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Reforma Tributária

Análise da Secretaria de
Estado da Fazenda

Principais pontos
da PEC 45/2019
(divulgada em 22
de junho de 2023)
#1
Noções gerais
do IBS

2 Reforma Tributária | Análise da Secretaria de Estado da Fazenda


IBS será instituído por Lei Complementar Federal
Sistema dual de IVAs

(1 IVA federal e 1 IVA estadual + Os Estados e Municípios somente poderão instituir, por lei local, a alíquota.
municipal)

● Contribuição de Bens e Serviços


(CBS) – junção do PIS e Cofins Benefícios Fiscais
● Imposto sobre Bens e Serviços
(IBS) – junção do ICMS e ISS
Não poderão ser concedidos benefícios fiscais por meio do IBS, exceto aos
A reforma prevê também o Imposto
produtos e setores previstos na Constituição Federal.
Seletivo (IS), que será de competência
da União e substitui o IPI. É um imposto
cumulativo, de caráter extrafiscal,
instituído com o objetivo de regular
o mercado.

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Tributação no destino (imposto pertence ao ente de destino da mercadoria ou serviço)

O IBS será cobrado pelo somatório das alíquotas do Estado e do Município de destino.

Lei Complementar irá dispor sobre os critérios para a definição do destino, podendo ser o local da entrega, onde houve a
disponibilização ou a localização do bem, podendo ser da prestação ou da disponibilização do serviço ou do domicílio ou da
localização do adquirente do bem ou serviço (art. 156-A, § 5º, IV).

Comentário - A regra beneficia os Estados que apresentam maior mercado consumidor e há risco de sonegação, uma
vez que a fiscalização do imposto só interessa ao ente arrecadador, o que significa que o Estado de origem da
mercadoria não irá se preocupar com o recolhimento do imposto. Além disso, poderá haver um aumento de notas
direcionando os produtos aos Estados/Municípios com menor alíquota e a entrega se dar em outro local. Cabe ainda a
reflexão sobre a origem, que oferece a infraestrutura e a logística para a empresa, mas não terá mais nenhum produto
da arrecadação.

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Alíquotas

Alíquota aplicável à operação = alíquota Estado destino + alíquota Município destino

● A PEC prevê que cabe ao Senado definir as alíquotas de referência: uma estadual e uma municipal. Essas alíquotas serão
definidas em montante que garanta que a arrecadação total Brasil do ISS + ICMS seja igual a arrecadação do IBS. A
arrecadação decorrente dessa alíquota será objeto de retenção e distribuição a todos os entes com vista a compensar
eventual perda de arrecadação por algum ente.

● Autoriza a fixação pelos Municípios e Estados de alíquota específica definida pela legislação do próprio ente. Essa alíquota
será somada à alíquota de referência para fins de definição da carga incidente sobre operação destinada ao ente. Não será
objeto de retenção, ou seja, todo o valor decorrente da alíquota específica pertence ao entre que a instituiu.

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Três faixas de tributação: (normal, redução de 50% e 100%/isenção)

Sete setores e produtos estarão sujeitos à alíquota de 50%, tanto do IBS quanto da CBS (art. 8ª):

Serviços de Serviços de Dispositivos


Medicamentos
educação saúde médicos

Produtos Insumos agropecuários,


Serviços de transporte Atividades
agropecuários, alimentos destinados ao
público coletivo urbano, artísticas e
pesqueiros, florestais consumo humano e
semiurbano ou culturais
e extrativistas produtos de higiene
metropolitano nacionais
vegetais in natura pessoal

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A redução da alíquota de
Três faixas de tributação: (normal, 100% da CBS poderá ser
redução de 50% e 100%/isenção) aplicada sobre:

Dois setores e produtos poderão ter redução Sobre serviços de educação


da alíquota de 100% ou isenção do IBS e da de ensino superior nos
termos Prouni
CBS, conforme Lei Complementar.

Até 28 de fevereiro de 2027 e


Medicamentos Serviços de sobre serviços beneficiados
transporte pelo Programa Emergencial
público coletivo de Retomada do Setor de
urbano, Eventos (Perse)
semiurbano ou
metopolitano
Comentário - Apesar de ter havido essa evolução de uma alíquota
única para a previsão de três alíquotas, há setores que necessitam de
tratamento diferenciado para garantir isonomia. Essa definição está
prevista na Constituição e eventual alteração terá que observar um rito
mais complexo.

