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Um Estudo de Sistemas Supervisórios

Aplicados em Redes de Comunicação


Industrial
Gabriele Antunes de Carvalho Miranda, Guilherme Mendes da Silva Péret & Isadora Silva Brandão

Abstract— Supervisory systems are often used in the industrial Com a modernização dos dispositivos industriais e as
scope for control and monitoring of a process. This work aims to necessidades de inovação nos processos, foram criados
conduct the study and development of an application of a diferentes meios de comunicação industrial para atender
supervisory system with cloud communication, controlling a qualquer aplicação, obtendo uma melhor eficiência e
pneumatic piston through PROFINET industrial communication
organização. Um dos protocolos que estão sendo introduzido
and storing the data in a Cloud supervisory system.
Keywords—Cloud communication, industrial communication nas empresas é o PROFINET. É um protocolo criado pela PI
supervisory system. (PROFIBUS e PROFINET Internacional), para atender todas
as necessidades da automação, baseada em Ethernet Industrial.
Resumo—Os sistemas supervisórios são utilizados Com objetivo de garantir a comunicação conforme e definido
frequentemente no âmbito industrial para controle e na norma IEEE 802.3, que é utilizada entre os dispositivos de
monitoramento da aplicação. Este trabalho tem como objetivo campo através da arquitetura TCP/IP (Transmission Control
realizar o estudo e desenvolvimento de uma aplicação de um Protocol / Internet Protocol). [2] [3]
sistema supervisório com comunicação em nuvem, controlando Logo, o objetivo desse trabalho é apresentar um estudo de
um pistão pneumático por meio da comunicação industrial
um sistema de monitoramento industrial, operando com a rede
PROFINET e armazenando os dados em um sistema supervisório
Cloud.
de comunicação PROFINET e a utilização de um sistema
Palavras-chave—Comunicação industrial, comunicação em supervisório Cloud (nuvem), que será demonstrado através de
nuvem, sistema supervisório. uma aplicação, onde os dados obtidos do sistema de
acionamento de pistão pela rede de comunicação industrial
I. INTRODUÇÃO direcionados ao sistema supervisório Cloud. Assim, será
realizado toda a comunicação da aplicação industrial através da
Atualmente as empresas têm se adaptado de acordo com o aplicação Cloud, utilizando um dispositivo móvel.
avanço no processo industrial, desta forma o sistema de solução O trabalho está dividido em cinco sessões principais, sendo
em SCADA (Supervisory Control and Data Acquisition) eles: Introdução (capítulo Ⅰ), Conceitos e Definições (capítulo
facilita a análise, diminui o risco e aumenta a estabilidade dos ⅠⅠ), Materiais e Métodos (capítulo ⅠⅠⅠ), Aplicações Práticas e
processos de uma empresa. Com isso, facilitou a tomada de Resultados (capítulo Ⅳ) e Conclusão (capítulo Ⅴ). Além das
decisões para obter uma boa eficiência. [1] referências bibliográficas.
Uma das grandes dificuldades das indústrias, é a forma como
os dados de processos industriais são armazenados, por isso II. CONCEITOS E DEFINIÇÕES
precisam de espaço físico para armazená-los. Com isso, o
armazenamento em nuvem, otimiza não apenas espaço físico, Esse capítulo tem a finalidade apresentar as definições
mas também viabiliza diversas possibilidades de melhoria no teóricas dos métodos a serem utilizados nesse trabalho, tendo
processo industrial, ocorrendo de forma online, podendo ser a rede PROFINET, o CLP e o sistema supervisório como
acessado através de um dispositivo móvel. Os serviços mais foco.
utilizados são os IaaS (Infrastructure as a Service), PaaS
(Platform as a Service) e SaaS (Software as Service), que A. Rede PROFINET
podem ser usados nas plataformas do AWS (Amazon Web
Services), Azure e Google, tendo a possibilidade de acesso via O PROFINET é um protocolo de comunicação industrial em
internet, o que torna um diferencial para as empresas. [1] [2] tempo real, como foi definido na normal IEEE 802.3
[3] [4] desenvolvido pela PI. É uma rede baseada no padrão aberto de
Ethernet industrial, utilizando como arquitetura principal a
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Instituto Nacional de comunicação TCP/IP, onde foi acrescentado o meio otimizado
