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MATERIAL DO
3ª-
PROFESSOR
S ÉRIE
PREPARA
SOMOS EDUCAÇÃO
LÍNGUA PORTUGUESA
3
3 a SÉRIE
ENSINO MÉDIO
Roberta Lombardi Martins (coord.),
Ana Luiza Couto, Liliane Pereira da
Silva Costa e Viviane Campos
Presidência: Guilherme Mélega
Vice-presidência de Soluções e Serviços Educacionais:
Camila Montero Vaz Cardoso
Direção de Negócios: Elzimar Gouvea de Albuquerque
Direção de Educação: Aldeir Antonio Neto Rocha
Direção Editorial: Lidiane Vivaldini Olo
Coordenação de Projeto: Hydnéa Ponciano Domingueti
Coordenação Editorial: Camila Camilo
Autoras: Roberta Lombardi Martins (coord.), Ana Luiza Couto, Liliane Pereira da Silva
Costa e Viviane Campos
Leitor crítico: Cassio Fernando Cunha Alves
Planejamento, Controle de Produção e Indicadores:
Flávio Matuguma (ger.), Juliana Batista (coord.),
Jayne Ruas e Vivian Mendes Moreira
Revisão: Letícia Pieroni (coord.), Aline Cristina Vieira, Anna Clara Razvickas,
Carla Bertinato, Carolina Guarilha, Daniela Lima, Danielle Modesto, Diego Carbone,
Elane Souza de Paula Vicente, Gisele Valente, Helena Settecerze, Kátia S. Lopes Godoi,
Lilian M. Kumai, Luana Marques, Luíza Thomaz, Malvina Tomáz, Marília H. Lima,
Paula Freire, Paula Rubia Baltazar, Paula Teixeira, Rafael Simeão, Raquel A. Taveira,
Ricardo Miyake, Shirley Figueiredo Ayres, Tayra Alfonso, Thaise Rodrigues e Thayane Vieira
Iconografia e Tratamento de Imagens: Roberta Bento (ger.),
Iron Mantovanello (coord.), Thaisi Lima e
Ligia Dona de Souza (pesquisa iconográfica) e Fernanda Crevin (tratamento de imagens)
Licenciamento de Textos: Roberta Bento (ger.),
Iron Mantovanello (coord.), Raisa Maris Reina e Liliane Rodrigues
Arte: Fernanda Costa (ger.), Kleber de Messas (líder de projeto), Aleksander Scheidegger,
Ana Clara Xavier, Anna Julia Medeiros, Carlos Roberto de Oliveira, Carol Luik,
Cassio de Moura, Danielle dos Santos, Elidia Fernandes, Felipe Cabral,
Francisco Claudio Moreira, Jorge Adriano Savi, Karina Vizeu Winkaler,
Paula Samico, Rafael de Oliveira e Sarah Takechi
Design: Erik Taketa (coord.) e Gustavo Vanini (proj. gráfico e capa.)
Uma publicação
2
APRESENTAÇÃO
Olá, estudante!
Este livro conta com uma capa muito bonita. Foi desenhada
por seus colegas estudantes de escolas da rede estadual
aqui do Pará. Eles participaram do concurso ‘’Prepara COP30”,
realizado pela Secretaria de Estado da Educação (Seduc).
Belém será sede do evento mais importante sobre clima da
atualidade — a COP30, no ano de 2025. Até lá, estamos preparando
uma série de ações para todos vocês. Acompanhem!
Dito isso, este livro será a sua companhia nas próximas aulas.
Cuide dele com carinho!
Bons estudos!
3
CONHEÇA SEU LIVRO
Cada parte deste livro foi construída para, ao longo das atividades, você e seus colegas desenvolverem novas habilidades e
novos conhecimentos, além de exercitar os já desenvolvidos. Veja como o material está estruturado:
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1 CAPÍTULO
LENDA
k
O título indica
o gênero a ser
trabalhado
Esquentando os motores...
1 Responda a estas questões.
a) Lendas são uma parte muito importante do folclore nacional. Você sabe qual é a ori-
ESQUENTANDO
gem da palavra folclore? Se souber, registre-a abaixo; caso contrário, pesquise para OS MOTORES...
descobri-la e, logo após, faça o registro.
d) Pense sobre a filosofia ubuntu: Eu sou porque nós somos. Escreva um final para a lenda
que você acabou de ler que seja contrário a essa filosofia.
2 O folclore brasileiro recebeu influência das culturas indígena, europeia e africana. Leia, a
aquecimento para
Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes escrevam um final que tenha competição,
Ubuntu
antropólogo: profissional
Professor(a), proponha aos estudantes que pesquisem e apresentem, em classe, exemplos Um antropólogo visitou um povoado africa- especialista em Antropologia,
de seu dia a dia que respeitem a filosofia ubuntu. no. Ele quis conhecer a sua cultura e averiguar ciência que engloba origens,
quais eram os seus valores fundamentais. Assim evolução, desenvolvimentos
que lhe ocorreu uma brincadeira para as crian- físico, material e cultural,
ças. Ele colocou um cesto de frutas perto de uma fisiologia, psicologia,
2 Agora, você vai ler uma lenda indígena. árvore. E disse o seguinte às crianças: características raciais,
Lenda do sol e da lua – A primeira que chegar à árvore ficará com o costumes sociais, crenças, etc.
Segundo essa lenda, existiam dois povos rivais. Eles viviam próximos um do outro, mas
cesto de frutas. [...] dos seres humanos.
nunca se encontravam, pois era proibido que tivessem contato.
Entretanto, um dia um jovem guerreiro saiu para caçar na floresta e conheceu uma bela Filosofia Ubuntu – lenda africana sobre cooperação.
moça da etnia inimiga.
Educlub [Portal], São Paulo, s.d. Disponível em:
Eles se atraíram um pelo outro e passaram a se encontrar outras vezes. E assim foi nascendo
um grande amor. https://www.educlub.com.br/lenda-africana-sobre-
Sempre que podiam, os jovens arranjavam uma forma de estarem juntos sem que ninguém a-filosofia-ubuntu/ . Acesso em: 7 jun. 2023.
soubesse.
Certa vez, no entanto, um dos integrantes da comunidade em que o rapaz vivia flagrou o
encontro dos dois. Eles foram levados à tribo e sentenciados à morte.
Pit stop 1
O cacique era o pai do guerreiro e ficou muito angustiado com a situação. Ele pediu então
ao pajé que preparasse uma poção mágica para salvar o casal.
Ubuntu é uma palavra que veio do continente africano e significa a humanidade para
Assim foi feito. Os dois tomaram o preparado e se transformaram em astros do céu. O moço
virou o sol, já a moça se converteu em lua. todos. A filosofia ubuntu tem o nós como base – o ser humano como parte de um coletivo – e
considera
Infelizmente o sol e a lua quase nunca se encontram, que não
exceto quando se os
ocorrem pode seré humano sozinho, ou seja, os seres humanos dependem uns dos
eclipses,
nesse momento que o casal volta a se amar.
outros para viver: Eu sou porque nós somos.
AIDAR, Laura. Lenda do sol e da lua. In: Cultura Genial [Portal], São Paulo, s.d.
Disponível em: https://www.culturagenial.com/lendas-indigenas-comentadas/
Dando a largada!
Acesso em: 7 jun. 2023.
a) Quem são os personagens protagonistas da lenda? Por que será que eles não têm
nome?
O jovem guerreiro e a bela moça.
lenda é um gênero textual narrativo marcado pela fantasia. Transmitidas oralmente, as DANDO A
b) Quem são os personagens coadjuvantes da lenda?
lendas viajam pelos tempos, combinando fatos históricos e reais com aventura e imaginação.
LARGADA!
O integrante da comunidade que flagra o casal, o cacique e o pajé.
Pit stop 2
As lendas, muitas vezes, servem para que as pessoas entendam fatos que não conseguem
explicar racionalmente. Uma sombra, em um lago, pode se transformar em um monstro que
PIT STOP
tanto apavora uma comunidade quanto pode se transformar em incentivo turístico... Você co-
nhece, por exemplo, o monstro do lago Ness?
Cada “Pit stop” traz um boxe
Voltando para a pista
VOLTANDO Leia, a seguir, um texto sobre a lenda do monstro do lago Ness; depois, responda às ativi-
que complementa a definição
dades 3 a 6.
PARA A PISTA Lenda ou espécie desconhecida?
do conceito
O lago Ness é o cenário de uma das lendas mais famosas da Escócia: um monstro viveria
nas suas águas profundas. [...]
Esta seção retoma Você acredita nessa história? Ou acha que é tudo invenção? [...]
– Esse sacizinho ainda fica aí durante quatro anos. A conta da nossa vida dentro dos gomos
taquaruçu: um tipo de bambu,
Apelidado carinhosamente de Nessie, ele viveria nas águas frias do segundo maior lago é de sete anos. Depois saímos para viver no mundo setenta e sete anos justos. Alcançando
a sequência de
encontrado em todo o território
essa idade, viramos cogumelos venenosos, ou orelhas-de-pau.
escocês, que soma 37 km de extensão e possui 230 metros de profundidade! [...] brasileiro.
Pedrinho regalou-se de contemplar o sacizete adormecido e ali ficaria horas se o saci não o
A existência do monstro do lago Ness ainda divide opiniões, além de ser um desafio para puxasse pela manga. Monteiro Lobato
atividades após o os estudiosos de animais lendários e extintos. Ele é descrito com características de um réptil
marinho e teria pelo menos 10 metros de comprimento. Uma das teorias afirma que ele é um
–Chega – disse ele. – Vire-se de costas outra vez, que é tempo de fechar a janelinha.
Pedrinho obedeceu, e quando de novo olhou não conseguiu perceber no gomo do taqua-
ruçu o menor sinal de janelinha.
(1982-1948)
Advogado de formação e
promotor, foi um dos grandes
SAIBA +
“Pit stop”
escritores do século passado.
Plesiossauro, gigante carnívoro do período Mesozoico que possuía focinho curto, pescoço MONTEIRO LOBATO, José Bento. O saci. 16. ed. Paulo: Brasiliense, 1958, pp. 40-41. [Adap.]
Teve relevância também como
longo e fino e mandíbula pronta para devorar peixes menores. 7 Qual é o tema dessa parte do texto?
editor e tradutor, trazendo
para o Brasil livros inéditos
[...] Tudo pode ter começado na Idade Média, com uma história celta de um cavalo prateado
chamado Kelpie, que vivia no lago escocês. Ele se deixava ser montado por um viajante per-
É a busca pelo Saci empreendida por Pedrinho. e criando, para as crianças,
uma vasta obra e muitos
personagens, conhecidos
A seção inclui
dido e, em seguida, se atirava na água para afogar o homem. 8 No texto, o sufixo -ete, na palavra sacizete, é... como a turma do Sítio do
Já no século VI, apareceu o relato de Santo Columba, que teria salvado alguém de uma
a) referência de origem.
b) formação de gênero.
Pica-pau Amarelo.
o perfil de
estranha criatura do lago Ness com um sinal da cruz. [...] c) grau de superioridade.
Em 2003, a BBC enviou uma expedição ao lago Ness a fim de procurar a criatura misteriosa.
Usando 600 sonares e tecnologia de navegação por satélite, a expedição não encontrou ne- 9
d) indicação de diminutivo.
Pedrinho usa, para referir-se a um sacizinho, a frase “Que galanteza!”.
galanteza! Pelo contexto, qual
autores ou outras
seria a substituição adequada para a sentença?
nhum sinal do monstro. [...]
Apesar dos indícios de que Nessie seria apenas fruto da imaginação humana, muitos avis-
a) Que horror!
b) Que gostosura!
personalidades
citadas
tamentos continuam sendo afirmados. Fotos e vídeos suspeitos seguem aguçando a curiosi- c) Que lindeza!
d) Que nojo!
dade. [...]
10 Em seu texto, Monteiro Lobato utiliza, para descrever o saci que está no gomo do taquaruçu,
Lenda ou espécie desconhecida? Espaço do Conhecimento UFMG [Portal], muitos substantivos no diminutivo: sacizinho, pitinho, carapucinha.
carapucinha Em sua opinião, para
Belo Horizonte, 27 ago. 2019. Disponível em: https://www.ufmg.br/espacodoconhecimento/o- que ele faz isso?
Monteiro Lobato usa o grau diminutivo nessa descrição para denotar afeto, para mostrar que
monstro-do-lago-ness/ . Acesso em: 7 jun. 2023.
Pedrinho não via o saci como uma ameaça, e sim como companheiro que merece cuidado e
Tudo pode ter começado na Idade Média, com uma história celta de um cavalo prateado 11 Outro personagem muito famoso nas lendas brasileiras é o Curupira. Leia, a seguir, um
chamado Kelpie, que vivia no lago escocês. pouco mais sobre ele.
Lenda do Curupira
imagetico/Shutterstock
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1 Termine de ler, agora, Ubuntu.
Mas, quando o homem deu o sinal para que começasse a corrida em direção ao cesto, acon-
teceu algo inusitado: as crianças deram as mãos umas às outras e começaram a correr juntas.
2 Na opinião da organizadora da obra, os livros têm tanto destaque no mundo da arte quanto Ao chegarem ao mesmo tempo, todos desfrutaram do prêmio. Eles se sentaram e repartiram
outras manifestações artísticas? Justifique sua resposta com um trecho do texto. as frutas.
O antropólogo lhes perguntou por que tinham feito isso, quando somente um poderia ter
ficado com todo o cesto. Uma das crianças respondeu:
– “Ubuntu”. Como um de nós poderia ficar feliz se o resto estivesse triste?
Filosofia Ubuntu – lenda africana sobre cooperação. Educlub [Portal], São Paulo, s.d.
Disponível em: https://www.educlub.com.br/lenda-africana-sobre-a-filosofia-ubuntu/ .
Acesso em: 7 jun. 2023.
Riccardo Mayer/Shutterstock
Cruzando a linha
CRUZANDO A As normas populares, vernáculas, opõem-se às normas cultas locais, fazendo do português
uma língua não uniforme. Leia um fragmento do romance Inferno, de Patrícia Melo, e ob-
serve essa heterogeneidade linguística de que se fala. Depois, responda às questões 1 e 2.
LINHA [...]
Reizinho pegou as quatro notas de cinquenta e saiu. Sol forte. Era seu primeiro salário.
Quatro notas de cinquenta. O salário da mãe eram seis notas de cinquenta. Um trabalho muito
pior. A Alzira é uma burra, ele ouvira a patroa da mãe dizer [...]. Eu ensino, dizia dona Juliana
para alguém na sala, uma amiga, que ouvia e se divertia, eu ensino, mas não adianta. Alzira é
para a prática
mãe, segredando, lamuriante, não suporto, não aguento mais, minha filha, os gritos na minha (1962- )
cabeça. Só porque eu manchei. Quebrei. Queimei. Estraguei. Não dei o recado. Só porque eu é uma das principais escritoras
esqueci. Só porque não sei. Seis notas de cinquenta. contemporâneas brasileiras.
[...] Também atua como roteirista, a) Em sua opinião, por que o antropólogo questionou a atitude das crianças?
estudantes
a atenção do leitor para o fato de que...
a) ... a comunicação social eficiente depende do grau de instrução do indivíduo.
b) ... a língua portuguesa é única, com a interseção de inúmeras variedades linguísticas.
b) Releia o trecho a seguir.
c) ... a norma padrão da língua é a que deve prevalecer nas situações comunicativas.
d) ... as normas linguísticas de pouco prestígio são estigmatizadas socialmente. Mas, quando o homem deu o sinal para que começasse a corrida em direção
e) ... os falantes das normas cultas desconsideram a existência das normas populares. ao cesto, aconteceu algo inusitado: as crianças deram as mãos umas às outras e
2 Releia o texto e descreva, abaixo, a casa de Reizinho. começaram a correr juntas.
“Mas” é uma conjunção coordenativa adversativa, que estabelece uma relação de opo-
sição. No trecho, a que “mas” se opõe?
LÍNGUA PORTUGUESA
LÍNGUA PORTUGUESA
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Continue lendo mais um trecho de Melodia mortal e, depois, responda às questões 1 e 2. criaturas infelizes, que escandalizam a sociedade com a ostentação do seu luxo e extravagâncias.
José de Alencar
[...] Quis responder-lhe imediatamente, tanto é o apreço em que tenho o tato sutil e esquisito O cearense José de Alencar
– Investigando a História! Isso, Holmes! E o que descobriu? da mulher superior para julgar de uma questão de sentimento. Não o fiz, porque vi sentada (1829-1877), jornalista,
no sofá, do outro lado do salão, sua neta, gentil menina de 16 anos, flor cândida e suave, que advogado, político, escritor
– Detalhes, detalhes, detalhes... Mas você, como médico, talvez possa completar alguns indubitável: incontestável; mal desabrocha à sombra materna. Embora não pudesse ouvir-nos, a minha história seria e dramaturgo, fez parte do
pontos que faltam para rematar essa costura. Vamos começar por uma síntese dos fatos co- aquilo de que não se duvida.
GLOSSÁRIO
uma profanação na atmosfera que ela purificava com os perfumes da sua inocência; e – quem Romantismo, criando obras
nhecidos e indubitáveis. Pude levantar cinco pontos importantes para essa investigação.
sabe? – talvez por ignota repercussão o melindre de seu pudor se arrufasse unicamente com indianistas – como Iracema e
Em primeiro lugar, Bellini faleceu no dia 23 de setembro de 1835, em Puteaux, perto de Paris,
os palpites de emoções que iam acordar em minha alma. O Guarani, que virou ópera
na residência de um casal de amigos, os Lewis, que o hospedavam já há algum tempo. Em
ALENCAR, J. Lucíola. 12. ed. São Paulo: Ática, 1998. p. 3. (Fragmento). com música de Carlos Gomes –
segundo, ele andava queixando-se de alguma indisposição, como referido nos testemunhos
e também de temática urbana
de amigos, entre os quais Rossini.
3 Os vocábulos gramaticais têm importante papel nos textos. Eles são responsáveis por con- – com Senhora e Lucíola,
É a parte do
– Rossini? – admirei-me. – Aquele que compôs o... Como é mesmo? Aquele do Fígaro... entre outras. Foi membro da
duzir o leitor na retomada de ideias e palavras, o que garante os princípios da continuidade
– Esse mesmo, Gioacchino Rossini, o autor de O barbeiro de Sevilha. Já morreu há mais de e da progressão temáticas. É o que se observa, por exemplo, em... Academia Brasileira de Letras.
20 anos, mas é uma pena que tenha parado de compor óperas e passado a dedicar-se quase
a) ... “... a minha excessiva indulgência pelas criaturas infelizes, que escandalizam a socie-
que só aos prazeres da mesa. Lá em Paris, inclusive, andam servindo uma receita de filé com
bacon, trufas e patê que dizem ter sido inventada por ele. Muito gorduroso!
– Que horror! – palpitei. – Para mim, nada iguala um bom prato de peixe com batatas fritas,
bem inglês! Mas estávamos falando da morte de Bellini...
capítulo que traz dade...”, na qual o pronome que retoma “indulgência”.
b) ... “Embora não pudesse ouvir-nos, a minha história seria uma profanação na atmosfera
que ela purificava...”, em que nos refere-se a “história”.
– Pois é – continuou Holmes. – Ele estava sob os cuidados de um certo doutor Luigi Montal-
legri, mas não gostava nada desse médico, nada mesmo...
– Bem, ora... A medicina da época! – exclamei, com um muxoxo. – Não é como a moderni-
o significado de c) ... “Não o fiz, porque vi sentada no sofá, do outro lado do salão, sua neta, gentil menina
de 16 anos...” em que o retoma “quis responder-lhe”.
d) ... “... pelas criaturas infelizes, que escandalizam a sociedade com a ostentação do seu
dade desse nosso fim de século tão científico!
algumas palavras
luxo e “extravagâncias”, em que seu refere-se a “luxo e extravagâncias”.
[...] e) ...... “Quis responder-lhe imediatamente, tanto é o apreço em que tenho o tato sutil e
BANDEIRA, Pedro; LEVI, Guido Carlos. Melodia mortal: Sherlock Holmes esquisito da mulher superior...”, em que lhe refere-se a ”mulher superior”.
investiga as mortes de gênios da música. Rio de Janeiro: Fábrica231, 2017. p. 20.
4 O que significa ignota? Tente compreender seu sentido pelo contexto. Depois, pesquise
1 Sherlock Holmes, além de resolver mistérios, parece que consegue prever o futuro também! no dicionário, veja se você inferiu corretamente e escreva o significado abaixo.
Conforme os dois trechos lidos, quais são as previsões do grande detetive que se cumpri-
ram?
18 CAPÍTULO 2 22 CAPÍTULO 2
mais que ver, para crer. Era a festa, a insólita festa que a noite ciadas nesse texto por meio c) sua beleza fascinante.
Portanto quadrúpedes puladores e quadrúpedes saltadores.
já não prometia. Ali, na praça, quase diante do edifício de dez a) da descrição. d) sua infância nobre.
Quando comuniquei a descoberta a Paulo Rónai, notável lin- andares, um gambá.
guista e grande amigo de Aurélio Buarque de Holanda, Paulo b) da estrutura formal.
gostou de saber da origem “real” do nome canguru. Mas acres-
Vivinho da silva, com sua anacrônica e desarmada arquitetura. 8. A literatura romântica brasileira, produzida no século XIX
LÍNGUA PORTUGUESA
c) da linguagem figurada.
centou: “Que pena. A outra versão é muito mais bonitinha”. No meio da rua – como é que veio parar ali? Um frêmito de (1836-1881), objetivava fortalecer o apreço dos brasileiros
Também acho. batalha animou os presentes. d) da verossimilhança. pelo próprio país, que acabava de se tornar independente
FERNANDES, Millôr. Disponível em: http://www.gravata.com/millor. Todos, pressurosos, foram espiar o recém-chegado. Só o e) do tema natureza. de Portugal.
Acesso em: 26 fev. 1999. Corcundinha permaneceu imóvel diante da mesa de mármore.
24 CAPÍTULO 2 25
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Prod
Syda
LÍNGUA PORTUGUESA
Capítulo 1 Lenda 8
Capítulo 2 Romance / apresentação de livro 17
Capítulo 3 Resumo / sinopse / resenha 27
Capítulo 4 Notícia / reportagem 36
Capítulo 5 Crônica / letra de música 51
Capítulo 6 Conto / poema 61
Capítulo 7 Infográfico / propaganda 75
Capítulo 8 Relatório científico 86
Capítulo 9 Editorial 99
Capítulo 10 Artigo de opinião / entrevista 106
Capítulo 11 História em quadrinhos / tirinha 122
Capítulo 12 Charge / piada 134
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LENDA
Ubuntu
antropólogo: profissional
Um antropólogo visitou um povoado africa- especialista em Antropologia,
no. Ele quis conhecer a sua cultura e averiguar ciência que engloba origens,
quais eram os seus valores fundamentais. Assim evolução, desenvolvimentos
que lhe ocorreu uma brincadeira para as crian- físico, material e cultural,
ças. Ele colocou um cesto de frutas perto de uma fisiologia, psicologia,
árvore. E disse o seguinte às crianças: características raciais,
– A primeira que chegar à árvore ficará com o costumes sociais, crenças, etc.
cesto de frutas. [...] dos seres humanos.
Filosofia Ubuntu – lenda africana sobre cooperação. D17 - Reconhecer o efeito de senti-
Educlub [Portal], São Paulo, s.d. Disponível em: do decorrente do uso da pontuação
e de outras notações. D18 - Reco-
https://www.educlub.com.br/lenda-africana-sobre- nhecer o efeito de sentido decorren-
a-filosofia-ubuntu/ . Acesso em: 7 jun. 2023. te da escolha de uma determinada
Professor(a): observe com os estudantes que há uma construção pouco usual no texto. Em “Assim que palavra ou expressão. D19 - Reco-
lhe ocorreu uma brincadeira para as crianças”, a inserção de uma vírgula após a conjunção coordenativa nhecer relações de sentido marca-
das por conjunções, a relação de
Pit stop 1 conclusiva “assim” deixaria mais óbvia a relação de conclusão entre a conjunção e
o final da sentença. causa e consequência e a relação
entre o pronome e seu referente
Ubuntu é uma palavra que veio do continente africano e significa a humanidade para em diferentes gêneros. D19 - Re-
conhecer o efeito de sentido de-
todos. A filosofia ubuntu tem o nós como base – o ser humano como parte de um coletivo – e corrente da exploração de recursos
considera que não se pode ser humano sozinho, ou seja, os seres humanos dependem uns dos ortográficos e/ou morfossintáticos.
D19 - Reconhecer relação de sentido
outros para viver: Eu sou porque nós somos. marcada por conjunção em textos
diversos. D21 - Reconhecer a ideia
Dando a largada! comum entre textos de gêneros
diferentes e a ironia em tirinhas.
D21 - Reconhecer opiniões diver-
gentes sobre o mesmo tema em
lenda é um gênero textual narrativo marcado pela fantasia. Transmitidas oralmente, as diferentes textos. D21 - Reconhecer
lendas viajam pelos tempos, combinando fatos históricos e reais com aventura e imaginação. opiniões distintas sobre o mesmo
tema, na comparação entre dife-
rentes textos. H20 - Reconhecer a
importância do patrimônio linguístico
para a preservação da memória e da
identidade nacional.
8
1 Termine de ler, agora, Ubuntu.
Mas, quando o homem deu o sinal para que começasse a corrida em direção ao cesto, acon-
teceu algo inusitado: as crianças deram as mãos umas às outras e começaram a correr juntas.
Ao chegarem ao mesmo tempo, todos desfrutaram do prêmio. Eles se sentaram e repartiram
as frutas.
O antropólogo lhes perguntou por que tinham feito isso, quando somente um poderia ter
ficado com todo o cesto. Uma das crianças respondeu:
– “Ubuntu”. Como um de nós poderia ficar feliz se o resto estivesse triste? Professor(a): o uso do pronome
proclítico em “O antropólogo lhes
Filosofia Ubuntu – lenda africana sobre cooperação. Educlub [Portal], São Paulo, s.d. perguntou” não é necessário, e
Disponível em: https://www.educlub.com.br/lenda-africana-sobre-a-filosofia-ubuntu/ . pode ter sido utilizado pelo autor
como forma de reforçar a quem o
Acesso em: 7 jun. 2023. antropólogo fazia a pergunta.
Riccardo Mayer/Shutterstock
Mas, quando o homem deu o sinal para que começasse a corrida em direção
ao cesto, aconteceu algo inusitado: as crianças deram as mãos umas às outras e
começaram a correr juntas.
“Mas” é uma conjunção coordenativa adversativa, que estabelece uma relação de opo-
sição. No trecho, a que “mas” se opõe?
“Mas” estabelece uma relação de oposição com a ideia de que as crianças deveriam
competir. Era isso que se esperava delas, contudo, elas se uniram para que todas ganhassem
o prêmio.
LÍNGUA PORTUGUESA
9
c) No texto lido, há duas ocorrências de uso de travessão. O que esse sinal significa em
“Ubuntu”?
Da forma como foi utilizado em “Ubuntu”, o travessão indica uma fala, a interlocução de um
personagem.
d) Pense sobre a filosofia ubuntu: Eu sou porque nós somos. Escreva um final para a lenda
que você acabou de ler que seja contrário a essa filosofia.
Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes escrevam um final que tenha competição,
10 CAPÍTULO 1
No final do século XVI, o inglês William Shakespeare (1564-1616) escreveu a tragédia
Romeu e Julieta, na qual dois jovens de famílias inimigas conhecem-se, apaixonam-se e,
mesmo sabendo que as famílias jamais aprovariam, decidem casar-se... Não vamos contar o
final da história, que, com certeza, envolve uma poção! Essa história parece conhecida, não?
Se você ainda não leu Romeu e Julieta nem viu nenhuma de suas versões cinematográ-
ficas, procure, na biblioteca pública de sua cidade, um exemplar da obra e mergulhe nessa
história!
Pit stop 2
As lendas, muitas vezes, servem para que as pessoas entendam fatos que não conseguem
explicar racionalmente. Uma sombra, em um lago, pode se transformar em um monstro que
tanto apavora uma comunidade quanto pode se transformar em incentivo turístico... Você co-
nhece, por exemplo, o monstro do lago Ness?
Tudo pode ter começado na Idade Média, com uma história celta de um cavalo prateado
chamado Kelpie, que vivia no lago escocês.
11
4 Leia, com bastante atenção, a sentença abaixo.
Apelidado carinhosamente de Nessie, ele viveria nas águas frias do segundo maior lago
escocês, que soma 37 km de extensão e possui 230 metros de profundidade! [...]
O pronome “ele” faz referência a que elemento da história?
a) Ao apelido. c) Ao lago.
X b) Ao monstro. d) Ao cavalo.
5 No texto, são utilizados verbos no futuro do pretérito – “viveria”, “teria”, “seria”. Que efeito
essas formas verbais provocam no leitor?
O futuro do pretérito é o tempo verbal utilizado para fazer referência a eventos que poderiam
ter ocorrido no passado, mas que acabaram não se realizando. No texto, essas formas verbais
trazem um sentimento de ironia: se está tratando, de forma “séria”, de um tema que se sabe é
6 No texto, há alguma indicação de que a história do monstro é levada a sério? Justifique sua
resposta.
O fato de a BBC ter promovido uma expedição ao lago, com 600 sonares e tecnologia de
Pit stop 3
Os folcloristas são pessoas que pesquisam e/ou colecionam material referente ao folclore.
No Brasil, alguns desses profissionais destacaram-se: o escritor Mário de Andrade (1893-1945),
autor de Macunaíma, obra que traz, em seu enredo, diversas manifestações culturais; o pesqui-
sador Luís da Câmara Cascudo (1898-1986), que escreveu o Dicionário do Folclore Brasileiro; e
a cantora Inezita Barroso (1925-2015), que divulgou, em seus programas televisivos, o cancio-
neiro popular brasileiro.
A sacizada
– É aqui, dentro destes gomos, que se geram e crescem meus irmãos de uma perna só – dis-
se o saci. – Quando chegam em idade de correr mundo, furam os gomos e saltam fora. Repare
quantos gomos furados. De cada um deles já saiu um saci.
Pedrinho viu que era exato o que ele dizia e mostrou desejos de abrir um gomo para espiar
um sacizinho novo ainda preso lá dentro. Professor(a): Explique aos estudan-
tes que, após “De cada um deles”,
– Vou satisfazer a sua curiosidade, Pedrinho, mas não posso revelar o segredo de furar os seria necessário o uso de vírgula,
gomos: portanto, vire-se de costas. considerando que a expressão
em pauta é um adjunto adverbial
O menino virou-se de costas, assim ficando até que o saci dissesse –Pronto! – Só então des- deslocado. Também é importante
explicar à classe que, em “mas não
virou-se e com grande admiração viu aberta num gomo uma perfeita janelinha. posso revelar o segredo de furar
– Posso espiar? – perguntou. os gomos: portanto, vire-se de
costas”, no lugar dos dois-pontos,
– Espie mas com um olho só – respondeu o saci. – Se espiar com os dois, o sacizinho acorda o uso recomendado pela norma é
de ponto e vírgula. Há outro caso
e joga nos seus olhos a brasa do pitinho. que deve ser observado com os
O menino assim fez. Espiou com um olho só e viu um sacizinho do tamanho de um camun- estudantes: em “e com grande
admiração viu aberta num gomo
dongo, já de pitinho aceso na boca e carapucinha na cabeça. Estava todo encolhido no fundo uma perfeita janelinha”, o adjunto
do gomo. adverbial “num gomo” precisaria
ser isolado por vírgulas. Em “Espie
– Que galanteza! – exclamou Pedrinho. – Que pena o povo lá de casa não estar aqui para ver mas com um olho só”, é necessária
uma vírgula antes de “mas”.
esta maravilha!
12 CAPÍTULO 1
Professor(a): Explique aos estudantes que, em “Esse sacizinho ainda fica aí durante quatro anos”, é necessária uma vírgula entre o ajunto adverbial
de lugar “aí” e o adjunto adverbial de tempo “durante”. Em “A conta da nossa vida dentro dos gomos é de sete anos”, o adjunto adverbial “dentro
dos gomos”, pelo uso deslocado, precisa estar isolado por vírgulas. O mesmo ocorre em “para viver no mundo setenta e sete anos justos”, em
– Esse sacizinho ainda fica aí durante quatro anos. A conta da nossa vida dentro dos gomos
taquaruçu: um tipo de bambu,
é de sete anos. Depois saímos para viver no mundo setenta e sete anos justos. Alcançando
encontrado em todo o território
essa idade, viramos cogumelos venenosos, ou orelhas-de-pau.
brasileiro.
Pedrinho regalou-se de contemplar o sacizete adormecido e ali ficaria horas se o saci não o
puxasse pela manga. Monteiro Lobato
–Chega – disse ele. – Vire-se de costas outra vez, que é tempo de fechar a janelinha. (1982-1948)
Pedrinho obedeceu, e quando de novo olhou não conseguiu perceber no gomo do taqua- Advogado de formação e
ruçu o menor sinal de janelinha. promotor, foi um dos grandes
escritores do século passado.
MONTEIRO LOBATO, José Bento. O saci. 16. ed. Paulo: Brasiliense, 1958, pp. 40-41. [Adap.]
Teve relevância também como
editor e tradutor, trazendo
7 Qual é o tema dessa parte do texto?
para o Brasil livros inéditos
É a busca pelo Saci empreendida por Pedrinho. e criando, para as crianças,
uma vasta obra e muitos
personagens, conhecidos
8 No texto, o sufixo -ete, na palavra sacizete, é... como a turma do Sítio do
a) referência de origem. Pica-pau Amarelo.
que “no mundo” precisaria estar
b) formação de gênero. isolado por vírgulas. Também é
c) grau de superioridade. importante alertar os estudantes
para o uso da vírgula em “Pedrinho
X d) indicação de diminutivo. obedeceu, e quando de novo olhou
não conseguiu perceber no gomo
9 Pedrinho usa, para referir-se a um sacizinho, a frase “Que galanteza!”. Pelo contexto, qual do taquaruçu o menor sinal de
janelinha”. A norma orienta o uso
seria a substituição adequada para a sentença? da vírgula, no período em questão,
da seguinte maneira: “Pedrinho
a) Que horror! Professor(a), após a atividade realizada, peça aos estudantes que obedeceu e, quando de novo olhou,
procurem o termo galanteza no dicionário. Eles provavelmente en- não conseguiu perceber, no gomo
b) Que gostosura! contrarão que galanteza é a qualidade de ser galante, ou seja, de ser do taquaruçu, o menor sinal de
elegante, amável, simpático, gentil. Explique à turma que o termo janelinha”.
X c) Que lindeza! era muito utilizado no início do século XX, quando Monteiro Lobato
escreveu essa obra.
d) Que nojo!
10 Em seu texto, Monteiro Lobato utiliza, para descrever o saci que está no gomo do taquaruçu,
muitos substantivos no diminutivo: sacizinho, pitinho, carapucinha. Em sua opinião, para
que ele faz isso?
Monteiro Lobato usa o grau diminutivo nessa descrição para denotar afeto, para mostrar que
Pedrinho não via o saci como uma ameaça, e sim como companheiro que merece cuidado e
carinho.
11 Outro personagem muito famoso nas lendas brasileiras é o Curupira. Leia, a seguir, um
pouco mais sobre ele.
Lenda do Curupira
imagetico/Shutterstock
O Curupira é o guardião das florestas e dos animais. Possui traços indígenas,
cabelo de fogo e os pés virados para trás. Dizem que possui o dom de ficar invi-
sível. O curupira é o protetor daqueles que sabem se relacionar com a natureza,
utilizando-a apenas para a sua sobrevivência.
Os homens que derrubam árvores para construir sua casa e seus utensílios, ou,
ainda, para fazer o seu roçado e caçar apenas para alimentar-se, têm a proteção
do Curupira. Mas aqueles que derrubam a mata sem necessidade, os que caçam
indiscriminadamente, estes têm no Curupira um terrível inimigo e acabam caindo
em suas armadilhas.
Para vingar-se, o Curupira se transforma em caça. Pode ser uma paca, onça ou qual-
quer outro bicho que atraia os caçadores para o meio da floresta, fazendo-os perder a
noção de seu rumo e ficar dando voltas no mato, retornando sempre ao mesmo lugar.
Outra forma de atingir os maus caçadores é fazendo com que sua arma não funcio-
LÍNGUA PORTUGUESA
relação de respeito pela vida silvestre. Como diz a lenda, se o homem utilizar a natureza
apenas para suas necessidades, sem desperdício, a natureza não se voltará contra ele.
Cruzando a linha
Leia, agora, uma lenda que explica a criação do pirarucu, peixe amazônico.
A lenda do pirarucu
O pirarucu é um peixe da Amazônia, cujo comprimento pode chegar a até 2 metros. Suas
escamas são grandes e rígidas o suficiente para serem usadas como lixas de unha, como arte-
sanato ou, simplesmente, vendidas como souvenirs.
14 CAPÍTULO 1
A carne do pirarucu é suave e usada em pratos típicos da região. Pode também ser preparada
de outras maneiras, frequentemente salgada e exposta ao sol para secar. Se fresca ou seca, a
carne do pirarucu é sempre uma delícia em qualquer receita.
Pirarucu era um indígena que pertencia ao povo Uaiá, que habitava as planícies de Lábrea
no sudoeste da Amazônia. Ele era um bravo guerreiro, mas tinha um coração perverso, mes-
mo sendo filho de Pindarô, um homem de bom coração e também chefe do povo. Pirarucu era
cheio de vaidades, egoísmo e excessivamente orgulhoso de seu poder.
Um dia, enquanto seu pai fazia uma visita amigável a aldeias vizinhas, Pirarucu se apro-
veitou-se da ocasião para tomar como reféns os índios da aldeia e executá-los sem nenhum
motivo. Pirarucu também adorava criticar os deuses.
Tupã, o deus dos deuses, observou Pirarucu por um longo tempo, até que, cansado daquele
comportamento, decidiu punir Pirarucu. Tupã chamou Polo e ordenou que ele espalhasse seu
mais poderoso relâmpago na área inteira. Ele também chamou Iururaruaçu, a deusa das tor-
rentes, e ordenou que ela provocasse as mais fortes torrentes de chuva sobre Pirarucu, que es-
tava pescando com outros indígenas às margens do rio Tocantins, não muito longe da aldeia.
O fogo de Tupã foi visto por toda a floresta. Quando Pirarucu percebeu as ondas furiosas
do rio e ouviu a voz enraivecida de Tupã, ele somente as ignorou com uma risada e palavras
de desprezo.
