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O cogito tácito como fundamento da teoria do conhecimento de

Merleau-Ponty

Gustavo Luis de Moraes Cavalcante1

Resumo: O grande interesse de Maurice Merleau-Ponty, tanto pela filosofia moderna como
pelas novas teorias da psicologia (e da psicanálise) de sua época, e claro, por seu diálogo com os
filósofos contemporâneos, mostra como este fenomenólogo entendia a filosofia, esta sendo
sempre algo inacabado e em constante transformação. Merleau-Ponty propõe pensar novas
teorias que pudessem unir a filosofia com as novas descobertas da psicologia, além de encontrar
nova resposta a antigos problemas postos pela filosofia, como por exemplo, a dualidade
cartesiana. Através de um estudo do capítulo intitulado “O cogito” do livro Fenomenologia da
Percepção de autoria de Merleau-Ponty, buscaremos entender os argumentos usados e também
mostrar o caminho percorrido pelo filósofo até a construção de seu cogito tácito. Ao mostrarmos
essa argumentação e explicar o que seja o cogito tácito, buscaremos encontrar a fundamentação
de uma teoria do conhecimento de Merleau-Ponty, sendo este o objetivo deste trabalho.
Acreditamos que entenderemos mais claramente essa teoria de conhecimento quando
estudarmos o exemplo dado pelo fenomenólogo no capítulo base deste trabalho, a saber, o
exemplo mais complexo, e que melhor pode nos ajudar a entender essa teoria do conhecimento,
o exemplo da fala.

Palavras-chave: Fenomenologia. Cogito tácito. Linguagem. Merleau-Ponty.

Abstract: The great interest of Maurice Merleau-Ponty, both by modern philosophy as the new
theories of psychology (and psychoanalysis) of his time, of course, for his dialogue with
contemporary philosophers, like this shows phenomenologist understand the philosophy, as
something always unfinished and constantly changing. Merleau-Ponty's thinking suggests new
theories that could unite philosophy with the new discoveries in psychology, and find a new
answer to old problems posed by philosophy, such as Cartesian duality. Through a study of the
chapter entitled "The cogito" the book authored Phenomenology of Perception Merleau-Ponty
seeks to understand the arguments used and also show the path taken by the philosopher to the
construction of its tacit cogito. By showing arguments and explaining what is the tacit cogito,
we will seek to find the reasons for a theory of knowledge of Merleau-Ponty, this is objective of
this work. We believe that will more clearly understand the theory of knowledge when we study
the example set by the phenomenologist based chapter of this work, namely the more complex
example, and that can help us better understand this theory of knowledge, the example of
speech.

Keywords: Phenomenology. Tacit cogit. Language. Merleau-Ponty.

***

No presente trabalho fazemos uma reconstrução da argumentação do filósofo


Merleau-Ponty do capítulo intitulado “O Cogito” do seu livro Fenomenologia da
Percepção, onde o fenomenólogo tenta entender o cogito cartesiano e mostrar os erros
cometidos por Descartes e construir um novo cogito, chamado de cogito tácito. Esse

1
Graduando em Filosofia pela Universidade Federal de São Carlos – UFSCar. Bolsista FAPESP.
Orientador: Franklin Leopoldo e Silva. Email: gutiscavalcante@gmail.com

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caminho de meditação sobre o cogito cartesiano e a fundamentação do cogito tácito é o
que tentaremos mostrar e explicar neste trabalho, para isto retomaremos o exemplo da
fala.
Merleau-Ponty define a fala como sendo o ato pelo qual o pensamento
espontâneo, que é aquele que se ultrapassa a si mesmo, é eternizado em verdade. A fala
também é uma operação paradoxal, ou seja, tentamos alcançar por meio de palavras
cujo sentido já temos e de significados já dados, uma intenção que fixa ela mesma o
sentido das palavras pelas quais ela se traduz, a linguagem constituída desempenha
apenas o papel na operação de expressão. Ou seja, a linguagem é transcendente ao
pensamento que lhe funda e é transcendente ao pensamento que tenta entendê-la. Nas
palavras de Merleau-Ponty (2006, p. 521):

[...] a linguagem nos ultrapassa [...] porque esses pensamentos, em sua


atualidade, jamais foram puros pensamentos, porque neles já havia
excesso do significado sobre o significante, e o mesmo esforço do
pensamento pensado para igualar o pensamento pensante, a mesma
junção provisória entre um e outro que faz todo o mistério da
expressão.

