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2010
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REPRESENTATIVA.
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BETTI, Teoria generale della interpretazione, volume I, cit., pp. 258 e ss. e passim.
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Este conceito de forma, empregado por BETTI, foi delineado por ADELCHI BARATONO (Il mio paradosso,
Filosofi italiani contemporanei, 1947, pp. 24 e ss.; e Arte e poesia, 1945, 175, cfr. 135-36; apud BETTI,
Categorie civilistiche dell’interpretazione, Milano: Giuffrè, 1999 (reimpressão da edição de 1948), p. 3,
nota 5; Teoria generale della interpretazione, volume I, cit., p. 62, nota 8). BETTI aponta, ademais, as
seguintes indicações bibliográficas do conceito de forma representativa: “Conforme ainda SEGOND,
Psychologie, n. 68-69; ROLAND-MANUEL, Plaisir de la musique (1947), I, 274 sg.; W. M. URBAN,
Language and reality, 121 (que designa as formas representativas como « expressions »). O conceito de
forma representativa tem um outro precedente. Um análogo conceito de « representamen » foi elaborado
por CH. S. PEIRCE, Collected papers, I (1931). §564: ele escrevia: « assim como ‘representação’ é o
caráter de uma coisa, em virtude do qual essa pode estar no lugar de uma outra para produzir um certo
processo mental ou pensamento, assim se avança a proposta de designar: a) a coisa dotada de tal caráter,
‘representamen’, b) o processo mental, o seu ‘interpretant’ (vale dizer: a parte subjecti, ‘chave
interpretativa’; a parte objecti, ‘incitamento, solicitação’), c) a coisa em cujo lugar essa está, o seu
‘object’ (ou seja, a objetividade ou alteridade, a que o sentido é referido). » Cfr. no mesmo local, ainda
§541 em MORRIS, Signs, language, and behavior (1946), 289-90.” (Teoria generale della interpretazione,
volume I, cit., p. 62, nota 8).
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A afinidade entre o intérprete e o espírito que se manifesta por meio da forma representativa será
importante para entender o quarto cânone hermenêutico bettiano.
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“Espírito”, neste contexto, será primordialmente espírito humano, muito embora a natureza animal,
enquanto constitua “espírito”, poderá ser objeto de uma interpretação situada na fronteira com a
“explicação especulativa”. Esta, por sua vez, caracteriza-se pela atribuição de um significado à luz de
uma concepção prévia do intérprete, contrariando a regra hermenêutica pela qual o sentido não deve ser
introduzido, porém extraído do objeto (sensus non est inferendus, sed efferendus). Nesse sentido, BETTI:
“Certamente, no traçar os confins entre espírito e natureza, não há necessidade de identificar o espírito
com o humano, já que este pode ser encontrado também na natureza animal. Mas esta, enquanto seja
espírito, somente pode ser objeto de uma interpretação adivinhatória, que está no limite entre
interpretação e explicação especulativa (Deutung), como se vê nas sugestivas « interpretações » de
LEOPARDI, de PASCOLI, de H. FABRE, e de outros naturalistas estudiosos da psicologia animal, como
KNOTTERUS-MEYER.” (Teoria generale della interpretazione, volume I, cit., p. 99).
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BETTI, Teoria generale della interpretazione, volume I, cit., p. 63.
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BETTI, Teoria generale della interpretazione, volume I, cit., pp. 65 e 66.
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“Sempre que nos encontramos na presença de formas sensíveis, mediante as quais outro espírito, nelas
objetivado, fala ao nosso, apelando à nossa inteligência, entra em movimento a nossa atividade
interpretativa, para entender qual o sentido daquelas formas, qual mensagem enviam, que coisa querem
dizer. Do vivo e lábil discurso falado ao imóvel documento e monumento, da escritura ao signo
convencional, à cifra e ao símbolo artístico, da linguagem articulada, poética, narrativa, dedutiva, à
linguagem não articulada, como a figurada e a musical, da declaração ao gesto mudo e ao comportamento
pessoal, da fisionomia e da expressão do rosto à linha de conduta e ao estilo do comportamento, tudo
quanto do espírito alheio nos alcance, provoca um apelo, uma chamada e uma mensagem à nossa
sensibilidade e inteligência para ser entendido.” (BETTI, Teoria generale della interpretazione, volume I,
cit., pp. 59 e 60).
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BETTI, Teoria generale della interpretazione, volume I, cit., p. 108.
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BETTI, Categorie civilistiche dell’interpretazione, cit., p. 6; Teoria generale della interpretazione,
volume I, cit., p. 69.
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BETTI, Teoria generale della interpretazione, volume I, cit., p. 69.
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Teoria generale della interpretazione, volume I, cit., p. 70.
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BETTI, Teoria generale della interpretazione, volume I, cit., pp. 72, 73, 107 e 205. O autor realiza uma
interessante comparação entre a semiótica e a hermenêutica, concluindo: “Esta exposição será talvez
suficiente para mostrar – sem necessidade de descer a uma aprofundada crítica do mérito – que a
problemática da teoria dos signos, ou semiótica, angloamericana move-se de um interesse essencialmente
distinto daquela que informa a teoria hermenêutica. Aquilo que interessa à semiótica é o fenômeno
psicológico do comportamento animal, enquanto reage a certas situações sinaléticas com atitudes que
exprimem ilações (« interpretações », neste sentido latíssimo) e que estão sujeitas à observação
naturalística e a valorações quantitativas. [...] Ao contrário, aquilo que interessa, e sempre interessou
desde as origens, à teoria hermenêutica, é propriamente o processo espiritual do entender, com o qual um
espírito pensante responde à mensagem de outro espírito, que lhe fala mediante formas representativas. E
justamente este diverso interesse orienta a indagação científica, ao invés de na direção ao fenômeno
psicológico, em direção ao processo epistemológico mercê do qual o entender é alcançado; a orienta, isto
é, em direção ao processo interpretativo: processo que é interrogado com uma problemática
essencialmente gnoseológica.” (ob. cit., pp. 95 e 95).