Telecomunicações (INATEL) como parte dos requisitos para obtenção do de comunicação UDP/IP (User Data Protocol / Internet
Título de Bacharel em Engenharia de Controle e Automação. Aprovado em Protocol), é composto pelo tempo de comunicação não
23/06/2023 pela comissão julgadora: prof. Dr. Alexandre Baratella Lugli /
INATEL – Orientador e Presidente da Comissão Julgadora, prof. Esp. João
sincronizada (RT-Real Time) e a comunicação sincronizada
Pedro M. de P. Paiva / INATEL – Membro da Comissão Julgadora, prof. João (IRT- Isochronous Real Time) que são utilizadas para descrever
Paulo Carvalho Henriques / INATEL – Membro da Comissão Julgadora. a prioridade dos dados dentro do PROFINET. A função do
Coordenador do Curso de Engenharia de Controle e Automação: Prof. Dr.
Alexandre Baratella Lugli.
protocolo é se comunicar com os equipamentos da indústria e eletromagnética, pois sua capacidade de isolamento é maior
assim obter maior produtividade. [3] que a do cabo PROFINET. Por ter a sua estrutura bem robusta
A comunicação de rede PROFINET consiste em um sistema, que consiste em duas fibras paralelas, conforme ilustra a Figura
chamado IO-System com os seguintes dispositivos: IO- 3. [3] [5]
Controller, IO-Device, IO-Supervisor. Com as suas funções a
seguir. [3]
• IO-Controller: Representado pelo CLP, responsável
pela execução do programa de automação e
comunicação, configuração e parametrização dos
módulos de campo.
• IO-Device: Realiza a aquisição das informações dos
periféricos de campo e transmite as informações
para o controlador.
• IO-Supervisor: É um computador ou software para Figura 3. Fibra Óptica PROFINET. [5]
fins de diagnósticos e controle da aplicação.
Para realizar a conexão de campo de uma rede PROFINET, B. Controladores Lógicos Programáveis – CLP
os módulos de campo são conectados a um switch e
interligados nos controladores, assim formando uma topologia. O CLP foi criado na década de 1960 com o intuito de
A topologia pode ser flexível, onde pode encontrar as substituir sistemas de controles obsoletos, tais como painéis de
aplicações em Anel, Linha, Árvore, Estrela e wireless, relés e contatos. Possui três partes principais, sendo elas:
conforme mostra a Figura 1. [3] módulo de entrada, Unidade Central de Processamento (CPU) e
módulo de saída. É um computador projetado para atuar em
ambientes industriais, possuindo robustos cartões em sua
interface, é capaz de executar diversas funções em diferentes
níveis de complexidade, possuindo uma simples interface e um
software, onde é realizada a programação para controle do
processo para o usuário. [6]
A função dos primeiros CLP´s eram realizar operações
sequenciais, como controle liga/desliga e controlar processos
que necessitavam de execuções repetitivas. A evolução dos
controladores possibilitou o uso em processos de manobra,
controle e supervisão, com a possibilidade de alteração de sua
lógica sem necessidade de modificar as conexões físicas dos
elementos. [6]
É possível realizar a comunicação de um CLP a um sistema
supervisório, tendo o CLP como responsável pelo controle e
monitoramento de um processo e o sistema supervisório
Figura 1. Topologia de rede. [3]
encarregado de auxiliar na supervisão deste processo de uma
maneira simplificada para o usuário. A comunicação entre eles
A rede PROFINET utiliza o meio de transmissão através de
pode ser realizada de diversas formas, sendo elas: Protocolo
cabos de par traçado STP (Shielded Twisted Pair) com sua
OPC, protocolo baseado em Ethernet e comunicação serial. [6]
limitação de 100 metros de comprimento por segmento,
A Figura 4 ilustra um CLP real utilizado na indústria. [6]
podendo utilizar os conectores como o RJ-45 ou tipo M-12, de
acordo a aplicação interna ou externa. Para aplicações com
distâncias superiores a 100 metros, pode-se utilizar fibra ótica.
[3] [5]
O cabo PROFINET é o mais usual, onde pode ser
encontrado em eletrocalhas nas fábricas. O cabo é composto
por uma camada de proteção em PVC (Poly Vinyl Chloride)
em sua proteção externa com a cor verde como padrão e
possui quatro vias trançadas (Star Quad), conforme apresenta
a Figura 2. [3] [5]

