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JULGADOS RELEVANTES
TURMA 3 - SEMANA 01
CADERNO DE JURISPRUDÊNCIA
SEMANA 02
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PREPARAÇÃO PRÉ EDITAL
DELEGADO GOIÁS
CADERNO DE JURISPRUDÊNCIA
JULGADOS RELEVANTES - SEMANA 02/14
O presente material de apoio deve ser lido semanalmente aos sábados. A ideia é que,
por meio da leitura recorrente, o aluno fixe os principais entendimentos do STF e STJ.
Em caso de dúvida sobre o teor do julgado, recomendamos que o aluno recorra ao site
Dizer o Direito e estude o informativo na íntegra.
Sumário
Sumário ............................................................................................................................. 3
SEMANA 02 .................................................................................................................... 4
12. CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO ............................................................................... 4
13. CRIME DE VIOLAÇÃO DE DIREITO AUTORAL (ART 184 DO CP) .................................. 9
14. CRIME CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL....................................................................... 9
15. CRIMES CONTRA A SAÚDE PÚBLICA ......................................................................... 13
16. CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA ................................................................................ 13
17. CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ........................................................ 14
17.1 Crimes Diversos .............................................................................................................................. 15
17.2 Descaminho.................................................................................................................................... 17
17.3 Contrabando (Art. 334 A) ............................................................................................................... 18
17.4 Denunciação Caluniosa (Art.339) ................................................................................................... 18
17.5 Conceito de Funcionário Público e Causa de Aumento do Art. 327§2° do CP ............................... 18
18. OUTROS CRIMES DO CÓDIGO PENAL E LEI DE CONTRAVENÇÕES PENAIS............... 19
19. CRIMES CONTRA O SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL (LEI 7.492/86) ..................... 20
20. RACISMO (LEI 7.716/89) ........................................................................................... 21
21. CRIMES NO ECA ........................................................................................................ 22
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SEMANA 02
12. CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO
Nota: Existem algumas teorias que buscam definir em que momento se dá a passagem dos
atos preparatórios para os atos executórios.
Veja como o tema é tratado por Jamil Chaim Alves (Manual de Direito Penal. Salvador:
Juspodivm, 2020, p. 370-371): a) Teoria subjetiva Leva em consideração a vontade criminosa,
o plano interno do autor. Logo, não há distinção entre atos preparatórios e atos executórias.
Uma vez detectada a vontade de praticar a infração, é possível a punição. b) Teoria da
hostilidade ao bem jurídico Atos executórios são aqueles que atacam o bem jurídico,
retirando-o do “estado de paz”. Era defendida por Nelson Hungria. c) Teoria objetivo-formal
ou lógico-formal Atos executórios são aqueles que iniciam a realização do núcleo do tipo
penal (denomina-se “formal” porque parâmetro é a lei, ou seja, a prática do verbo nuclear
descrito no tipo). Era defendida por Frederico Marques. d) Teoria objetivo-material Atos
executórias são aqueles que iniciam a realização do núcleo do tipo penal e também os
imediatamente anteriores, de acordo com a visão de um terceiro observador. e) Teoria
objetivo-individual A tentativa começa com a atividade do autor que, segundo o seu plano
concretamente delitivo, se aproxima da realização. A origem dessa teoria remonta a Hans
Welzel.
Em que momento se consuma o crime de roubo?
Existem quatro teorias sobre o tema:
1ª) Contrectacio: segundo esta teoria, a consumação se dá pelo simples contato entre o
agente e a coisa alheia. Se tocou, já consumou.
2ª) Apprehensio (amotio): a consumação ocorre no momento em que a coisa subtraída passa
para o poder do agente, ainda que por breve espaço de tempo, mesmo que o sujeito seja logo
perseguido pela polícia ou pela vítima. Quando se diz que a coisa passou para o poder do
agente, isso significa que houve a inversão da posse. Por isso, ela é também conhecida como
teoria da inversão da posse. Vale ressaltar que, para esta corrente, o crime se consuma
mesmo que o agente não fique com a posse mansa e pacífica. A coisa é retirada da esfera de
disponibilidade da vítima (inversão da posse), mas não é necessário que saia da esfera de
vigilância da vítima (não se exige que o agente tenha posse desvigiada do bem).
