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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS

Beatriz Bassoto Cava - 741018

DOCUMENTO NOVO

5º PERÍODO – Noturno
Poços de Caldas
22/06/2023
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ........................................................................................................................... 1
DESENVOLVIMENTO ............................................................................................................... 2
1.1 Conceito e legislação ....................................................................................................... 2
1.2 Natureza e conteúdo do Documento Novo ..................................................................... 2
CONCLUSÃO............................................................................................................................. 5
REFERÊNCIAS .......................................................................................................................... 7
INTRODUÇÃO

Dialogar acerca do Processo Civil é tratar da força do poder das normas frente
ao comportamento do ser humano enquanto ente gregário. Nas palavras de Humberto
Teodoro Junior (2022), é “[...] o ramo da ciência jurídica que trata do complexo das
normas reguladoras do exercício da jurisdição civil [...]” (JUNIOR, 2022, p.42). Desse
modo, sua compreensão se faz com o entendimento de seu funcionamento, sendo
esse divido em momentos específicos e que visam, além da compreensão dos fatos
da lide, a eficácia de sua tutela jurisdicional. Ademais, tal separação permite que
princípios como a ampla defesa e contraditório sejam assegurados aos sujeitos que
compõem a lide, além de possibilitar a análise do mérito das questões apresentadas
de forma mais justificada.

Nesse sentido, o primeiro momento dentro da matéria processual é o chamado


Processo de Conhecimento, que tem como intuito a cognição dos fatos da lide em
busca do mérito dos pedidos feitos nos autos. Intrínseco a tal momento e tratando dos
ritos que compõem esse processo, há o procedimento comum, composto por quatro
estágios que se iniciam na fase postulatória e vão até a decisória. A terceira dessas
etapas nomeia-se a fase instrutória, destinada à coleta de material probatório que
ampara o julgamento a ser realizado. Dentro de tal acervo de provas, são variadas as
formas nas quais essas podem ser apresentadas, evidenciando cada qual para um
fim e um objetivo específico. Ademais, vale salientar que além de propósitos
determinados, os elementos trazidos aos autos com fins de contribuição para a
veracidade dos fatos devem ser expostos no momento correto, sob pena de invalidade
do que foi evidenciado.

Assim, a fim de compreender um dos meios no qual as provas podem ser


apresentadas no curso do Processo Civil, o presente trabalho trará a conceituação
acerca do documento novo. Outrossim, serão abordadas as circunstâncias adequadas
para a propositura do mesmo, bem como seus efeitos pelo olhar do juízo que o recebe.
DESENVOLVIMENTO

1.1 Conceito e legislação

Nas palavras de Humberto Theodoro Júnior (2022), a prova documental tem


por intuito a retratação material de um fato ora ocorrido, podendo ser apresentada nos
autos de um processo de diversas as maneiras. Nesse sentido, o art. 434 do CPC de
2015 explicita que tais provas possuem como destinação, justamente, a comprovação
das alegações realizadas pelas partes, necessitando, portanto, de seu
reconhecimento enquanto elemento probatório válido, ainda que quando apresentado
como cópia. Embora não haja hierarquia no tratamento das provas demonstradas no
curso de um processo, a força do documento autêntico é incontestável, no que se
refere à sua função acima descrita.

Ao falar da apresentação da prova documental, o artigo supracitado também


menciona o momento no qual sua inserção é admitida, sendo essa, juntamente com
a petição inicial ou com a peça de contestação. As partes, todavia, não são impedidas
de exibirem e/ou produzirem provas documentais em outra circunstância processual,
conforme dispõe o art. 435 do CPC de 2015 ao referir-se quanto à juntada de
documento novo, objeto de estudo do presente trabalho.

Dessa forma, o Código de Processo Civil de 2015 considera documento novo


as provas que, além da terem como destinação a comprovação de fatos alegados
pelas partes, sejam apresentadas, não no momento inicial do processo, mas sim, após
a exposição dos elementos preliminares.

1.2 Natureza e conteúdo do Documento Novo

Vale salientar que a exposição desse novo acervo probatório nos autos trata-
se de situações desconhecidas até então, isto é, de fatos ocorridos depois dos que já
foram discutidos ou para contrapor aos que foram produzidos posteriormente, de
mesma forma. Tais hipóteses encontram-se no caput. do art. 435, enquanto no
parágrafo único, é dialogado acerca do requisito necessário para o reconhecimento
de sua juntada, qual seja a comprovação do motivo pelo qual a prova fosse anexada
aos autos, não no momento habitual, mas sim, de maneira posterior.