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Dois sistemas tributários Seis Sistemas tributários Sistema de
favorecidos: específicos: cashback:

Manutenção do regime para Devolução do CBS e IBS


Combustíveis e lubrificantes (cobrado uma
única vez), serviços financeiros, operações para beneficiários
Zona Franca de Simples com bens imóveis, operações com planos específicos.
Manaus Nacional
de saúde, concurso de prognósticos e
compras governamentais.

Transição

● Para o contribuinte: migração do ICMS para o IBS de 2029 a 2032 (4 anos), com redução gradual do ICMS e aumento gradual
do IBS na proporção de 1/5 por ano

● Federativa: de 2029 a 2078 (50 anos), com migração efetiva para o destino - 5 anos com retenção de 90% e 45 anos com
retenção reduzindo 1/45 a cada ano

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#2
Operacionalização
do IBS

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Principais considerações
● A PEC define que, em 2026, a CBS terá alíquota-teste de 1% integralmente compensada pelo
contribuinte com o pagamento do PIS/COFINS. A alíquota plena da CBS entra em vigor em 2027.

● O IBS entra em vigor a partir de 2029 e de forma gradual.

● Como a base do IBS é a mesma da CBS, caberá ao Senado estabelecer qual é a base tributável
para fins de definição das alíquotas dos Estados e Municípios.

● Essas alíquotas de referência serão definidas de forma a garantir aos Estados e Municípios o
mesmo nível de arrecadação média, corrigida pela inflação, ocorrida entre 2024 e 2028.

● Durante 5 anos, de 2029 a 2033, 90% da arrecadação com o IBS realizada pelos Estados e
Municípios será retida e redistribuída, retirando de quem ganha e distribuindo para quem perde,
com base na alíquota de referência.

● Entre 2034 e 2078, a parcela da retenção será reduzida na proporção 1/45 a cada ano.

10 Reforma Tributária | Análise da Secretaria de Estado da Fazenda


#3
Fundos previstos
na PEC

11 Reforma Tributária | Análise da Secretaria de Estado da Fazenda


Fundo de Compensação de Benefícios Fiscais ou
Financeiros-Fiscais do ICMS (art. 11)
Composto de aportes anuais feitos pela União, iniciando em 2025 e Comentário - Ao todo, serão R$ 160
sendo extinto em 2032, da seguinte forma (em bilhões de reais): bilhões aportados ao fundo de
compensação de perdas. Além disso,
a PEC assegura que a União
complemente o fundo em caso de
insuficiência. Contudo, não são
definidos os critérios de distribuição
dos valores, o que será alvo de ampla
discussão entre o legislador
complementar federal e as UFs

Lei Complementar (art. 11, § 5º) estabelecerá os critérios e limites


para apuração do nível de benefícios e de sua redução.

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Fundo Nacional de Desenvolvimento Regional (art. 159-A)

Composto de aportes anuais feitos pela União, iniciando Os recursos serão entregues aos Estados para serem
em 2029, da seguinte forma (em bilhões de reais): aplicados em:

Ressalta-se que, a partir de 2033, os valores serão


corrigidos pelo IPCA-E.

Mais uma vez, os recursos serão entregues segundo


critérios definidos em Lei Complementar.

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#4
Conselho Federativo
do IBS (art. 156-B)

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Principais considerações
Responsável pela gestão integrada do IBS (dos O Fundo será financiado por percentual do produto de
Estados e dos Municípios), com competências de:
arrecadação do IBS, sujeito ao controle externo dos
Poderes Legislativos dos entes federativos e dos
respectivos Tribunais de Contas. Além disso, a iniciativa
de Lei Complementar do IBS também caberá ao
Conselho Federativo.

Comentário - O deslocamento da competência para estabelecer


normas e tratar do contencioso pode ter um efeito de
simplificação. Entretanto, é evidente que os Estados vão perder
autonomia para gerir o imposto e para estabelecer a própria
política tributária. Além disso, é ainda nebulosa a própria gestão
do conselho e como serão realizadas as deliberações, o que traz
um risco aos Estados com pouca representatividade.

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#5
Outros
impostos

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Alterações:

IPVA incidirá sobre veículos ITCMD deverá ser progressivo Além disso, houve alteração de
aquáticos e aéreos, podendo em razão do valor da competência da sujeição ativa
ser progressivo em razão do transmissão/doação. em relação à transmissão de
impacto ambiental do veículo. bens móveis: o ITCMD passa a
pertencer onde tiver domicílio
do de cujus (antes era onde se
processava o inventário).