Então, Tupã enviou Xandoré, o demônio que odeia os homens, para atirar relâmpagos e tro-
vões sobre Pirarucu, enchendo o ar de luz. Pirarucu tentou escapar, mas, enquanto ele corria
por entre os galhos das árvores, um relâmpago fulminante, enviado por Xandoré, acertou o Professor(a), explique aos estudan-
tes que o pirarucu é considerado
coração do guerreiro, que, mesmo assim, recusou-se a pedir perdão. um dos “gigantes” da água doce,
Todos aqueles que se encontravam com Pirarucu correram para a selva, terrivelmente as- chegando a pesar, quando adulto,
de 100 a 200 kg, atingindo até 2 m
sustados. Depois o corpo de Pirarucu, ainda vivo, foi levado para as profundezas do rio Tocan- de comprimento. Seu nome, “pira-
tins e transformado em um peixe gigante e escuro. Pirarucu desapareceu nas águas e nunca rucu”, vem do tupi-guarani pira, que
mais retornou, mas por um longo tempo ainda foi o terror da região. significa “peixe”, e urucum, “verme-
lho”. Onívoro, o pirarucu come tanto
ALVES, Maria José de Castro; PEREIRA, Maria Antonieta (coord.). A lenda do pirarucu. In: Lendas e animais quanto vegetais.
mitos do Brasil. Belo Horizonte: A Tela e o Texto, 2007, pp. 34-38. Disponível em: http://www.letras.
ufmg.br/site/e-livros/Lendas%20e%20Mitos%20do%20Brasil.pdf . Acesso em: 7 jun. 2023. [Adap.]
SergioRocha/Shutterstock
Pirarucu.
a) O texto que você leu começa com dois parágrafos que ainda não fazem parte da lenda.
Por que isso acontece?
Espera-se que os estudantes percebam que esses dois parágrafos iniciais são uma
introdução que visa informar o leitor sobre o pirarucu, considerando que nem todos os
b) Selecione, do texto, o trecho que explica como era Pirarucu e quais de suas característi-
cas opõem-se.
LÍNGUA PORTUGUESA
15
c) Quais são as divindades que se unem para castigar Pirarucu?
Tupã, Polo, Iururaruaçu e Xandoré.
d) Escreva, abaixo, um trecho do texto que contenha uma relação de causa e efeito.
“Tupã, o deus dos deuses, observou Pirarucu por um longo tempo, até que, cansado
e) Pirarucu era, de fato, um guerreiro muito temido pelos indígenas de seu povo. Copie,
abaixo, um trecho do texto que confirma essa afirmação.
“Pirarucu desapareceu nas águas e nunca mais retornou, mas por um longo tempo ainda
f ) Em sua opinião, a punição de Pirarucu foi justa? O que ele poderia ter feito para mudar
o desfecho da lenda?
Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes percebam que foi o comportamento
egoísta e perverso de Pirarucu que causou seu castigo – e, mais do que isso, sua recusa em
g) De acordo com a resposta que você deu à atividade anterior, reescreva o final da lenda.
Resposta pessoal.
16 CAPÍTULO 1
2
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ROMANCE /
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APRESENTAÇÃO DE LIVRO
1.a) Resposta pessoal. Professor(a), repare que a pergunta infere que o estudante já tenha lido algum
romance, considerando que é um gênero trabalhado desde os anos finais do Ensino Fundamental. Caso
algum estudante afirme nunca ter lido um romance, converse com ele e explique que esse gênero li-
terário abarca muitos tipos – talvez o estudante só não reconheça o que leu como romance. Isso será
tratado mais adiante. Habilidades abordadas: D1 –
Romance 1.b) Resposta pessoal. Professor(a), deixe que os alunos troquem impressões
sobre os romances que já leram e que se expressem livremente.
Localizar informações explícitas
em um texto. D2 – Estabelecer
relações entre partes de um
Esquentando os motores... texto, identificando repetições
ou substituições que contri-
buem para a continuidade dele.
1 Converse com seus(suas) colegas e com o(a) professor(a) sobre estas questões: D3 – Inferir o sentido de uma
palavra ou expressão. D4 – Inferir
a) Que romances você já leu? Gostou de ler esse tipo de gênero textual? uma informação implícita em
um texto. D4 – Reconhecer o
b) Qual romance que você já leu foi o seu preferido? Por quê? tema em contos e fragmentos
de romances. D10 – Identificar
2 Leia um trecho de Melodia mortal, de Pedro Bandeira e Guido Carlos Levi. Depois, responda: o conflito gerador do enredo e
do que trata o romance? Você percebe alguma diferença de opinião entre os personagens? os elementos que constroem
a narrativa. D11 – Estabelecer
[...] relação causa/consequência entre
– Muito bem, Watson. Já que tocamos no caso da estranha morte de Bellini, sou obrigado a partes e elementos do texto.
confessar-lhe que tive de atravessar o Canal da Mancha para ajudar meus amigos da polícia D11 – Reconhecer a relação de
causa e consequência em diferen-
francesa a solucionar a substituição da famosa Mona Lisa no Museu do Louvre por uma cópia, tes textos. D11 – Reconhecer a
aliás, muito malfeita. – Tirou uma profunda baforada do cachimbo e soltou um perfeito círculo relação de causa e consequência
de fumaça em direção ao teto. – Ah, como seria bom se não tivéssemos de atravessar o Canal em piadas e fragmentos de ro-
mance. D13 – Identificar as mar-
a bordo desses vapores chacoalhantes! Tenho certeza de que a notável engenharia inglesa cas linguísticas que evidenciam
ainda haverá de inventar um modo de passarmos da nossa ilha ao continente, de Dover a o locutor e o interlocutor de um
Calais, através de um túnel sob o mar, a bordo de um seguro trem inglês. texto. D15 – Estabelecer relações
lógico-discursivas presentes no
– Ora, Holmes, só você mesmo: atravessar o Canal da Mancha de trem por baixo d’água! – texto, marcadas por conjunções,
ousei, brincando com a imaginação de Holmes. advérbios etc. D20 – Reconhecer
opiniões distintas sobre o mesmo
– E por que não, Watson? O que você me diz da locomotiva movida a energia elétrica criada tema, na comparação entre dife-
por Robert Davidson desde 1842? Já foram feitos vários testes e tenho certeza de que logo ela rentes textos. D21 – Reconhecer
se tornará viável! Faltam apenas dez anos para o fim deste século e você não viu que essa in- opiniões divergentes sobre o
mesmo tema em diferentes
venção vai permitir que nosso Metropolitan Railway, o nosso metrô, possa atravessar Londres textos. D21 – Reconhecer ideia
por baixo da terra? Por baixo da terra, Watson! Sem a fumaça das caldeiras, atravessar um comum e opiniões divergentes
túnel será bem menos sufocante! sobre o mesmo tema na compa-
ração entre diferentes textos.
– Ora, bem... esse Davidson! Um escocês!
– Sempre do Império, Watson, sempre do Império! Um fiel súdito de nossa Victoria Regina! chacoalhante: agitado,
Não duvide da inventividade vitoriana. Já dominamos meio mundo! Não há nada que não sacudido.
possamos conquistar!
– Bem, bem, Holmes, mas você me falava da substituição da Mona Lisa por uma cópia Pedro Bandeira
malfeita... (1942-)
– Ah, sim. Mas foi simples: não levei mais de um dia para descobrir a tela original enrolada e Paulista da cidade de Santos,
escondida dentro do oco da bengala do vice-diretor do Louvre, antes que ele pudesse se safar já publicou mais de 100 livros!
com ela. Assim, nada mais tendo a fazer por lá e, como a forte impressão da apresentação da Foi ator teatral, jornalista e
Norma na Ópera de Londres ainda estivesse incrustada em meu cérebro, resolvi investigar o
publicitário, e teve inclusive
mistério da morte do seu autor.
uma obra adaptada para o
[...]
cinema.
BANDEIRA, Pedro; LEVI, Guido Carlos. Melodia mortal: Sherlock Holmes investiga as mortes de gênios
da música. Rio de Janeiro: Fábrica231, 2017. p. 19-20. Guido Carlos Levi
(1941-)
Espera-se que, pelo título e pelos personagens apresentados, o estudante infira que se trata de
Parceiro de Pedro Bandeira
LÍNGUA PORTUGUESA
um romance policial que vai tratar de um mistério relacionado à música. Além disso, o estudante em Melodia mortal, é médico
infectologista nascido em Jaú-
deve perceber que Sherlock e Watson têm opiniões diferentes sobre a importância e utilização
SP, e publicou várias obras de
da tecnologia possível à época. referência na área médica.
17
Dando a largada!
Continue lendo mais um trecho de Melodia mortal e, depois, responda às questões 1 e 2.
[...]
– Investigando a História! Isso, Holmes! E o que descobriu?
– Detalhes, detalhes, detalhes... Mas você, como médico, talvez possa completar alguns indubitável: incontestável;
pontos que faltam para rematar essa costura. Vamos começar por uma síntese dos fatos co- aquilo de que não se duvida.
nhecidos e indubitáveis. Pude levantar cinco pontos importantes para essa investigação.
Em primeiro lugar, Bellini faleceu no dia 23 de setembro de 1835, em Puteaux, perto de Paris,
na residência de um casal de amigos, os Lewis, que o hospedavam já há algum tempo. Em
segundo, ele andava queixando-se de alguma indisposição, como referido nos testemunhos
de amigos, entre os quais Rossini.
– Rossini? – admirei-me. – Aquele que compôs o... Como é mesmo? Aquele do Fígaro...
– Esse mesmo, Gioacchino Rossini, o autor de O barbeiro de Sevilha. Já morreu há mais de
20 anos, mas é uma pena que tenha parado de compor óperas e passado a dedicar-se quase
que só aos prazeres da mesa. Lá em Paris, inclusive, andam servindo uma receita de filé com
bacon, trufas e patê que dizem ter sido inventada por ele. Muito gorduroso!
– Que horror! – palpitei. – Para mim, nada iguala um bom prato de peixe com batatas fritas,
bem inglês! Mas estávamos falando da morte de Bellini...
– Pois é – continuou Holmes. – Ele estava sob os cuidados de um certo doutor Luigi Montal-
legri, mas não gostava nada desse médico, nada mesmo...
– Bem, ora... A medicina da época! – exclamei, com um muxoxo. – Não é como a moderni-
dade desse nosso fim de século tão científico!
[...]
BANDEIRA, Pedro; LEVI, Guido Carlos. Melodia mortal: Sherlock Holmes
investiga as mortes de gênios da música. Rio de Janeiro: Fábrica231, 2017. p. 20.
Habilidades abordadas: D1 - Loca-
1 Sherlock Holmes, além de resolver mistérios, parece que consegue prever o futuro também! lizar informações explícitas em um
texto. D3 - Inferir o sentido de uma
Conforme os dois trechos lidos, quais são as previsões do grande detetive que se cumpri- palavra ou expressão. D5 - Inter-
ram? pretar texto com auxílio de material
gráfico diverso (propagandas, qua-
Resposta pessoal. Espera-se que o estudante reconheça, na fala do detetive, o roubo da drinhos, fotos etc.). D6 - Identificar
o tema de um texto. D12 - Identi-
Mona Lisa, no Museu do Louvre, ocorrido em 1911 – a tela foi recuperada apenas em 1914; a ficar a finalidade de textos de dife-
rentes gêneros. D16 - Identificar
efeitos de ironia ou humor em
inauguração do Eurotúnel, túnel submarino no qual trafega um trem que atravessa o Canal da textos variados. D16 - Reconhecer
ironia e efeitos de sentido decor-
Mancha, ligando o Reino Unido e a França; a instalação do metrô, que atravessa a cidade de rentes da repetição de palavras em
textos diversos. D17 - Reconhecer
Londres; e a criação do prato francês conhecido como Tournedos Rossini, em homenagem ao o efeito de sentido decorrente do
uso da pontuação e de outras no-
compositor de O barbeiro de Sevilha. tações. D18 - Reconhecer o efeito
de sentido decorrente da escolha
de uma determinada palavra ou
2 Qual é o tipo de narrador do romance policial apresentado? expressão. D19 - Reconhecer
relações de sentido marcadas por
a) Observador. X c) Personagem. conjunções, a relação de causa e
b) Onisciente. d) Onipresente. consequência e a relação entre o
Espera-se que o estudante perceba que a história é contada pelo Dr. Watson em primeira pessoa. pronome e seu referente em dife-
Exemplos: “[...] ousei, brincando com a imaginação de Holmes”, “[...] admirei-me”, “[...] palpitei”, rentes gêneros. D19 - Reconhecer
“[...] exclamei com um muxoxo”. o efeito de sentido decorrente da
exploração de recursos ortográficos
Apresentação de livro e/ou morfossintáticos. D19 - Reco-
nhecer relação de sentido marcada
por conjunção em textos diversos.
Esquentando os motores... D20 - Reconhecer diferentes
formas de tratar uma informação
na comparação de textos que
1 Converse com seus(suas) colegas sobre o seguinte questionamento: quando você vai abordam o mesmo tema, em fun-
escolher um livro para leitura, qual é o elemento que mais lhe chama a atenção na hora ção das condições em que ele foi
produzido e daquelas em que será
dessa escolha? recebido. D21 - Reconhecer a ideia
comum entre textos de gêneros
Resposta pessoal. Professor(a), converse com a classe sobre os vários elementos de um livro: diferentes e a ironia em tirinhas.
capa, quarta capa, orelha, dedicatória, apresentação (ou prefácio), sumário, H17 - Reconhecer a presença de
texto propriamente dito, posfácio... valores sociais e humanos atualizá-
veis e permanentes no patrimônio
literário nacional. H20 - Reconhecer
a importância do patrimônio linguís-
tico para a preservação da memória
e da identidade nacional.
18 CAPÍTULO 2
2 Que elementos da capa deste livro chamariam sua atenção?
19
b) Essas características da obra, apontadas por Paulo Rónai, assustariam você? Justifique
sua resposta.
Resposta pessoal.
c) Sublinhe, no texto, as palavras que você não conhece e, pelo contexto, tente entender
seu sentido. Depois, procure o significado delas no dicionário e veja se você acertou em
suas inferências. Resposta pessoal.
d) No trecho “[...] tão substanciosa como aquela [...]”, a que faz referência o pronome des-
tacado?
À obra Corpo de baile, citada anteriormente.
e) No trecho a seguir, qual é a relação criada entre as sentenças pela conjunção “embora”?
A conjunção “embora” cria uma relação de concessão entre as orações – mesmo não
fugindo à linguagem utilizada pelo autor em seus livros anteriores, a escrita da obra que ora
Dando a largada!
Leia, agora, um trecho do prefácio da obra Do incrível ao bizarro: enciclopédia de livros anti-
gos, idealizada por Marina Avila. Depois, responda às questões 1 e 2.
É impressionante a riqueza dos séculos passados. Quando pensamos em arte, rapidamente
lembramos de quadros em museus, objetos de design ou aulas com pintura em aquarela, e Marina Avila
esquecemos das criaturas tímidas e discretas que são os livros. é uma produtora editorial que
atua também como capista de
Dentro de suas capas protetoras, um novo universo se expande, comprimido em papéis e
livros e diagramadora desde
pergaminhos, e a tinta que embebeda as páginas agarra a imaginação com histórias e temáti-
2009. Fundou a Editora Wish
cas muito incomuns às que conhecemos hoje. [...]
e trabalha atualmente com
A pesquisa para este projeto prolongou-se por um ano e meio, sempre localizando informa- autores e editoras como Novo
ções e imagens que, como tantas outras, jamais poderiam ter ficado de fora da Enciclopédia. Conceito, Pandorga, Novo
Foi um período tão intenso e gratificante que podíamos sentir toda a energia do trabalho Século, Luz da Serra e outras.
aplicada em cada obra selecionada. [...] Tem como foco aprimorar o
A Enciclopédia foi organizada sem ordem alfabética ou por data de publicação, e sim para projeto gráfico no mercado
que formasse um caminho de descobertas e cada livro desvendado fosse completamente di- editorial.
ferente do próximo.
AVILA, Marina. Prefácio. In: Do incrível ao bizarro: enciclopédia de livros antigos.
São Caetano do Sul: Wish, 2019. p. 12-13.
20 CAPÍTULO 2
2 Na opinião da organizadora da obra, os livros têm tanto destaque no mundo da arte quanto
outras manifestações artísticas? Justifique sua resposta com um trecho do texto.
Não. “Quando pensamos em arte, rapidamente lembramos de quadros em museus, objetos de
design ou aulas com pintura em aquarela, e esquecemos das criaturas tímidas e discretas que
são os livros.”
Cruzando a linha
As normas populares, vernáculas, opõem-se às normas cultas locais, fazendo do português
uma língua não uniforme. Leia um fragmento do romance Inferno, de Patrícia Melo, e ob-
serve essa heterogeneidade linguística de que se fala. Depois, responda às questões 1 e 2.
[...]
Reizinho pegou as quatro notas de cinquenta e saiu. Sol forte. Era seu primeiro salário.
Quatro notas de cinquenta. O salário da mãe eram seis notas de cinquenta. Um trabalho muito
pior. A Alzira é uma burra, ele ouvira a patroa da mãe dizer [...]. Eu ensino, dizia dona Juliana
para alguém na sala, uma amiga, que ouvia e se divertia, eu ensino, mas não adianta. Alzira é
a pessoa mais burra que já vi na minha vida, peça para ela repetir a palavra “brócolis”. Peça
para ela pôr uma mesa, veja o que ela faz com os talheres. Aspargo é isparjo. Vou comprar is-
parjo, dona Juliana. E rúcula? Risos. Isparjo é ótimo. Risos. Rúcula é rucum. Se dependo dessa
infeliz, estou morta. Isparjo. Uma burra completa. É bronca, é sonsa, é lerda, essa Alzira. Tanta
humilhação por apenas seis notas de cinquenta.
Reizinho, de sua cama, separada por uma chapa de madeira compensada da cama de casal,
onde a mãe dormia com a irmã, ouvia as duas conversarem. Noites abafadas, chuvas. A voz da Patrícia Melo
mãe, segredando, lamuriante, não suporto, não aguento mais, minha filha, os gritos na minha (1962- )
cabeça. Só porque eu manchei. Quebrei. Queimei. Estraguei. Não dei o recado. Só porque eu é uma das principais escritoras
esqueci. Só porque não sei. Seis notas de cinquenta. contemporâneas brasileiras.
Professor(a), explique aos estudantes que, no trecho “uma amiga, Também atua como roteirista,
[...] que ouvia e se divertia”, a próclise não se justifica.
MELO, Patrícia. Inferno. São Paulo: Companhia das Letras, 2000. p. 21-22. dramaturga e artista plástica.
a casa era pequena, pois o mesmo cômodo servia de quarto para os três membros da família,
dividido por uma chapa de madeira, com o rapaz dormindo em um lado do cômodo e a mãe e a
filha do outro lado, dividindo a mesma cama. Pode-se dizer também que a chapa de madeira não
oferecia privacidade, já que Reizinho podia ouvir a mãe falando do outro lado do quarto, mesmo
21
Leia o trecho abaixo. Em seguida, responda às questões 3 e 4. arrufasse: irritasse.
A senhora estranhou, na última vez que estivemos juntos, a minha excessiva indulgência pelas
criaturas infelizes, que escandalizam a sociedade com a ostentação do seu luxo e extravagâncias.
José de Alencar
Quis responder-lhe imediatamente, tanto é o apreço em que tenho o tato sutil e esquisito O cearense José de Alencar
da mulher superior para julgar de uma questão de sentimento. Não o fiz, porque vi sentada (1829-1877), jornalista,
no sofá, do outro lado do salão, sua neta, gentil menina de 16 anos, flor cândida e suave, que advogado, político, escritor
mal desabrocha à sombra materna. Embora não pudesse ouvir-nos, a minha história seria e dramaturgo, fez parte do
uma profanação na atmosfera que ela purificava com os perfumes da sua inocência; e – quem Romantismo, criando obras
sabe? – talvez por ignota repercussão o melindre de seu pudor se arrufasse unicamente com indianistas – como Iracema e
os palpites de emoções que iam acordar em minha alma. O Guarani, que virou ópera
ALENCAR, J. Lucíola. 12. ed. São Paulo: Ática, 1998. p. 3. (Fragmento). com música de Carlos Gomes –
e também de temática urbana
3 Os vocábulos gramaticais têm importante papel nos textos. Eles são responsáveis por con- – com Senhora e Lucíola,
duzir o leitor na retomada de ideias e palavras, o que garante os princípios da continuidade entre outras. Foi membro da
e da progressão temáticas. É o que se observa, por exemplo, em... Academia Brasileira de Letras.
a) ... “... a minha excessiva indulgência pelas criaturas infelizes, que escandalizam a socie-
dade...”, na qual o pronome que retoma “indulgência”.
b) ... “Embora não pudesse ouvir-nos, a minha história seria uma profanação na atmosfera
que ela purificava...”, em que nos refere-se a “história”.
X c) ... “Não o fiz, porque vi sentada no sofá, do outro lado do salão, sua neta, gentil menina
de 16 anos...” em que o retoma “quis responder-lhe”.
d) ... “... pelas criaturas infelizes, que escandalizam a sociedade com a ostentação do seu
luxo e “extravagâncias”, em que seu refere-se a “luxo e extravagâncias”.
e) ...... “Quis responder-lhe imediatamente, tanto é o apreço em que tenho o tato sutil e
esquisito da mulher superior...”, em que lhe refere-se a ”mulher superior”.
4 O que significa ignota? Tente compreender seu sentido pelo contexto. Depois, pesquise
no dicionário, veja se você inferiu corretamente e escreva o significado abaixo.
Ignota significa aquilo que não é conhecido, aquilo que não é notado.
5 Quem escreveu esse prefácio? Justifique sua resposta. Professor(a), em relação ao trecho
“além de se entender bem a dis-
Ali Almossawi, o autor do livro. A informação pode ser inferida das informações constantes da ciplina”, é importante lembrar aos
alunos que não é necessário utilizar
fonte do texto citado. a próclise, pois a preposição não
atrai o pronome. Já em “é neces-
sário saber como não entendê-la”, a
6 Você concorda com a frase do autor estadunidense Stephen King, citada no prefácio acima? ênclise não se justifica, já que a par-
Explique o porquê. tícula “não” atrai o pronome; assim,
o trecho ficaria: “é necessário saber
Resposta pessoal. como não a entender”.
22 CAPÍTULO 2
Você vai ler, agora, um trecho da apresentação da obra Chove nos campos de Cachoeira, do
escritor paraense Dalcídio Jurandir. A seguir, responda às perguntas propostas em relação a
essa leitura.
[...]
Gestado e escrito entre 1929 e 1939, período situado entre as duas guerras mundiais, o ro-
mance apresenta ao país, num contexto literário marcado pela expressão das regionalidades
Professor(a), no trecho “se põe a
brasileiras, dramas e expectativas de habitantes da pequena vila de Cachoeira, na ilha de Ma- folhear catálogos”, considerando
rajó, e o faz a partir do chalé de madeira habitado pelo branco e viúvo Major Alberto, secretá- que não há partícula que atraia o
pronome, a ênclise deveria ter sido
rio intendente da vila economicamente decadente; por sua companheira negra e determinada, utilizada no lugar da próclise.
Amélia, que não possui o status de casada; pelos filhos do casal, a menina Mariinha, em idade
ainda tenra e de pequena participação, e o menino melancólico, solitário e sonhador, Alfredo,
então por volta de onze anos. É habitado ainda por Eutanázio, filho solteiro do casamento do Dalcídio Jurandir
Major, casamento que lhe rendeu três outras filhas – uma das quais é cega –, também adultas e (1909-1979)
habitantes de outra cidade, Muaná. [...] Respeitadas as diferenças, Major Alberto, que em casa,
foi um romancista paraense.
após o trabalho, se põe a folhear catálogos “como se folheasse os próprios sonhos”, lembrará, Seu livro Chove nos campos de
talvez com algum exagero de comparação, o famoso cavaleiro concebido por Cervantes. Cachoeira ganhou o primeiro
PANTOJA, Edilson. Por que “Chove nos campos de Cachoeira” sobrevive ao tempo? In: JURANDIR, lugar no concurso literário
Dalcídio. Chove nos campos de Cachoeira. 8. ed. Bragança: Parágrafo Editora, 2019. p. 12. promovido pela Revista Dom
Casmurro em 1940.
7 Cite alguns dos personagens da obra.
Major Alberto, Amélia, Mariinha, Alfredo, Eutanázio, as três filhas do primeiro casamento do
Major.
8 No trecho “– uma das quais é cega –“, qual é a função dos travessões?
Os travessões, no caso, substituem as vírgulas, enfatizando um trecho intercalado à informação
principal.
“O cavaleiro da triste figura”, vivia sonhando, e lutava contra os moinhos de vento, que, em sua
23
Prepara Saeb
D1 - Localizar informações explícitas em um texto.
1. Leia o texto para responder à questão abaixo: A palavra “dito”, no trecho “[...] perguntou a um nativo como
se chamava o dito.”, refere-se ao termo
Nomear
Francisco. Escolha de minha avó. Meu pai nasceu Francisco, a) “aquele estranho animal”.
nome frequente na família. Tio-avô, tios, primos, compadres b) “Capitão Cook”.
e afilhados. Admiração da família por São Francisco de Assis. c) “explorador da Austrália”.
Nenhum dos Franciscos da família nascidos em 4 de outubro.
d) “O nativo”.
Nenhum. Nascessem qualquer data: Francisco. Também os
que ainda vão nascer: netos, bisnetos... Franciscos. Espera- e) “Todo mundo”.
-se. Gregório é sobrenome familiar. Descendência holandesa. Gabarito: A
Espalhados, a partir de Recife, pelas cidades do Nordeste, os 3. Leia o texto abaixo: D3 - Inferir o sentido de uma palavra
ou expressão.
holandeses chegaram ao Vale do Açu, Rio Grande do Norte, e
por lá constituíram família em parcerias com os “nativos” (ca- Mitos que metem medo
boclos, índios, negros). Em outubro, em várias partes do mundo, comemora-se o
Francisco Gregório, meu pai. Minha avó, muito atenta e par- Halloween, ou Dia das Bruxas. Tradição norte-americana. Mas
ticipativa, observou que em sua cidade muitos dos principais será que é o caso de importar lendas alheias se temos tantos
cidadãos assinavam seus nomes em suas casas comerciais: mitos capazes de botar qualquer bruxinha na sandália? Para
Açougue Preço Bom de Sebastião da Silva; Farmácia Saudade rebater a data, há quem defenda: 31 de outubro é o Dia do Saci.
de Jacinto da Silva; Armazém tem tudo de Josué da Silva; Con- Do Saci e de toda a sua turma, esses meliantes que vivem à
sultório Médico do Dr. Manoel da Silva; Escritório do Advogado solta, praticando toda sorte de malfeitorias. É hora de puxar a
Tenório da Silva etc. Muitos eram os compadres e comadres da ficha corrida dessa gente e dar o veredicto. Podemos ou não to-
Silva. Pois bem, decidido pela minha avó: Francisco Gregório da lerar tamanha série de abomináveis maldades? E mais: haverá
Silva, inaugurando na família o sobrenome comunitário: Silva. cadeia capaz de conter a imaginação?
Francisco Gregório Filho. Lembranças amorosas. GALLUCCI, Danilo Ribeiro. Disponível em: http://www.
SP: GLOBAL Editora 2000. almanaquebrasil.com.br/index.php?option=com_
content&view=article&id=7133:>. Acesso em: 17 out. 2011.
Ao batizar Francisco Gregório da Silva, a avó (Fragmento).
a) resgatou a origem holandesa da família.
A expressão “botar qualquer bruxinha na sandália” significa
b) homenageou São Francisco, santo de sua devoção.
que
c) constituiu família junto aos nativos caboclos.
a) a América não tem mitos capazes de impor medo.
d) lançou na família o sobrenome Silva.
b) a tradição americana é mais rica que a nossa.
Gabarito: D
D2 - Estabelecer relações entre partes de um c) o folclore brasileiro nada deixa a dever ao americano.
2. Leia o texto: texto, identificando repetições ou substituições
que contribuem para a continuidade dele. d) os personagens “do mal” predominam na cultura brasi-
Canguru
leira.
Todo mundo sabe (será?) que canguru vem de uma língua na- Gabarito: C
tiva australiana e quer dizer “Eu Não Sei”. Segundo a lenda, o D17 - Reconhecer o efeito de sentido
Capitão Cook, explorador da Austrália, ao ver aquele estranho
4. Leia o texto abaixo: decorrente do uso da pontuação e de
outras notações.
animal dando saltos de mais de dois metros de altura, pergun- O gambá
tou a um nativo como se chamava o dito. O nativo respondeu
No silêncio circular da praça, a esquina iluminada. O patrão
guugu yimidhirr, em língua local, Gan-guruu, “Eu não sei”. Des-
aguardava a hora de apagar as luzes do café. O garçom come-
confiado que sou dessas divertidas origens, pesquisei em alguns
çou a descer as portas de aço e olhou o relógio: meia-noite e
dicionários etimológicos. Em nenhum dicionário se fala nisso.
Só no Aurélio, nossa pequena Bíblia – numa outra versão. Defi- quarenta e cinco. O moço da farmácia chegou para o último
nição precisa encontrei, como quase sempre, em Partridge: cafezinho. Até ser enxotados, uns poucos fregueses de sem-
pre insistiam em prolongar a noite. Mas o bate-papo estava
Kangarroo; wallaby
encerrado.
As palavras kanga e walla, significando saltar e pular, são
Foi quando o chofer de táxi sustou o gesto de acender o ci-
acompanhadas pelos sufixos rôo e by, dois sons aborígines da
Austrália, significando quadrúpedes. garro e deu o alarme: um gambá! Correram todos para ver e,
mais que ver, para crer. Era a festa, a insólita festa que a noite
Portanto quadrúpedes puladores e quadrúpedes saltadores.
já não prometia. Ali, na praça, quase diante do edifício de dez
Quando comuniquei a descoberta a Paulo Rónai, notável lin- andares, um gambá.
guista e grande amigo de Aurélio Buarque de Holanda, Paulo
Vivinho da silva, com sua anacrônica e desarmada arquitetura.
gostou de saber da origem “real” do nome canguru. Mas acres-
centou: “Que pena. A outra versão é muito mais bonitinha”. No meio da rua – como é que veio parar ali? Um frêmito de
Também acho. batalha animou os presentes.
FERNANDES, Millôr. Disponível em: http://www.gravata.com/millor. Todos, pressurosos, foram espiar o recém-chegado. Só o
Acesso em: 26 fev. 1999. Corcundinha permaneceu imóvel diante da mesa de mármore.
24 CAPÍTULO 2
Prepara Saeb
D12 - Identificar a finalidade de textos de diferentes gêneros.
O corpo enterrado na cadeira, as grossas botinas mal 6. Leia o texto:
dispensavam as muletas. O intruso não lhe dizia respeito. Po-
Mente quieta, corpo saudável
dia sorver devagarinho o seu conhaque.
A meditação ajuda a controlar a ansiedade e a aliviar a dor?
Encolhido de medo e susto, o gambá não queria desafiar nin-
Ao que tudo indica, sim. Nessas duas áreas os cientistas en-
guém. Mas seus súbitos inimigos a distância mantinham uma
contraram as maiores evidências da ação terapêutica da me-
divertida atitude de caça. Ninguém sabia por onde começar a
ditação, medida em dezenas de pesquisas. Nos últimos 24
bem-vinda peleja. Era preciso não desperdiçar a dádiva que
anos, só a clínica de redução do estresse da Universidade de
tinha vindo alvoroçar a noite de cada um dos circunstantes.
Massachusetts monitorou 14 mil portadores de câncer, aids,
REZENDE, Oto Lara. O gambá. In: O elo perdido & outras histórias. dor crônica e complicações gástricas. Os técnicos descobriram
5. ed. São Paulo: Ática, 1998. p. 12. Fragmento. que, submetidos a sessões de meditação que alteraram o foco
*Adaptado: Reforma Ortográfica.
da sua atenção, os pacientes reduziram o nível de ansiedade e
No trecho “... um gambá!”, a exclamação expressa: diminuíram ou abandonaram o uso de analgésicos.
c) da linguagem figurada.
(1836-1881), objetivava fortalecer o apreço dos brasileiros
d) da verossimilhança. pelo próprio país, que acabava de se tornar independente
e) do tema natureza. de Portugal.
Gabarito: C
25
Prepara Saeb D10 - Identificar o conflito gerador do enredo e os elementos que
constroem a narrativa.
Leia um fragmento do romance O Guarani, de José de Alen- 9. Leia o texto para responder à questão a seguir:
car, de 1857. Nele, o índio Peri salva a menina branca Cecília
Conversa fiada
de ser esmagada por uma rocha.
Era uma vez um homem muito velho que, por não ter muito
[...]
o que fazer, ficava pescando num lago.
Cecília corria pelo vale perseguindo um lindo colibri, que no
Era uma vez um menino muito novo que também não tinha
voo rápido iriava-se de mil cores, cintilando como o prisma de
muito o que fazer e ficava pescando no mesmo lago.
um raio solar. A linda menina, com o rosto animado, rindo-se
dos volteios que a avezinha lhe fazia dar, como se brincasse Um dia, os dois se encontraram, lado a lado, na pescaria, e
com ela, achava nesse folguedo um vivo prazer. no mesmo momento, exatamente no mesmo instante, sentiram
aquela puxadinha que indica que o peixe mordeu a isca. [...]
Mas afinal, sentindo-se fatigada, foi recostar-se em um cô- Quando apareceram os respectivos peixes, porém, decepção: o
moro de relva, que elevando-se no sopé do rochedo formava peixe do menino era muito velho e o peixe do velho era muito
uma espécie de divã natural. Descansou a cabeça no declive, e novo!
assim ficou com os pezinhos estendidos sobre a grama que os
O velho disse para o menino:
escondia como a lã de um rico tapete; [...]
— Você não pode pescar esse peixe tão velho! Deixe que ele
De repente, entre o dossel de verdura que cobria esta cena,
viva o pouco da vida que lhe resta.
ouviu-se um grito vibrante e uma palavra de língua estranha:
O menino respondeu:
— Iara!
— E o que você vai fazer com este peixe tão novo? Ele é tão
É um vocábulo guarani: significa a senhora. pequeno... deixe que ele viva mais um pouco!
D. Antônio levantou-se; [...] O velho e o menino olharam um para o outro e, sem perder
De pé, fortemente apoiado sobre a base estreita que formava tempo, jogaram os peixes no lago.
a rocha, um selvagem coberto com um ligeiro saio de algodão Ficaram amigos e agora, quando não têm muito o que fazer,
metia o ombro a uma lasca de pedra que se desencravara do vão até o lago, cumprimentam os peixes e matam o tempo jo-
seu alvéolo e ia rolar pela encosta. gando conversa fora.
O índio fazia um esforço supremo para suster o peso da laje FRATE, Diléa. Histórias para acordar.
prestes a esmagá-lo; e com o braço estendido de encontro a São Paulo: Companhia das Letrinhas, 1996
um galho de árvore mantinha por uma tensão violenta dos
músculos o equilíbrio do corpo. O fato responsável pelo desenrolar da história é
A árvore tremia; por momentos parecia que pedra e homem a) o encontro e a pescaria do menino com o velho no lago.
se enrolavam numa mesma volta, e precipitavam sobre a me- b) o peixe do velho ser muito velho.
nina sentada na aba da colina. c) o peixe do menino ser novo e pequeno.
Cecília ouvindo o grito erguera a cabeça, e olhava seu pai
d) o retorno dos peixes ao lago.
com alguma surpresa, sem adivinhar o perigo que a ameaçava. Gabarito: A
Ver, lançar-se para sua filha, tomá-la nos braços, arrancá-la à D4 - Inferir uma informação implícita
10. Leia o texto a seguir. em um texto.
morte, foi para D. Antônio de Mariz uma só ideia e um só movi-
Vera, Sílvia e Emília saíram para passear pela chácara com
mento, que realizou com a força e a impetuosidade do sublime Irene.
amor de pai, que era toda a sua vida.
— A senhora tem um jardim deslumbrante, dona Irene! –
No momento em que o fidalgo deitava Cecília quase des- comenta Sílvia, maravilhada diante dos canteiros de rosas e
maiada sobre o regaço materno, o índio saltava no meio do hortênsias.
vale; a pedra girando sobre si, precipitada do alto da colina,
— Para começar, deixe o “senhora” de lado e esqueça o
enterrava-se profundamente no chão.
“dona” também – diz Irene, sorrindo. – Já é um custo aguentar
[...] D. Antônio, ainda pálido e trêmulo do perigo que correra a Vera me chamando de “tia” o tempo todo. Meu nome é Irene.
Cecília, volvia os olhos daquela terra que se lhe afigurava uma
Todas sorriem. Irene prossegue:
campa, para o selvagem que surgira, como um gênio benfazejo
— Agradeço os elogios para o jardim, só que você vai ter de
das florestas do Brasil.
fazê-los para a Eulália, que é quem cuida das flores. Eu sou um
ALENCAR, José. O Guarani. São Paulo: Ática, 1996. p. 72. fracasso na jardinagem.
Disponível em: http://www.dominiopublico.gov.br/download/
BAGNO, M. A língua de Eulália: novela sociolinguística.
texto/bv000135.pdf. Acesso em: 22 abr. 2012.
São Paulo: Contexto, 2003. (Adaptado).
O sentimento de amor à pátria fica evidenciado pela
As formas de tratamento “dona” e “senhora”, usadas por
a) crítica indireta ao homem português. Sílvia para se referir a Irene, sugerem que entre elas há di-
b) mistura das etnias portuguesa e indígena. ferenças de
c) presença ingênua da menina branca. a) classe. c) nacionalidade.
d) supervalorização do elemento indígena. b) idade. d) profissão.
Gabarito: D Gabarito: B
26 CAPÍTULO 2
3
VL
AD
GR
IN
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ers
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RESUMO / SINOPSE /
k
RESENHA
A princípio tudo correu bem, não houve entre nós nenhuma divergência. A conversa
alpendre: varanda coberta.
era longa, mas cada um prestava atenção às próprias palavras, sem ligar importância ao
que o outro dizia. Eu por mim, entusiasmado com o assunto, esquecia constantemente a caracu: tipo de gado que tem
natureza do Gondim e chegava a considerá-lo uma espécie de folha de papel destinada a pelo curto, liso e castanho-
-avermelhado.
receber as ideias confusas que me fervilhavam na cabeça.
27
O resultado foi um desastre. Quinze dias depois do nosso primeiro encontro, o re-
pernóstico: pedante,
dator do Cruzeiro apresentou-me dois capítulos datilografados, tão cheios de besteira
pretensioso.
que me zanguei:
– Vá para o inferno, Gondim. Você acanalhou o troço. Está pernóstico, está safado,
está idiota. Há lá ninguém que fale dessa forma!
Azevedo Gondim apagou o sorriso, engoliu em seco, apanhou os cacos da sua peque-
nina vaidade e replicou amuado que um artista não pode escrever como fala.
– Não pode? Perguntei com assombro. E por quê? Graciliano Ramos
Azevedo Gondim respondeu que não pode porque não pode. Nascido em Quebrangulo,
– Foi assim que sempre se fez. A literatura é a literatura. Seu Paulo. A gente discute, interior de Alagoas, Graciliano
briga, trata de negócios naturalmente, mas arranjar palavras com tinta é outra coisa. Se Ramos (1892-1953) foi um
escritor da segunda fase
eu fosse escrever como falo, ninguém me lia.
do Modernismo. Jornalista,
Levantei-me e encostei-me à balaustrada para ver de perto o touro mimosinho que político e servidor público, foi
Marciano conduzia ao estábulo. Uma cigarra começou a chiar. A velha Margarida veio preso em 1936, pelo governo
vindo pelo paredão do açude, curvada em duas. Na torre da igreja uma coruja piou. Es- de Getúlio Vargas, por ser
tremeci, pensei em Madalena. Em seguida enchi o cachimbo: filiado ao Partido Comunista.
