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Prefácio

A residência unifamiliar localizada no Lubango, província da Huíla, foi


construída utilizando tijolos e betão armado. Infelizmente, a construção
apresenta principalmente patologias estéticas, que afetam a aparência da
residência e também patologias estruturais que são quase insignificantes.
Essas patologias podem incluir manchas, bolores, deterioração da superfície
dos materiais de construção, fissuras e desagregações. Esses problemas
podem ser causados por vários fatores, como exposição contínua à chuva,
humidade, radiação solar intensa, má execução ou mesmo pela escolha
inadequada de materiais de construção.

- Idade da construção: ~20 anos;


- Mão de obra chinesa;
- Casa e anexos;
- 1 piso;
- Alvenaria em tijolo furado com revestimento argamassado,
- Cobertura em telha;
- Pisos e áreas molhadas em revestimento cerâmico.

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FICHA DE PATOLOGIA Nº 1 - EFLORESCÊNCIA

Figura 1 – Eflorescência

1. Descrição:
A eflorescência é uma patologia comum em estruturas de concreto e
alvenaria, caracterizada pela formação de depósitos brancos ou acinzentados
na superfície dos materiais. Esses depósitos são compostos principalmente de
sais minerais, como sulfatos e cloretos, que se acumulam devido à migração
da humidade através dos poros do material.

2. Sondagem e Medidas:
a) Observação visual: Examinar a superfície afetada para identificar a
presença de depósitos brancos ou acinzentados. Registrar a extensão e a
localização dos depósitos.

b) Análise química: Coletar amostras dos depósitos para análise laboratorial,


com o objetivo de identificar os sais minerais presentes e suas concentrações.

c) Medição da humidade: Utilizar equipamentos adequados, como


higrômetros, para medir a humidade da superfície e do interior do material.

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3. Causas da Patologia:
a) Presença de água;
b) Migrabilidade dos sais;
c) Condições climáticas.

4. Potenciais soluções de Reparação:


a) Remoção dos depósitos: Realizar uma limpeza adequada da superfície
afetada para remover os depósitos de eflorescência. Podem ser utilizadas
escovas de cerdas duras, água e produtos químicos específicos para remoção
de sais minerais.

b) Controle da humidade: Identificar e corrigir as fontes de umidade, como


infiltrações ou vazamentos, para evitar a recorrência da eflorescência. Isso
pode envolver a aplicação de impermeabilizantes, reparos nas estruturas ou
melhoria na drenagem do local.

c) Proteção da superfície: Aplicar revestimentos ou selantes nas superfícies


para criar uma barreira física que impeça a penetração de água e a formação
de eflorescência. Esses produtos devem ser escolhidos de acordo com as
características do material e do ambiente em que serão aplicados.

e) Projecto e execução adequados: Garantir um projecto bem elaborado e


uma execução correta das estruturas, considerando a drenagem,
impermeabilização e detalhes construtivos que minimizem a ocorrência de
humidade excessiva.

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FICHA DE PATOLOGIA Nº 2 - DESLOCAMENTO DE CAMADA DE
REVESTIMENTO ARGAMASSADO

Figura 2 – Deslocamento de revestimento

1. Descrição:
O deslocamento de camada de revestimento argamassado é uma patologia
que ocorre quando a camada de argamassa aplicada sobre uma superfície se
desprende parcial ou totalmente. Isso resulta na formação de áreas com o
revestimento solto, rachado ou desprendido.

2. Sondagem e Medidas:
a) Observação visual: Examinar a área afetada para identificar as regiões
onde ocorreu o deslocamento do revestimento. Registrar a extensão e a
localização dos desprendimentos, bem como a severidade do problema.

b) Inspeção do substrato: Avaliar a aderência entre a camada de argamassa


e o substrato, identificando possíveis pontos de falha.

c) Análise da camada de argamassa: Coletar amostras da camada de


argamassa deslocada para análise laboratorial.

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3. Causas da Patologia:
a) Falta de aderência;
b) Incompatibilidade de materiais;
c) Erros de execução.