E o que chamamos de ideia está em relação direta com um ato de expressão, é este que
lhe dá uma vestimenta de autonomia.
Como nos esclarece Müller, a fala pode ser explicada com o que ocorre com o
cogito, a saber, o cogito lido e compreendido não abrange, por ocasião da leitura e
compreensão do texto, o contato pré-reflexivo de mim comigo mesmo. Como diz
Müller (2001, p. 292-295):

Eu preciso possuir, antes da fala, um cogito tácito de mim para poder


a palavra cogito fazer sentido, mesmo que este sentido não seja
estabelecido por mim, portanto, eu não reconheceria nenhum sentido
em nenhum texto, se antes de toda fala, eu não estivesse em contato
com minha própria vida. Logo, é no próprio ato de expressão que
reconheço a mim como condição da expressão, é no próprio ato de
comunicação que alcanço o cogito ou o saber de mim. Ou seja, a
representação simbólica de mim, está na dependência de uma
experiência efetiva de mim, ainda que se trate de uma experiência
anônima. O cogito tácito é essa subjetividade anônima, que
acompanha cada um de nossos movimentos, cada um de nossos
gestos, sejam eles verbais ou não.

O engajamento nas situações vividas e na linguagem dada deixa de ser instância


confirmatória do saber de si para se tornar o ato pelo qual o sujeito se forma. É a

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linguagem por meio de sua intemporalidade que nos dá o adquirido, ou seja, o que é
chamado de intemporalidade no pensamento é aquilo que, por unir o passado ao futuro,
é presuntivamente (pressuposto, presumível) de todos os tempos e, portanto não é
transcendente ao tempo. Essa intemporalidade é o que o filósofo chama de adquirido.
Para tentar explicar essa ambiguidade característica da linguagem Merleau-
Ponty (2006, p. 527) retoma um conceito de Husserl, qual seja:

A relação entre razão e o fato, entre a eternidade e o tempo, assim


como aquela entre a reflexão e o irrefletido, entre o pensamento e a
linguagem ou entre o pensamento e a percepção, é aquela relação com
dupla direção que a fenomenologia chamou de Fundierung
(fundação): o termo fundante – o tempo, o irrefletido, o fato, a
linguagem, a percepção – é primeiro no sentido em que o fundado se
apresenta como uma determinação ou uma explicitação do fundante, o
que lhe proíbe de algum dia reabsorvê-lo, e, todavia o fundante não é
primeiro no sentido empirista e o fundado não é simplesmente
derivado dele, já que é através do fundado que o fundante se
manifesta. (Merleau-Ponty, 2006, p. 527).

Essa é a explicação para a ambiguidade da linguagem e como esta é uma


circularidade com o pensamento. Ferraz (2006, p. 179-180) completa este argumento
dizendo que:

[...] o fluxo do tempo descentra o sujeito de si mesmo e o direciona


continuamente para a situação na qual está engajado, que não é
coextensiva à consciência de si. Daí o sentido vivido não ser
imediatamente claro [...]. O sujeito está lançado no mundo e se faz por
meio de inúmeras paradas provisórias, cada uma servindo de base para
um salto expressivo pelo qual ele se ultrapassa num outro
engajamento. É esse movimento contínuo no curso do fluxo temporal
que define o cogito existencializado.

