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PRINCÍPIOS

INSTITUCIONAIS
DO MINISTÉRIO
PÚBLICO
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A unidade orgânica só existe dentro de cada Ministério Público, não havendo unidade, por
PRINCÍPIOS INSTITUCIONAIS exemplo, entre o Ministério Público do Trabalho e o Ministério Público do Distrito Federal e
Acerca dos princípios institucionais do Ministério Público, pondera-se como sendo o conjunto Territórios.
de normas de condutas direcionadas aos membros e integrantes da carreira ministerial, pos- Assim, a manifestação de um membro do MP representa a vontade do MP.
suindo um acentuado grau de imperatividade, bem como denotando o seu caráter normativo.
Outro ponto que merece destacar diz respeito à designação de membro, que não viola o
Eles poderão se classificar como sendo expressos ou explícitos, conforme esquema a seguir: princípio da unidade (exemplo: força tarefa).
Portanto, aponta-se que:
ͫ No que diz respeito à Unidade, ela é orgânica, sendo aplicável em cada Ministério Público,
visto que cada instituição possui o seu Procurador-geral.
ͫ Por outro lado, é possível existir Unidade Funcional entre Ministério Público Estadual e
Federal, como exceção.

PRINCÍPIO DA INDIVISIBILIDADE
Os membros do Ministério Público poderão substituir uns aos outros, de modo que em nada
comprometerá o exercício ministerial, desde que sejam observadas as exigências previstas no
texto de lei, sendo que os atos praticados pelos membros são do Ministério Público, e não do
agente que os praticou.
Os princípios expressos são aqueles escritos no texto constitucional e também legal; ou seja,
são chamados de princípios codificados, por estarem registrados no ordenamento jurídico. Aponta-se que ninguém que pratica os atos processuais do Ministério Público é considerado
o “dono” dentro do próprio Ministério Público, reforçando-se que os atos são do próprio
A Constituição Federal proclama como princípios institucionais expressos do Ministério Público
Ministério.
a unidade, a indivisibilidade e a independência funcional, nos termos do art. 127, parágrafo 1º:
Dessa maneira, o determinado membro que ajuíza uma ação penal pública, por exemplo, não
Art. 127.
necessariamente será o mesmo no momento do julgamento da ação.
§ 1º da Constituição, bem como é repetido na Lei Complementar n. 75/1993, no art. 4º.
Deve-se destacar que no texto legal é permitido que um membro possa ser substituído por
O Ministério Público possui princípios não expressos, ou seja, princípios que não estão escritos outro dentro de um mesmo processo, desde que se observe a autorização legal, não podendo
no texto constitucional ou legal, mas que se aplicam ao órgão, destacando-se o do promotor ocorrer a substituição irresponsável ou leviana por parte do Procurador-geral. Dessa forma, a
natural e o da irresponsabilidade. substituição deverá respeitar a legalidade, tal como acontece nos casos de férias do membro,
ausências, licenças, impedimentos, suspeições, entre outros.
CF/1988:
Art. 127. O Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-
fique atento!
-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis. Nas provas de concursos públicos, a banca examinadora costuma confundir os examinados, invertendo os
§1º – São princípios institucionais do Ministério Público a unidade, a indivisibilidade e a independência funcional. conceitos de unidade e de indivisibilidade.
Lei Complementar nº 75/1993: Para identificar a indivisibilidade, deve-se associá-la à palavra “substituição”. Dessa forma, para definir o
princípio da indivisibilidade, é necessária a utilização da palavra “substituição”.
Art. 4º São princípios institucionais do Ministério Público da União a unidade, a indivisibilidade e a independência funcional.
Portanto, a indivisibilidade significa que os membros do Ministério Público poderão ser substituídos uns pelos
outros.
PRINCÍPIOS INSTITUCIONAIS EXPRESSOS
PRINCÍPIO DA INDEPENDENCIA
INDIVISIBILIDADEFUNCIONAL
PRINCÍPIO DA UNIDADE
Os membros do Ministério Público, quando estiverem no desempenho de seus deveres fun-
Ainda que cada membro seja o próprio Ministério Público, entende-se que o MP é apenas um. cionais, devem obedecer à Constituição Federal, às leis e, principalmente, à sua consciência,
Dessa maneira, é possível afirmar que todos os membros formam um só corpo, uma só von-
tade, sob a direção do seu chefe.
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não sendo vinculados às instruções normativas de órgãos superiores ou atos normativos de


órgãos externos.
Cada membro, no exercício de suas funções, tem inteira autonomia. Não fica sujeito a ordens
de quem quer que seja, nem a superiores hierárquicos.
Se vários membros do MP atuam em um mesmo processo, cada um pode emitir sua convicção
pessoal acerca do caso; não estão obrigados a adotar o mesmo entendimento que o colega.
Em decorrência desse princípio, a hierarquia no MPF é considerada com relação a atos admi-
nistrativos e de gestão. Exemplo: somente o Procurador-geral da República pode designar pro-
curadores para atuarem numa força-tarefa. Após a designação, no entanto, o Procurador-geral
não tem nenhum poder de dizer quais medidas o Procurador deve adotar em seu trabalho.

fique atento!
No âmbito administrativo, é dever dos membros do Ministério Público se sujeitar aos ditames dos órgãos supe-
riores e ao Procurador-geral, ou seja: a hierarquia do Procurador-geral limita-se aos aspectos administrativos,
como imposição de sanção, possibilidade de remoção a pedido, aprovação em estágio probatório, entre outros
atos administrativos.

PRINCÍPIOS INSTITUCIONAIS NÃO EXPRESSOS (IMPLÍCITOS)


PRINCÍPIO DO PROMOTOR NATURAL
Segundo este princípio, os órgãos superiores do Ministério Público não poderão designar, de
forma discricionária, os membros do Ministério Público para atuarem em um determinado
processo.
Embora decorra do princípio da independência funcional e similar ao do juiz natural, ressalta-se
a ideia de que ninguém será processado, bem como ninguém poderá ser sentenciado senão
pela autoridade competente. Dessa forma, visa-se evitar as designações casuísticas, partidárias
ou pessoais do Procurador-geral ou órgão de cúpula do Ministério Público.

PRINCÍPIO DA IRRESPONSABILIDADE
Este princípio determina que os membros do Ministério Público não são responsáveis por sua
atuação funcional, não podendo responder civilmente pelos seus atos quando no exercício
das suas funções institucionais.
Aponta-se que essa irresponsabilidade não tem caráter absoluto, sendo que, caso seja com-
provado que esse membro do MP agiu com dolo ou fraude, para omitir, ou retardar, bem como
recusar uma atuação funcional, poderá este responder na esfera administrativa.

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