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BENEFICIAMENTO MINERAL

UNIDADE II
AMOSTRAGEM
Elaboração
Cristiane Oliveira de Carvalho

Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração
SUMÁRIO

UNIDADE II
AMOSTRAGEM........................................................................................................................................................................................ 5

CAPÍTULO 1
FUNDAMENTOS DA AMOSTRAGEM...................................................................................................................................... 7

CAPÍTULO 2
ERROS E PLANO DE AMOSTRAGEM ................................................................................................................................... 12

CAPÍTULO 3
MASSA MÍNIMA DA AMOSTRA............................................................................................................................................. 17

REFERÊNCIAS................................................................................................................................................20
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AMOSTRAGEM UNIDADE II

A segunda unidade explica o processo de amostragem. O Capítulo 1 apresenta o conceito


de amostragem e outros conceitos como universo, incremento, amostra primária,
amostra final e outros. Além disso, explana a diferença entre análise probabilística e
não probabilística.

O Capítulo 2 explana sobre o erro total de amostragem conforme a teoria de Pierri Gy e


as principais características que se devem abordar em um plano de amostragem.

O Capítulo 3 descreve a massa mínima da amostra para certa granulometria e determinado


erro de acordo com teoria de Pierri Gy.

Objetivos da Unidade
» Estudar os principais conceitos para compreender a amostragem.

» Aprender sobre o erro de amostragem conforme a teoria de Pierri Gy.

» Compreender as características de um plano de amostragem.

» Entender a massa mínima da amostra de acordo com Pierri Gy.

Bons estudos!

Uma amostra executada na mineração de Maracá por Hajj (2013) utiliza o material
que passou por um processo de fragmentação oriundo da perfuratriz Furukawa
modelo HCR 1500, produzindo um material fino e outro que consiste numa união
de médios e grossos.

Da pilha de médios e grossos são coletados 12 incrementos radialmente ao cone


gerado e da pilha de finos é retirado um único incremento, produzindo uma pilha
de 13 incrementos.

A figura a seguir está apresentando a pilha de médios e grossos.

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UNIDADE II | Amostragem

Figura 8. Pilha frontal de médios e grossos para retirada de incrementos.

Fonte: HAJJ (2013).

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Capítulo 1
FUNDAMENTOS DA AMOSTRAGEM

Amostragem consiste em um grupo de operações que visam obter uma amostra


representativa de determinada população ou universo.

Esse procedimento de selecionar e inferir busca tirar conclusões de um todo utilizando


o conhecimento de uma parte.

Luz (2010) explica que um processo de amostragem remove quantidades moduladas de


certo material de um todo em que se precisa amostrar, para formar a amostra primária
ou global, de modo que represente o todo amostrado.

Uma representação de um todo é válida quando esta retrata as propriedades desse


universo, como o teor dos diversos elementos, umidade, constituintes mineralógicos,
densidade e distribuição granulométrica.

Essas propriedades devem estar fundamentadas nessa amostra e incorporam


uma variabilidade estatisticamente satisfatória. Deve haver precauções para que a
representatividade não fique no meio do caminho, com a preparação da amostra primária.

Após a retirada da amostra global, que deve conter todas essas características do universo,
precisa passar por uma sequência de fases que abrangem operações de fragmentação,
homogeneização e quarteamento, até que se tenha uma amostra final, com massa e
granulometria apropriada para seguir para os ensaios.

Esses ensaios podem ser químicos, físicos, mineralógicos e outros. Abaixo segue um
fluxograma com os estágios da preparação e análises das amostras.

Figura 9. Fluxograma dos estágios da preparação e análises de amostra.

Recebimento da
amostra

Homogeneização

Quarteamento

Ensaios Cominuição
físicos

Análises
químicas

Fonte: Freitas (2014).

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UNIDADE II | Amostragem

Quando ocorre uma diferença de valor de certa propriedade de interesse do lote e a


estimativa desta propriedade da amostra, isso é denominado erro de amostragem.

Realizar uma amostra é muito relevante, especialmente quando se trata de


avaliação de depósitos minerais, controle de processos e comercialização dos
produtos (LUZ et al., 2010).

Se a amostragem não for realizada de forma adequada pode causar grandes prejuízos
ou mesmo resultados errôneos, comprometendo a representatividade do todo a ser
analisado.

Tida como uma operação complexa e suscetível a erros, a amostragem gera muitos
problemas para as indústrias da mineração e metalurgia.

Por isso é preciso que se tenha uma boa amostragem com base no julgamento individual
e na experiência do responsável, mas principalmente no emprego da teoria referente
à amostragem, conhecendo os diferentes tipos de erro que podem ser provenientes da
execução.