4. Potenciais soluções de Reparação:


a) Remoção do revestimento danificado: Remover completamente as áreas
com o revestimento deslocado ou danificado.

b) Preparação adequada da superfície: Limpar e preparar adequadamente o


substrato antes da aplicação do novo revestimento, removendo sujeiras, óleos,
poeira e garantindo uma superfície rugosa para melhor aderência.

c) Escolha correta dos materiais: Utilizar argamassas de qualidade, com


aditivos apropriados que melhorem a aderência e a flexibilidade do
revestimento. Certificar-se de que os materiais utilizados sejam compatíveis
entre si e com o substrato.

d) Técnica de aplicação adequada: Seguir corretamente as instruções do


fabricante para a preparação e aplicação da argamassa, considerando a
espessura recomendada, a cura adequada e o uso de ferramentas adequadas
para garantir uma aplicação uniforme e eficiente.

e) Inspeção e manutenção periódica: Realizar inspeções regulares para


identificar possíveis falhas ou deslocamentos precocemente. Realizar
eventuais reparos de forma imediata para evitar a propagação da patologia.

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FICHA DE PATOLOGIA Nº 3 - BOLOR EM REVESTIMENTO DE
ALVENARIA

Figura 3 – Bolor

1. Descrição:
O bolor em revestimento de alvenaria é uma patologia caracterizada pelo
crescimento de fungos e o aparecimento de manchas escuras, esverdeadas ou
acinzentadas na superfície do revestimento. Essas manchas são resultado da
proliferação de microorganismos, como mofo e bolor, devido a condições
favoráveis de humidade e falta de ventilação adequada. Além de comprometer
a estética do revestimento, o bolor pode causar problemas de saúde e
deterioração do material.

2. Sondagem e Medidas:
a) Observação visual: Examinar a superfície do revestimento para identificar a
presença de manchas escuras, esverdeadas ou acinzentadas. Registrar a
extensão e a localização das manchas, bem como a severidade do problema.

b) Medição da humidade: Utilizar equipamentos adequados, como


higrômetros, para medir a umidade da superfície e do interior do revestimento.

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c) Inspeção das condições de ventilação: Verificar a existência de ventilação
adequada na área onde o revestimento está localizado.

3. Causas da Patologia:
a) Humidade excessiva;
b) Má ventilação;
c) Falta de isolamento térmico.

4. Potenciais soluções de Reparação:


a) Tratamento do bolor existente: Realizar a limpeza adequada da superfície
afetada, removendo o bolor utilizando produtos antifúngicos e escovas de
cerdas duras.

b) Controle da humidade: Identificar e corrigir as fontes de humidade, como


infiltrações, vazamentos ou falta de impermeabilização.

c) Melhoria da ventilação: Promover a ventilação adequada na área do


revestimento, instalando janelas, dutos de ventilação ou exaustores.

d) Isolamento térmico: Realizar o isolamento térmico adequado nas paredes,


utilizando materiais isolantes que evitem a formação de condensação e
reduzam a umidade na superfície do revestimento.

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FICHA DE PATOLOGIA Nº 4 - DESGASTE DE JUNTAS EM
MOSAICOS

Figura 4 – Deslocamento de revestimento

1. Descrição:
O desgaste de juntas em mosaicos é uma patologia caracterizada pela
deterioração das juntas entre as peças de mosaico, resultando em espaços
vazios, quebras, desgaste superficial ou deslocamento das peças. Esse
problema compromete a estética, a integridade e a funcionalidade do
revestimento de mosaico, podendo levar à infiltração de água e danos ao
substrato.

2. Sondagem e Medidas:
a) Observação visual: Examinar a área do revestimento de mosaico para
identificar a presença de juntas desgastadas, espaços vazios entre as peças,
quebras ou deslocamento das peças. Registrar a extensão e a localização dos
danos, bem como a severidade do problema.

b) Verificação da aderência: Avaliar a aderência das peças de mosaico ao


substrato e entre si, verificando se há sinais de soltura, falta de argamassa ou
adesivo insuficiente.

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c) Análise da resistência mecânica: Medir a resistência mecânica das juntas
e das peças de mosaico utilizando equipamentos adequados, como testes de
arrancamento ou tração, para verificar a qualidade da instalação.