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Súmula 582-STJ: Consuma-se o crime de roubo com a inversão da posse do bem mediante
emprego de violência ou grave ameaça, ainda que por breve tempo e em seguida à
perseguição imediata ao agente e recuperação da coisa roubada, sendo prescindível a posse
mansa e pacífica ou desvigiada.
STJ. 5ª Turma. AREsp 974.254-TO, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 21/09/2021 (Info 711).
STJ. 3ª Seção. CC 180.832-RJ, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 25/08/2021 (Info 706).
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04.08.2020 - A decisão do STJ foi no sentido de que, por ser lei mais benéfica e de conteúdo
normativo penal, deve retroagir atingindo também as ações penais (HC 583.837-SC). “A
retroatividade da representação prevista § 5º do art. 171 alcança todos os processos em
curso.” STJ. 6ª Turma. HC 583.837/SC, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 04/08/2020
(Info 677).
Divergência: STF. 2ª Turma. HC 180421 AgR/SP, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 22/6/2021 (Info 1023) X STJ. 3ª Seção. HC
610.201/SP, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 24/03/2021. (Info 691)
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STJ. 5ª Turma. HC 593.219-SC, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 25/08/2020. (Info 679)
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Veja também:
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HC 556.629-RJ, Rel. Min. Ribeiro Dantas, Quinta Turma, por unanimidade, julgado em
03/03/2020, DJe 23/03/2020. (Info 668-STJ)
Nos casos em que se aplica a Lei n. 13.654/2018, é possível a valoração do emprego de arma
branca, no crime de roubo, como circunstância judicial desabonadora (art. 59 do CP).
Nota: Com o advento da Lei 13.654, de 23 de abril de 2018, que revogou o inciso I do artigo
157 do CP, o emprego de arma branca no crime de roubo deixou de ser considerado como
majorante, a justificar o incremento da reprimenda na terceira fase do cálculo dosimétrico,
sendo, porém, plenamente possível a sua valoração como circunstância judicial
desabonadora, nos moldes do reconhecido pelas instâncias ordinárias.
STJ. 5ª Turma. REsp 1519860/RJ, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 17/05/2018. (Info 626)
Nota: A simulação de arma de fogo pode sim configurar a “grave ameaça”. Isso porque a
“grave ameaça” deve ser analisada com base no sentimento unilateral que é provocado no
espírito da vítima subjugada. A existência de grave ameaça não depende do risco objetivo e
concreto a que a vítima foi efetivamente submetida.
STJ. 6ª Turma. REsp 1.916.611-RJ, Rel. Min. Olindo Menezes (Desembargador convocado do TRF 1ª Região), julgado em
21/09/2021 (Info 711).
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O “cliente” da exploração sexual (art. 218-B do CP) pode ser punido sozinho, ou seja,
mesmo que não haja um proxeneta.
Nota: O delito previsto no art. 218-B, § 2º, inciso I, do Código Penal, na situação de
exploração sexual, não exige a figura do terceiro intermediador. STJ. 3ª Seção. EREsp
1.530.637/SP, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 24/03/2021 (Info 690).
STJ. 3ª Seção. EREsp 1.530.637/SP, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 24/03/2021. (Info 690)
Nota: Segundo a posição majoritária na doutrina (ex. Cleber Masson e Rogério Sanches, por
exemplos), a simples contemplação lasciva já configura o “ato libidinoso” descrito nos arts.
213 e 217-A do Código Penal, sendo irrelevante, para a consumação dos delitos, que haja
contato físico entre ofensor e ofendido. É o mesmo entendimento do STJ. 5ª Turma. RHC
70976-MS, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 2/8/2016 (Info 587).
Assim, a 6ª Turma do STJ no informativo (685) decidiu assim como a doutrina e jurisprudência
que sustentam a PRESCINDIBILIDADE DO CONTATO FÍSICO DIRETO DO RÉU COM A VÍTIMA, A
FIM DE PRIORIZAR O NEXO CAUSAL ENTRE O ATO PRATICADO PELO ACUSADO, DESTINADO À
SATISFAÇÃO DA SUA LASCÍVIA, E O EFETIVO DANO À DIGNIDADE SEXUAL SOFRIDO PELA
OFENDIDA.
Veja ainda: Em situações excepcionais, tem-se que o crime de estupro pode se caracterizar,
inclusive, em situações nas quais não há contato físico entre o agente e a vítima. STJ. 5ª
Turma. HC 611.511/SP, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, DJe 15/10/2020.
