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Identificação de

Enterobactérias
Enterobacteriaceae
▪ Enterobactérias

- Bacilos Gram negativos

- Fermentadores
Estão entre os principais agentes
- Anaeróbios facultativos de infecções hospitalares

- Reduzem nitrato a nitrito


Principal causa de infecção
- Oxidase negativa/ Catalase positiva
intestinal em muitos países

- Cerca de 40 gêneros – 102 espécies


Microbiota
Enterobacteriaceae
▪ Enterobactérias

- Fermentação de lactose

- Ágar Mac Conkey: seletivo e diferencial -


+
UTILIDADE
Isolar bacilos Gram negativos (enterobactérias e não fermentadores)
e verificar a fermentação ou não da lactose Escherichia Shigella
Klebsiella Salmonella
- Coloração rosada Enterobacter Proteus
Serratia Providencia
Morganella

Oxidase positiva : Pseudomonas


Escherichia coli

• Bacilo gram-negativo que habita


normalmente no trato gastrointestinal
inferior de humanos e diversos animais.

• Maioria das espécies não são


patogênicas

• - Alguns sorotipos podem causar
graves intoxicações alimentares,
gastroenterite com intensa diarreia com
muco e infecção urinária.
Escherichia coli EIEC – Enteroinvasiva
Causa uma síndrome semelhante a causada
Sorotipos por Shigella sp., caracterizada por
disenteria, cólicas abdominais, febre e mal
estar geral, sangue e muco nas fezes.

• EPEC – Enteropatogênica
• Diarreia aguda e também pode causar
ETEC – Enterotoxigênica
diarreia persistente em crianças recém-
nascidas e lactentes jovens, apresentando Causa uma diarreia aquosa, conhecida
elevada mortalidade. como diarreia dos viajantes, normalmente
acompanhada de febre baixa, dores
abdominais e náuseas.

EHEC – Enterohemorrágica
EAEC – Enteroagregativa A pior de todas, e a mais bem estudada,
Liga-se na mucosa intestinal, forma um é a cepa O157:H7, que causa diarreia
biofilme mucoide e induz efeitos tóxicos, sanguinolenta, dores abdominais
resultando em diarreia aquosa, sem febre. severas, mas sem febre. Verotoxina.
Klebsiella spp.

• Amplamente distribuídas na natureza e trato


gastrointestinal de humanos e de animais.

• Klebsiella pneumoniae é uma das espécies mais


isoladas em amostras clínicas.

• Causam infeções pulmonares em pacientes


hospitalizados.

• Podem causar uma forma de pneumonia que tende a


ser destrutiva com intensa necrose e hemorragia.

• KPC: multirresistência
Serratia spp.

• Gênero apresenta 10 espécies reconhecidas.

• Serratia marcescens é a espécie mais


importante e está associada a varias infecções
, inclusive pneumonia e septicemia em
pacientes com neoplasias.

• Oportunista hospitalar e causador de infeções


urinárias.

• Tendência a resistência a vários antibióticos.

• Em condições quentes e úmidas formam


colônias vermelhas distintivas.
Proteus spp.

• Gênero encontrado em solo, água


e alimentos contaminados.

• P. mirabilis: espécie mais isolada


em seres humanos.

• Agentes causadores de infeções


no trato urinário e feridas.

• P. vulgaris: hospedeiros
imunossuprimidos.
Shigella spp.

• A dose infecciosa é baixa (a ingestão


de poucas dezenas de células é
suficiente para causar a infecção)

• 4 espécies:
• - S. dysenteriae
• - S. flexneri
• - S. boydii
• - S. sonnei

• Diarreia
Salmonella typhi – febre tifoide (febre alta, mal-
estar, dor de cabeça, diarreia com sangue, intestino
preso, perda do apetite, aumento do fígado e baço,
dores e inchaço abdominal, náuseas e vômitos,
tosse seca). Único reservatório – humanos.