Para um melhor entendimento é preciso introduzir alguns conceitos:

» Amostra – é parte representativa que universo que se quer amostrar. É preciso


que se preservem todas as propriedades de interesse.

» Incremento – é quantidade de material coletada do todo que se quer amostrar,


para compor uma amostra.

» Universo – consiste na massa original de certo material em que se pretende


compreender as propriedades típicas, conforme as análises executadas em uma
amostra.

Em casos de beneficiamento de minérios e processos hidrometalúrgicos, o universo que


será amostrado pode ser o material que está a caminho de algum estágio do processo
ou estocagem em tanques e pilhas.

Normalmente, o universo é conhecido como lote e pode ser influenciável ou não. É


importante entender que, para cada estágio, os métodos de amostragem diferem.

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Amostragem | UNIDADE II

A figura a seguir mostra um esquema que aponta como é realizada a amostra.

Figura 10. Esquema mostrando lote, incremento e amostra.

Lote

incremento

incremento
incremento

incremento
Amostra

Fonte: Freitas (2014).

Amostra primária ou global – quantidade de material que é consequência do


estágio da amostragem.

Amostra Final – quantidade de material proveniente dos estágios que organizam a


amostra primária, que deve ter a massa e a granulometria corretas para executar os
ensaios.

Intervalo de Amostragem – tempo que decorre entre a extração dos vários incrementos
que formam a amostra primária.

Amostragem probabilística e não probabilística – diante desses conceitos ainda


tem-se que a amostragem pode ser probabilística ou não probabilística.

A probabilística acontece quando as operações são executadas de modo que os componentes


do lote possuam a mesma probabilidade de fazer parte da amostra.

A amostragem não probabilística, por sua vez, ocorre de forma proposital ou mesmo
pode virar ou tender, conforme o modo que é esta é realizada. Além disso, possui chances
altas de não fazer referência ao lote.

O primeiro tipo de amostragem é mais provável para se alcançar a amostra representativa.

Por exemplo, se um lote de minério for transportado por um caminhão que precisa ser
amostrado para definir as propriedades físicas e químicas, é possível visualizar melhor
a diferença entre esses dois tipos de amostragem.

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UNIDADE II | Amostragem

Na figura 11a é demostrada a amostragem não probabilística. As partículas que estão


formando este lote não possuem a mesma probabilidade de fazer parte da mesma amostra.

Ao longo do percurso como o movimento do transporte, o material se separa na caçamba


basculante do caminhão e as partículas mais grossas são dispostas no fundo. Assim,
somente as partículas mais finas que estão na superfície irão compor a amostra.

Isso não ocorrerá na amostragem probabilística. Como mostrado na figura 11b, a amostra
será retirada de toda a coluna do material.

E, portanto, a amostra será formada por partículas finas e grossas, em diversos pontos,
podendo representar o lote de uma melhor forma.

Figura 11. Figura representando a amostragem: (a) não probabilística e (b) amostragem
probabilística.

Trado

a) b)

Fonte: Freitas (2014).

Tamanho da amostra
O tamanho da mostra está vinculado com a precisão e o grau de representatividade
do lote. Seria ideal avaliar todo o lote, no entanto isso se torna impraticável. Portanto
quanto maior for o tamanho dessa amostra maior representatividade será alcançada
nos resultados dos ensaios e das análises.

» Precisão – a precisão é considerada o nível de consonância entre os resultados


de diversas medições de um mensurando.

Ao realizar essas medições com condições igualitárias tem-se a repetitividade.


Caso as medições ocorram em diferentes condições, tem-se a reprodutibilidade.

» Exatidão – é o nível de consonância entre um resultado proveniente de uma


medição e um valor real (verdadeiro) do mensurado, ou seja, o valor esperado.

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Amostragem | UNIDADE II

A figura abaixo mostra (a) resultados precisos e exatos, (b) precisos e não exatos,
(c) exatos e não precisos e (d) não exatos e não precisos.

Figura 12. Figura apresentando os resultados precisos e exatos.

Fonte: Sironvalle (2002).

» Material homogêneo – um material é tido como homogêneo se todas as suas


partículas são análogas em relação à composição, dimensão, densidade e forma.

» Material heterogêneo – um material é dito heterogêneo quando as partículas


que o formam não exibem composição, dimensão, densidade e forma iguais.

Na figura abaixo segue um exemplo de um material homogêneo e heterogêneo.

Figura 13. Material: a) Homogêneo e b) Heterogêneo.

(a) (b)

Fonte: Freitas (2014).