3. Causas da Patologia:
a) Uso e desgaste normal;
b) Má execução da instalação;
c) Variações de temperatura e humidade;
d) Movimentação do substrato.

4. Soluções de Reparação:
a) Remoção e substituição das juntas danificadas: Remover as juntas
desgastadas ou danificadas e preencher as áreas com nova argamassa ou
material de rejunte.

b) Reforço das juntas: Reforçar as juntas existentes utilizando técnicas como


a aplicação de aditivos de reforço, que aumentam a resistência das juntas e
reduzem o desgaste.

c) Manutenção adequada: Realizar limpezas regulares com produtos de


limpeza adequados, evitando o uso de substâncias agressivas que possam
danificar as juntas.

d) Instalação correcta: Certificar-se de que a instalação do revestimento de


mosaico seja realizada por profissionais qualificados, seguindo as normas e
recomendações do fabricante em relação à argamassa, adesivos e técnicas de
assentamento.

e) Prevenção de movimentações do substrato: Realizar um estudo


adequado do substrato e adotar medidas de prevenção contra movimentações
estruturais, como o uso de juntas de dilatação e adequada preparação do
substrato antes da instalação do mosaico.

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FICHA DE PATOLOGIA Nº 5 - FISSURAS NA JUNÇÃO ENTRE
VIGA E GUARDAFOGO

Figura 5 – Fissura entre viga e guardafogo.

1. Descrição:
As fissuras na junção entre viga e guardafogo são uma patologia
caracterizada pela presença de rachaduras ou fissuras na região de transição
entre uma viga e um guardafogo. Essa patologia compromete a integridade
estrutural da junção, podendo levar a problemas de segurança e estabilidade
da estrutura.

2. Sondagem e Medidas:
a) Observação visual: Examinar cuidadosamente a região de junção entre a
viga e o guardafofo para identificar a presença de fissuras ou rachaduras.
Registrar a extensão e a localização das fissuras, bem como a largura,
profundidade e orientação das mesmas.

b) Medição das deformações: Utilizar instrumentos de medição, como


inclinômetros ou extensômetros, para verificar a existência de deformações na
junção. Medir possíveis aberturas ou deslocamentos entre a viga e o
guardafogo.

c) Inspeção da qualidade da junção: Verificar se a junção entre a viga e o


guardafofo foi adequadamente executada, avaliando a existência de falhas

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construtivas, como falta de aderência, ausência de armadura de reforço ou
incompatibilidade entre os materiais utilizados.

3. Causas da Patologia:
a) Sobrecargas ou impactos;
b) Movimentações estruturais;
c) Má execução da junção.

4. Soluções de Reparação:
a) Reforço da junção: Reforçar a junção existente, caso seja identificado um
problema estrutural significativo, por meio de técnicas como a adição de
armadura suplementar, injecção de resina estrutural ou aplicação de fibras de
reforço.

b) Tratamento das fissuras: Realizar o tratamento das fissuras existentes,


preenchendo-as com materiais adequados, como argamassa de reparo ou
resinas epóxi, para garantir a estabilidade e evitar a propagação das fissuras.

c) Melhoria da qualidade construtiva: Assegurar que a junção entre viga e


guardafogo seja corretamente executada, seguindo as normas e
especificações técnicas.

d) Monitoramento contínuo: Realizar inspeções periódicas para verificar o


surgimento de novas fissuras ou o alargamento das existentes.

Conclusão
O edifício, em sua maioria, possui patologias não estruturais que podem ser
amenizadas com uma manutenção adequada. Isso significa que, com os
devidos cuidados, o edifício é capaz de suportar as condições a que está
exposto e atingir a expectativa de vida útil estabelecida durante a construção.

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Bibliografia
Materiais de apoio fornecido e leccionado pelo Eng. Wilson Tchongolola no
Instituto Superior Politécnico Tundavala.

PFEIL, W. F. Manual de Patologia das Construções. Editora PINI, 2012.


- www.yumpu.com/pt/document/view/32117433/engenharia-civil-perfil-4
Artigo cientifico de engenharia civil.pdf
- https://repositorio.animaeducacao.com.br/bitstream/ANIMA/25486/1/ARTIGO CIENTIFICO
DE ENGENHARIA CIVIL.pdf

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