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ENSINO MEDIO

MODULO I
ORIENTAÇÕES DE LEITURA
O componente curricular ARTE foi elaborado com alguns TÓPICOS e ITENS especiais que
precisam ser destacados para melhor compreensão de leitura e contextualização dos conteúdos
abordados.

TÓPICOS ESPECIAIS E ITENS DE ESTUDO

• O cursista encontrará na apostila alguns tópicos estruturados sem seções com finalidades
específicas chamados TÓPICOS ESPECIAIS.
• Além desses tópicos, o cursista também encontrará alguns ITENS DE ESTUDO que irão
proporcionar dinâmica a leitura e melhor compreensão dos assuntos abordados.

TÓPICOS ESPECIAIS

EXERCÍCIOS
Se trata de um tópico especial contendo aplicações teórico-práticas em formato de exercícios de
múltipla escolha elaborados para o estudante pensar, analisar e abstrair conceitos estudando exemplos
que relacionam a teoria com a prática em cada componente curricular.

BUSCANDO+
Se trata de um tópico especial contendo algumas indicações de estudo, por meio de sugestões de Links,
livros, sites, vídeos e outros meios que possam ser acessados pelo cursista, como forma de estudo
suplementar ou de aprofundamento dos conteúdos ministrados em cada componente curricular.

PÍLULA DO CONHECIMENTO
São pequenos componentes educacionais (textos, vídeos, áudios, animações) que disponibilizamos
com intuito de agregar conteúdo, contextualizar o aprendizado e fortalecer a retenção do conhecimento
de forma objetiva e orgânica, melhorando o desempenho de nossos estudantes e profissionais. Um
recurso educacional utilizado para suportar um processo de aprendizagem rápido, porém constante.

“A pílula do conhecimento poderá ser aplicada como complementação teórica e prática dos nossos
cursos, como ferramenta de memorização e revisão de conteúdo sobre os aspectos mais importantes
do curso e/ou como reforço das ações de aprendizagem presenciais”.
GABARITO
Respostas dos exercícios propostos.

ITENS DE ESTUDO

CURIOSIDADES!
Item de estudo utilizado para expor acontecimentos, fatos e casos curiosos relacionados com algum
tema abordado.

“Momento de atiçar a curiosidade do estudante, propondo conceitos, fatos e situações curiosas


referente aos assuntos que estão sendo estudados”.

OBSERVAÇÕES:
Item de estudo utilizado para complementar e destacar ideias e informações importantes sobre os
conteúdos abordados.

“Momento de fazer o estudante refletir sobre algum tema específico que deve ser destacado,
lembrado ou anotado como uma observação importante”.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO____________________________________________________________________ 07
HISTÓRIA DA ARTE_______________________________________________________________ 07
A ARTE DURANTE A PRÉ-HISTÓRIA_________________________________________________09
A ARTE NO PERÍODO PALEOLÍTICO________________________________________________ 10
A ARTE NO PERÍODO NEOLÍTICO__________________________________________________ 11
A ARTE NA IDADE DOS METAIS_____________________________________________________11
A ARTE DURANTE A IDADE ANTIGA_________________________________________________12
A ARTE NA MESOPOTÂMIA_________________________________________________________13
A ARTE NO EGITO________________________________________________________________ 14
A ARTE NA GRÉCIA_______________________________________________________________ 15
• Características da Arte Grega_________________________________________________ 16
A ARTE DURANTE A IDADE MÉDIA__________________________________________________17
A ARTE BIZANTINA_______________________________________________________________ 18
A ARTE ROMÂNICA_______________________________________________________________
18
• Arte Romana_______________________________________________________________ 18
• Características da Arte Romana_______________________________________________ 18
A ARTE GÓTICA__________________________________________________________________ 19
ARTE CRISTÃ PRIMITIVA__________________________________________________________ 20
• Divisão____________________________________________________________________ 20
• As artes Bizantina e Romana__________________________________________________ 21
A ARTE NA IDADE MODERNA______________________________________________________ 22
A ARTE NA IDADE CONTEMPORÂNEA_______________________________________________24
• A arte no século XX__________________________________________________________ 24
EXERCÍCIOS_____________________________________________________________________ 25
BUSCANDO+____________________________________________________________________ 26
PÍLULA DO CONHECIMENTO______________________________________________________ 26
GABARITO_______________________________________________________________________ 26
REFERÊNCIAS____________________________________________________________________ 26
INTRODUÇÃO

Você já parou para pensar o que é arte?


Arte é uma palavra que se origina do vocábulo latino ars e significa técnica ou habilidade.
Podemos dizer que é uma manifestação humana comunicativa muito antiga. A arte possui conceitos e
definições abstratas e subjetivas, que mudam e se transformam de acordo com o ponto de vista que
servem para validar ou desqualificar obras e trabalhos, de acordo com a visão de quem avalia o material
produzido.
Ainda que não seja fácil (ou possível) se definir o que é, afinal, arte, podemos encontrar suas
diferentes aplicações e representações nos mais diversos campos do conhecimento, desde estudos
arquitetônicos e psicológicos, até exemplos encontrados na Pedagogia, Música, Letras e Gastronomia.
Em um conhecimento geralmente aceito, a arte corresponde a atividade humana ligada a
manifestações estéticas, feitas por artistas a partir de percepções, emoções e ideias diferentes e
individuais, com o objetivo de estimular interesse, reflexão e consciência por parte dos espectadores.
Por isso, podemos dizer e observar que cada obra de arte possui um significado único e diferente.
O Componente Curricular de ARTE, está inserido na Área do Conhecimento de
LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS. Neste material, veremos assuntos
relacionados ao MÓDULO I, equivalente a 1ª SÉRIE do ENSINO MÉDIO.

HISTÓRIA DA ARTE

A História da Arte é muito vasta e complexa, pois acompanha todo o desenvolvimento do ser
humano. Ela se divide em vários períodos, nos quais se verificam as variadas formas de produção
artística de inúmeras civilizações ao longo da história humana. Alguns historiadores entendem que a
História da Arte, desde a Pré-História até os nossos dias, traduz a própria história da humanidade, isto
é, revela o processo de autocompreensão humana.
Não é apenas uma linha temporal de acontecimentos, figuras e obras. A História da
Arte consiste em uma verdadeira ciência, que estuda desde movimentos artísticos, modificações
estéticas, obras de arte e seus diversos artistas. Por sua complexidade, a arte e sua história são
analisadas de acordo com a vertente social, política e religiosa de cada época. Através da História da
Arte, conseguimos aprender mais sobre nossa própria evolução, por meio de expressões e
manifestações artísticas.

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OBSERVAÇÕES:

A “História da Arte” é uma ciência multidisciplinar que procura estudar de modo objetivo a
arte através do tempo, classificando as diferentes formas de cultura, estabelecendo a sua periodização
e salientando as características artísticas distintivas e influentes. O estudo da história da arte teve início
durante o Renascimento, ainda que limitado à produção artística da civilização ocidental. No entanto,
ao longo do tempo foi-se impondo uma visão alargada da história artística, procurando-se compreender
e analisar a produção artística de todas as civilizações sob a perspectiva dos seus próprios valores
culturais.

Acompanhando o desenvolvimento da humanidade, se relacionando com a cultura dos variados


povos existentes, buscando compreender as manifestações que foram e estão sendo realizadas até hoje,
a História da Arte, ajuda a compor a história das sociedades. Muitos pesquisadores tentam descobrir
as origens da humanidade e dentre tantas pesquisas, se conclui que o aparecimento do homem está
diretamente associado ao aparecimento de formas simbólicas, que ajudam a construir depoimentos
sobre a origem e evolução do ser humano.
Por isso, a História da Arte é organizada em períodos que acompanham o próprio
desenvolvimento das civilizações. Esse processo é contínuo, e nunca chega ao fim, pois está sendo
vivido a cada dia. Os períodos da arte, ou períodos da História da Arte são representados por uma linha
do tempo e equivalem a uma cronologia do desenvolvimento humano. Assim, é possível encontrar
manifestações artísticas presentes na Pré-história, na Antiguidade e na Idade Média, na Idade Moderna
e Idade Contemporânea.
A Arte desfruta de uma ampla rede de estudo, difusão e preservação de todo o legado artístico
da humanidade ao longo da história. Durante o século XX assistiu-se à proliferação de instituições,
fundações, museus, e galerias, tanto no setor público como privado, dedicados à análise e catalogação
de obras de arte e exposições destinadas ao público em geral. A evolução dos meios ou instrumentos
foi crucial para o desenvolvimento e difusão da arte.
Os eventos internacionais, como as bienais de Veneza ou de São Paulo contribuíram bastante
para a formação de novos estilos e tendências. Os prêmios, como o Prêmio Turner, o Prêmio Wolf de
Artes, o Prêmio Pritzker de Arquitetura, o Prêmio Pulitzer de Fotografia ou o Oscar do cinema,
promovem a disseminação dessas obras internacionalmente. Instituições como a Organização das
Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), através da criação de ações de
tombamento e conservação de cidades e monumentos do patrimônio mundial.

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CURIOSIDADES!

Hoje em dia, a arte desfruta de uma ampla rede de estudo, difusão e preservação de todo o
legado artístico da humanidade ao longo da História. Durante o século XX assistiu-se à proliferação
de instituições, fundações, museus, e galerias, tanto no sector público como privado, dedicados à
análise e catalogação de obras de arte e exposições destinadas ao público em geral.
Os eventos internacionais, como as bienais de Veneza ou de São Paulo ou a Documenta
contribuíram bastante para a formação de novos estilos e tendências. Os prémios, como o Prémio
Turner, o Prémio Wolf de Artes, o Prémio Pritzker de arquitetura, o Prémio Pulitzer de fotografia ou
os Óscares do cinema promovem também as melhoras obras criativas a nível internacional. As
instituições como a UNESCO, através da criação de listas do Patrimônio Mundial, apoiam também a
conservação dos mais significativos monumentos mundiais.

A ARTE DURANTE A PRÉ-HISTÓRIA

A arte na Pré-História é caracterizada por manifestações artísticas no primeiro período da


evolução humana e deixou vestígios das primeiras formas simbólicas da espécie. Pinturas rupestres,
são as formas pioneiras de expressão artística desta época, onde os homens deixavam desenhado nas
paredes das cavernas, sua forma de viver e ver o mundo, através destas pinturas rústicas, registrando
suas crenças e percepções da natureza.
Esculturas e artefatos feitos em osso, pedra ou madeira, são outros elementos que revelam a
maneira de viver do homem pré-histórico, considerados também importantes vestígios históricos. Os
vários locais onde foram descobertos esses vestígios são chamados de sítios arqueológicos. A arte na
pré-história constitui uma das maneiras mais eficazes para que os pesquisadores possam reconstituir
a cultura existente nos primórdios da humanidade.
Essa foi uma época em que os homens ainda não haviam inventado a escrita. Portanto, os
desenhos, esculturas e objetos encontrados nos dão pistas de como as pessoas viviam e se organizavam
em um passado muito distante. A Pré-História está dividida em três grandes períodos, sendo que em
cada um deles a arte apresenta caraterísticas peculiares. Para facilitar o estudo, confira as divisões da
Pré-História:
• Período Paleolítico ou Idade da Pedra Lascada (do surgimento da humanidade até 8000 a.C.);
• Período Neolítico ou Idade da Pedra Polida (de 8000 a.C. até 5000 a.C.);
• Idade dos Metais (5000 a.C. até o surgimento da escrita, por volta de 3500 a.C.).

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A ARTE NO PERÍODO PALEOLÍTICO

Nessa fase, a arte era realizada nas cavernas ou próximas delas, as quais eram chamadas de arte
parietal e arte rupestre.

Figura 1: Desenho de cavalo na Caverna de Altamira.


(Exemplo de arte rupestre no período Paleolítico)

A arte parietal recebe esse nome pois está relacionada com o suporte em que foi desenvolvida,
ou seja, as paredes das cavernas. Já a arte rupestre era realizada fora das cavernas e das grutas. Nesse
período, as pinturas eram feitas nas rochas e sua principal característica era o naturalismo.
Além de figuras abstratas, foram desenvolvidas figuras de animais e homens. Geralmente,
demostravam imagens de caça. Além da arte representada nas paredes das cavernas, foram
desenvolvidos os primeiros instrumentos e ferramentas com pouca sofisticação: facas, machados,
arpões, lanças, arcos, flechas, anzóis. As técnicas de produção eram simples e os materiais utilizados
eram pedra, madeira, ossos, chifres e peles de animais. Nessa época, também foram produzidas
esculturas, geralmente figuras femininas.

Figura 2: Vênus de Willendorf (11 cm). Encontrada na Áustria.


(Exemplo de escultura no período Paleolítico)

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Vale lembrar que o homem do paleolítico (caçador e coletor) era nômade, ou seja, vivia em
busca de comida e abrigo, portanto, não se fixavam nos territórios.

A ARTE NO PERÍODO NEOLÍTICO

A arte no período neolítico já pode ser vista fora das cavernas. Com um clima mais ameno, o
homem do neolítico começa a viver próximo aos rios. Esse período marcou o sedentarismo da raça
humana, que deixa de ser nômade e passa a construir vilas. A agricultura e a criação de animais foram
as principais características desse período.
Embora também fossem desenvolvidas com pedras, tal qual no Paleolítico, nota-se nesse
período a evolução da arte, que apresentava um cuidado maior, como o polimento do material.
Também destacam-se os objetos feitos de cerâmica e a confecção de tecidos de lã e linho, em
substituição aos trajes confeccionados com peles de animais.

Figura 3: Cromeleque de Almendres, Évora, Portugal.


(Exemplo de monumento megalítico no período Neolítico)

Importante destacar ainda a construção de monumentos megalíticos, que são grandes pedras
dispostas em composições únicas. Acredita-se que o objetivo dessas construções era para a realização
de rituais e celebrações.

A ARTE NA IDADE DOS METAIS

Com a descoberta dos metais, a arte começa a adquirir outro aspecto. Nesse período, ela esteve
marcada pelo desenvolvimento da metalurgia e da expansão das técnicas de fundição. A Idade dos
Metais está dividida de acordo com o metal mais utilizado:

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• Idade do Bronze;
• Idade do Cobre;
• Idade do Ferro.

Figura 4: Peças de metal encontradas nos Bálcãs, datam de 5.300 a.C.


(Exemplo de metal na Idade dos Metais)

Nesse período, destacam-se os utensílios, instrumentos e ferramentas fabricados com o intuito


utilitário. Como os instrumentos de cozinha, objetos artísticos, armas, ferramentas para a agricultura,
caça e pesca. Havia ainda esculturas em metal representando mulheres com roupas detalhadas e
também guerreiros. É desse período a invenção da roda e o arado de bois utilizado na agricultura.
Nesse momento, também começam a surgir os primeiros experimentos na escrita.

A ARTE DURANTE A IDADE ANTIGA

Arte antiga, ou arte da antiguidade, designa as criações artísticas do primeiro período da


História que se inicia com a invenção da escrita, e durante o qual aparecem as primeiras grandes
cidades nas margens dos rios Nilo, Tigre, Eufrates, Indo e Amarelo e se destacam as grandes
civilizações do Médio Oriente (Egípcia e Mesopotâmica). Ao contrário de períodos anteriores, as
manifestações artísticas ocorreram em todas as culturas de todos os continentes.

CURIOSIDADES!

Um dos maiores progressos deste período foi a invenção da escrita, criada sobretudo a partir
da necessidade de manter registos de natureza econômica e comercial. A primeira forma de escrita foi
a cuneiforme, surgida na Mesopotâmia por volta de 3 500 a.C., era baseada em
elementos pictográficos e ideográficos e registada em suportes de argila. Os sumérios desenvolveriam

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mais tarde a escrita com sílabas, enquanto a escrita Egípcia recorria a hieróglifos. A língua hebraica foi
uma das primeiras a utilizar um alfabeto, atribuindo um símbolo a cada fonema.

A ARTE NA MESOPOTÂMIA

A arte mesopotâmica surgiu na região entre os rios Tigre e Eufrates, no que é atualmente
a Síria e o Iraque. Foi um território onde, a partir do século IV a.C., coexistiram várias culturas, entre
as quais a Suméria, o Império Acádio, os Amoritas e os Caldeus. A arquitetura
mesopotâmica caracterizou-se pelo uso de tijolo, lintéis (uma peça dura de materiais diversos que
assenta nas ombreiras ou jambas e constitui o acabamento da parte superior de portas e janelas; sendo
também chamado de dintel, padieira ou verga) e pela introdução de elementos construtivos como
o arco e a abóbada.
São particularmente notáveis os zigurates, templos de grandes dimensões no formato
de pirâmide de degraus, dos quais praticamente não restam vestígios para além das suas bases. O
túmulo era geralmente um corredor, com a câmara funerária coberta por falsa cúpula.
As principais técnicas escultóricas eram os entalhes e relevos. As peças abordavam temas
religiosos, militares e de caça, sendo representadas figuras animais e humanas, reais ou mitológicas.
Durante o período sumério eram comuns as estatuetas de formas angulares, em pedra colorida, sem
cabelo e de mãos no peito.
Durante o período Acádio as figuras apresentavam cabelos e barba longos, como na estrela
de Narã-Sim. Do período Amorita, é notável a estatueta do rei Gudea, enquanto o objeto mais notável
do domínio babilônico é a estrela de Hamurábi. Na escultura assíria é recorrente o antropomorfismo do
gado e o motivo do gênio alado, observado em inúmeros relevos com cenas de guerra e de caça, como
no Obelisco Negro.
Com a introdução da escrita surge também a literatura enquanto forma de expressão da
criatividade humana. Entre as mais significativas obras de literatura suméria estão a Epopeia de
Gilgamexe, escrita no século XVII a.C. e na qual são narrados trinta mitos acerca das mais importantes
divindades sumérias e acádias. No período Acádio a obra mais relevante é a Epopeia de Atrahasis na
qual se narra o mito do dilúvio. A obra mais notável de literatura babilônica é o poema Enuma Elish,
que descreve a criação do mundo.
A música surge na região entre o IV e III milênios a.C., usada nos templos sumérios onde os
sacerdotes entoavam hinos e salmos (ersemma) aos deuses. O canto litúrgico era composto
em responsórios alternando entre os sacerdotes e o coro – e antífonas – alternando entre dois coros.

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Figura 5: Mosaico de Leão da Babilônia, fragmento do portão de Ishtar em Istambul, Turquia.
(Exemplo de pintura na Mesopotâmia)

Figura 6: Zigurate de Ur, na província de Dhi Qar, no Iraque.


(Exemplo de arquitetura na Mesopotâmia)

A ARTE NO EGITO

É no Antigo Egito que surge uma das primeiras grandes civilizações, com obras de arte
elaboradas e complexas, e durante a qual ocorre a especialização profissional do artista. A arte egípcia
era intensamente religiosa e simbólica, com uma estrutura de poder centralizada e hierárquica, e na
qual se deva especial importância ao conceito religioso de imortalidade, sobretudo do faraó, para o
qual se erguiam monumentos colossais. A arte egípcia abrange o período entre 3 000 a.C. e a conquista
do Egito por Alexandre, o Grande. No entanto, a sua influência perdurou até a arte copta e bizantina.
A Arquitetura do Antigo Egito caracteriza-se pelos monumentos, erguidos através do uso de
blocos de pedra de grandes dimensões, linteis e colunas sólidas. O elemento mais notável são os
monumentos funerários, agrupados em três tipos principais: as mastabas, túmulos de forma retangular;
as pirâmides, de faces regulares ou em escada; e os hipogeus, túmulos subterrâneos. Os outros edifícios
de grande dimensão são os templos, complexos monumentais antecedidos por uma avenida

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de esfinges e obeliscos, à qual se sucedem dois pilones trapezoidais, o hipostilo e finalmente o
santuário.
A pintura caracteriza-se pela justaposição de planos sobrepostos. As imagens eram
representadas hierarquicamente, isto é, o faraó é maior que os súbditos ou inimigos ao seu lado. Os
egípcios pintavam a cabeça e os membros de perfil, enquanto os ombros e olhos eram pintados de
frente. Houve uma evolução significativa nas artes aplicadas, sobretudo o trabalho em madeira e metal,
que deram origem a obras exímias de mobiliário em cedro entalhada com ébano e marfim.

Figura 7: Pirâmides de Gizé.


(Exemplo de arquitetura no Egito)

Figura 8: Grande Esfinge de Gizé.


(Exemplo de Esfinge no Egito)

A ARTE NA GRÉCIA

A arte grega abarca todas as manifestações artísticas e revela a história, a estética e mesmo a
filosofia desta civilização. O povo grego foi na antiguidade um dos que exibiam manifestações
culturais mais livres, rendendo-se pouco às ordens de reis e sacerdotes, pois acreditavam que o ser
humano era a concepção mais incrível do universo. A arte grega passou pelos períodos arcaico, clássico
e helenístico, e cada uma dessas fases históricas, influenciou a elaboração das obras.

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Características da Arte Grega

Os gregos se destacaram especialmente na pintura, na arquitetura e na escultura. Vejamos


algumas características:
• Simetria;
• Perfeição;
• Obras realizadas a partir de modelos vivos;
• Uso religioso, doméstico ou funerário;
• Valorização do ser humano.
As pinturas e esculturas eram concebidas a fim de serem belas e assim perfeitas, de acordo com
os princípios da filosofia grega. Esta, talvez, seja a principal característica da arte grega, o que a torna
singular e cujas influências são visíveis até os nossos dias.
Na arquitetura, os grandes templos erguidos pelos gregos tinham o propósito de prestar culto
aos seus deuses. Uma das suas características é a utilização das colunas e a simetria entre a entrada e
os fundos do templo.
As esculturas mais conhecidas são as gregas. Elas alcançaram uma perfeição nunca antes
obtida, de modo que deixaram um legado e inspiram artistas até hoje. Elas se inspiraram nas esculturas
egípcias e foram copiadas pelos romanos.
As artes foram ainda influenciadas pelas próprias civilizações com as quais a Grécia se
relacionava. Afinal, a Magna Grécia, compreendeu possessões na costa da Turquia, Macedônia e sul
da Itália.

Figura 9: Jovem dança ao som da flauta.


(Exemplo de pintura grega)

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Figura 10: Aspecto exterior do Panteão de Atenas, na capital da Grécia.
(Exemplo de arquitetura grega)

Figura 11: Detalhe de escultura grega.


(Exemplo de escultura grega)

A ARTE DURANTE A IDADE MÉDIA

A arte na Idade Média, ou também chamada de arte medieval, sendo uma derivação direta da
arte romana, inicia com a arte paleocristã, após a oficialização do cristianismo como religião
do Império Romano. Trabalharam as formas clássicas para interpretar a nova doutrina religiosa.
Porém, logo o estilo clássico se pulverizou em uma multiplicidade de escolas regionais, com o
aparecimento de formas mais esquemáticas e simplificadas. Na arquitetura destacou-se como o
tipo basílica, enquanto que na escultura os sarcófagos assumiram papel destacado, bem como os
mosaicos e as pinturas das catacumbas.

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A ARTE BIZANTINA

A arte bizantina, incorporou influências orientais e gregas, tendo no ícone e nos mosaicos seus
gêneros principais. O povo romano teve importante destaque para as atividades artísticas da época,
com célebres construções que impactaram a arquitetura e também por meio da arte paleocristã, baseada
nos ensinamentos de Cristo e através da arte bizantina.

A ARTE ROMÂNICA

A arte românica seguiu-lhe paralelamente, recebendo a influência de povos bárbaros como


os germânicos, celtas e godos. Foi o primeiro estilo de arte internacional depois da queda do Império
Romano. Eminentemente religiosa, a maioria da arte românica visa a exaltação e difusão do
cristianismo. A arquitetura enfatiza o uso de abóbadas e arcos, começando a construção de grandes
catedrais, que continuará durante o gótico. A escultura se desenvolveu principalmente no âmbito
arquitetônico, com formas esquematizadas.

Arte Romana

A arte romana foi produzida pelo povo pertencente à Roma Antiga e perdurou
aproximadamente do século VIII a.C. ao século IV d.C. Foi fortemente influenciada pelos etruscos e
gregos, sendo que as manifestações artísticas mais significativas remontam ao estabelecimento da
República no ano de 509 a.C. Apesar disso, conhecemos poucos nomes de seus artistas e arquitetos,
posto que era uma arte coletiva ou feita para seus mecenas. A arte desse período é dividida em arte
da Roma Republicana (antes de 27 a.C.) e a da Roma Imperial (do ano 27 a.C. em diante).

Características da Arte Romana

• Influência da arte etrusca: expressão realista;

• Influência da arte grega: expressão de ideal de beleza;

• Uso de arcos e abóbodas na arquitetura;

• Representação realista na escultura;

• Colorido, delicadeza e precisão nos detalhes da pintura.

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Figura 12: Pintura romana na Vila dos Mistérios, em Pompeia (séc I a.C.).
(Exemplo de pintura na romana)

Os romanos aproveitaram a bagagem cultural dos etruscos, cuja arte era bastante desenvolvida,
bem como se deixaram influenciar pelos padrões estéticos gregos, que admiravam. Quando os romanos
conquistaram a Grécia, ficaram fascinados com a sua arte e começaram a imitar os gregos. Daí resulta
que muitas das características da arte grega são encontradas na arte romana. Como é o caso também
da mitologia.
A arquitetura foi a maior de todas as expressões artísticas dos romanos. Nela, a característica
que mais se destaca é o uso dos arcos. As esculturas romanas, por sua vez, são essencialmente cópias
das originais gregas. Nelas, o realismo é uma característica marcante. A pintura romana, classificada
em quatro estilos, caracteriza-se ora pelo colorido das paredes, ora pelo ilusionismo ou pela riqueza de
detalhes.

A ARTE GÓTICA

A arte gótica se desenvolveu entre os séculos XII e XVI, sendo um momento de florescimento
econômico e cultural. A arquitetura foi profundamente alterada a partir da introdução do arco ogival e
do arcobotante, nascendo formas mais leves e mais dinâmicas, que possibilitaram a construção de
edifícios mais altos e com aberturas maiores, tipificados na catedral gótica.
A escultura continua principalmente enquadrada na obra arquitetônica, mas começou a
desenvolver-se de forma autônoma, com formas mais realistas e elegantes inspirados pela natureza e,
em parte, numa recuperação de influências clássicas. Aparecem grandes retábulos escultóricos e a
pintura desenvolve técnicas inovadoras como o óleo e a têmpera, criando-se obras de grande
detalhamento.

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Figura 13: Pintura religiosa de 1308. Têmpera sobre madeira.
(Exemplo de pintura na Idade Média)

Figura 14: Igreja Notre Dame la Grande de Poitiers, França,


é uma igreja construída no estilo românico.
(Exemplo de arquitetura românica na Idade Média)

ARTE CRISTÃ PRIMITIVA

Chama-se arte primitiva cristã a arte dos cinco primeiros séculos do aparecimento do
cristianismo.

Divisão

A Arte Primitiva Cristã divide-se em dois períodos: antes e depois do reconhecimento do


Cristianismo como religião oficial do Império Romano. O reconhecimento do Cristianismo como
religião oficial do Império Romano foi feito pelo imperador Constantino, no Édito de Milão no ano
330 da nossa era.

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A Fase Catacumbária

A fase anterior ao reconhecimento chama-se catacumbária, porque as suas principais


manifestações ocorreram nas catacumbas, cemitérios subterrâneos, verdadeiros hipogeus, nos quais os
primeiros cristãos sepultavam seus mortos e mártires. A fase catacumbária estende-se do I século ao
início do IV século, precisamente ao Édito de Milão.

A Fase Cristã Primitiva

A fase posterior ao reconhecimento, quando o Cristianismo deixou de ser perseguido e


substituiu, oficialmente, entre os romanos, as crenças do paganismo, tem sido determinada Arte Latina
por alguns historiadores. Deve ser chamada, porém, de modo mais adequado, Arte Cristã Primitiva
propriamente dita. Essa fase, Arte primitiva Cristã, desenvolve-se dos anos de 330 ao de 500, quando
as artes do Cristianismo começam a dividir-se em dois grandes ramos - um oriental e outro ocidental.

As Artes Bizantina e Romana

Ao contrário do ocidental, o ramo oriental da Arte Cristã Primitiva aparece mais cedo, naquele
mesmo ano de 500. É a arte Bizantina, que se denomina assim, porque o seu principal centro de
irradiação foi a antiga cidade grega de Bizâncio, transformada em Constantinopla, no ano de 330, pelo
imperador Constantino, para servir de nova capital ao Império Romano.
A arte bizantina reúne várias influências - gregas clássicas, asiáticas e europeias. Dura
praticamente mil anos, desde o reinado do Imperador Justiniano, notável por suas leis e iniciativas
administrativas, meados do século VI, à conquista de Constantinopla pelos turcos, em 1453, data
convencionalmente escolhida para marcar o fim da Idade Média e o início dos Tempos Modernos.
O ramo ocidental da Arte Cristã Primitiva vai definir-se mais tarde, no século X, através de
lentas e diversificadas elaborações. Nessas elaborações estilísticas, intervém numerosos fatores
históricos e sociais, como as invasões dos povos chamados bárbaros, e sensíveis às influências
orientais, particularmente bizantinas, pela importância econômica e política de Bizâncio no mundo
medieval. Esse ramo ocidental recebe a denominação de Arte Românica, porque as suas formas
derivam fundamentalmente de Roma antiga, apesar das influências diversas que vão recebendo do
decorrer dos tempos.
Antes dessas formas românicas, ente os séculos VI e X havia na Europa ocidental as artes dos
povos bárbaros, os quais, uma vez instalados nas regiões conquistadas, vão dar origem às modernas
nações europeias. Essas artes dos povos em migração não possuem, porém, características definidas.

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A ARTE NA IDADE MODERNA

A Idade Moderna inicia-se no Renascimento, período de grande esplendor cultural na Europa.


A religião deu lugar a uma concepção científica do homem e do universo, no sistema do humanismo.
As novas descobertas geográficas levaram a civilização europeia a se expandir para todos os
continentes, e através da invenção da imprensa a cultura se universalizou. Sua arte foi inspirada
basicamente na arte clássica greco-romana e na observação científica da natureza.
Entre seus expoentes estão Filippo Brunelleschi, Leon Battista Alberti, Bramante, Donatello,
Leonardo da Vinci, Dante Alighieri, Petrarca, Rafael, Dürer, Palestrina e Lassus. Sua continuação
produziu o Maneirismo, com a emergência de um maior individualismo e um senso de drama e
extravagância, proliferando em inúmeras escolas regionais.
Também foi importante nesta fase a disputa entre protestantes e católicos contrarreformistas,
com repercussões na arte sacra. Shakespeare, Cervantes, Camões, Andrea Palladio, Monteverdi, El
Greco e Michelangelo são alguns de seus representantes mais notórios. No
período barroco fortaleceram-se os Estados Nacionais, dando origem ao absolutismo. Como reflexo
disso a arte se torna suntuosa, privilegiando os contrastes acentuados, o senso de drama e o movimento.
Firmam-se grandes escolas em vários países, como na Itália, França, Espanha e Alemanha. São nomes
fundamentais do período Góngora, Vieria, Molière, Donne, Bernini, Bach,
Haendel,Lully, Pozzo, Borromini, Caravaggio, Rubens, Poussin, Lorrain, Rembrandt, Ribera, Zurbar
án, Velázquez, entre uma multidão de outros.
Sua sequência foi o Rococó, surgido a partir de meados do século XVIII, com formas mais
leves e elegantes, privilegiando o decorativismo, a sofisticação aristocrática e a sensibilidade
individual. Ao mesmo tempo se firmava uma corrente iluminista, pregando o primado da razão e um
retorno à natureza. Foram importantes, por exemplo, Voltaire, Jean-Jacques Rousseau, Carl Philipp
Emanuel Bach, Jean-Antoine Houdon, Antoine Watteau, Jean-Honoré Fragonard, Joshua
Reynolds e Thomas Gainsborough.

22
Figura 15: Michelangelo: Moisés, 1513–1515. Basílica de São Pedro Acorrentado, Roma.
(Exemplo de pintura na Idade Moderna)

Figura 16: Igreja do Rosário dos Pretos, exemplo arquitetura e de arte barroca.
(Exemplo de arquitetura Idade Moderna)

No final do século emergem duas correntes opostas: o Romantismo e o Neoclassicismo, que


dominarão até meados do século XIX, às vezes em sínteses ecléticas, como na obra de Goethe. O
Romantismo enfatizava a experiência individual do artista, com obras arrebatadas, visionárias e
dramáticas, enquanto que o Neoclassicismo recuperava o ideal equilibrado do classicismo e impunha
uma função social moralizante e política para a arte.

23
Na primeira corrente podem ser destacados Victor Hugo, Byron, Eugène Delacroix, Francisco
de Goya, Frédéric Chopin, Ludwig van Beethoven, William Turner, Richard Wagner, William
Blake, Albert Bierstadt e Caspar David Friedrich, e, na segunda, Jacques-Louis
David, Mozart, Haydn e Antônio Canova.

A ARTE NA IDADE CONTEMPORÂNEA

Entre meados do século XIX e o início do XX se lançaram as bases da sociedade


contemporânea, marcada no terreno político pelo fim do absolutismo e a instauração dos
governos democráticos. No campo econômico, marcaram esta fase a Revolução Industrial e a
consolidação do capitalismo, que tiveram respostas nas doutrinas de esquerda como o marxismo, e
nas lutas de classes. Na arte o que tipifica o período é a multiplicação de correntes grandemente
diferenciadas. Até o fim do século XIX surgiram, por exemplo, o realismo, o impressionismo,
o simbolismo e o pós-impressionismo.

OBSERVAÇÕES:

A arte na Idade Contemporânea, caracterizada por manifestações artísticas da Idade


Contemporânea, foi marcada uma época de grandes conflitos, como a Revolução Francesa, a Primeira
e a Segunda Guerra Mundial e a Guerra Fria.

A arte no século XX

O século XX se caracterizou por uma forte ênfase no questionamento das antigas bases da arte,
propondo-se a criar um paradigma de cultura e sociedade e derrubar tudo o que fosse tradição. Até
meados do século as vanguardas foram enfeixadas no rótulo de modernismo, e desde então elas se
sucedem cada vez com maior rapidez, chegando aos dias de hoje a um estado de total pulverização dos
estilos e estéticas, que convivem, dialogam, se influenciam e se enfrentam mutuamente. Também
surgiu uma tendência de solicitar a participação do público no processo de criação, e incorporar ao
domínio artístico uma variedade de temas, estilos, práticas e tecnologias antes desconhecidas ou
excluídas.
Entre as inúmeras tendências do século XX podemos citar: expressionismo, fauvismo,
cubismo, futurismo, abstracionismo, dadaísmo e surrealismo. Esses movimentos representam muito
para o mundo das artes, e apresentaram grandes artistas e surpreendentes obras à história da arte.

24
Figura 17: Um grupo de artistas: Otto Muller, Kirchner, Hekel, Schmidt-Rottluf (1926),
de Kirchner. À direita, detalhe.(Exemplo de arte expressionista do século XX)

EXERCÍCIOS

1. Sobre a história da arte, podemos afirmar que a Pré-História está dividida em três grandes
períodos. São eles:
a) Paleolítico, Neolítico e Idade dos Metais.
b) Paleolítico, Neolítico e Idade Antiga.
c) Paleolítico, Neolítico e Idade Média.
d) Paleolítico, Neolítico e Idade Moderna.
e) Paleolítico, Neolítico e Idade Contemporânea.

2. Sobre a história da arte, podemos afirmar que na Idade Antiga destaca-se as seguintes artes:
a) Arte mesopotâmia, arte egípcia e arte brasileira.
b) Arte mesopotâmia, arte egípcia e arte grega.
c) Arte mesopotâmia, arte egípcia e arte americana.
d) Arte mesopotâmia, arte egípcia e arte chinesa.
e) Arte mesopotâmia, arte egípcia e arte africana.

3. Sobre a história da arte, podemos afirmar:


a) A arte bizantina, românica e gótica são exemplos de arte da Idade Contemporânea.
b) A arte bizantina, românica e gótica são exemplos de arte do século XX.
c) A arte bizantina, românica e gótica são exemplos de arte da Idade Média.
d) A arte bizantina, românica e gótica são exemplos de arte da Idade Antiga.
e) A arte bizantina, românica e gótica são exemplos de arte da Idade Moderna.

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BUSCANDO+

Vídeos:

✓ A História da Arte Contada para Artistas, por Rafa Souza | Topia 2019
https://youtu.be/6-WaHhmLu18

✓ A História da Arte
https://youtu.be/RdNvpq4pL3M

✓ A história da Arte no Brasil


https://youtu.be/tXibVBMSpUA

✓ História da Arte no Brasil com Giancarlo Hannud


https://youtu.be/Ko7wSachITQ

PÍLULA DO CONHECIMENTO

Esse item se trata de uma metodologia disponibilizada em nossa plataforma, a qual você poderá
acessar e aprender sobre conceitos importantes referentes aos conteúdos abordados nesta apostila.
Acesse nossa plataforma e veja a PÍLULA DO CONHECIMENTO sobre ARTE do MÓDULO I!

GABARITO

QUESTÃO ALTERNATIVA
1 A
2 B
3 C

REFERÊNCIAS
ADORNO, Theodor. Experiência e Criação Artística, Lisboa, Edições 70, 2003.

BARROS, Anna e SANTAELLA, Lucia (orgs). Mídias e Artes – os desafios da arte no início do século
XXI. São Paulo: Unimarco, 2002.

BAYER, Raymond. História da Estética. Lisboa: Editorial Estampa, 1993.

BERGER, John. Modos de Ver. Lisboa. Edições 70. 1987. BOSI, Alfredo. Reflexões sobre a Arte. São
Paulo: Ática, 1991.

ARGAN, Giulio Carlo. Arte Moderna. Tradução Denise Bottman e Frederico Carotti. São Paulo:
Companhia das Letras, 1992.

26
BARBOSA, Ana Mae (org.). Inquietações no ensino da arte. São Paulo: Cortez, 2002.

BARBOSA, Ana Mae: Arte - Educação no Brasil. 3. ed. São Paulo: Perspectiva S.A, 1995.

BOSI, Alfredo. Reflexões sobre a arte. 2. ed. São Paulo: Editora Ática, 1995.

FERRAZ, Maria Heloísa Corrêa de Toledo. Metodologia do ensino de arte. São Paulo: Cortez, 1999.

GADOTTI, Moacir; ROMÃO, José E. (orgs.). Educação de jovens e adultos: teoria, prática e proposta.
6. Ed. São Paulo: Cortez, 2003.

PORCHER, Louis (org.). Educação artística: luxo ou necessidade. São Paulo: Summus, 1982.

REVERBEL, Olga. Oficina de teatro. Porto Alegre: Kuarup, 2002.

27
RIACHO FUNDO 02, QN 05 “A” CJ “02” LOTE “10” – BRASÍLIA/DF
ORIENTAÇÕES DE LEITURA
O componente curricular BIOLOGIA foi elaborado com alguns TÓPICOS e ITENS especiais
que precisam ser destacados para melhor compreensão de leitura e contextualização dos conteúdos
abordados.

TÓPICOS ESPECIAIS E ITENS DE ESTUDO

• O cursista encontrará na apostila alguns tópicos estruturados sem seções com finalidades
específicas chamados TÓPICOS ESPECIAIS.
• Além desses tópicos, o cursista também encontrará alguns ITENS DE ESTUDO que irão
proporcionar dinâmica a leitura e melhor compreensão dos assuntos abordados.

TÓPICOS ESPECIAIS

EXERCÍCIOS
Se trata de um tópico especial contendo aplicações teórico-práticas em formato de exercícios de
múltipla escolha elaborados para o estudante pensar, analisar e abstrair conceitos estudando exemplos
que relacionam a teoria com a prática em cada componente curricular.

BUSCANDO+
Se trata de um tópico especial contendo algumas indicações de estudo, por meio de sugestões de Links,
livros, sites, vídeos e outros meios que possam ser acessados pelo cursista, como forma de estudo
suplementar ou de aprofundamento dos conteúdos ministrados em cada componente curricular.

PÍLULA DO CONHECIMENTO
São pequenos componentes educacionais (textos, vídeos, áudios, animações) que disponibilizamos
com intuito de agregar conteúdo, contextualizar o aprendizado e fortalecer a retenção do conhecimento
de forma objetiva e orgânica, melhorando o desempenho de nossos estudantes e profissionais. Um
recurso educacional utilizado para suportar um processo de aprendizagem rápido, porém constante.

“A pílula do conhecimento poderá ser aplicada como complementação teórica e prática dos nossos
cursos, como ferramenta de memorização e revisão de conteúdo sobre os aspectos mais importantes
do curso e/ou como reforço das ações de aprendizagem presenciais”.
GABARITO
Respostas dos exercícios propostos.

ITENS DE ESTUDO

CURIOSIDADES!
Item de estudo utilizado para expor acontecimentos, fatos e casos curiosos relacionados com algum
tema abordado.

“Momento de atiçar a curiosidade do estudante, propondo conceitos, fatos e situações curiosas


referente aos assuntos que estão sendo estudados”.

OBSERVAÇÕES:
Item de estudo utilizado para complementar e destacar ideias e informações importantes sobre os
conteúdos abordados.

“Momento de fazer o estudante refletir sobre algum tema específico que deve ser destacado,
lembrado ou anotado como uma observação importante”.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO____________________________________________________________________ 08
NOÇÕES DE CITOLOGIA__________________________________________________________ 08
• Procariontes________________________________________________________________ 08
• Eucariontes________________________________________________________________ 08
• Membrana Plasmática_______________________________________________________ 09
• Citoplasma_________________________________________________________________ 09
• Mitocôndrias _______________________________________________________________ 10
• Retículo Endoplasmático_____________________________________________________ 10
• Complexo de Golgi___________________________________________________________10
• Lisossomos_________________________________________________________________ 10
• Ribossomos_________________________________________________________________ 10
• Vacúolo____________________________________________________________________ 10
• Núcleo Celular______________________________________________________________ 11
DIVISÃO CELULAR________________________________________________________________ 11
• Mitose_____________________________________________________________________ 12
• Meiose_____________________________________________________________________ 12
OS SERES VIVOS E SUA ORGANIZAÇÃO CELULAR____________________________________ 12
• A Morte Celular_____________________________________________________________15
• A Estrutura Celular _________________________________________________________ 15
• As Organelas Citoplasmáticas_________________________________________________ 17
SISTEMA ABO E FATOR RH________________________________________________________ 18
• Tipos Sanguíneos____________________________________________________________ 18
• O sistema MN de Grupos Sanguíneos___________________________________________ 19
REPRODUÇÃO HUMANA__________________________________________________________ 19
• Reprodução Assexuada_______________________________________________________ 20
• Reprodução Sexuada_________________________________________________________ 21
• Óvulos_____________________________________________________________________ 22
• Espermatozoides____________________________________________________________ 22
• Gametogênese______________________________________________________________ 23
• Sistema Genital Masculino___________________________________________________ 24
• Sistema Genital Feminino____________________________________________________ 25
• Fecundação________________________________________________________________ 25
MÉTODOS CONTRACEPTIVOS_____________________________________________________ 26
• Métodos Reversíveis_________________________________________________________27
• Métodos Irreversíveis________________________________________________________27
DESENVOLVIMENTO EMBRIONÁRIO_______________________________________________ 27
• Fases do Desenvolvimento Embrionário________________________________________ 28
HISTOLOGIA ANIMAL____________________________________________________________ 31
• Tecido Epitelial_____________________________________________________________32
• Tecido Conjuntivo__________________________________________________________ 32
• Tecido Muscular____________________________________________________________32
• Tecido Nervoso_____________________________________________________________ 33
EXERCÍCIOS____________________________________________________________________
34
BUSCANDO+___________________________________________________________________
35
PÍLULA DO CONHECIMENTO_____________________________________________________
35
GABARITO______________________________________________________________________
35
REFERÊNCIAS___________________________________________________________________ 35

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INTRODUÇÃO

A Biologia é uma ciência que estuda a vida em seus mais variados aspectos, importando-se
em compreender, por exemplo, o funcionamento dos organismos vivos, a relação desses seres com o
meio e seu processo de evolução. Como o próprio nome indica, a Biologia estuda a vida. Seu estudo
engloba desde organismos microscópicos até os maiores seres vivos do planeta, analisando-os nos
diferentes níveis. Na Biologia, o estudo dos seres vivos realiza-se desde o nível molecular até
as interações que ocorrem entre as diferentes espécies do planeta.
Diante de tantas perguntas a serem respondidas sobre um ser vivo, foi necessário dividir a
Biologia em várias áreas para que o estudo ocorresse de maneira satisfatória. A seguir vamos estudar
algumas destas áreas que são muito importantes dentro do estudo da vida.
O Componente Curricular de BIOLOGIA, está inserido na Área do Conhecimento de
CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS. Neste material, veremos assuntos
relacionados ao MÓDULO I, equivalente a 1ª SÉRIE do ENSINO MÉDIO.

NOÇÕES DE CITOLOGIA

A Biologia Celular, também chamada de Citologia, é a parte da Biologia que se dedica ao


estudo das células e suas estruturas. É uma área bastante importante, uma vez que a célula é a menor
unidade viva de um organismo e é utilizada para diferenciar um ser vivo daquele que não apresenta
vida. As células podem ser divididas em dois tipos: as procariontes e eucariontes.

Procariontes

A principal característica da célula procarionte é a ausência de carioteca delimitando o núcleo


celular. O núcleo da célula procarionte não é individualizado. As células procariontes são as mais
primitivas e possuem estruturas celulares mais simples. Esse tipo celular pode ser encontrado nas
bactérias.

Eucariontes

As células eucariontes são mais complexas. Essas possuem carioteca individualizando o


núcleo, além de vários tipos de organelas. Como exemplos de células eucariontes estão as células
animais e as células vegetais.

08
Figura 1: Diferença entre célula Procarionte e Eucarionte.

As células eucariontes apresentam partes morfológicas diferenciadas. As partes principais da


célula são: membrana plasmática, citoplasma e núcleo celular.

Figura 2: Anatomia da célula animal.

OBSERVAÇÕES:
As células dentro do corpo humano têm diferentes períodos de vida com base no tipo e função
que desempenham. Podem viver alguns dias ou vários meses. Certas células do trato digestivo vivem
por apenas alguns dias, enquanto as do sistema imunológico podem viver até seis semanas e as do
pâncreas podem viver até um ano.

Membrana Plasmática

A membrana plasmática ou membrana celular é uma estrutura celular fina e porosa. Ela
possui a função de proteger as estruturas celulares ao servir de envoltório para todas as células.

Citoplasma

O citoplasma é a porção mais volumosa da célula, onde são encontradas as organelas celulares.
O citoplasma das células eucariontes e procariontes é preenchido por uma matriz viscosa e

09
semitransparente, o hialoplasma ou citosol. As organelas são pequenos órgãos da célula. Cada organela
desempenha uma função diferente. Saiba quais são as Organelas Celulares:

Mitocôndrias

Sua função é realizar a respiração celular, que produz a maior parte da energia utilizada nas
funções celulares.

Retículo Endoplasmático

Existem 2 tipos de retículo endoplasmático, o liso e o rugoso. O retículo endoplasmático liso


é responsável pela produção de lipídios que irão compor as membranas celulares. O retículo
endoplasmático rugoso tem como função realizar a síntese proteica.

Complexo de Golgi

O complexo de golgiense, também denominado de complexo de Golgi ou aparelho de Golgi,


é uma organela celular que está relacionada com o processo de secreção de substâncias. Trata-se de
uma estrutura formada por várias vesículas achatadas, as quais estão dispostas formando uma espécie
de pilha de vesículas. As principais funções do complexo de Golgi são modificar, armazenar e
exportar proteínas sintetizadas no retículo endoplasmático rugoso. Ele também origina os
lisossomos e os acrossomos dos espermatozoides.

Lisossomos

São responsáveis pela digestão intracelular. Essas organelas atuam como sacos de enzimas
digestivas, digerindo nutrientes e destruindo substâncias não desejadas.

Ribossomos

A função dos ribossomos é auxiliar a síntese de proteínas nas células.