Segundo o comentador Müller (2001, p. 305), Merleau-Ponty:

[...] toma de Husserl o conceito de fundação e o aplica para


demonstrar a relação de implicação existente entre a harmonia –
considerada como acontecimento fundante que viabiliza a
compreensão ou cogito das significações expressas por outrem – e o
reconhecimento dessa harmonia – o que só pode acontecer por meio
da fala.

Portanto, para o filósofo há uma relação de dupla fundação entre a harmonia e a fala e a
fala sobre a harmonia, ou seja, a fala depende, para se efetivar, da harmonia e a

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harmonia depende da fala para se manifestar como fundamento.
Para poder falar de harmonia ou reciprocidade entre corpos, e considerar essa
harmonia um termo base para a fala, esta reciprocidade se deve a algo que se exprime
no próprio ato da fala sobre a harmonia, ao cogito de si e de outrem como poder de
retomada do já instituído. Como explicita Müller (2001, p. 305):

A linguagem torna-se aqui ela mesma a revelação do fato que a


possibilitou, pois, em sua própria articulação verbal, exprime-se
aquilo que ela quer determinar como sua condição, a saber, a
harmonia de meus gestos e dos gestos de outrem, haja vista o
reconhecimento e a retomada das significações expressas por outrem.

“Assim, descrever uma vivência intersubjetiva não é enumerar núcleos intuitivos


partilhados pelos sujeitos, e sim apontar para as estruturas pelas quais os corpos se
inserem no tecido do mundo, cada um confirmando a experiência do outro.” (Ferraz,
2006, p. 166). É o cogito que deve fornecer a condição de possibilidade para a
expressividade de nossos gestos, de modo a demarcar o mecanismo que o torna
possível, qual seja esse mecanismo, a compreensão de si e de outrem como poder de
transcendência.
Merleau-Ponty afirma que sou eu que dou o valor de verdade às coisas, assim
sou eu que estou engajado em uma certa ordem de pensamentos, eu encontro
evidências, mas elas não são evidências sem apelo. Esta evidência só é obtida se deixo
de procurar em todas as partes sua explicação e passo a confiar nela. Acrescenta o
fenomenólogo que é necessário e essencial que a certeza seja dessa maneira, que
dependa de verificação. É uma opinião, ou uma forma de saber mais antiga e
rudimentar, consciente e madura, original e fundamental que faz surgir algo em geral
para nós. A concepção de verdade para Merleau-Ponty (2006, p. 532) é explicitada na
seguinte passagem:

As leis de nosso pensamento e nossas evidências são fatos sim, mas


inseparáveis de nós, implicados em toda concepção que possamos
formar do ser e do possível. Não se trata de limitar-nos aos
fenômenos, de fechar a consciência em seus próprios estados,
reservando a possibilidade de um outro ser para além do ser aparente,
nem de tratar nosso pensamento como um fato entre os fatos, mas de
definir o ser como aquilo que nos aparece e a consciência como fato
universal. Eu penso, e tal ou tal pensamento me parece verdadeiro [...]
se para mim pode chamar-se de verdade ela deve concordar com o
pensamento “verdadeiro” do qual tenho a experiência.

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Neste trecho, Merleau-Ponty aponta um acerto de Descartes, pois este percebeu
que a dúvida não cessou perante a própria dúvida. Este percebeu que a dúvida é certa,
mas como pensamento de duvidar, ou seja, “nenhum pensamento particular nos atinge
no interior de nosso pensamento, ele não é concebível sem um outro pensamento
possível que seja seu testemunho”. Afirma ainda o fenomenólogo que isto não é um
defeito da nossa consciência, mas por ter que existir consciência, e por ter que aparecer
algo a alguém, é necessário que por trás de todos os nossos pensamentos particulares
haja um não-ser, um Si, para saber que pensamos, em primeiro lugar é preciso que
efetivamente pensemos.
Esclarece-nos Ferraz (2006, p. 186) o que seja o Si, a saber:

A função do si não é a de constituir o sentido da experiência, e sim a


de unificá-lo como experiência do sujeito. [...] A consciência subjetiva
apenas congrega diferentes experiências particulares organizadas por
si próprias.

