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os fundamentos do

racionalismo concreto
i

BASES DO MÉTODO DIALÉCTICO

A) A o c o n t r á r i o d a metafísica, a dia- o seu m o v i m e n t o , m u t a ç ã o , desenvolvi-


léctica olha a n a t u r e z a n ã o como u m a acu- m e n t o , a t e n d e n d o a o seu a p a r e c i m e n t o e
m u l a ç ã o a c i d e n t a l de objectos, de f e n ó m e n o s desaparecimento.
d e s l i g a d o s u m dos o u t r o s , isolados e inde- P a r a o m é t o d o d i a l é c t i c o , o q u e pri-
p e n d e n t e s , m a s c o m o u m t o d o u n o , coe- m e i r o de t u d o i m p o r t a n ã o ó o q u e , e m
r e n t e , e m q u e o s objectos, os f e n ó m e n o s , dado momento, parece estável mas começa
e s t ã o o r g a n i c a m e n t e l i g a d o s e n t r e si, de- á a e n f r a q u e c e r ; ó a n t e s o q u e n a s c e e se
p e n d e m u n s d o s o u t r o s e se c o n d i c i o n a m d e s e n v o l v e , m e s m o se isso p a r e c e , em d a d o
reciprocamente. momento, instável, porque, para o método
E i s p o r q u e o m é t o d o dialéctico consi- dialéctico, só aquilo q u e n a s c e e d e s e n v o l v e
dera que n e n h u m fenómeno da natureza ó invencível.
p o d e ser c o m p r e e n d i d o , se o e n c a r a r m o s « T o d a a n a t u r e z a , d e s d e as m a i s ínfimas
i s o l a d a m e n t e , fora d o s f e n ó m e n o s quer:© p a r t í c u l a s a t é a o s m a i o r e s c o r p o s , desde o
rodeiam; porque u m fenómeno não importa g r ã o de areia a t é a o sol, d e s d e o p r o t i s t a ( l )
q u a l , e m q u a l q u e r domínio d a n a t u r e z a até ao homem, está e m p e n h a d a n u m pro-
pode converter-se num sem-sentido, desde cessos e t e r n o de a p a r i ç ã o e d e s a p a r i ç ã o ,
q u e o c o n s i d e r e m o s fora d a s condições am- n u m fluxo i n c e s s a n t e , n u m m o v i m e n t o con-
b i e n t e s , se o s e p a r a r m o s d e s s a s c o n d i ç õ e s ; tínuo e em mutações perpétuas».
pelo contrário, u m fenómeno qualquer pode
c o m p r e e n d e r - s e e justificar-se, d e s d e q u e o E i s p o r q u e a d i a l é c t i c a «encara as coisas
c o n s i d e r e m o s s o b o p o n t o de v i s t a d a s u a e o seu reflexo m e n t a l p r i n c i p a l m e n t e n a s
l i g a ç ã o i n d i s s o l ú v e l com os q u e o r o d e i a m , s u a s relações r e c í p r o c a s , n o s e u e n c a d e a -
t a l como é c o n d i c i o n a d o p o r e s t e s . mento, no seu movimento, n a sua aparição
e desaparição».
B) A o c o n t r á r i o d a metafísica, a dia-
léctica olha a n a t u r e z a n ã o como u m e s t a d o C) A o c o n t r á r i o d a m e t a f í s i c a , a dia-
do r e p o u s o ou de i m o b i l i d a d e , de e s t a g n a - léctica c o n s i d e r a o processas d e d e s e n v o l -
ção e de i m u t a b i l i d a d e , m a s como u m e s t a d o v i m e n t o n ã o como u m simples processus
de m o v i m e n t o e m u t a ç ã o p e r p é t u a s , de r e - de c r e s c i m e n t o , cujas m u t a ç õ e s q u a n t i t a -
novação e desenvolvimento incessantes, em tivas não chegam a mutações qualitativas,
q u e h á s e m p r e a l g u m a coisa q u e n a s c e e mas como um desenvolvimento que passa
se d e s e n v o l v e , a l g u m a coisa q u e se d e s a - de m u t a ç õ e s q u a n t i t a t i v a s insignificantes e
grega e desaparece. l a t e n t e s a m u t a ç õ e s visíveis e r a d i c a i s , qua-
l i t a t i v a s ; em q u e as m u t a ç õ e s q u a l i t a t i v a s
E i s p o r q u e o m é t o d o dialéctico q u e r e
são, n ã o j á g r a d u a i s , m a s r á p i d a s , r e p e n t i -
q u e os f e n ó m e n o s sejam c o n s i d e r a d o s n ã o
somente segundo as suas relações e condi-
cionamento recíprocos m a s t a m b é m segundo (1) Célula viva p r i m i t i v a .

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