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Foto: Ricardo Wolffenbuttel / Secom
#6
Posicionamento
da SEF

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BENEFÍCIOS FISCAIS DO ICMS
Sem a reforma, mantido o ICMS atual, poderemos continuar a atrair investimentos
por meio de nossos benefícios fiscais?

Primeiro, temos que ter em mente que o atual cenário de


benefícios concedidos sem Confaz pelos Estados para atrair ● Após 2032, a segurança jurídica dos benefícios
empreendimentos foi objeto de convalidação pela LC 160/17: sem Confaz depende de eventual prorrogação
dos incentivos, ou seja, eventual prorrogação da
LC 160/17.
● Benefícios fiscais à indústria podem ser concedidos
até 2032; ● Sem a prorrogação, os benefícios tornam-se
irregulares e, conforme definido pelo STF,
podem ser objeto de glosa de crédito pelo
● Os demais benefícios (importação, comercial, Estado de destino da mercadoria.
produtos agropecuários e extrativos) têm o mesmo
● Por exemplo, num cenário de manutenção
prazo, mas deverão ser reduzidos progressivamente: irregular de benefício a partir de 2033, uma
mercadoria importada tendo como destino SP
(com pagamento de 1% e com destaque na NF
Ano % redução de 4%) poderá ser objeto de notificação pelo
2029 20% fisco paulista, exigindo do destinatário o estorno
2030 40% do crédito apropriado em montante superior a
2031 60% 1%.
2032 80%

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BENEFÍCIOS FISCAIS DO ICMS
Com a reforma, como ficarão os benefícios fiscais do ICMS concedidos e convalidados
com fundamento na Lei Complementar 160/17?

● Continuarão em vigor até 2032, só que terão potência menor.


● Como efeito, haverá um período de transição do ICMS para o IBS,
diminuindo o primeiro a taxa de 1/5 ao ano e aumentando o
segundo na mesma taxa. A partir de 2033 haverá plena tributação
pelo IBS.

Foto: Marco Favero/Secom


● Tal regulamentação já é fator de mitigação dos efeitos dos
benefícios do ICMS, na medida em que poderão os contribuintes,
ainda que parcialmente, utilizar os benefícios relacionados ao
ICMS.
● Por outro lado, conforme previsto na PEC apresentada pelo relator
deputado Aguinaldo Ribeiro, a União aportará R$ 160 bilhões em
fundo de compensação de benefícios para ressarcimento aos
contribuintes das perdas decorrentes da redução dos benefícios
do ICMS convalidados.

20 Reforma Tributária | Análise da Secretaria de Estado da Fazenda


BENEFÍCIOS FISCAIS DO ICMS
Com a reforma, como ficarão os benefícios fiscais do ICMS concedidos e convalidados
com fundamento na Lei Complementar 160/17?

Pontos de preocupação:

● Critério de partilha desse fundo. Embora na LDO de cada Estado haja previsão de renúncia, verifica-se que os valores lançados não
refletem a realidade em muitas UFs.

● A PEC prevê que somente serão objeto de compensação os benefícios concedidos por prazo certo e sob condições reconhecidas
pela União. Entretanto nem todos os benefícios têm prazo fixado no ato concessório. O Estado apenas concede o benefício por meio
de uma legislação que vale até 2032.

● Soluções para o problema apontado:

○ entrada em vigor do IBS somente em 2033, quando encerrado o prazo dos benefícios convalidados. Opção que tem o apoio do
Comsefaz;

○ alternativamente, em não sendo possível politicamente a proposta 1., que seja garantido a compensação apurada a partir de
renúncia decorrente de benefício convalidado, assegurando a possibilidade de o estado conceder subvenção financeiro aos
empreendimentos atraídos por meio da política tributária.