O ato particular implica um saber de si, ou melhor, um saber do Si, de uma


generalidade que não se esgota nesse ato particular. É preciso então afirmar o Si, a
generalidade. É preciso que, em ato, eu me conheça ainda que apenas tacitamente, e
assim o ato seja presente a si, sem o que o cogito cartesiano não seria possível, e ele
sabe-se a si mesmo porque é temporal, porque é parte de uma síntese que se faz no
tempo. É porque há um cogito implicado na minha relação com as coisas, que se dá o
cogito cartesiano; aquele, segundo Moutinho (2006, p. 230-231), será condição deste.
O cogito é um saber tácito, em que eu não reconheço a mim, senão ao cabo da
experiência expressiva e por intermédio dos movimentos de transcendência que a
constituem. Trata-se de um saber de mim, que tão somente a expressão de significações
perceptivas e simbólicas pode me revelar. Cogito é uma presença de si para si que se
reconhece pelo canto do olho, na mediação das coisas e das falas, de forma escorregadia
e nas situações limites.
Acompanhando Müller (2001, p. 296-297), podemos entender que:

O cogito tácito de meus movimentos perceptivos e gestuais, esse saber


que lhes faculta agregar ao presente um passado e um porvir, não é um
poder imediato de coincidência. Trata-se de uma operação de criação
que somente ao cabo da obra - e na mediação de outrem - pode se
reconhecer como estilo ou poder de criação.

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O poder do cogito é um poder de transcendência, doutra maneira, é uma potência
de arrebatamento, a partir da qual nos projetamos em direção àquilo que não está dado
em nossa experiência perceptiva e simbólica.
Transcendendo o limite espacial em que o corpo anônimo e o mundo aparecem,
ultrapassando a imagem que os símbolos encerram enquanto ocorrências gestuais, eu
deflagro a minha própria retomada no tempo, inserindo a mim mesmo e ao mundo
numa totalidade, que não é senão a minha vida ou significação temporal. Como nos diz
Müller, o cogito tácito é esse poder anônimo de transcendência, por cujo meio instituo,
para cada dado de minha experiência no espaço, um horizonte temporal. Ele é aquilo
que viabiliza minha apreensão como subjetividade ou totalidade temporal, a expressão
do ser-próprio e do ser-outro. O cogito tácito é o poder de transcendência, por cujo meio
abro o tempo em minha espacialidade, viabilizando a expressão de mim mesmo como
subjetividade, a expressão do outro como interlocutor, a expressão do mundo como
meio de minha existência. Ou seja, o cogito tácito é um poder que se constitui por meio
de cada um de meus dispositivos anatômicos, o cogito tácito é a condição, sem a qual
eu não poderia projetar em torno dos dados de minha experiência espacial um horizonte
temporal, instituindo uma orientação específica para minha motricidade e para meu
simbolismo. Não fosse por esse cogito, eu não poderia almejar, em cada dado de minha
atualidade, a totalidade a qual integra. Não fosse por esse cogito, eu não poderia repetir,
menos ainda reformular meus movimentos e gestos já estabelecidos.
Merleau-Ponty (2006, p. 539-540) nos diz o que entende por linguagem, após
este seu caminho de estudo. O filósofo começa nos dizendo que:

[...] nem a palavra nem o sentido da palavra são constituídos pela


consciência. [...] A palavra nunca foi inspecionada, analisada,
conhecida, constituída, mas apanhada e assumida por uma potência
falante e, em última análise, por uma potência motora que me foi dada
com a primeira experiência de meu corpo e de seus campos
perceptivos e práticos.