Salmonella Salmonella paratyphi – febre paratifoide (febre


alta, dor de cabeça, dor abdominal e sintomas
intestinais, tosse seca, calafrios e erupções
spp. cutâneas, seguido por um longo período de
recuperação) e gastroenterite.

Salmonella typhimurium – gastroenterite e


meningite infantil.
Produção de sulfeto de
hidrogênio. Centro preto.
Colônias cor de rosa ou vermelho: Colônias com centro negro (H²S) Colônias incolores
suspeita de Escherichia coli ou Klebsiella spp. ou colônias incolores
Identificação de Enterobactérias

1° Exame macroscópico e
Coloração de Gram
microscópico da cultura
Identificação de Enterobactérias
▪ As amostras com suspeita de Enterobacteriaceae são
usualmente inoculadas em dois meios:
1) Ágar Sangue
2) Meio seletivo e diferencial (Ágar Mac Conkey ou ágar
eosina-azul de metileno (EMB)
- Inibem gram positivas!!
- Fermentação de lactose Ágar Mac Conkey
Urocultura e copro
Colônias pretas Colônias azuis Colônias incolores
e verde metalizado
+ -

Escherichia Shigella
Klebsiella Salmonella
Enterobacter Proteus
Serratia Providencia
Morganella
Escherichia Shigella
Klebsiella Salmonella
Enterobacter Proteus
Semelhantes em ágar sangue Serratia Providencia
Morganella
Identificação de Enterobactérias

Provas Bioquímicas
• Identificação Bioquímica - Triple Sugar Iron (TSI)

• Meio de identificação
• Determinar se o micro-organismo é capaz de
fermentar os açucares glicose, lactose e
sacarose, se forma gás carbônico a partir de
glicose e se produz sulfeto de hidrogênio (H2S).
• Distribuído em tubos – inclinado
• A base é picada e o bisél estriado
Identificação de • Incubar o material em estufa bacteriológica
Enterobactérias entre 35±2o C/24±2h, com a tampa frouxa, para
manter condições aeróbicas na rampa
(prevenindo a excessiva produção de H2S);
• Permite a distinção de Enterobactérias – não
fermentadoras
• Meio inalterado (coloração avermelhada
ligeiramente opalescente)
• Identificação Bioquímica - Triple
Sugar Iron (TSI)

Identificação de • Meio que acidifica : amarelo


• Meio que alcaliniza: vermelho
Enterobactérias
Identificação de Enterobactérias
- Meio que acidifica : amarelo
- Meio que alcaliniza: vermelho
▪ Identificação Bioquímica - Triple Sugar Iron (TSI)

Glicose Bactérias que tem a capacidade de utilizá-la.

Metabolismo – gera pequenas quantidades de ácidos.


- Neutralizados na superfície
- Na base do tubo – ausência de O2 – pH ácido

Base amarelada e ápice avermelhada: fermentação apenas da glicose (lactose e sacarose negativas)

Tubo sem inoculação


Identificação de Enterobactérias

▪ Identificação Bioquímica - Triple Sugar Iron (TSI)

Lactose Bactérias que tem a capacidade de utilizá-la.

Metabolismo – gera grandes quantidades de ácidos.


Amarelo/ amarelo (ápice e base amarelos) =
fermentação da glicose + lactose + sacarose
Identificação
Bioquímica - Triple
Sugar Iron (TSI)
Base Superfície
(Fermentação (Fermentação
Glicose) Lactose) Conclusão
Vermelha Vermelha BGN não
fermentador

Amarela Vermelha Glic + / Lact -

Amarela Amarela Glic + / Lact +

Preta H2S
Identificação de Enterobactérias

▪ Identificação Bioquímica - Triple Sugar Iron (TSI)