Vacúolo

Os vacúolos são estruturas celulares envolvidas por membrana plasmática, muito comuns em
plantas e presentes também em protozoários e animais. Tem diferentes funções como: regular pH,
controlar a entrada e saída de água por osmorregulação, armazenar substâncias, fazer a digestão e
excretar os resíduos. Os vacúolos são envolvidos por membrana e no seu interior há substância
diferente do citoplasma. Eles geralmente são esféricos, mas podem ser alongados. São de 3 tipos
diferentes, a saber:

10
• Vacúolos do suco celular - Os vacúolos de suco celular, geralmente chamados somente
vacúolos, são muito comuns, sendo menores e mais numerosos na planta jovem, se tornam
único e grande nas plantas maduras. Tem função de reserva de substâncias, como amido e
pigmentos, e atuam no mecanismo de pressão osmótica que regula a entrada e saída de água.
• Vacúolos Digestivos - Esses vacúolos realizam a digestão intracelular e estão presentes em
protozoários e em células animais e humanas como os macrófagos.
• Vacúolos Contráteis - Nos protozoários e em alguns organismos mais simples como os
poríferos os vacúolos também estão presentes. São chamados vacúolos contráteis ou pulsáteis
e controlam a entrada e saída de água da célula por osmose. Eles também realizam o
armazenamento de substâncias.

Núcleo Celular

O núcleo celular representa a região de comando das atividades celulares. No núcleo encontra-
se o material genético do organismo, o DNA. É no núcleo que ocorre a divisão celular, um processo
importante para o crescimento e reprodução das células.

OBSERVAÇÕES:

Todos os seres vivos são formados por células, além disso, as reações que ocorrem em um
organismo, e que são responsáveis pela vida do mesmo, dependem do funcionamento das células.
Portanto, a célula é a unidade fisiológica de todos os seres vivos.

DIVISÃO CELULAR
A divisão celular é o processo pelo qual uma célula-mãe origina células-filhas. Através deste
processo as células unicelulares se reproduzem e as multicelulares se multiplicam. A frequência de
divisões celulares varia com o tipo e estado fisiológico de cada célula.

OBSERVAÇÕES:

No organismo humano, algumas células estão em constante multiplicação. Um exemplo são as


células da epiderme e da medula óssea, que se multiplicam para repor as células que morrem.
Entretanto, alguns tipos de células mais especializadas como os neurônios, hemácias e células
musculares, nunca se dividem.

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Mitose

É o tipo de divisão celular que a célula-mãe, haploide (n) ou diploide (2n), origina 2 células-
filhas com o mesmo número de cromossomos da célula-mãe, ou seja, é uma divisão equacional. A
mitose é realizada quando há reprodução assexuada.

Funções da Mitose

• Crescimento e regeneração de tecidos.


• Cicatrização.
• Formação de gametas em vegetais.
• Divisões do zigoto durante o desenvolvimento embrionário.

Meiose
É o tipo de divisão celular em que a célula-mãe, sempre diploide (2n), com cromossomos
duplos, origina através de duas divisões sucessivas, quatro células filhas com metade do número de
cromossomos da célula-mãe. É uma divisão do tipo reducional.

Funções da Meiose

• Formação dos gametas em animais.


• Formação dos esporos nos vegetais.

Figura 3: Comparação entre mitose e meiose.

OS SERES VIVOS E SUA ORGANIZAÇÃO CELULAR

Seu corpo é formado por trilhões dessas unidades microscópicas vivas, chamadas de células. As
células são a unidade básica dos seres vivos. Há seres vivos unicelulares, formados de uma única
célula, e seres pluricelulares, formados por mais de uma célula, chegando a ter milhões delas.

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Figura 4: Seres vivos celulares.

CURIOSIDADES!
Sabe o que todos esses seres vivos da “figura 4” tem em comum? Todos são formados por
unidades vivas: as células!

Figura 5: Estrutura geral de um ser unicelular procarionte.

As células podem ser eucariontes ou procariontes. As células eucariontes possuem um nível


de organização interna elaborado; seu núcleo é envolvido por uma membrana chamada de carioteca.
Já as células procariontes, também chamadas de procarióticas, têm seu material genético, ou seja, o
ácido nucleico, disperso na célula, sem carioteca ou membrana nuclear.

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Figura 6: Células eucariontes da mucosa oral.

Veja na “figura 7” uma cianobactéria, que não tem o núcleo organizado como a célula da
mucosa bucal observada na “figura 6”, por isso é chamada de célula procarionte.

Figura 7: Cianobactéria (célula procarionte).

CURIOSIDADES!
A maioria das células é microscópica, ou seja, invisíveis a olho nu. Para poder observá-las é
necessário o uso do microscópio. Mas também existem células que podemos enxergar sem o uso do
microscópio, estas são as células macroscópicas, como os alvéolos do endocarpo da laranja e a gema
do ovo das aves. Por incrível que pareça, são células que podemos ver sem o uso da microscopia.

Figura 8: Gema de ovo e alvéolos do endocarpo da laranja.

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A Morte Celular

As células são vivas, portanto, elas se alimentam, crescem, têm funções especiais e, claro,
morrem. A morte de uma célula pode ser programada. Isso acontece quando a própria célula se destrói,
num processo chamado de apoptose, também conhecido como “suicídio celular”. Outro processo no
qual ocorre a morte celular é a necrose, nela, a célula morre acidentalmente, após sofrer lesões
irreversíveis.

CURIOSIDADES!
Você sabia que cerca de 5 milhões de células do seu corpo morrem e são substituídas a cada
segundo?

As células vivem em equilíbrio em nosso corpo, portanto, o processo de apoptose é natural,


uma vez que as células são sempre substituídas. Uma boa maneira de notar isso é lembrar o seu
crescimento. Foi necessária uma intensa atividade celular para que o seu corpo se tornasse o que é
hoje. Embora essa substituição não seja totalmente perfeita, pois, por causa das falhas, nós
envelhecemos, é vital e indispensável ao desenvolvimento humano. Diferente do apoptose, a necrose
é um processo patológico, pois ocorre no organismo ainda vivo. As lesões na célula ou no tecido são
irreversíveis, causadas muitas vezes por fungos, bactérias e vírus.

A Estrutura Celular

Para que a célula funcione normalmente, é necessário que as tarefas intracelulares sejam
divididas, cada tarefa é realizada por estruturas que estão presentes no interior das células, as chamadas
organelas citoplasmáticas. Cada uma delas é especialista em funções diferentes.
Observe, nas “figuras 9 e 10” a seguir, como funciona a vida dentro da célula.

Figura 9: Célula animal.

15
Figura 10: Célula vegetal.

Todas as células, sejam elas de origem animal, vegetal, de fungos, de algas ou bactérias,
possuem membrana plasmática ou celular. Essa membrana faz o controle do que entra e do que sai
de dentro da célula. Podemos dizer, então, que a membrana plasmática é o “muro” da célula. Ela
facilita a entrada de algumas substâncias, como a glicose, e também elimina substâncias que estão em
excesso no interior da célula.
A célula vegetal também tem membrana plasmática, mas ela apresenta um diferencial:
envolvendo a célula vegetal encontra-se a parede celular; ela dá mais rigidez à célula, faz com que
ela perca menos água e, claro, dá uma proteção maior ao interior da célula.

Figura 11: Membrana plasmática.

No interior da célula, encontramos o citoplasma, que nas células animais corresponde a todo
o fluido entre a carioteca, também chamada de cariomembrana ou membrana nuclear e a membrana
plasmática. É no citoplasma que encontramos as organelas membranosas, os ribossomos, o
citoesqueleto e as inclusões citoplasmáticas.
O núcleo da célula, também localizado no citoplasma, é responsável por controlar e manter
todas as funções da célula, como conservar e transmitir as informações genéticas durante a reprodução
celular. Como já vimos no início desta aula, nos eucariontes, o núcleo é organizado e delimitado por

16
uma membrana: a carioteca. Já nas células procariontes, o núcleo é desorganizado e o material
genético fica espalhado no interior celular.

Figura 12: Estrutura geral de uma célula animal.

As Organelas Citoplasmáticas

As organelas estão imersas no citoplasma da célula. Como o nome já diz, as organelas


funcionam como “órgãos” dentro célula. Algumas organelas não apresentam membrana, como é o
caso dos ribossomos, mas a maioria é delimitada por membrana, recebendo o nome de organelas
membranosas.
Na célula animal, encontramos as seguintes organelas membranosas: retículo endoplasmático
liso e rugoso, complexo de Golgi (ou golgiense), lisossomos, peroxissomos e mitocôndrias. Já na
célula vegetal e em alguns procariontes, temos os plastos (ou plastídios) e os vacúolos.
Os ribossomos, que são organelas que não apresentam membrana, estão presentes em todas as
células, sejam elas eucariontes ou procariontes.

Organela citoplasmática Função

Lisossomo Digestão intracelular

Peroxissomo Desintoxicação celular pela oxidação de substâncias

Mitocôndria Produção de energia através da respiração celular

Complexo de Golgi Secreção celular, armazenamento de substâncias e


formação dos lisossomos
Retículo endoplasmático liso Síntese de lipídios

Retículo endoplasmático rugoso Síntese de proteínas

Plastos (cromoplastos, leucoplastos e Atuam no processo de fotossíntese


cloroplastos)
Vacúolo Atua no processo da osmose e armazena pigmentos
e cristais para evitar a herbivoria

Figura 13: Tabela – organela citoplasmática e suas funções.

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SISTEMA ABO E FATOR RH

O sistema ABO são classificações do sangue humano nos quatro tipos existentes: A, B, AB e
O. Enquanto que o Fator Rh é um grupo de antígenos que determina se o sangue possui o Rh positivo
ou negativo.

Tipos Sanguíneos

Existem quatro tipos de sangue: A, B, AB e O.


Cada um deles é determinado pela presença ou ausência de aglutinogênios e aglutininas:
• Os aglutinogênios são antígenos encontrados na superfície das hemácias. Existem dois tipos
de aglutinogênios: A e B.
• As aglutininas são anticorpos presentes no plasma sanguíneo e existem em dois tipos: anti-A
e anti-B.

Figura 14: grupo sanguíneo.

OBSERVAÇÕES:

Uma pessoa com sangue do tipo A ao doar sangue para outra pessoa do tipo B provoca a
aglutinação das hemácias devido à presença do anti-A. O mesmo acontece em um indivíduo com
sangue tipo B, ele apresenta hemácias com antígenos B e anticorpos anti-A, rejeitando o sangue tipo
A.

Figura 15: Compatibilidade entre os tipos sanguíneos.

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Dois outros antígenos foram encontrados na superfície das hemácias humanas, sendo
denominados M e N. Analisando o sangue de diversas pessoas, verificou-se que em algumas existia
apenas o antígeno M, em outras somente o N e várias pessoas possuíam os dois antígenos. Foi possível
concluir então que existiam três grupos nesse sistema: M, N e MN.
Os genes que condicionam a produção desses antígenos são apenas dois: L M e L N (a letra L é
a inicial do descobridor, Landsteiner). Trata-se de um caso de herança mendeliana simples. O genótipo
L ML M, condiciona a produção do antígeno M, e L NL N, a do antígeno N. Entre L M e L N há
codominância, de modo que pessoas com genótipo L ML N produzem os dois tipos de antígenos.

Figura 16: Quadro demonstrativo do Sistema MN.

REPRODUÇÃO HUMANA

A reprodução é uma característica de todos os seres vivos, ela é fundamental para a manutenção
do número de indivíduos de uma espécie, já que os seres vivos só surgem de outros seres vivos a partir
de seres iguais a eles ou por meio da reprodução.
São vários os tipos de reprodução que os seres vivos apresentam, mas podem ser agrupados em
duas categorias: a reprodução sexuada e a assexuada.
Estudaremos a reprodução sexuada e a assexuada. Você deverá saber diferenciar a fecundação
interna da externa. Veremos a maneira pela qual a célula formada pela união dos gametas masculinos
e femininos constituirá um novo indivíduo. Além disso, acompanharemos o processo de formação dos
espermatozoides, e como o óvulo é preparado para a fecundação.

Reprodução Assexuada

Neste tipo de reprodução os indivíduos surgem por meio de uma divisão, também é chamada
de clone, onde um indivíduo é geneticamente igual ao outro e só serão diferentes se sofrerem alterações
na sequência das bases nitrogenadas do DNA. Os eucariontes unicelulares ao dividirem por mitose

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apresentam um tipo de reprodução assexuada chamada bipartição (bi=dois) como é o caso da
euglenoide.
Um tipo de reprodução encontrada em alguns animais é o brotamento, no qual um indivíduo
brota de um indivíduo adulto, que se destaca e passa a ter uma vida independente, como por exemplo,
a esponja do mar, um animal do Filo Porífera.

Reprodução Sexuada

Este tipo de reprodução é muito importante, pois envolve a troca e a mistura de material
genético para dar origem a um novo ser vivo com características semelhantes aos pais, mas não
idênticos a eles.
Apesar de ser complexo é o mais empregado pelos diferentes grupos. Os organismos que
apresentarem reprodução assexuada também podem reproduzir por reprodução sexuada, embora
existam poucas espécies que a reprodução sexuada não ocorra.
É importante ter uma variedade de indivíduos com características genéticas diferentes em uma
população, pois os organismos que seguem uma mesma linhagem genética tendem a gerar uma prole
infértil, com baixa capacidade de se reproduzir além de muitos indivíduos nascerem com “defeitos”
ou doenças. Isso gera uma alteração ambiental, onde todos os indivíduos podem morrer de uma só vez
ou poderão ser até mesmo extintos.
Na agricultura utilizam muito a reprodução assexuada, pois culturas inteiras podem ser perdidas
caso ocorra alguma alteração que afete esses organismos. O ideal na verdade nesses casos, é realizar
diferentes plantios de espécies que possam responder bem a mesma alteração ambiental.
Nos animais, a reprodução sexuada envolve a meiose e o produto são sempre os gametas,
células haploides. Os gametas masculinos são os espermatozoides são produzidos por um indivíduo
do sexo masculino e os femininos são os óvulos, estes são produzidos por indivíduos do sexo feminino,
nestes casos os sexos são separados.
Nos seres hermafroditas, ocorre os dois sexos, o que pode levar a autofecundação, onde há
fecundação do óvulo pelo espermatozoide do mesmo indivíduo.
Na fecundação cruzada ocorre a fecundação do óvulo por um espermatozoide de outro
indivíduo da mesma espécie.
A fecundação pode ser:
• Interna: Quando ocorre no corpo do indivíduo que produz o óvulo.
• Externa: Quando ocorre fora do corpo do indivíduo ou no meio ambiente.

20
Em algumas espécies ocorre a reprodução por partenogênese, onde ocorre o desenvolvimento
do óvulo sem que haja a fecundação, e o indivíduo resultante é haploide. Este tipo de reprodução pode
ser considerado um caso particular, pois envolve somente o gameta feminino, é um caso particular de
reprodução sexuada.
A partenogênese ocorre em alguns sapos, salamandras, répteis e abelhas em especial, que
determina o sexo de cada indivíduo. O zangão é o macho, provém do óvulo sem a fecundação, já a
fêmea se origina de óvulos fecundados, que são as rainhas e as operárias.

Óvulos

São normalmente grades e sem mobilidade, contém em seu interior grande quantidade de
vitelo, que é uma reserva de nutrientes para o desenvolvimento do embrião. A quantidade e a
localização do vitelo variam entre os óvulos.
Devido a esta característica se pode classificar em quatro tipos:
• Oligolécito,
• Heterolécito,
• Telolécito e;
• Centrolécito.
Os ovos oligolécitos (oligo: pouco; lecito: vitelo) são também chamados de alécitos (a: sem)
ou isolécitos (isso: igual). Esses ovos apresentam pouca quantidade de vitelo, que é distribuído de
forma homogênea no citoplasma.

OBSERVAÇÕES:
Ovos oligolécitos
A segmentação desse tipo de ovo é total e igual.

Os ovos heterolécitos (hetero: diferente), também chamados de mediolécito ou mesolécito,


possuem média quantidade de vitelo, que é mais concentrado no polo vegetativo, sendo que no polo
oposto, o polo animal, apresenta menos vitelo.

OBSERVAÇÕES:
Ovos heterolécitos
A segmentação do ovo heterolécito é total e desigual.

21
Os ovos telolécitos (telos: extremidade), também chamados de megalécitos, possuem uma
enorme quantidade de vitelo ocupando boa parte do ovo. Nesse caso o vitelo é chamado de gema.

OBSERVAÇÕES:
Ovos telolécitos
A segmentação do ovo telolécito é parcial e discoidal.

Os ovos centrolécitos (centro: meio) apresentam o vitelo ocupando a região central do ovo.

OBSERVAÇÕES:
Ovos centrolécitos
A segmentação do ovo centrolécito é meroblástica e superficial.

Espermatozoides

São células menores que os óvulos, pequenos e alongados, os espermatozoides possuem um


flagelo que aumenta mobilidade para elevar a chance de chegar ao óvulo e ocorrer a fecundação.
Embora a maioria dos espermatozoides apresentarem o flagelo, existem espermatozoides que não
possuem esta estrutura.

Figura 17: Estruturas que compõem um espermatozoide.

Gametogênese

A reprodução começa com a formação dos gametas masculinos (espermatozoide) e femininos


(óvulos), este processo se chama gametogênese (génesis: formação, origem). Como existem dois tipos
de gametas, existem dois processos de formação: espermatogênese e a ovogênese ou ovulogênese.

22
A gametogênese nos animais ocorre nas gônadas, que são órgãos especializados para essa
função, os espermatozoides são formados nos testículos e os óvulos nos ovários.

Figura 18: Fecundação – momento em que o espermatozoide penetra no óvulo.

Sistema Genital Masculino

O sistema genital masculino (reprodutor) consiste de: pênis; testículos, que ficam alojados na
bolsa escrotal ou escroto; dutos deferentes; dutos ejaculatórios e uretra.

Figura 19: Representações do sistema genital masculino.

Além dessas estruturas existem glândulas anexas: vesícula seminal, próstata e glândula
bulbouretral. No interior do pênis há os corpos cavernosos que ao se encherem de sangue, fazem o
pênis enrijecer e ficar ereto, adquirindo a firmeza para possibilitar o coito ou cópula.
Os espermatozoides formados nos testículos ficam armazenados no epidídimo, onde completa
o processo de maturação. Quando o homem é estimulado sexualmente, seu pênis fica ereto, e se a
estimulação continuar pode ocorrer a ejaculação.
No momento da ejaculação, ocorrem contrações na musculatura do epidídimo, impulsionando
os espermatozoides para o duto deferente que mede cerca de 45 cm de comprimento. Próximo a bexiga

23
urinária, o duto deferente une-se ao duto ejaculatório, que também recebe secreção da vesícula seminal.
Essa secreção contém nutrientes que regulam o pH da vagina.
A próstata produz uma secreção leitosa alcalina que aumenta o volume do fluido seminal, ela
também regula o pH da vagina (que é ácida), juntos compõem o sêmen.
O sêmen passa do duto ejaculatório para a uretra, um duto que também serve para a eliminação
da urina acumulada na bexiga. A uretra percorre o interior do pênis até a sua extremidade, onde
termina. A glândula bulbouretral localizada na base do pênis produz uma secreção mucosa que o
lubrifica, esta secreção também compõe o sêmen. A uretra também contrai ajudando a condução do
sêmen. Assim ocorre a ejaculação que propiciará produção sexuada.

Sistema Genital Feminino

O sistema genital (reprodutor) feminino consiste de: dois ovários, onde são produzidos os
óvulos; duas tubas uterinas, que ligam o ovário até o útero; útero, órgão onde ocorre o desenvolvimento
embrionário; uma vagina; e uma vulva, estrutura externa do sistema genital.

Figura 20: Representações do sistema genital feminino.

A liberação do ovário independe do estímulo sexual, ao contrário da liberação do


espermatozoide que ocorre por meio da ejaculação.
A liberação do ovócito II ocorre em geral no 14º dia do ciclo menstrual e penetra na tuba
uterina. A tuba uterina é ciliada internamente e apresenta a parede muscular, a ação conjunta destes
promove o deslocamento do ovócito até o útero. A fecundação ocorre na tuba uterina. Os

24
espermatozoides eliminados na ejaculação migram da vagina para o útero e do útero para a tuba
uterina. A vagina é um canal que abriga o pênis durante a cópula.

Fecundação

A fecundação é um processo incrível. De aproximadamente 300 milhões de espermatozoides


apenas 200 conseguem chegar na tuba uterina e na maioria das vezes apenas 1 fecunda o ovócito II.
Quando liberado do ovário, o ovócito encontra-se envolto pela zona pelúcida, que é uma
espécie de “membrana” formada por filamentos glicoproteicos. Externamente a esta zona existe a
corona radiata, formada por células foliculares.
Na fecundação o espermatozoide libera a enzima do capuz acrossômico, passa pela corona
radiata e atinge a zona pelúcida, a membrana do espermatozoide une-se a membrana do ovócito. A
zona pelúcida sofre alteração formando a membrana de fecundação, que impede a penetração de
outros espermatozoides no ovócito.
Há finalização da meiose, originando o óvulo e formando o corpúsculo polar. O centríolo e o
núcleo do espermatozoide penetram no óvulo. O núcleo do espermatozoide passa a se chamar
pronúcleo masculino e o do óvulo passa a se chamar pronúcleo feminino.
Ocorre a cariogamia que é a fusão dos núcleos (cario=núcleo; gamia=união), formando o
zigoto. Após a fecundação tem-se o início do desenvolvimento embrionário.

MÉTODOS CONTRACEPTIVOS

Existem métodos reversíveis e métodos irreversíveis para evitar uma gravidez. O método
reversível é aquele que só evita a gravidez quando estiver sendo utilizado, porém, permite o retorno
da fecundidade quando se deixa de utilizá-lo. O método irreversível uma vez utilizado faz com que
cesse definitivamente a capacidade reprodutora, tanto a masculina quanto a feminina. A não ser em
casos especiais que, por exemplo, um homem submete a uma cirurgia de vasectomia, após algum
tempo resolve ter filhos pode fazer a cirurgia de reversão, já em uma mulher ela pode fazer inseminação
artificial.
Os métodos contraceptivos são processos que permitem reduzir as hipóteses de ocorrer uma
gravidez não desejada e prevenir a transmissão das doenças sexualmente transmissíveis (DST).
Existe uma grande diversidade de métodos contraceptivos que têm vindo a melhorar em termos

25
de eficácia e comodidade ao longo do tempo e a escolha de qual utilizar deve ser feita com o auxilio
de um médico.
Nenhum método contraceptivo é o mais adequado para todas as mulheres ou homens, de todas
as idades e em todas as situações. O seu médico pode ajudá-lo a decidir o método mais apropriado de
acordo com a idade, frequência de atividade sexual, da nossa saúde, necessidades morais e
reprodutivas.
Os métodos contraceptivos existentes podem ser classificados em reversíveis e irreversíveis.
Os métodos contraceptivos reversiveis podem ser naturais ou não naturais e dentro dos não naturais
existem os métodos mecânicos e químicos. Os métodos contraceptivos reversivos são métodos que ao
deixarem de ser utilizados permitem uma gravidez.
Já os métodos contraceptivos irreversíveis destinam-se a casais que não desejam ter filhos,
ou que já tiveram a quantidade que desejaram, uma vez que são praticamente irreversíveis. A sua
eficácia é quase total e exigem intervenção cirúrgica.

Figura 21: Métodos contraceptivos.

OBSERVAÇÕES:
É necessário ter em atenção que, qualquer que seja o método escolhido, só resultará se for utilizado
corretamente.

Métodos Reversíveis

• A camisinha retém o sêmen na ejaculação desde que seja vestido corretamente, recobrindo
todo o pênis e deixando uma pequena folga sem ar na extremidade, e desde que o pênis seja
retirado do corpo da mulher enquanto estiver ereto, pode ser um bom método, além de evitar a
gravidez, evita a transmissão de doenças sexualmente transmissíveis (venéreas). Hoje também

26
tem a camisinha feminina que ainda não tem ampla divulgação e distribuição como a
masculina.
• O coito interrompido não é um método seguro, no ato sexual o homem retira o pênis antes da
ejaculação, mas este método não é muito indicado para prevenir uma gravidez. Além de não
ser um método eficiente, corre o risco de transmitir doenças venéreas.
• O diafragma vaginal é uma cápsula de borracha ou silicone que se coloca dentro da vagina
com uma geleia espermicida que forma um bloqueio evitando a passagem de espermatozoides.
• O DIU (Dispositivo Intrauterino) é um dispositivo colocado pelo médico dentro do útero. Ele
impede a fecundação e a nidação do ovo caso não haja fecundação.
• Os Anticoncepcionais usados em dosagens adequadas inibem e impedem a ovulação, são
considerados os mais eficientes irreversíveis que existem. Hoje existem várias formas, pílulas,
adesivos, injetáveis, entre outros.

Métodos Irreversíveis

• A laqueadura tubária consiste em um procedimento cirúrgico que interrompe a passagem do


ovócito e do espermatozoide, impedindo a fecundação.
• A vasectomia consiste em um procedimento cirúrgico que secciona o duto deferente
interrompendo a passagem do espermatozoide.

DESENVOLVIMENTO EMBRIONÁRIO

A união do espermatozoide com o óvulo é chamado de zigoto. Na verdade, o espermatozoide


contribui apenas com o material nuclear (material genético) que é inserido no ovócito no momento da
fecundação. Após a formação do zigoto, este se dividirá muitas vezes pelo processo de mitose.
A área da biologia que estuda o desenvolvimento do indivíduo a partir do zigoto é a
embriologia, neste capítulo estudaremos sobre o desenvolvimento embrionário e as etapas que se
sucedem após a fecundação.

Fases do Desenvolvimento Embrionário

Ao longo do desenvolvimento embrionário as células do novo indivíduo passam por um

27
processo de diferenciação celular, neste processo alguns genes são “ativados” (estes serão expressos)
e outros são “desativados”, sendo que somente os “ativados” coordenam as funções das células.
Todas as células têm o mesmo material genético, mas por causa dessa diferenciação encontramos
células com diversas funções, então o gene “ativado” ordenará qual será aquela célula, e por
consequência sua função.
O material genético de uma célula do fígado e de uma óssea é o mesmo, mas ocorreu um
processo denominado diferenciação celular. Surgem dessa maneira tipos celulares com formatos e
funções distintos, que se organizam em tecidos. Conjuntos de tecidos reunidos formam os órgãos. Os
grupos de órgãos formam os sistemas que, por sua vez, formam o organismo.
Observe o esquema da “figura 22” que mostra a diferenciação celular:

Figura 22: Diferenciação celular.

Fases do Desenvolvimento Embrionário

De modo geral, em praticamente todos os animais ocorrem três fases consecutivas:


• Segmentação;
• Gastrulação;
• Organogênese.

Segmentação ou clivagens do Zigoto

As divisões que ocorrem durante a segmentação denominam-se clivagens, este é uma série de
divisões mitóticas repetidas do zigoto, resultando em rápido aumento do número de células. Estas
células, denominadas blastômeros, tornam-se menores a cada divisão celular. Inicialmente, o zigoto
se divide em dois blastômeros, que se dividem em quatro, oito e assim sucessivamente. A clivagem
nos humanos ocorre quando o zigoto passa pela tuba uterina em direção ao útero. A divisão do zigoto
em blastômeros inicia-se cerca de 30 horas após a fertilização.

28
Figura 23: Clivagens e formação do blastocisto.

Quando a mórula já atingiu o útero, por volta de quatro dias após a fecundação, começa a
receber fluídos uterinos, e, no interior da massa compacta de células, começam a aparecer pequenos
espaços cheios de líquidos. As células migram para a periferia e o interior forma uma ampla cavidade
preenchida por líquido (blastocele).

Gastrulação

A gastrulação é o processo que origina as camadas germinativas (mesorderme, endoderme e


ectoderma). É também o princípio da morfogênese, ou seja, o período em que há o início da formação
da estrutura corpórea. Cada camada germinativa (ectoderma, mesoderma e endoderma) originará um
órgão ou tecido específico.
Inicialmente são formadas por duas camadas de células: externamente o ectoderma e
internamente o mesentoderma. Essa última camada origina em seguida o mesoderma e o endoderma. E
finalmente os folhetos germinativos são:
O Ectoderma dará origem a/ao:
• Epiderme e anexos cutâneos (pelos e glândulas mucosas);
• Todas as estruturas do sistema nervoso (encéfalo, nervos, gânglios nervosos e medula
espinhal);
• Epitélio de revestimento das cavidades nasais, bucal e anal
O Mesoderma dará origem a/ao:
• Forma a camada interna da pele (derme);
• Músculos lisos e esqueléticos;
• Sistema circulatório (coração, vasos sanguíneos, tecido linfático, tecido conjuntivo);
• Sistema esquelético (ossos e cartilagem);

29
• Sistema excretor e reprodutor (órgãos genitais, rins, uretra, bexiga e gônadas).
O Endoderma dará origem a/ao:
• Epitélio de revestimento e glândulas do trato digestivo, com exceção da cavidade oral e anal;
• Sistema respiratório (pulmão);
• Fígado e pâncreas.

Organogênese

A terceira fase do desenvolvimento embrionário é a organogênese, que caracteriza se pela


diferenciação de órgãos a partir dos folhetos embrionários formados na gastrulação. O período de
organogênese ocorre da quarta à oitava semana do desenvolvimento embrionário. Ao final da oitava
semana, o funcionamento da maioria dos principais sistemas de órgãos é mínimo, com exceção do
sistema cardiovascular. No término desse período, o embrião terá aspecto humano.

Figura 24: Esquema indicando a terceira fase do desenvolvimento embrionário (organogênese).

OBSERVAÇÕES:
Organogênese é o processo, através do qual, os três folhetos germinativos (ectoderme,
mesoderme e endoderme) originarão todas as estruturas do corpo dos animais.

As etapas que se sucedem são:


• Dobramento do embrião;
• Aparelho branquial e formação da cabeça e do pescoço;
• Formação do sistema nervoso e dos órgãos dos sentidos;
• Formação do sistema cardiovascular;
• Formação do sistema respiratório;
• Formação do sistema digestório;
• Formação do sistema urinário;

30
• Formação do sistema reprodutor;
• Formação do sistema esquelético;
• Formação do sistema tegumentar.

HISTOLOGIA ANIMAL

O conjunto de células morfologicamente e funcionalmente semelhantes se chama tecido. A


área da biologia que estuda os tecidos é a histologia (do grego hystos = tecido + logos = estudo), essa
área se dedica ao estudo dos tecidos nos animais e nos vegetais, neste tema e no próximo conheceremos
mais sobre as características dos tecidos animais epiteliais e conjuntivos.

OBSERVAÇÕES:
A organização básica de um ser vivo multicelular pode ser indicada pelo seguinte esquema
(figura 25):

Figura 25: Esquema sobre a organização básica de um ser vivo multicelular.

Nos tecidos animais encontram-se quatro tipos de tecidos diferentes:


• Tecido epitelial;
• Tecido conjuntivo;
• Tecido muscular;
• Tecido nervoso.
Eles são constituídos de células e uma substância intercelular.

Figura 26: Esquema ilustrando tipos de tecidos animais.

31
Tecido Epitelial

Há dois tipos de tecido epitelial: o de revestimento e o glandular. O tecido epitelial de


revestimento cobre a superfície de órgãos como os rins, o estômago, e isola os outros órgãos do meio
externo, que é função da pele.
As principais funções do tecido epitelial são:
• Proteção;
• Absorção de substâncias (intestino);
• Secreção de muco, hormônios e outras substâncias.

Tecido Conjuntivo

Esse tipo de tecido estabelece uma continuidade de outros tecidos, como o epitelial, o muscular
e o nervoso. Apresentam vários tipos de células com grande quantidade de matriz extracelular que é
feita pelas próprias células deste tecido.
Os principais tipos de tecido conjuntivo são: denso, frouxo, reticular, cartilaginoso, ósseo e
adiposo.

Figura 27: Classificação e tipos de tecidos conjuntivos.

Tecido Muscular

Só foi possível estudar as células e os tecidos com a invenção da microscopia. Lembre-se


sempre da organização de um ser vivo multicelular.
Quando o músculo se contrai, os filamentos de actina deslizam sobre os filamentos de miosina,
a célula então diminui de tamanho resultando no que conhecemos como contração muscular. O tecido
muscular é nutrido por uma rede de vasos sanguíneos que levam oxigênio e nutrientes para as células
musculares.

32
Observe na “figura 28” a estrutura de uma fibra muscular estriada:

Figura 28: Estrutura de uma fibra muscular estriada.

As células musculares são bem diferentes das células mais comuns, elas são bastante
alongadas e possuem vários núcleos.
Os músculos são diferentes entre si, e por isso estão agrupados em três grupos:
• Tecido muscular estriado esquelético;
• Tecido muscular estriado cardíaco e;
• Tecido muscular liso.

Tecido nervoso

O tecido nervoso é o principal componente do sistema nervoso e com o sistema endócrino


controla as funções do organismo.
As principais células deste tecido são os neurônios e células da glia.

CURIOSIDADES!
Neurônios
São as principais células do tecido nervoso, elas são alongadas e podem ser divididas em três
partes: corpo celular, dendritos e axônio.

Figura 29: Esquema de um neurônio.

33
Os neurônios recebem sinais elétricos através dos dendritos. Estes mesmos sinais são
integrados ao corpo celular, e dependendo do resultado dessa integração, disparam potenciais de ação
em seu axônio, que transmite a informação ao neurônio seguinte. Os neurônios só funcionam a partir
de um determinado potencial elétrico, caso contrário o impulso não será levado adiante. Essa
comunicação pode ser de perto ou com metros de distância. Assim, estas células são mensageiras de
informações, que utilizam impulsos elétricos e sinais químicos para transmitir informações entre áreas
diferentes do cérebro, e entre o cérebro e o resto do sistema nervoso.

EXERCÍCIOS
1. Julgue os itens a seguir em V (para verdadeiro) e F (para falso), em seguida marque a
alternativa CORRETA.
I- A fecundação ocorre no útero
II- A espermatogênese ocorre nos testículos
III- A placenta é responsável pela respiração e nutrição do embrião
IV- Na ovulação, rompe-se a parede do ovário e o ovócito é liberado na trompa de Falópio
V- A clivagem da célula-ovo origina células denominadas blastômeros.
a) I, II, III verdadeiras; IV e V falsas.
b) Todas são falsas.
c) Todas são verdadeiras.
d) I é falsa; II, III, IV e V são verdadeiras.
e) I, II e V são falsas; III, IV são verdadeiras.

2. Com relação às características que diferenciam células vegetais das células animais,
analise as afirmativas a seguir e assinale a alternativa INCORRETA:
a) A célula vegetal se diferencia da célula animal por apresentar parede celular.
b) A célula animal se diferencia da célula vegetal por apresentar centríolos.
c) A célula vegetal se diferencia da célula animal por apresentar vacúolos grandes e menos
numerosos.
d) A célula vegetal se diferencia da célula animal por apresentar plastos.
e) A célula animal se diferencia da célula vegetal por não apresentar membrana celular.

3. Na célula, a função da respiração celular está reservada para:


a) Complexo de Golgi.

34
b) Ribossomo.
c) Lisossomo.
d) Mitocôndria.
e) Retículo endoplasmático.

BUSCANDO+
Vídeos:
✓ Como funciona a reprodução humana
https://youtu.be/8eS6Q7iA0wE
✓ Fecundação - Desenvolvimento Embrionário
https://youtu.be/n68ZHH1HMdg
✓ Membrana Plasmática | Célula | Prof. Paulo Jubilut
https://youtu.be/yaiEgmOboq0

PÍLULA DO CONHECIMENTO

Esse item se trata de uma metodologia disponibilizada em nossa plataforma, a qual você poderá
acessar e aprender sobre conceitos importantes referentes aos conteúdos abordados nesta apostila.
Acesse nossa plataforma e veja a PÍLULA DO CONHECIMENTO sobre BIOLOGIA do MÓDULO
I!

GABARITO
QUESTÃO ALTERNATIVA
1 D
2 E
3 D

REFERÊNCIAS

AMABIS, José Mariano; MARTHO, Gilberto Rodrigues. Fundamentos da biologia moderna. São
Paulo: Moderna, 2006.

LOPES, Sônia. Bio. Volume único. 1. ed. São Paulo: Saraiva, 1999.

35
ADOLFO, Augusto; CROZETTA, Marcos; LAGO, Samuel. Biologia. Volume único. 1. ed. São
Paulo: Lago, 2004.

GEWANDSZNAJDER, Fernando. Ciência: A vida na Terra. 3. ed. São Paulo: Ática, 2008.

LOPES, Sônia; ROSSO, Sergio. Biologia. Volume único. 1. ed. São Paulo: Saraiva, 2005.

AMABIS, José Mariano; MARTHO, Gilberto Rodrigues. Fundamentos da biologia moderna. São
Paulo: Moderna, 2006.

CARNEIRO, José; JUNQUEIRA, Luiz Carlos. Histologia Básica. 8. ed. Rio de Janeiro, Editora
Guanabara Koogan. 1995.

HICKMAN, C. P.; ROBERTS, L. S.; LARSON, A. Princípios integrados de zoologia. Rio de


Janeiro: Guanabara Koogan SA, 2004.

LOPES, Sônia. ROSSO, Sérgio. Biologia. Volume único. 1. ed. São Paulo: Saraiva, 2005.

36
RIACHO FUNDO 02, QN 05 “A” CJ “02” LOTE “10” – BRASÍLIA/DF
ORIENTAÇÕES DE LEITURA
O componente curricular EDUCAÇÃO FÍSICA foi elaborado com alguns TÓPICOS e ITENS
especiais que precisam ser destacados para melhor compreensão de leitura e contextualização dos
conteúdos abordados.

TÓPICOS ESPECIAIS E ITENS DE ESTUDO

• O cursista encontrará na apostila alguns tópicos estruturados sem seções com finalidades
específicas chamados TÓPICOS ESPECIAIS.
• Além desses tópicos, o cursista também encontrará alguns ITENS DE ESTUDO que irão
proporcionar dinâmica a leitura e melhor compreensão dos assuntos abordados.

TÓPICOS ESPECIAIS

EXERCÍCIOS
Se trata de um tópico especial contendo aplicações teórico-práticas em formato de exercícios de
múltipla escolha elaborados para o estudante pensar, analisar e abstrair conceitos estudando exemplos
que relacionam a teoria com a prática em cada componente curricular.

BUSCANDO+
Se trata de um tópico especial contendo algumas indicações de estudo, por meio de sugestões de Links,
livros, sites, vídeos e outros meios que possam ser acessados pelo cursista, como forma de estudo
suplementar ou de aprofundamento dos conteúdos ministrados em cada componente curricular.

PÍLULA DO CONHECIMENTO
São pequenos componentes educacionais (textos, vídeos, áudios, animações) que disponibilizamos
com intuito de agregar conteúdo, contextualizar o aprendizado e fortalecer a retenção do conhecimento
de forma objetiva e orgânica, melhorando o desempenho de nossos estudantes e profissionais. Um
recurso educacional utilizado para suportar um processo de aprendizagem rápido, porém constante.

“A pílula do conhecimento poderá ser aplicada como complementação teórica e prática dos nossos
cursos, como ferramenta de memorização e revisão de conteúdo sobre os aspectos mais importantes
do curso e/ou como reforço das ações de aprendizagem presenciais”.
GABARITO
Respostas dos exercícios propostos.

ITENS DE ESTUDO

CURIOSIDADES!
Item de estudo utilizado para expor acontecimentos, fatos e casos curiosos relacionados com algum
tema abordado.

“Momento de atiçar a curiosidade do estudante, propondo conceitos, fatos e situações curiosas


referente aos assuntos que estão sendo estudados”.

OBSERVAÇÕES:
Item de estudo utilizado para complementar e destacar ideias e informações importantes sobre os
conteúdos abordados.

“Momento de fazer o estudante refletir sobre algum tema específico que deve ser destacado,
lembrado ou anotado como uma observação importante”.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO____________________________________________________________________ 08
QUALIDADE DE VIDA E SAÚDE_____________________________________________________08
• Saúde, Bem-Estar e Qualidade de Vida__________________________________________09
• O que é Qualidade de Vida?___________________________________________________ 10
• Qualidade de Vida e Saúde Física_______________________________________________11
• Qualidade de Vida e Saúde Mental______________________________________________11
• Meio Ambiente e Qualidade de Vida____________________________________________ 12
• Qualidade de Vida no Trabalho________________________________________________ 13
• Qualidade de Vida na Terceira Idade____________________________________________17
• Como Melhorar a Qualidade de Vida___________________________________________ 17
PROBLEMAS DE SAÚDE___________________________________________________________ 18
• Obesidade__________________________________________________________________ 18
• Pressão Arterial____________________________________________________________ 21
• Hipertensão Arterial________________________________________________________ 23
• Diabetes Mellitus ____________________________________________________________32
• Problemas Cardíacos_________________________________________________________35
• Osteoporose__________________________________________________________ 43
ATIVIDADE FÍSICA________________________________________________________________ 45
• O Que é Atividade Física?______________________________________________ 45
• Recomendações de Atividades Físicas___________________________________________ 45
• Importância das Atividades Físicas_____________________________________________ 46
• Quantos Minutos de Atividades Físicas é o Ideal?__________________________________47
• Riscos do Sedentarismo_______________________________________________________48
• A Importância do Esporte na Escola____________________________________________ 49
APTIDÃO FÍSICA_________________________________________________________________ 50
• O Que é a Aptidão Física?_____________________________________________________50
• Para que serve a Avaliação de Aptidão Física?____________________________________51
• Aptidão Física e o Estado de Saúde______________________________________________51
COMPOSIÇÃO CORPORAL________________________________________________________ 52
• Obesidade Abdominal ou Androide_____________________________________________52
• Obesidade Femuroglútea ou Ginoide____________________________________________53
• IMC______________________________________________________________________ 54
DOENÇA CRÔNICO DEGENERATIVAS_______________________________________________57
• O que é uma Doença Degenerativa?_____________________________________________58
EXERCÍCIOS_____________________________________________________________________ 59
BUSCANDO+____________________________________________________________________ 59
PÍLULA DO CONHECIMENTO______________________________________________________ 60
GABARITO_______________________________________________________________________60
REFERÊNCIAS____________________________________________________________________
60
17
18
18
21
23
32
35
43
45
45
45
46
47
48
49
50
51
51
52
52
53
54
INTRODUÇÃO

A Educação Física nas escolas deve instigar o aluno a entender os limites do próprio corpo,
exercendo o papel de compreendê-lo como sujeito ativo dentro do espaço da escola e da sociedade.
A educação física escolar propõe por meio das experiências motoras a apropriação crítica e
cultural de seus conteúdos, articulando o conhecimento para ressignificação da prática e formação
humana. A disciplina vem para somar e contribuir com a educação intelectual e moral nas escolas.
Ela deve instigar o aluno a entender os limites do próprio corpo, exercendo, assim, o papel de
compreendê-lo como sujeito ativo dentro do espaço da escola e da sociedade. Dessa forma, ele estará
desenvolvendo seu aprendizado e sua capacidade de expressão, evidenciando sua liberdade cognitiva
e emocional para a aprendizagem.
Dentre os vários benefícios que a Educação Física pode trazer, destacamos:
✓ Beneficia o desenvolvimento motor;
✓ Integra socialmente;
✓ Colabora para que os alunos adquiram autoconfiança;
✓ Melhora a autoestima;
✓ Trabalha a expressão do aluno;
✓ Reduz o estresse pelas pressões do dia a dia;
✓ Coopera para um estilo de vida melhor;
✓ Contribui para resolução de problemas;
✓ Favorece o autoconhecimento.
O Componente Curricular de EDUCAÇÃO FÍSICA, está inserido na Área do Conhecimento
de LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS. Neste material, veremos assuntos
relacionados ao MÓDULO I, equivalente a 1ª SÉRIE do ENSINO MÉDIO.

QUALIDADE DE VIDA E SAÚDE


Qualidade de vida e saúde são termos indissociáveis. A Qualidade de vida surge, de tal forma,
associada à saúde que muitos autores não as distinguem uma da outra. Para eles saúde e qualidade de
vida são a mesma coisa. De facto, a saúde não é o único fator que influencia a nossa qualidade de
vida, contudo ela tem uma importância fulcral.
Geralmente, saúde e qualidade de vida são dois temas muito relacionados, uma vez que a
saúde contribui para melhorar a qualidade de vida dos indivíduos e esta é fundamental para que um
indivíduo ou comunidade tenha saúde. Mas não significa apenas saúde física e mental, mas sim que

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essas pessoas estejam de bem não só com elas próprias, mas também com a vida, com as pessoas que
as cercam, enfim, ter qualidade de vida é estar em harmonia com vários fatores.
No que diz respeito à saúde, a qualidade de vida é, muitas vezes, considerada em termos de
como ela pode ser afetada de forma negativa, ou seja, a ocorrência de uma doença debilitante que não
constitui risco de vida, uma doença que constitui risco de vida, o declínio natural da saúde de uma
pessoa idosa, o declínio mental, processos de doenças crônicas, etc. Todas estas situações são
castradoras da nossa qualidade de vida.

OBSERVAÇÕES:
Uma vida saudável tem um profundo impacto na qualidade de vida das pessoas.

Saúde, Bem-Estar e Qualidade de Vida

Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades, é o
terceiro Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidades
(ONU). O que muita gente não sabe é que saúde e bem-estar são dois conceitos bem diferentes e que
merecem atenção.
A maioria das pessoas acredita que saúde significa apenas a ausência de doenças, mas esse
conceito é mais amplo do que parece. Isso porque, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS),
saúde significa ter o corpo, a mente e a vida social saudáveis.
Já bem-estar é um conceito ainda mais complexo, pois diz respeito à satisfação de cada
indivíduo e pode ser entendido como algo objetivo, quando relacionado a aspectos sociais e
econômicos, e subjetivo, se relacionando com a experiência de vida. É por isso que o bem-estar
subjetivo é dividido em afetos positivos, afetos negativos e satisfação com a vida.
Assim, podemos dizer que ter bem-estar é a capacidade de uma pessoa suprir as suas
necessidades e se satisfazer com a vida, enquanto ter saúde significa viver em um estado de mais
completo bem-estar físico, mental e social.
E quanto à qualidade de vida? Para a OMS, ela é a “percepção do indivíduo sobre sua posição
na vida, no contexto da cultura e sistemas de valores nos quais ela vive e em relação aos seus objetivos,
expectativas, padrões e preocupações”. Dessa forma, a qualidade de vida abrange questões físicas e
psicológicas, assim como aspectos de mobilidade, relações pessoais, segurança, recursos financeiros,
opções de lazer, entre outros.
E o que saúde, bem-estar e qualidade de vida têm em comum? A busca por um corpo e uma
mente sadios!

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Vejamos algumas dicas para isso:
• Beba muito água.
• Tenha uma dieta rica em alimentos naturais, evitando produtos industrializados e com excesso
de sal, açúcar e gordura.
• Pratique exercícios físicos regularmente.
• Cuide da sua saúde mental.
• Evite bebidas alcoólicas e o fumo.
• Faça consultas regulares com o seu médico de referência.

O que é Qualidade de Vida?

Apesar de ser um conceito difícil de explicar, a maioria das pessoas percebe intuitivamente o
que é qualidade de vida. Ou seja, embora o significado de qualidade de vida não seja, por vezes,
óbvio para algumas pessoas, a sua noção é clara para toda a gente. A maioria das pessoas relaciona a
qualidade de vida com o “sentir-se bem”. De facto, esta noção de qualidade de vida vai de encontro
aos principais fatores que a influenciam, como veremos adiante, que são a saúde, o trabalho e o meio
ambiente.
Mas afinal, o que é ter qualidade de vida?
Se a resposta a esta questão é importante, certamente aquilo que todos procuramos e que iremos
abordar ao longo deste tema será a pergunta: como melhorar a qualidade de vida?

Conceito de qualidade de vida

O conceito de qualidade de vida é muito abrangente, compreende não só a saúde física como
o estado psicológico, o nível de independência, as relações sociais em casa, na escola e no trabalho e
até a sua relação com o meio ambiente. De facto, existem naturalmente outros fatores que a
influenciam, mas comecemos por ver o que significa qualidade de vida, para a OMS.
O conceito de qualidade de vida está diretamente associado à autoestima e ao bem-estar pessoal
e compreende vários aspetos, nomeadamente, a capacidade funcional, o nível socioeconômico, o
estado emocional, a interação social, a atividade intelectual, o autocuidado, o suporte familiar, o estado
de saúde, os valores culturais, éticos e religiosos, o estilo de vida, a satisfação com o emprego e/ou
com atividades diárias e o ambiente em que se vive.