– É o diabo, Gondim. O mingau virou água. Três tentativas falhadas num mês! Beba Ficou preso quase um ano,
conhaque, Gondim. período retratado na obra
RAMOS, Graciliano. São Bernardo. 11. ed. São Paulo: Martins, 1969. p. 61-63. (Adaptado.) Memórias do cárcere.
Dando a largada!
O resumo é um gênero textual que reúne as informações mais importantes de um tex-
to. Assim, a partir de um original, produz-se um novo texto, abreviado e objetivo. Lembre-
-se: o resumo é uma síntese, não uma cópia.
omite informações do texto original. Além disso, não haverá dois resumos iguais,
principalmente quando o texto original é literário: o que chama atenção de uma pessoa pode
não chamar
a atenção de outra.
28 CAPÍTULO 3
b) Há uma informação, no resumo, que não consta do capítulo 1 e que só poderia ser
conhecida pela leitura do livro. Que informação é essa?
O nome do narrador do capítulo, Paulo Honório.
Como se classifica o termo cada? A que ele faz referência no trecho em questão?
Cada é pronome indefinido; no trecho, faz referência aos colaboradores, que são citados
na sequência do texto.
Habilidades abordadas:
D1 - Localizar informações explíci-
Sinopse tas em um texto. D2 - Estabelecer
relações entre partes de um texto,
identificando repetições ou subs-
tituições que contribuem para a
Esquentando os motores... continuidade dele. D4 - Inferir uma
informação implícita em um texto.
D5 - Interpretar texto com auxílio
1 Quando você quis assistir a um filme, deve ter procurado um pequeno texto que traz infor- de material gráfico diverso (pro-
mações sobre ele, não? Você sabe como se chama esse tipo de texto? pagandas, quadrinhos, fotos etc.).
Professor(a), espera-se que o estudante reconheça, na descrição D12 - Identificar a finalidade de
Resposta pessoal. da atividade, o gênero textual sinopse. textos de diferentes gêneros.
D13 - Identificar as marcas linguís-
ticas que evidenciam o locutor e o
interlocutor de um texto.
A sinopse é um texto curto que traz informações sobre um livro, um filme, uma peça de D17 - Reconhecer o efeito de senti-
do decorrente do uso da pontuação
teatro, um show – enfim, sobre um produto cultural. É um gênero textual expositivo. e de outras notações.
D19 - Reconhecer o efeito de
sentido decorrente da exploração
2 Leia o texto a seguir. de recursos ortográficos e/ou mor-
fossintáticos. D20 - Reconhecer
Não recomendado para menores de 12 anos diferentes formas de tratar uma
informação na comparação de tex-
7e Art/20th Century Studios/Photo12/AFP
29
Em Avatar: O Caminho da Água, sequência de Avatar (2009), após dez anos da primeira
batalha de Pandora entre os Na’vi e os humanos, Jake Sully (Sam Worthington) vive paci-
ficamente com sua família e sua tribo. Ele e Ney’tiri formaram uma família e estão fazendo
de tudo para ficarem juntos, devido a problemas conjugais e papéis que cada um tem
que exercer dentro da tribo. No entanto, eles devem sair de casa e explorar as regiões de
Pandora, indo para o mar e fazendo pactos com outros Na’vi da região. Quando uma an-
tiga ameaça ressurge, Jake deve travar uma guerra difícil contra os humanos novamente.
Mesmo com dificuldade, Jake acaba fazendo novos aliados - alguns dos quais já vivem
entre os Na’vi e outros com novos avatares. Mesmo com uma guerra em curso, Jake e
Ney’tiri terão que fazer de tudo para ficarem juntos e cuidar da família e de sua tribo.
ADORO Cinema. Sinopse do filme Avatar: o caminho da água. Disponível em: https://www.adoroci
nema.com/filmes/filme-178014/. Acesso em: 11 jun. 2023.
a) A sinopse apresentada e a imagem motivaram você a assistir ao filme? Por quê? Professor(a), chame a atenção dos
Resposta pessoal. estudantes para o fato de que a
sinopse lida traz também a classifi-
Para ser efetiva, a sinopse deve apresentar três elementos: personagens cação indicativa do filme – Avatar: O
Caminho da Água é um filme para
principais, conflito e ambientação. Ou seja, deve trazer quais são os persona- adolescentes com mais de 12 anos.
gens do produto em questão, qual é o conflito em que esses personagens se Isso significa que pode trazer as-
suntos, imagens e discussões que
envolvem e em que universo isso ocorre. não são apropriados para menores
de 12 anos, por trazerem violência,
cenas de sexo ou que provoquem
b) Releia a sinopse de Avatar: O Caminho da Água. O texto apresenta os elementos neces- perturbações emocionais.
sários a uma sinopse? Dê exemplos.
Personagens: Jake Sully e Ney’tiri; conflito: ressurgimento de uma antiga ameaça, que
provocará uma nova guerra com os humanos; ambientação: Pandora, uma década após a
Dando a largada!
A sinopse que você vai ler a seguir é sobre o livro Tem lugar aí pra mim? Um livro sobre Direi-
tos Humanos e respeito à diversidade, publicado em 2018 pela Editora Panda Books. Responda
às atividades 1, 2 e 3 com base nesse texto.
Preconceito, discriminação, racismo, estereótipo, bullying, homofobia. Você já ouviu
essas palavras? E respeito, direito, cidadania, igualdade, diversidade, paz? Sabia que es-
sas palavras estão diretamente ligadas aos Direitos Humanos? Nesta obra você vai co-
nhecer a história deste documento tão importante na nossa vida e vai compreender que,
embora cada pessoa seja diferente a seu modo, somos todos iguais enquanto seres huma-
nos. Iguais e diferentes. Muito complicado? Então abra as páginas deste livro e veja que
ele tem tudo a ver com você, com os seus amigos, com a sua família e, principalmente,
com a vida em sociedade.
AMAZON. Sinopse do livro Tem lugar aí pra mim?. Disponível em: https://www.amazon.
com.br/Tem-lugar-pra-mim-diversidade/dp/857888292X/ref=asc_df_857888292X/?tag=-
googleshopp00-20&linkCode=df0&hvadid=379721028709&hvpos=&hvnetw=g&hvran-
d=5831171288113758902&hvpone=&hvptwo=&hvqmt=&hvdev=c&hvdvcmdl=&hvlocint=&hvloc-
phy=1001773&hvtargid=pla-810017409289&psc=1. Acesso em: 11 jun. 2023.
“Você já ouviu...”, “Sabia que essas palavras...”, “Nesta obra você vai conhecer...”, “tão importante
na nossa vida”, “... somos todos iguais...”, “Então abra as páginas... e veja...”.
Nesta obra você vai conhecer a história deste documento tão importante
na nossa vida [...]
30 CAPÍTULO 3
A qual documento, provavelmente, o trecho lido faz referência?
O documento a que se faz referência é a Declaração Universal dos Direitos Humanos, criada
3 No trecho “Sabia que essas palavras estão diretamente ligadas aos Direitos Humanos?”, qual
é o sujeito? Justifique sua resposta.
O sujeito é “você”, o leitor ao qual a sinopse se dirige. A resposta se dá pelo fato de que,
anteriormente, no texto, faz-se a pergunta: “Você já ouviu essas palavras?”. Se não houvesse
essa referência, o sujeito poderia ser, além de “você”, “ele” ou “ela”, considerando a forma do
verbo “saber” que foi empregada – você sabia, ele sabia, ela sabia.
a) Essa sinopse, de uma peça teatral, traz informações além daquelas sobre o conteúdo do
evento. Que informações são essas?
A sinopse traz o nome do diretor e dos atores da peça, o horário do evento, a duração, o
local da apresentação, o ponto onde a plateia deve se encontrar para o evento e um aviso
b) Na sinopse, não é informado o nome da cidade em que a peça será apresentada. O Professor(a), no texto, é informa-
do que os espectadores podem
texto, contudo, dá algumas dicas que permitem inferir o tipo de cidade de que se trata. levar cangas para se sentar e que
Assinale, a seguir, a resposta que melhor traduz essa informação. o evento será realizado em “am-
LÍNGUA PORTUGUESA
31
Habilidades abordadas: D1 - Loca-
Resenha lizar informações explícitas em um
texto. D2 - Estabelecer relações
entre partes de um texto, identifi-
Esquentando os motores... cando repetições ou substituições
que contribuem para a continuidade
dele. D6 - Identificar o tema de um
1 Quando pensamos no consumo de produtos culturais, não nos limitamos a procurar infor- texto. D12 - Identificar a finalidade
mações sobre eles: muitas vezes, queremos mesmo é saber a opinião de outras pessoas... de textos de diferentes gêneros.
D18 - Reconhecer o efeito de sen-
Você sabe como se chama esse gênero textual? tido decorrente da escolha de uma
determinada palavra ou expressão.
Chama-se resenha. D19 - Reconhecer relações de
sentido marcadas por conjunções,
2 Leia o texto abaixo. a relação de causa e consequência
e a relação entre o pronome e seu
[...] referente em diferentes gêneros.
D19 - Reconhecer relação de sen-
O livro, selecionado para o Clube de Leitura Leitores da Cidade para o mês de outu- tido marcada por conjunção em
bro, é o romance Fahrenheit 451, do escritor inglês Ray Bradbury. Publicado em 1953, textos diversos. D21 - Reconhecer
Fahrenheit 451 é considerado um clássico da ficção científica e das narrativas distópicas. a ideia comum entre textos de
gêneros diferentes e a ironia em
O livro é dividido em três partes e a ficção se desenrola em uma sociedade futurista, tirinhas. D21 - Diferenciar fato de
opinião em resenhas.
que, nas décadas anteriores, passou por uma série de transformações políticas, desem-
bocando em um regime autoritário, onde padrões de comportamento e pensamento são
ditados pelo estado, cerceando a leitura e a manifestação ideológica, proibindo o acesso
e a posse de qualquer tipo de livro e/ou publicação.
[...]
Um clássico da literatura universal, que nos faz refletir sobre o mundo e a sociedade
contemporânea, seus impasses, dilemas e contradições sociopolíticas. Narrativa perti-
nente, que lança luz sobre os ataques às instituições culturais, à Ciência e à produção de
conhecimento tão presentes em nossos tempos, mas que somente a resistência, como a
dos “Homens livros”, é capaz de estancar tais arroubos autoritários.
CULTURA SBC. Disponível em: https://www.saobernardo.sp.gov.br/web/cultura/
-resenha-do-livro-fahrenheit-451. Acesso em: 11 jun. 2023.
Dando a largada!
A resenha é o gênero textual em que se descreve um produto cultural. Ela apresenta
dados sobre seu conteúdo, mas também a opinião de quem a escreve, influenciando a es-
colha de quem a lê.
32 CAPÍTULO 3
Acompanhando o sucesso de La Casa de Papel, Elite atraiu muitos espectadores, que
não se decepcionaram com a trama de suspense que o programa trouxe em meio ao con-
texto adolescente no qual vários temas importantes são abordados.
Netflix/Zeta Ficcion/Photo12/AFP
ESMERALDO, Sabryna. 32 séries adolescentes imperdíveis para assistir na Netflix. Disponível em:
https://www.aficionados.com.br/series-adolescentes-netflix/. Acesso em: 11 jun. 2023.
Conforme o texto, qual é um dos principais temas da série Elite? Professor(a), converse com os estu-
dantes que a série provavelmente
a) Oportunidades de educação para refugiados. tem vários subtemas, mas pelo tex-
to da resenha somente a resposta
b) Recursos governamentais para a educação. da alternativa C pode ser inferida.
c) Diferenças sociais entre estudantes de uma escola. X
2 A conjunção contudo, que inicia o segundo parágrafo da resenha, estabelece que tipo de
relação (ideia) com o que foi dito no primeiro parágrafo?
No trecho em questão, a conjunção contudo indica que o que será tratado a seguir introduz
uma oposição ao que já foi dito. No caso, a admissão dos três estudantes pobres na escola faria
3 Você já conhece a série Elite? Pela resenha apresentada, você se sentiria estimulado a assis-
ti-la? Por quê?
Resposta pessoal.
Cruzando a linha
1 Leia o texto a seguir com atenção e responda às perguntas propostas na atividade.
O boom do mangá no Japão
Antes da II Guerra Mundial, os quadrinhos japoneses já se haviam firmado no gosto
popular, pois, a partir dos anos 20, os desenhistas japoneses estabeleceram sua indepen-
dência das produções ocidentais e cada vez menos se publicavam historietas do tipo nor-
te-americano, ainda hoje tão comuns no mercado brasileiro. Isto porque, uma vez aliada
a sua própria tradição de ilustração à forma dos quadrinhos ocidentais, os japoneses
souberam adaptar [...] o conteúdo das histórias para o gosto local.
LÍNGUA PORTUGUESA
Na década de 20, os quadrinhos apareciam em tiras (de quatro ou oito desenhos) nos
diários ou nas edições coloridas dominicais. Nessa época eram destinados quase exclu-
sivamente ao mercado adulto. Nos anos 30 as revistas infantis vão tomando vulto, como
a Shonen Club, publicada pela Kodansha, atualmente uma das maiores editoras de his-
33
tórias em quadrinhos no Japão, com cerca de 150 páginas. As melhores histórias eram
posteriormente, publicadas em forma de livros.
Durante o período da guerra, os desenhistas se dividiram. Diante do espírito exacer-
bado de nacionalismo e militarismo, muitos artistas se exilaram ou mudaram de ativida-
de. Outros continuaram e endossaram a política oficial. Uma vez terminado o conflito,
muitos retomaram seus antigos postos e, apesar da censura imposta pelo governo de
ocupação norte-americano [...], houve condições favoráveis a uma renovada atividades
dos mangás.
Uma das principais razões para esse renascimento foi que o povo japonês, uma vez
derrotado, queria apagar o mais possível os traços da vigência de outros ideais. [...]
Não se pode esquecer que o período era de pobreza generalizada e havia necessidade
de diversão barata. E os quadrinhos representavam exatamente isso: muitas páginas de
diversão (e esquecimento) a baixo custo. [...]
LUYTEN, Sonia Bibe. Mangá – O poder dos quadrinhos japoneses.
São Paulo: Estação Liberdade / Fundação Japão, 1991. p. 35-36.
a) Marque suas principais ideias e sublinhe as palavras que considerar essenciais. Organi-
ze todas essas informações e escreva um resumo sobre o texto.
Resposta pessoal.
importante no texto: pode ser que uma informação considerada fundamental por um não
receba a mesma importância por parte de outro estudante. Mas é importante garantir que
todos apresentem a ideia principal do trecho: após a Segunda Guerra Mundial, os quadrinhos
nacionais foram uma válvula de escape para um povo que sofria a derrota no confronto.
quando é necessário utilizar um texto citado, para exemplificar ou ilustrar um caso, não é
possível utilizá-lo integralmente, seja por motivos de autorização do detentor dos direitos
autorais, seja por dificuldade de espaço. Dessa forma, essa notação indica que, no ponto
34 CAPÍTULO 3
3 Agora, leia um texto sobre um documentário.
Pro dia nascer feliz
[...] Pro Dia Nascer Feliz é o segundo longa-metragem do diretor João Jardim, diretor
do cultuado documentário Janela da Alma, que, em 2002, bateu recordes de público no
gênero. Através de uma investigação do relacionamento do adolescente com a escola –
ambiente fundamental em sua formação – o diretor traz à tona, além de questões comuns
a qualquer adolescente dentro do ambiente escolar, questões como a desigualdade social
e o impacto da banalização da violência no desenvolvimento de muitos desses jovens.
Ficha técnica
Ano: 2007 – Duração: 88 min.
País: Brasil – Gênero: Documentário
Direção e roteiro: João Jardim
Direção fotografia: Gustavo Hadba
REVISTA Prosa Verso e Arte. 20 documentários essenciais para discutir a Educação.
Disponível em: https://www.revistaprosaversoearte.com/20-documentarios-essenciais
-para-discutir-a-educacao/. Acesso em: 15 jun. 2023. (Adaptado.)
b) Quais elementos pertencentes a esse gênero podem ser encontrados no texto lido por Professor(a), espera-se que os
estudantes citem também que a
você? sinopse dá informações sobre o
São apresentadas informações sobre um produto cultural, traz personagens principais produto cultural em questão sem
avaliá-lo – o gênero textual que faz
isso é a resenha.
(adolescentes e escola), conflito (relacionamento entre os personagens principais e
a) Que elementos do gênero textual resenha estão presentes no texto acima? Professor(a), combine com os estu-
dantes a melhor maneira de apre-
Informações sobre a obra resenhada e avaliação feita pela resenhista. sentar o trabalho proposto: pode
LÍNGUA PORTUGUESA
35
4
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NOTÍCIA /
k
REPORTAGEM
1.a) Resposta pessoal.
Professor(a), retome com a turma o que ela já sabe sobre notícias: onde e por que elas circulam (em jor-
nais e revistas, impressos e digitais, telejornais, radiojornais, redes sociais, etc.), quem costuma escrever
e ler notícias (repórteres, jornalistas) e por quê (para informar os cidadãos sobre os eventos que estão
ocorrendo), como elas se compõem (manchete, linha fina, lide), etc. Se julgar ade- Habilidades abordadas: D1 - Lo-
Notícia quado para sua turma, registre no quadro o que eles falarem e complemente. calizar informações explícitas em
um texto. D2 - Estabelecer relações
entre partes de um texto, identifi-
Esquentando os motores... 1.b) Professor(a), pergunte aos alunos se
eles têm acesso fácil às notícias divulgadas
cando repetições ou substituições
que contribuem para a continuidade
em jornais ou revistas impressos, sites, dele. D3 - Inferir o sentido de uma
TVs, rádios, jornais e revistas digitais, etc.
1 Responda. Em caso afirmativo, se julgar oportuno,
palavra ou expressão. D4 - Inferir uma
informação implícita em um texto.
a) Você sabe o que caracteriza uma notícia? peça para comentarem quais são os assun- D5 - Interpretar texto com auxílio de
tos jornalísticos de sua preferência (cultura, material gráfico diverso (propagandas,
b) Como você costuma se informar no dia a dia? esporte, saúde, política, entre outros). quadrinhos, fotos etc.). D6 - Identificar
o tema de um texto. D9 - Diferenciar
2 Leia, a seguir, a notícia da estreia do jogador Cristiano Ronaldo na Arábia Saudita como as partes principais das secundárias
em um texto. D11 - Reconhecer a
titular do Al-Nassr. relação de causa e consequência em
diferentes textos. D12 - Identificar
Cristiano Ronaldo estreia oficialmente pelo Al-Nassr e passa em branco a finalidade de textos de diferentes
gêneros. D13 - Identificar as marcas
Brasileiro Talisca decidiu contra o Al-Etiffaq e linguísticas que evidenciam o locutor e
garantiu a vitória para o líder do Campeonato Saudita o interlocutor de um texto.
D13 - Reconhecer variantes linguísti-
A trajetória de Cristiano Ronaldo na Arábia Saudita começou oficialmente neste domingo, cas em contos, notícias e reportagens.
D14 - Distinguir um fato da opinião
22. Em partida válida pelo Campeonato Saudita, o português estreou como titular do Al-Nassr relativa a esse fato. D15 - Estabelecer
e passou em branco contra o Al-Etiffaq, no estádio King Saud. Mesmo assim, sua equipe ven- relações lógico-discursivas presentes
no texto, marcadas por conjunções,
ceu com gol isolado do brasileiro Anderson Talista. advérbios etc. D17 - Reconhecer o
A estreia de Cristiano Ronaldo pelo Al-Nassr não foi como esperava, mas pelo menos o efeito de sentido decorrente do uso da
pontuação e de outras notações. D18
português festejou três pontos. O time comandado por Rudi Garcia dominou todo o jogo, teve - Inferir o efeito de sentido da lingua-
maior posse de bola e volume ofensivo. No primeiro tempo, aos 31 minutos, Anderson Talisca gem verbal e não verbal em notícias e
charges. D18 - Reconhecer o efeito de
marcou o único gol da partida e garantiu a vitória do Al-Nassr. sentido decorrente da escolha de uma
determinada palavra ou expressão.
CR7 participou de todo o jogo, mas passou em branco. O gajo buscou quatro finalizações D19 - Reconhecer o efeito de sentido
– uma no alvo, uma fora e duas bloqueadas – e participou de seis duelos (aéreos e no chão), decorrente da exploração de recursos
ortográficos e/ou morfossintáticos.
ganhando apenas uma dividida. D19 - Reconhecer relações de sentido
marcadas por conjunções, a relação
O jogo discreto de Cristiano destacou o brasileiro Anderson Talisca. O ex-Bahia chegou no de causa e consequência e a relação
clube saudita em julho de 2021 e se tornou a grande estrela da equipe. Na última temporada, entre o pronome e seu referente em
diferentes gêneros. D21 - Reconhecer
o atacante marcou 20 gols em 28 jogos. Já na atual edição, Talisca soma 11 gols e é o artilheiro a ideia comum entre textos de gêne-
do Campeonato Saudita. ros diferentes e a ironia em tirinhas.
Antes da estreia, Cristiano Ronaldo entrou em campo
Fayez Nureldine/AFP/Getty Images
36
Dando a largada!
A notícia é um gênero textual de caráter informativo que expõe acontecimentos atuais
de forma clara e impessoal. Em uma notícia, o jornalista não emite opinião: ele relata, obje-
tivamente, um fato ocorrido. A notícia é divulgada em jornais e revistas (nas versões digitais
e impressas), rádios, podcasts, TV, redes sociais, etc.
1 A notícia da página anterior trata da estreia do jogador Cristiano Ronaldo no time Al-Nassr
da Arábia Saudita. A linguagem está em 3a pessoa, é clara e direta, mas faz-se o uso de
expressões e gírias, comuns em notícias esportivas.
a) Releia o título.
• A informação foi transmitida de forma objetiva? Qual é a razão para o uso da expressão
passa em branco?
Sim. Comente que a notícia tem caráter informativo, impessoal e objetivo, mas, no
jornalismo esportivo, é comum o uso de expressões e jargões, para dar mais emoção
ao texto.
O texto da notícia deve ser objetivo e coerente. Ele segue uma estrutura chamada
pirâmide invertida, na qual as informações mais relevantes aparecem logo no primeiro pa-
rágrafo, para prender a atenção do leitor. Nos parágrafos seguintes, as demais informações
aparecem em ordem decrescente de importância.
• Manchete (ou título): é uma frase de destaque sobre a notícia.
• Linha fina: vem abaixo do título; é o complemento da informação.
• Lide (do inglês lead): é o primeiro parágrafo da notícia, o qual deve responder de
maneira objetiva a perguntas fundamentais que serão explicadas ao longo do texto:
O quê? Quem? Onde? Quando? Como? Por quê?
• Corpo da notícia: é o detalhamento do evento noticiado.
2 Complete o quadro com informações sobre a notícia que você leu sobre Cristiano Ronaldo
na página anterior.
Cristiano Ronaldo estreia oficialmente pelo Al-Nassr e
Manchete
passa em branco
Brasileiro Talisca decidiu contra o Al-Etiffaq e garantiu a
Linha fina
vitória para o líder do Campeonato Saudita
Não consta o nome do jornalista; somente assinatura
Jornalista responsável
da redação
LÍNGUA PORTUGUESA
37
3 Releia a linha fina e responda às perguntas propostas a seguir.
Ronaldo.
4 A notícia da estreia do Cristiano Ronaldo pelo Al-Nassr traz destacadas algumas palavras
(Cristiano Ronaldo, o último encontro entre CR7 e Lionel Messi). Elas são hiperlinks.
Hiperlinks funcionam como links para outro conteúdo nos meios digitais, possibi-
litando novas leituras.
principais notícias do dia. Basta-se conectar a portais de notícias pelo celular, tablet, notebook.
meios digitais, a leitura é feita de acordo com o interesse individual. Entretanto, chame
5 A notícia traz uma imagem de Cristiano Ronaldo na partida de futebol. Qual é a sua função?
A fotografia dentro de um texto jornalístico informa, comunica o fato, principalmente quando
vem legendada.
Pit stop 1
A linguagem da notícia deve ser acessível, direta e objetiva, adequada ao público-alvo
ao qual se destina. As notícias de esportes são escritas com uma linguagem diferente das de
economia ou de política, por exemplo. Nas mídias digitais, as notícias, em geral, são mais re-
duzidas, favorecendo uma leitura mais rápida. Entretanto, todas as notícias, em meios digitais
ou impressos, devem ser escritas em 3a pessoa, de maneira impessoal, obedecendo à forma de
“pirâmide invertida".
A estreia do goleiro César, 21 anos, no time profissional do Flamengo foi praticamente per-
feita. Além de fazer belas e difíceis defesas, o jogador ouviu seu nome ser gritado por cerca de
38 CAPÍTULO 4
40 mil torcedores, na noite do último sábado, nas arquibancadas do Maracanã no jogo contra
o Cruzeiro, que terminou empatado em 1 a 1.
JOVEM goleiro do Flamengo é ovacionado após estreia contra Cruzeiro. Meio Norte [Portal],
Teresina, 8 dez. 2013. Disponível em: https://www.meionorte.com/esportes/jovem-goleiro-do-
flamengo-e-ovacionado-apos-estreia-contra-cruzeiro-229851. Acesso em: 6 jun. 2023.
cinematográfico.
39
3 Leia a notícia a seguir.
Vai dar namoro?
Um urso-de-óculos viajou mais de 1.600 quilômetros de Salvador até o Zoológico do Rio de
Janeiro para encontrar uma companheira. Depois de um mês de adaptação, só agora ele come-
ça tentar uma aproximação com Maia, uma fêmea de 10 anos. Ambos são da única espécie de
urso originária da América do Sul, que está ameaçada de extinção. O zoológico tentará fazer
com que eles se reproduzam em cativeiro. Para que não sofram com as altas temperaturas do
verão carioca, os ursos têm até um lago para se refrescar. O namorado de Maia, que ainda não
tem nome, deverá ser batizado nesta semana, depois que a população escolher entre as suges-
tões Catatau e Balu. A votação será feita no próprio zoológico e também pelo Twitter (@riozoo).
VAI dar namoro? Época. São Paulo: Globo. n. 605. 21 dez. 2009. p. 17,
Pit stop 2
Você confia em todas as notícias que lê, principalmente nos meios digitais? Hoje é preciso
cautela com as fake news, as notícias falsas produzidas com o intuito de enganar o leitor. Elas
circulam com grande velocidade pelas redes sociais. Muitas vezes, são escritas em linguagem
jornalística para dar credibilidade ao texto. Além de textos, podem ser compartilhadas por meio
de vídeos, áudios e até mesmo memes. É importante sempre checar a veracidade e a fonte das Habilidades abordadas: D1 - Localizar
informações explícitas em um texto.
informações recebidas. Confira sempre se quem a produziu é confiável. D1 - Localizar informações explícitas
em infográficos, reportagens, crônicas
e artigos. D4 - Inferir informação e tema
em reportagens, poemas, histórias em
Reportagem quadrinhos e tirinhas. D6 - Identificar a
informação principal em reportagens.
1. a) Resposta pessoal. D12 - Identificar a finalidade de textos
de diferentes gêneros. D11 - Reconhe-
Esquentando os motores... 1. b) Professor(a), este primeiro mo-
mento de aproximação com o gênero cer a relação de causa e consequência
textual reportagem é interessante em diferentes textos. D11 - Estabelecer
para verificar conhecimentos prévios. relação causa/consequência entre partes
1 Responda a estas questões. e elementos do texto. D13 - Reconhe-
Comente que o texto das reportagens
a) Você costuma ler ou assistir a reportagens em TV? é mais longo que o das notícias, embo- cer variantes linguísticas em contos,
notícias e reportagens. D14 - Diferenciar
ra, na maioria das vezes, também seja
b) O que mais chama sua atenção nas reportagens? objetivo e claro. fato de opinião artigos e reportagens
D15 - Reconhecer a relação de causa
2 Leia um trecho de uma reportagem publicada no site de notícias CNN Brasil sobre bullying. e consequência e relações de sentido
marcadas por conjunções em reporta-
gens, artigos e ensaios. D16 - Inferir
Bullying: especialistas explicam como é possível lidar com a informação, o sentido e o efeito de
prática da intimidação sentido produzido por determinada
palavra ou expressão em reportagens e
Abordagem multidisciplinar com a participação de familiares, profissionais da educação e tirinhas. D17 - Reconhecer o efeito de
dos serviços de saúde pode contribuir para minimizar os impactos da intimidação sentido decorrente do uso da pontuação
e de outras notações. D18 - Inferir o
Lucas Rocha CNN sentido de palavra em letras de música
e reportagens. D18 - Reconhecer o efei-
Skyneshe/Getty Images
40 CAPÍTULO 4
O termo “bullying” tem origem no inglês a partir da palavra “bully”, que significa valentão
ou agressor. A expressão passou a ser utilizada para descrever principalmente comportamen-
tos abusivos e intimidadores entre crianças e adolescentes em ambiente escolar.
A origem do problema é multifacetada, envolvendo fatores sociais, culturais e psicológicos,
além de questões familiares e da formação individual como falta de habilidades sociais, baixa
autoestima, comportamentos agressivos aprendidos e a busca por poder e status social.
“A origem do bullying está na dificuldade humana de lidar com o diferente. Fala-se muito
disso, mas a tolerância é uma das coisas mais difíceis para o ser humano praticar. Isso requer
muita maturidade em todos os sentidos. Tem muitos adultos que a gente observa que têm
muita dificuldade em lidar com a diferença, imaginem as crianças e adolescentes para os quais
o mundo é um ‘senhor desconhecido’”, afirma a psicanalista Eliana Riberti Nazareth, docente
da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo (SBPSP).
Por vezes, ataques violentos ocorridos em escolas no Brasil e no exterior são descritos como
a consequência extrema em uma reação de vítimas de bullying que se tornam agressores. No
entanto, especialistas em saúde mental afirmam que a associação entre bullying e episódios
violentos é ainda mais complexa.
Nesse contexto, a abordagem multidisciplinar com a participação de familiares, profis-
sionais da educação e dos serviços de saúde pode contribuir para minimizar os impactos
da intimidação.
“É importante abordar o assunto com delicadeza e empatia, ouvir atentamente dando
a oportunidade de falar sobre suas experiências e sentimentos em relação ao bullying, e isso
os ajudará a se sentir mais seguros e confiantes. Validar seus sentimentos, mostrando que
você entende o que eles estão passando. Oferecer apoio emocional. Discutir opções e estraté-
gias tais como reportar o incidente à escola, buscar ajuda de um profissional de saúde mental,
ou encontrar formas de se sentir mais seguros e reforçar a importância de falar sobre o pro-
blema com alguém de confiança”, afirma o psicólogo Ricardo Milito.
A médica Ana Márcia Guimarães, membro do Departamento Científico de Desenvolvimen-
to e Comportamento da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), afirma que o bullying pode
ser apenas uma das causas de atentados violentos, que também têm origem em transtornos
mentais sem tratamento.
“O agressor, que pode culminar em uma tragédia assim, tem um perfil que normalmente é
de uma pessoa que foi vítima de bullying anteriormente. Então, é um adolescente agressivo,
que não respeita regras, que não tem medo de autoridades. Um adolescente impulsivo pode
culminar num comportamento assim de extrema impulsividade”, afirma Ana. “Às vezes, é um
ato deliberado, planejado, calculado, por um transtorno de conduta, caminhando para um
transtorno de personalidade”, completa.
ROCHA, Lucas. Bullying: especialistas explicam como é possível lidar com a prática da intimidação.
CNN Brasil [Portal], São Paulo, 28 maio 2023. Disponível em: https://www.cnnbrasil.com.br/saude/
bullying-especialistas-explicam-como-e-possivel-lidar-com-a-pratica-da-intimidacao/.
Acesso em: 7 jun 2023.
Dando a largada!
Reportagem é um gênero textual que pertence ao universo jornalístico. Sua finalidade
é informar um acontecimento de interesse da sociedade de maneira mais aprofundada em
jornais e revistas (nas versões digitais e impressas) ou em rádios, podcasts e TV.
1 A reportagem que você leu na página anterior menciona que a expressão bullying passou
a ser usada para descrever comportamentos abusivos e intimidadores entre crianças e
adolescentes em ambiente escolar. Sugere-se que o problema é multifacetado, envolvendo
a) pré-adolescentes e adolescentes aprendendo a lidar com seus comportamentos, como
agressividade, que em geral não causam danos.
X b) fatores como convívio social, psicológico e de formação, como baixa autoestima, falta
LÍNGUA PORTUGUESA
de habilidades em se relacionar.
c) agressões psicológicas que são reconhecidas como brincadeiras inofensivas no am-
biente escolar.
d) problemas que muitas vezes são trazidos dos ambientes familiares.
41
2 Você já presenciou alguma cena de bullying? Se a resposta for afirmativa, como reagiu?
( ) Sim. ( ) Não.
Resposta pessoal. Professor(a), a ideia é debater o bullying em sala. Pergunte aos alunos se
eles conseguem identificar as formas de bullying, tanto as violências psicológicas quanto as
físicas e quais atitudes podem vir a ter para combater esse tipo de comportamento, que deve
ser sempre denunciado.
Pit stop 1
A reportagem que você leu tem a finalidade de informar sobre o bullying. Observe que a
linguagem usada é direta e objetiva, com o depoimento de entrevistados e especialistas sobre
o assunto, fontes, dados e análises de pesquisas, resultados. Os depoimentos de especialistas e
entrevistados, geralmente, vêm entre aspas, para identificar uma fala ou uma opinião emitida
por todos que foram ouvidos sobre o assunto.
Pit stop 2
Os dois textos, tanto a notícia quanto a reportagem, têm a função de informar o leitor.
Devem ter linguagem acessível e ser interessantes para o leitor.
Os assuntos de uma reportagem podem ser variados e não têm a necessidade de ser fatos
que tenham acontecido no dia da publicação, como é o caso da notícia. A notícia precisa ser
divulgada logo após acontecer.
A reportagem é um texto maior que a notícia e sua estrutura textual é mais ampla, com de-
poimentos, fontes e análises de pesquisas. Na reportagem, são explicados os desdobramentos
de um acontecimento. O jornalista precisa de um tempo maior para produzi-la.
42 CAPÍTULO 4
Voltando para a pista
1 Leia um trecho da reportagem publicada na revista Mundo Estranho.
Qual é o maior felino do mundo?
O leão, todo mundo sabe, é o rei dos animais, mas não leva o
• Para sustentar o ponto de vista de que a pesquisa gera ciência e tecnologia, o autor afirma que sem pesquisa
a) a concorrência entre as empresas seria desleal.
X b) nenhuma grande invenção teria acontecido.
c) os lucros das empresas aumentariam.
LÍNGUA PORTUGUESA
43
Cruzando a linha
1 Leia um trecho da reportagem publicada na revista Veja.
Santos Dumont: o gênio além do avião
Um aniversário memorável passou praticamente sem comemoração: os 100 anos do primei-
ro voo controlado de um balão dirigível, o Número 6, realizado por Alberto Santos Dumont
em outubro de 1901. É um marco na história da aviação, pois só então se mostrou possível
dirigir uma aeronave por uma rota preestabelecida e ainda controlar sua velocidade. Santos
Dumont o descrevia como um dos dois momentos mais emocionantes de sua vida. O outro
foi o voo do 14 Bis em 1906, aquele que o Brasil considera a verdadeira invenção do avião. Se
o restante do planeta prefere conceder esse mérito aos americanos Orville e Wilbur Wright,
não é tanto por eles terem voado a motor três anos antes – mas porque o brasileiro não teve
o cuidado de registrar patentes de suas invenções nem de produzi-las em escala comercial,
como fizeram os espertos irmãos americanos.
SANTOS Dumont: o gênio além do avião. Revista Veja. São Paulo: Abril, dez. 2001.
44 CAPÍTULO 4
3 Leia um trecho da reportagem sobre a influência dos pais no aprendizado dos filhos.
Como os pais podem ajudar na aprendizagem dos filhos
AnnaStills/Shutterstock
Os pais zelosos costumam fazer grandes esforços pela educação de seus filhos. Têm razão.
Há poucas áreas da vida de uma pessoa que não são direta e positivamente influenciadas pela
sua educação. Estudo aumenta a renda, reduz a criminalidade e a desigualdade de renda, tem
impactos positivos sobre a saúde e diminui até o risco de vitimização pela violência urbana.
Muitos pais, porém, concentram seus esforços no lugar errado: procuram escolas caras, com
instalações vistosas e tecnologicamente avançadas, e entopem seus filhos de atividades ex-
tracurriculares. A pesquisa empírica, ainda que esteja longe de poder prescrever um mapa
completo de tudo aquilo que os pais podem fazer para que seus filhos cheguem a Harvard, já
identifica uma série de fatores importantes (e outros irrelevantes) para o sucesso acadêmico
das crianças.
DA REDAÇÃO. Como os pais podem ajudar na aprendizagem dos filhos. Revista Veja. São Paulo:
Abril, 14. fev. 2011. Disponível em: https://veja.abril.com.br/educacao/como-os-pais-podem-ajudar-
na-aprendizagem-dos-filhos. Acesso em: 4 jun. 2023.
Anotações
LÍNGUA PORTUGUESA
45
Prepara Saeb
Localizar informações explícitas em um texto.
1. O texto a seguir é um resumo da obra literária A menina que não sabia ler, de John Harding. Leia-o com atenção.
Master1305/Shutterstock
Desprovida de quaisquer valores morais, perspectivas para o futuro e instrumen-
tos para o convívio social, Florence se refugia no tesouro literário que habita a biblio-
teca, recanto que ela descobre um dia, casualmente. Apaixonada por esse universo
desde o início, impedida de sequer aprender a ler – regra máxima prescrita pelo tio
–, ela se transforma em autodidata e conquista, sozinha, esse conhecimento, o qual
lhe abre as portas do mundo e da imaginação.
A partir deste momento, a garota passa a viver uma vida dupla. Diante do olhar
alheio, Florence é uma menina estranha que perambula pela mansão da Nova Ingla-
terra, mas clandestinamente mergulha cada vez mais fundo neste refúgio secreto,
apenas compartilhado com Giles, seu irmão. O problema é que, para defender os
únicos tesouros que a vida lhe ofereceu – a esfera literária e o irmão –, ela é capaz de
qualquer coisa.
Disponível em: http://www.legiaodosherois.com.br/2013/a-morte-de-superman-e-a-historia-favorita-de-henry-cavill-do-homem-de-aco.
html#. Acesso em: 10 jul. 2013. (Fragmento).
[...] Você sabe quem são eles? Jacob e Wilhelm Grimm nasceram em Hanau, na Alemanha, em 1785 e 1786, respectivamente.
Como o pai, eles estudaram Direito, mas abandonaram a advocacia para dedicarem-se à literatura. [...]
