanismos Fisiológicos
III. Potenciação e Fadiga.
IV. Aplicabilidade no Contexto de Treino2
5. Processo Mental Alternativo
1
Extraído do artigo de opinião de Pedro Asseiceira “Potenciação e Fadiga”
2 Processo mental elaborado por Nuno Pinho
Introdução e Contextualização
Sustentabilidade
1. Controlo Motor
“The integrative nature of movement generation is reflected in the tight coupling of the
associated neuronal processes, which are distributed across many neuronal structures.
The timing of motor acts is, for instance, affected by feedback loops through the motor
cortex and the cerebellum, as well by spinal pattern generators and feedback loops
back to the motor cortex”
(Martin et al, 2009)
“Based on our results, the acquisition of two finger sequences seem to be optimized, at
least early in practice, by practicing the two tasks in low contextual interference
schedule or in isolation from one another.”
(Neville et al, 2017)
referem um aspeto relevante e que ser prende com o facto de que o dano muscular
ocorrer, independentemente da fadiga, em maiores comprimentos sarcoméricos. No
entanto, os músculos fatigados apresentam um dano precoce, por terem menor
capacidade de absorver energia (ver fig1).
“Our data suggest that proper conditioning to avoid fatigue and exercise modification
when fatigue occurs will help prevent these muscle strains”
(Mair et al, 1996)
O défice de força isométrica foi maior após o trabalho dinâmico até 48h após
estimulação.
O défice de força foi maior em comprimentos musculares menores;
À medida que intervalos de recuperação são menores (10 segundos), os
mecanismos de lesão são maiores, no entanto, tal acontece também quando os
intervalos aumentam (5 Minutos), ou seja, no primeiro caso por acumulação de
produtos metabólicos e fadiga poderá existir dano, no segundo caso, por efeitos
de potenciação que aumenta capacidade de produção de força após recuperação
prolongada.
“Shorter rest times between contractions can have a deleterious effect due to higher
levels of cytosolic calcium and the inability of the muscle to buffer those levels.”
“These findings indicate that muscle damage can be exacerbated by both short rest
times between repetitions and repetitive high forces as a result of longer rest times.”
(Cutilp et al. 2005)
Chegados a este ponto, gostaríamos de ressalvar que não é nossa intenção tomar
partido sobre nenhuma metodologia em particular, antes pelo contrário. Pretendemos
sustentar uma tomada de posição para um momento particular do processo de
progressão no treino – o início de um qualquer cenário de estimulação. Nesse sentido,
recorrendo a um processo mental sistematizado e alicerçado na investigação científica,
pensamos que num processo de estimulação, será relevante atentar aos mecanismos
de adaptação estrutural progressiva que as unidades biológicas manifestam. O treino
com resistências assume especial relevância no fomento das adaptações tecidulares
(Ver MTF PRO I), via estimulação e potenciação de mecanismos intrínsecos às
estruturas biológicas. Tudo isto acontecerá a um nível estrutural, molecular e metabólico,
no entanto, sempre condicionado à individualidade (Wackerhage 2014).
Partindo destas premissas, na fase seguinte do presente trabalho, propomo-nos
a apresentar um modelo alternativo de observação da exteriorização motora e que
contemple os aspetos que regulam o controlo motor, a física da estimulação e de forma
consequente o respeito pela tolerância dos tecidos biológicos.
Com isto, pretendemos fornecer ao treinador maior objetividade e especificidade
nas decisões aquando da criação de um contexto particular de estimulação.
I. Mecanismos Fisiológicos
Durante uma contração muscular dá-se uma libertação do ião cálcio (CA2+) do
retículo sarcoplasmático para o sarcoplasma e a sua consequente ligação à proteína
reguladora do cálcio calmodulina [11,15]. Esta ligação provoca a ativação da enzima cadeia
leve de miosina quinase (CLMQ), cuja ação irá permitir catalisar a fosforilação da CLRM
aumentando a sensibilidade da interação actina-miosina ao CA2+ [1,8,11,15,16].
Esta teoria apresenta como explicação para o fenómeno da fosforilação, uma
alteração da estrutura da cabeça de miosina na região S1 aumentando o ângulo de
inclinação com a região S2 [1,17]. Esta modificação, leva a um aumento da taxa a que as
pontes cruzadas estabelecidas pela miosina passam de um estado de repouso para um
estado de produção de força [1,8,11,15].
Fig 7. Ângulo de penação. (A) Definição esquemática: AP = COS-1 (linha de ação x orientação do fascículo). (B) Medição de uma
imagem ultrassonográfica. (Retirado de Lee, D. et al., 2013)
recuperados mas ainda estão sob um efeito potenciado. No entanto, estes não
apresentam valores relativos à duração desse período [1].