H2S Formado a partir do Tiossulfato

- Combinado com Fe – Sulfato ferroso


- Precipitado preto

Sulfeto de hidrogênio = presença de precipitado negro


O tiossulfato de sódio e o sulfato de amônio ferroso são indicadores da
produção de sulfeto de hidrogênio. O sulfato de amônio ferroso
reage com o gás H2S para produzir sulfeto ferroso, um precipitado preto.
Identificação de Enterobactérias

▪ Identificação Bioquímica - Triple Sugar Iron (TSI)

Gás Bolhas de gás

- Quebra – Rompimento do meio

- fermentação dos hidratos de carbono é detectada


pela presença de gás
Resumo
Identificação de Enterobactérias TSI

BGN não
fermentador
• Cor púrpura = alcalino
• Cor amarela = ácido
Identificação de
Enterobactérias
• Identificação Bioquímica – Descarboxilases

• - Enzimas capazes de reagir com a porção carboxílica


(COOH) dos aminoácidos.

• Cada enzima decarboxilase é específica para um


aminoácido.

• Aminoácidos testados rotineiramente na


identificação de Enterobacteriaceae:

• Lisina → cadaverina
• Ornitina → putrescina
Identificação de
Enterobactérias
• Identificação Bioquímica – Descarboxilases

• - Descarboxilação da lisina – liberação de CO2 no


meio

• - Verifica a capacidade de um microrganismo em


descarboxilar o aminoácido lisina com consequente
alcalinização do meio de cultivo.

• - Leitura (+): Cor púrpura do meio mais acentuada


que a do tubo controle: utilização do aminoácido. -
Leitura (-): Cor do meio igual ou mais amarelada que a
do tubo controle: não utilização do aminoácido.
Identificação de
Enterobactérias
• Identificação Bioquímica – MOTILIDADE
Identificação de Enterobactérias

▪ Identificação Bioquímica – INDOL

-Determina a habilidade de um determinado microorganismo em produzir o indol a partir da molécula de


triptofano.
Identificação de Enterobactérias

▪ Identificação Bioquímica – CITRATO DE SIMONS

- Citrato de Simons – única fonte de carbono

- Sua utilização – torna o pH alcalino – Azul escuro


Identificação de Enterobactérias

▪ Identificação Bioquímica – OUTROS MEIOS

- Determina a habilidade de um
determinado microrganismo em
degradar enzimaticamente a ureia
pela urease, com formação de duas
moléculas de amônia.

- A amônia alcaliniza o meio –


mudança de cor.

Caldo ureia
Sistema de identificação miniaturizado (API)

Maioria dos laboratórios utilizam


Caso Clínico 1

Paciente do sexo masculino, 21 anos, é internado devido a um quadro de diarreia sanguinolenta com início há
24 horas. Ele afirma ter apresentado mais de 15 episódios diarreicos. Ao realizar exame, verifica-se que o
paciente apresenta estado geral regular, com temperatura axilar de 37,8oC, pressão arterial de 90/64 mmHg. Os
exames laboratoriais evidenciam os seguintes resultados: 18.900 leucócitos (com 24% bastões), creatinina de
3,6 mg/dL; ureia de 152 mg/dL; sódio de 144 mmol/L; potássio de 3 mEq/L. Solicita-se coprocultura.

TSI Indol Citrato Ureia Motilidade Lisina

Após análise da série


bioquímica, qual o
provável diagnóstico?
Caso Clínico 2

Paciente do sexo feminino, 48 anos, compareceu ao ambulatório de clínica médica com queixa de disúria há 4
dias, graduada inicialmente em 5/10, de início gradual, sem fatores de melhora ou piora e com irradiação para a
região lombar. Apresentava, ainda, polaciúria e dor suprapúbica. O quadro se intensificou nos últimos 2 dias,
com piora da dor, agora graduada em 8/10. A paciente foi orientada a fazer exames laboratoriais para confirmar
o diagnóstico de infecção do trato urinário.

TSI Indol Citrato Ureia Motilidade Lisina

Após análise da série


bioquímica, qual o
provável diagnóstico?

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