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MEIOS DE CONTRASTE

REAÇÕES ADVERSAS

3º semestre – Tecnólogo em Radiologia


Disciplina Meios de Contraste

Profa Daniela Rodrigues de Oliveira


REAÇÕES ADVERSAS

Contrastes iodados são os mais usados e são


administrados por via intravenosa para a realização de urografias
excretoras, angiografias e em exames de tomografia
computadorizada.

A prevalência de reação adversa aos agentes de contraste


hiperosmolar varia de 5 a 8 %. Reações anafilactóides ocorreram
em 2% dos pacientes, reações graves em 0,1% e fatais em
0,01%.

O custo dos agentes de contraste não-iônicos é 6 a 8 vezes


maior do que os agentes de contraste hiperosmolares.

As reações adversas aos meios de contraste, apesar de


pouco freqüentes (1/400.000 casos) são inevitáveis, podendo variar
em severidade, e podendo ocorrer após uma única administração
ou após múltiplas. Profa Daniela Rodrigues de Oliveira
REAÇÕES ADVERSAS IÔNICOS X NÃO-
IÔNICOS

Profa Daniela Rodrigues de Oliveira


CASO CLÍNICO

Homem, negro, 61 anos, ex-jogador de futebol sem história


pregressa de doenças alérgicas, foi submetido a TC das
coronárias, de rotina. Após injeção do agente de contraste
apresentou falta de ar e dificuldade de deglutir. A infusão foi
parada, o paciente foi socorrido e internado na UTI do hospital
onde o exame estava sendo realizado.
O paciente havia feito teste de sensibilidade ao contraste iodado
antes do exame, tendo sido negativo.

Profa Daniela Rodrigues de Oliveira


REAÇÕES ADVERSAS

Estes efeitos devem-se as alterações da circulação sangüínea,


por uma substância “estranha” ao organismo administrada via
endovenosa, que produz manifestações clínicas, modificando o
mecanismo de funcionamento de alguns órgãos e sistemas.

Sendo assim, as reações adversas podem manifestar-se desde o


início da injeção do contraste na via EV, até algumas horas após o término
do exame e podem aparecer uma única vez ou várias vezes.

Na prática, verifica-se que a grande incidência de reações com


meios de contraste iodados acontece dentro dos dois minutos iniciais até
30 minutos da injeção do contraste interação do contraste com o plasma
sangüíneo e também pelas características químicas da substância
contrastante (osmolalidade, viscosidade, capacidade de dissociação,
etc.)

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REAÇÕES ADVERSAS

Amenizar os efeitos das reações adversas, evitando alguns


fatores conhecidos na prática, como:

a) Histórico detalhado do paciente: com a finalidade de identificar


possíveis alergias genéticas ou induzidas, que favoreçam o
aparecimento de reações adversas;

b) Administração de contraste com uma velocidade: de injeção que evite


ou diminua a intensidade das reações;

c) Adequar a temperatura: do contraste com o correto preparo para


pacientes alérgicos.

Profa Daniela Rodrigues de Oliveira


CLASSIFICAÇÃO: REAÇÕES ADVERSAS

QUANTO AO MECANISMO ETIOLÓGICO

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CLASSIFICAÇÃO: REAÇÕES ADVERSAS
TEMPO DECORRIDO APÓS A ADMINISTRAÇÃO
- AGUDAS OU IMEDIATAS –

5 a 20 minutos após a administração do agente

- TARDIAS – 1 hora ou mais

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CLASSIFICAÇÃO: REAÇÕES ADVERSAS

REAÇÕES ANAFILACTÓIDES - IDIOSSINCRÁTICAS

ANAFILAXIA – reações alérgica aguda caracterizada pela


presença de urticária, angioedema, hipotensão com taquicardia,
broncoespasmo e edema laríngeo (edema de glote).

Angioedema

Edema de glote

Urticária
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CLASSIFICAÇÃO: REAÇÕES ADVERSAS

REAÇÕES ANAFILACTÓIDES - IDIOSSINCRÁTICAS

São reações que ocorrem em determinados indivíduos pela


ação direta dos meios de contraste sobre as células do organismo,
que irão liberar a histamina, através do mecanismo direto por aumento
da osmolalidade do contraste, e algumas vezes por ativação de
mediadores químicos que, ao serem liberados podem manifestar
reações do tipo alérgicas como:
urticária, edema, asma, rinite e choque.

Estas reações alérgicas verdadeiras ou anafiláticas têm um


anticorpo específico responsável pela liberação de substância
denominada imunoglobulina E (IgE).