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FUNDO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL
Fundo Nacional de Pontos de Preocupação

Desenvolvimento Os critérios de rateio do fundo serão definidos por lei complementar


Regional, com o
Entre as propostas de partilha apresentadas por alguns estados:
objetivo de reduzir
as desigualdades ● partilhar da mesma forma do FPE (Fundo de Participação dos Estados – partilha do Imposto de Renda e do
regionais e sociais IPI): 1,06% do FPE é destinada a SC;
● partilhar com base no bolsa família: 1,05% seria destinado a SC

O FNDR será Em síntese, considerando apenas critérios sociais, SC e os demais estados do Sul e Sudeste tendem a ganhar pouco.
financiado pela
A introdução de critérios que levam em consideração a população, como defendido pelo RS e pelo PR, possibilitam
União, prevendo a um ganho maior a SC, embora não significativo: 1,17% seria destinado a SC.
PEC que a partir
Ponto que terá grande resistência do Norte, Nordeste e Centroeste.
de 2032 será de R$
40 bilhões/ano. Outro ponto a destacar é que relatório preliminar do Dep. Aguinaldo Ribeiro prevê que o FNDR também tem
objetivo combater as desigualdades sociais e não somente as regionais. Tal acréscimo é favorável ao Estado, na
medida em que o Fundo poderá ser utilizado em projetos sociais dentro do próprio Estado. O Norte, Nordeste e
Centro-oeste são, na quase totalidade, contrários a inclusão da expressão social.

Outro ponto é que o montante do Fundo pode ser insuficiente para o objetivo proposto. O Comsefaz pleiteia 75
bilhões.

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RECOLHIMENTO IBS
CENTRALIZADO X RECOLHIMENTO EM CADA ESTADO

● O IBS pertence ao Estado/Município de destino da


mercadoria ou serviço (consumo final)

● Pela proposta (PEC) o recolhimento do IBS será realizado

Foto: Marco Favero/Secom


diretamente ao Conselho Federativo (regido pelos
Estados e Municípios), que depois repassará a cada
Estado ou Município. (Recolhimento centralizado)

● SP defende que o IBS deve ser recolhido pelo Estado em


que ocorrer a operação, que depois remete aos
municípios e estados de destino da mercadoria ou
serviço.

23 Reforma Tributária | Análise da Secretaria de Estado da Fazenda


RECOLHIMENTO IBS
CENTRALIZADO X RECOLHIMENTO EM CADA ESTADO

Pontos de destaque de cada sistema de recolhimento:

● o recolhimento centralizado possibilita a criação de um sistema informatizado unificado. O valor arrecadado fica sob custódia de um
Conselho administrado pelos próprios estados e municípios. Com isso, há garantia de não retenção indevida por iniciativa de um ente,
além de maior agilidade no processo de migração para o novo imposto, na medida que a solução de informática será única e financiada
por todos.

● devemos destacar que no recolhimento centralizado o dinheiro passa primeiro pelo Conselho para depois ser destinado aos entes.
Devemos ter garantido que o fluxo desse dinheiro não prejudique as necessidades diárias dos Estados (o Comsefaz apresentou proposta
de texto para mitigar tal fato).

● no recolhimento por Estado, aparentemente a questão do fluxo não existe, já que o dinheiro fica com o ente. O problema é que nem
todo o valor arrecadado pertence ao Estado arrecadador, mas sim ao Estado de consumo da mercadoria ou serviço. Isso implica
eventual risco de retenção indevida por algum ente. Necessidade de regras claras e de uma garantia (a União?).

● além do mais, a solução informatizada implicará integração entre os sistemas informatizados.

24 Reforma Tributária | Análise da Secretaria de Estado da Fazenda


CONSELHO FEDERATIVO
Como esse conselho é a base da manutenção da
estrutura federativa em um modelo de
competência partilhada da principal fonte de
arrecadação estadual, qualquer restrição à
competência deste grupo deve estar na própria
Constituição e não na LC.

Proposta: que a competência fique clara do


texto constitucional, evitando-se assim
interferência na competência estadual por
meio de lei complementar.

25 Reforma Tributária | Análise da Secretaria de Estado da Fazenda


GOVERNANÇA DO CONSELHO FEDERATIVO
Ao conselho caberá a administração do IBS. Pontos de atenção
Tal administração é de interesse de todos os
● Em determinado momento esse
Estados e Municípios. Pela PEC, caberá à Lei assunto será objeto de deliberação, ou
Complementar definir a forma como as diretamente na PEC ou por meio de Lei
deliberações desse conselho se darão. Complementar (depende de como ficar
o texto final).
A maioria dos Estados (7 do Norte e 9 do
● A proposta que melhor representa a
Nordeste) entendem que a governança governança do Conselho é aquela que
deve se dar por maioria. leva em consideração as regiões do
Brasil. Em linhas gerais, que dependa
Os demais Estados entendem que esse de votos de pelo menos 1 estado de
critério não é justo por não dar cada região.
representatividade a todos os Estados,
principalmente os das regiões Sul e Sudeste,
que devem ser os maiores arrecadadores do
IBS.