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Capítulo 2
ERROS E PLANO DE AMOSTRAGEM

Do Erro Total de Amostragem (Ea) Teoria de Pierri Gy


É importante entender que a amostragem é dotada de erros. O erro total
de amostragem consiste na soma do erro de amostragem propriamente dito (Eap) e do
erro em que se realiza a preparação da amostra primária (Ep) para conseguir a amostra
final (LUZ et al., 2010).
Ea = Eap +Ep Eq.1

Erro de Amostragem (Eap )


Esse erro consiste no somatório de diversos erros independentes que são provenientes do
processo para seleção da amostra primária, especialmente da variabilidade do material
que deseja realizar a amostragem.
Eap = Ea1 +Ea2 +Ea3 +Ea4 +Ea5 +Ea6 +Ea7 Eq.2

Ea1 = erro de ponderação (consequente da ausência de uniformidade da densidade ou


vazão do material).

Ea2 = erro de integração (consequente da não homogeneidade na distribuição das


partículas no material).

Ea3 = erro de periodicidade (consequente de variações recorrente da propriedade de


interesse no material).

Ea4 = erro fundamental (consequente da heterogeneidade de formação do material.


Varia conforme a massa da amostra e em menor proporção do material amostrado).

Ea5 = erro de segregação (consequente da heterogeneidade de distribuição localizada


do material).

Ea6 = erro de delimitação (consequente da possível configuração inadequada da


delimitação da dimensão dos incrementos).

Ea7 = erro de extração (consequente da operação de tomados dos incrementos).

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Amostragem | UNIDADE II

Erro de Preparação (Ep)


Esse erro é a soma de diferentes erros que não são dependentes oriundos das operações
de redução de granulometria, homogeneização e quarteamento que sofre a amostra
primária.
Ep = Ep1 +Ep2 +Ep3 +Ep4 +Ep5 Eq.3

Ep1 = partículas que foram perdidas e que constituíam a amostra.

Ep2 = contaminação da amostra.

Ep3 = modificação sem intenção da propriedade a ser mensurada na amostra final.

Ep4 = erros sem intenção produzidos pelo operador (mistura de sub-amostras originárias
de diversas amostras).

Ep5 = modificação com intenção da propriedade a ser mensurada a amostra final.

Os erros Ea1, Ea2, Ea3, Ea4 e Ea5 podem ser determinados de maneira quantitativa.
Resultados de experimentos vairográficos estimam as médias e variâncias.

Já os erros Ea6, Ea7 e Ep não são possíveis de definir por meio de experimento. É
possível mitigá-los e às vezes até eliminá-los, impedindo os erros sistemáticos que não
são desejáveis.

Plano de amostragem
Anteriormente à amostragem é preciso que se defina quais são as características
elementares de um plano de amostragem, apresentando a principal finalidade da
amostragem e o conhecimento preliminar sobre o assunto.

Precisão Requerida – os erros de amostragem e de análise são inerentes ao processo, ou


seja, existem sempre e devem ser equilibrados entre si de acordo com o valor pertencente
ao material, assim como a relação de custo oriunda do resultado dos erros.

O Método de Retirada da Amostra Primária – a técnica utilizada na remoção da


amostra é definida geralmente pela experiência. No entanto, pode ser preciso algum
trabalho experimental para definir o método de amostragem.

Como os incrementos são escolhidos para compor a amostra primária vai de acordo
com a natureza do material, como ele é transportado e qual a finalidade da amostra. É

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UNIDADE II | Amostragem

importante ressaltar que a amostragem precisa ser determinada antes de se definir a


massa da amostra primária.

Luz et al. (2010) citam alguns tipos de amostragem e todas são do tipo probabilística
como mostradas abaixo:

Amostragem aleatória

Geralmente é usada quando não há muita informação sobre determinado material


submetido à amostragem. Os incrementos são selecionados de forma arbitrária,
possibilitando que todo o material tenha a mesma chance de ser selecionado.

A amostra fortuita é difícil de conseguir, por sua vez dando lugar a uma amostra
sistemática, pois o operador com a finalidade de abarcar todas as partes do material que
será amostrado faz uma ligeira e grosseira subdivisão em áreas mais ou menos iguais,
selecionando os incrementos.

Amostragem sistemática

Neste tipo de amostragem os incrementos são retirados em intervalos regulares


determinados a priori. É importante que se entenda a possibilidade de ciclos de variação
do parâmetro de interesse e desses ciclos acontecerem concomitantemente com os
períodos de retirada dos incrementos e, assim, não é aconselhável utilizar esse tipo de
amostragem.