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Definição de qualidade de vida

Para a OMS, a definição de qualidade de vida é a “a percepção que um indivíduo tem sobre
a sua posição na vida, dentro do contexto dos sistemas de cultura e valores nos quais está inserido e
em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações”. Trata-se de uma definição que
contempla a influência da saúde física e psicológica, nível de independência, relações sociais, crenças
pessoais e das suas relações com características inerentes ao respetivo meio na avaliação subjetiva da
qualidade de vida individual. Neste sentido, poderemos afirmar que a qualidade de vida é definida
como a “satisfação do indivíduo no que diz respeito à sua vida quotidiana”.
Não devemos confundir qualidade de vida com padrão de vida. Muitas pessoas têm uma errada
noção de qualidade de vida, confundindo os termos. Padrão de vida é uma medida que calcula a
qualidade e quantidade de bens e serviços disponíveis.

Qualidade de Vida e Saúde Física

A saúde física afeta, obviamente, a nossa qualidade de vida. Por exemplo, existe uma relação
entre atividade física, a melhoria da condição de saúde e a qualidade de vida. Da mesma forma, existe
uma relação ente uma correta alimentação e a qualidade de vida. A qualidade de vida e alimentação
saudável são conceitos que estão estritamente relacionados. Ter uma alimentação saudável e
equilibrada é fundamental para o bem-estar do indivíduo. Quando o organismo recebe as quantidades
ideais de nutrientes e vitaminas de que precisa, a sua saúde física melhora e consequentemente aumenta
a qualidade de vida.

OBSERVAÇÕES:
Em resumo, se conseguirmos melhorar a nossa condição de saúde física rumo a uma vida mais
saudável, através de uma correta promoção da saúde, então conseguiremos melhorar a nossa qualidade
de vida.

Qualidade de Vida e Saúde Mental

O conceito de qualidade de vida tem vindo a ganhar, cada vez mais, uma importância crescente
no domínio da saúde mental e dos cuidados de saúde, aumentando a sua importância no discurso e
prática médica. Não é por acaso que a definição dada pela OMS para saúde é ampla. Ela define-a como
“o estado de completo bem-estar físico e mental”. Muitas vezes, algumas pessoas ao pensar em saúde
e qualidade de vida deixam de lado a saúde mental. Contudo, a saúde mental possui, hoje, uma enorme

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importância. Assistimos ao aumento dos casos de stress crônico, Burnout, ansiedade e depressão, além
de tantos outros problemas psicológicos e emocionais.
Uma pessoa com a saúde mental debilitada, deprimida, por exemplo, tem grande dificuldade
em manter relacionamentos amorosos, desempenhar as funções no trabalho e até mesmo educar os
filhos. Uma pessoa com problemas emocionais pode influenciar todos os membros da família. Uma
pessoa com a saúde mental afetada está mais propensa à dependência de drogas e de álcool, a contrair
doenças infeciosas, desenvolver alergias, doenças autoimunes, etc. Existem, no entanto, muitas outras
consequências nefastas quando descuramos a saúde e o bem-estar mental e emocional.
Cuidar da saúde mental é muito mais simples do que parece, basta manter boas relações com
as pessoas que nos rodeiam, ter uma vida amorosa satisfatória, não remoer problemas passados, não
ser demasiado exigente consigo mesmo, perdoar-se e perdoar o próximo, rir sempre que puder, chorar
quando precisar e amar. Se sentir dificuldades em fazer isto, é melhor procurar ajuda de um
profissional.

OBSERVAÇÕES:
Estar com boa saúde mental é estar em equilíbrio com o seu mundo interior e com o mundo
que o rodeia, é estar em paz consigo mesmo e com os outros.

CURIOSIDADES!
Stress e qualidade de vida
O stress é na atualidade um grave problema com inquestionáveis implicações na qualidade de
vida. Os problemas serão mais intensos dependendo do nível de stress a que o indivíduo está sujeito,
das causas que lhe deram origem e dos sintomas percepcionados.

Meio Ambiente e Qualidade de Vida

O meio ambiente traz vários benefícios ao homem, sendo que um deles é, sem dúvida,
melhorar a sua qualidade de vida. A qualidade de vida e meio ambiente são, por isso também, dois
termos indissociáveis. O meio ambiente diz respeito a tudo o que nos rodeia, logo a nossa qualidade
de vida está diretamente associada à qualidade do meio ambiente envolvente. Deste modo,
a preservação do meio ambiente são um importante fator para aumentar a qualidade de vida das
pessoas.
Imagine uma cidade com muito lixo, muita poluição e sem espaços verdes. Certamente que
serão fatores, por um lado, suscetíveis de causar doenças e por outro, não produzem sentimentos

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de bem-estar nas pessoas. Um praticante de atividade física, por exemplo, quando opta por fazê-lo
num espaço verde, une os benefícios do exercício físico a um local de ar puro, tornando a sua atividade
muito mais agradável e saudável. Uma pessoa quando realiza uma massagem e pode usufruir
simultaneamente dos sons da natureza, consegue tirar ainda mais proveito do seu momento de
relaxamento.

Qualidade de vida e respeito ao meio ambiente

Hoje mais do que nunca, notamos que há uma preocupação crescente com o homem para que
este tenha uma vida com qualidade.
Entre vários outros fatores é preciso preservar e respeitar o meio ambiente para garantirmos
a nossa qualidade de vida, para isso, devemos ter atitudes mais assertivas e protetoras, no sentido de
tornarmos o nosso habitat melhor tanto para nós como para as gerações vindouras.
É, sobretudo, quando falamos sobre o meio ambiente que vamos tomar consciência de que
somos organismos vivos que se encontram em harmonia com a natureza. A nossa qualidade de vida
depende do estado em que o meio ambiente se encontra, ou seja, precisamos de ar, água, alimentos,
elementos essenciais para a sobrevivência, daí ser fundamental um meio ambiente ecologicamente
equilibrado e que garantamos a sua sustentabilidade.
Desta forma, a qualidade de vida depende da qualidade do ambiente, além disso, ela não quer
dizer quantidade de vida, devendo, pois, haver um destaque para a valorização e sentido da existência,
que deve ter em conta as necessidades de que todos os seres humanos sentem para viver
condignamente. Também não se pode falar de saúde desvinculada do meio ambiente, pois sempre que
se melhorar o ambiente estar-se-á a proteger a saúde física e mental do homem.

Qualidade de Vida no Trabalho

Não é por acaso que muitas empresas e organizações revelam preocupação, hoje em dia, com
a qualidade de vida no trabalho. Como sabemos é no trabalho que passamos muito do nosso tempo.
Muitas vezes, estamos mais tempo em contacto com os colegas de trabalho do que até com a nossa
própria família. Por estes motivos, a qualidade de vida no trabalho, passou a ser vista como
fundamental nos tempos modernos. Quando nos referimos a trabalho, referimo-nos às atividades
desenvolvidas nas empresas, organizações, na escola, etc.
A qualidade de vida do trabalhador, geralmente, é observada tendo em conta a qualidade
de vida nas empresas e a sua produtividade, mas também em aspetos da vida do trabalhador não

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diretamente ligados ao seu trabalho. Não obstante, algumas polêmicas recentes usam a terminologia
“qualidade de vida do trabalhador” deixando claro que a qualidade de vida não se limita somente ao
local e ao momento do trabalho, mas também à relação com vários outros aspectos, designadamente,
a satisfação pessoal, o relacionamento familiar, as oportunidades de lazer, etc.

O que é qualidade de vida no trabalho?

Quando falamos em qualidade de vida no trabalho queremos com isso nos referirmos aos
benefícios e malefícios do ambiente de trabalho para o indivíduo. O objetivo é desenvolver ambientes
de trabalho que sejam tão favoráveis tanto para o indivíduo como para a saúde econômica da
organização.

Conceito de qualidade de vida no trabalho

Como vimos, qualidade de vida é uma expressão que se refere às condições de vida do homem,
em vários âmbitos, nomeadamente, o bem-estar físico, mental, psicológico e emocional,
relacionamentos sociais, como família e amigos e também saúde, educação e outros aspetos que
influenciam a vida humana. O conceito de qualidade de vida no trabalho refere-se a estas condições
no local do trabalho, muitas vezes, também referida como qualidade de vida nas empresas.

Importância da qualidade de vida no trabalho

A importância da qualidade de vida no trabalho é crescente no atual contexto econômico e


social, tendo em conta a relevância que o emprego representa na vida das pessoas e o quanto um bom
ambiente organizacional pode ser útil na gestão das pessoas e na melhoria da produtividade das
empresas e organizações.
Torna-se claro, que não se pode dissociar o lado humano do lado profissional, uma vez que o
homem é provido de competências e capacidades individuais que podem ser alteradas em virtude das
condições do meio em que está inserido. Neste sentido, com o passar dos tempos, as empresas
começaram a refletir sobre o bem-estar dos seus colaboradores e a produtividade individual.
Perante esta nova realidade, o termo qualidade de vida no trabalho começou a ser debatido e
implementado nas organizações. Estas medidas tinham como objetivo melhorar a qualidade de vida
no trabalho, fundamentalmente, da saúde física e mental dos seus colaboradores.

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O termo qualidade de vida nas empresas começou a ser visto como um agente de melhoria na
gestão de pessoas, pois colaboradores motivados e saudáveis estão estritamente relacionados com a
melhoria no ambiente de trabalho e consequentemente com a produtividade.
Atualmente, os profissionais que se encontram no mercado de trabalho, procuram mais do que
um bom salário e benefícios, procuram também um ambiente de trabalho humanizado e adequado. Se
o trabalhador sentir conforto e bem-estar no local de trabalho, sentir-se-á motivado, melhorando a sua
produtividade.

Trabalho - saúde física e mental

A alteração dos estilos de vida, alterações no mercado de trabalho e dos tempos livres são
fatores que têm um forte impacto na saúde das pessoas. O trabalho e os tempos livres deveriam ser
uma fonte de saúde para as populações. A maneira como a sociedade organiza o trabalho deveria ajudar
a criar uma sociedade saudável. A promoção da saúde gera condições de vida e de trabalho seguras,
estimulantes, satisfatórias e agradáveis, melhorando a qualidade de vida no trabalho e nas
empresas.
Infelizmente, todos sabemos que nem sempre é assim. As mudanças a que a sociedade tem
estado sujeita, passaram a exigir do indivíduo uma grande capacidade de adaptação física, mental e
social. Competitividade, pressão para obter resultados, acumulação de informações e tarefas
decorrentes de um mundo cada vez mais globalizado, falta de tempo para o lazer, entre outros fatores,
pautam o mundo moderno e acarretam, inevitavelmente, consequências.
A saúde mental conduz a vários tipos de alterações, nomeadamente, do funcionamento da rotina
diária, capacidade para trabalhar, qualidade de vida no trabalho, desempenho de papéis familiares e
sociais e com o envolvimento em atividades de lazer. Em virtude do seu diagnóstico, dos seus
tratamentos prolongados e da incerteza do prognóstico, a doença mental constitui-se como um risco
para a qualidade de vida do trabalhador e de quem o rodeia.
O trabalho é uma das principais causas de stress na atualidade. O stress, por sua vez, exerce
uma influência direta no desempenho profissional e na produtividade. O stress crônico tende a
desencadear problemas psicossociais intensos. Por estes motivos é que o stress e qualidade de vida
no trabalho são conceitos tão presentes no quotidiano dos trabalhadores.

Programas de qualidade de vida no trabalho

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Pelos motivos apresentados, as empresas apercebem-se, cada vez mais, da importância da
qualidade de vida no trabalho e da sua relação com a produtividade. Por isto, tendem a
implementar programas de qualidade de vida no trabalho, que visam melhorar as condições dos
trabalhadores.
Estes programas consistem em ações levadas a cabo pela empresa, que passam pela
implantação de melhorias e inovações tanto ao nível da gestão, como alterações de índole tecnológica
ou outras no ambiente de trabalho. Por exemplo, melhorando a ergonomia, melhorando as condições
climáticas, estimulando um melhor relacionamento interpessoal, facultando condições relacionadas
com a assistência à saúde e aos filhos, etc.
A qualidade de vida nas organizações pode ser francamente melhorada se estas medidas
forem bem desenhadas e implementadas.
Tal como no aspeto pessoal, a qualidade de vida no trabalho é essencial para o desenvolvimento
dos colaboradores, tanto dentro como fora do ambiente da empresa. Neste sentido, é importante
salientar o papel social das organizações também na formação de cidadãos mais conscientes de seu
papel na sociedade.

Dicas de qualidade de vida no trabalho

A atitude dos trabalhadores de uma forma individual também possui um forte impacto na
qualidade de vida e ambiente de trabalho.
Veja, em seguida, algumas dicas para melhorar a qualidade de vida no trabalho:
• Foco – Um profissional focado e comprometido com seu trabalho sofre menos interferências
negativas do ambiente;
• Afaste-se das “fofocas” – Conversas fúteis sobre a vida dos colegas e superiores só alimenta
um ambiente hostil. Afaste-se delas e procure eliminar esta conduta do seu dia a dia;
• Aprenda a trabalhar em equipa – O trabalho em equipa é uma das principais habilidades
exigidas pelas empresas. Colabore com seus colegas e aprenda com eles também;
• Cumpra prazos e horários – Cumprir as suas tarefas com qualidade e dentro dos prazos evita
stress desnecessário e melhora o seu desempenho, evitando que venha a ser questionado sobre
o mesmo.
• Cultive bons relacionamentos – Mantenha boas relações interpessoais com seus colegas e
superiores. Isso torna o ambiente melhor e mais saudável.

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Qualidade de Vida na Terceira Idade

A qualidade de vida não se esgota no tempo. Muitas pessoas estão preocupadas e questionam-
se sobre a melhor forma de ter uma boa qualidade de vida, no presente. Contudo, a qualidade de
vida deve também ser encarada como um objetivo futuro e duradouro. A longevidade é cada vez
maior, porém por vezes com uma qualidade de vida reduzida. Muitos tratamentos médicos nos
permitem melhorar a nossa condição de saúde, contudo muitas vezes à custa de terapêuticas que nos
debilitam e reduzem a qualidade de vida. Devemos, pois, procurar uma boa qualidade de vida em
todas as fases da nossa vida, cientes de que é no idoso que, muitas vezes, observamos os maiores
problemas.
As opções que fazemos ao longo da vida, como o tipo de alimentação, o exercício físico, as
condições de trabalho, o meio ambiente em que vivemos, etc. são tudo fatores que influenciarão não
só a nossa longevidade e saúde, como também a nossa qualidade de vida atual e futura.
Perante as alterações demográficas que se começaram a verificar, no último século, e que nos
mostram uma população cada vez mais envelhecida, torna-se imperioso proporcionar aos idosos não
só uma sobrevida maior, mas também uma boa qualidade de vida.
Mediante a subjetividade que o conceito de qualidade de vida do idoso acarreta, torna-se
necessário orientar as políticas para um envelhecimento bem-sucedido, o que para a maioria dos
idosos, está relacionado ao bem-estar, à felicidade, à realização pessoal, enfim, à qualidade de vida
nessa faixa etária (terceira idade).

Como melhorar a Qualidade de Vida

Para que possamos garantir uma boa qualidade de vida no futuro, devemos começar já a
preocuparmo-nos com a manutenção de hábitos saudáveis, a saber: cuidar do corpo, uma alimentação
equilibrada, exercício físico, relações saudáveis, ter tempo para realizar atividades de lazer e vários
outros hábitos que propiciem à pessoa bem-estar e qualidade de vida.
A promoção da saúde é o processo que visa aumentar a capacidade dos indivíduos para
controlarem a sua saúde, no sentido de a melhorar. Para atingir um estado de completo bem-estar
físico, mental e social, o indivíduo deve ser capaz de identificar e realizar os seus desejos, satisfazer
as suas necessidades e modificar ou se adaptar ao meio.
Ser saudável é um caminho que se traça diariamente nas mais pequenas escolhas que fazemos.
Opte por uma vida mais plena e se surpreenda com as diferenças que alguns gestos podem fazer. Ser

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saudável não se limita àquilo que vemos no nosso corpo. Sentirmo-nos bem e felizes é uma parte
importante da saúde e bem-estar e não deve ser descurada.
Encontre tempo para si e para quem gosta, dedique-se a novos hobbies e torne o tempo de lazer
tão importante quanto o tempo que passa no trabalho. Alie a saúde à beleza. Embora seja importante
gostarmos do nosso reflexo no espelho, é também fundamental não cair em extremismos. Dietas loucas
não só podem ser perigosas como também se tornam difíceis de cumprir.
Aprenda a combater o stress. Com isto, ajudará a reduzir os níveis de stress, diminuindo a
probabilidade de sofrer de problemas como a hipertensão, alergias, infecções causadas por baixa
imunidade, etc. para além de melhorar a qualidade de vida.

PROBLEMAS DE SAÚDE
Obesidade

O que é

A obesidade é uma doença crônica, que se caracteriza principalmente pelo acúmulo excessivo
de gordura corporal. O número de pessoas obesas tem crescido rapidamente, tornando a doença um
problema de saúde pública.

Incidência

No Brasil, existem mais de 20 milhões de indivíduos obesos. Na população adulta, 12,5% dos
homens e 16,9 % das mulheres apresentam obesidade e cerca de 50% têm excesso de peso (sobrepeso).
Nos Estados Unidos a situação é ainda mais grave: 64,5% da população adulta está acima do peso,
sendo que quase a metade é considerada obesa.

Causas

A principal causa de obesidade é a alimentação inadequada ou excessiva. Para manter o peso


ideal é preciso que haja um equilíbrio entre a quantidade de calorias ingeridas e a energia gasta ao
longo do dia. Quando há abundância de alimentos e baixa atividade energética, existe o acúmulo de
gordura. Por isso, o sedentarismo é o segundo fator importante que contribui para a obesidade.
Além disso, existem os fatores genéticos, em que uma pessoa pode herdar a disposição para
obesidade; ter o metabolismo mais lento, o que facilita o acúmulo de gorduras e dificulta o

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emagrecimento, ou ter aumento de peso por conta das oscilações hormonais. Também existe uma
influência dos fatores psicológicos, quando o estresse ou as frustrações desencadeiam crises de
compulsão alimentar.

Sinais e Sintomas

Além das roupas apertadas e o aumento do ponteiro na balança, o acúmulo de gordura é um


indício de obesidade. Episódios de apneia do sono, dificuldade para movimentar-se, cansaço frequente
e distúrbios no ciclo menstrual nas mulheres também são indicadores da doença.

Diagnóstico

É feito por meio do cálculo do Índice de Massa Corpórea (IMC), que avalia a relação entre o
peso e a altura. Quando o IMC é maior do que 30, a pessoa é considerada obesa. Quanto maior o índice,
mais chances do paciente desenvolver diabetes, problemas cardiovasculares e nas articulações,
hipertensão arterial e depressão, problemas diretamente ligados a pior qualidade de vida e menor
longevidade.
• Abaixo do peso: IMC abaixo de 18,5
• Peso normal: IMC entre 18,5 e 24,9
• Sobrepeso: IMC entre 25 e 29,9
• Obesidade Grau I: IMC entre 30 e 34,9
• Obesidade Grau II: IMC entre 35 e 39,9
• Obesidade Grau III: IMC acima de 40.
O excesso de peso ocorre a partir do sobrepeso. Também existem outras formas de constatar o
excesso de peso que agem em conjunto com o cálculo do IMC. São elas: cálculo da porcentagem de
gordura e medir a circunferência abdominal.

Tratamento

A melhor forma de tratar a obesidade é adotar mudanças no estilo de vida, com uma dieta
menos calórica aliada a um programa de exercícios físicos, sempre sob a supervisão de um profissional.
Também pode ser feito o uso de medicamentos, desde controladores de apetite até os que reduzem a
absorção de gordura pelo organismo.

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Para os casos mais graves, pode ser recomendada também a cirurgia bariátrica, especialmente
para quem possui o IMC acima de 35 e também ter doenças associadas à obesidade, e para os que têm
IMC acima de 40 e não conseguem emagrecer com outros tratamentos.
Em todos os casos, o acompanhamento médico regular é fundamental.

Prevenção

A doença pode ser evitada desde a infância, com a adoção de hábitos alimentares saudáveis e
a prática regular de esportes ao longo da vida

Impactos da obesidade

O acúmulo de gordura no organismo aumenta o risco de doenças como hipertensão arterial,


aumento do colesterol e triglicérides, diabetes, apneia do sono, acúmulo de gordura no fígado, infarto
do miocárdio, acidente vascular cerebral e pode estar associado ao surgimento de alguns tipos de
câncer.
O excesso de peso pode trazer ainda prejuízos para as relações pessoais e profissionais, pois
essas pessoas são mais propensas à depressão e ansiedade.

CURIOSIDADES!
O Brasil tem cerca de 18 milhões de pessoas consideradas obesas. Somando o total de
indivíduos acima do peso, o montante chega a 70 milhões, o dobro de há três décadas.
A obesidade é caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura corporal no indivíduo. Para o
diagnóstico em adultos, o parâmetro utilizado mais comumente é o do índice de massa corporal (IMC).
O IMC é calculado dividindo-se o peso do paciente pela sua altura elevada ao quadrado. É o padrão
utilizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que identifica o peso normal quando o resultado
do cálculo do IMC está entre 18,5 e 24,9. Veja a tabela completa e descubra o seu IMC aqui. Para ser
considerado obeso, o IMC deve estar acima de 30.
A obesidade é fator de risco para uma série de doenças. O obeso tem mais propensão a
desenvolver problemas como hipertensão, doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2, entre outras.
São muitas as causas da obesidade. O excesso de peso pode estar ligado ao patrimônio genético
da pessoa, a maus hábitos alimentares ou, por exemplo, disfunções endócrinas. Por isso, na hora de
emagrecer, procure um especialista.

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Pressão Arterial

O que é

Pressão arterial elevada, também conhecida como hipertensão, é a pressão persistentemente


alta nas artérias.

Informações importantes

• Com frequência, a causa da hipertensão arterial não pode ser identificada, mas, às vezes, ela
ocorre como resultado de um distúrbio subjacente dos rins ou um distúrbio hormonal.
• A obesidade, o sedentarismo, o estresse, o tabagismo e quantidades excessivas de álcool ou
sódio (sal) na dieta podem desempenhar um papel no desenvolvimento da hipertensão
arterial em pessoas que têm uma tendência hereditária para desenvolvê-la.
• Na maioria das pessoas, a hipertensão arterial não causa sintomas.
• Os médicos fazem o diagnóstico após medirem a pressão arterial em duas ou mais ocasiões.
• As pessoas são aconselhadas a perder peso, parar de fumar e a reduzir a quantidade de sódio
e gorduras em sua dieta.
• São administrados medicamentos anti-hipertensivos.
Existem muitas pessoas que associam a palavra hipertensão a tensão excessiva, nervosismo
ou estresse. Em termos médicos, hipertensão refere-se à pressão arterial persistentemente alta,
independentemente da causa. Como normalmente ela não causa sintomas durante muitos anos, até
um órgão vital ser lesionado, a hipertensão arterial é chamada de “assassina silenciosa”. A
hipertensão arterial não controlada aumenta o risco de problemas como acidente vascular
cerebral, aneurisma, insuficiência cardíaca, ataque cardíaco e doença renal crônica.

CURIOSIDADES!
Estima-se que mais de 75 milhões de pessoas sofram de hipertensão arterial nos EUA. A
hipertensão arterial atinge mais os negros: 41% dos negros em comparação com 28% de brancos e
28% de americanos de origem mexicana. Ela também afeta com frequência pessoas com ascendência
chinesa, japonesa e de outras áreas do Leste Asiático ou Pacífico (como coreanos, tailandeses,
polinésios, micronésios, filipinos e maori). As consequências da hipertensão arterial são piores em
negros e em pessoas de ascendência asiática. A hipertensão arterial ocorre com mais frequência em
pessoas idosas: aproximadamente dois terços das pessoas com 65 anos ou mais em comparação com
apenas um quarto das pessoas com idades entre 20 e 74 anos. Pessoas que têm pressão arterial normal
aos 55 anos têm 90% de chance de desenvolverem hipertensão em algum momento de suas vidas. A

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hipertensão arterial é duas vezes mais comum entre pessoas obesas do que em pessoas com peso
normal.
Nos Estados Unidos, apenas aproximadamente 81% das pessoas com hipertensão arterial
foram diagnosticadas. Entre as pessoas diagnosticadas com hipertensão arterial, aproximadamente
73% recebem tratamento e, entre as pessoas que estão recebendo tratamento, aproximadamente 51%
têm hipertensão controlada adequadamente.

Quando a pressão arterial é aferida, dois valores são registrados. O valor mais alto reflete a
maior pressão nas artérias, que é alcançada quando o coração se contrai (durante a sístole). O valor
mais baixo reflete a menor pressão nas artérias, que é atingida pouco antes de o coração começar a
se contrair novamente (durante a diástole). A pressão arterial é registrada como pressão
sistólica/pressão diastólica — por exemplo, 120/80 mm Hg (milímetros de mercúrio). Esse resultado
é lido como “120 por 80”.

Classificação da pressão arterial

A pressão arterial em adultos é classificada como pressão arterial normal, elevada,


hipertensão em estágio 1 (leve) ou hipertensão em estágio 2. No entanto, quanto mais elevada for a
pressão arterial, maiores serão os riscos de complicações — mesmo dentro do intervalo de pressão
arterial normal — então, esses limites são algo arbitrário.
A emergência hipertensiva trata-se de pressão arterial diastólica maior do que 120 mm Hg,
mas que ainda não causou lesão em nenhum órgão que seja aparente para a pessoa ou para o médico.
A emergência hipertensiva geralmente não causa sintomas.
A emergência hipertensiva é uma forma de hipertensão arterial particularmente grave. A
pressão arterial diastólica é de ao menos 120 mm Hg e há evidências de lesão progressiva em um ou
mais órgãos vitais (em geral cérebro, coração e rins), geralmente acompanhada de uma variedade de
sintomas. Emergências hipertensivas são incomuns, mas são várias vezes mais frequentes entre os
negros do que entre brancos, entre homens do que entre mulheres e entre pessoas de grupos
socioeconômicos mais baixos do que entre aquelas em grupos socioeconômicos mais altos. Caso não
seja tratada, a emergência hipertensiva pode ser fatal.

Controle da pressão arterial pelo corpo

O corpo possui muitos mecanismos para controlar a pressão arterial. O corpo pode alterar:
• A quantidade de sangue que o coração bombeia;

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• O diâmetro das artérias;
• O volume de sangue na corrente sanguínea.
Para aumentar a pressão arterial, o coração pode bombear mais sangue bombeando com mais
força ou mais rapidamente. As pequenas artérias (arteríolas) podem se estreitar (constrição),
forçando o sangue de cada batimento cardíaco a passar através de um espaço mais estreito do que o
normal. Uma vez que o espaço nas artérias é mais estreito, o fato de a mesma quantidade de sangue
passar através delas aumenta a pressão arterial. As veias podem se contrair para reduzir sua
capacidade de reter sangue, forçando a entrada de maior quantidade de sangue nas artérias.
Consequentemente, a pressão arterial aumenta. Podem ser adicionados líquidos à corrente sanguínea
para aumentar o volume de sangue e, assim, aumentar a pressão arterial.
Para reduzir a pressão arterial, o coração pode bombear com menos potência ou rapidez, as
arteríolas e as veias podem se distender (dilatar) e o líquido pode ser eliminado da corrente
sanguínea.
Esses mecanismos são controlados pela rede simpática do sistema nervoso autônomo (a parte
do sistema nervoso que regula os processos internos do corpo e que não requer nenhum esforço
consciente) e pelos rins. A rede simpática utiliza vários meios para aumentar temporariamente a
pressão arterial durante a resposta de luta ou fuga (reação física do corpo a uma ameaça).
• A rede simpática estimula as glândulas adrenais a liberarem os
hormônios epinefrina (adrenalina) e norepinefrina (noradrenalina). Esses hormônios
estimulam o coração a bater mais rápido e com mais força, a contração da maioria das
arteríolas e a dilatação de algumas arteríolas. As arteríolas que dilatam são aquelas em áreas
onde é necessário um maior fornecimento de sangue (como no músculo esquelético — o
conjunto de músculos controlados pelo esforço consciente).
• A rede simpática também estimula os rins a diminuírem a excreção de sódio e água,
aumentando, assim, o volume de sangue. O corpo controla o transporte de sódio para dentro
e para fora das células para evitar excesso de sódio dentro das células. Quantidades
excessivas de sódio no interior das células podem fazer o corpo se tornar excessivamente
sensível à estimulação pela rede simpática.

Hipertensão Arterial

Os rins também respondem diretamente a alterações na pressão arterial. Quando a pressão


arterial aumenta, os rins aumentam a excreção de sódio e água para que o volume de sangue diminua
e a pressão arterial retorne ao normal. Por outro lado, quando a pressão arterial diminui, os rins

23
diminuem a excreção de sódio e água para que o volume de sangue aumente e a pressão arterial
retorne aos valores normais. Os rins podem aumentar a pressão arterial através da secreção da enzima
renina, que, por fim, resulta na produção do hormônio angiotensina II.
A angiotensina II ajuda a aumentar a pressão arterial ao:
• Causar a constrição das arteríolas;
• Desencadear a divisão simpática do sistema nervoso autônomo;
• Desencadear a liberação de dois outros hormônios, aldosterona e vasopressina (também
chamada hormônio antidiurético), que fazem com que os rins aumentem a retenção de sódio
e de água.
Os rins normalmente produzem substâncias que fazem com que as arteríolas dentro do rim
se dilatem. Isso ajuda a equilibrar os efeitos dos hormônios que causam a constrição das arteríolas.
A pressão arterial varia naturalmente ao longo da vida de uma pessoa. Bebês e crianças
normalmente têm pressão arterial muito mais baixa do que os adultos. Para quase todos os que vivem
em países industrializados, como os Estados Unidos, a pressão arterial aumenta com o
envelhecimento. A pressão sistólica aumenta até pelo menos a idade de 80 anos e a pressão diastólica
aumenta até a idade de 55 a 60 anos e, então, ambas se estabilizam ou até diminuem. No entanto,
para pessoas que vivem em alguns países em desenvolvimento, nem a pressão diastólica nem a
sistólica aumentam com o envelhecimento e a hipertensão arterial é praticamente inexistente,
possivelmente por causa da baixa ingestão de sódio e do maior nível de atividade física.
A atividade afeta temporariamente a pressão arterial, que é mais elevada quando uma pessoa
está ativa e mais baixa enquanto uma pessoa descansa. A pressão arterial também varia com o
período do dia: Ela é mais alta na parte da manhã e mais baixa à noite, durante o sono. Essas variações
são normais. Sempre que uma alteração provoca um aumento transitório na pressão arterial, um dos
mecanismos de compensação do corpo é desencadear uma ação oposta e manter a pressão arterial
em níveis normais. Por exemplo, um aumento na quantidade de sangue bombeado pelo coração, o
que tende a aumentar a pressão arterial, provoca a dilatação dos vasos sanguíneos bem como um
aumento na excreção de sódio e água pelos rins, o que tende a reduzir a pressão arterial.

Causas

A hipertensão arterial pode ser:


• Primária;
• Secundária.

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Hipertensão primária

A hipertensão arterial sem causa conhecida (anteriormente chamada essencial) é chamada


hipertensão primária. Entre 85% e 95% das pessoas com hipertensão arterial têm hipertensão
primária. Várias alterações no coração e nos vasos sanguíneos provavelmente se associam para
aumentar a pressão arterial. Por exemplo, a quantidade de sangue bombeado por minuto (débito
cardíaco) pode estar aumentada e a resistência ao fluxo de sangue também pode estar aumentada,
pois os vasos sanguíneos sofrem constrição. O volume de sangue pode estar aumentado também. As
razões para tais alterações não são totalmente conhecidas, mas parecem envolver uma anormalidade
hereditária que afeta a constrição das arteríolas, o que ajuda a controlar a pressão arterial. Outras
alterações podem contribuir para o aumento da pressão arterial, incluindo a acumulação de
quantidades excessivas de sódio dentro das células e a redução da produção de substâncias que
dilatam as arteríolas.

Hipertensão secundária

A hipertensão arterial com causa conhecida é chamada de hipertensão secundária. Entre 5%


e 15% das pessoas com hipertensão arterial têm hipertensão secundária.
Em muitas dessas pessoas, a hipertensão arterial deriva de uma doença renal.
Muitos distúrbios renais podem causar hipertensão arterial, pois os rins são importantes no
seu controle. Por exemplo, lesões renais resultantes de inflamação ou outros distúrbios podem
prejudicar sua capacidade de remover sódio e água suficiente do corpo, aumentando o volume de
sangue e a pressão arterial. Outras doenças renais que provocam hipertensão arterial incluem
estenose da artéria renal (estreitamento da artéria que irriga um dos rins) que pode ser decorrente
de aterosclerose, infecção renal (pielonefrite), glomerulonefrite, tumores renais, doença do rim
policístico, lesão em um rim e radioterapia que afete o rim.
Em algumas pessoas, a hipertensão secundária é causada por outro distúrbio, como:
• Distúrbios hormonais;
• Uso de certos medicamentos.
Entre os distúrbios hormonais que causam hipertensão arterial estão o hiperaldosteronismo
(excesso de produção de aldosterona, muitas vezes devido a um tumor benigno em uma das glândulas
adrenais), síndrome de Cushing (doença caracterizada por altos níveis de cortisol), hipertireoidismo
(glândula tireoide hiperativa) e, raramente, feocromocitoma (tumor em uma glândula adrenal que
produz os hormônios epinefrina e norepinefrina).

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Entre as substâncias, drogas e medicamentos que podem causar ou agravar a hipertensão
arterial incluem-se álcool (uso excessivo), cocaína, corticosteroides, anti-inflamatórios não
esteroides (AINES), contraceptivos orais (pílulas anticoncepcionais) e simpatomiméticos (certos
descongestionantes, como pseudoefenedrina e fenilefrina, presentes em antigripais).
A arteriosclerose interfere no controle da pressão arterial pelo organismo, aumentando o risco
de hipertensão arterial. Na arteriosclerose, as artérias tornam-se rígidas, impedindo a sua dilatação,
o que de outro modo faria com que a pressão arterial retornasse a níveis normais.
Outros distúrbios que podem causar hipertensão arterial incluem coartação da aorta, pré-
eclâmpsia, porfiria intermitente aguda e envenenamento por chumbo de natureza aguda.

Fatores agravantes

A obesidade, o sedentarismo, o estresse, o tabagismo e quantidades excessivas de álcool ou


sódio na dieta podem desempenhar um papel no desenvolvimento da hipertensão arterial em pessoas
que têm uma tendência hereditária para desenvolvê-la. Além disso, a apneia do sono pode contribuir
para a hipertensão arterial existente ou agravá-la.
O estresse tende a causar aumento da pressão arterial temporariamente, mas a pressão arterial
geralmente retorna ao normal assim que o estresse termina. Um exemplo é a “hipertensão do avental
branco”, em que o estresse de visitar um consultório médico faz com que a pressão arterial aumente
o suficiente para ser diagnosticada como hipertensão arterial em alguém que tem pressão arterial
normal em outros momentos. Pessoas com “hipertensão do avental branco” parecem ter um risco
ligeiramente maior de desenvolverem hipertensão arterial permanente, mas é improvável que
precisem de tratamento, a menos que sua pressão arterial esteja muito elevada no consultório.

Sintomas

Na maioria das pessoas, a hipertensão arterial não causa sintomas, apesar da ocorrência
concomitante de determinados sintomas que são amplas, porém erroneamente, atribuídos à
hipertensão arterial: dores de cabeça, sangramento nasal, tontura, rubor facial e fadiga. Pessoas com
hipertensão arterial podem apresentar esses sintomas, mas tais sintomas ocorrem com a mesma
frequência em pessoas com pressão arterial normal.
A hipertensão arterial grave ou de longa duração não tratada pode causar sintomas, pois pode lesionar
o cérebro, olhos, coração e rins. Os sintomas incluem dor de cabeça, fadiga, náusea, vômito, falta de
ar e inquietação. Ocasionalmente, a hipertensão arterial grave faz com que o cérebro inche,

26
resultando em náusea, vômito, piora de dor de cabeça, sonolência, confusão, convulsões, sonolência
e até mesmo coma. Esse quadro clínico é chamado encefalopatia hipertensiva.
A hipertensão arterial grave aumenta a carga de trabalho do coração e pode causar dor
torácica e/ou falta de ar. Às vezes, a pressão arterial muito alta faz com que a grande artéria que
transporta o sangue oriundo do coração (a aorta) se rompa, causando dor torácica ou abdominal. As
pessoas que têm esses sintomas estão em emergência hipertensiva e, portanto, requerem tratamento
de emergência.
Se a hipertensão arterial for devida a um feocromocitoma, os sintomas podem incluir dor de
cabeça intensa, ansiedade, sensação de frequência cardíaca rápida ou irregular (palpitações),
transpiração excessiva, tremores e palidez. Esses sintomas são decorrentes de altos níveis dos
hormônios epinefrina e norepinefrina, que são secretados pelo feocromocitoma.

Complicações da hipertensão arterial

A hipertensão arterial de longa duração pode danificar o coração e os vasos sanguíneos e


aumenta o risco de:
• Ataque cardíaco;
• Insuficiência cardíaca;
• Acidente vascular cerebral;
• Demência vascular;
• Insuficiência renal.
Se a hipertensão arterial for prolongada, o coração aumenta de tamanho e suas paredes ficam
mais espessas, pois ele tem que trabalhar com mais força para bombear sangue. As paredes espessas
são mais rígidas do que o normal. Consequentemente, câmaras do coração não expandem
normalmente e se enchem de sangue com menos eficiência, aumentando a carga de trabalho do
coração. Essas alterações no coração podem resultar em ritmos cardíacos anormais ou insuficiência
cardíaca.
A hipertensão arterial provoca o espessamento das paredes dos vasos sanguíneos e também
os torna mais propensos a desenvolverem enrijecimento das artérias (aterosclerose). Pessoas com
espessamento das paredes dos vasos sanguíneos e aterosclerose correm mais risco de acidente
vascular cerebral, ataque cardíaco, demência vascular e insuficiência renal. Acidente vascular
cerebral e ataque cardíaco estão incluídos na categoria de doença cardiovascular aterosclerótica
(DCVA).

27
Medição da pressão arterial

Para as leituras mais precisas, aquelas que são usadas para diagnosticar uma pessoa com
pressão arterial alta em oposição a uma verificação casual, a pressão arterial deve ser medida
seguindo-se um procedimento específico. A pressão arterial é medida após uma pessoa ficar sentada
durante cinco minutos. A pessoa não deve ter praticado exercícios, tomado cafeína ou fumado
durante ao menos trinta minutos antes da medição. Uma leitura de 130/80 mm Hg ou superior é
considerada alta, mas o diagnóstico não pode ser baseado em uma única leitura.
Às vezes, mesmo várias leituras altas não são suficientes para fazer o diagnóstico, pois as
leituras podem variar muito. Se uma pessoa tiver uma leitura inicial alta, a pressão arterial é medida
novamente durante a mesma visita e, em seguida, é medida duas vezes em, pelo menos, outros dois
dias para comprovar que a hipertensão arterial persiste.

O diagnóstico da causa

Quanto maior for a pressão arterial e mais jovem a pessoa, mais extensa deverá ser a busca
por uma causa e esta pode ser identificada em menos de 10% das pessoas. Uma avaliação mais
extensa pode incluir radiografias, ultrassonografia e cintilografia dos rins e de seu suprimento de
sangue, bem como uma radiografia de tórax. Exames de sangue e urina são feitos para medir os
níveis de certos hormônios, como a epinefrina, aldosterona e cortisol.
A causa pode ser sugerida por resultados anormais de um exame físico ou pelos sintomas.
Por exemplo, um sopro na artéria que irriga um rim pode sugerir estenose da artéria renal
(estreitamento da artéria que fornece sangue a um rim). Várias combinações de sintomas podem
sugerir altos níveis dos hormônios epinefrina e norepinefrina produzidos por um feocromocitoma.
A presença de um feocromocitoma é confirmada quando os produtos de degradação desses
hormônios são detectados na urina. Outras causas raras de hipertensão arterial podem ser detectadas
por alguns exames de rotina. Por exemplo, a medição do nível de potássio no sangue pode ajudar a
detectar hiperaldosteronismo.

Tratamento

Basicamente são dois tipos de tratamento recomendado:


• Dieta e exercícios;
• Medicamentos para reduzir a pressão arterial.

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A hipertensão primária não pode ser curada, mas pode ser controlada para que sejam evitadas
complicações. Toda pessoa com pressão arterial elevada ou com hipertensão em qualquer estágio
deve mudar seu estilo de vida. A decisão de prescrever medicamentos depende do nível real da
pressão arterial e de a pessoa ter doença cardiovascular aterosclerótica (DCVA) ou mais de 10% de
risco de desenvolvê-la nos próximos dez anos.

Medição da pressão arterial em casa

Os médicos geralmente recomendam que as pessoas com hipertensão arterial monitorem sua
própria pressão arterial em casa. O automonitoramento provavelmente ajuda a motivar as pessoas a
seguirem as recomendações médicas a respeito do tratamento.

Figura 1: Medindo a pressão arterial em casa.

Objetivos do tratamento

O objetivo da terapia anti-hipertensiva é reduzir a pressão arterial para que fique abaixo de
130/80 mm Hg na maioria das pessoas. Entretanto, se a diminuição da pressão arterial para menos
de 130/80 mm Hg causar problemas para a pessoa, como desmaio, vertigem, perda de memória ou
tontura, os médicos podem recomendar uma meta de pressão arterial mais alta, mas não superior a
140/90. Para algumas pessoas, por exemplo, as que correm alto risco de doença cardíaca, pode ser
adequada uma meta sistólica menor.

Alterações no estilo de vida

Pessoas obesas com hipertensão arterial são aconselhadas a perderem peso. Perder apenas 4,5
kg pode reduzir a pressão arterial. Para as pessoas que são obesas ou que têm diabetes ou níveis
elevados de colesterol, alterações na dieta (ou seja, uma dieta rica em frutas, legumes e latic ínios

29
com baixo teor de gordura, com teor reduzido de gordura saturada e gordura total) são importantes
para reduzir o risco de doenças do coração e dos vasos sanguíneos.

OBSERVAÇÕES:
Os fumantes devem parar de fumar.

A redução da ingestão de álcool e de sódio (mantendo-se, ao mesmo tempo, uma ingestão


adequada de cálcio, magnésio e potássio) pode tornar a terapia medicamentosa para a hipertensão
arterial desnecessária. O consumo diário de álcool deve ser reduzido para não mais de duas doses
(um total diário de aproximadamente um litro de cerveja, 240 mililitros de vinho ou 60 mililitros de
uísque ou outro destilado) para homens e uma dose para mulheres. O consumo diário de sódio deve
ser reduzido para menos de 2,5 gramas ou de cloreto de sódio (sal) para 6 gramas.
Praticar exercícios aeróbicos moderados é útil. Pessoas com hipertensão primária não
precisam restringir sua atividade física, desde que a sua pressão arterial seja controlada. A prática
regular de exercícios ajuda a reduzir a pressão arterial e o peso e melhora o funcionamento do
coração e a saúde em geral.

Terapia medicamentosa

Os medicamentos que são utilizados no tratamento de hipertensão arterial são chamados anti-
hipertensivos. Com a grande variedade de anti-hipertensivos disponíveis, a hipertensão arterial pode
ser controlada em quase qualquer pessoa, mas, o tratamento tem de ser adaptado ao indivíduo. O
tratamento é mais eficaz quando a pessoa e o médico se comunicam bem e colaboram com o
programa de tratamento.
Diferentes tipos de anti-hipertensivos reduzem a pressão arterial através de diferentes
mecanismos, assim, há várias estratégias de tratamento possíveis. Para algumas pessoas, os médicos
usam uma abordagem em etapas com respeito ao tratamento medicamentoso: Eles começam com
um tipo de anti-hipertensivo e acrescentam outros, se necessário. Para outras pessoas, os médicos
acreditam que uma abordagem sequencial é preferível: eles prescrevem um anti-hipertensivo e, se
este for ineficaz, eles o interrompem e prescrevem outro tipo. Para as pessoas com pressão arterial
igual ou acima de 140/90 mm Hg, normalmente são iniciados dois medicamentos ao mesmo tempo.
Na escolha de um anti-hipertensivo, os médicos consideram fatores como:
• A idade, o sexo e o grupo étnico da pessoa;
• A gravidade da hipertensão arterial;

30
• A presença de outros quadros clínicos, como diabetes ou níveis elevados de colesterol no
sangue;
• Os possíveis efeitos colaterais, que variam de medicamento para medicamento;
• Os custos dos medicamentos e dos testes necessários para verificar a existência de certos
efeitos colaterais.
A maioria das pessoas (mais de 74%) requer dois ou mais medicamentos para alcançar seu
objetivo de pressão arterial. A maioria das pessoas tolera os medicamentos anti-hipertensivos
prescritos sem problemas. No entanto, qualquer medicamento anti-hipertensivo pode causar efeitos
colaterais. Então, caso se desenvolvam efeitos colaterais, a pessoa deve dizer ao médico que pode
ajustar a dose ou substituir o medicamento por outro. Normalmente, um medicamento anti-
hipertensivo deve ser tomado indefinidamente para controlar a pressão arterial.

Tratamento de hipertensão secundária

A causa da hipertensão arterial é tratada, se possível. O tratamento de doença renal pode, às


vezes, normalizar a pressão arterial ou, pelo menos, reduzi-la, de modo que a terapia anti-
hipertensiva se torna mais eficaz. Uma artéria estreitada que alimenta o rim pode ser alargada através
da inserção de um cateter com balão na ponta e inflação do balão (angioplastia). Ou a parte estreitada
da artéria que alimenta o rim pode ser contornada. Muitas vezes, esse tipo de cirurgia cura a
hipertensão arterial. Os tumores que causam hipertensão arterial, como o feocromocitoma,
geralmente podem ser removidos cirurgicamente.

CURIOSIDADES!
Na Europa, se as pessoas ainda apresentarem hipertensão arterial apesar do uso de três
medicamentos diferentes, os médicos às vezes inserem um cateter na artéria que leva a cada um dos
rins. O cateter produz ondas de rádio que destroem os nervos simpáticos ao longo das artérias renais.
Os primeiros estudos sobre este procedimento pareceram mostrar que ele reduziu a pressão arterial.
Entretanto, um estudo muito maior e mais completo não mostrou que o procedimento funcionou.
Este tratamento não está disponível nos EUA.
Outro tratamento para pressão arterial elevada é chamado terapia de marca-passo. Um
eletrodo é implantado no pescoço onde estimula certas terminações nervosas que ajudam a regular a
pressão arterial. Este tratamento, embora eficaz, está disponível na Europa e no Canadá, mas não
nos EUA.

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Tratamento de urgências e emergências hipertensivas

Em emergências hipertensivas, a pressão arterial deve ser reduzida rapidamente. Emergências


hipertensivas são tratadas em unidades de terapia intensiva hospitalares. A maioria dos
medicamentos utilizados para reduzir a pressão arterial rapidamente, como fenoldopam,
nitroprussiato, nicardipino ou labetalol, é administrada por via intravenosa.

Prognóstico

A hipertensão arterial não tratada aumenta o risco de uma pessoa desenvolver doenças
cardíacas (como insuficiência cardíaca, ataque cardíaco ou morte cardíaca súbita), insuficiência renal
ou acidente vascular cerebral em uma idade precoce. A hipertensão arterial é o fator de risco mais
importante para acidente vascular cerebral. É também um dos três fatores de risco mais importantes
para ataque cardíaco que uma pessoa pode modificar (os outros dois são fumar e níveis elevados de
colesterol no sangue).
O tratamento que reduz a hipertensão arterial diminui muito o risco de acidente vascular
cerebral e insuficiência cardíaca. Esse tratamento também pode reduzir o risco de um ataque
cardíaco, embora não tão drasticamente.

