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DIREITO DO TRABALHO

Aluna: Aline Caroline Lelo Cartogenio


Professora: Rita de Cassia Pessoa Nocetti

Salário IN NATURA ou Utilidade

O salário in natura, também conhecido como salário utilidade, refere-se a


todas as formas de benefícios, bens ou vantagens oferecidos pelo empregador
como uma forma de gratificação pelo trabalho realizado ou pelo cargo ocupado.
Tem-se como exemplo de salário in natura a alimentação e habitação.
Segundo o artigo 458 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), além do
pagamento em dinheiro, o conceito de salário engloba qualquer prestação in natura
fornecida pela empresa de maneira habitual ao empregado. Além disso, a CLT
também estabelece, no seu artigo 82, que se o empregador conceder uma parte do
salário mínimo como salário utilidade ou in natura, essa parcela não poderá exceder
70% (setenta por cento). Isso significa que é garantido ao empregado o recebimento
em dinheiro de pelo menos 30% (trinta por cento) do salário mínimo.
Essas disposições legais têm o objetivo de assegurar que os empregados
recebam uma remuneração adequada, tanto em dinheiro quanto em benefícios in
natura, garantindo a justa compensação pelo trabalho desempenhado.
De acordo com o § 3º do art. 458 da CLT, a quantidade de alimentação e
habitação fornecidas como salário utilidade está restrita a 20% e 25% do salário,
respectivamente.
No caso dos trabalhadores rurais, de acordo com o artigo 9º da Lei
5.889/1973, os descontos referentes ao salário in natura devem ser calculados com
base no salário mínimo. No entanto, esses descontos estão sujeitos a limites
específicos. Para a ocupação de moradia, o limite é de 20%, enquanto para o
fornecimento de alimentação, o limite é de 25%. É importante observar que esses
limites devem ser aplicados considerando os preços praticados na região em
questão.
Dessa forma, a lei não proíbe o pagamento do salário utilidade, mas
estabelece restrições em relação aos percentuais mencionados acima. Esses
valores devem ser claramente discriminados no recibo de pagamento do trabalhador
e estão sujeitos a todas as obrigações trabalhistas e previdenciárias, com exceção
de algumas situações específicas.
Há exceções que não são considerados salários in natura, onde o § 2º do art.
458 da CLT dispõe que:

§ 2o Para os efeitos previstos neste artigo, não serão consideradas como


salário as seguintes utilidades concedidas pelo empregador:
I – vestuários, equipamentos e outros acessórios fornecidos aos
empregados e utilizados no local de trabalho, para a prestação do serviço;
II – educação, em estabelecimento de ensino próprio ou de terceiros,
compreendendo os valores relativos a matrícula, mensalidade, anuidade, livros e material didático;
III – transporte destinado ao deslocamento para o trabalho e retorno, em
percurso servido ou não por transporte público;
IV – assistência médica, hospitalar e odontológica, prestada diretamente ou
mediante seguro-saúde;
V – seguros de vida e de acidentes pessoais;
VI – previdência privada;
VII – VETADO
VIII - o valor correspondente ao vale-cultura.

Para que seja considerado o pagamento do salário in natura, é necessário


que atenda alguns requisitos, sendo eles:
1. Habitualidade: deve ser fornecido com frequência;
2. Gratuidade: deve ser oferecido de forma gratuita;
3. Comutatividade: deve ser oferecida pelo trabalho e não para o trabalho;
4. Natureza Vital: deve ser de carácter vital para a sobrevivência e bem- estar do
colaborador.

Por fim, cabe resaltar que para que seja considerado salário in natura, é necessário
que a remuneração seja concedida ao trabalhador de forma regular, ou seja, não
pode se tratar de uma prestação esporática ou excepcional de uma circunstância
específica da empresa.
REFERÊNCIAS

RH Portal. Salário in natura: Descubra tudo sobre o salário utilidade. Disponível


em: <Salário utilidade: entenda o que é salário in natura (rhportal.com.br)>. Acesso
em 18 maio 2023.

Guia Trabalhista. Salário in natura ou utilidade - O que pode ou não caracterizá-


lo?. Disponível em: <SALÁRIO IN NATURA OU UTILIDADE - O QUE PODE OU
NÃO CARACTERIZÁ-LO! (guiatrabalhista.com.br)>. Acesso em 18 maio 2023.

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