Figura 4. Exemplo de CLP. [6]

C. Sistema Supervisório

Os sistemas supervisórios SCADA (Supervisory Control


and Data Aquisition) são compostos por um ou mais
computadores, executando aplicativos computacionais de
Figura 2. Cabo PROFINET par trançado. [5] supervisão que possibilitam a monitoração, operação, controle
em tempo real, gerando dados operacionais para análise de
A fibra ótica é muito utilizada para aplicações com distâncias diagnósticos e de tomada de decisões. Com a flexibilidade da
superiores a 100 metros, e aplicações com risco de interferência distância, tem possibilidade da interação direta através da
comunicação em nuvem e controle dos equipamentos de
maneira individual com os dispositivos móveis. [4] [7]
Para realizar a troca de dados entre o sistema SCADA e o
processo industrial é necessário realizar a configuração entre
os dispositivos de campo e os computadores na estação
central. Assim, a Figura 5 ilustra uma arquitetura básica de
um sistema SCADA convencional, utilizando redes de
comunicação industriais. [4] [7]

Figura 6 - CLP Siemens, modelo 1214C. [8]

B. IO Device SIMATIC ET200SP

O IO Device ET200SP é um dispositivo de comunicação


que utiliza o protocolo PROFINET, com a possibilidade de
utilizar as conexões analógicas e digitais atendendo qualquer
Figura 5. Arquitetura de sistemas SCADA. [7] aplicação com até 64 cartões de expansão. No projeto, serão
utilizados cartões de oito entradas digitais de 24Vdc e oito
Com o progresso da internet, o uso de servidores de forma saídas digitais de 24Vdc, conforme apresenta a Figura 7. [9]
física tem se tornado sobressalentes para o uso de
armazenamento. Diante disso, a utilização do Cloud
Computing, ou computação em nuvem, no sistema SCADA,
inovou o meio de armazenamento dos processos industriais. [4]
[7]
Atualmente, alguns aplicativos computacionais aplicados a
sistemas SCADA estão adotando essa inovação para armazenar
dados de aplicações distintas com mais facilidade. [4] [7]
Apesar de ser recente, já existem aplicações dos sistemas
supervisórios com o Cloud Computing. Supervisão e controle
de processos, gerenciamento de ativos, análise de dados,
monitoramento de energia e automação de processos, são
Figura 7 - SIMATIC ET 200SP. [9]
exemplos de aplicações existentes no mercado, todas essas
citadas melhoram a eficiência, facilitam o monitoramento e
C. Sistema Supervisório – Elipse E3
execução dos processos industriais para os operadores e, ainda,
possibilitam o acesso às informações de processo, produção e
de informação geral em tempo real. [4] [7] O sistema supervisório escolhido foi o Elipse E3, que é uma
ferramenta SCADA utilizada para monitorar e controlar
processos de aplicações diversas, podendo conectar mais de
III. MATERIAIS E MÉTODOS 400 equipamentos. O Elipse E3 permite visualizar e operar o
sistema via dispositivos móveis (notebook, smartphones e
A fim de desenvolver uma comunicação e armazenar os tablets) gerenciando indicadores, alarmes e diversos tipos de
dados de um sistema supervisório em nuvem, neste capítulo dados. [10]
serão apresentados os componentes utilizados na aplicação que Dentro do Elipse E3 é possível encontrar vários recursos
será descrita no capítulo IV. intuitivos, entre eles, objetos ElipseX, scripts via VBScript,
editor gráfico, links, animações, alarmes, eventos, tags,
A. Controlador Lógico Programável – CLP comunicação com banco de dados, históricos, consultas e
relatórios. A Figura 8 demonstra a interface do Elipse E3. [10]
O CLP a ser utilizado no projeto é da marca Siemens,
modelo 1214C DC/DC/DC. Ele é composto por duas entradas
analógicas, catorze entradas digitais, sendo elas de 24Vdc, dez
saídas digitais de 24Vdc e uma fonte de alimentação que varia
entre 20.4 e 28.8Vdc. O dispositivo possui uma memória de
programa e dados de 100 kbytes e será programado utilizando a
ferramenta TIA Portal, utilizando a linguagem de programação
Ladder. A Figura 6 apresenta o CLP que será utilizado na
aplicação. [8]

