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RESUMO
No meio de tanta discussão, sobre as atitudes tomadas e ações do meio político criticadas pela
sociedade, este artigo tenta dialogar com Kant e suas formulações, dentro do contexto
histórico brasileiro e suas especificidades que contornam uma realidade sombria, sobre os
dilemas éticos e morais dentro de um meio que tudo parece ser feito buscando algo, ou algum
objetivo com seus conchaves e coligações que visam a proteção para si, ou para todo o grupo
no qual estão inseridos.
ABSTRACT
In the midst of so much discussion, about the attitudes taken and actions of the critical milieu
by society, this article tries to dialogue with its formulations, within the historical context and
its specificities that contain a shady practice, on the ethical and moral dilemmas in a certain
way , everything seems to be something that you are looking for, or something, with your
concussions and glues that aim at protection for you, or for any group with no qualities that
are inserted.
Esse artigo tem como intuito de dialogar com a filosofia moral de Immanuel Kant
(1724-1804), filósofo prussiano que desenvolveu e fundou a filosofia crítica, a partir de suas 3
principais obras: “Crítica da Razão Pura”, “Crítica da Razão Prática” e “Crítica do Juízo”.
Logo, este trabalho visa trabalhar as questões éticas a partir de suas contribuições acerca de
suas fórmulas da lei Universal, e a fórmula da Humanidade.
Há anos, desde a nova república, marcada pela constituição de 1988, conhecida como
a” Constituição Cidadã” e mais incisivamente com o advento e diversificações dos meios de
comunicação, paira um ambiente instável de descrédito e desconfiança, em todo o meio
político do Brasil. A sociedade brasileira por vezes clamar por mudanças de postura dos
mesmos, que cotidianamente são flagrados em escândalos de corrupção, desvios de função, ou
falta de decoro pra exercer tal cargo e tantos outros desvios de conduta que são noticiados
amplamente por todas as mídias.
A política brasileira sofre com todos esses dilemas, estando talvez na sua pior crise de
aceitação da história recente do país, assim como todo o sistema democrática, na subdivisão
dos poderes e na rigidez das instituições, para ter regras de pesos e contrapeso que
mantenham o equilíbrio. De certo é, que o contexto histórico nos mostra que sempre foi um
espaço de conflito que de uma hora garantiam uma ascensão e em outras declínio, mas algo
parece sempre se manter mais latente a tudo isso, o modo como os erros do passado próximo
tornam-se insistentemente a serem evidenciados e revividos, uma assustadora estagnação, ao
modo de parecer que a política vive em espectros contrários de seja a ética qual for capaz de
mudar esse cenário, de que a política é apenas um ambiente sujo, de pouco ação e eficácia, e
de pessoas oportunas que apenas querem agir para benefício próprio.
Entretanto, mesmo que timidamente, é possível notar algumas ações motivadas por
coletivos juvenis, e grupos minoritários, na preocupação de trazer uma nova postura de
valores e princípios que norteiam os rumos dessa mudança. Articulando-se em um momento
de reposta a todo a esse deslustre. Visto que a maior parte da população vive despolitizada, e
receosa em adentrar esse meio dito como “antiético”, mas que no entanto, é a forma básica e
importante de organização dos seres humanos, e como seres políticos e racionais, tal
capacidade única do humano de raciocínio e exprimir uma razão, na qual Kant trabalha para
auxiliar os princípios que se devem ser seguidos para se desviar de uma experiência mais
fraca, e totalmente empírica e se assegurar em algo mais puro e rígido.
A Moral Kantiana
A moral pode ser classificada como uma imposição, ou algo que é socialmente
imposto sobre uma cultura em sociedade. Logo, a moral é algo muito subjetivo de cada
pessoa, ou meio no qual se encontra inserido, como a moral católica, evangélico, que desde
modo em suas variações baseiam-se mais nos desejos, nos seus próprios(egoísmo) ou no de
todo o seu conjunto(utilitarismo), tornando-se uma relação de interdependência uma com a
outra e adquirindo um caráter de imposição de um meio exterior(como divindades, energias,
leis ou tradições).
Ao se deparar com tudo isso, Kant busca o equilíbrio entre as duas linhas de
pensamentos que mais eram dispostos, e aceitos no meio filosófico, e seguindo nessa linha
trazer para algo mais seguro, e que solidifica-se e pudesse ser aplicado com toda sociedade
em um formato padrão, assim, surge os princípios da moralidade na razão pura, e também
afirma que: “Os deveres morais são comandos da razão”. Trazendo a responsabilidade e
colocando-a em cada indivíduo, capaz de raciocinar e tomar decisões por si próprio como ser
autônomo1.