Diabetes Mellitus

O diabetes mellitus é uma doença metabólica que ocorre quando o organismo se torna incapaz
de produzir insulina ou até produz, mas em quantidade insuficiente para suprir a demanda interna. Há
também casos de diabetes caracterizados pela dificuldade do corpo em utilizar adequadamente a
insulina produzida.
A insulina é um hormônio produzido no pâncreas e responsável pela digestão dos açúcares
ingeridos nas refeições. Graças a esse processo o alimento se transforma em energia, fundamental para
manter as funções do organismo – seja de forma imediata ou para uma reserva futura, por meio do
acúmulo dessa energia no interior das células.
Existem diferentes tipos de diabetes mellitus, sendo o diabetes mellitus do tipo 2 o mais
comum, que atinge 90% de todas as pessoas com diabetes. Alguns tipos de diabetes, como o diabetes
mellitus tipo 1, têm origem predominantemente genética e hereditária. Já o desenvolvimento do
diabetes tipo 2, por exemplo, é profundamente influenciado por hábitos de vida, como alimentação
rica em açúcares e gorduras e sedentarismo.

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Embora o diabetes mellitus seja uma das doenças mais incidentes em todo o mundo – atingindo
cerca de 387 milhões de pessoas globalmente e 11,6 milhões de brasileiros– ainda há grande
necessidade de reforçar a possibilidade de prevenção do diabetes, bem como a importância do
diagnóstico precoce e da adesão ao tratamento.
O diabetes mellitus é popularmente chamado de “doença silenciosa”, pois muitas vezes os
pacientes passam anos sem apresentar ou notar os sintomas da doença. Infelizmente, isso leva ao
diagnóstico tardio, quando o diabetes já está em fase avançada, muitas vezes com consequências
irreversíveis.
Embora seja uma doença crônica (que demanda cuidados por toda a vida) e ainda sem cura,
hoje em dia já é possível viver plenamente com diabetes mellitus. Para isso, no entanto, é
imprescindível que os pacientes implementem mudanças no estilo de vida e tenham disciplina para
seguir o tratamento conforme prescrito pelo médico.
A adesão ao tratamento é hoje um dos grandes desafios relacionados ao controle adequado
do diabetes mellitus. Isso porque, mudar hábitos de alimentação e incorporara atividades físicas
periódicas (o recomendado são 30 minutos, 5 vezes por semana) exige comprometimento dos
pacientes, acompanhamento profissional e apoio da família. Acesso à informação de qualidade e
entendimento sobre o diabetes mellitus, seus riscos e consequências são também fundamentais.

O diabetes mellitus tipo 2

Apesar de o diabetes mellitus tipo 2 poder ser prevenido ou ter seu aparecimento retardado por
meio de mudanças no estilo de vida, este é o tipo mais comum da doença, que atinge cerca de 90% do
total de pacientes com diabetes.
Sabe-se que fatores hereditários e genéticos são determinantes para o desenvolvimento do
diabetes mellitus tipo 2, mas hábitos de vida que incluem alimentação rica em gorduras e açúcares,
além da falta de atividades físicas regulares, têm grande contribuição para o aparecimento e/ou falta
de controle adequado da doença.
No passado, o diabetes mellitus tipo 2 estava associado ao envelhecimento, já que a maioria
dos pacientes era diagnosticada a partir dos 45 anos. Nas últimas décadas, porém, em função do
sedentarismo e do aumento da obesidade infantil a doença tem sido diagnosticada cada vez mais cedo,
em pessoas abaixo dos 30 anos e até em crianças e adolescentes. A chamada “epidemia de diabetes” é
uma das maiores preocupações de saúde em todo o mundo, colocando os sistemas de saúde sob alerta.

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O diabetes mellitus tipo 2 ocorre quando o corpo não produz insulina suficiente para
metabolizar a glicose ou tem dificuldade de usar a insulina de forma adequada, elevando a glicemia
(taxa de glicose no sangue).
Se o diabetes não for diagnosticado e tratado corretamente, sua evolução pode causar:
• Danos cardíacos, aumentando a probabilidade de infarto agudo do miocárdio, acidente
vascular cerebral e arritmias cardíacas graves, podendo levar a parada cardiorrespiratória;
• Danos ao sistema nervoso central como neuropatia diabética, uma inflamação dos nervos das
extremidades;
• Danos aos rins, com risco de insuficiência renal e até a necessidade de transplante;
• Problemas circulatórios, especialmente nos membros inferiores (pés e pernas), podendo levar
a amputações;
• Disfunção erétil e perda da libido (desejo sexual);
• Comprometimento da visão, com o rompimento dos vasos sanguíneos dos olhos, podendo
causar retinopatia diabética, edema macular diabético e até mesmo cegueira.

Outros tipos de diabetes mellitus

Além do diabetes mellitus tipo 2, existem outros tipos de diabetes. Cada tipo é classificado de
acordo com suas causas ou a forma com que a doença se apresenta.
Entre os tipos, estão:
• Pré-diabetes: estágio em que o paciente já possui uma glicemia elevada (entre 100 a 125
mg/dl) e pode apresentar alguns sintomas, como dificuldades de ereção, problemas
circulatórios e renais e problemas de memória, mas ainda não atingiu a faixa da glicemia que
caracteriza o diabetes (acima dos 126 mg/dl). Nessa condição, o paciente pode evitar a
progressão para o diabetes mellitus tipo 2 adotando uma dieta correta, a prática de exercícios e
principalmente perdendo peso. O acúmulo de gordura, principalmente abdominal, é um dos
sinais de aumento da resistência à insulina (obrigando o pâncreas a produzir mais hormônio).
Os pré-diabéticos que não se cuidam desenvolvem o diabetes tipo 2 com o passar dos anos. Por
isso é importante um monitoramento frequente da glicose no sangue, por meio de um exame
específico, tratamento medicamentoso e mudança dos padrões de alimentação e sedentarismo.
• Diabetes mellitus tipo 1: hereditariedade e genética o determinam. É normalmente
diagnosticado em crianças, adolescentes e jovens adultos, pois de fato se desenvolve mais cedo.
Como é uma doença autoimune – o próprio organismo ataca as células saudáveis do pâncreas
responsáveis pela produção de insulina – o paciente se torna dependente da insulina e

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geralmente aprende a fazer a autoaplicação do medicamento, ou conta com o apoio de um
familiar para administrar o tratamento. Apesar de estar ligado a fatores genéticos, gatilhos
externos como stress, ansiedade, acidentes ou outras doenças que afetem o sistema hormonal
podem desencadear o início da destruição das células beta.
• Diabetes gestacional: é um risco pontual em mulheres grávidas, quando hormônios
produzidos pela placenta e outros fatores relacionados à gravidez aumentam a resistência dos
tecidos à ação da insulina. Para que o diabetes possa ser considerado gestacional, é preciso que
a mulher grávida não tenha apresentado altos níveis de glicose no sangue em outras fases da
vida, antes da gravidez. Assim como no diabetes tipo 2, o excesso de peso antes ou adquirido
durante a gravidez pode aumentar os riscos do aparecimento do diabetes gestacional. Assim
como os demais tipos da doença, o diabetes gestacional precisa ser acompanhado e
devidamente tratado, para diminuir os riscos à saúde da futura mamãe e do bebê. Na maioria
dos casos, o diabetes naturalmente desaparece após o parto.

Problemas Cardíacos

O que é doença cardíaca

Doença cardíaca é um termo geral para designar diversas condições médicas crônicas ou
agudam que afetam um ou mais componentes do coração.
Entre os pulmões existe uma cavidade conhecida como mediastino. Este é o lugar onde o
coração está posicionado – partindo do centro do corpo humano, dois terços para a esquerda. O coração
é um órgão muscular do tamanho de um punho, que bombeia o sangue através da rede de artérias e
veias e chamado sistema cardiovascular.
O coração tem quatro câmaras:
• Átrio direito: recebe o sangue das veias e bombeia para o ventrículo direito.
• Ventrículo direito: recebe o sangue do átrio direito e bombeia para os pulmões, onde ele é
carregado com oxigênio.
• Átrio esquerdo: recebe sangue oxigenado dos pulmões e bombeia para o ventrículo
esquerdo.
• Ventrículo esquerdo: bombeia o sangue oxigenado para o resto do corpo. As contrações do
ventrículo esquerdo criam a nossa pressão arterial.
As artérias coronárias correm ao longo da superfície do coração e fornecem sangue rico em
oxigênio ao músculo cardíaco. Uma teia de tecido nervoso também atravessa o coração, conduzindo

35
os sinais neurológicos complexos que regem a contração e relaxamento. Essa teia que envolve o
coração é um saco chamado pericárdio.
A doença cardíaca ocorre quando uma dessas estruturas não está funcionando corretamente.
Vejamos algumas doenças cardíacas comuns:
• Angina instável e estável;
• Arritmia cardíaca;
• Artrose;
• Aterosclerose (doença cardíaca coronária);
• Arterioesclerose;
• Cardiomiopatia;
• Cardiopatia congênita;
• Doença arterial periférica;
• Endocardite;
• Estenose mitral;
• Estenose pulmonar;
• Fibrilação atrial;
• Hipertensão;
• Hipotensão;
• Infarto;
• Insuficiência cardíaca;
• Pericardite;
• Prolapso da válvula mitral;
• Sopro no coração;
• Taquicardia Ventricular;
• Tumor cardíaco.

Exames

Alguns exames podem ser feitos para diagnosticar ou acompanhar doenças cardíacas.
Vejamos:
• Eletrocardiograma;
• Ecocardiograma;
• Teste ergométrico;

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• Cateterismo cardíaco;
• Holter 24 horas;
• Monitor cardíaco portátil.

Medicamentos para Doença cardíaca

Os medicamentos mais usados para o tratamento de algumas doenças cardíacas são:


• Atorvastatina Cálcica
• Lipitor
• Sinvastatina
Somente um médico pode dizer qual o medicamento mais indicado para o seu caso, bem como
a dosagem correta e a duração do tratamento. Siga sempre à risca as orientações do seu médico e
NUNCA se automedique. Não interrompa o uso do medicamento sem consultar um médico antes e, se
tomá-lo mais de uma vez ou em quantidades muito maiores do que a prescrita, siga as instruções na
bula.

Prevenção

Maneire no sal

O uso excessivo de sal levará a um aumento do sódio na pressão sanguínea, que vai reter o
líquido presente no sangue, aumentando a produção de líquido pelo organismo e consequentemente
elevando a pressão arterial. A hipertensão é responsável por males como infartos e Acidente Vascular
Cerebral (AVC). Segundo o especialista, o brasileiro come aproximadamente o dobro do que deveria
de sal, alimento que é principal fonte de sódio - sendo por isso um dos maiores vilões da pressão alta.
Em geral, a quantidade é alta porque as pessoas não dispensam apelar para o saleiro durante as
refeições. Por conta disso a recomendação é acrescentar apenas três gramas de sal às nossas refeições
por dia. Uma colher rasa de café tem aproximadamente um grama de sal, podendo ser usada como
medida - duas colheres no almoço e uma no jantar, por exemplo. Para reduzir o consumo de sal, opte
por temperos naturais nas refeições, como ervas e azeite de oliva.

Dieta mediterrânea

A dieta típica da região banhada pelo Mar Mediterrâneo, ela é conhecida por seus benefícios
ao coração. Os principais participantes dos pratos são as gorduras protetoras, que agem contra o

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desenvolvimento de doenças cardiovasculares. Ela aumenta o nível de colesterol bom (HDL) e
diminuir as taxas do colesterol ruim (LDL) do sangue, além de evitar a obstrução das artérias. Dentre
as principais características dessa dieta, estão o baixo consumo de carne vermelha, a ingestão de frutas,
cereais e nozes, o alto consumo de peixes, o consumo moderado de vinho e o azeite de oliva como
fonte de gordura saudável. Além disso, os peixes contêm ômega 3, reconhecido como um nutriente
cardioprotetor, isto é, beneficia a saúde cardiovascular.

Invista dos fitoesterois

Os fitoesterois são substâncias funcionais, e estudos recentes têm indicado a importância dessa
substância para quem quer controlar as taxas de colesterol no organismo. O colesterol e os fitoesterois
tem como semelhança sua estrutura química. Quando chegam ao intestino, eles competem um com
outro para ver qual será absorvido e, por consequência, menos colesterol entra no sangue. Além disto,
o fitoesterol altera a solubilidade do colesterol no intestino, fator que também diminui sua absorção.
A ingestão de 1,6 a 2 g/dia de fitoesterois pode reduzir a colesterolemia (nível de colesterol no sangue)
em cerca de 10 a 15%, quando associados a hábitos de vida saudáveis. Boas fontes de fitoesterois são
os óleos vegetais crus, nozes, feijão, legumes, verduras e alimentos enriquecidos, como o creme
vegetal.

Combata o estresse

O colesterol alto, que causa a hipertensão e obstrui as artérias do coração, é um dos efeitos do
excesso de estresse. A ansiedade aumenta a liberação de cortisol no organismo, hormônio que faz
crescer a concentração de glicose no sangue, desencadeando problemas como diabetes, altos níveis de
triglicérides e descontrole de colesterol. Cada vez que você fica ansioso, a quantidade de radicais livres
que passam a circular no seu organismo aumenta. Com a ansiedade, a presença dos radicais livres no
organismo aumenta, podendo gerar o agravamento de problemas cardíacos. Isso porque eles interagem
com o colesterol em excesso no organismo, formando placas nas paredes dos vasos sanguíneos, além
de piorar certas doenças inflamatórias e causar envelhecimento.

Pratique atividades físicas

Quando fazemos exercícios regularmente, o coração trabalha com mais eficiência e sem ter que
fazer tanto esforço. O sangue flui melhor e as artérias e vasos ficam mais flexíveis e saudáveis. Tudo
isso previne o risco de doenças cardiovasculares, como infarto, colesterol alto, AVC e hipertensão.

38
Enquanto uma pessoa sedentária tem de 80 a 100 batimentos por minuto, uma pessoa condicionada
está entre 60 e 70 batimentos por minuto. Segundo a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e
Metabologia essa diferença diminui em 40% o risco de doenças cardiovasculares. Para favorecer o
sistema cardiovascular, os exercícios precisam elevar a frequência cardíaca. É o caso da caminhada,
da bicicleta, da natação, corrida, aulas de step e jump.

Fique de olho no histórico familiar

O histórico familiar é sim um fator de risco importante para doenças cardiovasculares -


entretanto, com o acompanhamento médico adequado e adoção de hábitos saudáveis, é possível
prevenir o quadro. Verificar a incidência de doenças que afetam o coração em outros membros da
família pode ajudar a pessoa a manter os bons hábitos desde cedo, se prevenindo contra uma doença
que muitas vezes não apresenta nenhum sintoma. Por isso, se você tem um parente com colesterol alto
ou hipertensão, ou então é filho de uma pessoa que sofreu um infarto ou AVC, procure um médico
para fazer exames - como ecocardiograma, contagem de colesterol, pressão arterial - e mude seus
hábitos, como manter uma alimentação equilibrada e praticar exercícios, antes que o problema agrave.

Não fume

O tabagismo aumenta a frequência cardíaca, contrai as artérias e pode causar graves


irregularidades nos batimentos cardíacos, aumentando a carga de trabalho do coração. Fumar também
aumenta a pressão sanguínea, o que eleva o risco de AVC em pessoas com hipertensão. O cigarro
agride as paredes vasculares, aumentando as chances de aterosclerose (doença que leva a formação de
placas na parede das artérias), entre outros malefícios. O cigarro também reduz o bom colesterol e
contribui para o acúmulo de placas de gordura nas artérias, danificando as paredes dos vasos
sanguíneos.

Mantenha o peso ideal

A obesidade pode aumentar em 60% o risco de uma pessoa morrer por doenças relacionadas
ao coração, segundo dados da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome
Metabólica (ABESO). Isso porque a obesidade causa uma série de alterações no metabolismo e
favorece doenças como hipertensão, colesterol alto e diabetes, todas ameaças para a saúde do coração.

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Cuide da higiene bucal

A falta de higiene bucal favorece o acúmulo de micro-organismos na região, levando ao


aparecimento da cárie e outros problemas na gengiva (periodontite e gengivite), bochechas, língua,
palato e toda mucosa oral. Esses organismos podem atingir áreas mais profundas da mucosa oral e
atingir os vasos sanguíneos, infectando os tecidos do coração. Dessa forma, é importante manter a
escovação dos dentes e língua com fio dental após as refeições, além das visitas regulares ao dentista.

Descrição de algumas das doenças mais comuns do coração

O modo de vida moderno nos levou ao sedentarismo, à má alimentação e a hábitos nada


saudáveis, como o consumo de álcool e fumo em excesso. Com isso, também cresceu a incidência de
doenças do coração. Esse órgão é o responsável por fazer o sangue circular pelo corpo, levando os
nutrientes necessários para o funcionamento de órgãos e células. Quando não funciona direito, pode
prejudicar a saúde do organismo como um todo, causando mal-estar e podendo levar até a morte.
Assim, é fundamental cuidar bem da saúde cardíaca. E o primeiro passo para isso é se mantendo bem
informado.

Arteriosclerose

A Arterioesclerose é caracterizada pelo endurecimento e estreitamento das artérias que levam


oxigênio e nutrientes do coração para o resto do corpo. Isso acontece pelo acúmulo de gordura
saturada, colesterol e outras substâncias. Assim o fluxo de sangue fica prejudicado, provocando dores
no peito, fadiga e fraqueza muscular, além de outros sintomas.
Essa doença do coração é mais associada ao envelhecimento, uma vez que a gordura acumula
progressivamente. Fatores como histórico familiar, colesterol alto, hipertensão e diabetes podem
influenciar bastante.

Angina

A angina é caracterizada por uma forte dor no peito sempre que se exige mais do coração —
esforços físicos, emoções fortes ou baixas temperaturas. Quando dura pouco e cessa rapidamente, é
chamada de estável. Já quando é menos intensa, mas persistente, é conhecida como instável.

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Ambas podem ser uma consequência da arteriosclerose ou de anemias, diabetes, colesterol alto,
além de fatores genéticos e o sedentarismo. A angina é uma das doenças do coração que podem indicar
a presença de outros problemas cardíacos mais graves e, por isso, deve ser tratada com atenção.

Infarto

O infarto é uma das doenças do coração mais comuns e fatais. Trata-se de um ataque cardíaco,
no qual o fluxo de sangue no músculo cardíaco (miocárdio) é interrompido por um período prolongado,
danificando-o ou causando a morte do tecido.
Esse problema acontece quando uma artéria coronária (que leva sangue ao coração) é
bloqueada por uma placa de gordura ou coágulo, ficando obstruídas. Ou seja, pode ser uma
consequência direta da arteriosclerose, sendo também influenciada por outros fatores, como colesterol
alto, tabagismo, obesidade, alcoolismo e propensão genética.

Insuficiência cardíaca

Trata-se de uma das doenças do coração mais comuns e mais graves, uma vez que o coração
não consegue bombear o sangue rico em oxigênio de maneira suficiente para o organismo. Com o
tempo, surgem sintomas como dificuldade para respirar, fadiga, fraqueza, inchaços, palpitações, entre
outros.
A causa mais comum para a insuficiência cardíaca no Brasil é a Doença Arterial Coronariana
(DAC), que provoca o estreitamento dos vasos sanguíneos. Outros fatores de risco estão associados
aos maus hábitos, infecções e outros problemas de saúde, como apneia do sono, diabetes e infarto. Nos
casos mais graves, pode ser necessário realizar um transplante de coração.

Arritmia

Consiste em uma sensação de batimentos cardíacos acelerados, mesmo que eles estejam
anormais ou não. A pessoa sente desconforto, mal-estar, fadiga, palpitações e até dificuldade para
respirar. Em casos extremos, pode haver perda da consciência.
Não se trata de um problema grave, sendo provocado, principalmente por condições genéticas,
estresse, ansiedade e outras doenças do coração, como prolapso da válvula atrioventricular. No entanto,
pode representar um sintoma de algo mais perigoso ou levar a uma complicação.

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Cardiomiopatia

É uma condição em que o músculo cardíaco fica inchado e inflamado, tornando-se fraco. Dessa
forma, o coração não consegue bombear o sangue para o corpo normalmente, levando a uma
insuficiência cardíaca. Por isso, os sintomas são bem parecidos com o dessa doença, com fadiga,
inchaço e fraqueza e, em último caso, também pode ser necessário fazer um transplante.
As causas para a cardiomiopatia ainda são desconhecidas, apesar de acreditar-se que fatores
genéticos, maus hábitos e outras doenças cardíacas possam influenciar. De qualquer forma, existe
tratamento medicamentoso para controlar a doença, além de formas reconhecidas de prevenção, com
a adoção de um estilo de vida mais saudável.

Doença arterial periférica

A doença arterial periférica é uma condição que afeta as artérias que levam sangue para os
membros inferiores — pernas e pés. As artérias ficam mais estreitas e endurecidas, dificultando a
chegada de sangue até essas regiões periféricas. Consequentemente, podem surgir dores, inchaços,
feridas que não cicatrizam, entre outros sintomas. Os homens podem até ter disfunção erétil.
A principal causa para essa doença cardíaca é a aterosclerose, a formação de placas de gordura,
cálcio ou outras substâncias nas artérias. Outros fatores, como o tabagismo e o colesterol alto podem
contribuir.
Por isso mesmo, para tratar a doença arterial periférica, deve-se cuidar das ocorrências de
aterosclerose pelo organismo e evitar que novos se formem. Pois a progressão dos dois problemas
pode levar ao infarto, a formação de edemas e ao acidente vascular cerebral, entre outras complicações.

Endocardite

É uma infecção do músculo interno que reveste o coração (endocárdio). Costuma acontecer
pela migração de uma bactéria, fungo ou vírus de outra parte do corpo, como a boca, por meio do
sistema sanguíneo, algo até bem comum de ocorrer. Porém, o tecido só é afetado se já estiver debilitado
por outra doença, como uma insuficiência cardíaca ou imunidade baixa.
Isso pode acontecer, por exemplo, quando uma pessoa escova os dentes e tem feridas na boca,
por meio da contaminação de cateteres e agulhas e até pela existência de infecções em outras partes
do corpo. Dessa forma, é necessário evitar esse tipo de infecção ou ocorrência e cuidar de outros
problemas de saúde.

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Todas essas doenças do coração podem ser tratadas e controladas com diversos tipos
de medicamentos, além da adoção de hábitos saudáveis. Muitas vezes, pode ser recomendada cirurgias
para reparar ou substituir as áreas afetadas. Em último caso, é necessário fazer um transplante de
coração, quando o órgão já está bastante comprometido.
No entanto, o melhor é cuidar bem de si mesmo e consultar um médico regularmente para evitar
que essas doenças do coração se desenvolvam. Assim, mantenha uma alimentação balanceada e pobre
em sal e gorduras, bem como pratique exercícios físicos regularmente, controle o peso, reduza o
estresse, pare de beber e fumar. Com certeza, você terá mais qualidade de vida e longevidade.

Osteoporose

O que é osteoporose?

A osteoporose é uma doença metabólica que acomete o corpo de forma si stêmica, ou


seja, todos os ossos. Ela é caracterizada pela fragilidade dos ossos, que ficam mais
porosos, aumentando assim a chance de fraturas, especialmente em idosos.
Como ocorre em qualquer outro tecido do nosso corpo, o tecido ósseo se renova a
cada instante. Enquanto você está lendo esse texto, por exemplo, dentro do seu corpo está
ocorrendo a produção de tecido ósseo pelos osteoblastos. A parte do tecido que vai ficando
velha é destruída pelos osteoclastos.
Assim, sempre há o equilíbrio entre esses 2 grupos celulares em uma pessoa saudável.
Alguém com osteoporose possui um desequilíbrio entre a síntese e a destruição de tecido
ósseo. Há mais osteoclastos trabalhando e os osteoblastos não conseguem acompanhar a
demanda.

Quais as causas dessa doença?

Diversos são os motivos que levam uma pessoa a ter osteoporose, mas há alguns que
interferem mais.

Deficiência de cálcio

Quem nunca ouviu falar que beber leite deixa os ossos mais fortes? Isso se deve a
grande quantidade de cálcio que esse alimento tem, sendo esse mineral essencial para a

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formação dos ossos. Ele é extremamente importante durante o crescimento já que, nesse
período, a formação óssea é muito acelerada.
O reservatório de cálcio do nosso corpo fica dentro dos ossos e é enviado para outras
partes do corpo diariamente. Mas é necessário manter essas reservas em equilíbrio para não
comprometer a matriz óssea.
Quando não há uma quantidade ideal mínima diária desse nutriente na alimentação
ou quando a absorção do organismo é deficiente, os ossos ficam prejudicados. Assim, não
haverá cálcio suficiente para a formação do esqueleto.

Menopausa e envelhecimento

Essas são as causas principais da osteoporose e não é por acaso que 80% das pessoas
com a doença estão nessas duas classes: idosos ou mulher es na menopausa.
Quanto à idade, precisamos entender que a perda de densidade óssea é um processo
natural do nosso corpo. Assim, a partir dos 35 anos de idade, é normal que percamos parte
da nossa massa óssea e é por isso que precisamos adequar a nossa al imentação ou então
consumir um suplemento de cálcio e vitamina D.
Quando a mulher para de menstruar, o corpo cessa a produção de um hormônio
chamado estrogênio. Ele, quando presente, retarda a perda óssea, pois uma de suas funções
é carregar o cálcio para dentro dos ossos. Na ausência desse hormônio, a densidade mineral
dos ossos é diminuída, o que torna a mulher mais suscetível a fraturas.
Nos homens, a partir do momento que passam a produzir menos testosterona, também
acontece perda óssea, mas de forma menos acentuada.
Há outras doenças associadas que podem causar, como consequência, a osteoporose :
acromegalia, doença celíaca, Síndrome de Cushing e outras.

Quais os principais sinais e sintomas?

Infelizmente, a osteoporose é uma doença silenciosa e, se você não costuma fazer um


check-up todos os anos, quando descobri-la, pode estar já bastante avançada.
Nesse estágio, alguns sinais e sintomas podem aparecer como:
• Dor no pescoço durante a movimentação devido a uma possível fratura nas
vértebras;
• Postura cifótica;

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• Dor na região da coluna lombar;
• Diminuição da estatura devido à perda óssea.

Qual é o tratamento?

Outro ponto negativo da doença é que ela não tem cura, mas pode ser controlada. O
grande problema da doença são as fraturas. Mas a boa notícia é que elas podem evitadas
tomando alguns cuidados e redobrando a atenção.
O tratamento vai depender da causa. Podem ser utilizados medicamentos,
suplementação de cálcio, terapia de reposição de estrogênio e fisioterapia
para fortalecimento muscular.

ATIVIDADE FÍSICA
O que é Atividade Física?

Atividade física é qualquer movimento voluntário produzido pela musculatura que resulte num
gasto de energia acima do nível de repouso.
EXEMPLOS:
Passear com o cachorro, dançar, entre outros.
Podemos acrescentar que é também qualquer esforço muscular pré-determinado, destinado a
executar uma tarefa, seja ela um “piscar dos olhos”, um deslocamento dos pés, e até um movimento
complexo de longa duração em alguma competição esportiva.

Recomendações de Atividades Físicas

A Organização Mundial da Saúde (OMS) (2010), apresenta diferentes recomendações para a


prática de atividade física, de acordo com cada faixa etária.
• Para as crianças e adolescentes com idades compreendidas entre os 5 e os 17 anos as
recomendações passam por, pelo menos, 60 minutos diários de atividade física moderada a
vigorosa. A maioria desta atividade deverá ser aeróbica, no entanto, pelo menos 3 vezes por
semana, deverão ser realizados exercícios que fortaleçam o músculo e o osso.
• As pessoas com idades compreendidas entre os 18 e os 64 anos devem realizar, pelo menos
150 minutos de atividade física aeróbica a uma intensidade moderada ou 75 minutos de
atividade aeróbica a uma intensidade vigorosa. As atividades aeróbicas deverão ser realizadas

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em períodos mínimos de 10 minutos. Exercícios de fortalecimento muscular devem ser
realizados pelo menos 2 vezes por semana.

Importância das Atividades Físicas

A prática de atividade física é, sem dúvida, essencial para aumentarmos nossa qualidade de
vida. Inúmeros estudos demonstram como a prática frequente de atividade física evita doenças e
melhora, até mesmo, nossa disposição para a realização de nossas atividades diárias. A seguir,
listaremos os principais benefícios de se praticar atividades físicas e também os riscos de se ter uma
vida sedentária.

OBSERVAÇÕES:
A importância das atividades físicas vai além da perda de peso, estando relacionada com a
prevenção de doenças, como a hipertensão e o diabetes.

A importância da atividade física na promoção da saúde

As atividades físicas geram uma grande quantidade de benefícios para o nosso corpo e também
para nossa mente. É por isso que a prática dessas atividades é tão recomendada por todos os
profissionais de saúde.
A seguir, listaremos alguns dos benefícios já reconhecidos a respeito da importância das
atividades físicas:
• A atividade física previne o desenvolvimento de doenças crônicas, como hipertensão e
diabetes.
• As atividades físicas controlam os níveis de colesterol.
• A atividade física pode ser uma importante aliada no tratamento da depressão e ansiedade.
• A atividade física melhora o condicionamento muscular e também cardiorrespiratório.
• A atividade física provoca uma série de mudanças no organismo, tais como o ganho de massa
muscular, que está diretamente relacionado com a melhora da autoestima.
• A atividade física é importante para o controle de peso.
• Atividade física melhora dores e diminui a incapacidade funcional.
• A prática de atividades físicas melhora a qualidade do sono.
• As atividades físicas melhoram o desempenho cognitivo.
• A prática de atividades físicas reduz o estresse e aumenta a sensação de bem-estar.

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A prática de atividades físicas por idosos garante uma maior autonomia.
• A atividade física é importante no processo de envelhecimento, uma vez que um idoso ativo
apresenta mais autonomia para realizar as atividades do seu dia a dia. Além disso, idosos que
praticam atividades físicas apresentam menos riscos de sofrerem quedas, as quais podem ser
graves em certas idades.
• A atividade pode melhorar o convívio social.
• A atividade física dá mais disposição para a realização das atividades diárias.

Figura 2: Idosos praticando atividade física.

OBSERVAÇÕES:
Antes de iniciar a prática de uma atividade física, converse com o seu médico e veja quais
podem ser realizadas por você. Além disso, determinados exercícios precisam de acompanhamento de
um profissional qualificado, uma vez que há risco de lesões. Não se esqueça também de estar sempre
alimentado e hidratado na hora da atividade física.

Quantos minutos de Atividades Físicas é o Ideal?

Apesar de muitas pessoas afirmarem que não possuem tempo para a realização de atividade
física, as recomendações diárias são relativamente baixas e podem ser incluídas na agenda de
atividades diárias.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde, a recomendação:
• 150 minutos semanais de atividade física leve ou moderada, o que corresponde a um pouco
mais de 20 minutos diários de atividades.
• 75 minutos semanas de atividade física de maior intensidade, o que corresponde a pouco
mais de 10 minutos por dia.

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Mudar um hábito de vida é extremamente difícil, entretanto, incluir exercícios na sua rotina é
fundamental para a saúde.
Diante dessa necessidade, o Ministério da Saúde dá quatro dicas importantes para começar a
prática de atividades físicas:
1) Encontre um local adequado para praticar as atividades físicas, como parques, praças e
similares;
2) Comece com uma atividade que não exige alto preparo físico;
3) Praticar atividade física perto de casa não exigindo grandes deslocamentos, o que ajuda na
manutenção desse hábito;
4) Procure atividades realizadas por várias pessoas, inclusive do seu círculo de amizade, o que
poderá ser um estímulo a mais.

Riscos do Sedentarismo

O sedentarismo pode ser definido, de uma maneira resumida, como a falta da prática de
exercícios físicos regulares. Muitas pessoas em nosso planeta são sedentárias e esse hábito, com uma
alimentação inadequada, tem gerado uma série de problemas graves para a saúde da população.

CURIOSIDADES!
Segundo a Organização Mundial de Saúde, um em cada cinco adultos e quatro em cada cinco
adolescentes não praticam atividade física suficiente.

Como sabemos, a atividade física é uma maneira importante de prevenir o desenvolvimento de


doenças crônicas não transmissíveis, tais como problemas cardiovasculares, diabetes e alguns tipos de
câncer.

OBSERVAÇÕES:
As pessoas sedentárias apresentam até 30% mais riscos de desenvolver esses
problemas. Não podemos nos esquecer ainda da obesidade que é também um problema de saúde
crônico, que além de afetar negativamente a saúde física da pessoa, afeta diretamente a autoestima.

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Figura 3: A prática de atividades físicas melhora a autoestima e alivia o estresse.
(mulher praticando atividade física).

Percebemos, portanto, que a atividade física é importante nos mais variados aspectos da nossa
vida e é essencial para uma vida mais saudável e um envelhecimento tranquilo. Procure seu médico
e comece o quanto antes a mudar sua vida.

Figura 4: A prática de atividade física está diretamente relacionada com a melhora da qualidade de
vida de uma pessoa. (homem se preparando para praticar atividade física)

A importância do Esporte na Escola

O esporte na escola é uma grande estratégia de transformação, considerando seus recursos


pedagógicos, metodologias, espaços, dinâmicas profissionais e a oportunidade de extrapolar os muros
da escola com experiências esportivas e culturais envolvendo a comunidade. Os esportes coletivos
trazem consigo o benefício do trabalho em conjunto, que é a integração social entre alunos. Essa
integração insere no jovem uma das noções humanas mais importantes para a vida em sociedade: o
respeito às diferenças.

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O esporte pode ser apresentado como eixo na instituição e como conteúdo da educação física
propõe práticas que contemplam conceitos importantes para a formação de pessoas íntegras, bem como
benefícios fisiológicos e sociais.
A prática esportiva regular e bem orientada contribui para:
✓ Redução do risco de doenças ligadas à pressão e ao coração;
✓ Ganho de resistência muscular;
✓ Equilíbrio dos níveis de colesterol;
✓ Combate à insônia;
✓ Flexibilidade de tendões e articulações;
✓ Aumento da oxigenação do cérebro.
As vantagens da prática de atividade física já foram comprovadas cientificamente. No Brasil,
futebol, ginástica e caminhada são os exercícios mais populares.
O esporte pode ser um dos pilares dos métodos de ensino. A escola pode estimular os alunos a
participarem das mais variadas atividades esportivas, acreditando sempre que o esporte seja parte
integrante do desenvolvimento de importantes habilidades, como a socialização, o trabalho em equipe,
o respeito a regras, a cultura corpórea e o aprender a ganhar e, também, a perder.

APTIDÃO FÍSICA
O que é a Aptidão Física?

Aptidão física é a capacidade que uma pessoa possui de praticar atividades físicas em
segurança, evitando o risco de sofrer problemas de saúde ou lesões.

CURIOSIDADES!
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), aptidão física é a capacidade de
realização de atividade física ou muscular de maneira satisfatória.

A avaliação feita por um profissional de saúde informa se uma pessoa é capaz de fazer
atividades físicas com segurança, sem colocar sua saúde ou integridade física em risco. A aptidão física
é relacionada com a vitalidade e a energia que uma pessoa tem. Ela determina seu vigor e dinamismo
para a prática de atividades que exijam esforço físico.

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Para que serve a avaliação de Aptidão Física?

A análise da aptidão avalia a capacidade de resposta de uma pessoa às exigências de um esforço


físico, tanto para exercícios moderados, como para os mais exigentes. Dessa forma, uma pessoa com
boa aptidão deve ser capaz de praticar tais atividades sem chegar à exaustão do corpo.
A confirmação de que um indivíduo possui aptidão física pode ser usada em diversas situações.
Uma aplicação muito comum é a confirmação exigida por entidades esportivas ou academias antes
que a pessoa inicie a prática de exercícios ou de esportes. Um atestado de aptidão física pode ser
pedido, por exemplo, na admissão para um trabalho, quando a atividade a ser desempenhada exigir
algum esforço.
Em alguns concursos públicos a avaliação da aptidão de um candidato é obrigatória, podendo
ser eliminatória em caso de resultados insatisfatórios. Em concursos, a avaliação é normalmente
chamada de Teste de Aptidão Física (TAF).
Uma cerificação adequada também é importante para a análise da performance de esportistas,
sendo fundamental para garantir saúde e bom desempenho de atletas de todas as áreas esportivas.

Aptidão Física e o Estado de Saúde

A aptidão física é diretamente relacionada à qualidade de vida, bem-estar e garantia de mais


saúde de uma pessoa. Para determinar se um indivíduo possui aptidão física, o profissional de saúde
responsável pela avaliação deve analisar alguns aspectos. O exame leva em conta questões relativas à
saúde e à habilidade.
Vejamos agora alguns exemplos de avaliação de saúde, que podem variar conforme a atividade
que será desempenhada:
• Capacidade cardiorrespiratória,
• Avaliação da força muscular,
• Nível de flexibilidade,
• Análise da composição corporal.
• Já em relação às habilidades podem ser avaliados aspectos como:
• Capacidade de equilíbrio,
• Tempo de resposta a estímulos físicos,
• Agilidade,
• Resistência,
• Coordenação motora.

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COMPOSIÇÃO CORPORAL

A composição corporal é o estudo dos diferentes componentes químicos do corpo humano. A


sua análise permite a quantificação da grande variedade de componentes corporais tais como água,
proteínas, gordura, glicogênio, minerais e a quantificação das suas diferentes massas, variando de
indivíduo para indivíduo conforme a idade, o sexo e o estado físico, sendo a água o composto mais
abundante do organismo.
O estudo da composição corporal é considerado um componente da aptidão física relacionada
à saúde por diversos autores, devido às relações existentes entre a quantidade e a distribuição da
gordura corporal com alterações no nível de aptidão física e no estado de saúde das pessoas.
O aumento de peso e a obesidade são reconhecidamente danosos à saúde, mas inúmeros estudos
têm demonstrado que o padrão de distribuição do tecido adiposo e o percentual de gordura visceral
(VAT) apresentam uma relação mais direita com o aumento do risco cardiovascular, ocorrência de
diabetes e dislipidemias.

Figura 5: Exemplo de diferentes tipos de composição corporal.

Obesidade Abdominal ou Androide

Caracterizada pelo acúmulo de tecido adiposo na metade superior do corpo, sobretudo no


abdome. Mais prejudicial à saúde, sendo associado a maior risco de diabetes tipo 2, doenças
cardiovasculares e doenças vasculares cerebrais.

Figura 6: Obesidade Abdominal ou Androide.

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Obesidade Femuroglútea ou Ginoide

Aqui a gordura se distribui mais na parte inferior do corpo, principalmente nas regiões glúteas
e coxas. Relaciona-se mais a problemas mecânicos devido ao impacto e excesso de gordura ao
caminhar ou praticar atividades físicas.

Figura 7: Obesidade Femuroglútea ou Ginóide.

A análise da composição corporal pela Densitometria por DXA apresenta inúmeras


aplicações clínicas, principalmente na Medicina Desportiva, sendo capaz de estimar a quantidade de
massa magra (músculo) e tecido adiposo nos diferentes segmentos do corpo, inclusive separando
membros esquerdo e direito. Esse tipo de diferenciação pode ajudar a particularizar o treinamento de
atletas, sendo eles amadores ou profissionais, guiando assim o preparador físico ou treinador a
estabelecer a melhor série de exercícios para aquela pessoa.
A Alphasonic tem à disposição o aparelho GE Lunar Prodigy de última geração capaz de
avaliar os três principais componentes (gordura, massa magra e conteúdo mineral ósseo) além de
estimar a quantidade de gordura visceral (VAT) bem como estabelecer o padrão de distribuição da
gordura corporal.

Figura 8: Imagem dos três principais componentes:


gordura, massa magra e conteúdo mineral ósseo.

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IMC
IMC é a sigla para Índice de Massa Corporal, que é um cálculo que serve para avaliar se a
pessoa está dentro do seu peso ideal em relação à altura. Assim, de acordo com o valor do resultado
de IMC, a pessoa pode saber se está dentro do peso ideal, acima ou abaixo do peso desejado.
Estar dentro do peso certo é importante porque estar acima ou abaixo desse peso pode
influenciar bastante a saúde, aumentando o risco de doenças como desnutrição quando se está abaixo
do peso, e AVC ou infarto, quando se está acima do peso. Assim, é comum os médicos, enfermeiros e
nutricionistas avaliem o IMC da pessoa nas consultas de rotina para verificar a possibilidade de
doenças que a pessoa pode estar pré-disposta.

Como calcular o IMC

O cálculo do IMC deve ser feito usando a seguinte fórmula matemática:

𝑃
𝐼𝑀𝐶 =
ℎ²
Ou,
IMC = Peso ÷ (altura x altura)

Essa fórmula é ideal para calcular o peso de adultos saudáveis. Além disso, também pode ser
usado o cálculo da relação cintura-quadril para avaliar o risco de ter doenças cardiovasculares, como
diabetes e infarto.

CURIOSIDADES!
Você também pode saber se está dentro do peso ideal utilizando uma calculadora online, apenas
inserindo seus dados:

Figura 9: Calculadora online utilizada para calcular o IMC.

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Tabela de resultados do IMC

Cada resultado do IMC deve ser avaliado por um profissional de saúde. No entanto, a tabela a
seguir indica os possíveis resultados do IMC, de acordo com a Organização Mundial da Saúde, sendo
que o IMC entre 18,5 a 24,9 representa o peso ideal e o menor risco de algumas doenças.

Classificação IMC O que pode acontecer

Muito abaixo do 16 a 16,9 kg/m2 Queda de cabelo, infertilidade, ausência menstrual


peso

Abaixo do peso 17 a 18,4 kg/m2 Fadiga, stress, ansiedade

Peso normal 18,5 a 24,9 Menor risco de doenças cardíacas e vasculares


kg/m2

Acima do peso 25 a 29,9 kg/m2 Fadiga, má circulação, varizes

Obesidade Grau I 30 a 34,9 kg/m2 Diabetes, angina, infarto, aterosclerose

Obesidade Grau II 35 a 40 kg/m2 Apneia do sono, falta de ar

Obesidade Grau III maior que 40 Refluxo, dificuldade para se mover, escaras, diabetes,
kg/m2 infarto, AVC

Figura 10: Tabela de resultados do IMC.

Quem não estiver dentro do peso ideal deve adequar a alimentação e fazer exercícios para
conseguir atingir o peso mais indicado para sua altura e idade.
Quando se está abaixo do peso ideal deve-se aumentar o consumo de alimentos ricos em
nutrientes para que o corpo tenha o necessário para se proteger de doenças. Já quem está acima do
peso ideal deve consumir menos calorias e fazer algum tipo de atividade física para eliminar os
estoques de gordura, que aumenta o risco de doenças cardíacas.

55
Figura 11: Valores referenciais do peso.

Como melhorar o resultado do IMC

Quando o resultado do IMC não é o ideal, existem alguns cuidados, principalmente com a
alimentação, que podem ajudar a atingir o valor ideal:

O que fazer para baixar o IMC

Se o resultado do IMC estiver acima do ideal e a pessoa não for muito musculosa, nem atleta,
pode indicar que é preciso emagrecer, eliminando o acúmulo de gordura, que contribui para o peso
alto. Para isso se deve comer somente alimentos ricos em vitaminas e minerais, tendo o cuidado de
diminuir o consumo de alimentos industrializados e ricos em gordura, como massa folheada,
bolos, biscoitos recheados e salgadinhos, por exemplo.
Para que os resultados sejam alcançados ainda mais rápido é aconselhado fazer exercícios para
aumentar o gasto calórico e aumentar o metabolismo. Recorrer a chás e suplementos naturais pode ser
um estímulo para ajudar a emagrecer de forma mais rápida e saudável, sem ter que passar fome. Alguns
exemplos são o chá de hibisco ou o chá de gengibre com canela, mas um nutricionista poderá indicar
outros que sejam mais adequados às necessidades de cada pessoa

O que fazer para aumentar o IMC

Se o resultado do IMC estiver abaixo do ideal, o que se deve fazer é aumentar a ingestão de
alimentos ricos em vitaminas e minerais de boa qualidade, mas sem cair no erro de comer alimentos
processados e ricos em gordura trans. Pizzas, frituras, cachorro quente e hambúrguer não são os

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melhores alimentos para quem precisa aumentar o peso de forma saudável, porque este tipo de gordura
pode se acumular no interior das artérias, aumentando o risco de doença cardíaca.

Quando não calcular o IMC

Apesar de o IMC ser muito utilizado para verificar se o indivíduo está acima do peso ou não,
este método possui algumas falhas e, por isso, recomenda-se que além dele, utilize outros meios de
diagnóstico para verificar se o indivíduo está realmente acima ou abaixo do peso ideal, como a medição
da prega de gordura, por exemplo.
Assim, o IMC não é o parâmetro ideal para se avaliar o peso ideal em:
• Atletas e pessoas muito musculosas: porque não leva em consideração o peso dos
músculos. Nesse caso a medida do pescoço é uma melhor opção.
• Idosos: porque não leva em consideração a redução natural dos músculos nessas idades;
• Durante a gravidez: porque não leva em consideração o crescimento do bebê.
Além disso ele é contraindicado em caso de desnutrição, ascite, edemas e em pacientes
acamados.
Um nutricionista poderá pessoalmente fazer todos os cálculos necessários para avaliar seu peso
e o quanto precisa engordar ou emagrecer, levando em consideração o estado de saúde geral.

Porque é importante estar dentro do peso ideal

É importante estar dentro do peso ideal porque o peso certo está intimamente ligado ao estado
de saúde da pessoa.
Ter um pequeno acumulo de gordura no corpo é importante para que haja reservas de energia
para quando a pessoa ficar doente ter tempo para se recuperar. No entanto, o excesso de gordura se
acumula no fígado, na cintura e também dentro das artérias dificultando a passagem do sangue, e isso
aumenta o risco de doenças cardíacas.
Por isso, estar dentro do peso ideal é importante para aumentar a saúde, prevenindo doenças
cardiovasculares e aumentar a qualidade de vida. Assim, quem está abaixo do peso deve aumentar o
volume muscular para aumentar de peso de forma saudável e quem está acima do peso, deve queimar
gordura para ganhar saúde.

DOENÇAS CRÔNICO DEGENERATIVAS

57
CURIOSIDADES!
As doenças crônico-degenerativas são as principais causas de mortes em países desenvolvidos,
enquanto as infecto-parasitárias são as principais causas de morte em países subdesenvolvidos.
Ocorrem com mais frequência em adultos e idosos, sendo menos comum nos jovens.

O que é uma Doença Degenerativa?

Uma doença degenerativa é uma doença que consiste na alteração do funcionamento de


uma célula, um tecido ou um órgão, excluindo-se nesse caso as alterações devidas a inflamações,
infecções e tumores. As doenças degenerativas são assim chamadas porque elas provocam a
degeneração de todo o organismo, envolvendo vasos sanguíneos, tecidos, ossos, visão, órgãos internos
e cérebro.

OBSERVAÇÕES:
Doenças crônico degenerativas são aquelas que, aliadas a um conjunto de fatores, levam à
deterioração progressiva da saúde. A sua etiologia é multifatorial e sabe-se que existe uma interação
entre comportamento, meio ambiente e perfil genético.

Normalmente, as doenças degenerativas são adquiridas por erros alimentares (ou uso excessivo
de gorduras de origem animal), uma vida sedentária ou um erro genético. Classificam-se como doenças
degenerativas o diabetes, a arteriosclerose, a hipertensão, as doenças cardíacas e da coluna vertebral,
além de câncer (cancro), Mal de Alzheimer, reumatismo, esclerose múltipla, artrite deformante,
artrose, glaucoma, coluna, cabeça, e membros. Trata-se de um comportamento induzido por hábitos
decorrentes dos confortos da vida moderna.

CURIOSIDADES!
Na Fiocruz Bahia, são desenvolvidos estudos multidisciplinares relacionados a aspectos
genéticos e metabólicos, processos de patogênese e evolução de doenças crônico-degenerativas. Os
estudos realizados nessa área envolvem pesquisas em terapia celular, com estudos em medicina
regenerativa, em diversas patologias, incluindo doenças neurológicas e trauma, por exemplo.
Incluídos neste grupo, estão estudos sobre mecanismos de dano vascular, autofagia, reparo
tecidual e várias abordagens da resposta inflamatória.