Figura 8 – Interface do Elipse E3. [11]


D. Sistema em Nuvem – Elipse Cloud

O foco do projeto é realizar uma aplicação utilizando o


Elipse Cloud, que é uma plataforma em nuvem que armazena
e analisa os dados do processo industrial. Sua tecnologia é
baseada no Microsoft Azure, com a possibilidade de utilizar
diferentes protocolos de comunicação, podendo ser usado para
realizar vários tipos de aplicações. [10]
É possível armazenar os dados de curto e longo prazo do
processo industrial, além de visualizar e analisar os dados,
integrar com outros sistemas de automação de diferentes
fabricantes e acessar remotamente as informações do seu
processo. [10]
A ferramenta escolhida, tem como principal ponto positivo
a capacidade de armazenar um número maior de dados que
um Elipse Local, por exemplo, com a possibilidade de
expansão do armazenamento em nuvem de acordo com o
plano adquirido. [12]

D.1. Elipse Mobile Figura 9 – Topologia geral da aplicação.

A. Configuração do PROFINET
O Elipse versão Mobile, é a solução que integra um
sistema SCADA à dispositivos móveis, sendo possível Para que seja feita a configuração da rede PROFINET, é
supervisionar e controlar equipamentos de um processo necessário criar um projeto no software TIA Portal (Portal de
industrial em qualquer lugar e a qualquer momento. O automação Totalmente Integrado) e acrescentar o CLP que será
objetivo de utilizar essa solução será realizar a inclusão da utilizado (S7-1214 DC/DC/DC), conforme apresenta a Figura
aplicação apresentada ao Elipse Cloud através da utilização do 10.
driver Elipse Cloud Link. [12]
A partir disso, é necessário realizar a configuração do
Device Name, Endereço IP (Internet Protocol) e atribuir a uma
IV. APLICAÇÃO PRÁTICA E RESULTADOS rede para realizar a comunicação com os Devices. O endereço
IP associado ao PLC_1 foi 192.168.0.70 e a máscara
O objetivo dessa aplicação prática é realizar o 255.255.255.0., conforme apresenta a Figura 10.
monitoramento e gerenciamento de um pistão pneumático
através do sistema supervisório Elipse Mobile a partir dos
dados gerados no sistema supervisório criado no Elipse E3,
utilizando o armazenamento em nuvem, por meio do Elipse
Cloud Link. O acionamento do pistão será realizado utilizando
a comunicação PROFINET.
De acordo com o digrama apresentado na Figura 9, pode-
se identificar a aplicação realizada. É utilizado a comunicação
PROFINET conectada ao CLP através do cabo Ethernet e um
computador que está sendo utilizado para o sistema
supervisório local (Elipse E3), conectados através do driver,
Figura 10 – Tela de configuração do CLP.
tipo MProt. Assim, os dados gerados serão armazenados em
nuvem, onde o monitoramento e controle das variáveis serão
feitos através do aplicativo Elipse Mobile. Após realizar a configuração do CLP, é necessário adicionar
o IO-Device ET200 com os cartões de comunicação, através do
O funcionamento do pistão foi realizado através do CLP catálogo de equipamentos do TIA Portal, conforme ilustra a
que está conectado a um módulo IO Device PROFINET, Figura 11.
ET200 (Siemens), o qual aciona a saída digital da remota,
resultando no acionamento do pistão pneumático.

