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BACILOS GRAM NEGATIVOS E

COPROCULTURA.
Profª Drª. Glêzia Lacerda
Bacteriologia Clínica
MEIOS DE CULTURA

• Meios de Cultura • Meios de Identificação


- Ágar SS - TSI
- HE - Ureia
- EMB - Citrato
- SIM
• Meios de Enriquecimento - Indol
- Tetrationato
Meio de Enriquecimento

• TETRATIONATO
- Meio recomendado para o enriquecimento seletivo do gênero
Salmonella.

- O tetrationato se forma a partir da reação do tiossulfato de sódio


com o iodo. O tetrationato reprime o crescimento de coliformes e
bactérias da microbiota normal. Salmonella e Proteus reduzem o
tetrationato se multiplicando sem dificuldade.

- Contém sais de bile que inibem os micro-organismos Gram-positivos


e a adição de solução de iodo (antes da amostra) inibe a microbiota
intestinal normal.
Meio de Isolamento

• Ágar SS
- Carboidrato: lactose
- Indicador para ácido: Vermelho neutro
- Tiossulfato de sódio: fonte de enxofre
- Indicador de H2S: Citrato férrico
- Elevada concentração de Sais biliares e Citrato de Sódio (8,5g): inibidores de
todas as bactérias Gram-positivas e muitas Gram-negativas.
Meio de Isolamento

• Ágar entérico de Hektoen (HE)


- Carboidratos: lactose e sacarose
- Indicadores para ácido: fucsina ácida e azul
de bromotimol
- Fonte de enxofre: tiossulfato de sódio
- Indicador de H2S: Citrato férrico
- Elevada concentração de sais biliares (9g):
inibem todas as bactérias Gram-positivas e
muitas Gram-negativas.
Meio de Isolamento

• Ágar EMB

- Açúcares: lactose
- Indicadores e inibidores:
eosina e Azul de metileno

Inibem bactérias Gram-


positivas.
Meio Seletivo Diferencial
Mac Conkey

Colônias
Lactose positivas

Colônias
Lactose negativas

Composição: Peptona, lactose, sais biliares, cloreto de sódio, cristal violeta,


agar, vermelho neutro, água.
Meio de Identificação

• Meio TSI

- Detecta bactérias fermentadoras de carboidratos e


produtoras de H2S.

- Carboidratos: glicose, sacarose e lactose (distribuídos


uniformemente, tanto no fundo quanto na superfície do
meio).

- Indicadores para ácido: vermelho de fenol.


Meio TSI
Meio de Identificação

• CITRATO
Baseia-se na capacidade de utilização do
citrato como única fonte de carbono para
metabolismo e crescimento. Na utilização do
citrato ocorre alcalinização do meio.

- Indicador: Azul de bromotimol

- Citrato positivo: cor azul escuro


- Citrato negativo: verde (cor original do
meio).
Meio de Identificação

• UREIA
Uréia + H20 Urease Amônia + C02

Carbonato de amônia
(alcalinização e aumento do pH do meio)

Indicador: vermelho de fenol


Ureia positiva: vermelho/Rosa
Ureia negativa: amarelo (cor original do meio)
Meio de Identificação

• SIM (Sulfeto, Indol e Motilidade)

- É um meio recomendado para a determinação da


produção de H2S, formação de indol e motilidade

- A baixa concentração do ágar permite a dispersão


dos micro-organismos pelo meio (motilidade)

- O indol é um dos produtos da degradação


metabólica do TRIPTOFANO. OBSERVAÇÃO: O indol é
importante para separar Escherichia coli (sempre positivo) de membros
do grupo Klebsiella - Enterobacter – Hafnia – Serratia (a maioria
negativo).
SIM (SULFETO, INDOL E
MOTILIDADE)

PRODUÇÃO DE GÁS REVELAÇÃO: REATIVO DE KOVACS MOTILIDADE


H2S Indol positivo: vermelho
Indol negativo: não há reação
PROVA DA OXIDASE

• A prova consiste em colocar uma gota do reagente incolor tetrametil p-fenileno de


amina, recém preparado e protegido da luz, em um papel de filtro.
• Em seguida, várias colônias do micro-organismo em estudo são espalhadas sobre a área
do papel de filtro contendo o reagente, utilizando uma alça de platina ou um bastão
de vidro.
• A prova é considerada positiva quando na mistura do reagente com a massa bacteriana
desenvolve-se a cor púrpura em até 1 minuto. Na reação negativa não há
desenvolvimento de cor púrpura.
COPROCULTURA

AS CULTURAS DE FEZES SERVEM PARA


DIAGNOSTICAR GASTROENTERITES INESPECÍFICAS E OUTRAS
INFECÇÕES DO TRATO INTESTINAL.