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EXERCÍCIOS

1. Qual das alternativas NÃO corresponde a uma dica para manter a saúde, o bem-estar e
a qualidade de vida?
a) Beber muita água.
b) Praticar exercícios físicos regularmente.
c) Cuidar da sua saúde mental.
d) Evitar bebidas alcoólicas e o fumo.
e) Fazer consultas ou procurar um médico somente quando se sentir mal.

2. Qual das alternativas corresponde a um tipo de problema de saúde, cuja a atividade física
NÃO é recomendada?
a) Obesidade.
b) Diabetes mellitus.
c) Problemas cardíacos.
d) Osteoporose.
e) Nenhuma das alternativas.

3. Qual é o IMC de uma pessoa com 1,70 de altura pesando 77 Kg?


a) 45,29.
b) 22,64
c) 26,64.
d) 2,87.
e) Nenhuma das alternativas.

BUSCANDO+

Vídeos:

✓ Saúde e qualidade de vida


https://youtu.be/Q8AhP_4MT_o

✓ COMO CALCULAR SEU IMC (índice de massa corporal)


https://youtu.be/Rc9Ftm2j2t0

✓ 10 benefícios da atividade física para a sua saúde


https://youtu.be/wXKUBX3igts

59
PÍLULA DO CONHECIMENTO

Esse item se trata de uma metodologia disponibilizada em nossa plataforma, a qual você poderá
acessar e aprender sobre conceitos importantes referentes aos conteúdos abordados nesta apostila.
Acesse nossa plataforma e veja a PÍLULA DO CONHECIMENTO sobre EDUCAÇÃO FÍSICA do
MÓDULO I!

GABARITO

QUESTÃO ALTERNATIVA
1 E
2 E
3 C

REFERÊNCIAS
NAHÁS, M.V. Atividade física, saúde e qualidade de vida: conceitos e sugestões para um estilo de
vida mais ativo. Londrina: Midiograf, 2001.

NAHÁS, M.V. Obesidade, controle de peso e atividade física. Londrina: Midiograf, 1999.

Freire, J.B.e Alcides, J. Educação como prática corporal, SCIPICONE, 2003.

Oliveira, M.A.T. Educação do Corpo na Escola Brasileira. Autores Associados, 2006.

SILVEIRA, G. C. F.; PINTO, J. F. Educação Física na perspectiva da cultura corporal: uma proposta
pedagógica. In Revista Brasileira de Ciências do Esporte. Campinas: Autores Associados, v. 22, n. 3,
pp. 137-150, 2001.

VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1994.

Diretrizes Curriculares – Versão Preliminar, SEED – Superintendência da Educação, julho, 2006.

BRACHT, V. Saber e fazer pedagógicos: acerca da legitimidade da Educação Física como componente
curricular. In: CAPARRÓZ, F. E. (Org.) Educação Física Escolar: política, investigação e intervenção.
Vitória: proteoria, 2001. V. 1.

COLETIVO DE AUTORES. Metodologia do Ensino da Educação Física. São Paulo: Cortez, 1992.
Coleção Magistério 2° grau – série formação do professor.

60
RIACHO FUNDO 02, QN 05 “A” CJ “02” LOTE “10” – BRASÍLIA/DF
ORIENTAÇÕES DE LEITURA
O componente curricular FILOSOFIA foi elaborado com alguns TÓPICOS e ITENS especiais
que precisam ser destacados para melhor compreensão de leitura e contextualização dos conteúdos
abordados.

TÓPICOS ESPECIAIS E ITENS DE ESTUDO

• O cursista encontrará na apostila alguns tópicos estruturados sem seções com finalidades
específicas chamados TÓPICOS ESPECIAIS.
• Além desses tópicos, o cursista também encontrará alguns ITENS DE ESTUDO que irão
proporcionar dinâmica a leitura e melhor compreensão dos assuntos abordados.

TÓPICOS ESPECIAIS

EXERCÍCIOS
Se trata de um tópico especial contendo aplicações teórico-práticas em formato de exercícios de
múltipla escolha elaborados para o estudante pensar, analisar e abstrair conceitos estudando exemplos
que relacionam a teoria com a prática em cada componente curricular.

BUSCANDO+
Se trata de um tópico especial contendo algumas indicações de estudo, por meio de sugestões de Links,
livros, sites, vídeos e outros meios que possam ser acessados pelo cursista, como forma de estudo
suplementar ou de aprofundamento dos conteúdos ministrados em cada componente curricular.

PÍLULA DO CONHECIMENTO
São pequenos componentes educacionais (textos, vídeos, áudios, animações) que disponibilizamos
com intuito de agregar conteúdo, contextualizar o aprendizado e fortalecer a retenção do conhecimento
de forma objetiva e orgânica, melhorando o desempenho de nossos estudantes e profissionais. Um
recurso educacional utilizado para suportar um processo de aprendizagem rápido, porém constante.

“A pílula do conhecimento poderá ser aplicada como complementação teórica e prática dos nossos
cursos, como ferramenta de memorização e revisão de conteúdo sobre os aspectos mais importantes
do curso e/ou como reforço das ações de aprendizagem presenciais”.
GABARITO
Respostas dos exercícios propostos.

ITENS DE ESTUDO

CURIOSIDADES!
Item de estudo utilizado para expor acontecimentos, fatos e casos curiosos relacionados com algum
tema abordado.

“Momento de atiçar a curiosidade do estudante, propondo conceitos, fatos e situações curiosas


referente aos assuntos que estão sendo estudados”.

OBSERVAÇÕES:
Item de estudo utilizado para complementar e destacar ideias e informações importantes sobre os
conteúdos abordados.

“Momento de fazer o estudante refletir sobre algum tema específico que deve ser destacado,
lembrado ou anotado como uma observação importante”.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO____________________________________________________________________ 07
FILOSOFIA ANTIGA_______________________________________________________________ 07
• Surgimento da Filosofia_______________________________________________________07
FILOSOFIA MODERNA____________________________________________________________ 10
• Contexto Histórico___________________________________________________________ 10
• Características______________________________________________________________ 11
• Principais Problemas_________________________________________________________12
• Principais Autores e Correntes ________________________________________________ 12
FILOSOFIA CONTEMPORÂNEA_____________________________________________________ 13
• Contexto Histórico___________________________________________________________ 13
• Características______________________________________________________________ 14
• Principais Problemas_________________________________________________________15
• Principais Autores___________________________________________________________ 15
MITO, RELIGIÃO E FILOSOFIA_____________________________________________________ 17
• O Mito e a Religião___________________________________________________________17
• A Filosofia__________________________________________________________________18
CIÊNCIA E ARTE__________________________________________________________________ 19
• A Ciência__________________________________________________________________ 19
• A Arte_____________________________________________________________________ 20
O QUE É O CONHECIMENTO? _____________________________________________________ 21
• O Conhecimento e os Primeiros Filósofos________________________________________ 21
• O que se entende por Consciência?______________________________________________23
O SENSO COMUM________________________________________________________________ 24
O CONHECIMENTO FILOSÓFICO__________________________________________________ 26
O CONHECIMENTO CIENTÍFICO___________________________________________________ 28
EXERCÍCIOS_____________________________________________________________________ 30
BUSCANDO+____________________________________________________________________ 31
PÍLULA DO CONHECIMENTO______________________________________________________ 31
GABARITO_______________________________________________________________________ 31
REFERÊNCIAS____________________________________________________________________ 32
INTRODUÇÃO

Você já parou para pensar no que é Filosofia?


Filosofia é uma palavra de origem grega que significa “Amor a sabedoria”,
ou seja, querer saber mais.
Portanto, se quiser saber mais sobre Filosofia, continue a leitura deste material e saberá muito
mais sobre o assunto.
O Componente Curricular de FILOSOFIA, está inserido na Área do Conhecimento de
CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS. Neste material, veremos assuntos relacionados
ao MÓDULO I, equivalente a 1ª SÉRIE do ENSINO MÉDIO.

FILOSOFIA ANTIGA

Surgimento da Filosofia

A Filosofia, como expoente do conhecimento racional pensado de maneira sistemática, surgiu


na Grécia em meados do século VI a.C. Essa nova ciência surgiu a partir da necessidade de explicar o
mundo de maneira racional. Até o surgimento dessa maneira de pensar e compreender o mundo, as
explicações eram dadas através dos mitos.
A necessidade de entender o mundo a partir de explicações racionais, com apresentação de
provas incontestáveis e de argumentos bem formulados e com boa base teórico racional, colaborou
para o surgimento da Filosofia.
O contexto sociopolítico e as manifestações religiosas e culturais que vigoravam também foram
fundamentais para o surgimento e, posteriormente, para o crescimento e a expansão do pensamento
filosófico.

Figura 1: Filósofos gregos.

07
As Explicações Mitológicas e os Mitos

Mitos são narrativas criadas, geralmente cheias de elementos fantasiosos, usados para explicar
o surgimento do mundo. Situações do dia a dia ou acontecimentos que influenciam diretamente na
vida dos homens como os fenômenos naturais.
As explicações mitológicas são dadas a partir de elementos fantasiosos, míticos. A presença de
deuses e semideuses é, também, uma característica das narrativas míticas. A fúria ou benevolência dos
deuses para com os humanos é usada para explicar uma série de acontecimentos.
Durante muito tempo, os fenômenos sociais e naturais foram explicados através de elementos
míticos. As explicações, portanto, eram mitológicas. No entanto, tal forma de explicar o mundo, os
elementos naturais e as ações humanas, em determinado momento, deixou de ser suficiente.
Rapidamente, os pensadores gregos passaram a buscar maneiras racionais de explicar os
acontecimentos. A partir disso, nasceu a Filosofia, graças à necessidade de garantir modelos racionais
de explicação.
Com o surgimento da Filosofia e o desenvolvimento do pensamento filosófico, as explicações
mitológicas foram perdendo espaço. A Filosofia foi uma das grandes responsáveis, acompanhada de
outras ciências, para a disseminação do conhecimento e das explicações baseadas na racionalidade.

Figura 2: Mito de Teseu e o Minotauro.

O Contexto Sociopolítico na Grécia

Alguns fatores sociopolíticos influenciaram diretamente no surgimento da Filosofia, sendo o


mais relevante deles a formação das polis. Os primeiros agrupamentos sociais gregos eram chamados
de genos, que eram compostos por pessoas com um antepassado em comum e com o poder de decisão
concentrado nas mãos do pater, a figura mais velha desse grupo.
Com o aumento do número de habitantes nos genos e o início da noção de propriedade privada,
que gerou uma série de conflitos, os gregos optaram pela divisão das terras a partir do grau de

08
parentesco. O reagrupamento dos genos e a divisão de terras deu origem às fratrias, que,
posteriormente, se reorganizaram, formando as tribos.
A partir do desenvolvimento do comércio, da agricultura e do aumento no número de
habitantes, as tribos passaram por um novo processo de organização que deu origem às cidades
estados, ou pólis.
A organização das pólis foi importante para a Filosofia, pois ocasionou uma certa diminuição
no número de conflitos, por isso, as condições tornaram-se favoráveis para que os gregos pudessem
ocupar seu tempo pensando racionalmente e desenvolvendo as mais diversas teorias que fossem
capazes de explicar o surgimento do mundo e os fenômenos naturais e sociais.

Religião e Poesia

A religião e a poesia também podem ser consideradas elementos fundamentais para o sucesso
da criação e da expansão da Filosofia.
A maneira que a narrativa poética foi construída pelos gregos, a noção de valor supremo e,
também, o conceito de limite, que posteriormente influenciou Aristóteles na construção do conceito
de justa medida, foram importantes para o surgimento da Filosofia, pois a forma racional, poética e
coerente que os filósofos apresentavam seus pensamentos atraía o interesse de milhares de jovens.
A religião grega, por sua vez, não apresentava nenhum livro sagrado ou escrito oficial, as
crenças eram passadas através das falas poéticas. Por conta disso, não houve grande resistência
religiosa para a apresentação de ideias racionais.

Fortalecimento e expansão da Filosofia

Alguns acontecimentos foram importantes para a expansão e a consolidação da Filosofia e dos


ideais filosóficos.
Dentre eles, estão:
• Organização política: com a organização política nas pólis, foram criados locais próprios para
a discussão e a resolução de conflitos políticos. Esse modelo de organização e fala, influenciou
a maneira que os pensamentos e as ideias filosóficas eram transmitidos.
• Viagens marítimas: as viagens feitas pelos gregos para outras regiões do mundo colaboraram
para que mais povos tivessem contato com a Filosofia.
• Trocas comerciais: as feiras montadas com a intenção de trocas comerciais entre diferentes
povos permitiram que os gregos pudessem mostrar a Filosofia para outros comerciantes.

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• Organização e publicação das obras: a organização de livros e a publicação de obras
filosóficas colaborou para que as ideias dos principais pensadores gregos pudessem chegar,
através de viagens e trocas comerciais, a uma série de regiões do mundo antigo.
Sobre esse último tópico, destaca-se que a organização das obras escritas foi essencial para que
o pensamento, a forma de encarar a Filosofia, e a busca constante pelo pensamento racional não se
perdessem ao longo do tempo e, também, que influenciassem, inclusive nos tempos atuais, as nossas
maneiras de produzir ciência e conhecimento.

FILOSOFIA MODERNA

A Filosofia moderna é a corrente filosófica que tem início no século XV e vai até o século
XVIII. O seu fim é marcado pelo início da Idade Contemporânea.
Muitos autores, no entanto, consideram o marco inicial da Filosofia moderna os pensamentos
produzidos por René Descartes, no século XVII, e o fim é marcado pelos trabalhos de Ludwig
Wittgenstein, no século XX. Nesse modelo de classificação, o pensamento feito entre os séculos XV
e XVII é chamado de Filosofia Renascentista.

Contexto Histórico

A Filosofia moderna surge junto ao final da Idade Média e com a queda do sistema feudal. O
fim do período medieval e a diminuição do domínio da Igreja Católica marcam a busca dos cientistas
por novas formas de saber e pensar racionalmente, desvinculando-se cada vez mais das influências
religiosas, que foram a marca da Idade Média.
Durante o surgimento da Filosofia moderna, o mundo passava por diversas transformações:
• As grandes navegações;
• A reforma e a contrarreforma religiosas;
• O início do Renascentismo;
• A formação dos primeiros Estados Nacionais modernos;
• A consolidação dos regimes absolutistas;
• O surgimento da burguesia;
• A invenção da imprensa;
• A chegada a novos continentes.

10
As novas descobertas nas áreas da Física, Astronomia e outras ciências naturais foram
marcadas pelo antropocentrismo - o homem no centro de produção científica e da busca de respostas
racionais.
A renovação dos métodos, a nova maneira de realizar pesquisas, encontrar soluções e construir
argumentos, foi também influenciada pelo Renascimento e Humanismo, que possibilitaram a maior
ação dos indivíduos na sociedade.
O homem passa a ser encarado como um ser pensante, racional e capaz de responder por suas
escolhas e ações.

Figura 3: Caravela, Grandes navegações.

Características

Algumas características marcam a Filosofia no período do século XV ao XX com maior ou


menor intensidade, dependendo do momento e da escola filosófica que está sendo analisada.
Dentre as principais características, vale a pena destacar as seguintes:
• Antropocentrismo e humanismo: o homem como centro de todas as pesquisas e responsável
por suas próprias escolhas;
• Valorização de novas técnicas científicas e da pesquisa para encontrar as soluções dos
problemas levantados;
• Racionalismo;
• Empirismo, ou seja, o uso de experimentos para provar as afirmações e encontrar soluções aos
problemas;
• Liberdade de pensamento a partir da menor influência religiosa;
• Surgimento de escolas laicas de Filosofia;
• Negação religiosa.

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Figura 4: O homem vitruviano, Leonardo da Vinci, 1492.

Principais Problemas

Dentre os principais problemas levantados pelos filósofos modernos, principalmente os da


primeira geração, estão os problemas ligados ao corpo e a mente, a metafísica e a Epistemologia.
Posteriormente, os filósofos dedicam-se a pensar as questões políticas ligadas aos governos
absolutistas, aos governos liberais e aos anarquistas. É, também durante a Filosofia moderna, que são
levantadas questões ligadas às novas relações sociais e econômicas, principalmente no período Pós-
Revolução Industrial, e ao papel da burguesia nesse novo modelo social.

Principais Autores e Correntes


Dentre os principais filósofos e escolas merecem destaque:
• Nicolau Maquiavel (1469-1527) - Considerado pai do pensamento político moderno,
Maquiavel desenvolveu sua Filosofia no período renascentista. É autor de “O Príncipe”, obra
que aponta as diretrizes de como os reis devem governar seus países.
• Jean Bodin (1530-1596) - Filósofo francês, Bodin apresenta visões que contribuem para a
evolução do pensamento político moderno. Faz a análise da teoria do direito divino dos reis em
sua obra, composta por seis livros e denominada “A República”.
• Francis Bacon (1561-1626) - Bacon colaborou com a criação do método indutivo de
investigação científica que preza as observações e depois apresenta induções para os
fenômenos naturais.
• Galileu Galilei (1564-1642) - Astrônomo, físico e matemático, Galileu é considerado o pai da
Física e da Ciência Moderna. Criador do método matemático experimental, que aplica a
matemática a fenômenos naturais, e defensor das ideias heliocêntricas de Copérnico, Galileu
contraria as crenças e dogmas católicos que acreditavam no geocentrismo.

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• René Descartes (1596-1650) - Criador do pensamento cartesiano, apresentado na obra “O
discurso sobre o método”, de 1637, e que influenciou pensadores e filósofos modernos.
• Baruch Spinoza (1634-1677) - É um filósofo holandês que critica e combate todo tipo de
superstição, pois seriam criadas pela imaginação. Spinoza acredita e defende a existência de
um Deus transcendental que está ligado a natureza.
São também importantes nomes da Filosofia moderna: Thomas Hobbes, John Locke, David
Hume, Montesquieu, Voltaire, Diderot, Rousseau, Adam Smith e Immanuel Kant, Isaac Newton e
Pascal.

FILOSOFIA CONTEMPORÂNEA

A Filosofia contemporânea é a maneira de pensar racionalmente desenvolvida desde o final do


século XVIII até os dias atuais. A Revolução Francesa é o marco inicial da chamada Idade
Contemporânea, da qual a Filosofia contemporânea faz parte.

Figura 5: Liberdade Conduzindo o povo, Delacroix, 1830.

Contexto Histórico

O período pós Revolução Industrial é, em grande parte, marcado pelo desenvolvimento e


consolidação do capitalismo. É neste contexto, marcado ainda pelos ideais da Revolução Francesa,
que no final do século XVIII e no decorrer de todos os séculos XIX e XX, o pensamento filosófico
contemporâneo passou a tomar forma.

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O período no qual a Filosofia contemporânea emerge é marcado pela mudança, incertezas,
dúvidas, novidades e medo. O século XIX foi caracterizado por intensas transformações no modo de
vida, com intenso êxodo rural, intensificação das disputas e conflitos entre proletariado e burguesia.
O nascimento dos movimentos sociais, das primeiras lutas feministas pelo direito ao voto, o
nascimento da Sociologia e o desenvolvimento das ciências naturais foram, também, características
marcantes no decorrer do século XIX.
No século XX, por sua vez, o mundo foi marcado pelos conflitos e incertezas causados pelas
duas grandes guerras mundiais, pela Guerra Fria, as corridas armamentista e espacial, o
desenvolvimento de governos extremistas como o fascismo e nazismo, o desenvolvimento e uso de
diversas tecnologias, o surgimento dos primeiros televisores, a indústria cultural e os ataques
nucleares.
Já nas primeiras décadas do século XXI, o mundo pode observar os avanços tecnológicos e as
mudanças nas relações humanas.
Todas as transformações que vem acontecendo desde o fim do século XVIII e
toda reestruturação do mundo serviu como base para o desenvolvimento de várias escolas filosóficas
contemporâneas e de novas linhas de interesse e abordagem filosófica.

Figura 6: Bombardeio em Colônia, Alemanha na 2ª Guerra Mundial.

Características

A Filosofia contemporânea possui algumas características que a diferem das outras correntes
filosóficas. Muitas dessas ideias fazem parte, inclusive, dos pensamentos filosóficos da Escola de
Frankfurt.
Dentre as características principais merecem destaque:
• O pragmatismo, o cientificismo e as ideias positivistas;
• Utilitarismo;

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• Racionalismo;
• Liberdade, que serviu de base às ideias liberais;
• Existencialismo;
• Pluralismo, com a abordagem de diversos temas distintos;
• Subjetividade.

Principais Problemas

A Filosofia contemporânea aborda uma série de questões que estão especialmente ligadas
ao contexto histórico e social em que o pensamento filosófico se desenvolve.
Dentre os problemas destacados, o mais emblemático deles foi levantado por Karl Marx, ao
estabelecer as relações originadas a partir do fortalecimento do sistema capitalista e das novas relações
de trabalho e conflitos travados entre burguesia e proletariado, bem como do surgimento de duas
classes sociais distintas e que estariam em constante conflito.
O existencialismo de Jean Paul Sartre, que tem a liberdade, a existência metafísica e as
condições de existência dos seres como suas maiores preocupações e base de pensamento e
construções filosóficas.
O surgimento da Psicanálise, tendo em Sigmund Freud seu maior expoente. A Psicanálise
questionou a maneira como as ciências ligadas à psique eram desenvolvidas e passou a adotar o
inconsciente como um poder atuante sobre o desenvolvimento e ações da consciência.
A teoria crítica da escola de Frankfurt, que analisou a indústria cultural e o surgimento da
cultura rápida e voltada para o consumo imediato das massas, sem o levantamento de ideias ou
propostas críticas, também ganhou destaque dentro da Filosofia contemporânea.

Principais Autores

Dentre os principais autores da Filosofia contemporânea, destacam-se:


• Auguste Comte (1798-1857): precursor dos pensamentos positivistas e da Sociologia.
Fundador da escola positivista de Filosofia, Comte pauta suas ideias no desenvolvimento de
uma ciência inspirada no progresso científico e na apresentação de dados.
• Friederich Hegel (1770-1831): um dos maiores expoentes do idealismo cultural alemão.
Hegel usa a dialética, que define como movimento da realidade que deve ser aplicado ao
pensamento. Hegel usa, também, como base da sua teoria hegeliana, o saber e a consciência.
• Ludwig Feuerbach (1804-1872): discípulo de Hegel, Feuerbach faz duras críticas ao conceito
de Deus e à religião, que segundo ele, são fontes da alienação.

15
• Arthur Schopenhauer (1788-1860): crítico das obras de Hegel, o alemão constrói sua teoria
baseado no pensamento kantiano, que afirma que a essência do mundo seria resultado da
vontade de viver de cada pessoa. Para Schopenhauer, o mundo é criado a partir de várias ideias
de representações.
• Soren Kierkegaard (1813-1855): um dos precursores do existencialismo, ao desenvolver sua
teoria a partir das questões ligadas à existência humana, como a relação entre homens, mundo
e Deus, que causaria a angústia de viver, inquietações e desespero.

CURIOSIDADES!
Os 10 filósofos mais importantes da história
1. Aristóteles
2. Immanuel Kant
3. Platão
4. René Descartes
5. Georg Hegel
6. São Tomás de Aquino
7. Ludwig Wittgenstein
8. David Hume
9. Santo Agostinho
10. Friedrich Nietzsche

Figura 7: Busto do filósofo Aristóteles - Cópia romana de uma escultura de Lísipo.

Figura 8: Filósofo Kant.

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Figura 9: Filósofo Platão.

MITO, RELIGIÃO E FILOSOFIA

Há muitos modos de se conhecer o mundo, que dependem da situação do sujeito diante do


objeto do conhecimento. Ao olhar as estrelas no céu noturno, um índio caiapó as enxerga a partir de
um ponto de vista bastante diferente do de um astrônomo.
O índio Caiapó vê nas estrelas as fogueiras que alguns de seus deuses acendem no céu para
tornar a noite mais clara. O cientista vê astros que têm luz própria e que formam uma galáxia. O índio
compreende e conhece as estrelas a partir de um ponto de vista mitológico ou religioso. O astrônomo
as compreende e conhece a partir de um ponto de vista científico.
A mitologia, a religião e a ciência são formas de conhecer o mundo. São modos do
conhecimento, assim como o senso comum, a filosofia e a arte. Todos eles são formas de
conhecimento, pois cada um, a seu modo, desvenda os segredos do mundo, explicando-o ou lhe
atribuindo um sentido. Vamos examinar mais de perto cada uma dessas formas de conhecimento.

O Mito e a Religião

O mito proporciona um conhecimento que explica o mundo a partir da ação de entidades - ou


seja, forças, energias, criaturas, personagens - que estão além do mundo natural, que o transcendem,
que são sobrenaturais.
Veja, por exemplo, o mito através do qual os antigos gregos explicavam a origem do mundo:

No princípio era o Caos, o Vazio primordial, vasto abismo insondável, como um imenso mar,
denso e profundo, onde nada podia existir. Dessa oca imensidão sem onde nem quando, de um modo
inexplicável e incompreensível, emergiram a Noite negra e a Morte impenetrável. Da muda união
desses dois entes tenebrosos, no leito infinito do vácuo, nasceu uma entidade de natureza oposta à
deles, o Amor, que surgiu cintilando dentro de um ovo incandescente.
Ao ser posto no regaço do Caos, sua casca resfriou e se partiu em duas metades que se
transformaram no Céu e na Terra, casal que jazia no espaço, espiando-se em deslumbramento mútuo,

17
empapuçados de amor. Então, o Céu cobriu e fecundou a Terra, fazendo-a gerar muitos filhos que
passaram a habitar o vasto corpo da própria mãe, aconchegante e hospitaleiro.

Assim como o mito, a religião, ou melhor, as religiões também apresentam uma explicação
sobrenatural para o mundo. Para aderir a uma religião, é obrigatório crer ou ter fé nessa explicação.
Além disso, é uma parte fundamental da crença religiosa a fé em que essa explicação sobrenatural
proporciona ao homem uma garantia de salvação, bem como prescreve maneiras ou técnicas de obter
e conservar essa garantia, que são os ritos, os sacramentos e as orações.
Antes de seguir em frente, convém esclarecer que não vem ao caso discutir aqui a validade do
conhecimento religioso. Em matéria de provas objetivas, se a religião não tem como provar a existência
de Deus, a ciência também não tem como provar a Sua inexistência. E, a propósito disso, vale a pena
apresentar uma outra narrativa filosófica:

Certa vez, um cosmonauta e um neurologista russos discutiam sobre religião. O neurologista


era cristão, e o cosmonauta não. “Já estive várias vezes no espaço”, gabou-se o cosmonauta, “e
nunca vi nem Deus, nem anjos”. “E eu já operei muitos cérebros inteligentes”, respondeu o
neurologista, “e também nunca vi um pensamento”.

O mundo de Sofia, Jostein Gaardner, Cia. das Letras, 1995.

A Filosofia

A filosofia Para Platão, a filosofia é o uso do saber em proveito do homem. Isso implica a posse
ou aquisição de um conhecimento que seja, ao mesmo tempo, o mais válido e o mais amplo possível;
e também o uso desse conhecimento em benefício do homem. Essa definição, porém, exige a uma
definição de benefício, que por sua vez exige uma definição de Bem. Para saber o que é o Bem,
entretanto, também é necessário descobrir o que é a Verdade.
Alguns filósofos, definem a filosofia como a busca do Bem, da Verdade, do Belo e de como os
homens podem conhecer essas três entidades. Portanto, a filosofia toma para si a árdua tarefa de debater
problemas ou especular sobre problemas que ainda não estão abertos aos métodos científicos: o bem e
o mal, o belo e o feio, a ordem e a liberdade, a vida e a morte.
Vamos a um exemplo de texto filosófico, em que um filósofo norte-americano, John Dewey,
procura refletir justamente sobre o que é senso comum:

Visto que os problemas e as indagações em torno do senso comum dizem respeito às interações
entre os seres vivos e o ambiente, com o fim de realizar objetos de uso e de fruição, os símbolos
empregados são determinados pela cultura corrente de um grupo social. Eles formam um sistema,

18
mas trata-se de um sistema de caráter mais prático que intelectual. Esse sistema é constituído por
tradições, profissões, técnicas, interesses e instituições estabelecidas no grupo. As significações que
o compõem são efeito da linguagem cotidiana comum, com a qual os membros do grupo se
intercomunicam.

CURIOSIDADES!
O senso comum O senso comum ou conhecimento espontâneo é a primeira compreensão do
mundo, baseada na opinião, que não inclui nenhuma garantia da própria validade. Para alguns
filósofos, o senso comum designa as crenças tradicionais do gênero humano, aquilo em que a maioria
dos homens acredita ou devem acreditar. A mais completa tradução do senso comum talvez sejam os
ditados populares. Eis alguns exemplos:
“Cada cabeça, uma sentença.” “Quem desdenha quer comprar.” “Quem ri por último ri
melhor.” “A pressa é a inimiga da perfeição.” “Se conselho fosse bom, não era dado de graça.”

Tradicionalmente, a filosofia se divide em cinco áreas:


1) Lógica, que estuda o método ideal de pensar e investigar;
2) Metafísica, que estuda a natureza do Ser (ontologia), da mente (psicologia filosófica) e das
relações entre a mente e o ser no processo do conhecimento (epistemologia);
3) Ética, que estuda o Bem, o comportamento ideal para o ser humano;
4) Política, que estuda a organização social do homem;
5) Estética, que estuda a beleza e que pode ser chamada de filosofia da Arte.
Convém concluir lembrando que a ciência e o pensamento científico se originaram com a filosofia
na Grécia da Antiguidade. Com o passar do tempo, certas áreas da especulação filosófica, como a
matemática, a física e a biologia ganharam tal especificidade que se separaram da filosofia.

CIÊNCIA E ARTE

A Ciência

A ciência procura descobrir como a natureza “funciona”, considerando, principalmente, as


relações de causa e efeito. Nesse sentido, pretende buscar o conhecimento objetivo, isto é, que se baseia
nas características do objeto, com interferência mínima do sujeito.
Veja, por exemplo, a seguinte descrição científica:

19
“O coração é um músculo oco, em forma de cone achatado com a base virada para cima e a ponta
voltada para baixo, do tamanho aproximado de um punho fechado. O músculo cardíaco é chamado
de miocárdio. Sua superfície interna é recoberta por uma membrana delgada, o endocárdio. Sua
superfície externa tem um invólucro fibro-seroso, o pericárdio”.

Grande Enciclopédia Larousse Cultural, 1998.

Quando se fala em “mínima interferência do sujeito”, quer se dizer que a descrição de coração
proposta acima é válida independentemente do estudioso de anatomia que a formulou. A definição
tradicional de ciência pressupõe que ela seja um modo de conhecimento com absoluta garantia de
validade. A ciência moderna já não tem a pretensão ao absoluto, mas ao máximo grau de certeza.
Quanto à garantia de validade, ela pode consistir:
• Na descrição, conforme o exemplo acima;
• Na demonstração, como no caso de um teorema matemático;
• Na corrigibilidade, ou seja, na possibilidade de corrigir noções e conceitos, a partir dos avanços
da própria ciência.
Finalmente, é importante esclarecer que a aplicação da ciência resulta na tecnologia, ou no
conhecimento tecnológico.

A Arte

O conhecimento proporcionado pela arte não nos dá o conhecimento objetivo de uma coisa
qualquer, mas o de um modo particular de compreendê-la, um modo que traduz a sensibilidade do
artista. Trata-se, portanto, de um conhecimento produzido pelo sujeito e pela subjetividade.
Veja por exemplo o seguinte soneto, escrito pelo poeta baiano do século 17, Gregório de Matos,
no qual ele dá a sua visão do braço de uma imagem do Menino Jesus que havia sido quebrada por
holandeses protestantes, quando da invasão da cidade de Salvador:

O todo sem a parte não é todo;


A parte sem o todo não é parte;
Mas se a parte o faz todo, sendo parte,
Não se diga que é parte, sendo o todo.

Em todo sacramento está Deus todo,


E todo assiste inteiro em qualquer parte,
E feito em partes todo em toda a parte

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Em qualquer parte, sempre fica todo.

O braço de Jesus não seja parte,


Pois que feito Jesus em partes todo,
Assiste cada parte em sua parte.

Não se sabendo parte deste todo,


Um braço que lhe acharam, sendo parte,
Nos diz as partes todas deste todo.

O QUE É CONHECIMENTO?

O Conhecimento e os Primeiros Filósofos

Desde seus primórdios, a Filosofia se ocupou do problema do conhecimento. Os primeiros


filósofos na Grécia que questionaram sobre o mundo (cosmos), sobre o homem, a natureza e etc.,
tentaram encontrar a verdade em um princípio único (arché) que abarcasse toda a realidade, isto é,
sobre o Ser.
Confiantes de que somos seres capazes de conhecer o universo e sua estrutura, os gregos se
perguntavam como era possível o erro, a falsidade e a ilusão, já que não era possível falar sobre o Não
Ser e sim somente sobre o Ser. Foi preciso estabelecer a diferenciação entre o mero opinar e o
conhecer verdadeiro, entre o que percebemos pelos sentidos e aquilo que compreendemos pelo
pensamento, raciocínio ou reflexão, estabelecendo assim, graus de conhecimento e até mesmo uma
hierarquia entre eles. Isso porque o conhecimento não era entendido como mera apreensão particular
de objetos (pois isso seria conhecimento de algo), mas pretendido como o modo universal de apreensão
(não o conhecimento de várias coisas, mas o que é realmente o conhecer).
Com os filósofos gregos, estabeleceram-se alguns princípios gerais do conhecimento
verdadeiro:
• As fontes e as formas do conhecimento: sensação, percepção, imaginação, memória,
linguagem, raciocínio e intuição intelectual;
• A distinção entre o conhecimento sensível e o conhecimento intelectual;
• O papel da linguagem no conhecimento;
• A diferença entre opinião e saber;
• A diferença entre aparência e essência;
• A definição dos princípios do pensamento verdadeiro;

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• A distinção dos campos do conhecimento verdadeiro.
Para os gregos, a realidade é a Natureza e dela fazem parte os humanos e as instituições
humanas. Por sua participação na Natureza, os humanos podem conhecê-la, pois são feitos dos mesmos
elementos que ela e participam da mesma inteligência que a habita e dirige.
Com o advento do cristianismo, a verdade que os homens poderiam conhecer estava sujeita à
autoridade da fé revelada. Na concepção cristã, que vê o homem como um degenerado do paraíso, sua
salvação depende de Deus e não da sua mera vontade e só através da fé o homem poderia compreender
o mundo e a si mesmo alcançando, assim, a verdade. O homem, tido como um duplo corpo/alma tem
acesso a duas realidades, uma temporal e finita (corpo) e outra eterna e semelhante ao divino (alma)
pela qual podia se chegar à verdade e à salvação. A fé auxilia a razão para que não sofra desvios por
conta da vontade e liberdade de uma alma encerrada em um corpo.
Mas, foi somente com a Modernidade que a questão do conhecimento foi devidamente
sistematizada. Retomando os antigos, a Filosofia procurou não só saber quantos conhecimentos existia
nem quantos objetos, mas questionar suas possibilidades e condições de realização.
Eis as perspectivas mais adotadas nesse período:
• Ceticismo – posição filosófica que afirma a impossibilidade do homem conhecer seja qual for
o objeto, negando a verdade do saber e que tudo em que acreditamos não passa de hábitos.
(Hume);
• Dogmatismo – posição que afirma ser nossa razão portadora de capacidades inatas para
conhecer o mundo, capacidades estas independentes da experiência sensorial. Aqui, o sujeito
do conhecimento é valorizado em detrimento da experiência sensível (Descartes, Leibniz);
• Empirismo – doutrina que nega a existência de ideias em nossa mente antes de qualquer
experiência. Além disso, afirma que tudo que conhecemos têm origem nos dados dos sentidos.
Nessa filosofia o objeto determina por suas características o conhecimento do sujeito (Hobbes,
Locke);
• Criticismo – posição que visa ao mesmo tempo criticar as anteriores, mas sintetizando-as.
Desenvolvida pelo filósofo alemão Immanuel Kant, visa mostrar as condições de
possibilidades que um sujeito tem para conhecer um objeto. Para Kant, não podemos conhecer
os objetos em si mesmos, mas somente representá-los segundo formas a priori de apreensão da
nossa sensibilidade (tempo e espaço). Significa dizer que conhecemos o real não em si, mas
como podemos organizá-lo e apreendê-lo segundo modelos esquemáticos próprio do nosso
intelecto.

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Todo esse desenvolvimento dos filósofos modernos culminou com o debate contemporâneo
sobre o conhecer. Até aqui, percebe-se que o conhecimento necessitava de provas e demonstrações
racionais tendo um correspondente na realidade que seguisse leis como causalidade, reversibilidade,
publicidade etc.
Hoje, a ciência cada dia mais especializada se preocupa não em provar uma teoria, mas refutá-
la ou falseá-la, pois os critérios de cientificidade dependem da ação do homem ao construir seu mundo
e não mais desvendar as leis ocultas da natureza, já que em todos os períodos da história esses critérios
são elaborados segundo paradigmas vigentes que influenciam nossa visão de mundo.
A teoria do conhecimento no seu todo se realiza como reflexão do entendimento e baseia-se
num pressuposto fundamental: o de que somos seres racionais conscientes.

O que se entende por Consciência?

A capacidade humana para conhecer, para saber que conhece e para saber o que sabe que
conhece. A consciência é um conhecimento (das coisas e de si) e um conhecimento desse
conhecimento (reflexão).
• Do ponto de vista psicológico, a consciência é o sentimento de nossa própria identidade: é o
eu, um fluxo temporal de estados corporais e mentais, que retém o passado na memória, percebe
o presente pela atenção e espera o futuro pela imaginação e pelo pensamento.
• Do ponto de vista ético e moral, a consciência é a espontaneidade livre e racional, para escolher,
deliberar e agir conforme a liberdade, os direitos alheios e o dever.
• Do ponto de vista político, a consciência é o cidadão, isto é, tanto o indivíduo situado no tecido
das relações sociais como portador de direitos e deveres, relacionando-se com a esfera pública.
• Do ponto de vista da teoria do conhecimento, a consciência é uma atividade sensível e
intelectual dotada do poder de análise, síntese e representação.

OBSERVAÇÕES:
Todo esse desenvolvimento dos filósofos modernos culminou com o debate contemporâneo
sobre o conhecer. Até aqui, percebe-se que o conhecimento necessitava de provas e demonstrações
racionais tendo um correspondente na realidade que seguisse leis como causalidade, reversibilidade,
publicidade etc. Hoje, a ciência cada dia mais especializada se preocupa não em provar uma teoria,
mas refutá-la ou falseá-la, pois os critérios de cientificidade dependem da ação do homem ao construir

23
seu mundo e não mais desvendar as leis ocultas da natureza, já que em todos os períodos da história
esses critérios são elaborados segundo paradigmas vigentes que influenciam nossa visão de mundo.

O SENSO COMUM

O sol é menor do que a terra. Quem duvidará disso se, diariamente, vemos um pequeno círculo
avermelhado percorrer o céu indo de leste para oeste?
O sol se move em torno da terra que permanece imóvel. Quem duvidará disso, se passamos a
vida vendo rosas vermelhas, amarelas e brancas, o azul do céu, o verde das árvores, o alaranjado da
laranja e da tangerina?
Cada gênero e espécie de animal já surgiram tais como os conhecemos. Alguém poderia
imaginar um peixe tornar-se réptil ou um pássaro? Para os que são religiosos, os livros sagrados não
ensinam que a divindade criou de uma só vez todos os animais, num só dia?
A família é uma realidade natural criada pela natureza para garantir a sobrevivência humana e
para atender à afetividade natural dos humanos, que sentem a necessidade de viver juntos. Quem
duvidará disso, se vemos, no mundo inteiro, no passado e no presente, a família existindo naturalmente
e sendo a célula primeira da sociedade?
A raça é uma realidade natural ou biológica produzida pela diferença dos climas, da
alimentação, da geografia e da reprodução sexual. Quem duvidará disso, se vemos que os africanos
são negros, os asiáticos são amarelos de olhos puxados, os índios são vermelhos e os europeus,
brancos? Se formos religiosos, saberemos que os negros descendem de Caim, marcado por Deus, de
Caim, o filho desobediente de Noé.
Certezas como essas formam nossa vida e o senso comum de nossa sociedade, transmitindo de
geração em geração, e muitas vezes se transformando em crença religiosa, em doutrina inquestionável.

CURIOSIDADES!
A astronomia, porém, demonstra que o sol é muitas vezes maior do que a Terra e, desde
Copérnico, que é a Terra que se move em torno dele. A física óptica demonstra que as cores são ondas
luminosas de comprimento diferentes, obtidas pela refração e reflexão ou decomposição da luz branca.
A biologia demonstra que os gêneros e as espécies de animais se formaram lentamente, no curso de
milhões de anos, a partir de modificações de microrganismos e extremamente simples.

24
Historiadores e antropólogos mostram que o que entendemos por família (pai, mãe, filhos;
esposa, marido, irmãos) é uma instituição social recentíssima – data do século XV – e própria da
Europa ocidental, não existindo na Antiguidade, nem nas sociedades africanas, asiáticas e americanas
pré-colombianas. Mostram também que não é um fato natural, mas uma criação sociocultural exigida
por condições históricas determinadas.
Sociólogos e antropólogos mostram que a ideia de raça também é recente – data do século
XVIII –, sendo usada por pensadores que procuravam uma explicação para as diferenças físicas e
culturais entre os europeus e os povos conhecidos a partir do século XIV, com as viagens de Marco
Polo, e do século XV, com as grandes navegações e as descobertas de continentes ultramarinos.
Ao que parece, há uma grande diferença entre nossas certezas cotidianas e o conhecimento
científico.
As principais características do senso comum:
• Carácter empírico – o senso comum é um saber que deriva diretamente da experiência
cotidiana, não utilizando, por isso, uma elaboração racional dos dados recolhidos através
dessa experiência.
• Carácter acrítico – não necessitando de uma elaboração racional, o senso comum não procede
a uma crítica dos seus elementos, é um conhecimento passivo, em que o indivíduo não se
interroga sobre os dados da experiência, nem se preocupa com a possibilidade de existirem
erros no seu conhecimento da realidade.
• Carácter assistemático – o senso comum não é estruturado racionalmente, tanto ao nível da
sua aquisição, como ao nível da sua construção, não existe um plano ou um projeto racional
que lhe dê coerência.
• Carácter ametódico – o senso comum não tem método, ou seja, é um saber que não segue
nenhum conjunto de regras formais. Os indivíduos adquirem-no sem esforço e sem estudo. O
senso comum é um saber que nasce da sedimentação casual da experiência captada ao nível da
experiência cotidiana (por isso se diz que o senso comum é sincrético).
• Carácter aparente ou ilusório – Como não há a preocupação de procurar erros, o senso
comum é um conhecimento que se contenta com as aparências, formando por isso, uma
representação ilusória, deturpada e falsa, da realidade.
• Carácter coletivo – O senso comum é um saber partilhado pelos membros de uma
comunidade, permitindo que os indivíduos possam cooperar nas tarefas essenciais à vida social.

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• Carácter subjetivo – O senso comum é subjetivo, porque se posiciona no ponto de vista
pessoal do sujeito sem preocupações de tornar imparcial esse ponto de vista: cada indivíduo vê
o mundo à sua maneira, formando as suas opiniões, sem a preocupação de testá-las ou
fundamentá-las num exame isento e crítico da realidade.
• Carácter superficial – O senso comum não aprofunda o seu conhecimento da realidade, fica-
se pela superfície, não procura descobrir as causas dos acontecimentos, ou seja, a sua razão de
ser que, por sua vez, permitiria explicá-los racionalmente.
• Carácter particular – o senso comum não é um saber universal, uma vez que se fica pela
aquisição de informações muito incompletas sobre a realidade (por isso também se diz que ele
é fragmentário), não podendo, assim, fazer generalizações fundamentadas.
• Carácter prático e utilitário – O senso comum nasce da prática cotidiana e está totalmente
orientado para o desempenho das tarefas da vida cotidiana, por isso as informações que o
compõe são as mais simples e diretas possíveis.

OBSERVAÇÕES:
Na filosofia, o senso comum (ou conhecimento vulgar) é a primeira suposta compreensão do
mundo resultante da herança fecunda de um grupo social e das experiências atuais que continuam
sendo efetuadas. O senso comum descreve as crenças e proposições que aparecem como normal, sem
depender de uma investigação detalhada para alcançar verdades mais profundas como as científicas.

O CONHECIMENTO FILOSÓFICO

Mas como seria este caminhar do filósofo? Sabemos que, na medida em que somos seres
racionais e sensíveis, estamos sempre dando sentido às coisas. Ao “filosofar” espontâneo do homem
como costumamos chamar filosofia de vida.
Trata-se de um pensar ainda não tematizado, ou seja, ainda não posto em discussão, pelo qual
o homem, no seu cotidiano, escolhe seus caminhos. Por exemplo, quando preferimos morar em casa e
não em apartamento, quando deixamos um emprego bem pago por outro não tão bem remunerado,
porém mais atraente ou quando escolhemos o colégio onde estudar. Há valores que entram em jogo
nesses casos. Se escolho um “colégio fraco para passar de ano” e ter tempo para passear, ou se, ao
contrário, prefiro um “colégio forte para me preparar para o vestibular”, ou, ainda dentro desta última
opção, “um bom colégio para ter um contato melhor com o mundo de cultura e abrir possibilidades de
autoconhecimento”, podemos ver que estamos diante de diferentes filosofias de vida.

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A filosofia propriamente dita tem condições de surgir no momento em que esse pensar é posto
em causa, tornando-se objeto de uma reflexão.
Examinemos a palavra reflexão: quando vemos nossa imagem refletida no espelho há um
“desdobramento” da nossa figura, pois estamos aqui e estamos lá. No reflexo da luz, ela vai até o
espelho e retorna. Reflectere em latim significa fazer retroceder, voltar atrás. Aproveitando esses
diversos significados, refletir é retomar o próprio pensamento, pensar o já pensado, voltar para si
mesmo e colocar em questão o que já se conhece.
Portanto, a filosofia não é um pensar qualquer, mas é uma reflexão. Mas também não é qualquer
reflexão. O homem comum, no cotidiano da vida, é levado a momentos de parada, a fim de retomar o
significado dos seus atos e pensamentos, e nessa hora é posto a refletir. Ainda não é filosofia o que
faz.
A reflexão é filosófica quando é radical, rigorosa e de conjunto. Assim explica o professor
Dermeval Saviani:
• Radical: Em primeiro lugar, exige-se que o problema seja colocado em termos radicais,
entendida esta palavra no seu sentido mais próprio e imediato. Quer dizer, é preciso que se vá
até as raízes da questão, até seus fundamentos. Em outras palavras, exige-se que se opere uma
reflexão em profundidade.
• Rigorosa: Em segundo lugar e para garantir a primeira exigência, deve-se proceder com rigor,
ou seja, criticamente, segundo métodos determinados, colocando-se em questão as conclusões
da sabedoria popular e as generalizações que a ciência pode ensejar.
• De conjunto: Em terceiro lugar, o problema não pode ser examinado de modo parcial, mas
numa perspectiva de conjunto, relacionando-se o aspecto em questão com os demais aspectos
do contexto em que se está inserido. É neste ponto que a filosofia se distingue da ciência de um
modo mais marcante.
À medida que se faz, rigorosamente, essa reflexão varia conforme a orientação do filósofo e as
tendências históricas decorrentes da situação vivida pelos homens na sua ação sobre o mundo.
A atitude filosófica inicia-se dirigindo essas indagações ao mundo que nos rodeia e às relações
que mantemos com ele, pouco a pouco, porém, descobre que essas questões se referem, afinal, à nossa
capacidade de conhecer. À nossa capacidade de pensar.
Por isso, pouco a pouco, as perguntas da Filosofia se dirigem ao próprio pensamento: o que é
pensar, como é pensar, por que há o pensamento? A Filosofia torna-se, então, o pensamento
interrogando-se a si mesmo. Por ser uma volta que o pensamento realiza sobre si mesmo, a Filosofia
se realiza como reflexão.