Figura 11 – Tela do Device ET200.


É necessário atribuir o endereço IP do IO Device, o qual foi Portal. A Figura 15 apresenta os dispositivos conectados e
utilizado 192.168.0.1 e adicionar o Device à rede PROFINET, estabelecendo comunicação.
para realizar a troca de dados com o PLC_1, conforme
apresenta a Figura 12.

Figura 12 – Tela de configuração do Device ET200. Figura 15 – Overview da rede PROFINET.

B. Ligação do Pistão C. Comunicação do Sistema Supervisório Elipse E3 e o TIA


Portal
Em seguida, foi feita a ligação da saída digital da ET200 na
válvula solenoide 3/2 vias com retorno por mola e a conexão Para realizar a comunicação entre o TIA Portal e o sistema
das mangueiras de ar no pistão para o seu funcionamento, de supervisório em tempo real, é necessário instalar o driver
acordo com a Figura 13. Mprot. Após esse procedimento, deve-se adicionar o driver no
software Elipse E3 para o acionamento da variável do pistão
pelo sistema supervisório. É necessário configurar a
comunicação que será utilizada entre os softwares. Neste caso,
foi utilizada a rede Ethernet, conforme demonstram as Figuras
16, 17, 18 e 19.

Figura 13 – Conexão do pistão.

Para o funcionamento do pistão, foi realizado um programa


em linguagem Ladder, exibido na Figura 14, onde foi utilizado
o botão verde para ativar a saída digital do Device (ET200) e o
botão vermelho para desativar.
Figura 16 – Inserindo o driver no Elipse E3.

Figura 14 – Programa em linguagem Ladder.


Figura 17 – Seleção da comunicação.

Dessa maneira, para finalizar toda a configuração realizada


no CLP e nos Devices, foi necessário realizar o download para
carregar as devidas configurações e montar a topologia no TIA
Figura 22 – Configuração do nível de acesso.

Figura 18 e 19 – Configurações da rede Ethernet.

Após a configuração do driver estar finalizada, é necessário


adicionar as tags no Elipse E3, que são as variáveis criadas no
código do CLP. Para a configuração das tags é preciso
preencher os parâmetros N1/B1 e N2/B2, onde o valor do
N1/B1 é o endereço do CLP, que neste caso, é 0, por ser o
endereço padrão. No parâmetro N2/B2 é utilizado uma
fórmula, apresentada Equação (1), para identificar o valor que Figura 23 – Configuração do tipo de acesso permitido.
será informado na variável a ser trabalhada. Neste caso, foi
utilizado em “tipo de dado”, o valor 2 para ambas as tags, por Após realizar toda a configuração do projeto, da
utilizar todas as entradas do CLP e na opção “área de dados”, comunicação da rede PROFINET e o acionamento do pistão,
para tag “Seletora”, foi utilizado o valor 8 que representa a foi desenvolvida a tela do sistema supervisório.
memória. Para a tag “Pistão” foi utilizado o valor 7 que
representa a saída digital, após aplicar a fórmula, resultou nos D. Elipse E3
valores 208 e 207. A Figura 20 exibe as tags criadas e a Figura
21, a tabela de consulta dos parâmetros. Para o desenvolvimento da tela, foram utilizadas as
informações de data e hora, os botões para ativar e desativar e
N2/B2 ∗ 100 Á (1) um display para informar o estado do pistão. Para o
acionamento do pistão, foi feito um script em cada botão
utilizando a tag “Seletora”. No display foram feitas duas
associações, uma utilizou a conexão por tabela para ser exibido
um texto de acordo com o estado da tag seletora e outra
conexão digital que varia a cor de fundo do display conforme a
variação da tag. As Figuras 24, 25 e 26 ilustra essa
configuração e a Figura 27 exibe a tela final do supervisório
Figura 20 – Tags do Elipse E3. local, Elipse E3.