Nesta região as bactérias causam doenças pela invasão de


tecido e / ou produção de toxinas (entero e citotoxinas)

O isolamento e identificação de bactérias
comprovadamente patogênicas
Características comuns das
Enterobactérias

• Bacilos Gram negativos

• Não esporulados

• Catalase positivos

• Oxidase negativos (importante na sua detecção)

• Fermentam a glicose

• Reduzem os nitratos a nitrito


COLETA

• A amostra deve ser obtida no inicio da fase aguda da doença.

• O recipiente deve ser estéril e as amostras devem


ser levadas ao laboratório o mais rápido possível.

• Caso não seja possível (demorar mais que 2 horas) a amostra deve
ser refrigerada a 4 – 8°C ou colocada em meio de
transporte (Stuart ou Cary-Blair).
PROTOCOLO

1. Inocular uma pequena porção de fezes com uma alça de


platina, previamente flambada, no bico de Busen em um
tubo contendo o caldo tetrationato;
2. Agitar e adicionar 3 ou 4 gotas de iodo e homogeneizar
(o iodo inibe o crescimento da microbiota normal,
favorecendo as bactérias patógenas);
3. Pegar outra porção de fezes com a alça de platina
(previamente flambada) e semear em estrias os meios
de agar EMB e agar SS ou HE;
4. Incubar na estufa por 6 a 12 horas a 37°C os tubos e 18 a
24 horas as placas;
PROTOCOLO

5. Se houver crescimento de colônias bacterianas suspeitas,


isolá-las com agulha de platina e semear no meio TSI
(prova bioquímica) e colocar na estufa por 24 horas;
6. Fazer um re-isolamento a partir do caldo tetrationato
com o material fecal no meio ágar SS ou HE;
7. Incubar a 37°C por 24 horas;
8. Depois do crescimento bacteriano nos meios TSI e SS ou
HE, prosseguir o estudo das mesmas através de outras
provas bioquímicas e sorológicas.
Amostra

Enriquecimento Isolamento
(tetrationato) 6 a 12horas (EMB, HE ou SS) 18 a 24 horas

Isolamento
(HE OU SS) 18 a 24 horas
Identificação

Série bioquímica Sorologia Salmonella


(TSI, uréia, citrato, H2S, indol, motilidade) Shigella
Escherichia coli
Antibiograma Patógeno
OS PROCEDIMENTOS DE ROTINA DIAGNÓSTICA SÃO
DIRIGIDOS PARA OS SEGUINTES COMPONENTES DA
FAMÍLIA ENTEROBACTERIACEA

Salmonella
Shigella
Escherichia coli
Yersinia enterocolitica
Campylobacter jejuni
Vibrio cholerae
Salmonella

Febres

Tifóides Paratifóides

Outras febres entéricas e lesões fora do aparelho digestivo

invasividade

Fator de virulência
Manipulação de alimentos por pessoas contaminadas
Salmonella

Intoxicação alimentar

Diarréia, náuseas, vômitos, e dores abdominais

6 a 48 horas

Ingestão de alimentos ou água contaminados

A gravidade depende da resistência do paciente e da virulência da


cepa
Salmonelose – Febre tifoide

• 2ª SEMANA:
• 3ª SEMANA:
• Abdômen sensível;
• Agitação motora; • Hemorragia (sangramento) no
• Manchas rosadas pelo corpo (roséola); estômago e intestino grave (3 a
• Hepatoesplenomegalia; 10% dos casos);
• Obstipação; • Úlcera (perfuração) intestinal (3%
• Fezes com sangue; dos casos);
• Calafrios; • Insuficiência renal;
• Confusão mental;
• Delírio; • Choque séptico;
• Humor instável; • Trombose femoral;
• Sangramento do nariz; • Abscessos nos ossos;
• Exaustão;
• Fraqueza muscular
• Peritonite
Salmonella

Espécies melhor adaptada ao homem:


Salmonella typhi e S. paratyphi

O seu aparecimento no homem é sempre


patogênico

Espécie própria do animal – quando infectam o


homem pode causar doença severa
S. choleraesuis
Shigella

Disenteria bacilar
S. dysenteriae, S. flexneri, S. boydii, S. sonnei

Os mais efetivos entre as enterobactérias

Ingestão de 100-200 células - doença

Doença estritamente humana


transmissão oral-fecal
Escherichia coli

Enterites Crianças
epidemias em berçários

A MAIORIA DAS INFECÇÕES SÃO ENDOGENAS,


COM CONTAMINAÇÃO A PARTIR DO INTESTINO
ONDE OCORREM COMO MICROBIOTA NORMAL
E. coli causadoras de
gastroenterites