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RETENÇÃO DO IBS
A PEC prevê que o produto da arrecadação de todos os Pontos de atenção
Estados, Distrito Federal e Municípios terá uma parcela
retida pelo conselho, que será redistribuída na forma ● período demasiadamente grande de
de Lei Complementar aos demais, de modo a garantir transição, com mais de 50 anos.
que nenhum ente tenha decréscimo de receita,
comparando com a receita do ICMS (Estados) e como
Provavelmente antes de encerrado este
ISS (Municípios). período teremos nova reforma.

Para tanto, conforme definido na PEC: ● embora necessário um período de


transição, ele mitiga contra eventual
● De 2029 a 2033, 90% (noventa por cento) do
esforço do ente em aumentar sua
arrecadado será retido e redistribuído.
● De 2034 a 2078, montante correspondente ao arrecadação, já que parte dela, neste
percentual em 2033, reduzido à razão de um período, será redistribuída.
quarenta e cinco avos por ano, será retido e
redistribuído.

A entrega dos recursos será realizada no prazo


estabelecido em Lei Complementar.

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RETENÇÃO DO IBS
Importante: o que será objeto de distribuição será o Por ser calculada com base em todas as operações
imposto cobrado com base na alíquota de referência, realizadas no Brasil, a arrecadação do IBS representa uma
média. Sendo uma média, teremos entes que, com a
que será fixada pelo Senado e terá como fórmula de
aplicação da alíquota de referência, irão arrecadar mais e
cálculo:
outros menos. Essa é a razão da redistribuição, que tem por
objetivo garantir que nenhum ente perca e que, ao mesmo
● Arrecadação do ICMS + Arrecadação do ISS
tempo, a arrecadação total não aumente durante o período
(antes de reforma) = Arrecadação do IBS de transição.

● Arrecadação do ICMS + Arrecadação do ISS Pela PEC, os entes poderão definir, por lei local, uma alíquota
(antes da reforma) = base de cálculo do IBS específica própria, que se somará à alíquota de referência. O
(bens e serviços) x alíquota de referência. valor arrecadado decorrente da instituição de uma alíquota
específica pertence somente ao próprio ente.
A fórmula garante que não haverá aumento de
O ponto que deve ser ressaltado é que a fixação de uma
arrecadação, já que a alíquota de referência será fixada
alíquota específica (plus da alíquota de referência) por lei é
de forma a manter a arrecadação anterior à reforma. sempre fator de desgaste.

28 Reforma Tributária | Análise da Secretaria de Estado da Fazenda


RISCO DE OCUPAÇÃO DA BASE DO IBS PELA UNIÃO

A CBS entrará em vigor em 2026, enquanto o IBS em 2029.

Como a base de tributação dos dois tributos é idêntica, a entrada


em vigor da CBS pode estressar o nível de tributação do IBS,
restando pouca margem para a definição de alíquota do IBS, o que,
por consequência, irá prejudicar a arrecadação dos Estados.

Temos que ter em mente que, nos termos da PEC, os regimes


especiais de tributação deverão ser os mesmos para os dois
tributos, ou seja, o que for instituído antes pela CBS deverá ser
repetido para o IBS.

Proposta: que a entrada em vigor dos dois tributos ocorra de forma


concomitante, reduzindo dessa forma o risco apontado.

29 Reforma Tributária | Análise da Secretaria de Estado da Fazenda


RISCO DE OCUPAÇÃO DA BASE DO IBS PELA UNIÃO (II)

O Imposto Seletivo, de competência da No tocante à competência, dois pontos


União, será cobrado sobre externalidades devem ser destacados:
negativas. A expressão é por demais
● Temos que ter em mente que os
ampla. Externalidades negativas podem
estados e municípios hoje controlam
decorrer do tabaco, por exemplo, bem
a quase totalidade do imposto sobre
como de combustíveis (poluentes),
consumo, não fazendo sentido
alimentos processados, automóveis
compartilhar em grau maior (além da
(poluentes) e tantos outros exemplos.
CBS) essa competência.