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BETTI, Teoria generale della interpretazione, volume I, cit., p. 205.
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BETTI, Teoria generale della interpretazione, volume I, cit., p. 64.
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Estes critérios encontram-se no capítulo III da Teoria generale della interpretazione, dedicado à
“metodologia hermenêutica”.
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O exposto a seguir encontra-se principalmente em duas obras de BETTI: Le categorie civilistiche
dell’interpretazione, cit.; e Teoria generale della interpretazione, volume I, cit., pp. 304 e ss.
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Le categorie civilistiche dell’interpretazione, Milano: Giuffrè, 1999 (reimpressão da edição de 1948).
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Interpretazione della legge e degli atti giuridici, cit., pp. 3 a 56.
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“L’interpretazione dell’atto di autonomia privata tra teoria generale e dogmatica nel pensiero di E.
Betti. Un paradosso”, L’ermeneutica giuridica di Emilio Betti (aos cuidados de VITTORIO FROSINI e
FRANCESCO RICCOBONO), Milano: Giuffrè, 1994, p. 17.
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Categorie civilistiche dell’interpretazione, cit., pp. 10 e 11.
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“Scire leges non hoc est verba earum tenere, sed vim ac potestatem.” Na tradução de CARLOS
MAXIMILIANO: “Saber as leis não é conhecer-lhes as palavras, porém a sua força e poder.” (Hermenêutica
e aplicação do direito, 18.ª edição, Rio de Janeiro: Forense, 1999, p. 34).
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“Servius fatetur sententiam eius qui legaverit aspici oportere, in quam rationem ea solitus sit referre:
verum si ea, de quibus non ambigeretur, quin in alieno genere essent, ut puta escarium argentum aut
paenulas et togas, supellectili quis adscribere solitus sit, non idcirco existimari oportere supellectili legata
ea quoque contineri: non enim ex opinionibus singulorum, sed ex communi usu nomina exaudiri debere.
Id Tubero parum sibi liquere ait: nam quorsum nomina, inquit, nisi ut demonstrarent voluntatem dicentis?
Equidem non arbitror quemquam dicere, quod non sentiret, ut maxime nomine usus sit, quo id appellari
solet: nam vocis ministerio utimur: ceterum nemo existimandus est dixisse, quod non mente agitaverit.
Sed etsi magnopere me Tuberonis et ratio et auctoritas movet, non tamen a Servio dissentio non videri
quemquam dixisse, cuius non suo nomine usus sit. Nam etsi prior atque potentior est quam vox mens
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HERMENÊUTICA.
dicentis, tamen nemo sine voce dixisse existimatur: nisi forte et eos, qui loqui non possunt, conato ipso et
sono quodam ‘inarticulata voce’ dicere existimamus.” Na tradução italiana de GIOVANNI VIGNALI:
“Servio confessa, che si deve guardare al pensiere di colui che negò (sic), in quale categoria sia stato
solito riportare quelle cose: ma se quelle cose delle quali dubitar non potevasi che fossero di un altro
genere (come un vaso da mangiare in argento, o mantelli e toghe), uno sia stato solito assegnarle alle
suppellettili, non perciò bisognava credere, che quelle ancora si contenessero nelle suppellettili legate:
giacchè i vocaboli non si dovevano intendere a tenore delle opinioni dei singoli, ma secondo l’uso
comune. Tuberone dice, sembrargli ciò meno chiaro: giacchè (ei dice) a che i nomi, se non per
dimostrare la volontá di chi parla? In verità non credo, che uno dicesse ciò che non pensa, onde siasi
servito specialmente del vocabolo col quale suole nominarsi: poichè usiamo del ministero della voce: del
resto non deve credersi che taluno abbia pronunziato ciò che non abbia macchinato nel pensiero. Ma
quantunque molto peso mi faccia e la ragione e l’autorità di Tuberone, pure non dissento da Servio, cioè
non sembrare che uno abbia detto una cosa del cui vocabolo non siasi servito: giacchè, quantunque il
pensiero di chi parla sia antecedente e più potente che la voce, pure non si crede che alcuno abbia parlato
senza vocabolo: se pure non crediamo, che coloro i quali parlar non possono, il facciano col conato stesso
e con un certo suono, cioè ‘con voce inarticolata’.” (Corpo del diritto, vol. V, (Digesto, vol. IV), Napoli:
Achille Morelli, 1857, p. 1361).
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Categorie civilistiche dell’interpretazione, cit., pp. 12 e 13. Nesse ponto, BETTI reporta-se às lições do
teólogo e filósofo alemão FRIEDRICH DANIEL ERNST SCHLEIERMACHER (alguns dos seus textos foram
reunidos na obra Hermenêutica – Arte e técnica da interpretação, tradução e apresentação de Celso Reni
Braida, 2.ª edição, Petrópolis: Vozes, 2000).
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Importante notar que a compreensão nunca poderá ser tida como definitiva, como, aliás, o próprio
BETTI adverte.
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A distinção do alcance do segundo cânone, conforme se trate de interpretação subjetiva ou objetiva, já
se encontrava na Categorie civilistiche dell’interpretazione (p. 15), tendo sido explicitada na Teoria
generale della interpretazione (volume I, pp. 313 e 314).
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Fala-se aqui, especificamente, em adaptação e integração da norma jurídica. Não obstante, parece
perfeitamente possível estender a lição a qualquer objeto da interpretação.
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