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OBSERVAÇÕES:
O conhecimento filosófico tem por origem a capacidade de reflexão do homem e por
instrumento exclusivo do raciocínio. Como a Ciência não é suficiente para explicar o sentido geral do
universo, o homem tenta essa explicação através da Filosofia. Filosofando, ele ultrapassa os limites da
Ciência, delimitado pela necessidade da comprovação concreta, para compreender ou interpretar a
realidade em sua totalidade. Mediante a Filosofia estabelecemos uma concepção geral do mundo.

O CONHECIMENTO CIENTÍFICO

O que diferencia a atitude científica da atitude costumeira ou do senso comum? Antes de tudo,
a ciência desconfia da veracidade de nossas certezas, de nossa adesão imediata às coisas, da ausência
da crítica e da falta de curiosidade. Por isso, onde vemos coisas, fatos e acontecimentos, a atitude
científica vê problemas e obstáculos, aparências que precisam ser explicadas e em certos casos
afastadas.
Sob quase todos os aspectos, podemos dizer que o conhecimento científico se opõe ponto por
ponto às características do senso comum:
• É objetivo, isto é, procura as estruturas universais e necessárias das coisas investigadas.
• É quantitativo, isto é, busca medidas, padrões, critérios de comparação e de avaliação para
coisas que parecem ser diferentes. Assim, por exemplo, as diferenças de cor são explicadas por
diferenças de um mesmo padrão ou critério de medida, o comprimento das ondas luminosas;
as diferenças de tamanho, pelas diferenças de tamanho, pelas diferenças de perspectiva e de
ângulos de visão, etc.
• É homogêneo, ou seja, busca leis gerais de funcionamento dos fenômenos, que são as mesmas
para fatos que nos parecem diferentes. Por exemplo, a lei universal da gravitação demonstra
que a queda de uma pedra e a flutuação de uma pluma obedece à mesma lei de atração e
repulsão no interior do campo gravitacional. A estrela da manhã e a estrela da tarde são o
mesmo planeta, Vênus, em posições diferentes em relação ao sol, em decorrência do
movimento da Terra. Sonhar com água e com uma escada é ter o mesmo tipo de sonho, qual
seja, a realização dos desejos sexuais reprimidos, etc.
• É generalizador, pois reúne individualidades, percebidas como diferentes, sob as mesmas leis,
os mesmos padrões ou critérios de medida, mostrando que possuem a mesma estrutura. Assim,
por exemplo, a química mostra que há uma enorme variedade de corpos simples que se

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combinam de maneiras variadas, de modo que o número de elementos é infinitamente menor
do que a variedade empírica dos compostos.
• São diferenciadores, pois não reúnem nem generalizam por semelhanças aparentes, mas
distinguem os que parecem iguais, desde que obedeçam à estruturas diferentes. Lembremos
aqui um exemplo, a palavra queijo parece ser a mesma coisa que a palavra inglesa cheese e a
palavra francesa fromage, quando na realidade, são muito diferentes, porque se referem a
estruturas alimentares diferentes.
• Só estabelecem relações causais depois de investigar a natureza ou estrutura do fato estudado
e suas relações com outros semelhantes ou diferentes. Assim, por exemplo, um corpo não cai
porque é pesado, mas o peso de um corpo depende do campo gravitacional onde se encontra –
é por isso que, nas naves espaciais, onde a gravidade é igual a zero, todos os corpos flutuam
independentemente do peso ou do tamanho; um corpo tem uma certa cor não porque é colorido,
mas porque dependendo de sua composição química e física, reflete a luz de uma determinada
maneira, etc.
• Surpreende-se com a regularidade, a constância, a frequência, a repetição e a diferença das
coisas e procura mostrar que o maravilhoso, o extraordinário ou o “milagroso” é um caso
particular do que é regular, normal e frequente. Um eclipse, um terremoto, um furacão, embora
excepcionais, obedecem às leis da física. Procura, assim, apresentar explicações racionais,
claras, simples e verdadeiras para os fatos, opondo-se ao espetacular, ao mágico e ao fantástico.
• Distingue-se da magia. A magia admite uma participação ou simpatia secreta entre coisas
diferentes, que agem umas sobre outras por meio de qualidade ocultas e considera o psiquismo
humano uma força capaz de ligar-se a psiquismos superiores (planetários, astrais, angélicos,
demoníacos) para provocar efeitos inesperados nas coisas e pessoas. A atitude científica, ao
contrário, opera um desencantar ou desenfeitiçar do mundo, mostrando que nele não agem
forças secretas, mas causas e relações racionais que podem ser conhecidas e que tais
conhecimentos podem ser transmitidos a todos.
• Afirma que, pelo conhecimento, o homem pode libertar-se do medo e das superstições,
deixando de projetá-los no mundo e nos outros.
• Procura-se renovar-se e modificar-se continuamente, evitando a transformação das teorias e
doutrinas e destas, em preconceitos sociais. O fato científico resulta de um trabalho paciente e
lento de investigação e de pesquisa racional, aberto a mudanças, não sendo nem um mistério
incompreensível nem uma doutrina geral sobre o mundo.

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Os fatos ou objetos científicos não são dados empíricos espontâneos de nossa experiência
cotidiana, mas são construídos pelo trabalho da investigação científica. Esta é um conjunto de
atividades intelectuais, experimentais e técnicas, realizadas com base em métodos que permitem e
garantem:
• Separar os elementos subjetivos e objetivos de um fenômeno.
• Construir o fenômeno como um objeto do conhecimento, controlável, interpretável e capaz de
ser retificado ou corrigido por novas elaborações.
• Demonstrar e provar os resultados obtidos durante a investigação, graças ao rigor das relações
definidas entre os fatos estudados. A demonstração deve ser feita não só para verificar a
validade dos resultados obtidos, mas também para prever racionalmente novos fatos como
efeitos dos já estudados.
• Relacionar com outros fatos um fato isolado, integrando-o numa explicação racional unificada,
pois somente essa integração transforma o fenômeno em objeto científico, isto é, em fato
explicado por uma teoria.
• Formular uma teoria geral sobre o conjunto dos fenômenos observados e dos fatos
investigados, isto é, formular um conjunto sistemático de conceitos que expliquem e
interpretem as causas e os efeitos, as relações de dependência, identidade e diferença entre
todos os objetos que constituem o campo investigado.

OBSERVAÇÕES:
O conhecimento científico apesar de ter base experimental não é inquestionável, podendo ele
a qualquer momento ser contestado e perder a sua suposta veracidade, quando algum argumento
contraditório conseguir sobrepor – se ao primeiro e assim sendo, não pode se conviver com
contradições. Este tipo de conhecimento pode ser completamente independente de um contexto
predeterminado utilizando afirmações generalizadas podendo ser aplicado a diferentes situações e
épocas. E ainda, pode ser verdade irrefutável em uma época e absurdamente errado em outra.

EXERCÍCIOS

1. Marque a alternativa que NÃO apresenta todos os nomes como sendo filósofos importantes
da história:
a) Aristóteles, Immanuel Kant, Platão e Zeus.
b) Aristóteles, Immanuel Kant, Platão e René Descartes.
c) Aristóteles, Immanuel Kant, Platão e São Tomás de Aquino.

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d) Aristóteles, Immanuel Kant, Platão e Santo Agostinho.
e) Aristóteles, São Tomás de Aquino e Santo Agostinho.

2. Leia as alternativas abaixo e marque a que não é um exemplo de senso comum da nossa
sociedade.
a) O céu e azul.
b) A água é transparente.
c) A bola é uma circunferência.
d) O sangue é vermelho.
e) O sol gira ao redor da terra.

3. Sobre Filosofia, é CORRETO afirmar que:


a) A Filosofia é uma ciência que estuda o cérebro.
b) A Filosofia é uma ciência que estuda os filos.
c) A Filosofia está relacionada ao amor e a sabedoria, ou seja, querer saber mais.
d) A Filosofia é uma arte que não se preocupa com fatores científicos e não investiga a verdade sobre
os fatos.
e) A Filosofia é uma palavra brasileira que significa paz e amor, ou seja, não tem ligação com o saber.

BUSCANDO+

Filmes:

✓ Sim senhor
✓ O Homem Bicentenário
✓ Ponto de Mutação
✓ Santo Agostinho de Hipona

PÍLULA DO CONHECIMENTO

Esse item se trata de uma metodologia disponibilizada em nossa plataforma, a qual você poderá acessar
e aprender sobre conceitos importantes referentes aos conteúdos abordados nesta apostila. Acesse
nossa plataforma e veja a PÍLULA DO CONHECIMENTO sobre FILOSOFIA do MÓDULO I!

GABARITO

QUESTÃO ALTERNATIVA
1 A
2 E
3 C

31
REFERÊNCIAS
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando: Introdução à
Filosofia. São Paulo: Moderna, 1986.

CHAUI, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo: Ática, 2000.

ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando: Introdução à
Filosofia. São Paulo: Moderna, 1986.

CHAUI, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo: Ática, 2000.

ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando: Introdução à
Filosofia. São Paulo: Moderna, 1986.

CHAUI, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo: Ática, 2000.

ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando: Introdução à
Filosofia. São Paulo: Moderna, 1986.

CABRAL, João Francisco Pereira. Conhecimento.


Disponível em <http://www.brasilescola.com/filosofia/conhecimento.htm>. Acesso em: 15 de jul.
2012.

CHAUI, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo: Ática, 2000.

32
RIACHO FUNDO 02, QN 05 “A” CJ “02” LOTE “10” – BRASÍLIA/DF
ORIENTAÇÕES DE LEITURA
O componente curricular FÍSICA foi elaborado com alguns TÓPICOS e ITENS especiais que
precisam ser destacados para melhor compreensão de leitura e contextualização dos conteúdos
abordados.

TÓPICOS ESPECIAIS E ITENS DE ESTUDO

• O cursista encontrará na apostila alguns tópicos estruturados sem seções com finalidades
específicas chamados TÓPICOS ESPECIAIS.
• Além desses tópicos, o cursista também encontrará alguns ITENS DE ESTUDO que irão
proporcionar dinâmica a leitura e melhor compreensão dos assuntos abordados.

TÓPICOS ESPECIAIS

EXERCÍCIOS
Se trata de um tópico especial contendo aplicações teórico-práticas em formato de exercícios de
múltipla escolha elaborados para o estudante pensar, analisar e abstrair conceitos estudando exemplos
que relacionam a teoria com a prática em cada componente curricular.

BUSCANDO+
Se trata de um tópico especial contendo algumas indicações de estudo, por meio de sugestões de Links,
livros, sites, vídeos e outros meios que possam ser acessados pelo cursista, como forma de estudo
suplementar ou de aprofundamento dos conteúdos ministrados em cada componente curricular.

PÍLULA DO CONHECIMENTO
São pequenos componentes educacionais (textos, vídeos, áudios, animações) que disponibilizamos
com intuito de agregar conteúdo, contextualizar o aprendizado e fortalecer a retenção do conhecimento
de forma objetiva e orgânica, melhorando o desempenho de nossos estudantes e profissionais. Um
recurso educacional utilizado para suportar um processo de aprendizagem rápido, porém constante.

“A pílula do conhecimento poderá ser aplicada como complementação teórica e prática dos nossos
cursos, como ferramenta de memorização e revisão de conteúdo sobre os aspectos mais importantes
do curso e/ou como reforço das ações de aprendizagem presenciais”.
GABARITO
Respostas dos exercícios propostos.

ITENS DE ESTUDO

CURIOSIDADES!
Item de estudo utilizado para expor acontecimentos, fatos e casos curiosos relacionados com algum
tema abordado.

“Momento de atiçar a curiosidade do estudante, propondo conceitos, fatos e situações curiosas


referente aos assuntos que estão sendo estudados”.

OBSERVAÇÕES:
Item de estudo utilizado para complementar e destacar ideias e informações importantes sobre os
conteúdos abordados.

“Momento de fazer o estudante refletir sobre algum tema específico que deve ser destacado,
lembrado ou anotado como uma observação importante”.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO____________________________________________________________________ 08
CAMPOS DE ESTUDO DA FÍSICA___________________________________________________ 08
• O que a Física tem a ver com o Mundo e a Nossa Vida Cotidiana?___________________ 08
• Ramos da Física _____________________________________________________________09
UNIDADES DE MEDIDA____________________________________________________________13
• Medidas de Comprimento_____________________________________________________13
• Medidas de Área____________________________________________________________ 14
• Medidas de Volume__________________________________________________________ 15
• Medidas de Massa ___________________________________________________________15
• Medidas de Capacidade ______________________________________________________ 16
• Medidas de Tempo___________________________________________________________17
• Sistema Internacional de Unidades (SI)__________________________________________18
CINEMÁTICA_____________________________________________________________________ 20
• Introdução à Velocidade _____________________________________________________ 20
• Introdução ao Movimento____________________________________________________ 22
• Equação de Torricelli________________________________________________________ 23
CONCEITOS IMPORTANTES________________________________________________________23
• Ponto Material______________________________________________________________ 24
• Repouso___________________________________________________________________ 24
• Movimento_________________________________________________________________ 24
• Referencial_________________________________________________________________ 24
• Posição____________________________________________________________________ 25
• Trajetória__________________________________________________________________ 25
VELOCIDADE MÉDIA______________________________________________________________
25
MOVIMENTO UNIFORME (MU)______________________________________________________26
• Função Horária do Movimento Uniforme________________________________________27
• Movimento Progressivo_______________________________________________________28
• Movimento Retrógrado_______________________________________________________28
MOVIMENTO UNIFORMEMENTE VARIADO (MUV)_____________________________________ 29
• Funções horárias do movimento uniformemente variado___________________________ 29
• Movimento acelerado________________________________________________________ 31
• Movimento retardado________________________________________________________31
VETORES________________________________________________________________________ 32
• O que é um Vetor?___________________________________________________________32
• Representação de um Vetor___________________________________________________ 33
• Direção e Sentido de um Vetor_________________________________________________33
• Grandezas Escalares e Grandezas Vetoriais______________________________________33
• Adição de Vetores___________________________________________________________ 34
DINÂMICA______________________________________________________________________ 36
● Leis de Newton_____________________________________________________________ 36
● Força Peso_________________________________________________________________ 37
● Força de Atrito_____________________________________________________________
38
● Força Elástica______________________________________________________________ 38
● Força Centrípeta____________________________________________________________ 39
● Trabalho___________________________________________________________________
39
● Potência___________________________________________________________________ 40
ESTÁTICA E HIDROSTÁTICA______________________________________________________ 41
● Princípios Básicos de Estática e Hidrostática_____________________________________41
● Pressão____________________________________________________________________ 42
● Teorema de Stevin___________________________________________________________42
● Teorema de Pascal___________________________________________________________43
● Princípio do Empuxo________________________________________________________ 44
EXERCÍCIOS_____________________________________________________________________ 45
BUSCANDO+____________________________________________________________________ 45
PÍLULA DO CONHECIMENTO______________________________________________________ 46
GABARITO_______________________________________________________________________46
REFERÊNCIAS___________________________________________________________________ 46

26
INTRODUÇÃO

Física é a ciência exata que tem por objeto de estudo os fenômenos que ocorrem na natureza.
Através do entendimento dos fenômenos da natureza, podemos entender como as coisas acontecem
em nosso dia a dia. A Física tem grande importância para a sociedade, pois uma infinidade de
equipamentos que utilizamos hoje, em nosso cotidiano (como rádios, TV´s, celulares, computadores,
laser, dentre outros), foram desenvolvidos utilizando conceitos e Leis da Física.
Neste material trataremos de diversos assuntos presentes em nosso cotidiano que muitas das
vezes não conseguimos observar a Física envolvida. Esperamos que através do estudo dos conteúdos
propostos nesse material, colabora para que o aluno consiga enxergar os conceitos para além de suas
teorias.
O Componente Curricular de FÍSICA, está inserido na Área do Conhecimento de CIÊNCIAS
DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS. Neste material, veremos assuntos relacionados ao
MÓDULO I, equivalente a 1ª SÉRIE do ENSINO MÉDIO.

CAMPOS DE ESTUDO DA FÍSICA

O termo “Física”, do grego physis, significa natureza. Assim, a Física é a ciência que estuda a
natureza; por isso ela também é chamada de ciência natural. Em qualquer ciência, acontecimentos ou
ocorrências são chamados fenômenos, ainda que não sejam extraordinários ou excepcionais. Os
fenômenos na natureza são tão variados e numerosos que a Física tem um campo de estudo cada vez
mais amplo.

O que a Física tem a ver com o Mundo e a Nossa Vida Cotidiana?

Durante os nossos estudos, veremos que o fascinante mundo da Física faz parte de toda a vida
do ser humano, desde o nascimento e a morte até o início e o fim do universo.
Desde seu surgimento na Terra o homem se preocupa em entender e dominar o universo que o
cerca. Interessa-se, por exemplo, por que um trovão faz barulho, como se vê a luz de um relâmpago,
por que os corpos têm cores diferentes, como é o movimento da lua em relação à Terra, como a Terra
e os demais planetas se movem em relação ao Sol ou como são os movimentos dos objetos nas
proximidades da superfície terrestre. Todos esses problemas, por diferentes que sejam, são estudados
em Física, uma ciência tão presente em nossa vida que não podemos dispensá-la.

08
Ramos da Física

É através de seus sentidos que o homem tem suas primeiras informações do universo: vê a luz
de um relâmpago, ouve o som de um trovão, e pelo tato tem, entre outras noções, a de quente e frio.
Consequentemente classificou os fenômenos observados de acordo com o sentido empregado na
observação. O movimento é o fenômeno mais comum na vida diária e deu origem à mecânica.
O homem relacionou a luz com o ato de ver, dando origem a óptica. Através da audição, estudou
as propriedades do som e surgiu outra ciência: a acústica. As noções de quente e frio, sentidas pelo
tato, motivaram o estudo do calor, ou a termologia. Das propriedades elétricas e magnéticas surgiu o
estudo da eletricidade e do magnetismo; e da constituição da matéria teve origem a física nuclear.

Mecânica

Os primeiros estudos dos movimentos foram feitos por diversos povos antigos como os
egípcios, caldeus, fenícios, babilônios e gregos. Eles procuravam compreender o movimento dos
astros, o fluxo das marés, o ciclo das estrelas, dentre outros. Hoje, a mecânica descreve todos os
fenômenos da vida diária, desde o caminhar até a locomoção em veículos de última geração,
proporcionando forças e acelerações, investigando o movimento e suas causas.
Movimentos como os que podemos observar nas “figuras 1, 2 e 3” são exemplos de fenômenos
estudados pela mecânica.

Figura 1: Empurrar um carro.

Figura 2: Caminhar.

09
Figura 3: Locomoção de um carro.
Óptica

Quando o homem percebe que existe relação entre a luz e o ato de ver, surge a óptica como
ciência. A óptica estuda fenômenos da natureza relacionados à luz, como o arco-íris, e fenômenos
cotidianos como a correção de defeitos visuais e aplicações de lasers e fibra óptica.

CURIOSIDADES!
A óptica também é usada na medicina para correção de defeitos visuais.

Figura 4: Óculos de grau.

Acústica

A acústica estuda as propriedades do som, de acordo com suas frequências e intensidades. Esses
estudos nos proporcionam a explicação de vários fenômenos, como o da “quebra” da barreira do som
por uma aeronave que ultrapasse a velocidade do som e também na criação de aparelhos que possam
dar uma qualidade melhor ao som, de forma a diminuir o aumento da poluição sonora.

CURIOSIDADES!
Ao ultrapassar a velocidade do som, o piloto não mais escuta o som de sua aeronave.

Figura 5: Aeronave.

10
Estudo do calor ou termologia

Os sentidos relacionados ao tato foram as motivações para o estudo do calor, também chamado
de termologia. Esses estudos nos proporcionam aplicações cotidianas em metais para condutibilidade
térmica para panelas, máquinas térmicas, termômetros, dentre outros; além de favorecer o estudo
térmico de materiais para sua aplicação tecnológica.

CURIOSIDADES!
Através dos estudos sobre dilatação de líquidos foi possível medir a temperatura de um corpo
por meio do equilíbrio térmico utilizando um termômetro.

Figura 6: Termômetro.

Eletricidade e magnetismo

Essa foi uma das áreas de maior aplicação de grandes físicos da história. Temos utilizações no
cotidiano através da energia elétrica consumida por aparelhos eletrodomésticos; na produção de
energia elétrica por fontes naturais como a água, o vento, o sol e até mesmo por fontes nucleares. Já o
magnetismo trouxe um avanço a tecnologia através dos motores magnéticos e também em veículos
modernos como o trem-bala. Veja abaixo duas aplicações de eletricidade e magnetismo.

CURIOSIDADES!
A produção de energia elétrica pelas usinas eólicas advém dos ventos.

Figura 7: Usina eólica.

11
O trem-bala utiliza aplicações fundamentais do campo magnético para sua locomoção.

Figura 8: Trem-bala.

Física nuclear

A física nuclear estuda os núcleos atômicos. Os trabalhos com física nuclear nos proporcionam
aplicações de forma a extrair o melhor de sua energia. Tais aplicações podem ser vistas em aparelhos
medicinais para tratamento de doenças e também para emissão de raios X para fotografias internas do
corpo humano. Há elementos químicos que liberam uma grande quantidade de energia e devem ser
manuseados com segurança, sendo usados para benefício da humanidade, e não como forma de destruí-
la, como foi feito com as bombas.

Figura 9: Aplicação do raio X no corpo humano.

CURIOSIDADES!
O universo
Todos os corpos na natureza são constituídos de matéria. A matéria e, portanto, todos os corpos
do universo são constituídos por pequenas unidades denominadas átomos, que não podem ser vistos
nem pelos mais poderosos microscópicos. Porém, há modelos que representam o átomo com os prótons

12
e nêutrons no núcleo, e os elétrons girando em torno. Os átomos por sua vez formam outros agregados:
as moléculas.
Assim, o campo da física abrange todo o universo, desde diminutas partículas até grandes
corpos como planetas e estrelas.

Figura 10: Modelo atômico de Rutherford.

O modelo atômico de Rutherford é o modelo estrutural atômico mais aceitável até hoje (2021).

Figura 11: Astros do universo.

Até mesmo os grandes astros do universo são constituídos por átomos como o representado na
figura anterior (figura 10 – Modelo atômico de Rutherford)

UNIDADES DE MEDIDA

Medidas de Comprimento

13
As medidas de comprimento são os mecanismos de medição mais utilizados no dia a dia.
O metro é a unidade de medida principal para medir comprimento. A partir do metro são obtidas outras
medidas de comprimentos que são múltiplos e submúltiplos do metro. Os múltiplos do metro
são: decâmetro (dam), hectômetro (hm) e quilômetro (km); os submúltiplos são: milímetro
(mm), centímetro (cm) e decímetro (dm).

Figura 12: Representação de conversão de unidade de medidas de comprimento.

Exemplo:
Fazendo a conversão de 12 km para metro, quanto obtemos?
Para converter 12 km em metros devemos multiplicar 12 por 10 três vezes.
Portanto,
12 x 10 x 10 x 10 = 12000 m
Medidas de Área

Área é um conceito matemático que pode ser definida como quantidade


de espaço bidimensional, ou seja, de superfície. Existem várias unidades de medida de área, sendo a
mais utilizada o metro quadrado (m²) e os seus múltiplos: decâmetros ao quadrado (dam²), hectômetro
ao quadrado (hm²) e quilômetro ao quadrado (km²) e os submúltiplos: decímetro ao quadrado (dm²),
centímetro ao quadrado (cm²) e milímetro ao quadrado (mm²).

Figura 13: Representação de conversão de unidade de medidas de área.

14
Exemplo:
2 km² equivale a quantos metros quadrados?
Para converter km² para m² basta multiplicar três vezes por 100.
Portanto,
2 x 100 x 100 x 100 = 2000000 m²

Medidas de Volume

A medida de volume no sistema internacional de unidades (SI) é o metro cúbico (m3). As


unidades do sistema métrico decimal de volume são: quilômetro cúbico (km3), hectômetro cúbico
(hm3), decâmetro cúbico (dam3), metro cúbico (m3), decímetro cúbico (dm3), centímetro cúbico (cm3)
e milímetro cúbico (mm3). As transformações entre os múltiplos e submúltiplos do m3 são feitas
multiplicando-se ou dividindo-se por 1000.

Figura 14: Representação de conversão de unidade de medidas de volume.

Exemplo:
Efetue a seguinte transformação: 6 m³ em dm³.
Basta multiplicar por 1000
6*1000 = 6000 dm³

Medidas de Massa

As medidas de massa são usadas quando queremos definir a quantidade exata de massa de um
corpo. No nosso cotidiano, usamos o quilograma e o grama para medir essa quantidade em
determinados objetos. A unidade de medida padrão para a massa no sistema internacional de medidas
é o quilograma (kg), que pode ser divididos em 7 múltiplos e submúltiplos do grama: quilograma
(kg), hectograma (hg), decagrama (dag), grama (g), decigrama (dg), centigrama (cg) e miligrama
(mg).

15
Figura 15: Representação de conversão de unidade de medidas de massa.

Exemplo:
Converta 4 kg em mg.
Converter de kg para mg é o mesmo que multiplicar 4 por 10 seis vezes.
Então,
4 x 10 ⇒ 40 x 10 ⇒ 400 x 10 ⇒ 4000 x 10 ⇒ 40000 x 10 ⇒ 400000 x 10 = 4000000 mg

Medidas de Capacidade

As medidas de capacidade são grandezas utilizadas para estimar uma quantidade que está
inserida em um reservatório/recipiente, ou seja, são empregadas na medição de líquidos. Ainda pode-
se dizer que tais medidas são usadas para definir o volume no interior de um recipiente. Mas, antes de
conhecer as unidades de medidas de capacidade é importante fazer a distinção entre alguns termos.
Quando falarmos em volume, estamos nos referindo ao espaço que um corpo é capaz de ocupar. Mas
ao falar de capacidade, estamos nos referindo ao volume de líquido que pode ser acomodado dentro
do recipiente.
O litro foi definido pelo Sistema Internacional de Unidades (SI) como a unidade padrão de
medidas de capacidade podendo ser utilizados também os seus múltiplos que são o quilolitro (kl),
hectolitro (hl) e decalitro (dal), todos maiores que o litro e os submúltiplos que são menores que o litro
e denominados por decilitro (dl), centilitro (cl) e mililitro (ml).

Figura 16: Representação de conversão da unidade de medida de capacidade.

16
Exemplo:
Transforme 30 mL para em L.
Para transformar de mL para L devemos dividir o número três vezes por 10, que é o mesmo
que dividir por 1000.
Assim, temos:
30 : 1000 = 0,03 L
Note que dividir por 1000 é o mesmo que "andar" com a vírgula três casa diminuindo o número.

Medidas de Tempo

Existem diversas unidades de medida de tempo, por exemplo a hora, o dia, o mês, o ano, o
século. No sistema internacional de medidas a unidades de tempo é o segundo (s). Para medir o tempo
utilizamos relógios que são dispositivos que medem eventos que acontecem em intervalos regulares.

Figura 17: Representação de conversão das medidas de tempo.

Figura 18: Representação de unidade de medidas de tempo.


Exemplo:
Uma hora tem quantos segundos?
Como uma hora tem 60 minutos, e um minuto tem 60 segundo, então basta multiplicar os 60
minutos por 60 segundos.

17
60 x 60 = 3600

Sistema Internacional de Unidades (SI)

O Sistema Internacional de Unidades (SI) pode ser descrito sobre sete unidades de medida
básicas, baseadas nas grandezas físicas fundamentais.
São elas:
• Comprimento;
• Tempo;
• Massa;
• Corrente elétrica;
• Temperatura termodinâmica;
• Quantidade de matéria;
• Intensidade luminosa.

CURIOSIDADES!
O Sistema Internacional de Unidades, abreviado pela sigla SI, é um conjunto de unidades de
medidas correspondentes às grandezas físicas fundamentais e suas derivações. O SI representou uma
evolução do sistema métrico quando estabelecido em 1960, durante a Conferência Geral de Pesos e
Medidas (CGPM), na França.

As unidades do SI referidas a tais grandezas e seus símbolos são, respectivamente:


• Metro (m);
• Segundo (s);
• Quilograma (kg);
• Ampére (a);
• Kelvin (k);
• Mol (mol) e;
• Candela (cd).

Na tabela da “figura 19” veremos as unidades básicas do SI, bem como seus símbolos e
definições:

18
Grandeza Unidade Símbolo Definição moderna

Comprimento metro m O metro é definido como o espaço percorrido


pela luz (no vácuo) em uma fração de 1/299.792.458 s.

O segundo equivale a 9.192.631.770 transições


Tempo segundo s
hiperfinas de energia de um átomo de Césio.

quilograma kg Atualmente o quilograma passou a ser baseado

Massa na constante de Planck, igual a 6,62607015.10-34 J.s.

O ampére é igual à passagem de


Corrente ampére A 1,602176634.1019 cargas elementares por segundo,
elétrica corresponde à corrente que produz uma força de 2.10-7 N
entre dois fios condutores paralelos, espaçados em 1 m.

Recentemente, a temperatura termodinâmica passou a


Temperatura ser medida em termos da constante de Boltzmann, de
kelvin K
termodinâmica módulo igual a 1,380649.1023 J.s. Antigamente, era
relacionada com o ponto triplo da água.

Quantidade de O mol é definido em termos do número de Avogadro,


mol mol que define como 6,02214076.1023 o número de
matéria
partículas contidas em um mol.

Intensidade A intensidade luminosa é baseada em uma frequência


candela cd
luminosa monocromática de luz igual a 540.1012 Hz.

Figura 19: Tabela – Unidades básicas do SI, símbolos e definições.

19
CINEMÁTICA

Introdução à Velocidade

A velocidade de um corpo é dada pela relação entre o seu deslocamento em determinado tempo.
Pode ser considerada a grandeza que mede o quão rápido ele se desloca.
A análise da velocidade se divide em dois principais tópicos: velocidade média e velocidade
instantânea. É considerada uma grandeza vetorial, ou seja, tem um módulo (valor numérico), uma
direção (Ex.: vertical, horizontal) e um sentido (Ex.: para frente, para cima). Porém, para problemas
elementares, onde há deslocamento apenas em uma direção, o chamado movimento unidimensional,
convém tratá-la como uma grandeza escalar (com apenas valor numérico).
As unidades de velocidade comumente adotadas são:
● m/s (metro por segundo);
● km/h (quilômetro por hora);
No Sistema Internacional (S.I.), a unidade padrão de velocidade é o m/s. Por isso, é importante
saber efetuar a conversão entre o km/h e o m/s, que é dada pela seguinte relação:

Figura 20: Conversão de unidades de velocidade.

Indica o quão rápido um objeto se desloca em um intervalo de tempo médio e é dada pela
seguinte razão:
∆𝑆
𝑉𝑚 =
∆𝑡
Em que:
𝑉𝑚 = Velocidade Média
∆𝑆 = Intervalo do deslocamento [posição final – posição inicial]
∆𝑡 = Intervalo de tempo [tempo final – tempo inicial]
Exemplo:
Um carro se desloca de Florianópolis – SC a Curitiba – PR. Sabendo que a distância entre as
duas cidades é de 300 km e que o percurso iniciou as 7 horas e terminou ao meio dia, calcule a
velocidade média do carro durante a viagem:

20
∆𝑆 = (posição final) – (posição inicial)
∆𝑆 = (300 km) – (0 km)
∆𝑆 = 300 km
Em que:
∆𝑡 = (tempo final) – (tempo inicial)
∆𝑡 = (12 h) – (7h)
∆𝑡 = 5 h
Então:

Velocidade instantânea

A velocidade instantânea é a velocidade medida em um determinado momento. Diferente da


velocidade média, que mede a velocidade média durante um percurso em uma variação de tempo, a
velocidade instantânea mede a velocidade em um instante específico.
Para calcular a velocidade instantânea utilizamos:

𝑉 = 𝑉𝑜 + 𝑎. 𝑡
Em que:
V: Velocidade final
V0: Velocidade inicial
a: Aceleração
t: tempo
Exemplo:
Um veículo trafega com aceleração constante de 10 m/s². Qual a velocidade do veículo após 8
segundos, sabendo que a velocidade inicial do veículo era de 4 m/s?

𝑉 = 𝑉𝑜 + 𝑎. 𝑡
𝑉 = 4 + 10.8
𝑉 = 84 𝑚⁄𝑠

21
Introdução ao Movimento

Movimento Uniforme

Quando um móvel se desloca com uma velocidade constante, diz-se que este móvel está em
um movimento uniforme (MU). Particularmente, no caso em que ele se desloca com uma velocidade
constante em trajetória reta, tem-se um movimento retilíneo uniforme.

Movimento Uniformemente Variado

Também conhecido como movimento acelerado, consiste em um movimento onde há variação


de velocidade, ou seja, o móvel sofre aceleração à medida que o tempo passa.
Mas se essa variação de velocidade for sempre igual em intervalos de tempo iguais, então
dizemos que este é um Movimento Uniformemente Variado (MUV) também chamado de Movimento
Uniformemente Acelerado, ou seja, que tem aceleração constante e diferente de zero.
Assim como para a velocidade, podemos definir uma aceleração média se considerarmos a
variação de velocidade ∆𝑉 em um intervalo de tempo ∆𝑡, e esta média será dada pela razão:

∆𝑉
𝐴𝑚 =
∆𝑡
Movimento vertical

Se largarmos uma pena e uma pedra de uma mesma altura, observamos que a pedra chegará
antes ao chão. Por isso, pensamos que quanto mais pesado for o corpo, mais rápido ele cairá. Porém,
se colocarmos a pedra e a pena em um tubo sem ar (vácuo), observaremos que ambos os objetos levam
o mesmo tempo para cair.
Assim, concluímos que, se desprezarmos a resistência do ar, todos os corpos, independente de
massa ou formato, cairão com uma aceleração constante: a aceleração da Gravidade.
Quando um corpo é lançado nas proximidades da Terra, fica sujeito à gravidade, que é orientada
sempre na vertical, em direção ao centro do planeta.
O valor da gravidade (g) varia de acordo com a latitude e a altitude do local, mas durante
fenômenos de curta duração, é tomado como constante e seu valor médio no nível do mar é:

g = 9,80665 m/s²

No entanto, como um bom arredondamento, podemos usar sem muita perda nos valores:

22
g = 10 m/s²
Equação de Torricelli

A Equação de Torricelli é independente do tempo. Ela é desenvolvida a partir da junção da


função horária da velocidade com a função horária da posição para o movimento uniformemente
variado, ou seja, um movimento que ocorre em linha reta e com aceleração constante. A equação de
Torricelli é definida pela fórmula abaixo:

𝑉² = 𝑉𝑜² + 2. 𝑎. ∆𝑆
Em que:
V = Velocidade final (m/s)
V0 = Velocidade inicial (m/s)
a = Aceleração média (m/s²)
ΔS = Deslocamento (m)
Exemplo:
Uma partícula, inicialmente a 2 m/s, é acelerada uniformemente e, após percorrer 8 m, alcança
a velocidade de 6 m/s. Nessas condições, qual a sua aceleração, em m/s²?

𝑉² = 𝑉𝑜² + 2. 𝑎. ∆𝑆
6² = 2² + 2. 𝑎. 8
36 = 4 + 16. 𝑎
36 − 4 = 16. 𝑎
32 = 16. 𝑎
32
𝑎=
16
𝑎 = 2 𝑚 ⁄𝑠 ²

CONCEITOS IMPORTANTES

Como vimos na aula anterior, o ramo da Física que estuda o movimento é a mecânica. Na
Física, o movimento consiste em uma mudança de posição de um corpo ou de um sistema em relação
ao tempo, quando medido por um dado observador num referencial determinado. Sim, estes são novos
conceitos, e é justamente por isso que antes de iniciarmos o estudo dos movimentos é importante
definirmos e entendermos os seguintes conceitos:

23
Ponto Material

É como chamamos um objeto quando desprezamos suas dimensões, ou seja, o tamanho do


corpo, quando isto não interfere no estudo do fenômeno; passamos então, a tratá-lo apenas como um
ponto.
Exemplo:
Imagine um avião que decola de São Paulo com destino a Nova York. O tamanho do avião é
pequeno se pensarmos na distância entre as duas cidades; por isso, dizemos que as dimensões do avião
são desprezíveis, já que não afetam o estudo deste fenômeno.

Repouso

Dizemos que um objeto está em repouso quando a distância entre o objeto e o referencial não
muda no decorrer do tempo.
Exemplo:
Um carro está estacionado em frente a um prédio. Em relação ao prédio, o carro está em
repouso, pois não há mudança na distância entre o prédio e o carro.

Movimento

Quando, no decorrer do tempo, existe mudança na distância entre o objeto e o ponto de


referência, dizemos que há movimento.
Exemplo:
No exemplo anterior, onde o referencial é o prédio, se o carro começar a se mover, ou seja, se
observarmos que a distância entre o prédio e o carro se altera, dizemos que há movimento.

OBSERVAÇÕES:
Se escolhermos o motorista dentro do carro como o novo referencial, não poderemos mais
afirmar que o carro está em movimento, pois agora temos um referencial que se move junto com o
carro. Isso significa que não há mudança na distância entre o referencial (a pessoa que está dirigindo)
e o objeto estudado (o carro).

Referencial

É o ponto ou objeto com que faremos as comparações com outros objetos ou corpos. O
referencial é indispensável para sabermos se o objeto estudado está em repouso ou em movimento.

24
Exemplo:
Nos exemplos anteriores temos o prédio e a pessoa que dirige como referencial.

OBSERVAÇÕES:
O referencial pode ser qualquer coisa ou objeto que facilite o entendimento de movimento ou
repouso.

Posição

É a distância da origem até um ponto qualquer da trajetória em que se encontra o corpo. Em


outras palavras, é o lugar onde se encontra o corpo num dado instante de tempo.

Trajetória

É o conjunto de posições sucessivas ocupadas por um móvel no decorrer do tempo.

VELOCIDADE MÉDIA

Quando dividimos o espaço percorrido pelo tempo gasto para percorrê-lo, obtemos a
velocidade média (Vm).
No trânsito de cidades e rodovias, nos deparamos com sinalizações que indicam qual a
velocidade máxima permitida em determinado trecho. Ultrapassar a velocidade máxima permitida em
locais com radares provoca multas e punições previstas no código de trânsito brasileiro. Mas, como o
radar calcula a velocidade média do veículo?
Os sistemas de radares fixos ou móveis calculam tal velocidade da seguinte forma: são fixados
dois pontos de um trecho (A e B, no exemplo abaixo) para que o sistema marque o tempo que o veículo
gasta para percorrê-lo. O sistema então divide a distância de A até B pelo tempo que foi gasto
percorrendo essa distância, obtendo assim a velocidade média.

Figura 21: Ilustração de um trecho com dois pontos fixos: A e B.

25
Podemos utilizar uma fórmula para calcular mais facilmente a velocidade média.

∆𝑆 𝑆 − 𝑆₀
𝑉𝑚 = =
∆𝑡 𝑡 − 𝑡₀
(fórmula para calcular a velocidade média)
Em que:
Vm: velocidade média.
∆S: variação de espaço.
S₀: posição inicial.
S: posição final.
∆t: variação de tempo.
t₀: tempo inicial.
t: tempo final.
Exemplo:
Uma charrete antiga percorre 45 quilômetros em 0,5 hora (meia hora). Então sua velocidade
será:
∆𝑆 45
𝑉𝑚 = = = 90 𝑘𝑚⁄ℎ
∆𝑡 0,5
A velocidade com que a charrete percorreu o percurso de 45 quilômetros foi de 90 quilômetros
por hora.

MOVIMENTO UNIFORME (MU)

Movimento uniforme é qualquer movimento realizado com velocidade constante, ou seja, que
tenha a mesma velocidade durante todo percurso. Imagine que o velocímetro (aparelho de medição de
velocidade) de um carro de Fórmula 1 mostre três pontos por onde o carro passou, marcando sempre
o mesmo valor da velocidade. Pode-se concluir que esse carro de Fórmula 1 possui velocidade
constante durante sua trajetória. Isto é o que chamamos de movimento uniforme.

Figura 22: Carros de fórmula 1.

26
OBSERVAÇÕES:
No movimento uniforme (UM) não há aceleração.

Função Horária do Movimento Uniforme

A função horária é uma função que possui elementos capazes de determinar uma posição de
um corpo a certa velocidade em função da passagem do tempo. Essa função, ou seja, a equação do
movimento uniforme, é dada por:

𝑆 = 𝑆0 + 𝑉. 𝑡
(fórmula da função horária do movimento uniforme)

Em que:
S: posição final de um móvel.
S0: posição inicial, ou seja, a posição onde o móvel começou o movimento.
v: velocidade constante no movimento.
t: tempo gasto durante o percurso.
Com essa equação é possível desde que tenhamos alguns valores, verificar o tempo gasto, o
espaço percorrido e sua velocidade.
Exemplo:
Qual é a distância que uma bala percorre ao atingir uma parede em 0,5 segundos (s), colocando
sua posição inicial igual a zero e sua velocidade constante igual a 1200 metros por segundo (m/s)?
Basta substituir os valores na equação da função horária do movimento uniforme e teremos o
valor da distância desejada:
S: posição final de um móvel (valor desejado)
S0: zero (0)
v: 1200 m/s
t: 0,5 s
𝑆 = 𝑆0 + 𝑉. 𝑡
𝑆 = 0 + 1200.0,5
𝑆 = 600𝑚

Com velocidade constante de 1200 m/s, a distância percorrida pela bala em 0,5 s foi de 600 m.

27
Movimento Progressivo

É o movimento em que o móvel se desloca no mesmo sentido da trajetória.

Figura 23: Esquema ilustrativo do movimento progressivo.

A velocidade maior que zero (V > 0) indica que o movimento é progressivo.

Movimento Retrógrado

É o movimento em que o móvel se desloca no sentido contrário ao da trajetória.

Figura 24: Esquema ilustrativo do movimento retrógrado.

A velocidade menor que zero (V < 0) indica que o movimento é retrógrado.

OBSERVAÇÕES:
MU – Movimento Uniforme
• No movimento uniforme a aceleração é nula (aceleração = 0).
• Para encontrar a velocidade média, basta utilizar a equação:
∆𝑆
𝑉𝑚 =
∆𝑡

• Para encontrar o espaço, usamos a fórmula da função horária:

28
𝑆 = 𝑆₀ + 𝑉𝑡

Movimento Progressivo
• Possui V > 0 (velocidade maior que zero) e está no mesmo sentido da trajetória.
Movimento Retrógrado
• Possui V < 0 (velocidade menor que zero) e está no sentido contrário da trajetória.

MOVIMENTO UNIFORMEMENTE VARIADO (MUV)

É o movimento em que a velocidade do móvel varia no decorrer do tempo, adquirindo


aceleração, que nada mais é do que a variação da velocidade no decorrer do tempo.
Imagine um caminhão que iniciou seu movimento com uma velocidade de 24,97 quilômetros
por hora (Km/h) e aceleração de 1,773 quilômetros por hora ao quadrado (Km/h²). A aceleração
significa que o caminhão está aumentando a sua velocidade, ou seja, a cada hora, sua velocidade
aumenta em 1,773 quilômetros (Km).

Funções Horárias do Movimento Uniformemente Variado

Observe abaixo algumas equações horárias do movimento uniformemente variado, sendo “a”
a aceleração do móvel.
• Equação da aceleração:
∆𝑣 𝑣₂ − 𝑣₁
𝑎= =
∆𝑡 𝑡₂ − 𝑡₁

• Equação da velocidade em função do tempo:


𝑉 = 𝑉0 + 𝑎. 𝑡

• Equação da posição em função do tempo:


𝑎. 𝑡²
𝑆 = 𝑆₀ + 𝑉₀. 𝑡 +
2
Exemplos:
a) Uma partícula parte do repouso e em 5 segundos percorre 100 metros. Considerando o
movimento retilíneo e uniformemente variado, qual será a aceleração da partícula?

29
Dados:
V0 = 0 (repouso)
S0 = 0 (repouso)
S = 100 m
t=5s
a = ? (valor da aceleração que devemos encontrar)
Para calcular a aceleração, podemos utilizar a equação:

𝑎. 𝑡²
𝑆 = 𝑆₀ + 𝑉₀. 𝑡 +
2

𝑎. 5²
100 = 0 + 0.5 +
2

𝑎. 25
100 = 0 + 0 +
2

100 = 12,5. 𝑎

100
𝑎=
12,5

a = 8 m/s2

b) Qual a velocidade de um carro de fórmula 1 que possui uma aceleração de 50 metros por
segundo ao quadrado (m/s²), após 2 segundos (s) partindo do repouso.
Para calcular a velocidade desse carro de fórmula 1, basta utilizar a equação da velocidade em
função do tempo e substituir os valores.
Vejamos:
✓ Se o carro partiu do repouso, sua velocidade inicial é zero (V0 = 0)
✓ A aceleração “a” é de 50 m/s2 e;
✓ O tempo “t” é de 2 s.
Substituindo na equação temos:
𝑉 = 𝑉0 + 𝑎. 𝑡
𝑉 = 0 + 50.2
𝑉 = 100 𝑚⁄𝑠

30
Se o carro partiu do repouso com uma aceleração de 50 m/s², após 2 s, sua velocidade será de
100 m/s, ou seja, a cada segundo, se ele continuar com essa aceleração constante, ele percorrerá 100
metros.

Movimento Acelerado

Quando velocidade e aceleração estão no mesmo sentido, o módulo da velocidade


aumenta com o passar do tempo. Por causa disso, esse movimento é chamado de acelerado, e essas
duas grandezas apresentam os mesmos sinais, conforme o representado na seguinte “figura 25”:

Figura 25: Esquema ilustrativo do movimento acelerado.

Movimento Retardado

CURIOSIDADES!
Quando um motorista aciona os freios de um carro, por exemplo, o movimento executado é do
tipo retardado, pois ocorre diminuição de velocidade.

Quando velocidade e aceleração apresentam sentidos opostos, o módulo da velocidade


diminui com o passar do tempo. Nesse caso, esse movimento é chamado de retardado, e essas duas
grandezas apresentam sinais opostos conforme na “figura 26”:

Figura 26: Esquema ilustrativo do movimento retardado.

31
OBSERVAÇÕES:
MUV – Movimento Uniformemente Variado
• Para saber a aceleração usamos a seguinte fórmula:
∆𝑣
𝑎=
∆𝑡
• Para saber a velocidade em função do tempo usamos a seguinte fórmula:
𝑉 = 𝑉₀ + 𝑎𝑡
• Para saber a posição em função do tempo usamos a seguinte fórmula:
𝑎. 𝑡²
𝑆 = 𝑆₀ + 𝑉₀. 𝑡 +
2
Movimento Acelerado
• Velocidade e aceleração estão no mesmo sentido.

Movimento Retardado
• Velocidade e aceleração apresentam sentidos opostos.

VETORES

O que é um Vetor?

Vetor é um segmento de reta definido em grandeza, direção e sentido. Definimos vetor como
uma representação matemática caracterizada por sempre ter um módulo, direção e sentido. No plano,
o vetor é dado entre dois pontos.
Veja a “figura 27”, que mostra um vetor no plano cartesiano dado entre dois pontos: o ponto P
(X, Y) e a origem no ponto O (0,0).
O módulo do vetor é o seu comprimento.

Figura 27: Vetor no plano cartesiano.

32
Representação de um Vetor

Um vetor é representado matematicamente da seguinte maneira (figura 28).

Figura 28: Representação matemática de um vetor.

O desenho (figura 28) mostra o vetor V no plano cartesiano.


O vetor é representado por uma letra e sempre tem uma pequena seta sobre ela. Todo vetor
possui coordenadas. Neste caso o vetor V tem coordenadas X e Y.

Direção e Sentido de um Vetor

Direção é o que determina se uma certa reta r, e posteriormente, o vetor, está na horizontal,
vertical ou inclinada.
Vejamos a “figura 29”:

Figura 29: Retas com direção: horizontal, vertical e inclinada.

Numa mesma direção podemos ter dois sentidos possíveis. Por exemplo, veja as figuras abaixo.
Na direção horizontal de uma reta temos os sentidos: da direita para a esquerda e da esquerda para a
direita. Quando a reta está na direção vertical, teremos os sentidos de cima para baixo e de baixo para
cima.

33
Figura 30: Situações indicando o sentido de uma reta.

Grandezas Escalares e Grandezas Vetoriais

É aquela definida pelo seu valor numérico seguida da unidade.


