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Análise da Secretaria de
Estado da Fazenda
Principais pontos
da PEC 45/2019
(divulgada em 22
de junho de 2023)
#1
Noções gerais
do IBS
(1 IVA federal e 1 IVA estadual + Os Estados e Municípios somente poderão instituir, por lei local, a alíquota.
municipal)
O IBS será cobrado pelo somatório das alíquotas do Estado e do Município de destino.
Lei Complementar irá dispor sobre os critérios para a definição do destino, podendo ser o local da entrega, onde houve a
disponibilização ou a localização do bem, podendo ser da prestação ou da disponibilização do serviço ou do domicílio ou da
localização do adquirente do bem ou serviço (art. 156-A, § 5º, IV).
Comentário - A regra beneficia os Estados que apresentam maior mercado consumidor e há risco de sonegação, uma
vez que a fiscalização do imposto só interessa ao ente arrecadador, o que significa que o Estado de origem da
mercadoria não irá se preocupar com o recolhimento do imposto. Além disso, poderá haver um aumento de notas
direcionando os produtos aos Estados/Municípios com menor alíquota e a entrega se dar em outro local. Cabe ainda a
reflexão sobre a origem, que oferece a infraestrutura e a logística para a empresa, mas não terá mais nenhum produto
da arrecadação.
● A PEC prevê que cabe ao Senado definir as alíquotas de referência: uma estadual e uma municipal. Essas alíquotas serão
definidas em montante que garanta que a arrecadação total Brasil do ISS + ICMS seja igual a arrecadação do IBS. A
arrecadação decorrente dessa alíquota será objeto de retenção e distribuição a todos os entes com vista a compensar
eventual perda de arrecadação por algum ente.
● Autoriza a fixação pelos Municípios e Estados de alíquota específica definida pela legislação do próprio ente. Essa alíquota
será somada à alíquota de referência para fins de definição da carga incidente sobre operação destinada ao ente. Não será
objeto de retenção, ou seja, todo o valor decorrente da alíquota específica pertence ao entre que a instituiu.
Sete setores e produtos estarão sujeitos à alíquota de 50%, tanto do IBS quanto da CBS (art. 8ª):
Transição
● Para o contribuinte: migração do ICMS para o IBS de 2029 a 2032 (4 anos), com redução gradual do ICMS e aumento gradual
do IBS na proporção de 1/5 por ano
● Federativa: de 2029 a 2078 (50 anos), com migração efetiva para o destino - 5 anos com retenção de 90% e 45 anos com
retenção reduzindo 1/45 a cada ano
● Como a base do IBS é a mesma da CBS, caberá ao Senado estabelecer qual é a base tributável
para fins de definição das alíquotas dos Estados e Municípios.
● Essas alíquotas de referência serão definidas de forma a garantir aos Estados e Municípios o
mesmo nível de arrecadação média, corrigida pela inflação, ocorrida entre 2024 e 2028.
● Durante 5 anos, de 2029 a 2033, 90% da arrecadação com o IBS realizada pelos Estados e
Municípios será retida e redistribuída, retirando de quem ganha e distribuindo para quem perde,
com base na alíquota de referência.
● Entre 2034 e 2078, a parcela da retenção será reduzida na proporção 1/45 a cada ano.
Composto de aportes anuais feitos pela União, iniciando Os recursos serão entregues aos Estados para serem
em 2029, da seguinte forma (em bilhões de reais): aplicados em:
IPVA incidirá sobre veículos ITCMD deverá ser progressivo Além disso, houve alteração de
aquáticos e aéreos, podendo em razão do valor da competência da sujeição ativa
ser progressivo em razão do transmissão/doação. em relação à transmissão de
impacto ambiental do veículo. bens móveis: o ITCMD passa a
pertencer onde tiver domicílio
do de cujus (antes era onde se
processava o inventário).
Pontos de preocupação:
● Critério de partilha desse fundo. Embora na LDO de cada Estado haja previsão de renúncia, verifica-se que os valores lançados não
refletem a realidade em muitas UFs.
● A PEC prevê que somente serão objeto de compensação os benefícios concedidos por prazo certo e sob condições reconhecidas
pela União. Entretanto nem todos os benefícios têm prazo fixado no ato concessório. O Estado apenas concede o benefício por meio
de uma legislação que vale até 2032.
○ entrada em vigor do IBS somente em 2033, quando encerrado o prazo dos benefícios convalidados. Opção que tem o apoio do
Comsefaz;
○ alternativamente, em não sendo possível politicamente a proposta 1., que seja garantido a compensação apurada a partir de
renúncia decorrente de benefício convalidado, assegurando a possibilidade de o estado conceder subvenção financeiro aos
empreendimentos atraídos por meio da política tributária.
