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ATIVIDADE/SEMINÁRIO DO GRUPO C

Cinquenta anos de ensino de Física: muitos equívocos, alguns


acertos e a necessidade do resgate do papel do professor
1. Quais as razões apontadas para o fracasso do PSSC, Harvard, Nuffield, o PEF?
2. Qual o papel do professor no projeto “Física Auto Instrutivo” (FAI)? E qual a
percepção do autor com relação ao aprendizado dos alunos?
3.  Qual o único projeto que, na opinião do autor, não segue uma linha
“construtivista”? Por quê?
4. Segundo o autor qual o papel do professor dentro de uma visão vigotskiana?

RESPOSTAS
1. Com exceção de algumas causas específicas, brasileiras, como a ineficiente
distribuição do material, a qualidade do material experimental e a dificuldade de
obtenção dos guias do professor, a causa principal do insucesso do PEF foi, a
nosso ver, a mesma já atribuída ao PSSC: a superestimação da capacidade do
material instrucional na promoção da aprendizagem ancorada basicamente na
experimentação.

2. Ao professor restava apenas o papel de gerenciador do processo: distribuir


material, estabelecer e controlar cronogramas, e aplicar provas, estas
frequentemente já incluídas no pacote educacional. Radicalizava-se o
pressuposto dos projetos curriculares, ensinar não era a obrigação dos
professores, talvez nem saber − nenhuma das propostas de instrução programada
que conhecemos tinha guia do professor −, mas do material. Aprender, claro,
continuava a ser responsabilidade exclusiva do aluno.
No tocante a percepção do autor; as avaliações pareciam dar indicar bons
resultados, mesmo porque abordavam tópicos de conteúdo relativamente curtos
e eram repetidas até que os alunos atingissem um nível de acerto considerado
satisfatório.
Com o tempo, no entanto, o autor percebeu que a aprendizagem dos alunos era
estranhamente passageira, algo que não se consolidava, uma espécie de “frente
de onda” que parecia conter o domínio do aluno de algum fragmento de
conteúdo, talvez induzido pelos estímulos recorrentes do próprio texto ou das
próprias avaliações. Mas logo o conhecimento adquirido desaparecia
praticamente sem deixar rastros.

3. O único projeto que não segue uma linha construtivista é o projeto FAI, pois ao
contrário da instrução programada, o construtivismo não está apoiado em metas
de conteúdo a serem oferecidas ou transmitidas aos alunos. E nesta abordagem
cabe ao professor a tarefa de pensar, provocar reflexões, estimular a interação,
aperfeiçoar os diferentes processos de descoberta de seus alunos, ou seja,
cumpre auxiliar o desenvolvimento individual dos estudantes e desenvolver um
plano pedagógico para isso.

4. Para Vygotsky, o professor é figura essencial do saber por representar um elo


intermediário entre o aluno e o conhecimento disponível no ambiente. Ao
professor cabe avaliar a melhor estratégia para que o aluno tenha sucesso em sua
construção de conhecimento levando em conta seu nível cognitivo e,
principalmente, suas preconcepções, Sua ação continua restrita à orientação, ao
fornecimento de pistas e de dicas. Como sempre, o professor indica o caminho,
mas é o aluno que deve aprender e quem aprende, aprende sozinho.

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