Exemplo:
Temperatura (40º C), volume (6 L) e massa (240 kg).

Grandezas Vetoriais

Esta, além do valor numérico e da unidade, necessita de direção e sentido para ser definida.
Exemplo:
Velocidade, deslocamento, força, peso e aceleração.

Adição de Vetores

Adição de vetores de mesma direção e mesmo sentido

Figura 31: Ilustração de vetores de mesmo sentido (adição de vetores de mesmo sentido).

Fᵣ = F₁ + F₂
(mesmo sentido: somamos os vetores)

34
Exemplo:
Qual é o vetor resultante entre os vetores 𝑎⃗ e 𝑏⃗⃗ sabendo que Fa (Força de a) é igual a 7 e Fb
(Força de b) é igual a 4?

Como os vetores 𝑎⃗ e 𝑏⃗⃗ são de mesmo sentido, logo a resultante entre eles será soma de suas
Forças (F).
Fᵣ = F₁ + F₂
Fᵣ = 7 + 4
Fᵣ = 11
(força resultante ou módulo da força resultante entre os vetores é igual a 11)

Adição de vetores de mesma direção e sentidos contrários

Figura 32: Ilustração de vetores de sentidos opostos (adição de vetores de sentidos opostos).

Fᵣ = F₁ + (-F₂)
Fᵣ = F₁ - F₂
(sentidos opostos: subtraímos os vetores)
Exemplo:
Qual é o vetor resultante entre os vetores 𝑎⃗ e 𝑏⃗⃗ sabendo que Fa (Força de a) é igual a 7 e Fb
(Força de b) é igual a 4?

35
Como os vetores 𝑎⃗ e 𝑏⃗⃗ são de sentidos opostos, logo a resultante entre eles será a subtração de
suas Forças (F).
Fᵣ = F₁ - F₂
Fᵣ = 7 - 4
Fᵣ = 3
(força resultante ou módulo da força resultante entre os vetores é igual a 3)

OBSERVAÇÕES:
Módulo de um vetor
É o valor numérico assumido pelo vetor.

DINÂMICA

Leis de Newton

As Leis de Newton constituem os três pilares fundamentais do que chamamos Mecânica


Clássica, que justamente por isso também é conhecida por Mecânica Newtoniana.

1ª Lei de Newton - Princípio da Inércia

"Um corpo em repouso tende a permanecer em repouso, e um corpo em movimento tende a


permanecer em movimento".

Então, conclui-se que um corpo só altera seu estado de inércia se alguém ou alguma coisa
aplicar nele uma força resultante diferente de zero.

2ª Lei de Newton - Princípio Fundamental da Dinâmica

Quando aplicamos uma mesma força em dois corpos de massas diferentes observamos que elas
não produzem aceleração igual.
A 2ª Lei de Newton diz que a Força é sempre diretamente proporcional ao produto da
aceleração de um corpo pela sua massa, ou seja:

𝑭 = 𝒎.𝒂

36
Em que:
F = Resultante de todas as forças que agem sobre o corpo (em N);
m = Massa do corpo a qual as forças atuam (em kg);
a = Aceleração adquirida (em m/s²).
A unidade de força, no sistema internacional, é o N (Newton), que equivale a kg.m/s².
Exemplo:
Quando uma força de 12N é aplicada em um corpo de 2kg, qual é a aceleração adquirida por
ele?
𝑭 = 𝒎.𝒂

𝟏𝟐 = 𝟐 . 𝒂

𝟏𝟐
𝒂=
𝟐

𝒂 = 𝟔 𝒎/𝒔²

3ª Lei de Newton - Princípio da Ação e Reação

"As forças atuam sempre em pares, para toda força de ação, existe uma força de reação."

OBSERVAÇÕES:
Inércia é a propriedade dos corpos de resistir a mudanças de velocidade. Se um corpo está
parado, ele persiste nesse estado de repouso até que alguma força atue sobre ele. No caso de ele estar
em movimento, ele tende a persistir nesse estado de movimento retilíneo e uniforme até que outra força
atue sobre ele, fazendo com que a velocidade dele varie novamente.
Quando um carro freia bruscamente e nosso corpo é jogado para frente, a lei da inércia entra
em ação. Por isso, o uso do cinto de segurança é essencial para garantir a integridade dos passageiros.

Força Peso

Força peso, força gravitacional ou simplesmente peso são fundamentalmente a mesma coisa,
no entanto, é bastante comum que confundamos os conceitos de peso e massa, que são diferentes.
Enquanto o peso é uma força, medida em newtons (N), a massa de um corpo é a quantidade de matéria
nele contida, medida em quilogramas (kg).

37
A fórmula usada para calcular a força peso é esta, confira:

𝑷 = 𝒎 .𝒈

Em que:
P: Peso (N)
m: massa (kg)
g: gravidade local (m/s²)

Força de Atrito

A força de atrito é uma força que se opõe ao movimento dos corpos.

Figura 33: A força de atrito tem sentido contrário à força F e ao movimento do corpo.

Ela pode ser classificada de duas formas:


● Força de atrito cinético (ou dinâmico): é uma força que surge em oposição ao movimento de
objetos que estão se movendo.
● Força de atrito estático: atua sobre o objeto em repouso e dificulta ou impossibilita que ele
inicie o movimento.

Força Elástica

A força elástica (Fel) é a força exercida sobre um corpo que possui elasticidade, por exemplo,
uma mola, borracha ou elástico.
Essa força determina, portanto, a deformação desse corpo quando ele se estica ou se comprime.
Isso dependerá da direção da força aplicada.

Figura 34: Deformação de um corpo elástico.

38
Fórmula da força elástica

Para calcular a força elástica, utilizamos uma fórmula elaborada pelo cientista inglês Robert
Hooke (1635-1703), chamada de Lei de Hooke:

F=K.x
Em que:
F: Força aplicada no corpo elástico (N)
K: Constante elástica (N/m)
x: Variação sofrida pelo corpo elástico (m)

Força Centrípeta

A força centrípeta é a resultante das forças que agem sobre o corpo, com direção perpendicular
à trajetória.

Figura 35: Sentido da força centrípeta.

Como calcular?
𝒗𝟐
𝑭𝒄𝒑 = 𝒎 .
𝑹

Em que:
FCP = Força centrípeta (N – newtons)
m = Massa do corpo (kg)
V = Velocidade do corpo (m/s)
R = Raio da trajetória circular (m)

Trabalho

Na Física, o termo trabalho é utilizado quando falamos no Trabalho realizado por uma força, ou
seja, o Trabalho Mecânico. Uma força aplicada em um corpo realiza um trabalho quando produz um
deslocamento no corpo.

39
● Utilizamos a letra grega tau minúscula ( ) para expressar trabalho;
● A unidade de Trabalho no SI é o Joule (J);
● Quando uma força tem a mesma direção do movimento o trabalho realizado é positivo: >0;
● Quando uma força tem direção oposta ao movimento o trabalho realizado é negativo: <0.

Força paralela ao deslocamento

Quando a força é paralela ao deslocamento, ou seja, o vetor deslocamento e a força não formam
ângulo entre si, calculamos o trabalho:

𝝉 = 𝑭 . ∆𝑺

Exemplo:
Qual o trabalho realizado por uma força aplicada a um corpo de massa 5kg e que causa uma
aceleração de 1,5m/s² e se desloca por uma distância de 100m?

Potência

Potência é uma grandeza física escalar medida em watts (W). Pode ser definida como a taxa de
realização de trabalho a cada segundo ou como o consumo de energia por segundo.
A definição de potência média é dada pelo trabalho realizado em função da variação de tempo:

𝝉
𝑷=
∆𝒕

Em que:
P: potência média (W)
τ: trabalho (J)
Δt: intervalo de tempo (s)
A unidade de medida da potência adotada pelo SI é o watt (W), unidade equivalente
ao joule por segundo (J/s).

40
ESTÁTICA E HIDROSTÁTICA

Princípios Básicos de Estática e Hidrostática

A estática é a parte da física que se preocupa em explicar questões como:


● Por que em uma mesa sustentada por dois pés, estes precisam estar em determinada posição
para que esta não balance?
● Por que a maçaneta de uma porta sempre é colocada no ponto mais distante das dobradiças
dela?
● Por que um quadro pendurado em um prego precisa estar preso exatamente em sua metade?
● Por que é mais fácil quebrar um ovo pelas laterais do que por suas extremidades?

Princípio da transmissibilidade das forças

O efeito de uma força não é alterado quando esta é aplicada em diferentes pontos do corpo,
desde que esta seja aplicada ao longo de sua linha de aplicação.

Figura 36: Linhas de atuação de uma força.

Nos três casos o efeito da força é o mesmo.

Equilíbrio

As situações em que um corpo pode estar em equilíbrio são:


● Equilíbrio estático: ocorre quando o ponto ou corpo está perfeitamente parado ( ).
● Equilíbrio dinâmico: ocorre quando o ponto ou corpo está em Movimento Uniforme

41
Pressão

Pressão é uma grandeza escalar definida como o módulo da força aplicada dividida por
unidades de área. A unidade de pressão no sistema internacional de unidades é o Pa (pascal), que
equivale à aplicação de uma força de 1 N sobre uma área de 1 m². A definição de pressão é comumente
utilizada para descrever a influência sobre o comportamento de fluidos, como gases e líquidos.
Pressão é a expressão de uma força aplicada sobre uma área. Pode ser expressa a partir da
equação abaixo:
𝑭
𝑷=
𝑨

Em que:
P: pressão
F: força aplicada
A: área
A pressão de 1 Pa equivale à aplicação de uma força de 1 N sobre uma área de 1 m²:

Figura 37: Representação da unidade de pressão.

OBSERVAÇÕES:
A variação da pressão atmosférica está ligada à força da gravidade. Essa força tem origem no
centro da Terra e atrai tudo o que está no planeta, inclusive a atmosfera (camada de gases que circunda
a crosta terrestre). Quanto mais próximo da superfície, maior é a força exercida e, portanto, maior a
pressão que a atmosfera faz sobre um ponto.

Teorema de Stevin

O Teorema de Stevin, também conhecido como a Lei Fundamental da Hidrostática, é utilizado


para relacionarmos pontos de pressão distintos em um mesmo líquido. A lei nos diz que a diferença

42
entre as pressões desses pontos é igual ao produto entre a gravidade, a densidade do fluido e a diferença
entre a profundidade dos pontos.
Sendo assim, podemos relacionar a diferença de “altura” entre os pontos com a densidade e a
aceleração da gravidade do local estudado. A fórmula básica do teorema é:

∆P = d . g . ∆h
Em que:
∆P: variação da pressão hidrostática (Pa)
γ: peso específico do fluido (N/m3)
d: densidade (Kg/m3)
g: aceleração da gravidade (m/s2)
∆h: variação da altura da coluna de líquido (m)
Exemplo:
A imagem abaixo mostra três recipientes com volumes diferentes contendo o mesmo líquido,
ao mesmo nível.

Conhecendo a Lei de Stevin, marque a alternativa correta:


a) A pressão exercida pelo líquido no fundo dos três recipientes depende do volume de cada um.
b) O recipiente que possuir maior volume terá maior pressão hidrostática em qualquer ponto do líquido.
c) A pressão exercida pelo líquido no fundo dos três recipientes é a mesma.
d) O formato do recipiente influencia diretamente na pressão hidrostática.
e) Nenhuma das alternativas está correta.
RESPOSTA:
A Lei de Stevin mostra que a pressão de um líquido depende da altura da coluna de líquido acima do
ponto considerado. Como nos três recipientes o líquido é o mesmo e o nível também é igual, a pressão
exercida no fundo dos três recipientes é a mesma.

Teorema de Pascal

O princípio de Pascal é uma lei da Mecânica dos Fluidos que afirma que a pressão aplicada
sobre um fluido em equilíbrio estático é distribuída igualmente e sem perdas para todas as suas partes,

43
inclusive para as paredes do recipiente em que está contido. Esse princípio foi enunciado pelo cientista
francês Blaise Pascal.
Ao aplicar-se uma força F1 sobre o pistão 1 de área A1, um aumento de pressão é comunicado
por todo o fluido. Dessa forma, como a área A2 do pistão 2 é maior que a área do pistão 1, a força
exercida sobre o pistão 2 deverá ser proporcionalmente maior em relação às suas áreas. Portanto, o
princípio de Pascal pode ser escrito por meio da seguinte equação:

𝑭𝟏 𝑭𝟐
=
𝑨𝟏 𝑨𝟐

Em que:
F1 e F2: forças aplicadas aos êmbolos 1 e 2.
A1 e A2: áreas dos êmbolos 1 e 2.

Princípio do Empuxo

Todo corpo mergulhado num fluido recebe um impulso de baixo para cima igual ao peso do
volume do fluido deslocado, por esse motivo, os corpos mais densos que a água, afundam, enquanto
os menos densos flutuam.
Esse teorema é utilizado para calcular a força vertical e para cima (força empuxo) que torna
um corpo mais leve no interior de um fluido.
Para calcular a força empuxo, utiliza-se a seguinte fórmula:

E= df.Vfd.g
Em que:
E: força empuxo (N)
df: densidade do fluido (kg/m3)
Vfd: volume do fluido deslocado (m3)
g: Aceleração da gravidade (m/s2)

44
EXERCÍCIOS

1. Uma partícula parte do repouso e em 10 segundos percorre 200 metros. Considerando o


movimento retilíneo e uniformemente variado, podemos afirmar que a aceleração da
partícula é de:
a) 8 m/s2.
b) 4 m/s2.
c) 20 m/s2.
d) 4,5 m/s2.
e) Nenhuma das anteriores.

2. Um ciclista parte do repouso (velocidade inicial igual a zero) e, após 20 s sua velocidade
é de 10 m/s. Qual é a aceleração do ciclista?
a) 0,10 m/s².
b) 0,15 m/s².
c) 0,20 m/s².
d) 0,25 m/s².
e) 0,5 m/s².

3. São grandezas escalares todas as quantidades físicas a seguir, EXCETO:


a) Massa do átomo de hidrogênio.
b) Intervalo de tempo entre dois eclipses solares.
c) Peso de um corpo.
d) Densidade de uma liga de ferro.
e) Volume de uma caixa d’água.

BUSCANDO+

Vídeos:

✓ COMO ENTENDER O MOVIMENTO UNIFORME? | QUER QUE DESENHE? |


DESCOMPLICA
https://youtu.be/UbRS2iHt-uo

✓ TUDO que VOCÊ PRECISA SABER sobre VETORES


https://youtu.be/qJkGig3_M_M

45
✓ Aprenda a CALCULAR a VELOCIDADE MÉDIA | CINEMÁTICA
https://youtu.be/G92wM5vkk2s

PÍLULA DO CONHECIMENTO

Esse item se trata de uma metodologia disponibilizada em nossa plataforma, a qual você poderá acessar
e aprender sobre conceitos importantes referentes aos conteúdos abordados nesta apostila. Acesse
nossa plataforma e veja a PÍLULA DO CONHECIMENTO sobre FÍSICA do MÓDULO I!

GABARITO

QUESTÃO ALTERNATIVA
1 B
2 E
3 C

REFERÊNCIAS
BONJORNO, José Roberto; RAMOS, Clinton Márcio. Física – História & Cotidiano. São Paulo:
FTD, 2005.

SILVA, Claudio Xavier da; FILHO, Benigno Barreto. Física aula por aula: Mecânica. 1ª Ed. São
Paulo: FTD, 2010.

BONJORNO, Regina Azenha. Física fundamental: 2º grau. Volume único. São Paulo: FTD, 1993.

BONJORNO, José Roberto; RAMOS, Clinton Márcio. Física – História & Cotidiano. São Paulo:
FTD, 2005.

HALLIDAY, D.; RESNICK, R.; WALKER, J. Fundamentos de Física 1, 8ºed. Livros Técnicos e
Científicos Editora S/A, 2008. SEARS, F.W., ZEMANSKY, M.W. e YOUNG, H.D. Física – Vol. 1.

46
RIACHO FUNDO 02, QN 05 “A” CJ “02” LOTE “10” – BRASÍLIA/DF
ORIENTAÇÕES DE LEITURA
O componente curricular GEOGRAFIA foi elaborado com alguns TÓPICOS e ITENS
especiais que precisam ser destacados para melhor compreensão de leitura e contextualização dos
conteúdos abordados.

TÓPICOS ESPECIAIS E ITENS DE ESTUDO

• O cursista encontrará na apostila alguns tópicos estruturados sem seções com finalidades
específicas chamados TÓPICOS ESPECIAIS.
• Além desses tópicos, o cursista também encontrará alguns ITENS DE ESTUDO que irão
proporcionar dinâmica a leitura e melhor compreensão dos assuntos abordados.

TÓPICOS ESPECIAIS

EXERCÍCIOS
Se trata de um tópico especial contendo aplicações teórico-práticas em formato de exercícios de
múltipla escolha elaborados para o estudante pensar, analisar e abstrair conceitos estudando exemplos
que relacionam a teoria com a prática em cada componente curricular.

BUSCANDO+
Se trata de um tópico especial contendo algumas indicações de estudo, por meio de sugestões de Links,
livros, sites, vídeos e outros meios que possam ser acessados pelo cursista, como forma de estudo
suplementar ou de aprofundamento dos conteúdos ministrados em cada componente curricular.

PÍLULA DO CONHECIMENTO
São pequenos componentes educacionais (textos, vídeos, áudios, animações) que disponibilizamos
com intuito de agregar conteúdo, contextualizar o aprendizado e fortalecer a retenção do conhecimento
de forma objetiva e orgânica, melhorando o desempenho de nossos estudantes e profissionais. Um
recurso educacional utilizado para suportar um processo de aprendizagem rápido, porém constante.

“A pílula do conhecimento poderá ser aplicada como complementação teórica e prática dos nossos
cursos, como ferramenta de memorização e revisão de conteúdo sobre os aspectos mais importantes
do curso e/ou como reforço das ações de aprendizagem presenciais”.
GABARITO
Respostas dos exercícios propostos.

ITENS DE ESTUDO

CURIOSIDADES!
Item de estudo utilizado para expor acontecimentos, fatos e casos curiosos relacionados com algum
tema abordado.

“Momento de atiçar a curiosidade do estudante, propondo conceitos, fatos e situações curiosas


referente aos assuntos que estão sendo estudados”.

OBSERVAÇÕES:
Item de estudo utilizado para complementar e destacar ideias e informações importantes sobre os
conteúdos abordados.

“Momento de fazer o estudante refletir sobre algum tema específico que deve ser destacado,
lembrado ou anotado como uma observação importante”.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO____________________________________________________________________ 08
ESPAÇO TERRESTRE______________________________________________________________ 08
● História e Dinâmica do Planeta Terra___________________________________________08
● As Grandes Paisagens Naturais e as Formas de Relevo – Brasil e Mundo______________11
O HOMEM NO ESPAÇO TERRESTRE_________________________________________________14
● A Degradação Ambiental e as Mudanças Ecológicas Globais________________________14
GEOGRAFIA ASTRONÔMICA_______________________________________________________ 18
• Astros_____________________________________________________________________ 18
• Via Láctea__________________________________________________________________21
• Sistema Solar ______________________________________________________________ 23
FORMA E MOVIMENTOS DA TERRA_________________________________________________ 29
• A Forma do Planeta Terra____________________________________________________ 29
• Movimentos da Terra________________________________________________________ 30
• Estações do Ano_____________________________________________________________ 31
• As Fases da Lua_____________________________________________________________ 33
ORIENTAÇÕES GEOFRÁFICAS_____________________________________________________ 33
• Pontos Cardeais_____________________________________________________________ 33
• Pontos Colaterais____________________________________________________________ 33
• Pontos Subcolaterais_________________________________________________________ 34
• Rosa-Dos-Ventos____________________________________________________________ 34
• Bússola____________________________________________________________________ 35
• Coordenadas Geográficas_____________________________________________________ 37
• Fusos Horários______________________________________________________________ 39
REPRESENTAÇÃO DA TERRA______________________________________________________ 41
• Mapas_____________________________________________________________________ 41
• Projeções Cartográficas______________________________________________________ 43
• Escalas____________________________________________________________________ 47
ERAS GEOLÓGICAS_______________________________________________________________ 51
• Arqueozoica________________________________________________________________
51
• Proterozoica________________________________________________________________ 51
• Paleozoica__________________________________________________________________
52
• Mesozoica__________________________________________________________________52
• Cenozoica__________________________________________________________________52
ATMOSFERA E HIDROSFERA______________________________________________________ 53
• Características da Hidrosfera_________________________________________________ 53
• Características da Atmosfera_________________________________________________
54
• O que é Litosfera___________________________________________________________
54
• Atividades na Atmosfera e Hidrosfera_________________________________________
54
DEMOGRAFIA___________________________________________________________________ 56
CIDADES_______________________________________________________________________ 56
• As Cidades e o Fenômeno da Urbanização______________________________________ 56
• As Relações entre Cidade e Campo ____________________________________________ 58
• As Cidades e A Indústria no Mundo____________________________________________59
EXERCÍCIOS_____________________________________________________________________ 61
BUSCANDO+____________________________________________________________________ 62
PÍLULA DO CONHECIMENTO______________________________________________________
62
GABARITO_______________________________________________________________________62
REFERÊNCIAS____________________________________________________________________62

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INTRODUÇÃO

A Geografia pode ser definida como o estudo das relações entre os seres humanos e o espaço
onde vivem. Passou a ser considerada como ciência no século XIX, quando se tornou disciplina
universitária, impulsionada por estudos de geógrafos como o alemão Karl Ritter e Alexander Von
Humboldt.
O principal objeto da Geografia é o espaço geográfico que, para o geógrafo Milton Santos,
consiste na soma do tempo, da paisagem e da sociedade nele inserida e está, portanto, em constante
transformação. Esse permanente processo de mudança resulta em paisagens diferentes dependendo do
momento histórico, pois a paisagem é a síntese dos elementos naturais e culturais existentes em um
lugar e uma dada época.
A ciência estuda o planeta Terra e as relações do homem com esse espaço geográfico sendo,
portanto, esse o resultado da relação entre indivíduo com eles mesmos e a natureza englobando os
elementos naturais e os artificiais, ou seja, os já existentes e os criados pela interferência da mão do
homem. Para além, a Geografia estuda o solo, o clima, a vegetação, sociedade e distribuição de água.
Essa ciência surge com a necessidade do homem em conhecer o espaço em que vive e por objetivos
econômicos e políticos.
O Componente Curricular de GEOGRAFIA, está inserido na Área do Conhecimento de
CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS. Neste material, veremos assuntos relacionados
ao MÓDULO I, equivalente a 1ª SÉRIE do ENSINO MÉDIO.

ESPAÇO TERRESTRE
História e Dinâmica do Planeta Terra

Figura 1: Tabela do tempo geológico.


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Há milhões de anos as paisagens do planeta Terra vem sofrendo modificações pela ação
contínua de diversos fenômenos naturais, como a ação das chuvas e dos ventos, as erupções vulcânicas
e os terremotos, a correnteza dos rios e o movimento das marés e correntes marítimas dos litorais, além
de outros agentes responsáveis pelas alterações fisiográficas do modelado terrestre.
Essa dinâmica da natureza também se revela por meio de mudanças sazonais, ou seja,
mudanças climáticas temporárias como as estações do ano que interferem nas características da
vegetação, no comportamento dos animais silvestres, no regime de cheias e vazamento dos rios, entre
outros fenômenos que corroboram para as transformações das paisagens no planeta.
As alterações das características fisiográficas das paisagens terrestres ocorre permanentemente
no decorrer dos anos. Entretanto, as transformações impostas pelos fenômenos da natureza podem
acontecer em um intervalo de tempo diferente daquele que utilizamos como referência em nosso
cotidiano.
Muito dos processos transformadores desencadeados pela natureza tem sua origem em épocas
longínquas, parte deles remonta aos primórdios da formação do planeta, fato que se deu a bilhões de
anos atrás. Esse é o caso do ciclo da água, da formação dos continentes e do aparecimento dos
primeiros seres vivos.
Para que fosse possível o estudo do tempo geológico especialistas estabeleceram uma escala
temporal que distingue os períodos de ocorrência dos eventos naturais. Essa escala sendo ordenada em
uma tabela aponta três grandes períodos geológicos, os éons, os quais podem ser divididos em fases
de tempo menores, as eras, os períodos e as épocas, que demonstram mudanças ocorridas nas paisagens
no decorrer do tempo geológico.
No entanto, essas mudanças não aconteceram simultaneamente, muitos dos elementos foram
gradativamente alterados ou substituídos, é por essa razão que ao observar uma paisagem pode-se
identificar antigos elementos que permaneceram em determinados ambientes. Os mais antigos surgem
como marcas que revelam o passado do lugar e ajudam a entender o processo de transformação
provocados por agentes físicos ou sociais.
A dinâmica transformadora da natureza muitas vezes é revelada por fenômenos que modificam
as paisagens tanto em lugares ocupados pelos seres humanos como naqueles em que os elementos
naturais permanecem praticamente intactos. Em algumas situações os fenômenos naturais provocam
mudanças nas paisagens de maneira rápida, esse é o caso das chuvas mais fortes cujas águas causam
deslizamentos.
Algumas alterações ocorrem lentamente apresentando-se de maneira sutil como é o caso da
formação das montanhas. As transformações causadas pelos fenômenos da natureza deixam vestígios
das épocas passadas, dessa forma pode-se dizer que as marcas, no conjunto dos elementos de uma

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paisagem, revelam com que velocidade o período ou era geológica os fenômenos da natureza
promoveram transformações em determinados locais da superfície terrestre.
Em um cânion, ou seja, vales profundos com encostas quase verticais, que podem se estender
por centenas de quilômetros e atingir até 5 mil metros de profundidade, a cada metro que desce é
possível recuar milhões de anos no tempo. Esse aprofundamento lento tem como principais
responsáveis por essas obras são os rios. Porém um rio não constrói um cânion sozinho. Nesse processo
também desempenha um papel importante os choques de deslocamento de placas no interior da crosta
terrestre que elevam gradualmente o relevo da região. Conforme o terreno sobe, os rios ganham
velocidade e aprofundam seus leitos aumentando a altura dos paredões.

Figura 2: Representação das camadas da história em um cânion.

As dinâmicas da natureza e da sociedade são estruturadas por diferentes áreas da ciência, alguns
dos profissionais que são especializados em analisar as marcas deixadas nas paisagens pela ação
humana ou por fenômenos naturais no decorrer do tempo ação são os paleontólogos e os geólogos, que
investigam as origens, a formação e a transformação dessas paisagens terrestres, sobretudo pelo estudo
de fósseis de animais e vegetais.
Por meio de indicadores como os fósseis, formações rochosas e depósitos de sedimentos, os
cientistas conseguem identificar as características das espécies e identificam também o tipo de clima,
relevo predominante e vegetação existente em determinados lugares em épocas remotas, podendo
assim reconstruir antigas paisagens do planeta.

OBSERVAÇÕES:

O ciclo da água é conhecido cientificamente como o ciclo hidrológico que refere-se a troca
contínua de água na hidrosfera, entre a atmosfera, a água do solo, águas superficiais, subterrâneas e
das plantas. A água se move por cada umas dessa regiões constituindo os processos de transferência
como a evaporação, precipitação e escoamento superficial.

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A partir do momento em que o homem entra no espaço ele o torna um espaço geográfico.
Tempo geológico é uma escala que representa a linha do tempo da terra desde a formação da Terra aos
dias atuais.

As Grandes Paisagens Naturais e as Formas de Relevo – Brasil e Mundo

As formas do modelo terrestre são constantemente criadas e recriadas pelos fenômenos


endógenos e exógenos que ocorrem no planeta. Assim, podemos dizer que as dinâmicas atmosféricas,
hidrológicas e a litosfera influenciam diretamente a caracterização das fontes de relevo.
De acordo com classificações atuais, encontram-se entre a paisagem terrestre quatro formas
principais de relevo, entre elas estão as cadeias montanhosas que são grupos de grandes elevações do
terreno, localizadas próximas umas das outras.
De maneira geral essas cadeias montanhosas originaram-se de dobramentos ou falhamentos da
crosta ou de intensa atividade vulcânica regional. Essas formas de relevo são intensamente erodidos
pela ação dos ventos, das chuvas e geleiras, sendo assim fornecem grandes quantidades de sedimento
para as regiões ao seu redor.

CURIOSIDADES!

O Grand Canyon é um dos maiores cânions da Terra. Possui cerca de 440 km de extensão e
foi esculpido pela ação erosiva das chuvas e das águas do rio Colorado e de seus afluentes. Os paredões
íngremes e suas diversas camadas de rochas, de coloração e idade geológica diferentes, revelam a
ocorrência de ação pluvial e fluvial durante milhões de anos. Estima-se que as camadas de rochas mais
antigas tenham aproximadamente 250 milhões de anos.

Os planaltos são constituídos por grandes extensões de terra, geralmente com superfícies
ondulada, delimitadas por escarpas. As regiões serranas existentes no Brasil são, em sua maioria,
escarpas localizadas nas bordas de planaltos. Assim como as cadeias montanhosas, os planaltos
também passam por intensos processos erosivos, fornecendo grande quantidade de sedimentos para as
áreas ao redor, em geral depressões ou planícies.
As depressões são formas de relevo que apresentam altitudes mais baixas que as da região ao
seu redor. Sua superfície vai de ondulada a plana, o que revela o intenso desgaste erosivo sofrido por
essas regiões no passado. Quando se encontra abaixo do nível do mar, essa forma de relevo recebe o
nome de depressão absoluta. É o caso da região do mar Morto, entre Israel e Jordânia. Quando não
estão abaixo do nível do mar a depressão é considerada relativa.

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As planícies são áreas mais ou menos planas, que recebem grande quantidade de sedimentos
erodidos provenientes de áreas de maiores altitude e trazidos pela força das águas dos rios. Existem
também as planícies litorâneas localizadas na costa dos continentes que são áreas de depósito de
sedimentos transportados pelas correntes marítimas.
Não existem grandes cadeias montanhosas no Brasil, já que a maioria das áreas de
desdobramento, ou seja, as cadeias orogênicas, são muito antigas. A maior parte do território nacional
é composta por estruturas litológicas com idades geológicas que remontam do Paleozoico ao
Mesozoico, portanto desgastadas durante bilhões de anos. As exceções são as áreas das bacias
sedimentares que datam do Cenozoico e delimita-se como a porção mais a direção a foz da Bacia
Amazônica e do Pantanal mato grossense.
A partir de imagens obtidas pelo rastreamento da superfície do território nacional, se propõem
a existência de três macro unidades geomorfológicas no Brasil: onze planaltos compostos por terrenos
irregulares abrangendo serras e morros, onze depressões formadas por terrenos erodidos de inclinação
suave e mais planos que os planaltos e seis planícies que são os terrenos planos formados pelo acúmulo
de sedimentos geologicamente recentes.
O ser humano promoveu inúmeras transformações nas características naturais das esferas
terrestres, sobretudo na litosfera, substrato rochoso em qual vivemos. Ao criar elementos culturais, o
ser humano altera as formas de relevo e modifica a fisionomia das paisagens terrestres, além disso
retiram grande parte da vegetação natural das áreas que ocupa, tanto no campo quanto na cidade,
acelerando os processos erosivos causando o deslizamento de encostas ou formação de ravinas e
voçorocas.
O relevo pode influenciar a maneira como determinadas áreas são ocupadas pelos seres
humanos. É o caso das sociedades agrícolas que vivem em regiões montanhosas da América do Sul,
essas sociedades desenvolvem técnicas de cultivo especiais como o terraceamento que permitem
aproveitar as encostas íngremes do relevo.
A dinâmica transformadora da litosfera é composta de forças e origens distintas, essas forças e
todo o processo são responsáveis pela composição litológica atual da crosta terrestre marcada pela
existência dos vários tipos de rochas, solos, estruturas geológicas e as já citadas formas de relevo. De
modo geral a litosfera é uma das principais fontes de recursos naturais para a sociedade, os minérios
extraídos tornam-se imprescindíveis para a manutenção das atividades agrícolas, industriais e de
construção civil. Os minerais se apresentam na natureza de diferentes formas, como o basalto que é
uma rocha composta de diferentes minerais e no Brasil é muito utilizado para a pavimentação, o
mármore composto basicamente por calcita e dolomita e a argila rocha constituída de minerais como
a caulinita, ilita e os quartzos.

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Os solos exercem um papel fundamental na sobrevivência de diferentes sociedades em nosso
planeta, tanto para os camponeses como para quem mora nas cidades, os solos representam uma fonte
de vida. A camada superficial da crosta terrestre, o solo, compõe-se basicamente de aglomerados
minerais oriundos da decomposição das rochas e matérias orgânica vegetal e animal.
Dessa forma serve como fonte de nutrientes para as plantas viabilizando o cultivo agrícola e a
formação de pastagens. Um solo bem desenvolvido ou maduro encontramos diferentes camadas,
também chamadas de horizontes, com composições orgânicas e litológicas diferenciadas, enquanto um
solo pobre ou escasso pode trazer a miséria.

Figura 3: Esquema simplificado da formação dos solos.

OBSERVAÇÕES:

Os agentes internos ou endógenos de transformação do relevo são aqueles que surgem ou agem
de dentro da Terra, ou seja, abaixo da superfície. São os terremotos, o vulcanismo, e o tectonismo.
Exógeno diz respeito às interferências exteriores acima do relevo, ou seja, sobre a superfície.
Ravinas são os sulcos produzidos nos terrenos pelo trabalho erosivo das águas de escoamento,
em geral, ela apresenta dimensões menores que as voçorocas. As voçorocas são as grandes valas no
solo decorrente de erosão causada pela água das chuvas.

CURIOSIDADES!

Rochas ígneas ou magmáticas originam-se da solidificação do magma no interior da crosta ou


das lavas que que extravasam para a superfície terrestre através das erupções vulcânicas. Rochas
sedimentares são formadas por sedimentos desagregadores, isto é, partículas fragmentadas de outras
rochas ou de matéria orgânica, as quais, transportadas pelo vento ou pela água dispersam-se nas partes
mais baixas do relevo. Rochas metamórficas originam-se de outros tipos de rocha.

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CURIOSIDADES!

O documentário "Evolução Geológica do Planeta Terra" narra desde a origem do planeta que
sofreu inúmeras mudanças há 4,56 bilhões de anos, explicando o ciclo geológico e as mudanças lentas
assim como o que as ocasionam.

O HOMEM NO ESPAÇO TERRESTRE


A Degradação Ambiental e as Mudanças Ecológicas Globais

A atual sociedade capitalista de consumo colocou em evidência os limites da natureza e do


planeta, mostrando o quanto ela é sensível as interferências humanas. Os graves desequilíbrios
ocorridos nos ecossistemas terrestres são pela contaminação da água e dos solos por defensivos
agrícolas; pela emissão de gases e de fuligem na atmosfera pela deposição do lixo doméstico e
industrial em áreas impróprias e pelo desmatamento de formações vegetais naturais.

Figura 4: Gráfico dos países responsáveis pela emissão de CO2 na atmosfera em 2014.

Toda degradação imposta pelas atividades humanas vem interferindo diretamente na


biodiversidade do planeta, levando ao risco de extinção várias espécies de seres vivos extremamente
sensíveis aos desequilíbrios ecológicos. De acordo com levantamentos científicos recentes, em média,
dez espécies de seres vivos extinguem-se a cada ano. Esse processo poderá ter consequências
catastróficas para nossa sociedade, como a diminuição na produtividade agrícola, a proliferação de
doenças contagiosas e a alteração das características climáticas em nível local, regional e global.
O comportamento consumista é um dos principais responsáveis pela aceleração da degradação
do meio ambiente, pode-se afirmar que cerca de 20% da população mundial possui renda suficiente
para ter amplo acesso aos bens de serviços oferecidos pela sociedade de consumo. No outro extremo

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80% dos habitantes do planeta vivem nos países subdesenvolvidos e não tem acesso aos bens e serviços
básicos como alimentação adequada, roupas, habitação, água tratada, esgoto e educação. Com base
nos estudos de consumo mundial é possível afirmar que os países desenvolvidos são os maiores
consumidores de recursos naturais, necessários para abastecer seus parques industriais e as filiais de
multinacionais, eles também são responsáveis pela maior parte dos rejeitos industriais, dos lixos e
gases tóxicos lançados na atmosfera.
Ainda que os países desenvolvidos sejam grandes poluidores, os subdesenvolvidos e os com
economia em transição não estão isentos de responsabilidade pela degradação ambiental. A
transformação do espaço geográfico tem sido intensa nesses países havendo devastação de toda ordem
como derrubada e queimada de áreas florestais; erosão de solos e assoreamento de rios e lagos; uso
indiscriminado de defensivos agrícolas; instalações industriais com tecnologia, e portanto, altamente
poluidoras.
As políticas voltadas para a preservação da natureza nos países economicamente menos
desenvolvidos não são tomadas como questões prioritárias, ainda assim o nível de degradação em que
se encontra a degradação dos elementos naturais não se iguala as potências.
Com o declínio do mundo socialista, sobretudo após o fim da União Soviética, a maioria das
sociedades passaram a organizar-se de acordo com a lógica do sistema capitalista. Ao longo de
milhares de anos esses povos adquiriram um vasto conhecimento sobre o funcionamento da natureza,
desenvolvendo hábitos culturais que visavam um relacionamento sustentável e harmônico com os
recursos disponíveis no território em que habitavam. No entanto nas últimas décadas com a introdução
de formas de relação social capitalista, a cultura original vem sofrendo um rápido processo de
transformação. Tal processo coloca em risco a existência desses grupos e a preservação das reservas
ambientais.
Nos dias atuais esses biomas são agredidos por agentes econômicos alheios a essas
comunidades que exercem pressão sobre os governos nacionais para a liberação de parte das áreas
preservadas para a exploração comercial. Pode-se afirmar que, com exceção de alguns acordos e
tratados internacionais de preservação ambiental, até algumas décadas atrás não existiam preocupações
maiores por parte da sociedade com relação ao ambiente. A partir de meados do século XX grupos
sociais em diversos países alarmaram-se com a situação em que se encontrava o meio ambiente e
passaram a desenvolver amplos debates emergindo a ideia de que os problemas eram motivos de
preocupações em âmbito global.
A disseminação de ideias para promover a conscientização ecológica coletiva ocorre
lentamente. No âmbito internacional vem se destacando pelo papel da ONU (Organização das Nações
Unidas). A primeira grande conferência para a preservação e desenvolvimento sustentável foi a

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Conferência de Estocolmo realizada no ano de 1972, em Estocolmo, na Suécia. Essa foi a primeira
conferência ambiental no mundo e reuniu líderes de 113 países e 250 organizações internacionais para
discutir os principais problemas enfrentados pelo meio ambiente. É considerada um marco histórico,
pois, a partir dela, surgiram políticas de gerenciamento ambiental envolvendo o engajamento dos
Estados na tentativa de diminuir os impactos ambientais negativos. Essa conferência significou uma
constatação, por parte dos Estados, da existência dos problemas ambientais e da extrema necessidade
de promover ações para contê-los. Um dos resultados da Conferência de Estocolmo foi a Declaração
das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente, também chamada de Declaração de Estocolmo. Esse
documento aborda sete questões principais e vinte e seis princípios referentes às responsabilidades dos
países com a preservação do meio ambiente.
Entre outras conferências que foram organizadas pelas Nações Unidas, a ECO-92 ou
Conferência das Nações Unidas realizou-se no Brasil, na cidade do Rio de Janeiro, e reuniu 172 países.
De acordo com a ONU, a conferência reuniu cerca de 1400 organizações não governamentais. A ECO-
92 ou Rio-92 retomou os pontos abordados na Declaração de Estocolmo e reconheceu que os
problemas que antes tinham abrangência local agora globais.
Um dos pontos abordados é o modelo de desenvolvimento vigente na sociedade, que visa à
exploração máxima dos recursos naturais para obtenção de lucro. Constatou-se que esse modelo não
conseguiria sustentar-se no século seguinte em decorrência da escassez de recursos naturais. Um dos
principais resultados da conferência foi a Agenda 21 um documento aprovado na Declaração do Rio
cujo objetivo é desenvolver uma proposta de ação que vise ao desenvolvimento sustentável. O
documento possui 40 capítulos que promovem alternativas para um novo modelo de desenvolvimento,
o sustentável.
A ECO-92 resultou na Convenção-Quadro sobre Mudança do Clima, que discutiu tendências
do aquecimento global. Essa convenção teve por objetivo propor metas para a redução da concentração
de gases de efeito estufa na atmosfera, responsáveis por acelerar a questão do aumento das
temperaturas globais. Para que isso fosse possível, foram definidos compromissos e metas para todos
os países, o que ficou conhecido como Conferência das Partes. Em 1995, ocorreu a Conferência das
Partes I em Berlim, realizada em Kyoto. O Protocolo de Kyoto representou um tratado complementar
à Convenção-Quadro. Esse acordo estabeleceu metas para que os países reduzissem a emissão de gases
de efeito estufa e foi uma das mais importantes determinações da conferência, pois definiu
compromissos rigorosos a respeito do aquecimento global.
A Rio+ 10, também conhecida como Cúpula de Joanesburgo ou Conferência Mundial sobre
Desenvolvimento Sustentável, reuniu em 2002, dez anos após a ECO-92, 189 países, além de centenas
organizações não governamentais. Nessa conferência, realizada na cidade de Joanesburgo, na África

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do Sul, foram debatidas questões a respeito da preservação do meio ambiente e foram discutidos
também problemas de cunho social, como a pobreza. A Rio +20, também conhecida como Conferência
das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, foi realizada no Brasil, na cidade do Rio de
Janeiro, em 2012. Recebeu esse nome, porque foi realizada vinte anos após a Rio-92. Nessa
conferência, participaram 193 países-membros da ONU e teve uma das maiores coberturas midiáticas
da história.
Foram retomadas questões debatidas nas conferências anteriores e refletiu-se sobre ações
adotadas pelos países desde a Rio-92, identificando aquelas que pudessem orientar o desenvolvimento
sustentável para os próximos vinte anos. O principal objetivo da Rio +20 refere-se ao reforço do
compromisso dos Estados com a sustentabilidade. Em suma, o processo de desenvolvimento
sustentável exige a participação ativas dos diferentes segmentos da sociedade.

OBSERVAÇÕES:

Um país desenvolvido é aquele que possui um alto nível de industrialização e renda per capita,
esses apresentam um alto IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), nível de educação e qualidade
de vida. Um país subdesenvolvido é aquele pouco industrializado e tem uma baixa renda per capita.

OBSERVAÇÕES:

Os Estados Unidos é um dos países que mais poluem o meio ambiente, são responsáveis pela
emissão de milhares de toneladas de dióxido de carbono por ano na atmosfera.
Biossegurança área do conhecimento voltada para o controle e a minimização dos riscos
provenientes da aplicação de diferentes tecnologias ao meio ambiente, a fim de assegurar o
desenvolvimento científico e proteger a saúde humana e o equilíbrio dos ecossistemas.

CURIOSIDADES!

A série Aruanas narra a trajetória de três amigas líderes de uma ONG que investigam uma
quadrilha de crimes ambientais na Amazônia que envolvem uma grande mineradora. Na luta pela
preservação do meio ambiente, elas precisam desvendar uma teia de segredos que envolvem os donos
de grandes empresas.

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GEOGRAFIA ASTRONÔMICA

Astros

Na Astronomia, astro é o nome dado aos corpos celestes que orbitam no espaço. No entanto,
no que diz respeito à Astrologia, os astros possuem o mesmo significado que os planetas. São eles:
Sol, Lua, Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter, Saturno, Urano, Netuno e Plutão.

CURIOSIDADES!
Antigamente, a observação dos astros era uma prática comum entre diversas civilizações. Por
esse motivo, os estudos relacionados aos astros e à Astrologia confundiam-se. Embora ainda existam
pontos de interseção entre os dois estudos, hoje cada um tem um foco específico. Como ponto de
interseção entre a Astrologia e a Astronomia, destacamos o fato de que ambos os saberes se ocupam
da identificação precisa da posição de corpos celestes. A Astrologia se vale da aplicação da mecânica
celeste para calcular a exata posição em que um dado corpo celeste está no momento de um
nascimento.

Independente do contexto em que são analisados, tanto em um Mapa Astral quanto em


um trânsito astrológico, os astros possuem significados semelhantes. O que mudará é a interpretação.
Um exemplo é Marte, que, em um mapa, representa a forma de agir e o tipo de energia (Marte
em Peixes sugere uma atitude mais branda, até evitando tomar iniciativa). Em um trânsito astrológico,
o planeta sinaliza confrontos iminentes ou carga de energia e motivação.
Vejamos o que significa cada planeta, tanto em um mapa quanto em trânsito:
• Sol: a essência pessoal. Onde ele circula, no mapa, é onde pode haver chance de brilho e
destaque. Rege figuras masculinas, pai. Em trânsito, sugere que estes assuntos ganhem
evidência na vida da pessoa. O ego está envolvido, de maneira positiva ou negativa.
• Lua: a maneira de sentir e lidar com emoções e tudo aquilo que tem um viés emocional. Rege
figuras femininas, mãe. Em trânsito, indica que a sensibilidade está voltada para estes assuntos.
A emoção está envolvida, de maneira positiva ou negativa.
• Mercúrio: a maneira de pensar e se comunicar. Rege irmãos, parentes, vizinhos. Quando em
trânsito, sugere que o plano mental está envolvido com estes assuntos – em uma harmonia
astrológica, a mente colabora. Em tensão, a mente atrapalha e há pequenos desgastes.