● O Imposto Seletivo, pela proposta da


Proposta: que a entrada em vigor dos dois tributos
PEC, substituirá o IPI, sendo que 60%
ocorra de forma concomitante, reduzindo dessa
desse imposto atualmente já
forma o risco apontado.
pertence aos Estados e Municípios.

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TRANSIÇÃO FEDERATIVA DO IBS
A transição federativa do IBS ocorrerá, nos termos da PEC, em 50 anos. A
tributação migra para o destino neste período, de forma gradual.

Nesse período, a arrecadação do IBS será compartilhada com todos os


entes, de forma a assegurar um deslocamento suave da arrecadação.

Em tal período, parcela do IBS pertencente a determinado Estado,


cobrado de sua população, será destinado a outro Estado.

Além dessa imposição, temos que ter em mente que eventual esforço
arrecadatório do Estado não se traduzirá, de imediato (pelo menos nos
primeiros anos da reforma), em aumento direto de arrecadação.

Proposta: reduzir o período de transição federativa.

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Foto: Ricardo Wolffenbuttel / Secom
#7
Quatro pontos
importantes
para SC

32 Reforma Tributária | Análise da Secretaria de Estado da Fazenda


1. FUNDO DE COMPENSAÇÃO DOS BENEFÍCIOS FISCAIS

PONTO DE ATENÇÃO SUGESTÕES

SC questiona o valor e os critérios de repartição desses SC propõe que o IBS entre em vigor em 2033,
recursos. Não se sabe se os R$ 160 bilhões serão coincidindo com o fim dos benefícios do ICMS. Nesta
suficientes e como será realizada a repartição, uma vez hipótese, não seria necessário criar o fundo.
que a liberação dos recursos dependerá de avaliação
da União. Caso seja mantido o Fundo, SC entende que o critério
de distribuição não deve depender de análise da
União e que ocorra por meio da comprovação de que
a renúncia fiscal a ser compensada decorreu de
benefício convalidado, por exemplo.

33 Reforma Tributária | Análise da Secretaria de Estado da Fazenda


2. CENTRALIZAÇÃO DA ARRECADAÇÃO E FORMAÇÃO DO
CONSELHO FEDERATIVO

PONTOS DE ATENÇÃO SUGESTÕES

ARRECADAÇÃO - SC defende que a arrecadação deve ARRECADAÇÃO - SC entende que a arrecadação deve
se dar de forma centralizada pelo Conselho Federativo ser centralizada no Conselho Federativo, o que garante
mais transparência, possibilita maior controle e cria
e não deve ser realizada pelos próprios Estados.
mecanismos de cobrança em caso de inadimplência
de algum Estado. A centralização da arrecadação
FORMAÇÃO DO CONSELHO FEDERATIVO
também garante que se desenvolva mais
(GOVERNANÇA) - Há questionamentos sobre como rapidamente os sistemas de compensação para os
serão aprovadas as deliberações do Conselho Estados.
Federativo. Estados do Norte e Nordeste, por exemplo,
defendem que seja por maioria simples, o que GOVERNANÇA - SC sugere que, para ser aprovada no
prejudicaria os Estados com menor Conselho Federativo, a deliberação tenha o voto
representatividade. favorável de pelo menos um Estado de cada região, o
que na prática garantiria o peso regional.

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3. FUNDO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL
(FNDR)

PONTO DE ATENÇÃO SUGESTÃO

SC questiona o valor (previsão de R$ 40 bilhões) e os O Governo do Estado defende o aumento do fundo


critérios de repartição desses recursos, uma vez que os para R$ 75 bilhões (pleito defendido junto ao
Estados não terão autonomia para conceder Comsefaz) e a inclusão de critérios econômicos na
incentivos fiscais para atrair investimentos. repartição dos recursos do FNDR. É importante ainda
que a definição seja incluída na PEC e não seja
definida posteriormente em Lei Complementar.

35 Reforma Tributária | Análise da Secretaria de Estado da Fazenda


4. OCUPAÇÃO DA BASE

PONTO DE ATENÇÃO SUGESTÃO

O IBS e a CBS terão base tributária idêntica. Caso a SC defende que a instituição desses tributos seja
CBS seja instituída primeiro, é grande o risco de ter realizada ao mesmo tempo.
uma alíquota mais elevada, reduzindo a margem de
tributação dos Estados e Municípios para o IBS.

36 Reforma Tributária | Análise da Secretaria de Estado da Fazenda


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diat@sef.sc.gov.br

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