Os irmãos Grimm são conhecidos em todo o mundo pela grande quantidade de contos populares que recolheram na Ale-
manha, desde o início do século 19. Dizem que eles escreviam logo à noite as histórias que ouviam durante o dia de parentes,
amigos e camponeses. Mas você já pensou qual motivo levaria Jacob e Wilhelm a colherem tantos contos? [...] Saiba que, du-
rante séculos, as histórias conhecidas por diferentes povos eram transmitidas apenas oralmente. [...] O registro desses contos
em textos tornava mais fácil a preservação dessas histórias. Sabendo disso, os irmãos Grimm trataram de buscar relatos em
documentos antigos e recolher contos entre a população da Alemanha para preservar as histórias tradicionais do seu povo. [...]
Entre elas, estão: O Pequeno Polegar, A Bela Adormecida, Chapeuzinho Vermelho, João e Maria, Os Músicos de Bremen e
A Gata Borralheira. [...]
Disponível em: http://www2.uol.com.br\cienciahoje\chevgrimm1.htm.
46 CAPÍTULO 4
Prepara Saeb
Identificar a informação principal em reportagens.
Leia os dois textos. Reconhecer a ideia comum entre textos de Leia os textos a seguir.
gêneros diferentes e a ironia em tirinhas.
Texto I Texto I
Beber água é indispensável para uma vida saudável. Todo
A Declaração dos Direitos da Criança mundo sabe. Mas se a ingestão for de três a seis litros em um
PRINCÍPIO 9.º intervalo de uma a três horas, as consequências do excesso
podem levar à morte, dependendo do peso, sexo e das carac-
Nenhuma criança deverá sofrer por pouco caso dos res-
terísticas de cada organismo, segundo o responsável clínico
ponsáveis ou do governo, nem por crueldade e exploração.
pelo Centro Integrado de Vigilância Toxicológica (Civitox/
Nenhuma criança deverá trabalhar antes da idade mínima, MS), médico Sandro Trindade Benites.
nem será levada a fazer atividades que prejudiquem sua
[...]
saúde, educação e desenvolvimento.
Segundo ele, o excesso de água no organismo, nestas con-
Disponível em: http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/ dições, provoca a perda de sódio, potássio e magnésio, essen-
infantil/direitodacrianca.htm. Acesso em: 9 maio 2015. ciais para o ser humano. “Esses minerais são diluídos dentro
(Fragmento) do sangue por osmose. O principal problema é a perda do
sódio”. Com a eliminação desses minerais, a pessoa fica pro-
pensa ao vômito, convulsão e aumento da pressão intracra-
Texto II
niana, que podem causar o rompimento de vasos sanguíneos
e provocar um Acidente Vascular Cerebral (AVC). [...]
Trabalho infantil ainda é comum no
interior do Maranhão Disponível em: http://g1.globo.com/mato-grosso-do-sul/
noticia/2013/05/ingerir-agua-em-excesso-pode-matar-afirmam-
28/07/2014
especialistas-em-ms.html. Acesso em: 17 out. 2015. (Fragmento).
Em Balsas, é muito comum encontrar adolescentes tra-
balhando de forma irregular em lava a jato, borracharias e
Texto II
outros estabelecimentos. A denúncia é feita pelo Conselho
Tutelar, que tenta coibir a exploração infantil. [...]
De acordo com o IBGE, 19% das crianças e adolescen- E onde as pessoas arranjaram essa ideia de que beber
enormes quantidades de água é saudável? Anos atrás, Heinz
tes brasileiros entre 10 e 17 anos exercem algum tipo de
Valtin, especialista em nefrologia da Dartmouth Medical
trabalho ilegal. No Brasil, é proibido qualquer trabalho a
School, decidiu verificar se o conselho comum de se tomar
menor de 16 anos de idade, exceto na condição de aprendiz, oito copos de água por dia resistiria à prova científica. Após
a partir dos 14 anos. pesquisar toda a literatura científica sobre o assunto, Valtin
Em comparação ao número de habitantes, o Maranhão é concluiu que nenhum estudo endossa os oitos copos de água
o que mais explora a mão de obra infantil: 6% das crianças diários (para adultos saudáveis que vivem em climas tempe-
e adolescentes trabalham no estado. Isso significa mais de rados e fazem algum tipo de exercício). Na verdade, tomar
essa quantidade de água ou mais “poderia ser prejudicial,
200 mil maranhenses. No ranking do trabalho infantil no
tanto pelo perigo da hiponatremia quanto pela exposição a
Brasil, o Maranhão ocupa o terceiro lugar. [...]
poluentes, além de fazer com que as pessoas se sintam culpa-
Disponível em: http://g1.globo.com/ma/maranhao/ das por não beberem água suficiente”, ele escreveu no Ame-
noticia/2014/07/trabalho-infantil-ainda-e-comum-no-interior- rican Journal of Physiology – Regulatory, Integrative and
do-maranhao.html. Acesso em: 9 maio 2015. (Fragmento) Comparative Physiology em 2002. Desde a publicação de sua
descoberta, diz Valtin, “nenhum estudo em uma publicação
3. Comparando as informações dos dois textos, o estado do na área provou o contrário.” [...] (Fragmento).
Maranhão Disponível em: http://www2.uol.com.br/sciam/noticias/agua_
demais_pode_fazer_mal_e_ate_matar.html.
a) desrespeita um princípio importante da declaração dos
Acesso em: 17 out. 2015. (Fragmento)
direitos da criança.
b) ocupa o terceiro lugar no ranking do país em relação ao 4. Os textos I e II tratam do mesmo tema: a ingestão ideal de
combate ao trabalho infantil. água pelo ser humano.
c) permite o trabalho infantil no interior do Maranhão, Comparando-os, constata-se que
sem que esse prejudique a criança. a) os dois textos defendem um consumo moderado de água.
d) tem 19% das crianças e adolescentes entre 10 e 17 anos b) os dois textos focam os aspectos positivos do consumo de
exercendo algum tipo de trabalho ilegal. água.
Gabarito: A c) o texto I é neutro quanto à quantidade ideal de água
LÍNGUA PORTUGUESA
para consumo.
d) o texto II recomenda como ideal a ingestão de 8 copos
de água por dia.
Gabarito: A
47
Prepara Saeb
Estabelec er relações entre partes de um texto, identificando repetições ou substituições que contribuem para a continuidade dele.
Leia o texto a seguir.
5. A articulação entre as partes de um texto se faz por meio de diferentes recursos, como pela utilização de pronomes. Nesse
sentido, pode-se afirmar que o elemento
a) “esse” remete ao fenômeno das CMEs.
b) “isso” remete à tempestade solar.
c) “ela” remete à energia.
d) “tudo” remete às grandes cidades.
Gabarito: A
Leia os textos. Localizar informações explícitas em infográficos, reportagens, crônicas e artigos.
Texto 1 Texto 2
Imaginação à solta Imaginação à solta
Com um desentupidor de pia, joelho de cano, lata de Repórter: Qual é o seu nome e quantos anos você tem?
óleo para carro, fita cassete e outros itens que recolheu no Entrevistado: Marcelo Augusto e tenho 12 anos.
lixo, Marcelo Augusto, de 12 anos, construiu uma filma-
Repórter: Como você construiu sua filmadora?
dora e já deu início à realização do sonho de ser repórter.
Isso mesmo! Onde quer que haja um evento jornalístico, Entrevistado: Catei no lixo um desentupidor de pia, joelho de
lá está ele com sua câmera, crachá de repórter especial e cano, lata de óleo para carro, fita cassete e mais umas coisas e
microfone. “Fico sabendo o que vai acontecer e vou atrás consegui construí-la.
da notícia”, comenta o menino que, sem nenhuma cerimô- Repórter: Como você faz para realizar suas reportagens?
nia, se “infiltra” entre os repórteres profissionais e vive sua Entrevistado: Fico sabendo o que vai acontecer e acompanho
fantasia de criança. os repórteres com minha câmera, crachá e microfone.
Repórter: O que isso significa para você?
Entrevistado: É uma brincadeira legal, que me diverte muito.
48 CAPÍTULO 4
Prepara Saeb
Leia o texto a seguir. Reconhecer relação de sentido marcada
por conjunção em textos diversos. Para evitar novos sustos, os médicos recomendam, além
de exames preventivos mais rigorosos, que estádios e giná-
Agora é vencer ou vencer sios passem a contar com mais recursos, como aparelhos
A Seleção Brasileira Masculina de handebol até saiu na adequados para ressuscitação.
frente da atual campeã mundial, a Espanha. Parecia que Disponível em: http://mundoestranho.abril.com.br.
algo seria diferente para os brasileiros em Doha. E foi. Mas Acesso em: 2 jul. 2013.
a derrota se repetiu, desta vez por 29 a 27, como na estreia
diante do Catar (28 a 23), na quinta-feira.
8. Assinale a alternativa que apresenta a ideia principal defen-
Amanhã os brasileiros enfrentam a Bielorrússia. Na quar- dida pelo texto.
ta-feira, a Eslovênia. E, na sexta, o Chile. Os brasileiros pre-
a) As mortes repentinas de atletas também se relacionam
cisam vencer ao menos dois dos três jogos para sonhar com
a classificação. [...] a outros órgãos e sistemas.
Com duas derrotas, o Brasil está na quinta colocação. b) As mortes súbitas de atletas ocorrem na mesma fre-
Apenas os quatro melhores do grupo avançam às oitavas quência das de pessoas comuns.
de final. c) Os atletas enfrentam vários fatores que agravam os ris-
ESTADO DE MINAS, Domingo, 18 jan. 2015, Caderno Super cos de morte repentina.
Esportes, p. 27. (Fragmento).
d) Os estádios de futebol devem contar com mais recursos
de ressuscitação.
7. Considerando o contexto global da notícia, o uso da con- Gabarito: B
junção ou, no título “Vencer ou vencer”, sugere Estabelecer relações lógico-discursivas
Leia o texto a seguir. presentes no texto, marcadas por conjun-
a) a chance de a seleção brasileira conquistar duas vitórias ções, advérbios, etc.
seguidas.
Como os pais podem ajudar na
b) a dúvida com relação às chances de classificação da se- aprendizagem dos filhos
leção brasileira.
chomplearn/Shutterstock
c) a inexistência de outra possibilidade para a seleção se-
não duas vitórias.
d) a previsibilidade dos resultados da seleção nos próxi-
mos jogos.
Gabarito: C
Leia o texto a seguir. Identificar a informação principal
em reportagens.
49
Prepara Saeb
9. Para comprovar sua tese, o locutor desenvolve e faz progredir o tema do texto por meio, sobretudo,
a) do destaque ao que oferecem as escolas caras.
b) da exemplificação de vários benefícios dos estudos.
c) da citação à universidade de Harvard.
d) da menção a uma pesquisa empírica.
e) da apresentação de fatores irrelevantes.
Gabarito: B
10. Distinguir um fato da opinião relativa a esse fato.
Leia a reportagem.
rzstudio/Shutterstock
Segundo um novo estudo, 37 milhões de mortes podem ser evitadas se o taba-
gismo no mundo diminuir em 30%; o abuso de bebida alcoólica em 10%; o con-
sumo excessivo de sal em 30%; a pressão alta em 25%. Além disso, é necessário
que a taxa global de obesidade e diabetes deixe de subir. Se isso acontecer, até
2025 o risco de uma pessoa morrer devido a alguma doença não transmissível
cairá de 22% para 19%.
População pesada – Enquanto a mortalidade global por desnutrição caiu, o fa-
tor de risco para a saúde que mais cresceu nos últimos vinte anos foi o excesso
de peso – em 1990, ele correspondia ao décimo lugar; em 2010, ao sexto. Hoje,
maus hábitos alimentares e sedentarismo correspondem a 10% da carga de doença global. De acordo com os resultados, o
sobrepeso foi responsável por três milhões de mortes ao redor do mundo em 2010 – um número três vezes maior do que os
óbitos por desnutrição.
"Passamos de um mundo de 20 anos atrás em que as pessoas não comiam o suficiente para um mundo, inclusive em países
em desenvolvimento, onde há muita comida, mas não saudável, que nos faz muito mal", diz Majid Ezzati, do Imperial College
de Londres e um dos autores do estudo.
Disponível em: http://veja.abril.com.br/noticia/saude/populacao-mundial-vive-mais-porem-cada-vez-mais-doente.
Acesso em: 30 abr. 2014. (Fragmento).
Anotações
50 CAPÍTULO 4
5
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AD
GR
IN
/Sh
utt
ers
to c
CRÔNICA/
k
LETRA DE MÚSICA
51
b) Em que época a crônica foi escrita?
No mês de dezembro. “Queria aproveitar este dezembro para dizer-lhes...”
d) Drummond faz o uso da interlocução com o leitor. Retire um trecho da crônica que
comprove essa afirmação.
“Entro em férias; mas antes quero desejar a leitores e amigos as alegrias e suavidades a
Pit stop 1
As crônicas são, na maior parte, publicadas em jornais e revistas para, depois, ser reunidas
em livros. Como circulam entre o jornalismo e a literatura, as mais comuns são narrativas e ar-
gumentativas. As crônicas narrativas criam uma sequência de ações contando uma história; as
argumentativas defendem um acontecimento cotidiano por meio da defesa de uma ideia ou
de um ponto de vista. Nas duas, estão presentes marcas da oralidade.
No dia 6 de junho de 1986, portanto há mais de um ano, eu dava nesta coluna notícia do
que passou a acontecer, desde que mandei colocar na minha janela uns vasos de gerânio. Fernando Sabino
Dependurei ali um bebedouro, desses para beija-flor, mas outros passarinhos é que (1923-2004) foi um escritor e
começaram a aparecer todas as manhãs, fartando-se de água açucarada, na maior alga- jornalista brasileiro. Destacou-
zarra. Assim escrevi então sobre um deles: se pelas publicações de
crônicas e romances.
Todas as manhãs ele vem me visitar. Sei que é ele e não outro qualquer, por um porme-
nor que o distingue dos demais da sua espécie: só tem uma perna. E, convenhamos, não é
todo dia que costuma aparecer mais de um passarinho com uma perna só.
Este é de uma família designada pelo vulgo por um nome chulo que não lhe faz
justiça: “caga-sebinho”. Segundo o dicionário, trata-se de uma “ave passeriforme de
coloração verde-azeitonada em cima e amarela embaixo”. Na realidade, é uma graça, o
meu passarinho.
SABINO, Fernando. Meus dois amigos. In: SABINO, Fernando.
A companheira de viagem. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1987. p. 12.
• Com base na indicação nesta coluna, mencionada por Fernando Sabino, é possível afirmar
em que meio de comunicação a crônica Meus dois amigos foi originalmente publicada?
Professor(a), espera-se que os alunos respondam que Fernando Sabino trabalhava como
colunista em algum meio de comunicação como jornal ou revista, mas não é possível afirmar
qual.
52 CAPÍTULO 5
• A palavra notícia está empregada no texto para se referir a um:
a) acontecimento ficcional.
b) editorial.
c) fato jornalístico.
X d) relato pessoal.
2 Leia a crônica A nuvem, de Rubem Braga.
– Fico admirado como é que você, morando nesta cidade, consegue escrever uma Rubem Braga
semana inteira sem reclamar, sem protestar, sem espinafrar! (1913-1990) foi um dos
E meu amigo falou da água, telefone, light em geral, carne, batata, transporte, custo de mais importantes cronistas
vida, buracos na rua, etc. etc. etc. Meu amigo está, como dizem as pessoas exageradas, brasileiros. Suas crônicas têm
grávido de razões. Mas que posso fazer? Até que tenho reclamado muito isto e aquilo. como características elementos
Mas se eu for ficar rezingando todo dia, estou roubado: quem é que vai aguentar me ler? do cotidiano, ironia, críticas
Acho que o leitor gosta de ver suas queixas no jornal, mas em termos. sociais e poesia.
Além disso, a verdade não está apenas nos buracos das ruas e outras mazelas. Não é
verdade que as amendoeiras neste inverno deram um show luxuoso de folhas vermelhas
voando no ar? E ficaria demasiado feio eu confessar que há uma jovem gostando de mim? Rezingando: resmungando,
Ah, bem sei que esses encantamentos de moça por um senhor maduro duram pouco. São reclamando.
caprichos de certa fase. Mas que importa? Esse carinho me faz bem; eu o recebo terna e Mazelas: aborrecimentos,
gravemente; sem melancolia, porque sem ilusão. Ele se irá como veio, leve nuvem solta desgostos, problemas.
na brisa, que se tinge um instante de púrpura sobre as cinzas de meu crepúsculo.
Púrpura: corante de um
E olhem só que tipo de frase estou escrevendo! Tome tenência, velho Braga. Deixe a vermelho, escarlate.
nuvem, olhe para o chão – e seus tradicionais buracos.
BRAGA, Rubem. Ai de ti, Copacabana. Rio de Janeiro: Record, 1960.
• A função do narrador é fazer uma interface entre o leitor e o texto, apresentando o enredo
de acordo com um determinado ponto de vista. Nesta crônica, há um narrador:
a) observador, porque relata as ocorrências de maneira objetiva e imparcial.
b) onipresente, porque é uma espécie de testemunha invisível da cena narrada.
c) onisciente, porque revela as atitudes e o fluxo de consciência da personagem.
X d) protagonista, porque vivencia os acontecimentos que compõem a narrativa.
• Qual é a intenção do cronista ao escrever “Mas que posso fazer? Até que tenho reclamado
muito isto e aquilo. Mas se eu for ficar rezingando todo dia, estou roubado: quem é que vai
aguentar me ler? Acho que o leitor gosta de ver suas queixas no jornal, mas em termos.”?
Ele diz que até reclama, mas pondera porque seus leitores não querem ver queixas no jornal o
tempo todo.
Quem teve a ideia foi o padrinho da caçula — ele me conta. Trouxe o cachorro de pre- Stanislaw Ponte Preta
sente e logo a família inteira se apaixonou pelo bicho. Ele até que não é contra isso de se (1923-1968) era o pseudônimo
ter um animalzinho em casa, desde que seja obediente e com um mínimo de educação. de Sergio Porto, jornalista e
— Mas o cachorro era um chato — desabafou. cronista. Suas crônicas eram
conhecidas pelo sarcasmo.
Desses cachorrinhos de caça, cheios de nhenhenhém, que comem comidinha especial,
precisam de muitos cuidados, enfim, um chato de galocha. E, como se isto não bastasse,
implicava com o dono da casa.
LÍNGUA PORTUGUESA
— Vivia de rabo abanando para todo mundo, mas quando eu entrava em casa vinha
logo com aquele latido fininho e antipático, de cachorro de francesa.
PONTE PRETA, Stanislaw. Prova falsa. In: PONTE PRETA. Stanislaw. Para gostar de ler. Gol de padre
e outras crônicas. São Paulo: Ática, 1998. v. 23. p. 24-25.
53
• Releia o trecho:
Vivia de rabo abanando para todo mundo, mas quando eu entrava em casa vinha
logo com aquele latido fininho e antipático, de cachorro de francesa.
Agora, que chegaste à idade avançada de quinze anos, Maria da Graça, eu te dou este Paulo Mendes Campos
livro: Alice no País das Maravilhas. Este livro é doido, Maria. Isto é, o sentido dele está em (1922-1991) foi jornalista,
ti. Escuta: se não descobrires um sentido na loucura, acabarás louca. Aprende, pois, logo poeta e cronista. Pertence à
de saída para a grande vida, a ler este livro como um simples manual do sentido evidente terceira fase do Modernismo.
de todas as coisas, inclusive as loucas. Aprende isso a teu modo, pois te dou apenas umas
poucas chaves entre milhares que abrem as portas da realidade. [...]
CAMPOS, Paulo Mendes. Para gostar de ler. v. 4. São Paulo: Ática, 1998. (Fragmento)
De uma feita, estava eu sentado sozinho num banco da Praça da Alfândega quando Mario Quintana
começaram a acontecer coisas incríveis no céu, lá para as bandas da Casa de Correção: (1906-1994) foi jornalista,
havia uns tons de chá, que se foram avinhando e se transformaram nuns roxos de insu- poeta, contista e cronista.
portável beleza. Insuportável, porque o sentimento de beleza tem de ser compartilhado.
Quando me levantei, depois de findo o espetáculo, havia umas moças conhecidas, para-
das à esquina da Rua da Ladeira.
– Que crepúsculo fez hoje! – disse-lhes eu, ansioso de comunicação.
– Não, não reparamos em nada – respondeu uma delas. – Nós estávamos aqui espe-
rando Cezimbra.
QUINTANA, Mario. Caderno H. 2. ed. São Paulo: Editora Globo, 2006. p. 119.
• No último parágrafo, Mário Quintana reproduz, integralmente, a fala de uma das persona-
gens introduzindo-a por meio do travessão. Se, em vez do discurso direto, o autor fizesse a
opção pelo uso do discurso indireto e quisesse preservar as relações de sentido expressas
no texto original, como ficaria a reescrita?
a) Uma delas responde que não, não repararam em nada. Elas estão aqui esperando
Cezimbra.
X b) Uma delas respondera que não, não tinham reparado em nada. Elas estavam ali espe-
rando Cezimbra.
c) Uma delas responderia que não, não repararam em nada. Elas estariam naquele lugar à
espera de Cezimbra”
d) Uma delas respondeu que não, não reparariam em nada. Elas estavam ali para esperar
Cezimbra.
54 CAPÍTULO 5
D1 - Localizar informações explícitas em um texto. D2 - Estabelecer
relações entre partes de um texto, identificando repetições ou substituições
que contribuem para a continuidade dele. D3 - Inferir o sentido de uma
palavra ou expressão. D4 - Inferir uma informação implícita em um texto.
Letra de música D6 - Identificar o tema de um texto. D10 - Identificar o conflito gerador do
enredo e os elementos que constroem a narrativa. D11 - Estabelecer relação
causa/consequência entre partes e elementos do texto. D12 - Identificar a
Esquentando os motores... finalidade de textos de diferentes gêneros. D15 - Estabelecer relações lógico-
discursivas presentes no texto, marcadas por conjunções, advérbios etc. D18
- Reconhecer o efeito de sentido decorrente da escolha de uma determinada
1 Responda a estas perguntas. palavra ou expressão. D19 - Reconhecer o efeito de sentido decorrente da
exploração de recursos ortográficos e/ou morfossintáticos.
a) Você costuma escutar músicas?
Professor(a), esta primeira atividade
b) De que tipos de música você gosta? Costuma prestar atenção nas letras das músicas? é de aquecimento. Provavelmente,
os alunos, neste momento, vão
2 Você conhece a letra desta canção? João e Maria é uma melodia composta por Sivuca com comentar as músicas do repertório
cultural deles. Deixe-os livres para
letra de Chico Buarque. manifestar seus conhecimentos
para em seguida focar nas letras de
Agora eu era o herói música como um gênero textual.
Seria interessante os alunos
E o meu cavalo só falava inglês escutarem as músicas antes de
iniciarem as atividades propostas.
A noiva do cowboy
Era você além das outras três
Eu enfrentava os batalhões
Os alemães e seus canhões
Guardava o meu bodoque
E ensaiava o rock para as matinês
Dando a largada!
LÍNGUA PORTUGUESA
A letra de música é o texto que acompanha uma melodia. É escrita em versos, como os
poemas, e pode ou não ser rimada.
O conjunto de versos que se repetem, ao longo de uma letra de canção, é chamado de
refrão.
55
• Sobre a letra da canção João e Maria, da página anterior, responda:
1 A canção apresenta a estrutura de um(a):
a) conto.
X b) poema.
c) poesia.
d) fábula.
2 Assinale a alternativa que justifica a repetição do e nos versos da 2a estrofe.
a) Conclusão.
X b) Ênfase.
c) Exagero.
d) Explicação.
3 Releia o último verso.
canção infantil, citando os termos "herói", "princesa", "pião", "matinês". O último verso pode
ser associado a um amor perdido, abandonado, e que por esse motivo não se sabe o que se
fazer da vida.
Pit stop 2
Observe estes versos da canção João e Maria.
Agora eu era o rei
Era o bedel e era também juiz
E pela minha lei
A gente era obrigado a ser feliz
As palavras destacadas em verde são rimas que aparecem no fim dos versos. São chamadas
de rimas externas.
Refrão:
Por isso estou deixando meu cabelo crescer,
56 CAPÍTULO 5
Por isso minha barba está assim sem fazer,
Por isso minha roupa amarrotada,
Eu não ligo mais pra nada se eu não tenho você.
Por isso apagou o brilho do meu olhar,
Por isso os meus olhos não param de chorar,
Por isso minha roupa amarrotada,
Eu não ligo mais pra nada,
Se você quiser voltar te espero no mesmo lugar.
MAGALHÃES, Léo. Por isso. Ao vivo em Goiânia. Gravadora Léo Magalhães. v. 2. 2011.
• O refrão desempenha um papel fundamental na progressão das ideias do texto. Isso por-
que ele destaca:
a) as causas do fim do relacionamento.
b) as alternativas para o fim do sofrimento amoroso.
c) as condições para a reconciliação amorosa.
X d) as consequências do fim do relacionamento.
2 Leia a letra da canção a seguir.
Sei do incômodo
e ela tem razão
quando vem dizer
que eu preciso sim
de todo o cuidado.
E se eu fosse o primeiro
a voltar pra mudar
o que eu fiz,
quem então agora eu seria?
• Confrontando o último verso da 3a estrofe “Quem então agora eu seria?” com o último ver-
so da 4a estrofe “mas eu quem será?”, observa-se que o compositor empregou o verbo “ser”
no futuro do pretérito (seria) e no futuro do presente (será).
Na construção do sentido de O velho e o moço, pode-se deduzir que esses dois tempos
verbais indicam:
a) clareza.
LÍNGUA PORTUGUESA
b) desarmonia.
X c) ambiguidade.
d) exclusão.
57
3 Leia a letra da canção Relampiano.
Tá relampiano
Cadê neném?
Tá vendendo drops
No sinal prá alguém
Tá relampiano
Cadê neném?
Tá vendendo drops
No sinal pra alguém
E tá vendendo drops
No sinal
Todo dia é dia
Toda hora é hora
Neném não demora
Pra se levantar
LENINE; MOSKA, Paulinho. Relampiano. Álbum Contrasenso. Gravadora EMI. 1997.
trânsito.
Cruzando a linha
1 Leia a crônica O meu cotidiano, de Rubem Alves.
Eu estava a ponto de entrar no Bem-Bom, restaurante onde cozinha uma Babette cha-
mada dona Sônia, quando fui parado por dois jovens sorridentes e bem-vestidos. Pas-
saram-me um panfleto. Pensei que fossem mórmons à procura de mais um converso.
Li a primeira frase do panfleto. Fiquei horrorizado com o que li: “O senhor quer ler um
livro em 20 minutos e entender tudo?”. Faziam propaganda da leitura dinâmica, minha
arquiinimiga. O palhaço que mora em mim entrou no picadeiro. “Ler um livro em 20
minutos? Isso é invenção do Demônio! Os senhores quereriam ouvir a Nona Sinfonia
em 20 minutos? Quereriam ler “Grande Sertão: Veredas” em 20 minutos? [...] É preciso
ler bovinamente, ruminando... E agora os senhores me oferecem um método que vai
me roubar dos meus prazeres?” Foi maldade minha. Eles ficaram a me olhar, perplexos.
Certamente acharam que eu era doido... Não sem uma certa dose de razão. Afinal de
contas usei o meu precioso espaço para falar sobre o meu insignificante cotidiano que a
ninguém interessa...
ALVES, Rubem. Pensamentos soltos sobre educação. In: Revista Educação.
São Paulo: Segmento. ed. 167. mar. 2011.
58 CAPÍTULO 5
• Esse parágrafo apresenta, respectivamente, as seguintes sequências tipológicas:
a) argumentação e descrição.
b) descrição e injunção.
c) exposição e narração.
X d) narração e argumentação.
2 Leia a crônica Magia e mistério, de Mário Quintana.
Há espíritos simplistas, que acham que tem de haver uma explicação para tudo.
E que, explicada a coisa, foi-se o mistério!
Principalmente esses que insistem em desmontar os poemas, como se quisessem des-
mascarar o poeta.
Eles me fazem lembrar aquelas pessoas “espertas” de certa cidadezinha do interior, as
quais, indo assistir à função de um mágico, puseram-se a bradar no meio do espetáculo:
“Isso é truque! Não pega! É truque! É truque!”
Mas para alívio das almas compassivas, acrescento que o pobre mágico sempre con-
seguiu escapar com vida por trás dos bastidores...
QUINTANA, Mário. Caderno H. 8. ed. São Paulo: Globo. 2001.
• As alternativas que se seguem apresentam frases do próprio autor do texto, o poeta Mário
Quintana. Assinale aquela que mais se aproxima do sentido da frase “Há espíritos simplistas,
que acham que tem de haver uma explicação para tudo”, no contexto em que é colocada.
X a) “O crítico contorna a tapeçaria e vai olhá-la pelo lado avesso.”
b) “O livro traz a vantagem de a gente poder estar só e ao mesmo tempo acompanhado.”
c) “Os verdadeiros analfabetos são os que aprenderam a ler e não leem.”
d) “Ser poeta não é dizer grandes coisas, mas ter uma voz reconhecível dentre todas as
outras.”
3 Leia esta letra de canção chamada Rapte-me camaleoa, de Caetano Veloso.
Rapte-me camaleoa
Adapte-me a uma cama boa
Capte-me uma mensagem à-toa
De um quasar pulsando lower
Interestelar canoa
Leitos perfeitos
Seus peitos direitos me olham assim
Fino menino me inclino pro lado do sim.
VELOSO, Caetano. Rapte-me camaleoa. Álbum “Outras Palavras”. Gravadora Universal Music. 1981.
59
• Com o objetivo de obter efeitos estéticos e semânticos, Caetano Veloso explora, na letra
dessa canção, vários recursos prosódicos da língua portuguesa, tal como a assonância, que
está presente na seguinte passagem:
a) “Rapte-me camaleoa” (verso 1).
b) “Capte-me uma mensagem à-toa” (verso 3).
c) “Dê-me um quasar pulsando lower” (verso 4).
X d) “Fino menino me inclino pro lado do sim.” (verso 8)
Anotações
60 CAPÍTULO 5
6
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CONTO / POEMA
LightField Studios/Shutterstock
relação causa/consequência entre
de Guerra: um jovem tinha um cachorro que partes e elementos do texto.
todos os dias, pontualmente, ia esperá-lo D12 – Identificar a finalidade de
voltar do trabalho. Postava-se na esquina, textos de diferentes gêneros.
D15 – Reconhecer a relação entre
um pouco antes das seis da tarde. Assim que os pronomes e seus referentes em
via o dono, ia correndo ao seu encontro e na contos/crônicas. D16 – Reconhecer
o efeito de sentido produzido pelo
maior alegria acompanhava-o com seu pas- uso de recursos morfossintáticos
sinho saltitante de volta à casa. A vila inteira em poemas. D16 – Identificar
efeitos de ironia ou humor em
já conhecia o cachorro e as pessoas que pas- textos variados. D18 – Reconhecer
savam faziam-lhe festinhas e ele correspon- o efeito de sentido decorrente da
escolha de uma determinada pala-
dia, chegava até a correr todo animado atrás vra ou expressão. D19 – Reconhe-
dos mais íntimos. Para logo voltar atento ao cer o sentido e o efeito de sentido
produzido pelo uso de recursos
seu posto e ali ficar sentado até o momento morfossintáticos em contos, arti-
em que seu dono apontava lá longe. gos e crônicas. D19 – Reconhecer
relações de sentido marcadas por
Mas eu avisei que o tempo era de guerra, conjunções, a relação de causa e
o jovem foi convocado. Pensa que o cachor- consequência e a relação entre o
pronome e seu referente em dife-
ro deixou de esperá-lo? Continuou a ir dia- rentes gêneros. D19 – Reconhecer
riamente até a esquina, fixo o olhar naquele o efeito de sentido decorrente da
exploração de recursos ortográficos
único ponto, a orelha em pé, atenta ao menor e/ou morfossintáticos.
ruído que pudesse indicar a presença do dono bem-amado. Assim que anoitecia, ele voltava
para casa e levava sua vida normal de cachorro, até chegar o dia seguinte. Então, disciplinada-
mente, como se tivesse um relógio preso à pata, voltava ao posto de espera. O jovem morreu
num bombardeio, mas no pequeno coração do cachorro não morreu a esperança. Quiseram
prendê-lo, distraí-lo. Tudo em vão. Quando ia chegando àquela hora ele disparava para o
compromisso assumido, todos os dias.
Todos os dias, com o passar dos anos (a memória dos homens!) as pessoas foram se esque-
cendo do jovem soldado que não voltou. Casou-se a noiva com um primo. Os familiares vol- Lygia Fagundes Telles
taram-se para outros familiares. Os amigos para outros amigos. Só o cachorro já velhíssimo (1918-2022)
(era jovem quando o jovem partiu) continuou a esperá-lo na sua esquina. Nasceu na cidade de São Paulo.
As pessoas estranhavam, mas quem esse cachorro está esperando… Uma tarde (era inver- É romancista e contista. Faz
LÍNGUA PORTUGUESA
no) ele lá ficou, o focinho voltado para aquela direção. parte da geração dos escritores
Telles, Lygia Fagundes. A disciplina do amor. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1980. p. 99-100. pós-modernistas brasileiros.
61
Dando a largada!
O conto é um gênero literário que apresenta uma narrativa com poucos personagens.
Os espaços são delimitados, envolvendo um conflito. No conto, apresenta-se o enredo, com
a sequência de ações pelas quais os personagens passam, até se alcançar o momento de
maior tensão, chamado de clímax, e seu desfecho.
f ) Releia:
preocupar-se com as questões do dia a dia, a noiva casa-se com um primo; a vida continua,
mas o cachorro continua a rotina, fiel ao dono. O amor do cachorro é um tipo de disciplina.
62 CAPÍTULO 6
Pit stop 1
Os contos são classificados de acordo com sua temática. Podem ser de ficção científica, de
terror, de suspense, de relações familiares.
O conto A disciplina do amor, que você leu, pode ser classificado como conto de amizade.
• Em uma narrativa, o uso do discurso indireto contribui para a revelação dos sentimentos
mais dissimulados dos personagens, cuja fala interior se insere em meio à fala do narrador
de forma sutil. Qual alternativa apresenta uma passagem em discurso indireto livre?
a) “Na cabeceira da mesa, a toalha manchada de coca-cola, o bolo desabado, ela era
a mãe.”
X b) “Como?! Como tendo sido tão forte pudera dar à luz aqueles seres opacos, com braços
moles e rostos ansiosos?”
c) “O tronco fora bom. Mas dera aqueles azedos e infelizes frutos, sem capacidade sequer
para uma boa alegria.”
d) “O rancor roncava no seu peito vazio.”
• Qual a relação possível entre o título “Feliz aniversário” e o comportamento dos personagens?
A aniversariante observa os familiares durante a festa e reprova o comportamento e a
personalidade deles. O título reflete com ironia a animosidade existente entre a aniversariante
ANDRADE, Carlos Drummond. O sorvete e outras histórias. São Paulo: Editora Ática, 1993.
63
• Neste texto, a passagem destacada presentifica a situação discursiva apresentada, fazendo
vir à tona a expressão do personagem, tornando-o vivo para o leitor. Esse mecanismo de
textualização recebe o nome de...
a) ... discurso citado. X c) .... discurso direto.
b) ... discurso de relato. d) .... discurso indireto.
• Agora responda:
Qual é o enredo do conto A incapacidade de ser verdadeiro?
Espera-se que os alunos respondam que Paulo é uma criança com imaginação fértil, que cria
64 CAPÍTULO 6
Era a mais bela! Seio palpitando...
Álvares de Azevedo
Negros olhos as pálpebras abrindo... (1831-1852)
Formas nuas no leito resvalando... Nasceu na cidade de São Paulo.
É romancista, contista e faz
parte da geração dos escritores
Não te rias de mim, meu anjo lindo!
românticos brasileiros.
Por ti – as noites eu velei chorando,
Por ti – nos sonhos morrerei sorrindo!
MOISES, Massaud. A Literatura brasileira através de textos. 21. ed. São Paulo: Cultrix, 1998. p. 161-162.
vento
que é vento
fica
parede
parede
passa
Paulo Leminski
meu ritmo (1944-1989)
bate no vento Nasceu em Curitiba, no
e se Paraná. É escritor, poeta,
compositor, crítico, literário.
Seus poemas destacam-se pela
des coloquialidade e pelo humor.
pe
da
ça
LEMINSKI, Paulo. Melhores poemas. Seleção de Fred Góes e Álvaro Marins.
São Paulo: Global, 2016. p. 15.
Dando a largada!
O poema é um gênero literário escrito em versos.
O verso corresponde a cada linha do poema.
O conjunto de versos forma uma estrofe. Cada estrofe é separada por um espaço.
d) Qual é o número de versos e de estrofes do poema de Paulo Leminski? Espera-se que os alunos percebam
a figura de linguagem, no caso a
O poema é composto por 13 versos e 4 estrofes. metáfora, usada pelo poeta para
representar seu sentimento, des-
pedaçado, com a desconstrução da
palavra em sílabas.
LÍNGUA PORTUGUESA
65
e) A última estrofe do poema de Paulo Leminski explora a construção gráfica, com a
palavra despedaça. Na sua opinião, qual a intenção do poeta ao dividir a palavra des-
pedaça em partes?
Resposta pessoal.
66 CAPÍTULO 6
2 Leia o poema Banho-maria.
Amor não deve ser mantido grossas chamas
em banho-maria sol intenso
pois seus poderes e muita pimenta
de luz e encantamento amor pede tempero forte
se esvaem neste lento cozinhar pede tudo em exagero
amor pede fogo alto mel de se lambuzar.
MURRAY, Roseana. Fruta no ponto. São Paulo: FTD, 1994. p. 39.
• De acordo com o aspecto semântico, a expressão que se relaciona com o título do poema é ...
X a) ... “lento cozinhar” (5o verso). c) ... “grossas chamas” (7o verso).
o
b) ... “fogo alto” (6 verso). d) ... “muita pimenta” (9o verso).
Pit stop 2
Os temas e os formatos dos poemas podem variar bastante, dependendo da intenção do
poeta. Existem poemas com estrutura textual composta por versos, rimas e estrofes, enquanto
outros exploram a disposição das palavras no papel, articulando-as com elementos visuais.
• Para produzir o efeito de sentido desejado – uma sátira à nulidade de vida de um banquei-
ro – o eu lírico explora recursos linguísticos e extralinguísticos, sintetizados na/no...
a) ... alusão a um epitáfio pela reprodução de apenas partes de uma palavra.
b) ... decomposição fiel de todas as sílabas de uma palavra-chave.
c) ... emprego de um título oposto à economia de palavras usadas nos versos.
X d) ... união de aspectos visuais, sonoros e semânticos de diferentes palavras.
2 Leia o poema Quadrilha, de Carlos Drummond de Andrade.
João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história.
ANDRADE, Carlos Drummond de. Carlos Drummond de Andrade: literatura comentada.
São Paulo: Nova Cultural, 1988. p. 46.
67
Cruzando a linha
1 Leia o poema a seguir:
• Esse texto apresenta uma estrutura espaço-temporal: exibe as palavras em uma organiza-
ção de desconstrução e de múltiplos movimentos simultâneos. Essa concepção artística é
característica de qual movimento de vanguarda do Modernismo?
a) Cubismo. c) Dadaísmo.