No caso de a ordem de coleta dos incrementos não combinar com os ciclos de variação
do parâmetro desejado, é possível utilizar a amostragem sistemática com resultados
similares à amostragem aleatória, sem restrições de uso.

Amostragem estratificada

Consiste em selecionar uma amostra de cada subgrupo do universo estudado. As bases


para restringir um subgrupo podem ser determinadas pelas propriedades.

Em outros termos, é um prolongamento da amostragem sistemática, a amostragem


estratificada abrange a divisão de materiais em conjuntos distintos conforme as
características próprias.

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Amostragem | UNIDADE II

O tamanho da amostra primária


Está relacionado à natureza do material, teor do elemento de interesse e a precisão
requerida. É definida primeiramente a dimensão do incremento e a quantidade de
incrementos a serem coletados.

O equipamento usado para coleta da amostra primária e a granulometria do material é


que definem a dimensão do incremento.

O incremento precisa ser satisfatoriamente grande para que seja possível ter uma parcela
representativa de grossos e finos removida em uma única operação.

Após a determinação da técnica de amostragem é preciso definir a variabilidade do


material, se não estiver sido identificada é preciso efetuar ensaios exploratórios.

São removidos nt incrementos para o ensaio, sendo especificamente preparados e


analisados de acordo com o parâmetro requisitado. Considerando que os erros oriundos
dos estágios de preparação e análise não são relevantes, a estimativa da variabilidade
do material é mensurada por:

  xi  X 
2

St 
 nt  1 Eq.4

Em que:

St = estimativa da variabilidade do material com base do nt dos ensaios exploratórios


(representa o desvio padrão);

xi = valor concedido ao parâmetro desejado no incremento individual i;

x = média dos valores de xi e

nt = número de incrementos para ensaios exploratórios.

É importante destacar que está se partindo do pressuposto que os valores para o parâmetro
desejado se distribuem de acordo com uma distribuição normal de Gauss, tendo com
média μ e desvio-padrão σ.

Se nt é um número restrito de incrementos escolhidos para o ensaio, St é somente uma


estimativa da variabilidade real do material σ. Logo, St fica mais próximo de σ quanto
maior for o número de incrementos.

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UNIDADE II | Amostragem

Se for coletada uma amostra primária constituída de n incrementos, o erro total da


amostragem será:

Ea  t   St
  nt 1; 2  n
Eq.5

Em que:

Ea= Erro total da amostragem.

t(nt – 1; α/2) = t-Student para (nt – 1) graus de liberdade e um nível de confiança (1-α )

n = número de incrementos coletados para constituir a amostra primária.

Nesta situação, é considerado que a amostra primária é bem pequena de acordo com o
universo que será amostrado, condição mais utilizada no beneficiamento de minérios.

Tratamento da amostra primária


Uma amostra primária precisa passar por uma sequência de preparação até alcançar
uma amostra final que tenha massa e granulometria corretas para executar os ensaios.

Avaliação do Plano de Amostragem


É aconselhável executar procedimentos de avaliação do planto de amostragem,
tais como a introdução de ponto de inspeção intermediário, para averiguar a
consonância do que foi pretendido. Isso mitigará ou abolirá possíveis erros que
aconteceram ao longo do processo, como a troca de amostras que aconteceu por
rotulação inadequada, contaminação e outros.

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Capítulo 3
MASSA MÍNIMA DA AMOSTRA

Para calcular o tamanho da amostra primária é preciso realizar ensaios exploratórios para
determinar a variabilidade do material. No entanto, isso não é correto se a variabilidade
não seguir a distribuição de Gauss. Esta abordagem tem como desvantagem elementar
a necessidade de se executar experimentos preliminares. Ainda não é possível deduzir
informações para os estágios de preparação da amostra primária.

Diferentes teorias estão sendo concebidas com o propósito de predefinir a massa mínima
da amostra para certa granulometria e determinado erro. Teorias mais elementares
estimam de forma pessimista e abrangem amostras grandes sem necessidade.

Em outras, há uma necessidade de muitas informações que são difíceis ou impossíveis


de se obter. Pierre Gy, um engenheiro francês, conseguiu desenvolver uma abordagem
teórica que pode ser aplicada na prática e pode descrever diferentes características de
uma situação prática de amostragem.

A teoria de Pierre Gy considera que o material que passa pelo processo de amostragem
esteja totalmente homogeneizado e que não apresente erros intrínsecos às ferramentas
de amostragem ou dos equipamentos de fragmentação. E ainda que cada partícula tenha
a mesma chance de ser escolhida.

