Você está na página 1de 2

Direito Internacional Público - Caio Ovelheiro - Turma Noturno

Thiago Mello Klein]


DRE 122053135

Análise de Recurso Ordinário Nº 99 - SP (2009/0195038-1) Relatora : Ministra Nancy


Andrighi

1. Introdução
O caso se dá pela parte recorrente, Salomon Simon Frydman, nascido na França e
naturalizado brasileiro, em face da República Federal da Alemanha. Após a eclosão da
Segunda Guerra Mundial, alega ter sofrido todos os tipos de humilhações, e perdas. Sendo
assim, o que está sendo pleiteado é uma ação de danos morais e materiais, contra a
imunidade do Estado alemão diante do cenário internacional. Desse modo, deve ser feita
uma análise a fim de compreender se, nesse caso, essa imunidade diante dos crimes
cometidos no cenário internacional podem ter repercussão diante dos tribunais brasileiros.

2. Histórico

O Recurso Extraordinário em questão, por óbvio, passou por muitas etapas. Para fazer uma
breve retomada histórica, o caso teve uma primeira sentença, extinguindo o processo sem
resolução do mérito. O primeiro recurso extraordinário culminou na distribuição para o STJ -
nº 64/SP, com o fim de definir o prosseguimento do processo. A segunda sentença também
teve como resultado a extinção do processo sem resolução do mérito, em razão da recusa
da recorrida - Alemanha - em se submeter à jurisdição brasileira, havendo soberania, dessa
maneira, da imunidade desse país.

3. O recurso, em si
O segundo Recurso Extraordinário, promovido pelo recorrente, sustentando-se no art.
105,II,”c”, da CF/88, dita:

“Compete ao Superior Tribunal de Justiça (...) julgar, em recurso ordinário (...) as causas
em que forem partes Estado estrangeiro ou organismo internacional, de um lado, e, do
outro, Município ou pessoa residente ou domiciliada no País; ” - Superior Tribunal de Justiça
STJ - RECURSO ORDINÁRIO: RO 99 SP

4. Decisão da relatora e sua compreensão do caso


Salienta inicialmente, que a imunidade de jurisdição não deve ser aplicada de maneira
irrestrita, e sem critérios. Ela é um direito que pode ou não ser exercido por esse Estado.
Assim, estabelece a distinção que vem sendo feita, vedando a possibilidade da imunidade
absoluta, conforme conceito criado na Bélgica. Esse conceito trata da diferença entre os
atos de império e atos de gestão. Os atos de império estão livres de qualquer julgamento
por atos de gestão privada, e tribunais de outros países, tratando, geralmente, da soberania
do país. Já os atos de gestão estão suscetíveis à apreciação de outros tribunais,
estrangeiros, por se dar no âmbito da cidadania exercida naquele Estado.

Sendo assim, a relatora discorrera acerca dos problemas da comunicação com o Estado
alemão, e o procedimento adotado. Verificou, desse modo, não haver nenhuma
irregularidade com relação ao modo que a nação alemã se portou diante do caso, fazendo
valer o princípio da imunidade, diante do conceito dos “atos de império”.

Em outras palavras, a nação alemã, durante o primeiro recurso, afirmou, resguardado por
nossa jurisdição interna, que não renuncia de sua imunidade.

Reconhecida como manifestação justa e legítima da soberania do Estado alemão, é


sustentada a decisão de negar o provimento ao recurso extraordinário proposto pelo
recorrente.

Você também pode gostar