O FNDR será Em síntese, considerando apenas critérios sociais, SC e os demais estados do Sul e Sudeste tendem a ganhar pouco.
financiado pela
A introdução de critérios que levam em consideração a população, como defendido pelo RS e pelo PR, possibilitam
União, prevendo a um ganho maior a SC, embora não significativo: 1,17% seria destinado a SC.
PEC que a partir
Ponto que terá grande resistência do Norte, Nordeste e Centroeste.
de 2032 será de R$
40 bilhões/ano. Outro ponto a destacar é que relatório preliminar do Dep. Aguinaldo Ribeiro prevê que o FNDR também tem
objetivo combater as desigualdades sociais e não somente as regionais. Tal acréscimo é favorável ao Estado, na
medida em que o Fundo poderá ser utilizado em projetos sociais dentro do próprio Estado. O Norte, Nordeste e
Centro-oeste são, na quase totalidade, contrários a inclusão da expressão social.
Outro ponto é que o montante do Fundo pode ser insuficiente para o objetivo proposto. O Comsefaz pleiteia 75
bilhões.
● o recolhimento centralizado possibilita a criação de um sistema informatizado unificado. O valor arrecadado fica sob custódia de um
Conselho administrado pelos próprios estados e municípios. Com isso, há garantia de não retenção indevida por iniciativa de um ente,
além de maior agilidade no processo de migração para o novo imposto, na medida que a solução de informática será única e financiada
por todos.
● devemos destacar que no recolhimento centralizado o dinheiro passa primeiro pelo Conselho para depois ser destinado aos entes.
Devemos ter garantido que o fluxo desse dinheiro não prejudique as necessidades diárias dos Estados (o Comsefaz apresentou proposta
de texto para mitigar tal fato).
● no recolhimento por Estado, aparentemente a questão do fluxo não existe, já que o dinheiro fica com o ente. O problema é que nem
todo o valor arrecadado pertence ao Estado arrecadador, mas sim ao Estado de consumo da mercadoria ou serviço. Isso implica
eventual risco de retenção indevida por algum ente. Necessidade de regras claras e de uma garantia (a União?).
● Arrecadação do ICMS + Arrecadação do ISS Pela PEC, os entes poderão definir, por lei local, uma alíquota
(antes da reforma) = base de cálculo do IBS específica própria, que se somará à alíquota de referência. O
(bens e serviços) x alíquota de referência. valor arrecadado decorrente da instituição de uma alíquota
específica pertence somente ao próprio ente.
A fórmula garante que não haverá aumento de
O ponto que deve ser ressaltado é que a fixação de uma
arrecadação, já que a alíquota de referência será fixada
alíquota específica (plus da alíquota de referência) por lei é
de forma a manter a arrecadação anterior à reforma. sempre fator de desgaste.
Além dessa imposição, temos que ter em mente que eventual esforço
arrecadatório do Estado não se traduzirá, de imediato (pelo menos nos
primeiros anos da reforma), em aumento direto de arrecadação.
SC questiona o valor e os critérios de repartição desses SC propõe que o IBS entre em vigor em 2033,
recursos. Não se sabe se os R$ 160 bilhões serão coincidindo com o fim dos benefícios do ICMS. Nesta
suficientes e como será realizada a repartição, uma vez hipótese, não seria necessário criar o fundo.
que a liberação dos recursos dependerá de avaliação
da União. Caso seja mantido o Fundo, SC entende que o critério
de distribuição não deve depender de análise da
União e que ocorra por meio da comprovação de que
a renúncia fiscal a ser compensada decorreu de
benefício convalidado, por exemplo.
ARRECADAÇÃO - SC defende que a arrecadação deve ARRECADAÇÃO - SC entende que a arrecadação deve
se dar de forma centralizada pelo Conselho Federativo ser centralizada no Conselho Federativo, o que garante
mais transparência, possibilita maior controle e cria
e não deve ser realizada pelos próprios Estados.
mecanismos de cobrança em caso de inadimplência
de algum Estado. A centralização da arrecadação
FORMAÇÃO DO CONSELHO FEDERATIVO
também garante que se desenvolva mais
(GOVERNANÇA) - Há questionamentos sobre como rapidamente os sistemas de compensação para os
serão aprovadas as deliberações do Conselho Estados.
Federativo. Estados do Norte e Nordeste, por exemplo,
defendem que seja por maioria simples, o que GOVERNANÇA - SC sugere que, para ser aprovada no
prejudicaria os Estados com menor Conselho Federativo, a deliberação tenha o voto
representatividade. favorável de pelo menos um Estado de cada região, o
que na prática garantiria o peso regional.
O IBS e a CBS terão base tributária idêntica. Caso a SC defende que a instituição desses tributos seja
CBS seja instituída primeiro, é grande o risco de ter realizada ao mesmo tempo.
uma alíquota mais elevada, reduzindo a margem de
tributação dos Estados e Municípios para o IBS.
diat@sef.sc.gov.br