As reações são assim denominadas por apresentarem


hipersensibilidade mediada pelo IgE específico para um alérgeno
sensibilizante.
sensibilizante

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Profa Daniela Rodrigues de Oliveira
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Angioedema

Edema de glote

Urticária
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Eritema polimorfo

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Síndrome de Stevens Johnson

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Necrólise epidérmica tóxica ou
Sínd de Lyell

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REAÇÕES ADVERSAS

A fisiopatologia é explicada por :


Ativação do complemento – relacionadas
com reações imediatas leves. É ativado pelas 2 vias
(clássica e alternativa) e pode ocorrer coagulopatia de
consumo por ativação do sistema plaminogênio-plasmina
nas reações anafilactóides.
Liberação de histamina de mastócitos e
basófilos, via interação com receptor de membrana celular,
pela hiperosmolaridade dos Agentes de Contrastes, por
anafilatoxinas, por mecanismo interação antígeno- IgE .

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REAÇÕES ADVERSAS

Outro efeitos biológicos referentes aos agentes de contrastes:


- Liberação de serotonina pelas plaquetas em sua agregação em
torno de mastócitos e basófilos .
- Coagulação vascular disseminada.
- Aumento da resistência das vias aéreas.
- Alteração da condução do miocárdio e hipocalcemia.
- Alteração na estrutura e fluxo das hemácias.
- Agregação das hemácias in vivo e in vitro.
- Destruição do endotélio por administração EV.
- Edema pulmonar não cardiogênico.

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CLASSIFICAÇÃO: REAÇÕES ADVERSAS
REAÇÕES NÃO IDIOSSINCRÁTICAS
 1) EFEITOS TÓXICOS DIRETOS –
- Dose X Concentração do agente de contraste;
- Órgão-alvo específico;
- magnitude velocidade de infusão e a via de
administração;
- Osmotoxicidade e quimiotoxicidade
- OSMOTOXICIDADE –
São fenômenos não específicos relacionados á
concentração elevada dos agentes contrastes

Manifestações Clínicas:
Clínicas Dor, desconforto no local da
injeção, alterações hematoencefálica e
hipotensão com bradicardia
Mecanismo de Ação: expansão aguda do volume
plasmático, vasodilatação generalizada (efeito no
músculo liso), “rigidez das hemáceas, liberação de
histamina (basófilos e mastócitos) e lesão do endotélio
vascular (flebite/trombose)
Profa Daniela Rodrigues de Oliveira
CLASSIFICAÇÃO: REAÇÕES ADVERSAS
REAÇÕES NÃO IDIOSSINCRÁTICAS
- QUIMIOTOXICIDADE –
São fenômenos não específicos secundários,
mediados por interações não específicas entre as
moléculas do contraste e macromoléculas biológicas
através de interações hidrófobas, relacionadas à
quantidade de cátions e a natureza iônica dos meios de
contraste, que se dissociam em solução.

Manifestações Clínicas:
Clínicas neurotoxicidade, depressão
miocárdica, alterações no ECG/arrtimia, lesão tubular
e lesão vascular.
Mecanismo de Ação: uma ação direta do agente
de contraste sobre o endotélio vascular
e proteínas tissulares.

Profa Daniela Rodrigues de Oliveira


CLASSIFICAÇÃO: REAÇÕES ADVERSAS
REAÇÕES NÃO IDIOSSINCRÁTICAS
- TOXICIDADE DIRETA ÓRGÃO -ESPECÍFICA –

Manifestações Clínicas:
Clínicas náuseas, vômitos, calor e dor
no local da injeção, IRA, edema pulmonar, alterações no
ritmo cardíaco, condução e isquemia miocárdica, e
outros.

Mecanismo de Ação: uma ação direta do agente


de contraste sobre o endotélio vascular
e proteínas tissulares.

ÒRGÃOS:
ÒRGÃOS
- Pele
- Trato gastrointestinal
- Sistema Nervoso Central
- Rins
- Sistema Respiratório
- Sistema Cardiovascular
Profa Daniela Rodrigues de Oliveira
CLASSIFICAÇÃO: REAÇÕES ADVERSAS
REAÇÕES NÃO IDIOSSINCRÁTICAS
- REAÇÕES VASOMOTORAS (VAGAIS) –

MEDO X ANSIEDADE

Manifestações Clínicas:
Clínicas depressão cardíaca com
bradicardia e vasodilatação, sudorese, palidez cutânea
(diaforese), apreensão, confusão mental, diminuição do
nível de consciência, naúseas, vômitos e liberação
esfincteriana. Evolução: Parada cardiorrespiratória

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Profa Daniela Rodrigues de Oliveira


REAÇÕES ADVERSAS

Severidade das Reações Adversas


As reações adversas são caracterizadas de acordo com
seus sintomas, sua duração e a necessidade de intervenção
médica imediata ou tardia. São divididas em leves, intermediárias
ou moderadas, e severas ou graves

Leves: apresentam-se em 60% dos exames com meios de


contraste.
Incluem sintomas como: ansiedade, náuseas, calor generalizado
em face, membros inferiores, região genital, prurido, leve urticária,
dor no local da punção venosa, tosse, calafrios, sudorese, cefaléia
discreta.
As reações do tipo leve normalmente são de curta duração,
autolimitadas e geralmente não requerem tratamento específico,
apenas obversação.