Assim, o erro total de amostragem passa a ser o erro fundamental:

1 1 
S a  d 3 .Q    l. f .h
m M  Eq. 6

Em que:

St = estimativa do erro total de amostragem (representa o desvio padrão);

d = diâmetro máximo das partículas no material que deseja realizar a amostragem;

Q = fator de composição mineralógica, em g/cm3;

m = massa mínima da amostra (g);

M = massa do material a ser amostrado (g);

l = fator de liberação do mineral ( adimensional);

f = fator de forma das partículas (adimensional);

h = fator de distribuição de tamanho das partículas (adimensional).

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UNIDADE II | Amostragem

Para certo minério com determinada granulometria, os fatores Q, l, f e h são organizados


como um fator: C = Q. l.f.h.

Logo
 1 1 
Sa  d 3    .C
 m M  Eq.7

Se a massa do material a ser amostrada for tida como muito grande, logo 1/M tende a
zero. Então
d 3 .C
Sa =
w Eq.8

Fator de Composição Mineralógica (Q) – é o valor resultante do produto da média


ponderada dos pesos específicos das partículas e os teores do mineral requerido (x) e
ganga (100-x).

Este fator é determinado como a fórmula abaixo e de tal modo que o erro total de
amostragem possa ser representado pela percentagem do mineral requerido na amostra
(termos absolutos).
 x
Q  x  100  x    x  100  x   A 
100  x   
B
 100 100  Eq.9

ρ = média ponderada dos pesos específicos de todas as partículas, em g/cm3;


x = teor do mineral de interesse na amostra, em decimal;
ρA= peso específico do mineral de interesse, em g/cm3;
ρB = peso específico da ganga, em g/cm3

Fator de Liberação do Mineral (l) – este fator está vinculado ao grau de liberação
do mineral requerido. A fragmentação pode elevar o valor de l até atingir o valor, l=1,
que é alcançado quando o mineral requerido está totalmente liberado.

O valor de l pode ficar entre 0 e 1, no entanto para os casos práticos não é bom que o
valor de l seja inferior a 0,03. A fórmula abaixo determina o valor de l:

Para d≤ d0 então l= 1; d>d0 então <<Eqn004.eps>>

Em que:
d = diâmetro máximo das partículas no material (cm);
do = diâmetro máximo das partículas que possam garantir uma total liberação do mineral
requerido (cm) e pode ser determinado por meio de microscopia óptica.

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Amostragem | UNIDADE II

Fator de Forma das Partículas (f) – as partículas não possuem formas regulares e
podem inclinar a serem mais esféricas do que cúbicas. No entanto, alguns metais podem
ser liberados com placas ou agulhas na fragmentação e a análise por granulometria não
irá determinar adequadamente um valor alto para o tamanho de partícula.

O uso de um método para mensurar esse fator em diferentes materiais mostrou que na
prática f pode ser uma constante, ou seja, f=0,5.

Fator de Distribuição do Tamanho das Partículas (h) – é de praxe se referir


ao tamanho (d95) das partículas conforme a abertura da peneira que aprisiona 5% da
matéria, logo, somente as partículas com maior tamanho na distribuição são aplicadas
no cálculo de erro de amostragem, excluindo as partículas menores.

Tendo (Sa)2 proporcional a d3 as partículas maiores tendem para estimativas pessimistas


e demandam amostras grandes, sem necessidade. Logo, aconselha-se usar:

h = 0,25 para minérios que tenham sido fragmentados para passar em certa abertura
da peneira;

h = 0,5 para os finos que sejam retirados usando a peneira posterior da série, válido
para minérios com granulometria contida entre duas peneiras consecutivas de uma
mesma série.

Em amostras com poucas informações sugere-se a utilização da tabela de Richards. E


para minérios de ouro é necessário fazer algumas modificações para aplicação da Teoria
de Gy.

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REFERÊNCIAS

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Formoso-BA. 2013. Tese (Doutorado em Engenharia) -Universidade de São Paulo, São Paulo, 2013.

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Referências

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SILVA, Maria Eugênia Monteiro de Castro e; TENENWURCEL, Daniel Rennó. PARECER DE VISTAS
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Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Ensino Superior/ Subsecretaria De Desenvolvimento
Econômico Superintendência De Política Minerária, Energética E Logística. Belo horizonte, 2009

SIRONVALLE, M. A. A. Introducción al mustreo minero. Santiago: Instituto de Ingenieros de


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Referências
Figura 20

Disponível em: <https://www.nei.com.br/modelo/quarteador-de-amostras-tipo-jones-astecma-


equipamentos-para-moagem-ltda?id=883e4ca0-7a19-4975-b466-d745a770497a> e <http://www.
brastorno.com.br/produto/quarteador-de-polpa/>. Acesso em 27/7/2019.

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