STJ. 6ª Turma. HC 478.310, Rel. Min. Rogério Schietti, julgado em 09/02/2021. (Info 685)
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No caso concreto, a irmã assumiu a responsabilidade ao levar a criança para a sua casa sem a
companhia da genitora e criou risco da ocorrência do resultado ao não denunciar o agressor,
mesmo ciente de suas condutas, bem como ao continuar deixando a menina sozinha em casa.
STJ. 5ª Turma. HC 603.195-PR, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 06/10/2020. (Info 681)
ATENÇÃO: A discussão acima exposta existia antes da Lei nº 13.718/2018. Atualmente não
interessa mais, salvo para definir situações pretéritas. Isso porque a Lei 13.718/2018 alterou
a redação do art. 225 do CP e passou a prever que TODOS os crimes contra a dignidade
sexual são de ação pública incondicionada (sempre). Não há exceções!
REsp 1.814.770-SP, Rel. Min. Antonio Saldanha Palheiro, Sexta Turma, por unanimidade, julgado em 05/05/2020, DJe
01/07/2020. (Info 675 STJ)
Mesmo sentido: STJ. 5ª Turma. RHC 148.695/MG, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonsenca, julgado em 17/08/2021.
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Nota: Para esta situação específica, fica repristinado o preceito secundário do art. 273, na
redação originária (reclusão, de 1 a 3 anos, e multa).
STF. Plenário. RE 979962/RS, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 24/3/2021 (Repercussão Geral – Tema 1003). (Info 1011)
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Nota: Na doutrina, há posição de que o crime é material (Nelson Hungria e Mirabete, por
exemplos): Se o agente não conseguiu o resultado pretendido, ele não fez justiça pelas
próprias mãos. Logo, o delito não se consumou.
Entretanto, para o STJ, o tipo penal afirma que o sujeito age “para satisfazer” a sua pretensão
sendo, então, suficiente, para a consumação do delito, que o agente tenha praticado atos
para fazer justiça com as próprias mãos, ainda que não tenha conseguido.
FRISA-SE QUE NÃO É NECESSÁRIO QUE O AGENTE TENHA ATINGIDO EFETIVAMENTE O SEU
OBJETIVO. E, POR FIM, RESSALTA-SE QUE A SATISFAÇÃO, SE OCORRER, CONSTITUI MERO
EXAURIMENTO DA CONDUTA.
STJ. 6ª Turma. REsp 1.860.791, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 09/02/2021. (Info 685)
STJ. 5ª Turma. HC 541.447-SP, Rel. Min. João Otávio de Noronha, julgado em 14/09/2021 (Info 709).
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Administrador de Loteria STJ. 5ª Turma. AREsp 679.651/RJ, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado
em 11/09/2018. Advogados dativos STJ. 5ª Turma. HC 264.459-SP, Rel. Min. Reynaldo Soares da
Fonseca, julgado em 10/3/2016 (Info 579). Médico de hospital particular
credenciado/conveniado ao SUS (após a Lei 9.983/2000) STJ. 5ª Turma. AgRg no REsp
1101423/RS, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 06/11/2012. Estagiário de órgão ou
entidade públicos STJ. 6ª Turma. REsp 1303748/AC, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em
25/06/2012.
STF. 1ª Turma. HC 138484/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 11/09/2018. (Info 915)
17.2 Descaminho
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Resumão: São considerados funcionários públicos para fins penais: Diretor de organização social
STF. 1ª Turma. HC 138484/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 11/9/2018 (Info 915).
Administrador de Loteria STJ. 5ª Turma. AREsp 679.651/RJ, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado
em 11/09/2018. Advogados dativos STJ. 5ª Turma. HC 264.459-SP, Rel. Min. Reynaldo Soares da
Fonseca, julgado em 10/3/2016 (Info 579). Médico de hospital particular
credenciado/conveniado ao SUS (após a Lei 9.983/2000) STJ. 5ª Turma. AgRg no REsp
1101423/RS, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 06/11/2012. Estagiário de órgão ou
entidade públicos STJ. 6ª Turma. REsp 1303748/AC, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em
25/06/2012.
STJ. 5ª Turma. RHC 140114/DF, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 09/03/2021.
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