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AVALIAÇÃO DE PSICOLOGIA
SOCIAL III
MEDICALIZAR, PATOLOGIZAR E DISCIPLINAR A
LOUCURA E A CRIMINALIDADE
São Cristóvão
Janeiro/2007
Introdução
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DESENVOLVIMENTO
Hoje, entre onze e meia e meio-dia, estando à porta de minha casa, que , como
vêem, dá para o mesmo pátio da casa onde o crime foi cometido, do outro lado
do referido pátio, à esquerda, vi a mocinha Victoire Rivière na porta que dá
para nosso pátio, vi a mocinha Vistorie Rivière na porta que dá para o nosso
pátio, e seu irmão a segurava pelos cabelos. Ela parecia querer escapar.
Tendo-me aproximado deles, Pierre Rivière segurava uma foice na mão que
erguia sobre sua irmã. Gritei: “Ah, desgraçado, que vai você fazer!”, tentando
imobilizar-lhe o braço, mas no mesmo instante ele desfechou sobre a cabeça
de sua infeliz irmã vários golpes que a fizeram cair morta a seus pés. Tudo isso
passou-se em menos de um minuto. Ele fugiu pela porta que dá para o
caminho vicinal , em direção ao burgo de Aunay; ao mesmo instante, botei a
cabeça para dentro da casa e percebi a razão e comecei a gritar: “Meu Deus,
que desgraça; meu Deus, que desgraça”. Várias pessoas acorreram, mas
todos os que moram nas casaS de nosso pátio estavam ausentes no
momento.” (Pág. 7)
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Neste caso citado por Foucault podemos notar o quão é difícil definir uma
“sentença” para um monomaníaco como foi definido pelo parecer médico da
época.
“Quero dizer a verdade; foi para tirar meu pai de apuros que fiz aquilo. Quis livrá-lo
de uma mulher má que o atormentava continuamente, desde que se casou com
ele, e que o arruinava, que o levava a tal desespero que às vezes ele era tentado
a suicidar-se. Matei minha irmã Victoire porque tomava partido de minha mãe.
Matei meu irmão porque amava minha mãe e minha imã.” (depoimento de Pierre
Riviére segundo o livro “Eu,... pág.23)
Segundo Sérgio Carrara, no Brasil como proposta oficial, evento que ele
considerou, num certo sentido, um "monumento ao triunfo da psiquiatria".
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sistema de repressão penal, serviam como instrumento de controle social,
locais apropriados e destinados a punições. Tratava-se de uma violência
institucionalizada, que demonstrava que a justiça criminal e a psiquiatria
estavam definitivamente ligadas, no que tangia no tratamento do individuo
delinqüente/doente.
Na opinião dos peritos, mesmo não sendo um vadio, mas sim um "incapaz",
um "credor da proteção social e não de sua proscrição", a liberdade "constitui
uma grande ameaça para a sociedade, convindo portanto que seja internado
em estabelecimento onde tenha tratamento adequado".
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embrião para os sujeitos que apresentam a este nível alterações
identificadas como características do criminoso?
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Bibliografia
Foucault, Michel. “Eu, Pierre Rivière, que degolei minha mãe, minha
irmã e meu irmão... um caso de parrídio do século XIX, apresentado
por Michel Foucault. Trad. Denize Lezan de Almeida. Rio de Janeiro,
Edições Graal, 1977.
Sites:
http://www.psiqweb.med.br/forense/biocrime.html
http://www.psiqweb.med.br/forense/crime.html
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0034-
77011998000200010&script=sci_arttext&tlng=en
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-
59701999000100001&lng=es&nrm=iso&tlng=pt
http://www.madres.org/asp/contenido.asp?clave=1488