Figura 24 – Script botão OFF.

Figura 21– Tabela dos parâmetros.

No software TIA Portal é necessário habilitar a função “Full


Access” e a função “Permit Acess with PUT/GET
communication from remote partner”, conforme é apresentado
nas Figuras 22 e 23.

Figura 25 – Script do botão ON.


Figura 26 – Associação do display.
Figura 29 – Configuração do E3 Connection.

F. Elipse Mobile

Para acessar o Elipse Mobile pelo dispositivo móvel, é


necessário realizar o download pela loja de aplicativos do
celular. Após instalado, é preciso informar o domínio do
servidor e efetuar o login.
A tela principal possui um display para observar o estado do
pistão e uma “chave” para acionamento, conforme apresenta a
Figura 30.

Figura 27 – Tela do supervisório Elipse E3.

E. Elipse Cloud

Com o estudo realizado, observou-se que não há


necessidade de um computador para direcionar os dados para
nuvem. Para realizar a comunicação basta utilizar o servidor
em nuvem chamado Elipse Cloud, sendo necessário o uso do
Elipse Cloud Link para realizar a troca de dados. [12]
Para iniciar o projeto no Elipse Cloud é necessário ter uma Figura 30 – Tela principal.
conta no site da Elipse Mobile Cloud, onde foi utilizado a
versão gratuita para o estudo e criou-se um domínio para o G. Resultados
acesso ao Elipse Mobile. Essa versão permite apenas um acesso
de usuário por vez e duas tags, no máximo. O domínio criado Para verificar o funcionamento da aplicação, foi testado o
foi <https://tccelipsecloud.elipsemobile.com/> e através dele é acionamento do pistão de quatro maneiras diferentes e
possível acessar a interface web e o aplicativo no dispositivo verificado o armazenamento da variável no Cloud Link. A
móvel com acesso à internet, e acessar a página de login. [12] primeira pelo botão do CLP, a segunda pelo supervisório local,
Ao efetuar o login no Elipse Mobile, foi realizada a conexão a terceira pelo Elipse Mobile no navegador e, por último, pelo
do E3 Power através da aba menu. Após isso, cria-se um login dispositivo móvel. A Figura 31 apresenta uma visão geral do
de acesso ao Elipse Cloud Link, sendo realizada a instalação e o projeto.
download do Cloud Link.
Ao realizar o download é exibido a tela de inicialização do
Elipse Cloud Link, onde é possível verificar as informações de
conexão. Na configuração do “E3 Connection” foi necessário
informar que o E3 está na máquina local, conforme demonstra
a Figura 28 e 29.

Figura 31 – Visão geral do projeto.

G.1. 1º Cenário Proposto

Este cenário apresenta o pistão ativado, a tela do Mobile


indicando o estado do mesmo e o armazenamento da variável
Figura 28 – Tela da conexão com Cloud Link. no Elipse Cloud Link.

G.2. 2º Cenário Proposto


Este cenário apresenta o pistão desativado, a tela do Mobile <https://www.elipse.com.br/produtos/versao-5-0-do-elipse-e3-chega-
cheia-de-novidades/>. Acesso em: 13 abr. 2023.
indicando o estado do mesmo e o armazenamento da variável
no Elipse Cloud Link. [12] ELIPSE SOFTWARE. Solução em Nuvem. [S. l.], 10 de maio de 2019.
Disponível em: <https://www.elipse.com.br/solucao/solucoes-em-
V. CONCLUSÃO nuvem/>. Acesso em: 13 abr. 2023.