Aponta Müller (2001, p. 300), que o cogito é também um poder de coincidência


com o outro, pois é por meu corpo que compreendo o outro, é pelo dele que ele
compreende a mim, cada um de nós tem no próprio corpo um saber daquilo que se
exprime, por meio do corpo de outrem. O cogito tácito é ao mesmo tempo, um saber
anônimo de mim e de outrem.
Para que possa haver uma intersubjetividade Merleau-Ponty (20006, p. 544)

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aponta que:

A universalidade e o mundo se encontram no coração da


individualidade e do sujeito. Nunca o compreendemos enquanto
fizermos do mundo um objeto. Logo o compreendemos se o mundo é
o campo de nossa experiência, e se nós somos apenas uma visão do
mundo, pois agora a mais secreta vibração de nosso ser psicofísico já
anuncia o mundo, a qualidade é o esboço de uma coisa, e a coisa é o
esboço do mundo.

Ou seja, nós somos campos, ou uma experiência, somos possibilidades de


situações. Portanto, quando eu digo “eu penso” deve-se entender eu sou para mim
estando no mundo. Para o sujeito, o interior e o exterior são inseparáveis, o mundo está
por inteiro dentro dele e ele está fora dele próprio. O sujeito só compreende o mundo
estando no mundo e o mundo compreendendo-o. A essência da subjetividade é a própria
essência do corpo e a essência do mundo. Como nos esclarece Moutinho (2006, p. 233):

É a ambiguidade do sujeito, que é ser no mundo e ser para si, que


assegura um cogito. O ser no mundo é a particularidade a partir da
qual se faz o para si, o ato efetivo de que se alimenta a consciência,
isto é, a síntese em curso, e o para si é o fundo de existência sem o
qual o ato particular não poderia ser assumido. Há, portanto uma
subjetividade que é, ao mesmo tempo, dependente e indeclinável.

Dependente, porque ela se faz no mundo, porque é ser no mundo e indeclinável, porque
o ser no mundo a pressupõe.
Enfim, o cogito tácito é o fundo da fixação verbal. As palavras remetem a uma
consciência não tética (sem um conjunto de doutrinas) de si, a uma significação pré
linguagem. A consciência, portanto, não é produto da linguagem, pois esta não a esgota,
mas a pressupõe, como fundo que escapa a fixação verbal e nem a linguagem é produto
da consciência, pois a primeira traz significações novas.
O sujeito é um campo, uma experiência, uma única experiência inseparável de si
mesmo, uma única coesão de vida, uma única temporalidade, uma generalidade que só
se confirma no mundo, que é, portanto inerente ao mundo, que é para si estando no
mundo, um sujeito em situação, que só realiza sua ipseidade (individualidade) em
situação, e assim não é um sujeito absoluto, mas sendo efetivamente corpo e entrando
através desse corpo no mundo, é um estar em situação no mundo. (MOUTINHO, 2006,
p. 240).
O que tentamos mostrar aqui, é que para Merleau-Ponty o pensamento é

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autônomo, ou seja, se posso conhecer (reconhecer) algo, isto se dá porque tenho o
contato efetivo com este algo e este desperta em mim um conhecimento anterior das
coisas. Doutra maneira, minhas percepções finitas e determinadas são as manifestações
parciais de um poder de conhecimento que é coextensivo ao mundo e que o desdobra de
um lado a outro. O que afirma Merleau-Ponty é que as relações que o sujeito tem com o
mundo só são possíveis se ele próprio faz existir este mundo para si e o coloca ao seu
redor.

Referências

FERRAZ, M. S. A. O transcendental e o existente em Merleau-Ponty. São Paulo:


Associação Editorial Humanitas, 2006.
MERLEAU-PONTY, M. Fenomenologia da percepção. São Paulo: Martins Fontes,
1994. (Coleção tópicos).
MOUTINHO, L. D. S. Razão e experiência: ensaios sobre Merleau-Ponty. Rio de
Janeiro: UNESP, 2006. (Coleção Biblioteca de Filosofia).
MÜLLER, M. J. Merleau-Ponty: acerca da expressão. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2001.
Coleção Filosofia.

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