X b) Concretismo. d) Expressionismo.
2 Leia o texto a seguir:
O Poema
Um poema como um gole d’água bebido no escuro.
Como um pobre animal palpitando ferido.
Como pequenina moeda de prata perdida para sempre na floresta noturna.
Um poema sem outra angústia que a sua misteriosa condição de poema.
Triste.
Solitário.
Único.
Ferido de mortal beleza.
QUINTANA, Mário. Quintana de bolso. Porto Alegre: L&PM, 2011. p. 30.
• De acordo com o contexto, pode-se afirmar que, ao inverter a ordem das expressões, ocor-
rerão alterações, comprometendo o sentido do poema em
X a) ”pobre animal” (2o verso).
b) “pequenina moeda” (3o verso).
c) “floresta noturna” (3o verso).
d) “misteriosa condição” (4o verso).
68 CAPÍTULO 6
3 Leia o texto a seguir.
I
Tenho-te no entanto em mim como um gemido
De flor; tenho-te como um amor morrido
A quem se jurou; tenho-te como uma fé
sem dogma; tenho-te em tudo em que não me sinto a jeito
Nesta sala estrangeira com lareira
E sem pé-direito.
II
Não te direi o nome, pátria minha
Teu nome é pátria amada, é patriazinha
Não rima com mãe gentil
Vives em mim como uma filha, que és
Uma ilha de ternura: a Ilha
Brasil, talvez.
MORAES, Vinicius de. Pátria minha. In: Antologia poética. Rio de Janeiro: A noite, 1954. p. 271.
• Entre I e II, há uma diferença no modo como o eu lírico constrói a relação hierárquica
com a interlocutora, a pátria. Essa diferença é explicitada, respectivamente, pelos senti-
mentos de...
a) ... igualdade e submissão. X c) ... reverência e ternura.
b) ... patriotismo e piedade. d) ... submissão e respeito.
Anotações
LÍNGUA PORTUGUESA
69
Prepara Saeb
Reconhecer o efeito de sentido decorrente da escolha de uma
determinada palavra ou expressão.
Pela internet 1. sempre que o infinitivo estiver acompanhado de um
sujeito (nome ou pronome): “Estudamos para nós ven-
Criar meu web site Que leve meu e-mail lá
cermos na vida”;
Fazer minha home-page Até Calcutá
2. sempre que se tornar necessário destacar o agente, e
Com quantos gigabytes Depois de um hot-link referir a ação especialmente ao sujeito, seja para evitar
Se faz uma jangada Num site de Helsinque confusão, seja para tornar mais claro o pensamento.
Um barco que veleje ... Para abastecer O infinitivo concordará com o sujeito que temos em
mente: “Beijo-vos as mãos, senhor rei, por vos lem-
Aihê! Aihê! Aihê!
brardes ainda de um velho homem de armas que para
[...] nada presta hoje;
Eu quero entrar na rede 3. quando o autor intencionalmente põe em relevo a pes-
Um barco que veleje Promover um debate soa a que o verbo se refere: “É permitido aos versistas
Nesse infomar Juntar via internet poetarem em prosa.”
Que aproveite a vazante Um grupo de tietes BECHARA, E. Moderna Gramática da Língua Portuguesa.
Rio de Janeiro: Lucerna, 2006. p. 66.
Da infomaré De Connecticut [...]
GIL, Gilberto. Disponível em: http://alusah.blogspot.com.
2. De forma geral, os textos artísticos, como poemas, letras
br/2008/03/anlise-da-msica-pela-internet-de.html.
de música, podem apresentar uma estrutura linguística
Acesso em: out. 2011.
que nem sempre obedece à norma culta da língua. Entre
os versos a seguir, retirados da letra do samba “Preciso me
1. O elemento que situa a canção no contexto da contempo-
encontrar”, do compositor Cartola, há desvio aos casos de
raneidade é...
flexão do infinitivo apresentados anteriormente em ...
a) ... a referência a grandes cidades do mundo.
a) ... “Eu quero nascer / Quero viver...”
b) ... a alusão a técnicas tradicionais de navegação.
b) ... “Deixe-me ir”
c) ... a presença de muitas palavras da língua inglesa.
c) ... “Preciso andar”
d) ... a utilização de termos típicos do universo da tecnolo-
d) ... “Quero assistir ao sol nascer”
gia digital.
Gabarito: D e) ... “Ver as águas do rio correr”
Identificar as marcas linguísticas que evidenciam o locutor e o inter- Gabarito: E
Reconhecer o efeito de sentido decor-
locutor de um texto. Leia o texto a seguir. rente da escolha de uma determinada
TEXTO 1
palavra ou expressão.
Preciso me encontrar Todo camburão tem um pouco
Deixe-me ir de navio negreiro
Preciso andar Tudo começou quando a gente conversava
Vou por aí a procurar Naquela esquina ali
Rir pra não chorar De frente àquela praça
[...] Veio os homens
E nos pararam
Quero assistir ao sol nascer
Documento por favor
Ver as águas dos rios correr
Então a gente apresentou
Ouvir os pássaros cantar
Mas eles não paravam
Eu quero nascer Qual é negão? Qual é negão?
Quero viver O que que tá pegando?
[...] Qual é negão? Qual é negão?
CARTOLA. Disponível em: https://www.letras.mus.br/ É mole de ver
cartola/68347/. Acesso em: 29 mai. 2016. Que em qualquer dura
O tempo passa mais lento pro negão
Quem segurava com força a chibata
TEXTO 2
Agora usa farda
De acordo com a obra Moderna Gramática da Língua Por-
Engatilha a macaca
tuguesa, de Evanildo Bechara, o verbo na forma infinitiva
pode sofrer flexão nos seguintes casos principais: Escolhe sempre o primeiro
70 CAPÍTULO 6
Prepara Saeb
Negro pra passar na revista Já morei em tanta casa
Pra passar na revista Que nem me lembro mais
Todo camburão tem um pouco de navio negreiro Eu moro com os meus pais.
Todo camburão tem um pouco de navio negreiro
[...] [...]
YUKA, Marcelo. Disponível: http://letras.mus.br/o-rappa/77644/
Acesso em: 27 jun. 2009. Sou uma gota d'água,
sou um grão de areia
3. A linguagem empregada pelos policiais: “Documento por Você me diz que seus pais não te entendem,
favor / Qual é negão? Qual é negão?” contribui para o efeito Mas você não entende seus pais.
de sentido pretendido pelo autor do texto, porque revela...
a) ... a crítica social relativa à humilhação sofrida pelas clas- Você culpa seus pais por tudo, isso é absurdo
ses desfavorecidas. São crianças como você
b) ... a intencionalidade de estabelecer uma hierarquia en- O que você vai ser,
tre os personagens. Quando você crescer?
c) ... a postura de subserviência e de resignação dos mora- RUSSO, R.; VILLA-LOBOS, D. Pais e filhos. (Trechos.)
Disponível em: http://letras.mus.br/legiao-urbana/22488/.
dores da periferia.
Acesso 16 jul. 2013.
d) ... a riqueza das expressões linguísticas pertencentes ao
jargão dos militares.
TEXTO 2
e) ... a visão hegemônica da sociedade reiterada pelos veí-
Então cresci. Com a exatidão dos astros, meu pai conti-
culos de comunicação. nuou a telefonar no mesmo horário, todos os dias, mas já
Gabarito: B não tinha o poder de me comover. Adolescente, eu vivia
Reconhecer a ideia comum entre textos de gêneros diferentes
e a ironia em tirinhas. desarrumado por dentro. Estava atrás de minha verdade.
TEXTO 1 Procurava o que havia dele em mim, e, quando encontra-
[...] va – o sorriso igual, o mesmo olhar de despedida –, eu me
Quero colo! Vou fugir de casa! negava a aceitar.
Posso dormir aqui com vocês? As linhas da vida me desviavam do seu caminho. Eu
Estou com medo, tive um pesadelo aprendera a atirar pedras, e ele era o meu alvo preferido. A
Só vou voltar depois das três. hora, antes tão sagrada, se tornara maldita. [...]
Há pouco o telefone tocou. A mãe me deu a notícia de que
Meu filho vai ter nome de santo ele se foi, para sempre. Eu nem percebi que ele estava indo
Quero o nome mais bonito. em cada uma daquelas ligações, quando me perguntava, Fi-
lho, como foi seu dia? Agora, ante a ferida que se abre em
mim, esta prece é apenas um band-aid.
É preciso amar ças pessoas
CARRASCOZA, J. A. Pais e filhos. (Conto.) In: RODRIGUES, H. (Org.).
Como se não houvesse amanhã
Como se não houvesse amanhã: 20 contos inspirados em
Porque se você parar pra pensar músicas da Legião Urbana. Rio de Janeiro: Record, 2010.
Na verdade não há.
4. Considerando que o texto 2 foi escrito a partir de uma
Me diz, por que que o céu é azul? intertextualidade direta com o texto 1, qual passagem da
Explica a grande fúria do mundo canção corresponde ao evento narrado no trecho citado
São meus filhos acima?
Que tomam conta de mim. a) “É preciso amar as pessoas / Como se não houvesse
amanhã / Porque se você parar pra pensar / Na verdade
Eu não há.”
moro com a minha mãe
b) “Eu moro com a minha mãe / Mas meu pai vem me visi-
Mas meu pai vem me visitar
tar / Eu moro na rua, não tenho ninguém / Eu moro em
Eu moro na rua, não tenho ninguém
LÍNGUA PORTUGUESA
qualquer lugar.”
Eu moro em qualquer lugar.
c) “Quero colo! Vou fugir de casa! / Posso dormir aqui com
vocês? / Estou com medo, tive um pesadelo /Só vou vol-
tar depois das três.”
71
Prepara Saeb
d) “Sou uma gota d'água, / Sou um grão de areia / Você 5. Relacione o texto 2 ao texto 1 e assinale a característica que
me diz que seus pais não te entendem, / Mas você não se aplica à obra de Clarice Lispector, a qual pode ser com-
entende seus pais.” provada pelo fragmento de texto lido.
e) “Você culpa seus pais por tudo, isso é absurdo / São a) Aproximação cada vez maior com a verossimilhança.
crianças como você / O que você vai ser, Quando você b) Busca continuada por dar voz àqueles que não a detêm.
crescer?.” c) Pesquisa da alma humana, retrato e análise da sociedade.
Gabarito: A
Inferir uma informação implícita em um texto. d) Expressão dos conflitos internos das personagens.
Clarice Lispector enquadra-se dentro do Modernismo bra-
e) Inauguração de um novo gênero: a narração-dissertação.
sileiro. Pertencente à Terceira Geração Moderna, sua obra
Gabarito: D
rompe com o estilo de escrever romance até então. Leia um Localizar informações explícitas em infográficos, reportagens,
trecho de crônica dessa autora. crônicas e artigos.
Um cão, apenas
72 CAPÍTULO 6
Prepara Saeb Identificar o conflito gerador do enredo e os elementos que cons-
Reconhecer o efeito de sentido decorrente do troem a narrativa.
Leia o conto. uso da pontuação e de outras notações. Estavam ali parados. Marido e mulher. Esperavam o carro.
E foi que veio aquela da roça, tímida, humilde, sofrida. Contou
Silêncio que o fogo, lá longe, tinha queimado seu rancho e tudo que
Vira e mexe homens entram na minha casa para traba- tinha dentro. Estava ali no comércio pedindo um auxílio para
lhar: encanadores, pedreiros e eletricistas. A minha política levantar novo rancho e comprar suas pobrezinhas. O homem
é continuar trabalhando. Assim um não incomoda o outro. ouviu. Abriu a carteira, tirou uma cédula, entregou sem pala-
Mas alguma coisa acontece, e eles não se aguentam com vra. A mulher ouviu. Perguntou, indagou, especulou, aconse-
meu silêncio. Começam a falar: lhou, se comoveu e disse que Nossa Senhora havia de ajudar e
“O que é que a senhora fica escrevendo aí?” não abriu a bolsa. Qual dos dois ajudou mais? Donde se infere
que o homem ajuda sem participar e a mulher participa sem
“Hum...”
ajudar. Da mesma forma aquela sentença: “A quem te pedir um
“O que é que tá escrevendo?” peixe, dá uma vara de pescar.” Pensando bem, não só a vara de
“É a história de um pinguim.” pescar, também a linhada, o anzol, a chumbada, a isca, apon-
“Como?” tar um poço piscoso e ensinar a paciência do pescador. Você
“A história de um pinguim.” faria isso, leitor? Antes que tudo isso se fizesse, o desvalido
“Pra quê?” não morreria de fome? Conclusão: Na prática, a teoria é outra.
“Hum?” CORALINA, Cora. Disponível em: http://sitenotadez.net/cronicas/.
Acesso em: 14 abr. 2016.
“Pra que a senhora está escrevendo isso?”
“Crianças.” 8. Esse texto é polifônico, porque apresenta um entrecru-
“E criança lá gosta de pinguim? Escreve sobre leão, en- zamento de vozes em seu interior, pois, além da voz do
tão! De onde a senhora tirou pinguim?” narrador, implícita ou explicitamente, aparecem diferentes
“É pinguim.” enunciações, tal como a presença da fala de outrem na pas-
“A senhora devia escrever novela pra Globo.” sagem:
“Hum...” a) “Estavam ali parados. Marido e mulher. Esperavam o
“Eu já fiz o piso da casa da Eva Wilma, sabia?” carro”.
“Hum...”
b) “Contou que o fogo, lá longe, tinha queimado seu ran-
“Conheci um autor de novela lá. A senhora não quer que
cho...”.
eu entregue os seus textos aí pra ele?”
c) “Abriu a carteira tirou uma cédula, entregou sem pala-
“Não.”
vra”.
“Por que não?”
“Não.” d) “Donde se infere que o homem ajuda sem participar...”.
“Artista é tudo igual. Vai ficar aí, de cara fechada, escreven- e) “Antes que tudo isso se fizesse, o desvalido não morreria
do, escrevendo... Tem que sair! Visitar as pessoas! Como é de fome?”
que as pessoas vão saber o que a senhora está escrevendo?” Gabarito: B
Reconhecer relação de sentido marcada por conjunção em textos diversos.
E assim vai... até ele terminar o serviço e me passar o pre- XI – Aquela Senhora tem um piano
ço, que sempre me assusta. Então ele diz que se eu escre-
vesse novela para a Globo, ele cobraria o dobro e eu nem Aquela Senhora tem um piano
acharia ruim. Que é agradável, mas não é o correr dos rios
“Aliás, se a senhora escrevesse novela pra Globo, não Nem o murmúrio que as árvores fazem...
moraria nesse prédio caindo aos pedaços.”
Disponível em: http://www.dominiopublico.gov.br/download/
Por que é preciso ter um piano?
texto/me003420.pdf. Acesso em: 10 maio 2015.
O melhor é ter ouvidos e amar a natureza.
7. Como a autora representa o diálogo entre os personagens CAEIRO, A. [Fernando Pessoa]. Disponível em: http://www.
nesse conto? dominiopublico.gov.br/dowonload/texto/pdf.
Acesso em: 30 abr. 2016. (Fragmento.)
a) Colocando as falas do trabalhador e da escritora entre
aspas. 9. A conjunção mas tem, originalmente, o papel de estabelecer
b) Empregando, antes de cada fala, os dois-pontos e o tra- conexão entre duas ideias opostas. Na primeira estrofe do
vessão. poema, ocorre essa relação sintático-semântica, pois o eu
c) Introduzindo, com verbos indicativos de falas, cada fra- lírico pretende apresentar uma contraposição entre...
LÍNGUA PORTUGUESA
73
Prepara Saeb
Reconhecer efeitos estilísticos em poemas.
Rômulo Rema
Rômulo rema no rio. Rômulo rema no rio.
10. Os recursos prosódicos são uma forma de encenar a realidade por meio de sons que reproduzem ou insinuam determinada
situação. Nesse poema, a aliteração do fonema /r/ foi utilizada por Cecília Meireles para representar...
a) ... a dificuldade de remar contra o fluxo.
b) ... a imagem acústica da correnteza do rio.
c) ... a rapidez de um barco em movimento.
d) ... a suavidade do fruto no galho da árvore.
e) ... o nascimento de um novo amanhecer.
Gabarito: B
Anotações
74 CAPÍTULO 6
7
VL
AD
GR
IN
/Sh
utt
ers
to c
INFOGRÁFICO /
k
PROPAGANDA
AGÊNCIA BRASIL. População brasileira deve chegar a 233,2 milhões em 2047, diz IBGE. Agência
Brasil [site], Brasília, 25 jul. 2018. Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noti-
cia/2018-07/populacao-brasileira-deve-atingir-2332-milhoes-em-2047-diz-ibge.
Acesso em: 12 jun. 2023.
75
Dando a largada!
Infográfico é um gênero textual usado para transmitir informações por meio de textos
geralmente curtos e de elementos visuais, como gráficos, fotografias, ilustrações. Ele pode
funcionar como um recurso didático.
2060.
O grande impacto que o infográfico tem é visual. As informações são absorvidas de maneira
mais rápida por meio do texto verbal reduzido e de elementos visuais. Hoje, crianças e
adolescentes estão conectados ao universo on-line, no qual a leitura muitas vezes não segue
uma linearidade, é mais intuitiva; O infográfico tem esse apelo visual, é fluido, dinâmico, como
5 No título da notícia que você leu na página anterior, além do jornalista que a redigiu, quem
também está se responsabilizando pelas informações (outro locutor do texto)?
76 CAPÍTULO 7
Com 79,7 anos, Santa Catarina, que, atualmente, tem a maior esperança de vida ao
nascer para ambos os sexos, subirá para 84,5 anos em 2060. O Maranhão, com a menor
expectativa de vida ao nascer (71,1 anos) em 2018, vai perder a posição para o Piauí que,
em 2060, terá a taxa de 77 anos.
AGÊNCIA BRASIL. População brasileira deve chegar a 233,2 milhões em 2047, diz IBGE. Agência
Brasil [site], Brasília, 25 jul. 2018. Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/
noticia/2018-07/populacao-brasileira-deve-atingir-2332-milhoes-em-2047-diz-ibge.
Acesso em: 12 jun. 2023.
• Pelas informações do texto introdutório e do infográfico, o que você entende por expecta-
tiva de vida?
Professor(a), aceite respostas coerentes e adequadas. Aqui vai, porém, para seu conhecimento
vida é o número aproximado de anos que um grupo de indivíduos nascidos no mesmo ano vai
• Você considerou que as informações sobre a expectativa de vida foram traduzidas de for-
ma eficiente no infográfico?
Professor(a), acredita-se que a resposta seja positiva, pois o infográfico acompanha o texto da
ilustração de duas pessoas em situação de rua (uma sentada e outra deitada com um cobertor),
LÍNGUA PORTUGUESA
do Masp.
77
• A função de um infográfico é
a) apresentar dados e estatísticas em forma de tabelas e gráficos.
X b) transmitir informações por meio de linguagens diversas, como textos, fotografias, íco-
nes, ilustrações, mapas.
c) resumir conteúdos didaticamente por meio somente da linguagem visual.
d) despertar a atenção do leitor para o conteúdo de notícias e reportagens.
• O que representa o símbolo %? Para que é usado?
O símbolo % representa porcentagem. É usado para indicar uma taxa ou proporção calculada
É interessante retomar aprendizagens de Matemática com a turma. Sem saber ler porcentagens
e relacioná-las ao todo, os alunos não conseguirão entender boa parte dos infográficos ou
Reprodução/ultimosegundo.ig.com.br
As infrações de trânsito são apresentadas destacando-se o caráter universal das ações. Elas
podem ser aplicadas a todos os motoristas que descumprirem a lei, em qualquer tempo.
• Para demonstrar isso, o infográfico, na parte verbal, vale-se de qual recurso?
a) Identificação do grau da infração.
b) Uso de verbos no imperativo negativo.
X c) Emprego de verbos no infinitivo pessoal.
d) Restrição às atitudes geradoras de multas.
78 CAPÍTULO 7
• Há dois enunciados no infográfico que indicam relação de tempo.
Com base nessa informação, complete, adequadamente, os espaços nas sentenças abaixo.
Os dois enunciados, no infográfico, que indicam relação de tempo são:
Não dar a preferência aos pedestres quando o motorista vira em uma rua transversal. Parar o
E, em cada quadro, existe a indicação do tipo de infração (grave, gravíssima, média). Essa
estratégia reforça o que não deve ser feito, para que fique bem gravado na mente do leitor.
• O que cada elemento abaixo pode representar no contexto do infográfico? Ligue o ele-
mento a sua respectiva representação.
Não dar a vez aos pedestres sobre a faixa de segurança consequência
Multa de R$ 191,53 causa
CNH – 7 pontos
Habilidades abordadas:
D1 – Localizar informações explí-
citas em um texto. D3 – Inferir o
sentido de uma palavra ou expres-
são. D4 – Inferir uma informação
implícita em um texto. D4 – Reco-
nhecer a finalidade de propagan-
das. D5 – Interpretar texto com
GALILEU, n. 124, nov. 2001. p. 23. auxílio de material gráfico diverso
• A leitura dos dados apresentados no infográfico permite afirmar que (propagandas, quadrinhos, fotos,
etc.). D6 – Identificar o tema de um
texto. D12 – Identificar a finalidade
a) as estimativas feitas priorizam as espécies vegetais. de textos de diferentes gêneros.
D13 – Identificar as marcas linguís-
X b) as plantas ocupam o primeiro lugar quanto ao número de espécies. ticas que evidenciam o locutor e o
c) o número de anfíbios é maior do que o registrado para mamíferos. interlocutor de um texto.
D13 – Reconhecer relação de sen-
d) o número de aves é inferior ao de mamíferos na Mata Atlântica. tido marcada por conjunção em
textos diversos. D17 – Reconhecer
o efeito de sentido decorrente do
uso da pontuação e de outras nota-
ções. D18 – Reconhecer o efeito de
Propaganda sentido decorrente da escolha de
uma determinada palavra ou ex-
pressão. D19 – Reconhecer o efeito
1 Converse com seus(suas) colegas e com o(a) professor(a): de sentido decorrente da explora-
ção de recursos ortográficos e/ou
a) Você se depara com muitas propagandas no dia a dia? De que tipo? morfossintáticos. D19 – Reconhe-
cer relações de sentido marcadas
LÍNGUA PORTUGUESA
b) Na sua opinião, qual é a importância das propagandas para a divulgação de um con- por conjunções, a relação de causa
teúdo de interesse da sociedade, como campanhas de educação no trânsito ou de e consequência e a relação entre o
pronome e seu referente em dife-
vacinação? rentes gêneros. D19 – Reconhecer
Professor(a), aproveite este momento de aproximação dos alunos com as propagandas. Faça relação de sentido marcada por
um levantamento para saber se reconhecem que propaganda se trata da divulgação de ideias e conjunção em textos diversos.
valores em benefício da sociedade.
79
2 Observe estas duas propagandas promovidas pelo governo federal. A primeira delas é de
uma campanha para doação de leite materno, a segunda é de vacinação contra a gripe.
Dando a largada!
A propaganda é a divulgação de ideias, conceitos e valores para conscientizar o públi-
co para mudanças de comportamento ou para aderir a determinadas causas. Pode circu-
lar na mídia impressa, como jornais, revistas e cartazes, ou nas mídias digitais, internet, TV,
podcasts e rádio.
materno.
legenda diz “Mariah e Pedro, receptores de leite humano”. A imagem das crianças reforça a
80 CAPÍTULO 7
c) A propaganda da vacinação traz as frases “Movimento nacional pela vacinação” e “Vaci-
na é pra todos”. Apenas por essas informações, subentende-se quem é o público-alvo
da campanha?
Professor(a), espera-se que os alunos respondam que sim, pois as palavras nacional e a
forma geral.
e) Quem são os locutores das duas campanhas ou os responsáveis por elas? Como você
sabe disso?
São o Ministério da Saúde, o Governo Federal e o Sistema Único de Saúde. Os três órgãos
estão indicados no fim de cada cartaz, como se o assinassem, e também figuram nas
referências bibliográficas.
2 Você acredita que as propagandas são uma forma eficaz de comunicação com a sociedade?
Resposta pessoal. Professor, espera-se que a resposta seja afirmativa, pois as campanhas
Pit stop 1
Veja como se caracteriza a linguagem da propaganda:
• Linguagens múltiplas, com textos, fotografias, ilustrações, QR-Code, dependendo do públi-
co a ser alcançado.
• Frases curtas, mas de efeito, devem chamar a atenção.
• Os temas das campanhas são de interesse da sociedade, como saúde, prevenção de aci-
dentes de trânsito, doação de órgãos, alimentos, entre outras.
LÍNGUA PORTUGUESA
81
• Qual é o tema dessa propaganda?
É o desmatamento da mata atlântica.
• A pergunta “Vai lavar as mãos para o abandono da mata atlântica?” evidencia o posiciona-
mento ideológico da propaganda, que se manifesta ao
a) demonstrar incerteza.
b) esclarecer um equívoco.
c) estabelecer uma contraposição.
X d) ironizar um comportamento.
• Qual é a finalidade dessa propaganda?
É alertar para o perigo de se abandonar as atividades de reflorestamento e de cuidados com
a mata atlântica.
• Essa propaganda apresenta uma brincadeira com a linguagem, que é muito argumentati-
va. Qual é ela?
É o uso da construção pergunta/resposta, em que a pergunta é “Vai lavar as mãos para o
abandono da mata atlântica?” e a resposta é “Aproveita enquanto tem água”, criando um laço
entre lavar e água, que descontrói o sentido da expressão lavar as mãos (deixar pra lá), para
construir um processo mais denotativo, literal para a atividade de lavar mesmo as mãos.
Reprodução/WWF-Brasil
82 CAPÍTULO 7
• Os operadores argumentativos se (1a linha) e só (5a linha) articulam as palavras na frase,
estabelecendo no texto, respectivamente, relações lógico-semânticas de
a) concessão e inclusão. X c) condição e limitação.
b) conclusão e proporção. d) consequência e retificação.
3 Leia o a propaganda de doação de órgãos.
Pit stop 2
As propagandas visam ao interesse coletivo por meio da divulgação de conceitos e ideias,
por meio de campanhas sem fins lucrativos. É o caso das campanhas governamentais de vaci-
nação e de combate à fome, por exemplo. Já os anúncios publicitários apresentam produtos,
marcas, serviços, direcionando o público-alvo para o consumo, como a publicidade de conces-
sionárias de veículos.
Cruzando a linha
1 Leia a propaganda a seguir:
Reprodução/Fundação Mata Atlântica
LÍNGUA PORTUGUESA
83
• A frase “Eu vi as árvores que você cortou”, articulada com as demais linguagens, evidencia
que o responsável pela propaganda identifica-se como porta-voz do discurso ideológico
da fundação S.O.S. Mata Atlântica, o qual se mostra
a) crítico em relação às políticas públicas de defesa do ecossistema.
b) determinado a preservar a fauna e a flora ameaçadas de extinção.
c) estimulado a replantar árvores nativas nas áreas de mata atlântica.
X d) preocupado com as consequências maléficas do desmatamento.
2 Observe a propaganda de doação de órgãos.
• Na passagem “Doe órgãos. Salve vidas” aparecem duas orações, que, embora estejam sepa-
radas, mantêm entre si uma relação lógico-semântica. O primeiro ponto-final poderia, sem
prejuízo do sentido original do texto, ser substituído pelo conectivo
a) conforme.
X b) e.
c) embora.
d) ou.
• Qual das duas formas é mais marcante, cativa mais: com as duas frases curtas ou com uma
frase mais longa, ligada por uma conjunção? Por quê?
São as duas frases curtas que marcam e cativam mais o leitor. Elas ecoam como se fossem
as batidas de um coração, cujo funcionamento está ligado aos pulmões. Além disso, tudo na
propaganda é duplo: as duas frases iniciais e os dois pulmões, do que decorre que nada mais
natural que as duas frases curtas para complementar a mensagem que se quer passar.
84 CAPÍTULO 7
3 Leia a propaganda de uso de cinto de segurança no trânsito.
Reprodução/ALERJ
Anotações
LÍNGUA PORTUGUESA
85
8
VL
AD
GR
IN
/Sh
utt
ers
to c
RELATÓRIO CIENTÍFICO
Professor(a), algum relatório de atividade, a maioria dos alunos já deve ter feito no decorrer de sua vida escolar.
Então, a troca de ideias, nesta proposta, é essencial. Há relatórios científicos de muitos tipos: os voltados para
instituições de pesquisa que subsidiam alunos de pós-graduação ou mesmo de iniciação científica; os relatórios
científicos de atividades escolares geralmente realizadas em laboratório ou em estudos do meio; relatórios de
pesquisas institucionais longas, para publicação em
periódicos nacionais e internacionais, etc. Abra a Habilidades abordadas: D1 - Loca-
Esquentando os motores... conversa com essas informações e depois passe a
palavra para os alunos relatarem suas experiências
lizar informações explícitas em um
texto. 2 - Estabelecer relações entre
com textos desse gênero para a turma toda. partes de um texto, identificando
1 Para responder a estas questões, você, provavelmente, precisará trocar ideias com os(as) repetições ou substituições que con-
colegas e o(a) professor(a). tribuem para a continuidade dele.
D3 - Inferir o sentido de uma palavra
a) Você já fez alguma pesquisa ou atividade em laboratório ou, ainda, de estudo do meio, ou expressão. D4 - Inferir uma infor-
mação implícita em um texto.
por exemplo? D4 - Identificar a finalidade de rela-
tórios científicos. D5 - Interpretar
Resposta pessoal. texto com auxílio de material gráfico
diverso (propagandas, quadrinhos,
b) Você acredita ser necessário, em algumas situações, produzir relatórios científicos? fotos etc.). D6 - Identificar o tema de
Professor(a), é importante que os alunos reconheçam a necessidade de re- um texto. D11 - Estabelecer relação
Resposta pessoal. latórios científicos serem produzidos e circularem no campo dos estudos e causa/consequência entre partes e
pesquisa, principalmente, no sentido da divulgação e do compartilhamento
do que se está descobrindo com as pesquisas que estão sendo realizadas. elementos do texto. D11 - Reconhecer
2 Agora, veja como é um modelo de relatório científico, que alunos que estão com bolsa de a relação de causa e consequência
em diferentes textos. D13 - Identificar
iniciação científica de uma Faculdade de Ciências Farmacêuticas, precisam fazer. as marcas linguísticas que evidenciam
o locutor e o interlocutor de um texto.
D15 - Estabelecer relações lógico-dis-
cursivas presentes no texto, marca-
das por conjunções, advérbios etc.
FCFRP/USP D17 - Reconhecer o efeito de sentido
decorrente do uso da pontuação e de
outras notações. D18 - Reconhecer o
efeito de sentido decorrente da es-
colha de uma determinada palavra ou
expressão. D19 - Reconhecer relações
ORIENTAÇÕES PARA ELABORAÇÃO DO RELATÓRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E de sentido marcadas por conjunções,
a relação de causa e consequência e a
INICIAÇÃO TECNOLÓGICA relação entre o pronome e seu refe-
rente em diferentes gêneros.
ITENS PARA O RELATÓRIO D19 - Reconhecer relação de sentido
marcada por conjunção em textos
O Relatório Parcial de Iniciação Científica ou Iniciação Tecnológica deve conter os seguintes itens: diversos. D20 - Reconhecer diferentes
1) Capa - Identificação do Relatório: - Nome do Projeto; - Nome do Bolsista; - Nome do formas de tratar uma informação na
comparação de textos que abordam
Orientador (OBS: não existe o perfil de co-orientador em projetos de IC/IT); - Local de o mesmo tema, em função das con-
execução (laboratório, unidade e instituição); - Vigência da bolsa (informar o período de dições em que ele foi produzido e
daquelas em que será recebido.
início e fim da bolsa); D21 - Reconhecer a ideia comum
entre textos de gêneros diferentes e a
2) Resumo do Projeto ou Pesquisa; ironia em tirinhas.
3) Introdução e Fundamentação Teórica;
4) Objetivo(s);
5) Materiais e Métodos;
6) Resultados e Discussão;
7) Conclusões; Professor(a), não serão tratadas neste capítulo as partes de Material e métodos (porque
8) Cronograma da etapa futura; não interessa aqui diferenciar metodologias de pesquisa que podem ser bem complexas),
Referências (dada a tecnicidade das regras da ABNT – foram comentadas algumas normas
9) Referências; indicadas pela instituição para a elaboração de relatórios científicos, mas não todas), Ane-
xos e Apêndices (uma vez que não fazem parte do escopo das habilidades a serem desen-
10) Anexos e apêndices:
volvidas). O que pode ser importante explicar para os alunos é a diferença entre anexos (do-
- Dificuldades encontradas (se houver); cumentos não elaborados pelo pesquisador, que servem de fundamentação, comprovação
ou ilustração) e apêndices (textos elaborados pelo pesquisador a fim de complementar seu
- Divulgação do trabalho (se houver); trabalho). Entram no final do relatório.
- Apresentação da aprovação do projeto junto à Comissão de Ética no Uso de Animais
e/ou Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos e/ou Comissão Interna de Bios-
86
segurança (este documento é OBRIGATÓRIO para os projetos que envolvem pesquisa
com humanos, animais ou Organismos Geneticamente Modificados, conforme previsão
do edital).
Recomenda-se que a formatação do relatório siga as orientações da Associação Brasileira
de Normas Técnicas (ABNT).
FACULDADE DE CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS DE RIBEIRÃO PRETO. Orientações para elaboração do
relatório de iniciação científica e iniciação tecnológica. Universidade de São Paulo, São Paulo, 2020.
Disponível em: file:///C:/Users/rober/Desktop/Saeb/Volume%203M/Das%20meninas%20pra%20
mim/Orientac%CC%A7a%CC%83o-Rel-IC-IT.pdf. Acesso em: 14 jun. 2023.
Dando a largada!
Professor(a), explique aos alunos
O relatório científico é um gênero textual muito usado no campo das práticas de estudo que há instituições que subsidiam
pesquisas e pesquisadores. Você
e pesquisa e no campo da Ciência. Ele é usado para registrar procedimentos de experiências e pode citar a Coordenação de Aper-
pesquisas, obedecendo a uma organização relativamente recorrente, de modo que possa ser feiçoamento de Pessoal de Nível
Superior (Capes) e o Conselho
compartilhado com outros pesquisadores, bem como ser avaliado por outros pesquisadores Nacional de Desenvolvimento
e comissões de avaliação de instituições de financiamento de pesquisas. Científico e Tecnológico (CNPq),
provavelmente as maiores no país.
No estado de São Paulo, há ainda
a Fundação de Amparo à Pesquisa
no Estado de São Paulo (Fapesp).
1 Na página anterior, você observou a estrutura de um artigo científico que é requerida por É interessante propor uma ativi-
uma Faculdade. A estrutura sugerida por outras faculdades costuma ser muito semelhante. dade de navegação pelos sites
dessas instituições para que eles
A primeira coisa que precisa ser garantida é a identificação da autoria e da pesquisa. conheçam e saibam o que pode
ser encontrado por lá (currículos
de pesquisadores, pesquisas em
Pit stop 1 andamento e relatórios de pesqui-
sa, bibliotecas virtuais, orientações
Toda pesquisa realizada em campo acadêmico precisa ter um orientador: o professor que para obtenção de bolsas, etc.). As
homepages dessas instituições
acompanha o trabalho e responsabiliza-se também por ele! E a vigência de duração de uma estão disponíveis em: https://www.
bolsa varia de instituição para instituição e de acordo com o grau do pesquisador (se ele é de gov.br/capes/pt-br; https://www.
gov.br/cnpq/pt-br; https://bv.fapesp.
iniciação científica no Ensino Médio ou na Graduação, mestrado, doutorado ou pós-doutora- br/pt/assunto/8262/grupos-de-
do). A bolsa de iniciação científica prevista pelo Governo Federal para alunos do Ensino Médio pesquisa/ https://fapesp.br/
(acessos em: 14 jun. 2023).
e de Graduação é de 12 meses, por exemplo.
Professor(a), é importante que os
alunos saibam qual é o percurso
acadêmico que podem escolher a
Título da pesquisa partir da graduação. Converse com
eles sobre isso. Esta atividade de
simulação é relevante também para
que os alunos possam imaginar-se
no lugar de pesquisadores e des-
construir a ideia de que só deter-
Nome do pesquisador minadas pessoas possam assumir
esse papel. Além disso, explique
para eles que, para concorrer a es-
sas bolsas, é preciso ter um projeto
de pesquisa, inscrevê-lo na institui-
ção visada, aguardar pela avaliação
e pelo processo de seleção.
Nome do professor-orientador
87
2 Depois da capa, o que aparece, nos relatórios científicos, é um resumo da pesquisa. Leia
este para perceber o que se deve fazer nesse tipo de resumo.
Resumo: Inúmeros pesquisadores vêm investigando a prática de professores em sala de
aula com laptops educacionais, tanto no exterior quanto no Brasil, e a literatura da área aponta
Contextualização do tema
para a necessidade de novas práticas pedagógicas para que esses sejam efetivamente usados
e aproveitados para uma aprendizagem mais significativa os inúmeros recursos tecnológicos
de que a Educação pode se valer hoje em dia. O objetivo desta pesquisa, portanto, é identificar Objetivo
novas práticas que professores do Ensino Fundamental I de uma escola estadual e de uma
escola municipal do interior de São Paulo desenvolvem para o uso de tecnologias móveis em
sala de aula. A fundamentação teórica que norteia a pesquisa baseia-se no construcionismo Fundamentação teórica
(PAPERT, 1994, 1999; ALMEIDA, 2000); no conceito de mobilidade, atrelado ao uso de laptops
educacionais (KAY, 1975; NEGROPONTE, 1995; VALENTE, 2010); na noção do professor práti-
co-reflexivo (SCHÖN, 1987; ALMEIDA, 2000) no âmbito da formação do professor (VALENTE;
ALMEIDA, F., 1997; ALMEIDA; PRADO, 2008) e de novas práticas pedagógicas propiciadas
por essa mesma tecnologia (LIVINGSTONE, 2006). Foi realizado um trabalho de método misto Metodologia
(CRESWELL, 2007) sobre um estudo de casos múltiplos (YIN, 2001) ou de caso coletivo (AN-
DRÉ, 2005; CHIZZOTTI, 2008) e educacional (STENHOUSE, 1988, apud BASSEY, 2003, apud
ANDRÉ, 2005), que se valerá de questionários (no que se refere à questão quantitativa), de
entrevistas, de registros de observações diretas e relatório de objetivos do professor (no que
se refere à parte qualitativa), bem como do CHIC, um software que articula os dois tipos de
dados (quantitativos e qualitativos).
MANDAIO, Claudia. Um computador por aluno na escola: Perspectivas de um trabalho diferenciado
em sala de aula. Relatório de pesquisa (Mestrado em Educação: Currículo) – Pontifícia Universidade
Católica de São Paulo, São Paulo, 2010.
Pit stop 2
O resumo que você leu apresenta as partes constituintes de um resumo de relatório cientí-
fico inicial, como você pode identificar pelas legendas. Quando a pesquisa já avançou, o resu-
mo do relatório apresentou, também, os resultados até aquele momento. Mas você sabe o que
significa mesmo cada parte?
b) Que informações a pesquisadora apresenta para essa parte para contextualizar o tema?