E.Coli enterotoxigênica (ETEC) DIARRÉIA DA CRIANÇA DESMAMADA/ DIARRÉIA DO


VIAJANTE
DIARREIA AQUOSA ( semelhante a causada pelo Vibrio cholerae)

E.Coli enteropatogenica (EPEC ) DIARRÉIA EM CRIANÇA


DIARRÉIA AQUOSA com muco e sem sangue

E.Coli enteroinvasiva (EIEC)


DIARRÉIA AQUOSA com muco e sangue
E. coli causadoras de
gastroenterites

E. coli enterohemorragica (EHEC)


DIARRÉIA SANGUINOLENTA

E. coli enteroagregativa (EAEC)  Principalmente em crianças


DIARRÉIA AQUOSA E MUCOIDE

E. coli Difusamente Aderente (DAEC)


DIARRÉIA AQUOSA SEM SANGUE
Yersinia enterocolitica

Diarreia e/ou vomito, febre e fortes dores abdominais


24 a 48 horas
Alimentos contaminados

Relacionada a gastroenterite aguda, podendo


causar uma forma grave que simula a apendicite

Encontradas em carnes (de porco, carneiro, de


boi etc.), ostras, peixes e leite cru.
Campylobacter jejuni

Reconhecido após 1972


Diarréia dores abdominais Febre
2 a 5 dias
400-500 bacterias podem causar doenças

Alimentos contaminados ou água contaminados

Ocasionalmente podem invadir a corrente sanguínea e


causar endocardites, artrite sépticas ou meningites
Vibrio cholerae

• Período de incubação de 6 a 48h;


• Início abrupto de diarreia aquosa (*diarreia em forma de água de arroz);
• Quantidade de fezes pode exceder 1 litro;
• Vômitos;
• Grande perda de líquidos e eletrólitos podendo levar a um choque de hipovolemia;
• Câimbras musculares;
• Perda do turgor na pele, principalmente do abdome é um sinal característico;
• Doença se estende por 2 a 7 dias e a recuperação depende da quantidade de líquidos
perdida e a rapidez da reposição destes;
• A morte pode ocorrer devido aos choques hipovolêmicos, acidez metabólica e uremia
resultante da necrose tubular aguda.
Enterobactérias

Micro-organismo EMB SS HE

Escherichia coli Verde-negra com brilho Rosa a vermelho Alaranjado a salmão


metálico
Klebsiella Centro marrom ou Maior que a E. coli, Alaranjado a salmão
acinzentado, mucóides, opacas, de
usualmente sem brilho creme a rosa
metálico
Salmonella Incolor Incolor com centro negro Azul esverdeado
com centro negro
Shigella Incolor Incolor Esverdeado

Proteus Incolor Incolor com centro negro Na maioria inibidas.


Colônias
esverdeada com
centro negro
Identificação bioquímica

TSI Indol Mot Uréia Citrat Glic H2 S


(gás)
E. coli Ac/ac + +/- - - + -

Klebsiella Ac/ac - (p)/+(o) - + + + -

Salmonella Al/ac - + - +/- + +

Shigella Al/ac -/+ - - - - -

Proteus Ac/ac (v) +(v)/-(m) + + v v/+ +


Al/ac
BACILOS GRAM NEGATIVOS NÃO-
FERMENTADORES
BACILOS GRAM NEGATIVOS NÃO-
FERMENTADORES
Pseudomonas

• Principais espécies : P. aeruginosa, P. fluorescens e P. putida;


• Produz pigmentos hidro-solúveis como a pioverdina, piocianina,
piorrubina ou piomelanina;

• Crescem facilmente em meios de rotina: Agar- sangue e Mac Conkey


(lactose negativa);

• Oxidase Positiva;

• Motilidade positiva;

• Crescimento a 42°C.
Acinetobacter

• Cocobacilo Gram-negativo;*
• Imóvel;
• crescimento a 42° C;
• Não possui a enzima citocromo-oxidase;
• Colônias convexas;
• Cresce bem em MacConkey (lactose +);
• Resistência à penicilina;
A. baumannii → catalase positivo.
Stenotrophomonas

• bacilo Gram-negativo;
• Móvel;
• crescimento a 42° C;
• Cresce bem em Ágar-sangue e
MacConkey;
• Citocromo-oxidase negativa;
• Algumas amostras sintetizam
pigmento amarelo.
Moraxella catarrhalis

• Cocobacilo Gram-negativo;*
• Imóvel;
• É positiva para a prova da citocromo-
oxidase;
• Cresce bem em ágar sangue e mal em
ágar MacConkey
• Citrato positivo;
• Sensíveis a penicilina
LAUDO NEGATIVO
LAUDO POSITIVO

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