O certo e o errado, portanto, são escolhas a serem tomadas, por saber nitidamente
discernir entre tais opções, em forma de deveres morais que possibilitam saber o que devemos
ou não fazer. Por tanto, os deveres morais são imperativos categóricos no sentido de não
apenas dar uma orientação, e sim, expor algo com uma única via de acesso como podemos ver
1
Livro: Smith, Paul. Filosofia Moral e Política: Principais questões, conceitos e teorias. São Paulo:
Madras, 2008, p. 185.
na citação: “Os deveres morais contrastam com regras sensatas, que são imperativos
hipotéticos: se quiser X, deve fazer Y.” 2
Kant então foca todo seu trabalho de uma filosofia, não em busca da felicidade, e sim
no merecimento da mesma, destoando do que pensava Aristóteles:
“Toda arte e todo saber, assim como tudo que fazemos e escolhemos, parece
visar algum bem. Por isso, foi dito, com razão, que o bem é aquilo a que todas
as coisas tendem, mas há uma diferença entre os fins: alguns são atividades, ao
passo que outros são produtos à parte das atividades que os produzem.” 3
No argumento de kantiano, ele logo trabalha essas duas formulações para que se
chegue a uma validação moral de cada ação tomada, como o que é tido como um teste de
moralidade de ação, como podemos ver na sua expressão: “Aja apenas de acordo com aquela
máxima pela qual você pode ao mesmo tempo desejar aquilo se torne uma lei universal”.4
A máxima é a busca de identifica-la em cada ação que deva ser tomada, após sua
extração é necessário o questionamento se o indivíduo deseja que isto se torne uma lei
universal, ou seja, que nas devidas conformidades dos fatos, todos obtém pela mesma forma
2
Livro: Smith, Paul. Filosofia Moral e Política: Principais questões, conceitos e teorias. São Paulo:
Madras, 2008, p. 187.
3
Livro: Aristóteles. Ética a Nicômaco. São Paulo: Martin Claret, 2015, p. 194.
4
Livro: Smith, Paul. Filosofia Moral e Política: Principais questões, conceitos e teorias. São Paulo:
Madras, 2008, p. 189.
idealizada. Desta maneira, o teste é incisivo em afirmar se algo é aceitável ou não
moralmente, tornando uma atitude imoral ao não se encaixar na universalidade.
Para Kant, um furto ou mentira não é uma atitude imoral, por ser prejudicial ao bem-
estar do outro, e sim pela inconsistência da máxima de não roubar, ou mentir, de modo que ao
fazê-lo sua intenção real não é que essas atitudes sejam tomadas por todos, e sim o contrário,
que ao olhar um todo é aberta um exceção para pratica-lo. Ou seja, a imoralidade para Kant
consiste justamente de tomar algo pra si, e o contrário para o outro.
5
Livro: Smith, Paul. Filosofia Moral e Política: Principais questões, conceitos e teorias. São Paulo: Madras, 2008,
p. 193.
entre o certo e o errado, passa por conhecer o comportamento dos semelhantes.
É nesse ponto que a pesquisa contribui para a conscientização dos futuros
gestores do País”, afirma Mauro Paulino, diretor do Datafolha. 6
E como espectro dessa alteração e fuga de uma antiga amarra social, que trata os
jovens como seres incapazes de tomar medidas, expurgando ou tentando desmobilizar os
jovens de se organizar em movimentos e coletivos que fiscalizam e cobra justiça e coerência,
que no final tem forte tensão para se desdobra na negação da política, e manter o
establishment e os “bons costumes” de velhos cacifes, que tentam a todo custo perpetuassem
no poder.
6
Internet (documentos eletrônicos): Autor Desconhecido. 90% dos jovens consideram sociedade brasileira
pouco ou nada ética, aponta Datafolha, em estudo para o ETCO. https://www.etco.org.br/etco-na-midia/90-
dos-jovens-consideram-sociedade-brasileira-pouco-ou-nada-etica-aponta-datafolha-em-estudo-para-o-etco/
(último acesso em 17/06/2019).
Consequentemente, a deturpação dos conceitos morais, voltados pela irracionalidade
ou por dogmas é fortemente cultuado. E até mesmo apreciado as ações de piedade ou caridade
como ao de uma troca, onde torna o Estado com um papel meramente assistencialista, e
aparelhado de princípios específicos de cada parlamentar, que legisla e comporta conforme o
seu contexto, religião, situações particulares, crenças e inclinações. Logo, a afirmação de Kant
cabe bem para especificar e demostrar que ao agir desta forma, se tornam exércitos de
imorais, ao abrir mal do livre arbítrio de escolha racional pelo certo, ou seja, partindo do
princípio de todos ter essa capacidade de escolha dentro de si e identificar o certo.
Por tanto, não parece existir outra saída a não ser uma autorreflexão em toda a
sociedade da importância de não ser inconsistente e não ser levado pelos prazeres, pois nada
adianta sempre por a culpa no outro, ou na sorte, ou depender de uma divindade para
solucionar as questões mundanas.
Todavia, a identificação e a pluralidade dos jovens como novos atores do meio, com o
conhecimento e novos dilemas e tabus debatidos entre eles, possa ser a esperança para uma
reviravolta no status quo da sociedade, com a decorada de velhas práticas e de um dilema
geracional, que se apropria da modernidade, e com a sede por mudanças que valorizem as
capacidades humanas e suas habilidades para uma capacitação moral, de dignidade, e afetos, e
que as pessoas encontrem os fins em si mesma e não como mero objeto.