Ela menciona que há várias pesquisas com esse tema tanto no Brasil quanto no exterior
(o que mostra como ele é relevante) e o fato de que a literatura aponta a necessidade de
novas práticas educacionais para o uso de laptops em sala de aula para que haja de fato uma
aprendizagem significativa.
88 CAPÍTULO 8
c) Por que será que a pesquisadora usou o termo inúmeros para qualificar pesquisadores? Professor(a), reforce a questão do
Porque se trata de um resumo, e a pesquisadora tem um limite máximo de palavras ou limite de caracteres que geralmen-
caracteres para desenvolver seu texto. Então, ela usou inúmeros pesquisadores para te os resumos de trabalhos acadê-
registrar que ela encontrou muitos trabalhos sobre o mesmo tema, uma vez que nesse mico-científicos têm.
espaço ela não conseguiria referenciar todos. O mesmo caso pode ser observado na
expressão usada inúmeros recursos tecnológicos.
d) Por que o termo laptops está grafado em itálico? Que outra palavras, no texto, também
usa esse recurso?
Porque se trata de um termo estrangeiro (inglês), que deve ser grafado com algum destaque,
Pit stop 3
Os verbos são os termos mais importantes quando se tem um objetivo. São eles que, de
fato, mostram o que será feito, a ação que será realizada naquela pesquisa. Por isso, guarde
alguns verbos próprios da redação de objetivos: analisar, aplicar, avaliar, comparar, defi-
nir, demonstrar, descrever, identificar, interpretar, relacionar...
Quantidade de
2
escolas envolvidas
Local em que se
encontram sediadas Interior do estado de São Paulo
essas escolas
5 Agora, você vai analisar a parte de fundamentação teórica do resumo. Releia-a com atenção
e complete o esquema, baseando-se no preenchimento do primeiro quadro (Conceito 1).
Construcionismo
pesquisadora selecionou
Almeida (2000)
89
Conceito 2 que embasa a análise Conceito 3 que embasa a análise
Mobilidade (laptops educacionais) Professor prático-reflexivo
Autores que trataram desse conceito e a Autores que trataram desse conceito e a
pesquisadora selecionou pesquisadora selecionou
Kay (1975) Schön (1987)
Negroponte (1995)
Almeida (2000)
Valente (2010)
6 Finalmente, você vai olhar para a parte da metodologia do resumo desse mesmo relatório.
Releia-a e responda.
a) Que método foi usado na pesquisa? Qual é o trabalho que embasa esse método?
Foi usado o método misto - embasado em Creswell (2007).
• Na introdução de qualquer relatório, deve-se relatar o que já foi feito. Nesse trecho, que
tempo verbal está sendo usado no relato da pesquisadora?
Tempo passado, mais especificamente o pretérito perfeito.
90 CAPÍTULO 8
• Que pessoa gramatical a pesquisadora está usando? A que você atribui a escolha dessa Professor(a), explique aos alunos
que, no meio acadêmico-científico,
pessoa gramatical? muitas vezes, usa-se a 1ª- pessoa
do plural – nós -, uma vez que a voz
1ª- pessoa do singular. do pesquisador acaba se juntando à
voz de tantos autores que ele carre-
ga em seu trabalho. No entanto,
• Bem no início do trecho, que expressão comprova tratar-se de um relatório? em relatórios, especialmente, po-
de-se usar a 1ª- pessoa do singular,
É a expressão “Durante o período de execução da pesquisa [...]”. uma vez que é um gênero textual
que implica individualidade.
• Por que descrever a composição do relatório, como a pesquisadora faz no último parágrafo
citado, é importante?
É importante para dar coesão e continuidade ao trabalho, além de preparar o leitor para o que
[...] Machado (1998), que desenvolve, segundo Liberali (1999), um dos mais relevantes es-
tudos sobre o gênero diário localiza a sua origem no século XIX, quando as questões iden-
titárias (que refletiam conflitos interiores) advindas com os ideais de liberdade, igualdade,
fraternidade vêm à tona com a Revolução Francesa. Desde então, o diário vem sendo usado
com fins diversos – como prática individual, instrumento de pesquisa, meio de educação. Inte-
ressa-nos aqui o diário como um gênero discursivo, que pode promover a reflexão individual
sobre uma atividade humana e se constituir como ferramenta de transformação.
MARTINS, Roberta L. Navegando por diários. Relatório de pesquisa (Doutorado em Linguística
Professor(a), comente com a turma
Aplicada e Ensino de Línguas) – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2002. que as citações longas devem ser
grafadas com letra um ponto me-
• O que você percebe de diferente no primeiro trecho? nor do que a do corpo do trabalho
e com recuo à esquerda de 4 cm,
sem o uso de aspas. As citações
Há uma citação longa, que é reproduzida com uma formatação diferente. curtas, entram na continuidade do
texto no corpo do trabalho, sempre
entre aspas.
• Por que os pesquisadores, em geral, recorrem às citações, sejam elas curtas ou longas? Professor(a), discuta com os alunos
esta questão e sua resposta.
Porque se considera, no meio acadêmico, que é toda uma comunidade científica que está por
trás de qualquer pesquisa. Assim, citar outros autores e dialogar textualmente com eles é um
movimento constituinte de trabalhos de pesquisa.
• Por que esta expressão está entre aspas: “jeito fantasista de ritmar”?
Porque ela também é um tipo de citação do trabalho de outra pessoa, no caso, Mammì.
91
c) Objetivos
O objetivo, assim, é analisar como uma professora, com uma experiência de anos em sala
de aula presencial em cursos diversos com abordagem instrumental de produção acadêmica
escrita e alunos adultos, vai se transformando e se (re)formando em uma jornada pedagógica
digital. Na próxima seção, essa jornada começará a ser revelada.
MARTINS, Roberta L. Navegando por diários. Relatório de pesquisa (Doutorado em Linguística Aplica-
da e Ensino de Línguas) – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2002. (Adaptado).
• Será que o objetivo registrado acima, na seção Objetivo do relatório, está diferente do que
já entrou no resumo desse trabalho? Professor(a), explique que, mesmo
sem ver o resumo desse relatório,
Não. Eles estão iguais. é possível afirmar que o objetivo
está redigido da mesma maneira,
visto que esse é um dos critérios de
coerência na avaliação do relatório.
Cruzando a linha
1 Você chegou à parte de Resultados e Discussão. É nessa parte que o pesquisador analisa
os dados que levantou à luz da fundamentação teórica que definiu. Nessa parte, o que
sobressai é a relação de causa e consequência que vai sendo construída pelo autor.
a) Leia e analise trechos desta parte de um relatório, identificando causa e consequência.
[...] Um dos efeitos de sentido mais interessantes de Conversa de botequim, por exemplo, é
que o tom coloquial somado ao humor debochado produz uma simpatia imediata pela perso-
nagem deslocada: não há como não rir da encenação do malandro que finge uma grandeza e,
por intermédio desse arremedo, debocha da própria condição de penúria. [...]
PINTO, Mayra. Noel Rosa: o humor na canção. Segundo relatório (Doutorado em Educação) –
Universidade de São Paulo, São Paulo, 2010.
Causa Consequência
[...] Assim, na década de 30, quando a canção urbana começa a se estabelecer como um gê-
nero, principalmente via o samba e a marcha, o compositor popular pôde encontrar um lugar
em que sua voz foi ouvida [...]
PINTO, Mayra. Noel Rosa: o humor na canção. Segundo relatório (Doutorado em Educação) –
Universidade de São Paulo, São Paulo, 2010.
Causa Consequência
ele o locutor-sambista
ela o interlocutor-mulher
c) Leia e responda.
Noel é capaz de revelar suas máscaras, porque não tem nada realmente de valor a esconder.
PINTO, Mayra. Noel Rosa: o humor na canção. Segundo relatório (Doutorado em Educação) –
Universidade de São Paulo, São Paulo, 2010.
92 CAPÍTULO 8
• Que conjunção está sendo usada neste trecho?
Está sendo usada a conjunção porque.
Mas.
2 Compare estes dois textos: o primeiro foi retirado de um dos relatórios trabalhados neste
capítulo; o segundo, de uma reportagem.
[...] foi necessário um recorte no que havia sido previsto no projeto inicial – análise de
toda a obra humorística de Noel Rosa. Basicamente, a análise agora leva em consideração a
construção discursiva da voz poética nas canções que tratam da conduta do locutor/eu-lírico
como sambista. Na verdade, esse recorte contribuiu para compreender mais profundamen-
te como o compositor construiu uma voz poética que se estabeleceu como paradigma lírico
na canção.
PINTO, Mayra. Noel Rosa: o humor na canção. Segundo relatório (Doutorado em Educação) –
Universidade de São Paulo, São Paulo, 2010.
• Qual é o nome do cantor e compositor de quem está sendo tratado nos dois textos?
Noel Rosa.
• No trecho retirado do relatório, qual é o foco? Qual é o campo de atividade em que vai
circular esse texto?
O foco está na mudança na análise proposta no projeto de pesquisa: em vez de analisar a obra
toda do compositor, a pesquisadora fará um recorte nesse escopo. O relatório vai circular no
campo acadêmico.
• No trecho retirado da reportagem, qual é o foco? Qual é o campo de atividade em que vai
circular esse texto?
O foco está na vida do compositor. A reportagem vai circular no campo jornalístico.
LÍNGUA PORTUGUESA
93
• Além das diferenças que você já marcou, que outra você observa?
A linguagem do relatório é mais formal, e a da reportagem, mais informal.
• No trecho do relatório, há uma palavra que se repete. Qual é? Por que acontece essa repetição?
A palavra é análise e ela se repete para garantir a continuidade do tema no texto.
3 O cronograma é uma parte importante nos relatórios. Ele é, geralmente, registrado no for-
mato de um quadro, de modo bem resumido. Observe.
Corpus: é o conjunto de
documentos sobre determinado
tema, selecionados e reunidos
para serem analisados.
Dispositivo teórico-analítico:
fundamentação teórica que vai
embasar a análise.
• A pesquisa de Eliane F. Azzari demorou quantos anos para ser desenvolvida e concluída?
Professor(a), comentar com os alunos que 4 anos é o
Demorou 4 anos. prazo para a realização de um doutorado no Brasil.
• Por que os meses de janeiro e julho não estão contemplados nesse cronograma?
Porque se supõe que esses dois meses são para férias.
94 CAPÍTULO 8
• Leia as atividades propostas pela pesquisadora na primeira coluna. O que você observa?
Comente.
As atividades mudam do primeiro biênio para o segundo. Isso é natural, porque a pesquisa
• Avalie o tempo que a pesquisadora levou em cada atividade. Você acha que ele foi adequado?
Resposta pessoal. É importante que os alunos aproximem-se desse gênero textual que une o
4 Agora que você já leu vários trechos de relatórios de pesquisa, já viu como ele deve ser Professor(a), é importante que os
alunos identifiquem as finalidades
composto, reúna-se com um(a) colega para discutir a finalidade desse tipo de texto. Registre de prestar contas por um subsídio
as conclusões a que vocês chegaram. recebido ou por uma vinculação
acadêmica e de compartilhar o co-
Resposta pessoal. nhecimento advindo com a pesqui-
sa. Relatórios geralmente implicam
avaliação, então esse ponto deve
ser ressaltado também.
Anotações
LÍNGUA PORTUGUESA
95
Prepara Saeb
Inferir uma informação implícita em um texto. a) comparação.
O texto a seguir é uma Propaganda Institucional. Essa for- b) cópia.
ma de publicidade visa à disseminação de ideias no intuito c) paráfrase.
de moldar e influenciar a opinião pública, motivando com-
d) paródia
portamentos desejados por uma instituição ou provocan- Gabarito: D
do mudanças na sua imagem pública.
Reconhecer a finalidade de propagandas.
Reprodução/www.votoconsciente.org.br
Reprodução/Yamaha
Disponível em: https://www.produto.com.br/wp-content/
Disponível em: http://kellyols.blogspot.com.br/2008/06/ uploads/2015/03/produto-propaganda-yamaha-anuncio2.jpg.
propaganda-institucional.html. Acesso em: 19 mar. 2013. Acesso em: 24 maio 2015.
1. Identifique qual é a passagem do texto que manifesta a 3. Os recursos visuais do anúncio visam a
argumentação do autor. a) delimitar o público-alvo.
a) “Você veria o boletim dos seus filhos só uma vez a cada b) divulgar os diversos esportes.
4 anos?” c) induzir à prática desportiva.
b) “Controle os políticos.” d) promover a saúde das pessoas.
c) "Junte-se ao Movimento Voto Consciente...” Gabarito: D
d) “[...] nos ajude a cobrar uma política mais honesta e justa.” Inferir o sentido de uma palavra ou expressão.
Gabarito: A
Reprodução/Cepacol
Interpretar texto com auxílio de material gráfico diverso
(propagandas, quadrinhos, fotos etc.).
Texto 1
Reprodução/Puma
Texto 2
Reprodução/Pumba
96 CAPÍTULO 8
Prepara Saeb
a) apresentar o antisséptico como um elemento tão im- 6) Pílula anticoncepcional. 7) Implante Coclear. 8) Caneta
esferográfica. 9) Satélites. 10) Telefones móveis. 11) Fertili-
portante na vida da mulher quanto os acessórios.
zação in vitro. 12) LED.
b) atribuir um juízo de valor pejorativo ao vocábulo onci-
O Implante Coclear realmente muda a vida de uma
nha com o intuito de vencer a concorrência.
pessoa ao devolvê-la ao mundo dos sons!
c) criticar a mulher por se preocupar com as tendências da
Disponível em: http://cronicasdasurdez.com/britanicos-
moda e se esquecer da higiene bucal. escolhem-as-maiores-inovacoes-do-ultimo-seculo-o-implante-
d) valorizar o produto anunciado, destacando-se diferen- coclear-esta-entre-elas/. Acesso em: 30 abr. 2014. (Fragmento).
último século: o implante coclear está entre elas quele esporte;aumentando a coordenação e melhorando
habilidades motoras essenciais.
1) Internet. 2) Transistor. 3) O avião e os voos comer-
ciais. 4) A televisão. 5) Mapeamento do genoma humano. CALLEGARO, Marco. Psique. Dez. 2016.8 53 (Fragmento)
97
Prepara Saeb
8. Sobre a relação entre a prática e o desempenho no esporte, c) declarar que a pimenta faz os olhos lacrimejarem.
o texto apresenta um estudo, cuja conclusão d) informar a causa do ardor da pimenta.
Gabarito: D
a) aponta o bom desempenho esportivo como fruto da
Reconhecer relação de sentido marcada por conjunção em
melhora das habilidades motoras.
textos diversos.
b) contradiz a opinião anterior de que o treinamento repe- Leia o texto a seguir.
titivo levaria à perfeição.
O Paradoxo dos Gêmeos
c) lança luz às dúvidas a respeito da prática constante de
um mesmo esporte. O tempo passa com a mesma velocidade para todas as
pessoas?
d) reitera a posição de que treinar bastante ajuda o atleta a
A máxima “o tempo é relativo” pode não ser tão famosa
superar seus limites.
como “tempo é dinheiro”. Mas a noção de que o tempo
Gabarito: B
se acelera ou desacelera dependendo da velocidade com
Identificar a finalidade de relatórios científicos. que um objeto se desloca relativamente a outro certamen-
Leia o texto a seguir retirado da Revista Galileu. te está entre as ideias mais inspiradas de Albert Einstein.
Os poderes de Harry Potter já são maiores do que sua
O termo “dilatação do tempo” foi cunhado para descre-
autora, a britânica J. K. Rowling, imaginou. Entre suas
ver a desaceleração do tempo provocada pelo movimento.
qualidades, está a capacidade de diminuir o número de
Para ilustrar o efeito, Einstein propôs um exemplo – o pa-
ossos quebrados – algo que um estudo conduzido por ci-
radoxo dos gêmeos – que é indiscutivelmente o mais famo-
rurgiões-ortopedistas de um hospital de Oxford acaba de
so experimento idealizado da teoria da relatividade. Nesse
comprovar. O trabalho correlaciona a incidência de trau-
suposto paradoxo, um dos gêmeos viaja quase com a velo-
matismos entre crianças de 7 e 15 anos e o lançamento de
cidade da luz para uma estrela distante e volta à Terra. De
livros do menino bruxo. Ao que parece, a leitura prende
acordo com a teoria da relatividade, quando voltar estará
seus fãs em casa, salvando-os de acidentes: sempre que
mais jovem que seu gêmeo idêntico que aqui permaneceu.
um novo volume é lançado, o atendimento relacionado
a lesões músculo-esqueletais naquele fim de semana cai O paradoxo se baseia na pergunta “Por que o irmão que
pela metade. viajou está mais jovem ao regressar?” [...] Esse paradoxo é
GALILEU. Rio de Janeiro, n. 175. Fev. 2006. p. 19. discutido em vários livros, mas resolvido em poucos. Para
explicá-lo, costuma-se dizer que o irmão que sente a acele-
9. O texto foi escrito com a intenção de
ração é o que está mais jovem, logo o irmão que viaja para
a) divulgar os resultados de uma pesquisa científica. a estrela estará mais jovem no retorno. Embora o resulta-
b) fazer análise de uma obra literária de grande sucesso. do esteja correto, a explicação é falaciosa. Alguns podem
assumir falsamente que a aceleração provoca a diferença
c) prevenir acidentes envolvendo crianças e jovens.
de idade e que é necessário apelar para a teoria geral da
d) recomendar uma leitura para o público infanto-juvenil. relatividade, que trata de sistemas de referência não iner-
Gabarito: A ciais ou em aceleração para explicar o paradoxo. Mas a
Identificar a finalidade de relatórios científicos. aceleração a que foi submetido o viajante é acidental e a
relatividade especial sozinha pode não ser suficiente para
Por que pimenta arde?
desvendar o paradoxo.
O segredo dos seus olhos lacrimejantes está nos pontos LASKY, R. C. Scientific American Brasil. Disponível em: http://
brancos no interior da malvada. www2.uol.com.br/sciam/artigos/o_paradoxo_dos_gemeos.html.
Adaptado. Acesso: 5 jul. 2013.
Por causa da capsaicina, substância concentrada na
placenta, parte branca onde as sementes da pimenta es- 11. Em relação ao argumento utilizado pelo autor no último
tão presas. Mas apesar de ser responsável pelo ardido, a parágrafo, no trecho “logo o irmão que viaja para a estrela
capsaicina não tem sabor nem cheiro. Ela funciona como
estará mais jovem no retorno”, o termo em destaque indica
um estimulador. Assim que é ingerida, estimula as célu-
las nervosas da boca e envia uma mensagem de descon- a) causalidade.
forto ao nervo trigêmeo, que faz os olhos lacrimejarem e
b) conclusão.
irrita o nariz.
Disponível em: http://super.abril.com.br/alimentacao/pimenta- c) contradição.
arde-713573.shtml. Acesso em: 30 mar. 2013.
d) explicação.
10. A finalidade desse texto é e) temporalidade.
a) alertar sobre a ingestão exagerada de pimenta. Gabarito: B
b) comunicar sobre o desconforto de se comer pimenta.
98 CAPÍTULO 8
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EDITORIAL
sim, o desafio dos profissionais do ensino e das famílias é seduzi-los também para o universo nhecer posições distintas entre
duas ou mais opiniões relativas
da literatura, vencendo o desestímulo aos textos complexos. [...] ao mesmo fato ou ao mesmo
FOLHA DA REGIÃO. Araçatuba, 20 jan. 2015. Editorial. tema. D21 - Reconhecer a ideia
comum entre textos de gêneros
Disponível em: http://www.folhadaregiao.com.br/Materia.php?id=339499. (Fragmento). diferentes e a ironia em tirinhas.
D21 - Reconhecer opiniões di-
vergentes sobre o mesmo tema
em diferentes textos. 99
Dando a largada!
O editorial é um texto opinativo, no qual se discute uma questão ou assunto, a partir do
ponto de vista do jornal, da empresa jornalística ou do redator-chefe, bem como da emissora
de rádio ou tevê (ou, ainda, do responsável pelo programa). Quando circula na mídia impressa,
geralmente não vem assinado.
1 Sobre o que está tratando, o editorial que você leu na página anterior?
( X ) Sobre a culpa do mau desempenho dos vestibulandos na redação.
( X ) Sobre a tristeza de haver tantos zeros nas redações do Enem de 2014.
( X ) Sobre a possível causa da alta porcentagem de zeros nas redações do Enem daquele ano.
( X ) Sobre a responsabilidade dos pais e professores nesse alto índice de zeros.
2 O editorial está assinado? Justifique sua resposta.
Não, o editorial não está assinado.
Isso acontece porque está implícito nesse gênero que a opinião é maior que a de um autor
Pit stop 1
Como a maior parte dos textos opinativos, o editorial é construído argumentativamente.
Em outras palavras, ele defende uma tese (uma afirmação que resume o ponto de vista envol-
vido) e a sustenta por meio de argumentos. Mas lembre-se: nem sempre a tese está explícita
no texto – às vezes, é preciso inferi-la.
3 Relacione as colunas, identificando fatos, tese e argumentos.
a) Fatos. ( B ) Os jovens fracassam nas redações porque
b) Tese. têm pouca familiaridade com textos mais
c) Argumentos. complexos, não tendo o hábito de ler jor-
nais, revistas e livros.
( C ) O desafio está em seduzir os alunos para o
universo da literatura, vencendo o deses-
tímulo aos textos complexos.
( A ) Mais de 500 mil estudantes tiraram zero
na redação do Enem em 2014.
( A ) A culpa não foi do tema dado, que era fácil
de ser desenvolvido – publicidade infantil.
( A ) O mau desempenho não é culpa do sis-
tema público, pois há nesse contingente
alunos de escolas particulares.
( A ) 250 jovens obtiveram nota máxima na re-
dação do Enem em 2014.
( C ) Os jovens gostam de ler e escrever, pois
passam a maior parte do tempo fazendo
isso nos seus celulares e tablets, embora
não desenvolvam com isso textos com-
plexos.
100 CAPÍTULO 9
4 Agora, leia esta charge, que dialoga com o editorial que você leu.
Myrria/Acervo do cartunista
a) O que o editorial e a charge têm em comum?
Ambos abordam o mesmo tema – o mau desempenho dos alunos na redação do
Enem 2014.
um modo (pela argumentação) e a charge, de outro (pelo humor). Os leitores que procuram
editoriais para ler podem ser os mesmos que procuram charges, mas elas são produzidas
com leitores potenciais diferentes: quem lê editoriais é mais maduro em termos etários,
tem já uma posição sobre o assunto; já as charges, costumam ser dirigidas a um público
mais jovem, mais iniciante no mundo da crítica social. De qualquer modo, as charges,
nos jornais, são publicadas, na maior parte dos casos, na seção de editorial (geralmente a
c) O que a fala do professor implica quando ele menciona tantas abreviações? Como isso
é confirmado pela ilustração do menino?
A fala do professor implica a prática do aluno nas redes sociais, pois esse tipo de abreviatura
virtual. Essa prática é confirmada pela ilustração do menino, que carrega um celular na mão.
101
d) O locutor da charge compartilha da mesma opinião do locutor do editorial com relação
à causa das notas zero da redação do Enem 2014. O fragmento do editorial que deixa
isso claro é
( ) “famigerado sistema público de ensino”.
( X ) “pouca familiaridade com textos mais complexos”.
( ) “o aluno [...] não tem o hábito de ler jornais, revistas e livros”.
( ) “os adolescentes passam a maior parte do tempo lendo e escrevendo em seus
aparelhos móveis”.
e) A que cada termo destacado, nos trechos abaixo, está referindo-se? Talvez você precise
retomar o editorial inteiro para responder!
“Algo muito grave acontece com a capacidade de o estudante brasileiro articular ideias
para dispô-las em uma folha de papel.”
Relaciona-se a “ideias”.
“Esse talvez seja o aspecto fundamental para o jovem fracassar quando tem que colo-
car suas ideias no papel.”
Relaciona-se ao período anterior, que traz: “[...] o estudante com dificuldade de
interpretação e construção de textos não tem o hábito de ler jornais, revistas e livros”.
“[...] os adolescentes passam a maior parte do tempo lendo e escrevendo em seus apa-
relhos móveis [...].”
Relaciona-se a “os adolescentes”.
“[...] O desafio dos profissionais do ensino e das famílias é seduzi-los também para o
universo da literatura [...].”
Relaciona-se a “os adolescentes” (do período anterior).
(1) 500 mil candidatos zeraram em redação. ( 2 ) Mau desempenho nos exames de
(2) Os estudantes não leem textos complexos. redação.
( 2 ) Dificuldade de interpretação e
produção.
( 1 ) Preocupação.
Pit stop 2
Lembre-se destas duas definições!
Causa: razão ou motivo que explica, promove ou justifica um ato, acontecimento ou ação.
Consequência: resultado, reação ou efeito produzido a partir de um acontecimento ou
uma ação.
102 CAPÍTULO 9
1 Leia este outro editorial.
EDITORIAL
• O que é mais intrigante para o editorialista sobre o exercício da cidadania? Responda com
suas próprias palavras.
O mais intrigante é que ninguém de fato consegue ter uma ação cidadã em nosso país – nem
103
• Qual é a pessoa gramatical que o locutor está usando no editorial? Por que será que ele fez
essa opção?
Ele está usando a 1a pessoa do plural. Provavelmente ele fez essa opção porque quis engajar o
interlocutor na sua opinião.
2 Você leu um editorial que foca os alunos. Leia agora um que foca os professores.
ZERO HORA. Valorizção do professor. Editorial. Edição. Edição nº 16.672, ano 47, p.20, 29 abr. 2011.
professores.
104 CAPÍTULO 9
• O que significa esse slogan?
Que um professor bem formado e atualizado é o que tem mais chance de se realizar na atividade e
A tecnologia está avançando muito rapidamente e exige cada vez mais dos professores.
profissional do ensino.
• Em certo momento, o editorialista apresenta uma pergunta. Que efeito isso tem no texto?
A pergunta serve para engajar o leitor na proposição do autor de apoiar a valorização do
• Por que será que o editorialista usou a palavra irrisória para qualificar a remuneração do
professor, e não baixa, por exemplo?
Porque irrisório significa insignificante, muito pouco, e chama mais a atenção do leitor,
LÍNGUA PORTUGUESA
105
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ARTIGO DE OPINIÃO /
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ENTREVISTA
Habilidades abordadas: D1 - Localizar informações explícitas em um texto. Inferir o sentido de uma pala-
vra ou expressão. D4 - Inferir uma informação implícita em um texto. D14 - Diferenciar tese de argumentos
em artigos, entrevistas e crônicas. D1 - Localizar informação explícita em artigos de opinião. Identificar o
tema de um texto. D5 - Interpretar texto com auxílio de material gráfico diverso (propagandas, quadrinhos,
Artigo de opinião fotos, etc.). D12 - Identificar a finalidade de textos de dife-
rentes gêneros. Reconhecer a ideia comum entre textos
de gêneros diferentes e a ironia em tirinhas.
D12 - Reconhecer opiniões distintas
sobre o mesmo tema, na comparação
entre diferentes textos. D21 - Reco-
nhecer opiniões divergentes sobre o
Esquentando os motores... mesmo tema em diferentes textos.
D2 - Estabelecer relações entre
No dia a dia, somos sempre chamados a dar nossa opinião, precisamos nos posicionar jus- partes de um texto, identificando
repetições ou substituições que
tificando nossa opinião com argumentos, baseados em fatos, nas ciências, em dados que po- contribuem para a continuidade dele.
dem ser comprovados. Identificar a tese de um texto.
D8 - Estabelecer relação entre a tese
e os argumentos oferecidos para sus-
1 Responda estas questões. tentá-la. D15 - Reconhecer a relação
de causa e consequência e relações
a) Você costuma posicionar-se apoiando sua opinião em argumentos? Resposta pessoal. de sentido marcadas por conjunções
em reportagens, artigos e ensaios.
b) Você lê artigos de opinião? Resposta pessoal. D11 - Reconhecer a relação de causa
c) Qual a finalidade do artigo de opinião? Resposta pessoal. e consequência em diferentes textos.
D15 - Estabelecer relações lógico-dis-
2 Agora, leia um artigo de opinião sobre racismo. cursivas presentes no texto, marca-
das por conjunções, advérbios, etc.
Embora grande parte da população brasileira seja descendente de negros, o problema do Identificar efeitos de ironia ou humor
racismo está longe de ser resolvido no país. em textos variados. D17 - Reconhe-
cer o efeito de sentido decorrente
No período colonial, os negros foram trazidos da África para trabalharem no país em con- do uso da pontuação e de outras
notações. D18 - Reconhecer o efeito
dição de escravos. Desde então, o racismo esteve incutido na mente de muitos brasileiros. de sentido decorrente da escolha de
Embora a Lei Áurea tenha libertado os africanos do trabalho escravo em 1888, a população uma determinada palavra ou expres-
são. D19 - Reconhecer o sentido e o
negra apresenta os maiores problemas ainda hoje no país. Destacam-se, as condições de vida, efeito de sentido produzido pelo uso
acesso ao trabalho, a moradia, dentre outros. de recursos morfossintáticos em con-
tos, artigos e crônicas. D19 - Reco-
Se observarmos as favelas do país ou mesmo as penitenciárias, o número de negros é sem nhecer relações de sentido marcadas
por conjunções, a relação de causa e
dúvida maior. A grande questão é: até quando o racismo persistirá no nosso país?, pois mes- consequência e a relação entre o pro-
mo séculos depois, ainda é possível nos depararmos com um racismo velado no Brasil. nome e seu referente em diferentes
gêneros. D19 - Reconhecer o efeito
Disponível em: https://www.todamateria.com.br/artigo-de-opiniao/. Acesso em: 15 jun. 2023. de sentido decorrente da exploração
de recursos ortográficos e/ou morfos-
sintáticos. D19 - Reconhecer relação
Pit stop 1 de sentido marcada por conjunção
em textos diversos. Inferir informação
em artigos. D13 - Reconhecer varian-
A Lei 7.716/89, conhecida como Lei do Racismo, pune todo tipo de discriminação ou de tes linguísticas e o efeito de sentido
preconceito, seja de origem, raça, sexo, cor, idade. Em seu artigo 3o, a lei prevê, como conduta de recursos gráficos em crônicas e
artigos. D13 - Identificar as marcas
ilícita, o ato de impedir ou dificultar que alguém tenha acesso a cargo público ou seja promo- linguísticas que evidenciam o locutor
e o interlocutor de um texto. Localizar
vido, tendo como motivação o preconceito ou a discriminação. Por exemplo, não deixar que informações explícitas em infográfi-
uma pessoa assuma determinado cargo por conta de raça ou de gênero. A pena prevista é de cos, reportagens, crônica e artigos.
Identificar tema de um texto. Identifi-
2 a 5 anos de reclusão. car finalidade de textos de diferentes
gêneros. Reconhecer a finalidade de
A lei também veda que empresas privadas neguem emprego por razão de preconceito. recurso gráfico em artigos. Reconhe-
Esse crime está previsto no artigo 4o da mesma lei, com mesma previsão de pena. cer diferentes formas de tratar uma
informação na comparação de textos
Disponível em: https://www.tjdft.jus.br/institucional/imprensa/campanhas-e-produtos/direito- que abordam um mesmo tema, em
facil/edicao-semanal/lei-do-racismo#:~:text=A%20Lei%207.716%2F89%2C%20conhecida,%2C%20 função das condições em que foi
produzido e daquela que será rece-
sexo%2C%20cor%2C%20idade. Acesso em: 15 jun. 2023. bido. Reconhecer relação de causa e
consequência e relações de sentido
marcadas por conjunções em reporta-
O artigo de opinião é em gênero da esfera jornalística; nele, o autor apresenta sua opi- gens, artigos e ensaios, Reconhecer
nião sobre um tema relevante para a sociedade. A opinião é apresentada de forma argumen- relação de causa e consequência em
diferentes textos. Inferir informação
tativa, apoiada em fatos, documentos, dados que podem ser comprovados. Não cabe, neste em artigo. Identificar as marcas lin-
guísticas que evidenciam locutor e o
gênero, manifestar-se a partir de “achismo”, a opinião precisa de ser apoiada por argumentos. interlocutor de um texto.
106
Voltando para a pista
Releia o artigo sobre racismo.
Embora grande parte da população brasileira seja descendente de negros, o problema do
racismo está longe de ser resolvido no país.
No período colonial, os negros foram trazidos da África para trabalharem no país em con-
dição de escravos. Desde então, o racismo esteve incutido na mente de muitos brasileiros.
Embora a Lei Áurea tenha libertado os africanos do trabalho escravo em 1888, a população
negra apresenta os maiores problemas ainda hoje no país. Destacam-se, as condições de vida,
acesso ao trabalho, a moradia, dentre outros.
Se observarmos as favelas do país ou mesmo as penitenciárias, o número de negros é sem
dúvida maior. A grande questão é: até quando o racismo persistirá no nosso país?, pois mes-
mo séculos depois, ainda é possível nos depararmos com um racismo velado no Brasil.
1 Em quais trechos do artigo podemos identificar o ponto de vista do autor sobre racismo?
Podemos identificar em: “está longe de ser resolvido no país”, “Desde então, o racismo esteve
incutido na mente de muitos brasileiros” e “pois mesmo séculos depois, ainda é possível nos
indicando concessão ao fato expresso na oração principal, o termo designa um fato contrário.
107
• Explique o uso dos parênteses em “(cerca de 26 mil reais)”.
Espera-se que o estudante perceba o uso dos parênteses para indicar qual o valor estimado
Trata-se de um fato.
• Podemos dizer que existe uma relação de causa e consequência entre o tema do artigo e
da notícia?
Sim, pois o racismo continua acontecendo, mesmo com a abolição da escravidão em todo
o mundo.
5 No terceiro quadrinho, o enunciado taxativo proferido pelo homem que veste roupa amarela
coloca em xeque a máxima “Contra fatos não há argumentos”. Explique essa afirmativa.
A resposta dada à pergunta “O que pesa mais?” baseia-se na lógica (um quilograma equivale a um
quilograma). Temos aí um fato, um dado inquestionável. Mesmo assim, quem profere o enunciado
do terceiro quadrinho revela discordância em relação a ele. Com sua discordância, dá a entender que
o que lhe foi dito não é um fato, mas uma opinião. Comente que a tirinha ironiza o fato de que, atual-
mente, no Brasil, têm sido tratados como opinião fatos cientificamente comprovados, o que pode
levar a consequências desastrosas para a sociedade.
108 CAPÍTULO 10
6 Redija um argumento que poderia ser utilizado pelo locutor do terceiro quadrinho, em de-
fesa da ideia de que um quilograma de chumbo pesa mais que um quilograma de algodão.
Apesar de ser lógica a resposta dada pelo primeiro interlocutor (que veste cinza), o segundo interlo-
cutor poderia alegar, por exemplo, que um quilograma de chumbo pesa mais sobre a vida humana e
sobre a natureza que um quilograma de algodão, já que aquele é um metal pesado, cujas partículas
depositam-se nos pulmões e acumulam-se nos dentes e nos ossos, desencadeando doenças,
como anemia, neurite, encefalopatia, entre outras. O algodão degrada o meio ambiente, principal-
mente devido aos pesticidas usados no seu cultivo, mas, ainda assim, não tanto quanto o chumbo.
Canção é tudo aquilo que se canta com inflexão melódica (ou entoativa) e letra. Há um
“artesanato” específico para privilegiar ora a força entoativa da palavra ora a forma musical;
nem só poesia nem só música. Um dos equívocos dos nossos dias é justamente dizer que a
canção tende a acabar porque vem perdendo terreno para o rap! Ora, nada é mais radical
como canção do que uma fala que conserva a entoação crua. A fala no rap é entoada com
certa regularidade rítmica, o que a torna diferente de uma fala usual. Apesar de convivermos
hoje “com uma diversidade cancional jamais vista”, prevalece na mídia, nos meios cultural e
musical “a opinião uniforme de que estamos mergulhados num ‘lixo’ de produção viciada e
desinteressante”. Vivemos uma descentralização, com eventos musicais ricos e variados, “e a
força do talento desses novos cancionistas também não diminuiu”. O rap serve-se da entoa-
ção quase pura para transmitir informações verbais, normalmente intensas, sem perder os
traços musicais da linguagem da canção. Seu formato, menos música mais fala, é ideal para
se fazer pronunciamentos, manifestações, revelações, denúncias, etc., sem que se abandone a
seara cancional. Podemos dizer que o trabalho musical, no rap, é para restabelecer as balizas
sonoras do canto, mas nunca para perder a concretude da linguagem oral ou conter a crueza
e o peso de seus significados pessoais e sociais. Atenuar a musicalização é reconhecer que as
melodias cantadas comportam figuras entoativas (modos de dizer) que precisam ser reveladas
por suas letras.
(Adaptado de Luiz Tatit. Artigos disponíveis em: http://www.luiztatit.com.br/artigos/artigo?id=29/
Cancionistas-Invis%C3%ADveis.html e http://www.scielo.br/pdf/rieb/n59/0020-3874-rieb-59-00369.
pdf. Acesso em: 11 dez. 2017.)
regularidade rítmica, o que o torna diferente da fala usual; e, ainda que se sirva da entonação
b) Cite duas características, apresentadas no texto, que corroboram que o rap é uma for-
ma ideal de “canção de protesto”.
Ao enfatizar a fala, o rap torna-se propício a denúncias, manifestações individuais e coletivas.
c) Com base no texto fornecido, discorra sobre a relação entre a canção e o rap, desta-
cando as características que diferenciam ambos e explicando por que o estilo pode ser
considerado uma forma de canção.
A relação entre a canção e o rap, conforme descrito no texto, envolve a compreensão de suas
características distintas e sua capacidade de se enquadrar dentro do conceito de canção. Em-
bora a canção seja tradicionalmente associada à melodia e à letra, o rap se destaca por sua
entoação crua e intensa, que combina elementos musicais com a linguagem da fala. A relação
entre a canção e o rap é complexa, mas o estilo pode ser considerado uma forma de canção
devido à sua capacidade de transmitir informações verbais com entoação intensa e ritmo regular,
LÍNGUA PORTUGUESA
ao mesmo tempo em que preserva elementos musicais da linguagem da canção. Essa forma de
expressão musical reflete a diversidade cancional contemporânea e mostra que a canção pode
se renovar e se adaptar às mudanças culturais e artísticas.
109
9 Leia o trecho da canção “Levanta e anda”, do cantor e compositor Emicida.
Era um cômodo incômodo
Sujo como o dragão de komodo
Úmido, eu homem da casa
Aos seis anos
Mofo no canto, todo TV
Engodo pronto pro lodo
[...]
Somos reis, mano
Olhos são elétrodos, sério
Topo, trombo corvos
[...]
Disponível em: https://www.google.com/search?q=letra+levanta+e+anda&oq=letra&aqs=
chrome.0.69i59l2j69i57j0i433i512j69i60l3j69i65.10955j0j7&sourceid=chrome&ie=UTF-8.
Acesso em: 17 jun. 2023.