A explanação feita nos autos do porquê de os documentos novos terem sido


incorporados ao processo após a juntada da petição inicial ou da peça de contestação
é imprescindível para que o juiz avalie a conduta da parte que a fez. Isso porque,
conforme o disposto no parágrafo único do art. 435, é dever do magistrado analisar
as motivações individuais e intrínsecas ao novo conteúdo probatório, de modo que
seja sempre prezado o princípio da boa-fé processual, em concordância com a lei nº
13.105/2015. As hipóteses que podem ser avaliadas, nas palavras de Luiz Rodrigues
Wambier e Eduardo Talamini (2016) são:

a) Quando relativos a fatos ocorridos depois da fase postulatória, ou


seja, tais documentos seriam novos porque nem sequer existiam
antes dos fatos nele retratados;
b) Quando apresentados como contraprova de documentos
apresentados pela parte contrária, vale dizer, documentos já
existentes, mas que ainda não haviam sido juntados porque não
sabia a parte que deles necessitaria;
c) Quando formados após a petição inicial ou a contestação, ainda
que relativamente a fatos anteriores a tais eventos;
d) Quando, apesar de já existentes, tornarem-se conhecidos,
acessíveis ou disponíveis somente após a petição inicial ou a
contestação, devendo a parte comprovar o motivo da juntada do
documento fora do momento apropriado.

Ademais, além da percepção das hipóteses que motivam a produção da prova


do documento novo, há a necessidade de observância do princípio de defesa do
contraditório. Isso porque, uma vez que novos fatos foram trazidos aos autos a partir
da juntada de conteúdo probatório inédito, é direito da parte contrária, além da vista,
a possibilidade de manifestação. Nas palavras de Misael Montenegro Filho (2020), é
a oportunidade para “[...] impugnar a admissibilidade da prova documental ou a sua
autenticidade, suscitando a sua falsidade, com ou sem deflagração do incidente de
arguição de falsidade ou manifestando-se sobre seu conteúdo [...]” (MONTENEGRO
FILHO, 2020, p.282). Ou seja, a juntada de documento novo aos autos vai além da
apresentação de uma matéria até então desconhecida, necessitando do cumprimento
dos requisitos descritos para sua validação.
CONCLUSÃO

A tônica do presente trabalho foi realizar uma análise técnica do chamado


Documento Novo como meio probatório documental a ser usado dentro do Processo
Civil e de acordo com a legislação brasileira vigente, o CPC de 2015.

Dessa forma, conclui-se que o objetivo da anexação de Documento Novo nos


autos é um recurso para os casos em que, após as peças iniciais constitutivas do
Processo Civil, ainda há que se falar em uma juntada inédita de fato relevante e
devidamente comprovado. Ademais, o entendimento doutrinário, bem como o do
próprio Código de Processo Civil descrevem a necessidade de comprovação dos
porquês de tais provas terem sido produzidas de maneira posterior, a fim de que o
princípio da boa-fé processual prevaleça no decorrer das movimentações.

Assim, se faz imprescindível o conhecimento do dispositivo prescrito no art.


435 do CPC de 2015 quando houver a necessidade de ser realizada contraprova,
apresentação de conteúdo desconhecido e relevante aos autos ou das demais
hipóteses contidas no mesmo.
REFERÊNCIAS

THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil - Vol. I. Forense,


2022. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9786559646579/epubcfi/6/2[%
3Bvnd.vst.idref%3Dhtml1]!/4/2/2%4048:79 Acesso em: 19/06/2023.
CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL – CPC, 2015. Disponível em:
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm Acesso em:
19/06/2023.
WAMBIER, Luiz Rodrigues; TALAMINI, Eduardo. Curso avançado de processo civil:
cognição jurisdicional (processo comum de conhecimento e tutela provisória), vol. 2.
16. Ed. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016, p. 308.
MONTENEGRO FILHO. Misael. Curso de Direito Processual Civil. Volume único,
Atlas, 2020, p. 282. Acesso em:
https://drive.google.com/drive/u/0/folders/1u4BcujKBrWheysQAbLGkk_SfLSx6noaS

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