Profa Daniela Rodrigues de Oliveira


REAÇÕES ADVERSAS

Severidade das Reações Adversas


Intermediárias ou Moderadas: significam 1% do total
dos exames.

Apresentam-se como urticária extensa, aumento do


edema facial, broncoespasmo leve, laringoespesmo,
vômitos intensos, hipotensão e hipertensão.

O paciente que manifestar um destes sintomas


necessita de tratamento na própria sala de exame, e
seu aparecimento pode ser mais tardio, ou seja,
após 10 minutos da administração do contraste ou
no término do exame.
Profa Daniela Rodrigues de Oliveira
REAÇÕES ADVERSAS

Severidade das Reações Adversas


Graves ou Severas: trata-se de urticária generalizada, edema
de laringe, dispnéia, edema pulmonar, broncoespasmo severo
ou choque.
Sua incidência é de 0,1% e em alguns estudos, de
0,22% e 0,04%, em pacientes que utilizaram agentes de
contraste de alta osmolalidade, e de 0,04% e 0,004%, quando
se utiliza agente de baixa osmolalidade.
Necessitam de intervenção médica imediata, pois o
paciente está em risco de morte.
Eventualmente, pode levar à morte por insuficiência
respiratória, severas arritmias cardíacas e alterações
neurológicas irreversíveis por convulsões, hipotensão, hipóxia e
parada cardíaca

Profa Daniela Rodrigues de Oliveira


REAÇÕES ADVERSAS
 Manifestações Anafiláticas e Anafilactóides aos
Agentes de Contraste
Meio de Contraste

Manifestação Iônico Não iônico Iônico de


(% sobre baixa
casos totais osmolalidade
Cutânea 62,6 36,0 48,1

Rinite 7,5 4,0 5,7

Edema 7,5 4,8 6,6


Facial
Dispnéia 11,3 12,9 6,8
Fonte: adaptado de Lasser
et al

Profa Daniela Rodrigues de Oliveira


Fatores de risco de reação adversa aos
Agentes de Contraste
 Paciente com reação prévia ao RC.
 Idade acima de 50 anos.
 Doença cardiovascular preexistente.
 Insuficiência renal prévia.
 Diabetes, Mieloma, hipertensão, desidratação,
hiperuricemia, feocromocitoma, anemia falciforme e
hemocistinúria.

Profa Daniela Rodrigues de Oliveira


Fatores de risco de reação adversa aos
Agentes de Contraste

 Risco de reação leve ou moderada:antecedentes


pessoais de alergia (asma, urticária, DA).
 Risco de reação grave: paciente com história de reação
prévia ao RC.
 Risco de reação cardiopulmonar: idade acima de 50
anos e doença cardiovascular preexistente. Uso de beta
bloqueador. 16% a 44% de risco.

Profa Daniela Rodrigues de Oliveira


Fatores de risco de reação adversa aos
Agentes de Contraste

 Risco de Insuficiência renal aguda: Insuficiência


renal prévia, doenças associadas à potencial falência
renovascular como diabetes, mieloma,desidratação,
hipertensão.
 Outros fatores:
 RC alta osmolaridade > RC baixa osmolaridade
 infusão EV> intra-arterial
 idade > 50 anos
 Sexo feminino > Sexo masculino (relação 2:1).
 A teofilina foi capaz de reduzir o risco de insuficiencia
renal causado por RC, em angiografias ou TC. Bapshaw e
Ghalina – University of Calgary.

Profa Daniela Rodrigues de Oliveira


Diagnóstico
 Os testes cutâneos ou orais não predizem quais os indivíduos
que apresentarão reações adversas, visto que o mecanismo
imunológico mediado por IgE não participa de forma
marcante no aparecimento das manifestações clínicas.
 Alguns autores recomendam o teste de provocação com
doses gradativas de RC aos pacientes com história de reação
prévia.
 Não existem evidências de que o iodo inorgânico presentes
nos frutos do mar estejam relacionados com reações
adversas aos RC.

Profa Daniela Rodrigues de Oliveira

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