110 CAPÍTULO 10
11 Por que Nelson Rodrigues utilizou a expressão “síndrome de vira-lata”? Habilidades abordadas: D1 - Localizar in-
formações explícitas em um texto. Inferir
Para descrever a “inferioridade em que o brasileiro se coloca, voluntariamente, em face ao o sentido de uma palavra ou expressão.
D4 - Inferir uma informação implícita em
resto do mundo”. um texto. D14 - Diferenciar tese de argu-
mentos em artigos, entrevistas e crônicas.
D1 - Localizar informação explícita em ar-
12 Qual o significado do termo “veneração” no texto? tigos de opinião. Identificar o tema de um
texto. D5 - Interpretar texto com auxílio
Adoração, gostar muito. de material gráfico diverso (propagandas,
quadrinhos, fotos, etc.). D12 - Identificar
O termo “apesar de” pode ser substituído, sem alterar o significado da sentença, por a finalidade de textos de diferentes gê-
neros. Reconhecer a ideia comum entre
X a) Mesmo com. c) No entanto. textos de gêneros diferentes e a ironia em
tirinhas. D12 - Reconhecer opiniões distin-
b) Ou. d) Porém. tas sobre o mesmo tema, na comparação
entre diferentes textos. D21 - Reconhecer
13 Infira qual é o ponto de vista do autor em relação à valorização da cultura brasileira? opiniões divergentes sobre o mesmo
X a) O autor percebe uma falta de valorização da cultura brasileira em comparação com a tema em diferentes textos. D2 - Estabe-
lecer relações entre partes de um texto,
cultura americana. identificando repetições ou substituições
que contribuem para a continuidade dele.
b) O autor acredita que a cultura brasileira é amplamente valorizada pelos brasileiros. Identificar a tese de um texto.
D8 - Estabelecer relação entre a tese e os
c) O autor defende a ideia de que a cultura brasileira é superior à cultura americana. argumentos oferecidos para sustentá-la.
D15 - Reconhecer a relação de causa e
d) O autor considera que a valorização da cultura brasileira no exterior é exagerada. consequência e relações de sentido mar-
cadas por conjunções em reportagens,
e) O autor não menciona sua opinião em relação à valorização da cultura brasileira. artigos e ensaios. D11 - Reconhecer a
relação de causa e consequência em dife-
Tendo como ponto de partida as impressões do estudante inglês Adam Smith sobre o Bra- rentes textos. D15 - Estabelecer relações
sil, formule uma resposta para a seguinte questão: Existe uma solução para o complexo lógico-discursivas presentes no texto,
marcadas por conjunções, advérbios, etc.
de vira-lata dos brasileiros? Professor(a), antes da atividade a seguir, promova um debate na Identificar efeitos de ironia ou humor em
sala sobre o tema discutido no texto lido, em seguida, solicite que textos variados. D17 - Reconhecer o efeito
Sua produção deverá: façam a atividade a seguir. de sentido decorrente do uso da pontua-
ção e de outras notações. D18 - Reco-
• fazer referência ao texto, retomando seus argumentos; nhecer o efeito de sentido decorrente da
escolha de uma determinada palavra ou
• apresentar, com clareza e autonomia, uma resposta à pergunta acima, justificando-a; expressão. D19 - Reconhecer o sentido
e o efeito de sentido produzido pelo uso
• ter de 6 a 8 linhas. de recursos morfossintáticos em contos,
artigos e crônicas. D19 - Reconhecer
relações de sentido marcadas por conjun-
ções, a relação de causa e consequência e
a relação entre o pronome e seu referente
em diferentes gêneros. D19 - Reconhecer
o efeito de sentido decorrente da explora-
ção de recursos ortográficos e/ou morfos-
sintáticos. D19 - Reconhecer relação de
sentido marcada por conjunção em textos
diversos. Inferir informação em artigos.
D13 - Reconhecer variantes linguísticas e
o efeito de sentido de recursos gráficos
em crônicas e artigos. D13 -Identificar as
marcas linguísticas que evidenciam o locu-
tor e o interlocutor de um texto. Identificar
finalidade de textos de diferentes gêne-
ros, Reconhecer a finalidade de recurso
gráfico em artigos. Reconhecer diferentes
formas de tratar uma informação na
comparação de textos que abordam um
mesmo tema, em função das condições
em que foi produzido e daquela que será
Entrevista recebido. Reconhecer relação de causa e
consequência e relações de sentido mar-
cadas por conjunções em reportagens,
Esquentando os motores... artigos e ensaios, Reconhecer relação de
causa e consequência em diferentes tex-
tos. Inferir informação em artigo. Identifi-
1 Quais jogadores/jogadoras, atores/atrizes, cantores/cantoras, influencers, grupos são seus car as marcas linguísticas que evidenciam
locutor e o interlocutor de um texto.
favoritos? Resposta pessoal.
2 Além de seguir seus ídolos nas redes sociais, você costuma ler entrevistas sobre eles em
jornais, revistas e sites de notícias?Resposta pessoal.
3 Qual a finalidade de uma entrevista com alguma personalidade?
3. A entrevista com personalidades
tem como finalidade conhecer
A entrevista é um gênero da esfera jornalística que tem como objetivo levantar infor- melhor uma pessoa, o que ela
pensa sobre determinado tema,
LÍNGUA PORTUGUESA
mações, opiniões, experiências de pessoas que se destacam em uma área/atividade, ou que como se posiciona frente a algum
assunto, etc.
passaram, por alguma experiência muito marcante. Em geral, a entrevista apresenta título, Professor(a), após os alunos res-
um texto introdutório sobre o se trata, seguido do texto principal, composto por perguntas ponderem as questões propostas,
organize uma roda de conversa
e respostas do entrevistado. para que compartilhem suas res-
postas.
111
Entrevista: Frank Schimmacher
Pit stop 2
A entrevista é um gênero oral, pode ser feita presencialmente ou mediada por tecnologia.
Nela, o entrevistador, após pesquisar em fontes confiáveis sobre um tema ou sobre o entrevis-
tado, elabora um roteiro com perguntas para fazer, oralmente, ao entrevistado, que também
responde oralmente. Algumas entrevistas podem ser feitas por escrito; nessa modalidade, o
entrevistador envia as perguntas por escrito.
112 CAPÍTULO 10
3 De acordo com Schimmacher, qual o maior recurso desperdiçado?
O maior recurso desperdiçado é o tempo de vida.
9 Compare a entrevista com o filósofo alemão e a notícia sobre a Política Nacional do Idoso.
Qual a finalidade de cada um dos textos?
A entrevista tem a finalidade de trazer o “olhar” de alguém sobre um tema; a notícia tem a
preparados para isso, a segunda aborda dados sobre o envelhecimento, sobretudo no Brasil.
Pit stop 3
Na entrevista por ser um gênero oral, muitas vezes, utiliza-se a linguagem informal; no entan-
to, para ser publicada, ela é transcrita e editada, passando a utilizar-se a norma-padrão da língua.
113
lançamento de seu próximo livro, cujo título provisório é Invenção e memória. Antes de entrar
em assuntos mais literários, porém, Lygia disse que gostaria de falar sobre os problemas so-
ciais do país, fazendo então uma apologia do compromisso do escritor num mundo em que
o flagelo da miséria e a falência do sistema educacional ameaçam a sobrevivência da própria
cultura (e não apenas em sentido literário ou estético). Nenhuma surpresa nessa profissão de
fé. Afinal, se a autora de As meninas ajudou a estabelecer uma dicção autenticamente feminina
dentro da prosa brasileira, Lygia sempre teve consciência de que o espaço ficcional por ela
reivindicado tinha uma dimensão política profunda. Foi sobre essas oscilações entre subjeti-
vidade e engajamento sempre filtradas pelo imaginário afetivo e intelectual de quem mandava
cartas sentimentais para ícones da literatura brasileira como Drummond e Érico Veríssimo
que Lygia Fagundes Telles nos falou nesta entrevista à Cult.
[...]
Essa atitude do escritor sair falando sobre questões de seu tempo remonta ao romantismo.
Castro Alves fazia proclamações a favor da libertação dos escravos. O escritor tinha participa-
ção social muito importante e a sua geração repetia isso. Os escritores de hoje são omissos?
Sim, existe essa ausência e por isso eu exijo que se faça justiça a esse grupo do qual participei,
que se faça justiça a esse alerta que fazíamos. Era como se estivéssemos adivinhando o que
acontece hoje, esse horror pois a violência, a boçalidade e a vulgaridade desse país nascem da
ignorância. Eu sempre tive essa preocupação ética. Em Disciplina do amor, de 1982, eu digo
que há três espécies no Brasil em processo de extinção: a árvore, o índio e o escritor. Quanto
à árvore e ao índio, trata-se de um lugar-comum (mas eu gosto de repetir as coisas primárias,
elementares). Quanto ao escritor a resposta está nos pais dormindo ao relento por uma vaga
na escola. Para quem escreve e para quem vai escrever o escritor num país desses? Nesse
sentido, minha literatura é engajada. Eu sempre me dediquei com a maior devoção a essa
temática do Terceiro Mundo. Espero que tenha ficado alguma coisa.
[...]
Hoje os meios de comunicação tornam o diálogo entre as pessoas instantâneo e
há um gênero literário que pode até desaparecer: as cartas. Mas a sra. escreveu mui-
tas cartas que provavelmente vão se incorporar a seu acervo literário. O que é discuti-
do nessas correspondências assuntos eruditos ou temas de interesse mais emocional,
confessional? Com quais escritores a sra. manteve correspondência mais constante?
Na juventude, tive dois grandes amigos Érico Veríssimo e Carlos Drummond de Andrade
que foram maravilhosos e me deram confiança ao responderem minhas cartas. Eu era muito
jovem, não tratava de assuntos transcendentais; ainda não tinha entrado nessa fase da juven-
tude posterior ao curso da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco em que comecei
a escrever e em que comecei a ter aquelas preocupações que me levaram a fazer as viagens
pelo interior.
[...]
Disponível em: https://revistacult.uol.com.br/home/entrevista-lygia-fagundes-telles/.
Acesso em: 9 jun. 2023.
4 Analise o trecho a seguir e justifique a relação de causa e consequência causada pela con-
junção “porém”.
Antes de entrar em assuntos mais literários, porém, Lygia disse que gostaria de falar
sobre os problemas sociais do país [...]
Espera-se que o estudante perceba que o uso da conjunção estabelece uma relação de
114 CAPÍTULO 10
Texto 2
Cruzando a linha
As entrevistas também podem ser citadas ao longo de notícias e reportagens, então o
jornalista insere o que alguém está citando entre aspas, demonstrando, assim, que é a fala
ou pensamento dessa pessoa.
fazer, como mostramos com o conceito mais colorido e leve de ‘To.Lie’. Temos muitos charmes
que ainda não mostramos, então vai ser divertido ver o que há pela frente para o grupo!”.
Disponível em: https://www.omelete.com.br/k-pop/elast-entrevista-show. Acesso em: 9 jun. 2023
115
1 A qual gênero pertence o texto lido?
Notícia, que cita trechos de uma entrevista.
4 Qual a diferença entre as entrevistas lidas ao longo desta unidade e o trecho de entrevista lido
na matéria anterior?
As entrevistas eram feitas no formato de perguntas e respostas; nessa, só temos respostas
5 Nas entrevistas lidas, foi utilizada a linguagem padrão da língua portuguesa, por quê?
Porque são entrevistas escritas, por mais que os entrevistados usem a linguagem informal
o suporte.
Robert Goebel/Alamy/Fotoarena
116 CAPÍTULO 10
• Que tal, agora, planejar uma entrevista? Para isso, você deverá pesquisar sobre a pessoa
que quer entrevistar, lendo outras entrevistas e publicações sobre quem você gostaria que
fosse seu entrevistado. Elabore um roteiro de perguntas, com pelo menos 5 perguntas e no
máximo 10.
Anotações
LÍNGUA PORTUGUESA
117
Prepara Saeb
Identificar o tema de um texto.
Leia um fragmento do texto “Terra e Cidadania”, do soció-
seu desenvolvimento por problemas como obesidade, ou
logo Herbert de Souza, o Betinho, articulador nacional da exposição precoce a formas adultas de erotização. As pes-
“Ação pela Cidadania” e coordenador da “Campanha Nacio- quisas apontam que as crianças influenciam no consumo
nal pela Reforma Agrária”. das famílias.
[*] Estatuto da Criança e do Adolescente
Muitas reformas se fizeram para dividir a terra, para
torná-la de muitos e, quem sabe, até de todas as pessoas. Disponível em: http://www.jornalufgonline.ufg.br/pages/41687-
impactos-da-publicidade-infantil-ainda-sao-pouco-discutidos-
Mas isso não aconteceu em todos os lugares. A democracia
pela-sociedade. Acesso em: nov. 2012.
esbarrou na cerca e se feriu nos seus arames farpados. O
mundo está evidentemente atrasado. Onde se fez a reforma,
o progresso chegou. Mas a verdade é que até agora a cer- 2. Para defender o seu ponto de vista, a locutora usa como
ca venceu, o que nasceu para todas as pessoas, em poucas argumento principal o fato de que:
mãos ainda está. a) O Brasil possui leis suficientes que falam da publicidade.
No Brasil, a terra, também cercada, está no centro da b) A constituição federal garante os direitos das crianças.
história. Os pedaços que foram democratizados custaram
c) As crianças têm o seu desenvolvimento prejudicado
muito sangue, dor e sofrimento. Virou poder de Portugal,
pela obesidade e pela erotização.
dos coronéis, dos grandes grupos, virou privilégio, poder
político, base da exclusão, força de apartheid*. Nas cidades d) As crianças influenciam o consumo das famílias.
virou mansões e favelas. Virou absurdo sem limites, tabu. Gabarito: A
Estabelecer relação entre a tese e os argumentos oferecidos
Mas é tanta, é tão grande, tão produtiva, que a cerca tre- para sustentá-la.
me, os limites se rompem, a história muda e ao longo do A escola do século 21
tempo o momento chega para pensar diferente: a terra é A estrutura atual das escolas é do século 19, o currículo
bem planetário, não pode ser privilégio de ninguém, é bem do século 20, e os alunos, do século 21. Alguma dúvida de
social e não privado, é patrimônio da humanidade e não que já passou a hora de mudarmos a nossa escola?
arma do egoísmo particular de ninguém. É para produzir, Vamos por partes, começando pelo final da pergunta.
gerar alimentos, empregos, viver. É bem de todos para to- Sim, nossa escola. Melhorar a Educação é tarefa de todos
dos. Esse é o único destino possível para a terra. nós, de toda a sociedade. O artigo 205 da Constituição Fede-
*APARTHEID: violenta política de segregação racial da ral diz que a Educação é direito de todos e dever do Estado e
África do Sul, pela qual os negros eram considerados infe- da família, com a colaboração da sociedade. Então, mesmo
riores aos brancos. que você não seja da área, esse assunto também é seu, pois
SOUZA, Herbert de. Terra e cidadania.
diz respeito à sociedade que estamos construindo.
Disponível em: http: www.ibase.org.br/betinho_especial/ E sobre mudar a escola? Todos nós passamos por ela, e
com_a_palavra/terra_cidadania.htm. Acesso em: 21 abr. 2011. por vários anos. Então temos referências muito fortes a res-
peito do que ela é: aulas com tempo de duração fixo; pro-
1. O autor defende a democratização da terra porque ela fessores cuja função é ensinar; alunos que não aprendem
do jeito como foram ensinados repetem o ano, e assim por
a) é um bem social e não privado.
diante. Como a escola “deu certo” para a maioria de nós –
b) é muito grande e produtiva. ou assim acreditamos –, o modelo se mantém sem muito
c) foi tema de revoltas. espaço para inovações.
d) pode gerar alimentos e empregos. No entanto, neste momento a mudança é imperativa. A
Gabarito: A tecnologia avança aceleradamente, os interesses dos alu-
Estabelecer relação entre a tese e os argumentos oferecidos nos são outros, a sociedade é mais complexa, e a economia,
para sustentá-la.
mais interdependente. Nos últimos anos, a humanidade
Desde 2001, discute-se a proposição de uma lei para re-
produziu muitos conhecimentos que têm pouco espaço no
gular a publicidade dirigida às crianças no Brasil. Acerca
currículo atual. E, por fim, o mercado de trabalho exige no-
desse tema, leia a opinião da psicóloga e professora da PUC
vas competências.
Goiás Malu Moura.
Além desses fatores externos, a mudança se faz necessá-
O Brasil possui leis suficientes que falam da publicida-
ria também pelo fato de o atual sistema não conseguir ga-
de e dos serviços dirigidos à criança. Vale mencionar a
rantir efetivamente o aprendizado para a maioria de nossos
Constituição federal, que declara ser dever do Estado, da
alunos. No Brasil, apenas metade das crianças são plena-
família e da sociedade proteger as crianças. Já o *ECA pre-
mente alfabetizadas até os 8 anos de idade, e só 10% dos
vê medidas claras de proteção às crianças e adolescentes.
jovens que concluem o ensino médio aprendem o mínimo
Temos também tratados e acordos internacionais que res-
adequado em matemática. Além disso, nem todos os que
guardam os direitos infantis. Logo, o problema não é legal.
entram na escola chegam a concluir a Educação Básica, es-
O desafio está em criar condições culturais e sociais de
sencialmente porque não conseguiram avançar nos estudos
respeito a esse público. As crianças são prejudicadas em
e acabam por desistir.
118 CAPÍTULO 10
Prepara Saeb
Algo está muito errado, e é preciso mudar. O diagnóstico a) “Vivemos uma espécie de epidemia de mal-estar: ” (Linha 3)
está aí. É impossível não perceber que esse não é o cami- b) “É grave, ficamos vulneráveis a ela [à depressão]” (Linha 7)
nho. c) “É como se a vida fosse uma calçada esburacada. ” (Linha 9)
Não acredito que agora devamos ir para o outro extremo, d) “Dá para controlar a queda, se segurar etc.” (Linhas 10-11)
quebrar todos os muros e inverter totalmente os papéis. Gabarito: A
Mas é preciso começar a andar por outros caminhos, en- Identificar a tese de um texto.
contrar as fórmulas brasileiras de fazer uma educação ade- [...] Se o mundo de hoje choca pela violência, é bom lem-
quada para o século 21. Há experiências e estudos por aqui brar que, no passado, não foi diferente. O que fazia o mun-
e pelo mundo que podem nos ajudar nessa busca. do maior e mais tranquilo era a falta de notícias. Nestes dias
CRUZ, Priscila. 27 maio 2014. Disponível em: http://oglobo.globo. de jornalismo eletrônico, democratizou-se a informação. Os
com/blogs/priscila-cruz/. Acesso em: 7 jun. 2015. conflitos sempre existiram, agora são veiculados com ex-
traordinária rapidez [...].
3. A autora defende a tese de que é imperativo mudar a escola. LOUREIRO, José. Sociedade das crianças mortas. Jornal do Brasil,
Qual dos argumentos utilizados por ela é baseado em fatos Rio de Janeiro, n. 47, maio 1990.
concretos, irrefutáveis?
a) “A tecnologia avança aceleradamente, os interesses dos 5. A tese do texto é:
alunos são outros, a sociedade é mais complexa, e a a) A democratização das informações tornou mais rápida
economia, mais interdependente.” a divulgação dos conflitos.
b) A veiculação de informações sobre os conflitos choca as
b) “O atual sistema não consegue garantir efetivamente o
pessoas pela violência.
aprendizado para a maioria de nossos alunos.”
c) O jornalismo eletrônico democratizou os conflitos com
c) “No Brasil, apenas metade das crianças são plenamen-
extraordinária rapidez.
te alfabetizadas até os 8 anos de idade, e só 10% dos
d) O jornalismo eletrônico prioriza a veiculação de infor-
jovens que concluem o ensino médio aprendem o míni- mações sobre os conflitos.
mo adequado em matemática.” Gabarito: A
Estabelecer relações lógico-discursivas presentes no texto,
d) “Nos últimos anos, a humanidade produziu muitos co- marcadas por conjunções, advérbios, etc.
nhecimentos que têm pouco espaço no currículo atual.” Você acha que deve existir censura
Gabarito: C na televisão?
Identificar a tese de um texto.
SIM. A televisão está piorando a cada dia.
Como lidar com a tristeza
Um meio de comunicação de tamanha importância e in-
A Organização Mundial da Saúde aposta que em 2030 a fluência só deveria ser usado de forma educativa, informati-
depressão já será a doença mais comum do mundo, à frente va e de lazer, mas infelizmente não é isso que estamos ven-
de problemas cardíacos e câncer. Vivemos uma espécie de do. Muito ao contrário do ideal, a tevê só sabe nos passar
epidemia de mal-estar: há mais pessoas deprimidas do que violência e desgraça, além de, ultimamente, estar apelando
nunca. Ironicamente, justo em uma época em que a busca
para a pornografia que, inclusive, invade as telas no meio
pela felicidade é algo quase obrigatório. Você conhece al-
das tardes, principalmente aos domingos.
guém que não queira ser feliz? Soa bizarro e anacrônico.
Nosso estilo de vida gera angústia e tristeza – que podem Está certo que hoje em dia a educação das crianças é di-
levar à depressão. É grave, ficamos vulneráveis a ela, com ferente de alguns anos atrás, mas é preciso limite para tudo,
o risco maior de cair no abismo: passar a barreira dos sin- e a televisão se esquece disso quando se trata de ganhar
tomas leves e entrar numa depressão profunda. É como se pontos no Ibope.
a vida fosse uma calçada esburacada – nem todo mundo VOCÊ acha que deve existir censura na televisão?
que tropeça cai e se arrebenta. Dá para controlar a queda, Atrevida, São Paulo, ano 4, n. 43, mar. 1998.
se segurar etc. [...] O problema é quando você não conse-
gue superar a crise. Sem saber como reagir à dor, mergulha 6. A passagem do texto que constitui uma concessão na argu-
numa tristeza que paralisa.
mentação da autora é:
CASTRO, Carol. Superinteressante, jun. 2013. (Fragmento).
a) “A televisão está piorando a cada dia.”
Disponível em: http://super.abril.com.br/comportamento/
como-lidar-com-a-tristeza. Acesso em: 20 ago. 2016.
b) “Só deveria ser usado de forma educativa, informativa e
de lazer...”
4. Ao se posicionar sobre um determinado tema, em um texto c) “Hoje em dia a educação das crianças é diferente de al-
LÍNGUA PORTUGUESA
dissertativo, o autor formula uma tese. Qual é a passagem guns anos atrás...”
do texto que a identifica? d) “É preciso limite para tudo...”
Gabarito: C
119
Prepara Saeb
Estabelecer relação entre a tese e os argumentos oferecidos para
sustentá-la.
E SE O GOOGLE MORRER? A criança se arrebenta contra o muro. A motocicleta, sem
O que aconteceria com os dados armazenados no Gmail? controle, passa sobre o segundo, cai sobre o terceiro. Há
E as informações arquivadas no Orkut? Ou os documentos fratura exposta, osso quebrado? Ao final de cada cena, a TV
criados com seu Office? nos ensina a gargalhar.
Relaxe, pois as chances de o Google falir são muito pe- É a TV, construindo o homem indolor. É anestesia social,
quenas. Durante os anos 1990, a cada ano um novo site de indiferença ao outro. Lembra Coliseus do Império Romano
buscas vinha ao ar, desbancando outro. Até que chegou o onde a vítima era entregue às feras, sob aplausos da plateia.
Google. Do ponto de vista da tecnologia, os sistemas de Dor social, essa nos toque também. Estamos educando ge-
busca modernos são equivalentes. Mas é o contínuo clicar rações para o homem socialmente indolor.
em links de buscas que alimenta esses sites. Quem tiver NÓBREGA, F. Pereira. O homem indolor. Jornal Correio da
mais usuários selecionando os melhores links a toda hora Paraíba, 2005. (Fragmento).
terá, consequentemente, o melhor sistema.
Mas uma tecnologia de busca revolucionária é sempre 8. Assinale a passagem que sintetiza a opinião central defen-
possível. Na remota possibilidade de o Google não conse- dida pelo texto.
guir se adaptar a um competidor que surja do nada, ainda
a) Ao final de cada cena, a TV nos ensina a gargalhar.
assim os riscos de falência são mínimos. O Yahoo!, longín-
quo segundo lugar na categoria sites de busca, arrecada b) Estamos educando gerações para o homem socialmen-
US$ 100 milhões por mês. É uma empresa extremamente te indolor.
rentável. Cair para segundo ou terceiro não comprometeria c) Mas, alguma vez, nelas o trágico expulsa o cômico.
as chances de sobrevivência do Google. d) O nome desse alarme social é solidariedade, compro-
Ainda assim, se o pior acontecer, é difícil que serviços misso...
como o Gmail, Orkut e Docs deixem de ser oferecidos. Com Gabarito: B
uma enorme quantidade de usuários, será um produto ex- Estabelecer relação entre a tese e os argumentos oferecidos
tremamente valioso no mercado que, por certo, encontrará para sustentá-la.
Nem a mais, nem a menos
compradores.
Muitas crianças são “chatas” para comer e os pais aca-
GALILEU. São Paulo: Globo, n. 215, p. 55, jun. 2009. bam ficando felizes quando elas se empanturram de batatas
fritas na hora do almoço. Alegam que, pelo menos, elas es-
7. A passagem em que o enunciador apresenta um argumento tão comendo. Mas há um erro grave nesse comportamento.
favorável à sobrevivência do Google é: A criança não precisa simplesmente encher a barriga para
garantir os nutrientes de que necessita para crescer forte e
a) “Durante os anos 1990, a cada ano um novo site de bus-
saudável. O que ela precisa é de uma alimentação diversifi-
cas vinha ao ar, desbancando outro”. cada e balanceada.
b) “Do ponto de vista da tecnologia, os sistemas de busca Uma alimentação balanceada consiste em misturar ele-
modernos são equivalentes”. mentos dos três grupos básicos que compõem a pirâmide
c) “O Yahoo!, longínquo segundo lugar na categoria sites alimentar: carboidratos (massas), proteínas (carnes e lati-
cínios) e fibras (frutas e legumes). A base da pirâmide deve
busca, arrecada US$100 milhões por mês”.
ser formada por carboidratos; a intermediária por fibras; en-
d) “Ainda assim, se o pior acontecer, é difícil que serviços quanto as proteínas e gorduras compõem a parte superior.
como o Gmail, Orkut e Docs deixem de ser oferecidos”. PROTESTE. Rio de Janeiro, Associação Brasileira de Defesa do
Gabarito: C Consumidor, Ano V, n. 46, p. 14, abri. 2006. (Fragmento).
Leia o texto a seguir. Estabelecer relação entre a tese e os
argumentos oferecidos para sustentá-la. 9. O autor do texto defende o seu ponto de vista, sobretudo,
A sociedade precisa de saúde, de alarme, se ela não vai por meio de uma recomendação. Qual alternativa comprova
bem. O nome desse alarme social é solidariedade, compro- essa afirmação?
misso, sensibilidade ao sofrer alheio. a) “A criança não precisa simplesmente encher a barriga para
Também no social, estamos construindo o homem indo- garantir os nutrientes de que necessita para crescer forte e
lor. Esse animal vertical, que somos nós, por vez escorrega saudável.”
e cai. Tomba na horizontal. O fato corriqueiro oscila do cô- b) “A base da pirâmide deve ser formada por carboidratos;
mico ao trágico. Escorregou? Caiu? Não aconteceu nada?
a intermediária por fibras; enquanto as proteínas e gor-
Nossa vontade é de rir.
duras compõem a parte superior.”
O tombo foi grave? Derramou sangue? Quebrou ossos?
c) “Muitas crianças são ‘chatas’ para comer e os pais aca-
Rir-se do trágico é ser brutal. Gosto das videocacetadas.
bam ficando felizes quando elas se empanturram de
Mas, alguma vez, nelas o trágico expulsa o cômico. O tou- batatas fritas...”
ro levantou o homem nos chifres, o jogou no espaço como
d) “Uma alimentação balanceada consiste em misturar ele-
folha de papel. Caiu imóvel. Desmaiou ou morreu? A res-
mentos dos três grupos básicos que compõem a pirâmi-
posta é a gargalhada pré-gravada, coroando a cena.
de alimentar.”
Gabarito: A
120 CAPÍTULO 10
Prepara Saeb
Inferir uma informação implícita em um texto.
Bárbara
A personagem da peça O Amor e Outros Estranhos Rumores incorpora na atriz Débora Falabella e exige: “Quero
uma estrela!”
Bárbara já não é criança há décadas. Exibe, porém, um tom de voz muito doce, quase infantil. Sem nunca sair de casa, passa
os dias à toa, largada numa poltrona e refém dos próprios caprichos.
BRAVO!: Um iPad?
Bárbara: Quero.
Uma cafeteira italiana, um pacote de jujubas, um balão de festa, uma caminhonete 4×4?
Quero, quero! Ele tem de me dar.
Ele quem?
Meu marido. Desde que o conheço, é assim: peço, peço, peço. Às vezes, me contento com miudezas. Outras vezes, exijo imen-
sidões, coisas difíceis de conseguir. E ele sempre me atende. Sempre! Ou melhor: houve uma época – bem longínqua, graças a
Deus – em que cismou de não me escutar. Como reagi à altura, a resistência durou pouco. Tranquei-me num silêncio agressivo,
deixei de comer e definhei tanto que o pobre coitado logo recuou.
O que você já lhe pediu?
Comecei invocando uma jabuticaba. Éramos garotos ainda. “Uma jabuticaba brilhante e madurinha. Eu quero!” Ele trouxe.
Mais tarde, roguei que me arranjasse o ninho de um pica-pau. E um buquê de magnólias recém-colhidas, e mil casulos de bor-
boletas rajadas, e um tapete de pérolas. Ele arrumou. Em seguida, supliquei que buscasse o oceano. Ele viajou para o litoral e
retornou sem graça – ofertou-me apenas uma garrafa cheia de água marinha. Embora decepcionada, aceitei o presente. Fiquei
semanas observando a garrafa e bebericando a água. Uma hora, no entanto, me aborreci daquilo. Aliás, invariavelmente enjoo
de tudo o que peço. Solicitei, então, um baobá. Ele me apareceu com um galho da árvore. “Idiota!”, esbravejei. “Quero a árvore
inteira! Não bastou o fiasco do oceano?” Ele argumentou que um baobá costuma atingir 10 m de altura. “Não me interessa!
Vire-se!” Ele se virou. “Agora, um navio! Quero um transatlântico!” Ele partiu novamente para o litoral e escolheu a maior
embarcação do porto. Mandou que a desmontassem e a conduziu de trem até nossa cidade, tão distante do mar. Hipnotizada,
refugiei-me por meses no convés, como um descobridor de continentes. Mas depois… Neste momento, meu marido deve
estar em busca da estrela que lhe encomendei.
Uma estrela?
Sim. E, quando me cansar dela, vou pedir uma nuvem. Ou a Patagônia. Não decidi…
ANTENORE, Armando. Revista Bravo, ano 13, n. 162, fev. 2011. (Fragmento).
10. Nessa entrevista, a atriz Débora Falabella incorpora Bárbara, a personagem da peça O Amor e Outros Estranhos Rumores e, numa
espécie de relato, narra ao entrevistador fatos que lhe aconteceram. Sobre os elementos dessa narrativa, pode-se afirmar que
a) o perfil da protagonista é explicitado gradativamente por suas características físicas.
b) o ambiente em que os fatos ocorrem é nitidamente percebido no decorrer do relato.
c) o enredo está focado em lembranças e sentimentos da personagem secundária.
d) o narrador onisciente transmite os pensamentos e sentimentos da protagonista.
e) o tempo psicológico, por meio de flashback, segue o fluxo mental da personagem.
Gabarito: E
Anotações
LÍNGUA PORTUGUESA
121
11
VL
AD
GR
IN
/Sh
utt
ers
to c
HISTÓRIA EM QUADRINHOS /
k
TIRINHA
Disponível em https://entretenimento.uol.com.br/noticias/redacao/2019/06/25/mauricio-de-sousa
-lanca-novo-quadrinho-com-turma-da-monica-com-12-anos.htm Acesso: em 9 jun. 2023.
122
Pit stop 1
Maurício de Sousa é o criador da Turma da Mônica, ele é um dos mais famosos cartunistas
do país, as personagens Mônica e Magali foram inspiradas nas filhas do autor.
LÍNGUA PORTUGUESA
123
a) Você sabe quem são as personagens?
São personagens da Turma da Mônica Jovem: Mônica, Cascão e Cebolinha.
d) No último quadrinho, a fala do Cascão inicia-se com a conjunção “e”. Que tipo de relação
de sentido ela estabelece com a fala do balão no quadrinho anterior?
A conjunção “e” é um conectivo que indica adição de uma informação. No quadrinho indica
b) Sabemos que um texto bem escrito evita repetições desnecessárias. O termo “ex-BBB”
evita a repetição de qual termo?
A influenciadora digital Rafa Kalimann.
Pit stop 2
Os quadrinhos são histórias narrativas que possuem narrador, personagem, tempo, espaço
e desfecho da narrativa, e, devido a essa estrutura, muitos quadrinhos viraram enredo de filmes
ao longo dos tempos e são sucesso nos cinemas.
124 CAPÍTULO 11
Voltando para a pista
1 Agora, é com você! Pesquise para responder às perguntas abaixo. Professor(a), antes de fazer a ati-
vidade a seguir, organize os estu-
a) Qual a origem dos quadrinhos? dantes em pequenos grupos, para
fazerem a pesquisa; se possível,
Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes percebam que as HQ surgiram nos Estados leve-os ao laboratório de informá-
tica ou peça que façam a atividade
Unidos e na Europa quase que simultaneamente, nos Estados Unidos, tiveram grande em casa. Depois, organize-os para
socializar a pesquisa.
importância no período da Grande Recessão, e no pós-guerra, servindo de entretenimento,
c) Existe alguma história em quadrinho brasileira que faz sucesso fora do Brasil? Qual?
Sim. A turma da Mônica.
• Observe a linguagem utilizada pelos personagens, ela representa uma variante ...
X a) regional da língua. c) formal da língua.
b) padrão da língua. d) histórica da língua.
3 Leia a notícia a seguir:
Alertas de desmatamento na Amazônia caem 68% em abril,
diz Inpe
Foram identificados 329 quilômetros quadrados com indícios de desmate
Por Agência Brasil 13 maio 2023, 09h11
Os alertas de desmatamento na Amazônia tiveram queda de 67,9% em abril deste ano em
comparação ao mesmo mês de 2022, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espa-
ciais (Inpe) divulgados nesta sexta-feira (12).
Foram identificados 329 quilômetros quadrados com indícios de desmatamento, a menor
taxa dos últimos três anos, de acordo com o Greenpeace. Em abril de 2022, os alertas ultrapas-
saram mil quilômetros quadrados, de acordo com a organização.
[...]
Disponível em: https://veja.abril.com.br/brasil/alertas-de-desmatamento-na-amazonia-caem-68-em-
-abril-diz-inpe/. Acesso em: 10 jun. 2023.
125
Pit stop 3
Os balões das histórias em quadrinhos (HQ) são de diferentes formatos, você já reparou?
Sabe o que isso significa? Os balões têm significados, são usados para demonstrar falas, sussur-
ros, gritos, impropérios, pensamentos dos personagens.
Fala
Pensamento
126 CAPÍTULO 11
Leia a história a seguir e responda às questões propostas:
Hidaiana Rosa/fb.com/LinaAAdolescente
Disponível em: https://www.blogdahida.com/2016/03/adolescencia-em-quadrinhos.html. Acesso em: 15 jun. 2023.
enquanto sorri.
Leia a história a seguir e responda às questões propostas:
Hidaiana Rosa/Acervo da cartunista
LÍNGUA PORTUGUESA
127
Pit stop 4
As histórias em quadrinhos japonesas são chamadas de “mangás”. Diferentemente das HQ
lidas no Brasil (com leitura da esquerda para direita), no mangá, a leitura dá-se da direita para
esquerda. Características como desenhos com expressões faciais bem marcadas e olhos gran-
des marcam as personagens. Existem vários tipos de mangás, voltados para diferentes públi-
cos: infantil, jovens e adultos. Abordam diferentes temas: aventura, ficção, mistério, fantasia,
ação, etc.
Jemastock/Shutterstock
Olhos grandes das heroínas de mangás, Luyten, 2012, p. 72. Disponível https://profletras.letras.ufmg.br/arquivos/Disserta%-
C3%A7%C3%A3o-%20defendida.pdf. Acesso em: 15 jun. 2023.
• Principais características.
128 CAPÍTULO 11
Habilidades abordadas: D4 - Identificar elementos da narrativa em história em
quadrinhos. D4 - Inferir informação e tema em reportagens, poemas, histórias em
quadrinhos e tirinhas. D12 - Identificar a finalidade de textos de diferentes gêneros.
D21 - Reconhecer opiniões distintas sobre o mesmo tema, na comparação entre
Tirinha diferentes textos. D16 - Identificar efeitos de ironia ou humor em textos variados.
D17 - Reconhecer o efeito de sentido decorrente do uso da pontuação e de outras
notações. D18 - Reconhecer o efeito de sentido decorrente da escolha de uma
Esquentando os motores... determinada palavra ou expressão. D16 - Inferir informação, o sentido e o efeito de
sentido produzido por determinada palavra ou expressão em reportagens e tirinhas.
D19 - Reconhecer relações de sentido marcadas por conjunções, a relação de causa
1 Onde circulam as tirinhas? e consequência e a relação entre o pronome e seu referente em diferentes gêneros.
Em jornais e revistas, também costumam aparecer bastante para interpretação em avaliações como Enem e em vestibulares.
As tirinhas são um gênero da esfera jornalística, utilizam texto verbal e não verbal para transmitir uma mensagem, fazer
críticas, com humor, a situações do cotidiano. Apresentam os elementos da narrativa: personagem, narrador, tempo e espaço,
são formadas por um conjunto de cartuns.
D18 - Inferir o efeito de sentido da linguagem verbal e não verbal e o efeito de humor em tirinhas. D13 - Iden-
tificar as marcas linguísticas que evidenciam o locutor e o interlocutor de um texto. D21 - Reconhecer a ideia
Voltando para a pista comum entre textos de gêneros diferentes e a ironia em tirinhas. Inferir o efeito de sentido da linguagem
verbal e não verbal e o efeito de humor em tirinhas. Reconhecer o efeito de sentido do humor em tirinhas.
Reconhecer efeito de sentido decorrente de escolha de palavras ou expressão. Estabelecer relação entre
Leia a tira a seguir: parte de um texto identificando repetições ou substituições que contribuem para continuidade do texto.
IEI Brasil/ICS/Natalia de Souza Flores, Cristiane Bergamini, Gabrielle Adabo, Izana Vilela, Rodolfo Gomes
LÍNGUA PORTUGUESA
129
Pit stop 4
Você conhece a heroína EE (Eficiência Energética)? Ela foi criada pela equipe do IEI Brasil
com apoio do Instituto do Clima e Sociedade, que desenvolveram várias tiras para tratar de
problemas relacionados ao desenvolvimento sustentável e sustentabilidade ambiental.
Professor(a): solicite aos estudantes que levem para escola a conta de luz dos últimos três meses para
Leia, agora, a notícia a seguir: elaboração de atividade a respeito de como acompanhar o gasto energético.
130 CAPÍTULO 11
d) Qual o significado de “escassez”?