Em concordância com o anteriormente referido, Tillin e Bishop também não
apresentam qualquer intervalo de valores relativos aos efeitos do estado da potenciação
no seu estudo de revisão [11]. No entanto, referem que embora um estímulo provindo
de contrações isométricas possa gerar mais fadiga central, esta apresenta maior
probabilidade de ativar os mecanismos periféricos da PPA [11]. Não obstante,
estímulos de condicionamento dinâmicos parecem induzir maior fadiga periférica,
mas são mais prováveis de ativar os mecanismos centrais da PPA [11].
Apesar de não haver consenso na maioria dos estudos de revisão quanto ao
tempo de pausa para que haja um equilíbrio entre potenciação e fadiga, DeRenne sugere
um período de repouso entre os 8 e os 12 minutos [1,2,5,8,9,11,34]. Já Kilduff [14] e colegas
acrescentam, ainda, que o efeito de potenciação cessa após períodos de pausa
superiores a 12 minutos.
Parece assim, haver algum consenso em ampla investigação que o tempo
de repouso ótimo para que se consiga beneficiar dos efeitos da PPA centra-se
entre os 3 e os 12 minutos [12,31,35-39]. Contudo, se a quisermos evitar, teremos de
esperar precisamente esse mesmo tempo.
Pode-se concluir que o período de repouso é essencial para que os efeitos da
PPA se manifestem e não sejam mascarados pela fadiga.
Fig 8. Modelo da relação hipotética entre PPA e fadiga depois da aplicação de um estímulo de pré-condicionamento. Janela 1:
quando o volume do estímulo é baixo, a PPA é mais dominante que a fadiga, podendo-se aproveitar este período de forma imediata
para beneficiar dos efeitos da potenciação. Janela 2: assim que o volume do estímulo aumenta, a fadiga torna-se mais dominante
afetando de forma imediata e performance. Quando o estímulo cessa, a fadiga dissipa a um taxa maior que a PPA e o efeito
potenciado volta a ser predominante. (Retirado de Tillin e Bishop, 2009).
entre este e a proteína troponina; uma redução de força em cada ponte cruzada durante
uma contração; redução do pH; aumento da concentração mioplasmática de fosfato
inorgânico.
A fadiga pode ser subdividida em duas categorias: fadiga de baixa frequência e
fadiga de alta frequência. Esta última expressa-se quando um estímulo antecedente
provoca um decréscimo na força máxima sem que se verifique depressão da força
provocada por frequências submáximas [29]. Em contraste, a fadiga de baixa frequência
é provocada por estímulos submáximos não se verificando alteração na força máxima
[29].
↑ Suporte
↑ Estabilidade Externa PERMITE OBSERVAR COM MAIOR OBJECTIVIDADE
↓ Integração
Posicionar Corpo
Carga:
Avaliar Amplitude Ativa Específica.
o Zero ou Mínimo
o Consegue?
o Pode ser Peso
o Dor?
Segmento
o Difícil?
Velocidade Execução: Baixa
Movimento Assistido pelo Treinador
Movimento Resistido
Procurar-se-á desencadear efeitos de PPA como forma de AFERIR E MELHORAR a produção de tensão
específica do contexto.
ISOMÉTRICOS BAIXA
INTENSIDADE
AGONISTA
•Intensidade: 1Rep
•Volume: 4 a 6 Séries
•Duração: 6 Segundos
•Intenção: Força
Constante
ADMA Específica
ADMA Específica
Treinados
ISOMÉTRICOS ALTA
TREINO DINÂMICO INTENSIDADE TREINO DINÂMICO
AGONISTA
• Intensidade: 1 a • Intensidade: • Intensidade: 1 a
8 Rep 1Rep 8 Rep
• Volume: 2 a 3 • Volume: 4 a 6 • Volume: 2 a 3
Series Séries Series
• Duração: 8 • Duração: 6 • Duração: 6
Segundos Segundos Segundos
• Intenção: Força • Intenção: Força • Intenção: Força
Constante Gradativa Constante
ADMA Específica
“Penso que tem de haver no fundo de tudo, não uma equação, mas uma ideia
extremamente simples. E para mim essa ideia, quando por fim a descobrirmos,
será tão convincente, tão inevitável, que diremos uns aos outros:
“Que maravilha! Como poderia ter sido de outra maneira?”
(John Archibald Wheeler cit. in Wheatley, 1992:18)
Referências:
Greater Muscle Damage Induced by Fast Versus Slow Velocity Eccentric Exercise
(2005)
D. Chapman, M. Newton, P. Sacco, K. Nosaka
Figuras
Figura 1.
The role of fatigue in susceptibility to acute muscle strain injury (1996)
Mair SD, Seaber AV, Glisson RR, Garrett WE Jr.