Com a realização do desenvolvimento e testes práticos,


pode-se confirmar a integração do sistema supervisório com a
comunicação em nuvem utilizando a rede de comunicação
industrial PROFINET.
A rede PROFINET foi utilizada nesse trabalho devido ao
fato de ser baseada na arquitetura Ethernet, sendo possível
realizar a integração da comunicação das variáveis de processo
de campo (nesse caso, o pistão pneumático de simples ação),
com os dados armazenados no Elipse Cloud. Assim, é possível,
utilizar a rede PROFINET, validando a comunicação do
sistema supervisório com as variáveis de processo.
O benefício percebido com este trabalho foi a facilidade em
comandar uma aplicação sem a necessidade de estar em campo,
no mesmo local que estão os equipamentos. Os dados de um
sistema podem ser monitorados e comandados em tempo real,
apenas com um smartphone, por exemplo, facilitando a tomada
de decisões assertivas de uma equipe à distância.
Como sugestão para trabalhos futuros, pode-se ser feito um
estudo da análise temporal, com foco no atraso, jitter e tempo
de varredura do processo, da comunicação do protocolo com o
sistema supervisório conectado à nuvem da aplicação
desenvolvida.

REFERÊNCIAS

[1] SACOMANO, J. B. et al. Indústria 4.0: Conceitos e Fundamentos.


São Paulo/SP Blucher, Editora Érica, 1ª Edição, 2018, 196p.

[2] LUGLI, A. B. e SANTOS, M. M. D. Redes Industriais para


Automação Industrial: AS-I, PROFIBUS e PROFINET. São
Paulo/SP, Editora Érica, 2ª Edição, 2019, 196p.

[3] POPP, M. Comunicação Industrial com PROFINET. Livro, 1ª


Edição. São Paulo SP: Editora Casa das Ideias, 2018, 318p.

[4] SOUZA, V. A. Entendendo o Elipse SCADA. 1 ed. Rio de Janeiro,


Editora Cerne, 2010, 126p.

[5] Guia de Projeto Profinet, site da PI Brasil. Disponível em:


<https://www.profibus.org.br/profinet>. Acesso em: 10 mar. 2023.

[6] FRANCHI, C. M. e CAMARGO, V. L. A. Controladores Lógicos


Programáveis: Sistemas Dinâmicos. São Paulo/SP, Editora Érica, 2ª
Edição, 2010, 349p.

[7] DE SOUZA, Rodrigo. Uma Arquitetura para Sistemas Supervisórios


Industriais e sua Aplicação em Processos de Elevação Artificial de
Petróleo. Natal, Rio Grande do Norte, Fevereiro de 2005, 71p.
Disponível em:
<https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/15444/1/RodrigoBS.pd
f>. Acesso em: 15 mar. 2023.

[8] Datasheet: 6ES7214-1AG40-0XB0. Disponível em:


<https://mall.industry.siemens.com/mall/en/it/Catalog/Product/6ES7214-
1AG40-0XB0>. Acesso em: 7 de Abril de 2023.

[9] SIMATIC ET200SP Manual. Disponível em:


<https://cache.industry.siemens.com/dl/files/091/109758091/att_953387/
v1/ET_200SP_Bases.pdf>. Acessado em: 15 de Abril de 2022.

[10] ELIPSE SOFTWARE. ELIPSE E3. In: ELIPSE SOFTWARE.


ELIPSE E3. [S. l.], 9 out. 2015. Disponível em:
<https://www.elipse.com.br/produto/elipse-e3/>. Acesso em: 13 abr.
2023.

[11] ELIPSE SOFTWARE. Versão 5.0 do Elipse E3 chega cheia de


novidades. In: Versão 5.0 do Elipse E3 chega cheia de novidades. [S.
l.], 10 de maio de 2019. Disponível em:

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