Significa falta de algo.
e) No primeiro parágrafo da reportagem, o pronome pessoal “ela” foi usado com qual
intenção?
Substituir o termo bandeira tarifária e evitar repetição desnecessária de palavras.
f ) Agora, vamos entender o gasto energético de sua residência? Você deverá selecionar
contas de luz dos três últimos meses e comparar o quanto foi consumido de energia,
qual mês mais gastou, qual mês menos gastou, e inferir o motivo de um eventual au-
mento de consumo. Registre a seguir o que observou.
Resposta pessoal.
131
5 Leia a tirinha a seguir e responda à questão proposta:
Lucio/Acervo do cartunista
Disponível em: https://www.folhadelondrina.com.br/folha-2/comece-a-segunda-feira
-com-humor-com-as-tirinhas-3224484e.html?d=1. Acesso em: 19 jun. 2023.
pelo gênio.
Qual a relação de sentido entre a linguagem verbal e não verbal que gera o humor na tira?
O fato de ser possível ver que estão em uma rádio, e o locutor pedir para apontar o celular para
o QrCode.
132 CAPÍTULO 11
7 Aponte a ironia da tira a seguir:
A ironia consiste na metalinguagem, o fato da mãe ter pintado a folhagem ser o tema da tira.
Anotações
LÍNGUA PORTUGUESA
133
12
VL
AD
GR
IN
/Sh
utt
ers
to c
CHARGE / PIADA
Pit stop 1
As charges surgiram na Europa, ao longo do século XIX, tendo como objetivo criticar
ações dos governantes locais. No Brasil, a primeira charge foi publicada também no século
XIX, por Manuel José de Araújo, com o título “A campanha do cujo”, expressando insatisfação
com o governo da época.
134
Dando a largada!
A palavra charge tem origem no francês e significa carregar, exagerar. Utiliza-se nesse gê-
nero a união da linguagem verbal com a não verbal, formando um todo significativo. Em geral,
é publicada em jornais e também é bastante utilizada em avaliações como Enem e vestibulares.
Texto 2
Arionauro/Acervo do cartunista
Considerando as diferentes funções sociais dos textos anteriores, pode-se afirmar que...
LÍNGUA PORTUGUESA
X a) ... a busca pelo prazer estético pode ser encontrada na exploração da carga semântica
do texto 1 e no humor do texto 2.
b) ... a linguagem empregada no texto 1 é literária e formal, ao passo que a utilizada no texto 2
é coloquial e informal.
135
c) o acontecimento que deu origem ao texto 2 foi o diálogo intertextual com a música Explique aos alunos que a canção
"Sampa" foi composta por Caetano
“Sampa”, de Caetano Veloso. Veloso e descreve duas importan-
tes avenidas no centro da capital
d) o texto 1 explora caricaturas do cenário social e político, provocando o humor. paulista. Explique também que é
comum no verão alagamentos em
e) os dois textos são literários, pois dialogam com o momento social e histórico em que diversas áreas da cidade.
foram produzidos.
Dalcio/Acervo
do cartunista
• Ao empregar o trocadilho iphone X iphome, o produtor da charge pretende...
a) ... analisar os padrões de consumo definidos pela indústria midiática.
b) ... contrastar o perfil dos adolescentes de diferentes classes sociais.
X c) ... criticar as desigualdades socioeconômicas do mundo capitalista.
d) ... evidenciar as diferenças de classes da sociedade contemporânea.
e) ... ponderar sobre a real necessidade de se consumir bens e produtos.
O chargista pode buscar inspiração, para criar, em notícias, reportagens e imagens está-
ticas ou em movimento (fotos/vídeos).
Alves/Acervo do cartunista
136 CAPÍTULO 12
• Ao dialogar com a fotografia de Kevin Carte, a charge evidencia o propósito comunicativo
de mostrar que...
a) ... a escassez de alimentos atinge animais e crianças em todo o mundo.
b) ... a falta de alimentos prejudica mais as crianças do que os adultos.
X c) ... a fome, atualmente, pode ser considerada uma problemática mundial.
d) ... a fome coloca, em igualdade de condições, seres humanos e animais.
e) ... o consumismo do mundo ocidental é o responsável pela fome africana.
4 Leia os textos a seguir e responda às questões propostas com base neles.
Texto 1
Aplicar a vacina contra a gripe nas crianças brasileiras é essencial para reduzir a circulação
do vírus influenza. Por serem socialmente ativos – segundo o Censo Escolar da Educação
Básica 2022, mais de 9 milhões, entre 4 meses e 6 anos, frequentam uma unidade escolar –, os
pequenos assumem papel importante na transmissão da doença, uma vez que transportam
inúmeros microrganismos para dentro e fora de suas casas.
“É importante mães, pais e responsáveis perceberem que as crianças transmitem o vírus e
que, por meio desse contato, elas podem colocar em risco a população idosa se ainda não re-
ceberam a vacina”, afirma o diretor de Regulatório, Controle de Qualidade e Estudos Clínicos
do Butantan, Gustavo Mendes Lima Santos. A abordagem dialoga com o conceito de saúde
coletiva, uma vez que cada pessoa imunizada funciona como uma barreira, freando a circula-
ção viral e protegendo de forma indireta aqueles mais suscetíveis à doença. [... ]
Disponível em: https://butantan.gov.br/noticias/gripe-vacinar-as-criancas-tambem-e-estrategia-
para-proteger-os-idosos. Acesso em: 11 jun. 2023.
Texto 2
Zé Dassilva/Acervo do cartunista
137
b) Qual a divergência entre os textos?
O texto 1 apresenta a importância da vacina, e o texto 2 apresenta negacionismo com
relação à vacinação.
O Brasil está ficando mais quente, e isso não é apenas impressão. Um estudo feito pela
Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) avaliou as ondas de calor na costa brasileira,
e os resultados mostraram que os litorais da região Sul e Sudeste viram as temperaturas de
seus termômetros subirem com o passar dos anos. O litoral capixaba é a região com maior
impacto, com aumento da frequência das ondas de calor e de frio; nos últimos 40 anos, a ocor-
rência de eventos extremos de temperatura quase dobrou no litoral de SP (84%), dobrou no
RS (100%) e quase triplicou em (188%).
O estudo, publicado na revista Scientific Reports, do grupo Nature, avaliou a variação de
temperatura em cinco regiões costeiras do país: São Luís, no Maranhão; Natal no Rio
Grande do Norte; São Mateus, no Espírito Santo; Rio Grande, no Rio Grande do
Sul e Iguape, em São Paulo. Para traçar uma comparação, os pesquisadores analisaram
as informações de temperatura do ar observados a cada hora do dia ao longo dos últimos 40
anos, e utilizaram modelos matemáticos para definir o que seriam temperaturas extremas em
cada estado selecionado, levando em conta as especificidades e variações de cada região. [... ]
Disponível em: https://veja.abril.com.br/ciencia/aquecimento-global-esta-causando-eventos-
extremos-de-temperatura-no-brasil/. Acesso em: 11 jun. 2023.
Texto 2
Junião/Acervo do cartunista
138 CAPÍTULO 12
• Qual o tema tratado no texto 2?
Aumento na conta de luz.
O El Niño, evento climático natural que provoca o superaquecimento das águas do Pacífico,
acaba de começar no oceano – o que significa que, provavelmente, vai adicionar ainda mais
calor ao Planeta, já aquecido devido às mudanças climáticas. Cientistas americanos confir-
maram nesta quinta-feira (8) que o El Niño teve início, e especialistas apontam que isso pro-
vavelmente fará de 2024 o ano mais quente já registrado, isso se 2023 já não bater o recorde
antes. Eles temem, ainda, que isso ajude a empurrar o mundo para além de um marco de
aquecimento de 1,5 °C.
O fenômeno deve afetar o clima mundial, potencialmente levando seca para a Austrália,
mais chuva para o sul dos Estados Unidos e enfraquecendo as monções da Índia. O evento
provavelmente durará até a próxima primavera – depois disso, estima-se que seus impactos
diminuirão.
Durante meses, pesquisadores estimaram que um evento El Niño, que não era registrado
há alguns anos, estava prestes a surgir no Oceano Pacífico. [...]
Disponível em: https://umsoplaneta.globo.com/clima/noticia/2023/06/08/super-el-nino-vem-ai-
entenda-por-que-fenomeno-que-aquece-o-planeta-causa-preocupacao.ghtml.
Acesso em: 11 jun. 2023.
A partir da leitura do texto, crie uma charge sobre o tema. Use o espaço a seguir para Se achar necessário, solicite que os
estudantes pesquisem em outras
fazer seu rascunho. Seu(sua) professor(a) marcará uma data para entrega e exposição das fontes sobre o tema para depois
charges na sala. elaborarem a charge. Marque um
dia para compartilharem as produ-
ções.
LÍNGUA PORTUGUESA
139
7 Releia a charge de abertura do capítulo e compare-a com o texto a seguir:
Ali veríeis galantes, pintados de preto e vermelho, e quartejados, assim pelos corpos como
pelas pernas, que, certo, assim pareciam bem. Também andavam entre eles quatro ou cinco
mulheres, novas, que assim nuas, não pareciam mal. Entre elas andava uma, com uma coxa,
do joelho até o quadril e a nádega, toda tingida daquela tintura preta; e todo o resto da sua
cor natural. Outra trazia ambos os joelhos com as curvas assim tintas, e também os colos dos
pés; e suas vergonhas tão nuas, e com tanta inocência assim descobertas, que não havia nisso
desvergonha nenhuma.”
Disponível em: https://www.todamateria.com.br/carta-de-pero-vaz-de-caminha/.
Acesso em: 19 jun. 2023.
c) Qual o efeito de sentido do trecho “Ali veríeis galantes, pintados de preto e vermelho, e
quartejados, assim pelos corpos como pelas pernas”?
É uma forma de descrever os indígenas que aqui estavam.
Piada
Esquentando os motores... Habilidades abordadas: D3 – In-
ferir o sentido de uma palavra ou
expressão. D4 – Reconhecer fina-
1 Você gosta de contar ou ouvir piada? lidade e traços de humor em dife-
rentes gêneros. D12 – Identificar a
Resposta pessoal. finalidade de textos de diferentes
gêneros. D21 – Reconhecer opi-
2 Você segue algum humorista nas redes sociais? niões divergentes sobre o mesmo
tema em diferentes textos.
Resposta pessoal. D21 – Reconhecer opiniões distin-
tas sobre o mesmo tema, na com-
Dando a largada! paração entre diferentes textos.
D16 – Identificar efeitos de ironia
ou humor em textos variados.
D17 – Reconhecer o efeito de
A piada é um gênero humorístico que tem o objetivo de ser engraçado, fazendo o ou- sentido decorrente do uso da
vinte/leitor rir ou até mesmo gargalhar. Gênero da tradição oral em geral, não se sabe quem pontuação e de outras notações.
D19 – Reconhecer relações de
criou a piada. Ela apresenta características de textos narrativos, com personagem, enredo, sentido marcadas por conjunções,
a relação de causa e consequência
tempo e espaço. O humor é gerado por uma quebra de expectativa. e a relação entre o pronome e seu
referente em diferentes gêneros.
Paciente sumidinho D18 – Inferir o efeito de sentido da
linguagem verbal e não verbal em
A enfermeira diz ao médico: notícias e charges. D19 – Reconhe-
cer o efeito de sentido decorrente
– Tem um homem invisível na sala de espera. da exploração de recursos ortográfi-
cos e/ou morfossintáticos.
O médico responde: D13 – Identificar as marcas linguís-
ticas que evidenciam o locutor e
– Diga a ele que não posso vê-lo agora. o interlocutor de um texto. Reco-
nhecer a relação de causa e con-
Disponível em: https://www.dicionariopopular.com/piadas-curtas-engracadas/. sequência em piadas e fragmentos
Acesso em: 11 jun. 2023. de romance. Identificar efeitos de
humor em textos variados. Iden-
tificar as marcas linguísticas que
Pit stop 1 evidenciam o locutor e o interlocu-
tor de um texto. Inferir o sentido de
Algumas pessoas ganham a vida contando piadas. No Brasil, há grandes humoristas ao longo palavras e expressões em piadas e
letras de música.
dos tempos, como Oscarito e Grande Otelo, Costinha, Ary Toledo, Chico Anysio, entre outros. Pa-
rece que fazer piada é algo simples, trivial, mas nem todos são bons contadores de piadas.
140 CAPÍTULO 12
Voltando para a pista
1 Leia a piada a seguir:
• Qual a ambiguidade na primeira frase que leva o interlocutor a pensar que o enunciador já
ganhou na loteria?
Manuel está tomando banho e grita para Maria lhe levar um xampu. Ela leva, mas logo em
seguida o homem grita novamente:
– Ô Maria, me traz outro xampu.
– Mas eu já te dei um agorinha!
– É que aqui está dizendo que é para cabelos secos, e eu já molhei os meus.
Cruzando a linha
1 Leia os textos a seguir e elabore um final engraçado para cada um, de acordo com o gênero
piada.
Um rapaz vai à padaria e pergunta se o salgado era de hoje.
– Não, é de ontem.
– E como faço para comer o de hoje?
LÍNGUA PORTUGUESA
____________________________________________________
Na aula de Matemática, a professora pergunta:
– Joãozinho, se tenho 6 laranjas em uma mão e 5 laranjas na outra, o que tenho no total?
____________________________________________________
141
2 Leia as charges a seguir e responda às questões.
Texto 1
Texto 2
Zé Bello/Acervo do cartunista
142 CAPÍTULO 12
3 Leia o texto a seguir e responda ao solicitado.
Ladrão de galinhas
Um ladrão foi roubar galinhas justamente na casa de Rui Barbosa. Com toda aquela elo-
quência que lhe era peculiar, Rui Barbosa falou:
– Não é pelo bico de bípede, nem pelo valor intrínseco do galináceo, mas por ousares trans-
por os umbrais de minha residência. Se for por mera ignorância, perdoo-te, mas se for para
abusar da minha alma, juro pelos tacões metabólicos dos meus calçados que dar-te-ei tama-
nha bordoada que transformarei sua massa encefálica em cinzas cadavéricas.
O ladrão, todo sem graça, perguntou:
– Mas como é, “Seu Rui”, eu posso levar o frango ou não?
KISKA, Keila Kariza. Rir é o melhor remédio. Seleções. Rio de Janeiro:
Reader’s Digest. Brasil, 2000. p. 30.
Anotações
LÍNGUA PORTUGUESA
143
Prepara Saeb
1. Leia o texto a seguir: Reconhecer finalidade e traços de humor
em diferentes gêneros.
Metáforas são metáforas
O mecânico desmonta o cabeçote da moto quando chega um famoso cirurgião cardiologista. Propõe uma questão:
– Doutor, olhe esse motor: eu abro o coração, tiro válvulas, conserto, ponho de volta e fecho; ele volta a trabalhar como
novo. Como é que eu ganho tão pouco e o senhor tanto?
E o cirurgião:
– Tente fazer isso com o motor funcionando!
ALMANAQUE BRASIL DE CULTURA POPULAR, fev. 2004.
Considerando a fala do cirurgião, assinale o que justifica ele ganhar mais que o mecânico.
a) Ter estudado muito mais que o mecânico.
b) Operar o coração com ele funcionando.
c) Fazer o coração funcionar como novo.
d) Desmontar o coração como se fosse motor.
Gabarito: B
2. Analise a charge a seguir:
Inferir informação e tema em reportagens, poemas, histórias em quadrinhos e tirinhas.
e os do passado.
c) ... a efemeridade dos envolvimentos amorosos
no mundo virtual.
d) ... a falta de compromisso dos casais na socie-
dade contemporânea.
e) ... a redefinição dos relacionamentos interpes-
MAIA, Frank; SENA, Ligia. Disponível em: http://blog.colunaextra.com. soais na era da internet.
br/2010/09/alianca-20.html. Acesso em: 5 jul. 2013. Gabarito: A
144 CAPÍTULO 12
Prepara Saeb
Reconhecer o efeito de sentido decorrente da escolha de uma
4. determinada palavra ou expressão.
Continho
Era uma vez um menino triste, magro e barrigudinho. Na soalheira danada de meio-dia, ele estava sentado na poeira do
caminho, imaginando bobagem, quando passou um vigário a cavalo.
– Você, aí, menino, para onde vai essa estrada?
– Ela não vai não: nós é que vamos nela.
– Engraçadinho duma figa! Como você se chama?
– Eu não me chamo, não, os outros é que me chamam de Zé.
MENDES CAMPOS, Paulo. Para gostar de ler − Crônicas. v. 1. São Paulo: Ática, 1996. p. 76.
2007-greg/walker/Ipress
Disponível em: http://uninuni.com/tag/tirinhas/. Acesso em: 20 mar. 2013.
O general ficou muito bravo com o equívoco de sua secretária, pois, ao associá-lo a um problema “pervertido”, a imagem que
se fez dele ficou comprometida. O efeito de sentido decorrente desse vocábulo foi mostrar o general como uma pessoa...
a) ... corrupta. c) ... estressada.
b) ... depravada. d) ... inescrupulosa.
Gabarito: B
7. Identificar efeitos de ironia ou humor em textos variados.
145
Prepara Saeb
6. Identificar efeitos de ironia ou humor em textos variados.
Laerte/Acervo da cartunista
O sentido do texto é produzido essencialmente por meio do recurso da ironia. Ta ironia é dirigida
a) à baixa qualidade das informações obtidas via web.
b) ao comportamento negligente dos pais.
c) aos péssimos hábitos alimentares dos filhos.
d) às grandes dificuldades da vida moderna
Gabarito: A
146 CAPÍTULO 12
8. Inferir informação e tema em reportagens, poemas, histórias em quadrinhos e tirinhas.
10. Analise a tirinha. Inferir informação, o sentido e o efeito de sentido produzido por determinada palavra ou expressão em reportagens e tirinhas.
sta
© Ziraldo Alves Pinto/Acervo do cartuni
ZIRALDO. As melhores tiradas do Menino Maluquinho. São Paulo: Melhoramentos, 2000. p. 57.
LÍNGUA PORTUGUESA
147
QUADRO DE CONTEÚDOS
Aqui está a organização das habilidades exploradas em cada capítulo e os respectivos descritores:
D13 - Identificar as marcas linguísticas que evidenciam o locutor e o interlocutor de um Variação linguística
texto.
D15 - Estabelecer relações lógico-discursivas presentes no texto, marcadas por conjunções, Coerência e coesão no processamento do texto
Capítulo 1 – Lenda
advérbios etc.
D16 - Identificar efeitos de ironia ou humor em textos variados. Relações entre recursos expressivos e efeitos de sentido
D16 - Reconhecer ironia e efeitos de sentido decorrentes da repetição de palavras em textos Relações entre recursos expressivos e efeitos de sentido
diversos.
D17 - Reconhecer o efeito de sentido decorrente do uso da pontuação e de outras Relações entre recursos expressivos e efeitos de sentido
notações.
D18 - Reconhecer o efeito de sentido decorrente da escolha de uma determinada palavra Relações entre recursos expressivos e efeitos de sentido
ou expressão.
D19 - Reconhecer relações de sentido marcadas por conjunções, a relação de causa e Relações entre recursos expressivos e efeitos de sentido
consequência e a relação entre o pronome e seu referente em diferentes gêneros.
D19 - Reconhecer o efeito de sentido decorrente da exploração de recursos ortográficos e/ Relações entre recursos expressivos e efeitos de sentido
ou morfossintáticos.
D19 - Reconhecer relação de sentido marcada por conjunção em textos diversos. Relações entre recursos expressivos e efeitos de sentido
D21 - Reconhecer a ideia comum entre textos de gêneros diferentes e a ironia em tirinhas. Relação entre textos
D21 - Reconhecer opiniões divergentes sobre o mesmo tema em diferentes textos. Relação entre textos
D21 - Reconhecer opiniões distintas sobre o mesmo tema, na comparação entre diferentes Relação entre textos
textos.
H20 - Reconhecer a importância do patrimônio linguístico para a preservação da memória e Habilidade especialmente selecionada para este material
da identidade nacional.
D1 - Localizar informações explícitas em um texto. Procedimento de leitura
D2 - Estabelecer relações entre partes de um texto, identificando repetições ou substituições Coerência e coesão no processamento de texto
que contribuem para a continuidade dele.
D3 - Inferir o sentido de uma palavra ou expressão. Procedimento de leitura
D4 - Inferir uma informação implícita em um texto. Procedimento de leitura
Capítulo 2 – Romance / apresentação de livro
148
3a Série do Ensino Médio
Descritor + Texto da habilidade Eixo contemplado
D18 - Inferir o sentido e o efeito de sentido de palavras ou de expressão em poemas, Relações entre recursos expressivos e efeitos de sentido
crônicas e fragmentos de romances.
D19 - Reconhecer relações de sentido marcadas por conjunções, a relação de causa e Relações entre recursos expressivos e efeitos de sentido
Capítulo 2 – Romance / apresentação de livro
D9 - Diferenciar as partes principais das secundárias em um texto. Coerência e coesão no processamento do texto
D12 - Identificar a finalidade de textos de diferentes gêneros. Implicações de suporte, do gênero e/ou do enunciador na
compreensão do texto
D13 - Identificar as marcas linguísticas que evidenciam o locutor e o interlocutor de um texto. Variação linguística
D15 - Estabelecer relações lógico-discursivas presentes no texto, marcadas por conjunções, Coerência e coesão no processamento do texto
advérbios etc.
D17 - Reconhecer o efeito de sentido decorrente do uso da pontuação e de outras notações. Relações entre recursos expressivos e efeitos de sentido
D18 - Reconhecer o efeito de sentido decorrente da escolha de uma determinada palavra Relações entre recursos expressivos e efeitos de sentido
ou expressão.
D19 - Reconhecer relações de sentido marcadas por conjunções, a relação de causa e Relações entre recursos expressivos e efeitos de sentido
consequência e a relação entre o pronome e seu referente em diferentes gêneros.
D19 - Reconhecer o efeito de sentido decorrente da exploração de recursos ortográficos e/ Relações entre recursos expressivos e efeitos de sentido
ou morfossintáticos.
D19 - Reconhecer relação de sentido marcada por conjunção em textos diversos. Relações entre recursos expressivos e efeitos de sentido
D20 - Reconhecer diferentes formas de tratar uma informação na comparação de textos Relação entre textos
que abordam o mesmo tema, em função das condições em que ele foi produzido e
daquelas em que será recebido.
D21 - Reconhecer a ideia comum entre textos de gêneros diferentes e a ironia em tirinhas. Relação entre textos
D21 - Diferenciar fato de opinião em resenhas. Relação entre textos
D1 - Localizar informações explícitas em um texto. Procedimento de leitura
D1 - Localizar informações explícitas em infográficos, reportagens, crônicas e artigos. Procedimento de leitura
Capítulo 4 – Notícia / reportagem
D2 - Estabelecer relações entre partes de um texto, identificando repetições ou Coerência e coesão no processamento do texto
substituições que contribuem para a continuidade dele.
D3 - Inferir o sentido de uma palavra ou expressão. Procedimento de leitura
D4 - Inferir uma informação implícita em um texto. Procedimento de leitura
D4 - Inferir informação e tema em reportagens, poemas, histórias em quadrinhos e tirinhas. Procedimento de leitura
LÍNGUA PORTUGUESA
D5 - Interpretar texto com auxílio de material gráfico diverso (propagandas, quadrinhos, Implicações do suporte, do gênero e/ou do enunciador na
fotos etc.). compreensão do texto
D6 - Identificar o tema de um texto. Procedimento de leitura
D6 - Identificar a informação principal em reportagens. Procedimento de leitura
D9 - Diferenciar as partes principais das secundárias em um texto. Coerência e coesão no processamento do texto
149
3a Série do Ensino Médio
Descritor + Texto da habilidade Eixo contemplado
D11 - Reconhecer a relação de causa e consequência em diferentes textos. Coerência e coesão no processamento do texto
D12 - Identificar a finalidade de textos de diferentes gêneros. Implicações do suporte, do gênero e/ou do enunciador na
compreensão do texto
D13 - Identificar as marcas linguísticas que evidenciam o locutor e o interlocutor de um texto. Variação linguística
D13 - Reconhecer variantes linguísticas em contos, notícias e reportagens. Variação linguística
D14 - Distinguir um fato da opinião relativa a esse fato. Procedimento de leitura
D14 - Diferenciar fato de opinião em artigos e reportagens. Procedimento de leitura
Capítulo 4 – Notícia / reportagem
D15 - Estabelecer relações lógico-discursivas presentes no texto, marcadas por conjunções, Coerência e coesão no processamento do texto
advérbios etc.
D15 - Reconhecer a relação de causa e consequência e relações de sentido marcadas por Coerência e coesão no processamento do texto
conjunções em reportagens, artigos e ensaios.
D16 - Inferir informação, o sentido e o efeito de sentido produzido por determinada palavra Relações entre recursos expressivos e efeitos de sentido
ou expressão em reportagens e tirinhas.
D17 - Reconhecer o efeito de sentido decorrente do uso da pontuação e de outras notações. Relações entre recursos expressivos e efeitos de sentido
D18 - Inferir o efeito de sentido da linguagem verbal e não verbal em notícias e charges. Relações entre recursos expressivos e efeitos de sentido
D18 - Reconhecer o efeito de sentido decorrente da escolha de uma determinada palavra Relações entre recursos expressivos e efeitos de sentido
ou expressão.
D18 - Inferir o sentido de palavra em letras de música e reportagens. Relações entre recursos expressivos e efeitos de sentido
D19 - Reconhecer o efeito de sentido decorrente da exploração de recursos ortográficos e/ Relações entre recursos expressivos e efeitos de sentido
ou morfossintáticos.
D19 - Reconhecer relações de sentido marcadas por conjunções, a relação de causa e Relações entre recursos expressivos e efeitos de sentido
consequência e a relação entre o pronome e seu referente em diferentes gêneros.
D20 - Reconhecer opiniões distintas sobre o mesmo tema, na comparação entre diferentes textos. Relação entre textos
D21 - Reconhecer a ideia comum entre textos de gêneros diferentes e a ironia em tirinhas. Relação entre textos
D1 - Localizar informações explícitas em um texto. Procedimento de leitura
D2 - Estabelecer relações entre partes de um texto, identificando repetições ou Coerência e coesão no processamento do texto
substituições que contribuem para a continuidade dele.
D3 - Inferir o sentido de uma palavra ou expressão. Procedimento de leitura
D4 - Inferir uma informação implícita em um texto. Procedimento de leitura
D4 - Reconhecer finalidade e traços de humor em diferentes gêneros. Procedimento de leitura
D4 - Identificar elementos da narrativa e/ou a ideia central em crônicas. Procedimento de leitura
D6 - Identificar o tema de um texto. Procedimento de leitura
D6 - Reconhecer o tema de uma crônica. Procedimento de leitura
D10 - Identificar o conflito gerador do enredo e os elementos que constroem a narrativa. Coerência e coesão no processamento do texto
D11 - Estabelecer relação causa/consequência entre partes e elementos do texto. Coerência e coesão no processamento do texto
Capítulo 5 – Crônica / letra de música
D12 - Identificar a finalidade de textos de diferentes gêneros. Implicações do suporte, do gênero e/ou do enunciador na
compreensão do texto
D13 - Identificar as marcas linguísticas que evidenciam o locutor e o interlocutor de um texto. Variação linguística
D14 - Localizar informações explícitas em infográficos, reportagens, crônicas e artigos. Procedimento de leitura
D15 - Reconhecer a relação entre os pronomes e seus referentes em contos/crônicas. Coerência e coesão no processamento do texto
D15 - Estabelecer relações lógico-discursivas presentes no texto, marcadas por conjunções, Coerência e coesão no processamento do texto
advérbios etc.
D16 - Identificar efeitos de ironia ou humor em textos variados. Relações entre recursos expressivos e efeitos de sentido
D17 - Reconhecer relações de sentido estabelecidas por conjunções ou locuções conjuntivas Relações entre recursos expressivos e efeitos de sentido
em letras de música e crônicas.
D18 - Inferir o sentido e o efeito de sentido de palavras ou de expressão em poemas, Relações entre recursos expressivos e efeitos de sentido
crônicas e fragmentos de romances.
D18 - Reconhecer o efeito de sentido decorrente da escolha de uma determinada palavra Relações entre recursos expressivos e efeitos de sentido
ou expressão.
D19 - Reconhecer o efeito de sentido decorrente da exploração de recursos ortográficos e/ Relações entre recursos expressivos e efeitos de sentido
ou morfossintáticos.
D19 - Reconhecer o sentido e o efeito de sentido produzido pelo uso de recursos Relações entre recursos expressivos e efeitos de sentido
morfossintáticos em contos, artigos e crônicas.
D19 - Reconhecer relações de sentido marcadas por conjunções, a relação de causa e Relações entre recursos expressivos e efeitos de sentido
consequência e a relação entre o pronome e seu referente em diferentes gêneros.
D19 - Inferir informação, sentido de expressão e o efeito de sentido decorrente do uso de Relações entre recursos expressivos e efeitos de sentido
recursos morfossintáticos em crônicas.
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3a Série do Ensino Médio
Descritor + Texto da habilidade Eixo contemplado
D1 - Localizar informações explícitas em um texto. Procedimento de leitura
D2 - Estabelecer relações entre partes de um texto, identificando repetições ou Coerência e coesão no processamento do texto
substituições que contribuem para a continuidade dele.
D3 - Inferir o sentido de uma palavra ou expressão.
D4 - Reconhecer o tema em poemas. Procedimento de leitura
D4 - Inferir informação e tema em reportagens, poemas, histórias em quadrinhos e tirinhas. Procedimento de leitura
D4 - Reconhecer o tema em contos e fragmentos de romances. Procedimento de leitura
D4 -Inferir uma informação implícita em um texto. Procedimento de leitura
D6 - Identificar o tema de um texto. Procedimento de leitura
D10 - Identificar o conflito gerador do enredo e os elementos que constroem a narrativa. Coerência e coesão no processamento do texto
D11 - Reconhecer a relação de causa e consequência em diferentes textos. Coerência e coesão no processamento do texto
D11 - Estabelecer relação causa/consequência entre partes e elementos do texto. Coerência e coesão no processamento do texto
Capítulo 6 – Conto / poema
D12 - Identificar a finalidade de textos de diferentes gêneros. Implicações do suporte, do gênero e/ou do enunciador na
compreensão do texto
D15 - Estabelecer relações lógico-discursivas presentes no texto, marcadas por conjunções, Coerência e coesão no processamento do texto
advérbios etc.
D15 - Reconhecer a relação entre os pronomes e seus referentes em contos/crônicas. Coerência e coesão no processamento do texto
D16 - Reconhecer o efeito de sentido produzido pelo uso de recursos morfossintáticos em Relações entre recursos expressivos e efeitos de sentido
poemas.
D16 - Identificar efeitos de ironia ou humor em textos variados. Relações entre recursos expressivos e efeitos de sentido
D17 - Reconhecer o efeito de sentido decorrente do uso da pontuação e de outras Relações entre recursos expressivos e efeitos de sentido
notações.
D18 - Reconhecer o efeito de sentido decorrente da escolha de uma determinada palavra Relações entre recursos expressivos e efeitos de sentido
ou expressão.
D18 - Inferir o sentido decorrente do uso de recursos gráficos em poemas. Relações entre recursos expressivos e efeitos de sentido
D19 - Reconhecer o sentido e o efeito de sentido produzido pelo uso de recursos Relações entre recursos expressivos e efeitos de sentido
morfossintáticos em contos, artigos e crônicas.
D19 - Reconhecer relações de sentido marcadas por conjunções, a relação de causa e Relações entre recursos expressivos e efeitos de sentido
consequência e a relação entre o pronome e seu referente em diferentes gêneros.
D19 - Reconhecer o efeito de sentido decorrente da exploração de recursos ortográficos e/ Relações entre recursos expressivos e efeitos de sentido
ou morfossintáticos.
D19 - Reconhecer efeitos estilísticos em poemas. Relações entre recursos expressivos e efeitos de sentido
D20 - Comparar poemas que abordem o mesmo tema. Relação entre textos
D1 - Localizar informações explícitas em um texto. Procedimento de leitura
D1 - Localizar informações explícitas em infográficos, reportagens, crônicas e artigos. Procedimento de leitura
D3 - Inferir o sentido de uma palavra ou expressão. Procedimento de leitura
D4 - Reconhecer a finalidade de propagandas. Procedimento de leitura
D4 - Inferir uma informação implícita em um texto. Procedimento de leitura
Capítulo 7 – Infográfico / propaganda
D5 - Interpretar texto com auxílio de material gráfico diverso (propagandas, Implicações do suporte, do gênero e/ou do enunciador na
quadrinhos, fotos etc.). compreensão do texto
D6 - Identificar o tema de um texto. Procedimento de leitura
D12- Identificar a finalidade de textos de diferentes gêneros. Implicações do suporte do gênero e/ou do enunciador na
compreensão do texto
D13 - Reconhecer relação de sentido marcada por conjunção em textos diversos. Relação entre recursos expressivos e efeitos de sentido
D13 – Identificar as marcas linguísticas que evidenciam o locutor e interlocutor de um texto Variação linguística
D15 - Estabelecer relações lógico-discursivas presentes no texto, marcadas por conjunções, Coerência e coesão no processamento de texto
advérbios etc.
D17 - Reconhecer o efeito de sentido decorrente do uso da pontuação e de outras notações. Relação entre recursos expressivos e efeitos de sentido
D18 - Reconhecer o efeito de sentido decorrente da escolha de uma determinada palavra Relação entre recursos expressivos e efeitos de sentido
LÍNGUA PORTUGUESA
ou expressão.
D19 - Reconhecer o efeito de sentido decorrente da exploração de recursos ortográficos e/ Relação entre recursos expressivos e efeitos de sentido
ou morfossintáticos.
D19 - Reconhecer relações de sentido marcadas por conjunções, a relação de causa e Relação entre recursos expressivos e efeitos de sentido
consequência e a relação entre o pronome e seu referente em diferentes gêneros.
151
3a Série do Ensino Médio
Descritor + Texto da habilidade Eixo contemplado
D1 - Localizar informações explícitas em um texto. Procedimento de leitura
D2 - Estabelecer relações entre partes de um texto, identificando repetições ou Coerência e coesão no processamento do texto
substituições que contribuem para a continuidade dele.
D3 - Inferir o sentido de uma palavra ou expressão. Procedimento de leitura
D4 - Inferir uma informação implícita em um texto. Procedimento de leitura
D4 - Identificar a finalidade de relatórios científicos. Procedimento de leitura
D5 - Interpretar texto com auxílio de material gráfico diverso (propagandas, quadrinhos, Implicações do suporte, do gênero e/ou do enunciador na
fotos etc.). compreensão do texto
Capítulo 8 – Relatório científico
D11 - Estabelecer relação causa/consequência entre partes e elementos do texto. Coerência e coesão no processamento do texto
D12 - Identificar a finalidade de textos de diferentes gêneros. Implicações do suporte, do gênero e/ou do enunciador na
compreensão do texto
D13 - Identificar as marcas linguísticas que evidenciam o locutor e o interlocutor de um texto. Variação linguística
D14 - Distinguir um fato da opinião relativa a esse fato. Procedimento de leitura
D15 - Estabelecer relações lógico-discursivas presentes no texto, marcadas por conjunções, Coerência e coesão no processamento do texto
advérbios etc.
D17 - Reconhecer o efeito de sentido decorrente do uso da pontuação e de outras Relações entre recursos expressivos e efeitos de sentido
notações.
D18 - Reconhecer o efeito de sentido decorrente da escolha de uma determinada palavra Relações entre recursos expressivos e efeitos de sentido
ou expressão.
D19 - Reconhecer relações de sentido marcadas por conjunções, a relação de causa e Relações entre recursos expressivos e efeitos de sentido
consequência e a relação entre o pronome e seu referente em diferentes gêneros.
D19 - Reconhecer relação de sentido marcada por conjunção em textos diversos. Relações entre recursos expressivos e efeitos de sentido
D21 - Reconhecer a ideia comum entre textos de gêneros diferentes e a ironia em tirinhas. Relação entre textos
152
3a Série do Ensino Médio
Descritor + Texto da habilidade Eixo contemplado
D20 - Reconhecer relação de causa e consequência e relação de sentidos marcadas por Coerência e coesão no processamento do texto
conjunções em reportagens e artigos.
D13 - Reconhecer variantes linguísticas e o efeito de sentido de recursos gráficos em Variação linguística
crônicas e artigos.
Capítulo 10 – Artigo de opinião / entrevista
D21- Reconhecer ideia comum entre textos de diferentes gêneros. Implicações do suporte, do gênero e/ou do enunciador na
compreensão do texto
D2 - Estabelecer relação entre parte de um texto identificando repetições ou substituições Relação entre textos
que contribuem para continuidade do texto.
D10 - Identificar conflito gerador do enredo e elementos que constroem a narrativa. Coerência e coesão no processamento do texto
D18 - Reconhecer efeito de sentido decorrente de escolha de palavras ou expressão. Relações entre recursos expressivos e efeitos de sentido
D17 - Reconhecer o efeito de sentido decorrente do uso de pontuação e de outras notações. Relações entre recursos expressivos e efeitos de sentido
D18 - Reconhecer efeito de sentido decorrente de escolha de palavras ou expressão. Relações entre recursos expressivos e efeitos de sentido
D2 - Estabelecer relação entre parte de um texto identificando repetições ou substituições Relação entre textos
que contribuem para continuidade do texto.
D16 - Reconhecer o efeito de sentido do humor em tirinhas. Relações entre recursos expressivos e efeitos de sentido
D18 - Inferir o efeito de sentido da linguagem verbal e não verbal e o efeito de humor em Relações entre recursos expressivos e efeitos de sentido
tirinhas.
D16- Identificar efeitos de ironia ou humor em textos variados. Relações entre recursos expressivos e efeitos de sentido
D12- Identificar a finalidade de textos de gêneros diferentes. Implicações do suporte, do gênero e/ou do enunciador na
compreensão do texto
D21 - Reconhecer a ideia comum de gêneros diferentes. Relações entre recursos expressivos e efeitos de sentido
Capítulo 12 – Charge / piada
D18 - Reconhecer o efeito de sentido decorrente da escolha de uma determinada palavra Relações entre recursos expressivos e efeitos de sentido
ou expressão.
D19 - Reconhecer efeito de sentido marcada por conjunções, a relação de causa e Relações entre recursos expressivos e efeitos de sentido
consequência e relação entre o pronome e seu referente em diferentes gêneros.
D13 - Identificar marcas linguísticas que evidenciam o locutor e o interlocutor. Variação linguística
D11 - Reconhecer relação de causa e consequência em piadas e fragmentos de romance. Coesão e coerência
D13 - Identificar marcas linguísticas que evidenciam o locutor e o interlocutor. Variação linguística
D16 -Inferir o sentido de palavras e expressões em piadas e letras de música. Relações entre recursos expressivos e efeitos de sentido
D16- Identificar efeitos de ironia ou humor em textos variados. Relações entre recursos expressivos e efeitos de sentido
LÍNGUA PORTUGUESA
153
Anotações
154
Anotações
155
LÍNGUA PORTUGUESA
Anotações
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838799
838949