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• Vênus: o que é valorizado e apreciado, o que também uma pessoa acaba buscando nas suas
relações. Rege figuras femininas. Em trânsitos harmoniosos, indica mais sorte, prazer e
sociabilidade. Nos desafiadores, pode haver preguiça, prejuízos e dificuldades de relação.
• Marte: forma de agir, energia e libido, além do tipo de assertividade/agressividade. Rege
figuras masculinas. Em trânsitos harmoniosos, sugere ação, energia e iniciativas. Nos
desafiadores, força e iniciativa, mas chance de confrontos, desgaste e irritabilidade.
• Júpiter: a parte de um mapa que possui Júpiter simboliza onde uma pessoa é expansiva e mais
confiante. Rege tios, padrinhos, benfeitores, religiosos, juízes e sacerdotes. Em trânsitos
harmoniosos, inspira sorte, expansão e abertura. Em trânsitos negativos, excessos, gastos e
confiança excessiva na sorte.
• Saturno: em um Mapa Astral, indica onde uma pessoa tem inseguranças e cobranças, mas
também trabalha para melhorar. Rege os pais e figuras de autoridade. Em trânsitos favoráveis,
traz organização, bom senso e adequação à realidade. Nos desafiadores, sugere necessidade de
aprendizado, bem como restrição, dificuldades e desaceleração.
• Urano: no mapa, indica onde uma pessoa inovará, ser independente, criativa e rebelde, e onde
pode haver mais mudanças. Em trânsitos harmoniosos, sugere mudanças e surpresas positivas.
Nos desafiadores, pode trazer uma necessidade de mudanças, mas também imprevistos,
inconstância, estranhamentos e cortes.
• Netuno: aponta onde uma pessoa é sonhadora e idealista, e, por isto, pode cometer enganos.
Em trânsitos positivos, representa uma atitude sutil, empatia e sorte. Nos desafiadores,
possibilita confusão, dissolução, adiamentos e enganos.
• Plutão: indica onde uma pessoa é mais profunda e tem potencial, mas precisa trabalhar
interiormente para poder utilizá-lo, e onde há transformações e acontecimentos importantes.
Em trânsitos positivos, sugere força e determinação. Nos desafiadores, temáticas mais
complexas e intensas, desafios, tensões e possibilidade de perdas ou finalizações.
Entre estes astros, há cinco chamados de “pessoais”, dois de “sociais” e três de “geracionais”
ou “transpessoais”. Sol, Lua, Mercúrio, Vênus e Marte são astros pessoais, pois seus trânsitos são
rápidos e sugerem tendências objetivas para uma pessoa específica. Além disso, seus significados são
pessoais, a saber: a forma de ser (Sol), sentir (Lua), comunicar (Mercúrio), se relacionar (Vênus) e agir
(Marte).
Os planetas sociais são Júpiter e Saturno. Enquanto Júpiter fica um ano em um signo, Saturno
fica dois. Eles não chegam a influenciar uma geração longa, mas uma “minigeração”, por isto são so-

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ciais. Além disso, representam também funções sociais. Ambos se relacionam com regras, normas e
leis, sejam as escritas ou aquilo que é valorizado socialmente.
Urano, Netuno e Plutão são os planetas geracionais ou transpessoais. Recebem esta
classificação porque ficam vários anos em um só signo, influenciando toda uma geração de pessoas.
Urano fica 7 anos, Netuno, 14, e Plutão, de 12 a 32 anos em um signo. A interpretação por signo,
portanto, refere-se a algo que toda uma geração vivenciará. Contudo, a interpretação por casa, e ligada
a planetas pessoais e sociais, mostra a ação individual daqueles planetas, segundo os significados
mencionados anteriormente.
Ao ler sobre o movimento dos astros e a relação entre eles e o Mapa Astral, é possível entender
os momentos pelos quais uma determinada pessoa passa no dia a dia. Para isso, é necessário
acompanhar o Horóscopo Personalizado, feito com base no Mapa Astral. Um mapa pode ser calculado
a partir da data, da cidade e do horário exato de nascimento de uma pessoa.
Na astrologia ocidental, há quem analise asteroides como Quíron e pontos como Lilith e outros.
Quíron é associado a um assunto em que a pessoa se volta para ajudar os outros, já que nesta área pode
ter feridas profundas, que tem dificuldade em curar sem fazer um movimento voltado para o outro.
Esse astro está ligado ao mito do “curador ferido”. Já Lilith, que também é chamada de “Lua negra”,
é um ponto associado à maior distância (apogeu) da Lua em relação à Terra. Associado ao mito do
feminino rebelde, é considerado um ponto de fascínio e insaciabilidade. Lilith em Escorpião na casa
três, por exemplo, marca uma pessoa que nunca se sente satisfeita ao estudar (casa três) os mistérios
(Escorpião).
Se um planeta deixa de existir, a simbologia relacionada a ele permanece intacta. Nesse caso,
é como se os astrólogos perdessem somente o ponteiro. Portanto é válido afirmar que astros, estrelas
e cometas podem ser analisados e também servir como ponteiros, desde que haja registros astrológicos
e simbologias suficientes relacionadas a eles ao longo dos anos.
Se um planeta deixa de existir, a simbologia relacionada a ele permanece intacta. Nesse caso,
é como se os astrólogos perdessem somente o ponteiro.
Plutão, por exemplo, deixou de ser considerado um planeta propriamente dito em 2006,
recebendo a denominação de planeta anão. No entanto, não houve impacto na Astrologia porque o
significado do astro é coerente com este acontecimento. Plutão rege o que é rejeitado e o que se quer
deixar na sombra, pois incomoda. Por isto, que ele tenha sido rebaixado de categoria tem a ver
exatamente com o que ele representa. Além disso, Plutão rege o plano do inconsciente, um vasto
mundo próprio.
Existem correntes astrológicas e astrólogos que acreditam na influência dos planetas na vida
das pessoas, enquanto outros adotam uma linha de pensamento baseada principalmente na ideia da

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sincronicidade. Para os sincronistas, planetas não “causam” efeitos psicológicos (ou nenhum outro tipo
de efeito) na vida terrestre. Não há relação de causa e efeito entre planetas e acontecimentos. Planetas
seriam indicadores, e nada mais.
Imagine que os astros são como os ponteiros de um relógio. Os ponteiros podem mostrar que
são oito horas da noite, mas não são eles que determinam o horário no mundo. Os ponteiros apenas
indicam que horas tem no momento. O mesmo acontece com a Astrologia: o estudo reflete os
acontecimentos aqui na Terra, mas não é por causa dele que determinadas situações ocorrem.
Os astros no céu agem como um espelho que reflete os acontecimentos no mundo. Nesse
sentido, os astros podem ser comparados aos ponteiros, indicadores através dos quais você avalia o
que pode ocorrer na sua vida em um dado momento. A relação entre a Astrologia e as pessoas não é
necessariamente determinista, em que o fato A gera o acontecimento B. Portanto, o que deve ser levado
em consideração são a simbologia e a analogia presentes nesse tipo de estudo.

CURIOSIDADES!
Astrologia e Astronomia são estudos totalmente diferentes. A Astronomia é uma ciência, no
sentido contemporâneo dado a esta palavra. A Astrologia, por sua vez, não é mais considerada uma
ciência (no sentido oficial), mas sim um conhecimento tradicional da humanidade. Enquanto a
Astronomia se ocupa da física dos corpos celestes, a Astrologia se ocupa da atribuição de sentidos
simbólicos ao posicionamento destes corpos. Para um astrônomo, o fato de a Lua transitar pelo signo
de Câncer não significa nada além de um fato físico. Já para o astrólogo, este mesmo fato físico possui
um simbolismo.
Além disso, vale destacar que o conceito de “signo” para a Astronomia é algo totalmente
diferente do conceito de “signo” para a Astrologia. Por exemplo: o signo de Escorpião, para a
Astronomia, é o nome dado a uma constelação. Os signos astrológicos não são constelações, e sim
projeções virtuais, geométricas e imutáveis, que partem da Terra para o céu. As constelações, ao
contrário, movem-se no céu, de forma vagarosa. Se os signos da Astrologia fossem constelações, eles
mudariam com o passar do tempo. Mas os signos astrológicos, sendo projeções geométricas perfeitas,
não podem mudar.

Via Láctea

A Via Láctea é a galáxia em que se encontra o Sistema Solar e, consequentemente, o planeta


Terra. Ela recebeu esse nome (Via Láctea ou estrada do leite) em virtude do seu aspecto esbranquiçado,
de aparência leitosa, que pode ser visto em noites de inverno em locais sem nuvens ou poluição.

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CURIOSIDADES!
Acredita-se que a Via Láctea tenha surgido há milhões de anos, logo após o Big Bang,
formando-se a partir de uma única nuvem composta por hidrogênio, hélio e poeira cósmica. Com o
passar do tempo, em virtude da variação da gravidade em seu interior, essa nuvem teria se fragmentado
e formado várias nuvens, que passaram a se desenvolver de forma independente, originando, assim,
as galáxias, gigantescos sistemas compostos por poeira, gases, bilhões de estrelas e astros
menores (como planetas, cometas, meteoros etc.).

A Via Láctea possui um modelo espiral e é constituída por três elementos principais: o disco,
o bojo e o halo. O disco da galáxia é o elemento que define o seu modelo espiral, visto que ele é
constituído por vários braços compostos por bilhões de estrelas, poeira e gases. O bojo é a área central
da galáxia, possui um formato circular e é formado, principalmente, por estrelas mais velhas de
coloração avermelhada. O halo, por sua vez, é uma estrutura circular constituída por estrelas dispersas
e aglomerados de estrelas bastante antigas que envolvem toda a galáxia.
O estudo da nossa galáxia não é uma tarefa fácil. Isso porque, como estamos em seu interior e
a tecnologia que possuímos hoje não nos permite explorá-la, o seu estudo ainda é muito impreciso.
Para se ter uma ideia, até 2013, nenhuma sonda não tripulada e muito menos nave espacial tinham
conseguido sair do nosso Sistema Solar, que é apenas uma fração minúscula da galáxia em que nos
encontramos.
O desenvolvimento de teorias sobre a Via Láctea ocorre a partir da observação de seus astros
e da comparação com outras galáxias semelhantes à nossa e que são visíveis aqui da Terra. Embora
ainda não tenhamos tecnologia suficiente para percorrer a galáxia, os atuais equipamentos utilizados
na observação espacial (telescópio, satélites e outros) conseguem registrar imagens de excelente
qualidade, o que pode ampliar o nosso conhecimento a respeito desse gigantesco sistema. Com um
formato espiral, nossa galáxia é constituída por estrelas, astros menores, gás, poeira e matéria escura.

Figura 5: Galáxia.

22
OBSERVAÇÕES:
A Via Láctea é a galáxia em que está localizado o Sistema Solar. Ela é composta por estrelas,
astros menores, gás, poeira e matéria escura.

Sistema Solar

O Sistema Solar é um conjunto de corpos celestes que gravitam na órbita de um sol (uma
estrela). O nosso sistema solar é formado por oito planetas, dezenas de satélites naturais, milhares de
asteroides, meteoros, meteoroides e cometas que giram em torno do Sol.
Inicialmente, é preciso saber que o Sol é uma estrela. Essa estrela possui 99,8% de toda a massa do
sistema solar e, segundo a lei da gravitação universal de Newton, massa atrai massa. Assim, o Sol atrai
tudo o que existe a sua volta e aprisiona uma série de astros e corpos celestes em sua órbita, formando
o que chamamos de Sistema Solar.
Algumas hipóteses tentam explicar a origem do Sistema Solar sendo uma delas a hipótese
nebular. Segundo ela, no início as estrelas teriam sido nebulosas. Ou seja, grandes nuvens de poeira e
gás que se compactaram girando cada vez mais rápido devido a sua força gravitacional. Sua porção
central teria formado uma estrela, e a matéria exterior teria se contraído, dando origem aos planetas.
O Sol e todo o nosso Sistema Solar faz parte de uma galáxia, que se chama Via Láctea.

Figura 6: Representação do Sistema Solar.

Os planetas são astros sem luz nem calor próprio. No nosso sistema solar são conhecidos oito
planetas que de acordo com a proximidade do Sol são:
Mercúrio é o menor planeta do Sistema Solar e o mais próximo do Sol. É também o
planeta mais rápido, um ano de Mercúrio (giro completo ao redor do Sol) é equivalente a 88 dias
terrestres. Em compensação, um dia solar do planeta dura 2 anos (176 dias terrestres). Formado
basicamente por ferro, pode ser visto da Terra a olho nu no início da manhã ou no fim da tarde pela
sua proximidade com o Sol. A temperatura no planeta supera os 400 °C.

23
Figura 7: Imagem de Mercúrio feita pela sonda Messenger.

Vênus é o segundo planeta mais próximo do Sol. Além do Sol e da Lua é o corpo celeste mais
brilhante no céu. Por isso, é chamado também de Estrela D’Alva, Estrela Matutina ou Vespertina,
aparente no céu antes do amanhece e logo depois do entardecer.
A distância entre Vênus e a Terra é a menor distância entre planetas do Sistema Solar.
Entretanto, Vênus é o planeta mais quente do Sistema Solar, sua temperatura média é de cerca de
460º C, impossibilitando a visita de seres humanos no planeta.
O ano venusiano tem uma duração menor que o dia. O giro ao redor do Sol dura 224 dias
terrestres, enquanto o giro em torno do próprio eixo leva 243 dias para se completar.
Outra curiosidade sobre Vênus é que é o único planeta do sistema solar que faz sua rotação
no sentido horário, assim, ao contrário da Terra, o Sol nasce no Oeste e se põe no Leste.

Figura 8: Vênus é coberto por nuvens de poeira que refletem a luz solar.

A Terra é o terceiro planeta do Sistema Solar, o único que apresenta água em estado líquido e
oxigênio em sua atmosfera, o que possibilita a vida no planeta. O movimento de rotação da Terra dura
23 horas, 56 minutos e 04 segundos e o ano terrestre é de aproximadamente 365 dias e 6 horas. A
temperatura média da Terra é de 14º C.

24
Figura 9: Planeta Terra visto do espaço.

Marte é o segundo menor planeta do sistema solar. É conhecido como “planeta vermelho” pela
coloração de sua superfície. Marte possui duas luas em sua órbita chamadas de Fobos e Deimos. O ano
em Marte dura 687 dias terrestres e o dia marciano é muito parecido com o da Terra, 24 horas e 35
minutos. Sua temperatura média é de -63ºC.

Figura 10: Marte, apelidado de “planeta vermelho”.

Júpiter é o maior planeta do Sistema Solar, a área da superfície é mais de 120 vezes maior
que a Terra. Formado principalmente pelos gases hidrogênio, hélio e metano e, ainda, um pequeno
núcleo sólido no interior. A temperatura média do planeta é de -108ºC. O ano de Júpiter dura 11,86
anos terrestres e o dia tem a duração de 9 horas e 50 minutos. Júpiter possui 79 luas, a maior delas,
Ganimedes, possui um diâmetro superior ao planeta Mercúrio.

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Figura 11: Júpiter, o gigante gasoso.

Saturno é o segundo maior planeta do Sistema Solar. É conhecido pelos anéis formados
principalmente por gelo e poeira cósmica. O diâmetro do planeta é de cerca de 100 000 km e nos anéis
chega a 270 000 km, com apenas 150 metros de espessura. É composto, basicamente, de Hidrogênio
(96%) e Hélio (3%). Sua temperatura média é de -139ºC. O Ano de Saturno dura 29,5 anos terrestres
e o dia cerca de 10 horas e 35 minutos.

Figura 12: Saturno circundado por seus anéis.

Urano é um planeta gasoso e sua atmosfera é constituída, principalmente, de hidrogênio, hélio


e metano, com muita formação de gelo. É o planeta com a superfície mais fria do Sistema Solar,
sua temperatura média é de -220ºC. Uma particularidade de Urano é a inclinação de seu eixo,
praticamente horizontal (97º), faz com que o planeta gire de lado em relação aos outros astros. A
duração do ano de Urano é de 84 anos terrestres e o dia possui 17 horas e 14 minutos. Por conta de sua
posição em relação ao Sol, seus polos passam 42 anos (terrestres) iluminados seguidos de 42 anos de
escuridão.

26
Figura 13: Urano, gigante de gelo.

Netuno é o planeta mais distante do Sol. Um gigante gasoso, tal como Júpiter, Saturno e Urano.
O planeta possui uma intensa atividade em sua superfície com os ventos mais fortes do Sistema
Solar, chegando a 2000 km/h. O dia de Netuno dura cerca de 17 horas terrestres e o ano 164,79 anos
na Terra. Sua temperatura média é de -201ºC.

Figura 14: Planeta Netuno, o último do Sistema Solar.

Distâncias dos planetas ao Sol

Acompanhe no infográfico a seguir (figura 15) as distâncias dos planetas ao Sol e as principais
características do Sol:

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Figura 15: Infográfico - Distância entre o Sol e os planetas.

CURIOSIDADES!

Lua
Diversos satélites orbitam em torno dos planetas. De acordo com a cosmologia, a Lua, o satélite
natural da Terra, deve ter se formado ao mesmo tempo que a Terra e os outros astros do Sistema Solar.
A principal hipótese é de que a Lua tenha sua origem numa colisão entre a Terra e outro astro do
Sistema Solar. Os fragmentos resultantes dessa colisão formaram a Lua, a qual foi atraída pela

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gravidade da Terra e gira ao seu redor. A Lua é o astro mais próximo da Terra. A distância exata entre
os dois astros é calculada em quilômetros e não em ano-luz.

Figura 16: Lua Cheia fotografada da Terra.

FORMA E MOVIMENTOS DA TERRA


A Forma do Planeta Terra

A Terra é o terceiro planeta do sistema solar, tendo como referência o Sol. Somente nela é
possível encontrar água no estado líquido, sendo que mais de 70% de sua superfície é coberta por essa
substância. Outra característica peculiar da Terra é que, até o momento, é o único planeta que abriga
seres vivos.
Durante muitos anos, a forma da Terra foi motivo de debates e elaboração de teorias. Na
Antiguidade, alguns estudiosos acreditavam que esse planeta era plano, no entanto, muitos sábios já
afirmavam que a Terra apresentava formato “arredondado”. O aprimoramento das técnicas
cartográficas e o desenvolvimento tecnológico foram de fundamental importância para esclarecer tal
fato.
Com a utilização de instrumentos altamente avançados, como, por exemplo, os satélites
artificiais e as sondas espaciais, foi possível estabelecer que a Terra possui cerca de 510 milhões de
quilômetros quadrados. Outra importante confirmação se refere à sua forma: um geoide, com leve
achatamento nos polos.
De acordo com a União Astronômica Internacional (UAI) e a União de Geodésia e Geofísica
Internacional (UGGI), esse achatamento é pequeno, visto que o diâmetro da Terra no sentido da linha
do Equador é de 12.756 quilômetros, enquanto entre os polos Norte e Sul é de 12.714 quilômetros, ou
seja, uma diferença de apenas 42 quilômetros.
A superfície terrestre é irregular, característica que impossibilita a sua representação no plano
(papel) sem que haja deformações. Seu formato está em constante modificação, consequência das

29
ações erosivas, dos vulcões, do movimento das placas tectônicas, dos ventos, das chuvas, do homem,
etc.
A Terra continua sendo alvo de muita curiosidade do ser humano, que busca desenvolver novos
métodos para aperfeiçoar sua caracterização. Nesse sentido, altos investimentos são direcionados com
o intuito de reduzir as distorções durante a representação desse planeta.

Figura 17: A forma do Planeta Terra é geoide.

Movimentos da Terra

A Terra apresenta cerca de quatorze movimentos diferentes no espaço, cujos principais são os
de rotação e os de translação. Quando falamos em principais é devido à importância desses dois
movimentos para a vida na Terra, pois atuam efetivamente em nosso cotidiano, refletindo no tempo,
no clima e em tudo que envolve diretamente a manutenção da vida.

Rotação

É o movimento realizado em torno do seu próprio eixo, com sentido de oeste para leste; dura
aproximadamente 23 horas e 56 minutos e apresenta uma velocidade média de aproximadamente
1.669,33 km/h na altura do Equador e nula nos polos. Sua consequência principal é a sucessão dos dias
e das noites. Tal movimento executado em torno do eixo rotacional, apresenta uma inclinação de
23°27’, que chamamos de obliquidade eclíptica ou obliquidade da eclíptica.

Figura 18: Movimento de rotação.

30
Translação

É o movimento que a Terra descreve em torno do Sol. Seu sentido também é de leste para oeste,
com duração aproximada de 365 dias e 6 horas e velocidade de 104.000 km/h. Esse excedente de horas
(6 horas) produzido anualmente gera o chamado “ano bissexto”, que ocorre de quatro em quatro anos.
Suas duas principais consequências são: a duração do ano e, combinado com a obliquidade eclíptica,
as estações do ano.

Estações do Ano

Considerando o movimento de translação, com a inclinação da Terra, podemos perceber que


em determinadas épocas do ano algumas regiões do globo terrestre recebem raios solares com maior
intensidade que em outras regiões.

Figura 19: Movimento de translação da Terra e os Raios solares.

Nota-se que em dado momento do ano, o Norte do globo está recebendo uma maior quantidade
de raios solares do que o Sul. Em outro período do ano será o contrário, o Sul receberá uma maior
quantidade de raios solares. A este fenômeno nomeamos Estações do ano.
São elas:
• Primavera;
• Verão;
• Outono;
• Inverno.
No dia 21 de junho, o ponto da Terra voltado frontalmente para o Sol é o Trópico de Câncer,
fazendo com que a face Norte da Terra seja muito mais iluminada que a face Sul, marcando, portanto,
o início do verão no Hemisfério Norte e do Inverno no Hemisfério Sul. Seguindo seu caminho no
plano translacional, no dia 23 de setembro o Sol se encontra sobre a linha do Equador. Como ela divide
ao meio os dois hemisférios, eles ficam igualmente iluminados. Nesse dia tem-se o início do outono
no Hemisfério Norte e da primavera no Hemisfério Sul.

31
Passados três meses, no dia 21 de dezembro o Sol incide frontalmente no ponto mais distante
da linha do Equador no Hemisfério Sul, o Trópico de Capricórnio, marcando o início do verão no
Hemisfério Sul e o inverno no Hemisfério Norte.
A partir disso, o Sol vai iniciar um progressivo caminho de volta até o Trópico de Câncer,
passando novamente pelo Equador no dia 21 de março. Nesse dia, temos outono no Hemisfério Sul e
primavera no Hemisfério Norte.
Deste caminho que a Terra faz ao redor do Sol em um ano, extraímos dois conceitos: solstícios
e equinócios.
• Solstícios: momento em que os raios solares incidem perpendicularmente sobre um dos
trópicos, evidenciando as maiores diferenças de duração de dias e de noites nos hemisférios,
bem como o ápice da desigualdade de aquecimento.
Os solstícios acontecem duas vezes por ano: em dezembro e em junho.
Quando ocorre no verão significa que a duração do dia é a mais longa do ano. Analogamente,
quando ocorre no inverno significa que a duração da noite é a mais longa do ano.
• Equinócios: Há épocas do ano em que os raios solares incidem perpendicularmente sobre a
linha do Equador. Nesses dias os hemisférios ficam igualmente iluminados e os dias e as noites
têm exatamente a mesma duração.
Os equinócios ocorrem nos meses de março e de setembro e definem as mudanças de estação.
No Hemisfério Norte, a primavera começa em março e o outono em setembro. No Hemisfério Sul é
o contrário, a primavera começa em setembro e o outono em março.
A memorização da tabela a seguir (figura 20) ajudará a resolver de forma mais simples as
questões referentes a essa temática.

Data Posição do Sol Hemisfério Sul Hemisfério Norte


Equinócio de
21/03 Equador Equinócio de Outono
Primavera
21/06 Trópico de Câncer Solstício de Inverno Solstício de Verão
Equinócio de
23/09 Equador Equinócio de Outono
Primavera
Trópico de
21/12 Solstício de Verão Solstício de Inverno
Capricórnio

Figura 20: Tabela explicativa sobre as relações entre a posição do sol e os Hemisférios Norte e Sul.

32
As Fases da Lua

Sabemos que a Lua gira em torno do nosso planeta. À medida que a Lua viaja ao redor da Terra,
ela passa por um ciclo de fases, ou seja, por sucessivas fases. O ciclo de fases da Lua dura cerca de 29
dias e meio. A face iluminada da Lua é aquela que está voltada para o Sol.
Vejamos como as fases da Lua acontecem:
• Lua Nova: acontece quando a face visível da Lua não recebe luz do Sol, pois os dois astros
estão na mesma direção. Nessa fase a Lua está praticamente entre o Sol e a Terra.
• Lua Quarto Crescente: nessa fase metade da Lua está iluminada e metade escura. Lua e Sol
vistos da Terra estão separados por aproximadamente 90°. A Lua tem a forma de um
semicírculo.
• Lua Cheia: a Lua está na direção oposta à do Sol, em relação à Terra. A Lua está no céu
durante toda a noite; ela nasce quando o Sol se põe e se põe no nascer do Sol.
• Lua Quarto Minguante: A Lua nasce aproximadamente à meia-noite e se põe
aproximadamente ao meio-dia. Nessa fase o disco lunar parece de novo cortado ao meio.

ORIENTAÇÕES GEOGRÁFICAS
Você já deve ter observado que o Sol nasce todos os dias na mesma direção. Esta direção se
chama nascente, denominada posteriormente de Leste. O ponto oposto à nascente, isto é, onde o Sol
se põe, chama-se poente ou Oeste.

Pontos Cardeais

A partir desta observação e do surgimento destes pontos, foram definidos os pontos cardeais,
que são:

• Norte - (N), setentrional ou boreal;


• Sul - (S), meridional ou austral;
• Leste - (E) / (L), oriental ou East;
• Oeste - (W) / (O), ocidental ou West.

Pontos Colaterais

Entre os pontos cardeais, existem os pontos colaterais:

33
• Nordeste (NE) – entre o norte e o Leste;
• Noroeste (NO) – entre o norte e o Oeste;
• Sudeste (SE) – entre o sul e o Leste;
• Sudoeste (SO) – entre o sul e o Oeste.

Pontos Subcolaterais

Nas posições intermediárias aos pontos cardeais e colaterais, existem os pontos subcolaterais:
• NNE – Norte-Nordeste: localizado entre o Norte e o Nordeste;
• ENE – Leste-Nordeste: localizado entre o Leste e o Nordeste;
• ESE – Leste-Sudeste: localizado entre o Leste e o Sudeste;
• SSE – Sul-Sudeste: localizado entre o Sul e o Sudeste;
• SSO – Sul-Sudoeste: localizado entre o Sul e o Sudoeste;
• OSO – Oeste-Sudoeste: localizado entre o Oeste e o Sudoeste;
• ONO – Oeste-Noroeste: localizado entre o Oeste e o Noroeste;
• NNO – Norte-Noroeste: localizado entre o Norte e o Noroeste.

OBSERVAÇÕES:

Dica
Para ajudar a identificar qual o nome do ponto subcolateral que se quer descobrir, basta colocar
a sigla do ponto cardeal seguida pela sigla do ponto colateral, surgindo assim o ponto subcolateral.
Exemplo:
ENE => E (Leste) + NE (Nordeste) = ENE (Leste-Nordeste)

Rosa-dos-ventos

Reunidos os pontos cardeais, colaterais e subcolaterais, surge a Rosa-dos-ventos como


instrumento de orientação.
Vejamos (figura 21):

34
Figura 21: Rosa-dos-ventos.

Mais tarde, o mais eficiente instrumento de orientação foi criado pelo homem: a bússola.
Bússola

A bússola é um instrumento parecido com o relógio, constituído por uma agulha com
propriedades magnéticas e o limbo. A agulha é um ponteiro que gira sobre um eixo que mostrará,
através do limbo, onde está o Norte, referente à sua posição na Terra.
Funciona da seguinte maneira: o núcleo da Terra é composto por ferro e níquel que funcionam
como um grande ímã, partindo linhas de campo magnético para os polos Norte e Sul. A agulha da
bússola aponta sempre para o polo Norte magnético, que fica situado na metade norte da Terra.
Sabendo que a agulha sempre indicará o Norte, você deve girar o aparelho até que o norte da
Rosa-dos-Ventos, situada no limbo, coincida com a direção da agulha. Deste modo, é possível saber a
direção dos outros pontos cardeais.

Figura 22: Exemplo de bússola.

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A tecnologia trouxe grandes inovações no sistema de orientação. Na última década, o GPS
(Global Positioning System – Sistema de Posicionamento Global) se difundiu por todo o mundo.
Assim como muitas invenções e bens de consumo do mundo pós-moderno, o GPS corresponde a um
poderoso e eficaz sistema de posicionamento geográfico criado pelo Departamento de Defesa dos
Estados Unidos.
Ele fornece o posicionamento geográfico de qualquer local do globo terrestre por meio de
satélites artificiais que orbitam ao redor da Terra, além de fornecer outros dados como altitude,
velocidade do deslocamento e coordenadas referentes ao sistema Universal Transverso de Mercator
(UTM), com a distância exata em quilômetros que um ponto qualquer se encontra da linha do Equador
e do Meridiano de Greenwich. O GPS pode mostrar até onde estão situados alguns fiscalizadores de
velocidade, evitando que o motorista seja penalizado por ultrapassar a velocidade máxima permitida
na via.

CURIOSIDADES!

Como fazer uma bússola


Material:
• Uma agulha;
• Uma tampa de garrafa pet;
• Um ímã;
• Uma faca;
• Uma vasilha com água.
Procedimento:
• Magnetize a agulha esfregando uma de suas extremidades no ímã (esfregue sempre na
mesma direção);
• Faça um corte raso na tampa da garrafa para que você possa encaixar a agulha nesse corte;
• Encaixe a agulha nesse corte;
• Encha a vasilha com água e coloque a tampa com o ímã, imerso na água;
• A ponta da agulha que você imantou com o ímã estará sempre apontando para o norte.

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Figura 23: Exemplo de bússola.

Coordenadas Geográficas

Sobre o globo terrestre, é possível traçar um conjunto de linhas que formam as coordenadas
geográficas e, com elas, você poderá localizar com precisão qualquer ponto na superfície terrestre.
Essas coordenadas são chamadas de paralelos e meridianos, que representam 1 grau dos 360 graus em
que são divididos o globo terrestre.
• Meridiano: linha norte-sul entre o Polo Norte e o Polo Sul.
• Paralelo: círculo menor perpendicular ao eixo terrestre e, portanto, paralelo ao Equador.
O paralelo 0° (zero grau) é uma linha que divide a Terra ao meio, em dois hemisférios, ou seja,
duas metades iguais, Norte e Sul. Esse paralelo foi denominado Equador.

Figura 24: Linha do Equador: divide a Terra nos hemisférios Norte e Sul.

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O meridiano 0º (zero grau) foi convencionado através dos tempos, sendo escolhido o que passa
pelo observatório astronômico de Greenwich, que se localiza em Londres, capital da Inglaterra. O
Meridiano de Greenwich divide a Terra em dois hemisférios, ocidental e oriental (oeste e leste,
respectivamente).

Figura 25: Meridiano de Greenwich: divide a Terra nos hemisférios ocidental e oriental.

Agora que você já sabe o que são paralelos e meridianos, fica fácil localizar um ponto qualquer
na superfície terrestre. Basta ter uma rede de coordenadas onde os paralelos e meridianos apareçam
com uma indicação numérica.
Observe o exemplo a seguir (figura 26):

Figura 26: Exemplo de localização de um ponto na superfície terrestre


usando coordenadas geográficas (paralelos e meridianos).

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O ponto marcado está situado no paralelo 10° Sul e 40° Oeste, percebemos que esta coordenada
está localizada no Nordeste do Brasil.
Tais coordenadas são chamadas de latitude e de longitude desse lugar.
• Latitude é a distância do ponto ao Equador, medida em graus ao longo do Meridiano de
Greenwich. Ela vai de 0° a 90° e pode ser Norte ou Sul.
• Longitude é a distância do ponto ao Meridiano de Greenwich, medida em graus ao longo do
Equador. Vai de 0° a 180° e pode ser Leste ou Oeste.
Além do Equador, existem outras linhas imaginárias de suma importância que recebem nomes
próprios:
• Trópico de Câncer: a 23°27’ de latitude Norte;
• Trópico de Capricórnio: a 23°27’ de latitude Sul;
• Círculo Polar Ártico: a 55°33’ de latitude Norte;
• Círculo Polar Antártico: 66°33’ de latitude Sul.
Esses trópicos e círculos são importantes porque neles ocorre uma mudança no grau de
incidência dos raios solares na superfície da Terra, havendo uma considerável mudança climática de
uma zona para outra. Com base nesses dados, são definidas as Zonas da Terra.
São elas:
• Zona tropical: Localiza-se nas baixas latitudes. Caracteriza-se por receber maior quantidade
de luz, pois nela os raios do Sol incidem verticalmente, ficando “a pino” ao meio dia (12 horas),
pelo menos em um dia do ano. Esta é em média a zona mais quente do globo.
• Zonas temperadas: Localizam-se entre os trópicos e os círculos, no hemisfério Norte e no
Hemisfério Sul, nas médias latitudes. Por serem mais afastadas do Equador, os raios solares
incidem de forma mais inclinada nessas áreas, fazendo com que elas recebam menor
quantidade de luz e de calor.
• Zonas polares: Localizam-se nas altas latitudes, depois dos círculos polares, no hemisfério
Norte e no Hemisfério Sul, onde os raios solares são muito inclinados e fracos. Por isso, essas
zonas são muito frias.

Fusos Horários

A Terra gasta um dia (24 horas) para realizar seu movimento de rotação (movimento giratório
da Terra em torno de seu próprio eixo). Os fusos horários são cada uma dessas 24 áreas em que a Terra
é dividida. Para localizar um acontecimento em determinado local em um dia, utilizamos as horas.

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Cada hora é dividida em 60 minutos e cada minuto é dividido em 60 segundos. Sendo assim, a hora
local é dada pelos fusos horários.
Nos diferentes locais da superfície terrestre, cada hora corresponde a uma determinada posição
do Sol. Por exemplo: quando em um local é meio dia e o Sol está em sua posição mais alta no céu, a
180° de distância é meia-noite em outra localidade. Isso acontece porque essas localidades estão
situadas exatamente do outro lado da Terra uma em relação à outra.
Sabemos que o Sol nasce a Leste, isto quer dizer que os lugares a Leste têm seus horários
adiantados em relação aos lugares a Oeste.
Para facilitar a comunicação entre os diferentes locais do planeta, foi instituída a hora legal. A
Terra foi dividida em 24 faixas longitudinais iguais, cada uma com sua hora oficial. Cada faixa
equivale a 15° e a soma dessas faixas totaliza os 360° da circunferência do planeta. Cada uma dessas
faixas corresponde a um Fuso Horário. Sendo assim, nosso planeta está dividido em 24 fusos horários.
Os relógios devem estar com a mesma hora dentro de um determinado fuso horário. O horário
oficial utilizado como base para todo o território brasileiro é o de Brasília, que se mantém atrasado três
horas em relação ao meridiano de Greenwich.

Figura 27: Mapa Mundi: Fusos Horários.

40
REPRESENTAÇÃO DA TERRA
Mapas

A Cartografia

A Geografia possui um princípio básico, que é o de localização. O homem tem a necessidade


de saber se orientar na superfície terrestre, utilizando várias formas de representações como palavras,
desenhos, fotografias e, claro, os mapas. A cartografia é uma ciência voltada para a elaboração de
mapas, unindo conhecimentos científicos, técnicos e artísticos.

O que são os mapas?

Os mapas são imagens reduzidas de determinadas superfícies. Eles representam os aspectos


físicos, naturais, artificiais ou abstratos da superfície terrestre, desenhados ou impressos em uma
superfície plana.

Figura 28: Mapa-múndi dos continentes.

Para que servem os mapas?

Os mapas são a linguagem da geografia e servem como um meio de comunicação e uma fonte
de conhecimento sobre determinada realidade. Possuem um princípio básico: servem como
instrumento de reconhecimento, domínio e controle de um território.

Tipos de mapas

Os mapas podem ser classificados de acordo com o objetivo para o qual foram elaborados.
Abaixo, eles estão classificados em mapas gerais, mapas especiais e mapas temáticos.
• Mapas gerais: são aqueles que não possuem informações detalhadas e apresentam escalas
reduzidas, ou seja, o local, na realidade, é bem maior do que sua representação.

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Figura 29: Mapa geral do Brasil.

CURIOSIDADES!
Os mapas gerais são os mais utilizados em salas de aula.

• Mapas especiais: São direcionados a estudos específicos e técnicos e geralmente não têm
utilidade para pessoas não especializadas. Apresentam escala menos reduzida do que os mapas
gerais.

Figura 30: Mapa especial do Rio Grande do Sul.

• Mapas temáticos: são especializados em um determinado tema (por exemplo: clima, relevo e
outros) e apresentam fundo básico, como topográfico, hidrográfico ou político. Pode apresentar
qualquer tamanho de escala.

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Figura 31: Mapa temático do Brasil.

Projeções Cartográficas

A representação da Terra nos globos terrestres possui um problema geométrico: a forma do


planeta é esférica ou elipsoidal. Esses tipos de superfícies não permitem uma representação no plano
sem dobras ou rasgaduras, portanto todo mapa sempre terá deformações.

Como não há possibilidade de uma representação exata, o homem procurou soluções


cartográficas aproximadas, que são denominadas projeções cartográficas.
Como foi dito, qualquer sistema de projeção representará a superfície da Terra com
deformações, mas existem sistemas desenvolvidos que conseguem conservar a forma da área, outros
mantêm os comprimentos, outros, a grandeza, porém não é possível conservar todas as características
em um mesmo mapa. Esta constatação deu origem ao que chamamos de propriedades das projeções
cartográficas.
São elas:
• Conformidade: Quando a forma dos elementos desenhados é mantida idêntica ao da superfície
terrestre. Porém, para conseguir manter essa similaridade de formas, as áreas são alteradas.
• Equivalência: Conserva a relação entre as áreas da superfície terrestre, alterando assim, a
forma das regiões representadas no mapa.
• Equidistância: Mantêm-se as direções e as distâncias a partir do centro de projeção,
distorcendo as áreas e as formas.

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Tipos de Projeções Cartográficas

Projeção Cilíndrica

É uma forma de projeção cartográfica que é desenhada sobre um plano que pode ser comparado
a um cilindro envolvendo o globo terrestre. Por este motivo, deforma as áreas de grande latitude e
conserva as áreas próximas ao Equador.

Figura 32: Projeção cilíndrica.

Projeção cilíndrica de Mercator

A mais famosa das projeções cilíndricas, a projeção de Mercator, foi apresentada em 1569, pelo
cartógrafo Gerhard Kremer. Os meridianos e paralelos são representados por segmentos de reta
perpendiculares entre si. Os meridianos estão todos a uma mesma distância, resultando em uma
superfície terrestre deformada na direção Leste-Oeste, se agravando nas maiores latitudes.

Figura 33: Projeção cilíndrica de Mercator.

44
Projeção cilíndrica de Peters

Criada em 1973 por Arno Peters, possui base cilíndrica equivalente; determina uma distribuição
dos paralelos com intervalos decrescentes desde o Equador até os polos. Resulta numa reprodução fiel
das áreas dos continentes e uma maior deformação no formato dos mesmos. Ao partir do princípio da
equivalência, dá destaque aos países subdesenvolvidos da América Latina e África, pois valoriza as
áreas destes quando comparada à projeção de Mercartor. Em virtude disso, é considerada uma projeção
terceiro-mundista, que Peters batizou de “mapa para um mundo mais solidário”.

Figura 34: Projeção cilíndrica de Peters.

Projeção Cônica

Nesta projeção, a superfície terrestre é representada num cone envolvendo o globo. Os


meridianos são retos e convergem para os pólos, e os paralelos são arcos que têm o mesmo centro em
comum, situados a uma distância igual uns dos outros. São recomendados para representar as médias
latitudes, pois deformam tanto as altas quanto as baixas latitudes.

Figura 35: Projeção cônica.

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Projeção Azimutal ou Projeção Plana

Nesta projeção, os paralelos formam círculos que têm o mesmo centro em comum e os
meridianos são retos e convergentes para o polo de projeção. Os meridianos também podem ser
considerados divergentes, pois partem do centro da projeção para todas as direções do mapa; ou seja,
divergem, se afastam. A projeção azimutal atua em grandes latitudes, tanto que também recebe o nome
de polar, e os polos se encontram nas extremidades do globo, próximo à latitude de 90 graus; sendo
assim, essa projeção dá ênfase aos polos.

Figura 36: Projeção Azimutal.

Projeção de Mollweide

A Projeção de Mollweide foi elaborada em 1805, pelo cartógrafo alemão Karl Mollweide. Os
paralelos são linhas retas e os meridianos, linhas curvas. As áreas centrais possuem grande exatidão,
porém as extremidades são muito distorcidas.

Figura 37: Projeção Mollweide.

CURIOSIDADES!

Podemos dizer que a cartografia surgiu na Antiguidade, pois encontramos representações de


mapas na Grécia Antiga, Império Romano, Mesopotâmia, entre outros povos da antiguidade. Os mapas
antigos eram repletos de imperfeições, mesmo assim, serviam de referência para viajantes e
comerciantes da época, que necessitavam muito destas informações para planejarem suas viagens.

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Na época das Grandes Navegações e Descobrimentos Marítimos (séculos XV e XVI), os
cartógrafos foram extremamente importantes. Cada expedição levava um especialista em mapas, pois
era importante que as embarcações não se perdessem nos vastos oceanos. Foi no século XVI que os
primeiros mapas do continente americano e também do Brasil foram elaborados.

Figura 38: Exemplo de mapas na Antiguidade.

Escalas

Escala é uma representação gráfica de uma proporção matemática que relaciona as dimensões
reais com as dimensões gráficas do mapa. Todo mapa é feito de acordo com uma escala. As escalas
são expressas na forma de proporção de uma fração, em que o numerador indica a distância
representada no mapa e o denominador indica a distância real. Por exemplo, 1:1000 ou 1/1000 (lê-se:
escala um por mil), significa que cada centímetro no mapa corresponde e 1000 centímetros na distância
real.

Figura 39: Mapa do Rio de Janeiro com escala numérica e gráfica.

Tipos de escala

A escala pode ser indicada de duas maneiras: com números (escala numérica) ou com gráficos
(escala gráfica).

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Escala numérica

A escala numérica é uma fração e seu denominador (o segundo número, depois dos dois pontos)
indica quantas vezes a realidade foi reduzida. O numerador (o primeiro número, antes dos dois pontos)
será sempre 1. Por exemplo, em uma escala numérica de 1:30.000.000, o numerador 1 corresponde a
1 cm medido no mapa, enquanto o denominador 30.000.000 indica que, naquele mapa, a medida real
foi reduzida em 30.000.000 vezes. Ou seja, nesse exemplo, cada centímetro no mapa equivale a
30.000.000 centímetros na realidade, ou 300 km.

OBSERVAÇÕES:

Quanto maior o denominador, menor a escala e menor a quantidade de detalhes.

Escala gráfica

A escala gráfica apresenta segmentos de reta divididos em pedacinhos de 1 cm com seus


respectivos valores na distância real.

No exemplo de escala gráfica acima, cada centímetro corresponde a 50 km na superfície real.

Tamanho da escala

Escala grande

Usada quando queremos representar uma área que não foi muito reduzida no mapa e se aproxima
da realidade. Essa escala é compreendida entre 1:1.000 a 1:50.000. Estes mapas representam uma
pequena porção do território, mas com riqueza de detalhes.

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Figura 40: Mapa de uma parte da cidade de Goiânia-GO, em escala grande.

Escala pequena

Quando é preciso representar uma grande área reduzindo a realidade e sem evidenciar detalhes,
é utilizada a escala pequena. Estes mapas servem para termos uma visão de conjunto acerca dos
fenômenos que se passam em nível mundial, como é o caso da distribuição mundial dos climas. Essas
escalas são maiores que 1:2.000.000.

Figura 41: Mapa de todos os países e continentes em escala pequena.

CURIOSIDADES!

Além das escalas, para auxiliar na compreensão dos mapas, os cartógrafos utilizam uma
variedade de símbolos para representar os elementos do espaço. Esses símbolos são colocados em uma
legenda em um canto do mapa e são chamados de convenções cartográficas. A legenda é uma espécie
de código e, para decifrar a linguagem do mapa, é necessário consultá-la.

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Figura 42: Mapa de Portugal com convenções cartográficas.

Calculando distâncias

Para calcular a distância real entre duas cidades, por exemplo, utilizando a escala, é necessários
uma régua e um mapa que representa a distância entre as duas cidades.
Exemplo:
Em um mapa de escala 1:10.000.000, como calcular a distância real entre Florianópolis e Lajes
se a distância delas no mapa, em linha reta, é de 1,7 cm?

Figura 43: Imagem utilizada para calcular a distância rea


l entre as cidades de Florianópolis e Lajes.

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Se a escala é 1:10.000.000, significa que 1 cm no mapa representa 10.000.000 cm na realidade,
ou seja, 100 km. Podemos calcular a distância real entre as duas cidades fazendo uma regra de três
simples, observe:

Portanto, a distância entre Florianópolis e Lajes é de 170 km.

ERAS GEOLÓGICAS
Através de pesquisas das rochas e dos fósseis, cientistas estimam que a Terra tenha
aproximadamente 4 bilhões de anos, durante todo esse período ela passou por grandes transformações,
processo classificado como eras geológicas. As diferentes eras geológicas correspondem a grandes
intervalos de tempo, divididos em períodos.
A alternância das eras geológicas foi estabelecida através de alterações significativas na crosta
terrestre, sendo, portanto, classificadas em cinco eras geológicas distintas:
• Arqueozoica;
• Proterozoica;
• Paleozoica;
• Mesozoica;
• Cenozoica.

Arqueozoica

A era geológica Arqueozoica é caracterizada pela formação da crosta terrestre, em que surgiram
os escudos cristalinos e as rochas magmáticas, nos quais encontramos as mais antigas formações de
relevo. Esse período teve início em, aproximadamente, 4 bilhões de anos atrás.

Proterozoica

Estima-se que essa era geológica teve início a cerca de 2,5 bilhões de anos atrás e se findou há
550 milhões de anos. Durante esse período ocorreu intensa atividade vulcânica, fato que promoveu o
deslocamento do magma do interior da Terra para a superfície, originando os grandes depósitos de

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minerais metálicos, como, por exemplo, ferro, manganês, ouro, etc. Na era geológica do Proterozoico
ocorreu grande acúmulo de oxigênio na atmosfera. Também ficou caracterizada pelo surgimento das
primeiras formas de vida unicelulares avançadas.

Paleozoica

A era Paleozoica prevaleceu de 550 a 250 milhões de anos atrás. Nesse período a superfície
terrestre passou por grandes transformações, entre eles estão o surgimento de conjuntos montanhosos
como os Alpes Escandinavos (Europa). Essa era geológica também se caracteriza pela ocorrência de
rochas sedimentares e metamórficas, formação de grandes florestas, glaciações, surgimento dos
primeiros insetos e répteis.

Figura 44: Os dinossauros surgiram na era Mesozoica.


Mesozoica

A era Mesozoica iniciou-se a cerca de 250 milhões de anos atrás, ela ficou marcada pelo intenso
vulcanismo e consequente derrame de lavas em várias partes do globo. Também ficou caracterizada
pelo processo de sedimentação dos fundos marinhos, que originou grande parte das jazidas petrolíferas
hoje conhecidas. Outras características dessa era geológica são: divisão do grande continente da
Pangeia, surgimento de grandes répteis, como, por exemplo, o dinossauro, surgimento de animais
mamíferos, desenvolvimento de flores nas plantas.

Cenozoica

Essa era geológica está dividida em dois períodos: Terciário (aproximadamente 60 milhões de anos
atrás) e Quaternário (1 milhão de anos atrás).
• Terciário: Caracterizado pelo intenso movimento da crosta terrestre, fato que originou os
dobramentos modernos, com as mais altas cadeias montanhosas da Terra, como os Andes

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(América do Sul), os Alpes (Europa) e o Himalaia (Ásia). Nessa era geológica surgiram aves,
várias espécies de mamíferos, além de primatas.
• Quaternário: Era geológica que teve início há cerca de 1 milhão de anos e perdura até os dias
atuais. As principais ocorrências nesse período foram: grandes glaciações; atual formação dos
continentes e oceanos; surgimento do homem.

OBSERVAÇÕES:

Há cinco eras geológicas distintas: Arqueozoica, Proterozoica, Paleozoica, Mesozoica e


Cenozoica.

ATMOSFERA E HIDROSFERA

De modo geral, tanto a atmosfera quanto a hidrosfera são camadas da estrutura terrestre.
O planeta Terra é formado por várias estratificações, tanto internas quanto externas. Para compreender
isso de forma mais lúdica, pense em uma cebola, que vai sendo descascada e revelando novas estruturas
interiormente.
A atmosfera é a camada que reveste a Terra externamente. Ela é composta por
inúmeros gases que fornecem proteção ao nosso planeta.
Já a hidrosfera, como o próprio nome já diz, é uma cada mais interna que abrange a água e
outras partes líquidas dispersas pelo globo.

Características da Hidrosfera
Vejamos algumas das principais características da hidrosfera:
• É composta por mares, oceanos, rios, lagos, lençóis subterrâneos, aquíferos, água solidificada
nas geleiras, umidade presente no ar etc.;
• Compõe cerca de 70% da superfície terrestre;
• 97% da hidrosfera são preenchidos por água do tipo salgada;
• Atua como importante reguladora térmica;
• É fundamental para a manutenção da vida.

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Características da Atmosfera

Agora, vejamos as principais características da atmosfera:


• Confere proteção contra radiações, choques mecânicos de corpos celestes, regula a
temperatura e muito mais;
• Tem uma espessura de cerca de 10 mil quilômetros;
• É composta por várias camadas: exosfera (a mais distante da Terra), ionosfera, termosfera,
mesosfera, estratosfera e troposfera (a mais próxima do planeta).
Na troposfera, a mais próxima de nós, é onde ocorrem a maioria dos fenômenos
meteorológicos que conhecemos. Já na estratosfera, ocorre a absorção de radiação pela camada de
ozônio, sobre a qual falaremos mais à frente.

O que é Litosfera

Para entendermos o que é a litosfera, precisamos antes discutir as camadas da Terra sob uma
nova óptica, pensando nela ainda como a cebola mencionada antes, mas a nível mais estrutural e
geológico.
A Terra é formada pelas seguintes camadas, pensando de fora para dentro:
• Crosta (camada sólida);
• Manto (camada pastosa);
• Núcleo externo (camada sólida);
• Núcleo interno (camada pastosa).
A litosfera é uma parte que une porções da crosta e do manto superior. Nela, ocorrem
fenômenos importantes e que se relacionam muito com a atmosfera e a hidrosfera, como é o caso
da tectônica das placas, terremotos, vulcanismo e muitos outros. Além disso, é nela que vivemos.

Atividades na atmosfera e hidrosfera

Agora, vamos conversar sobre alguns dos fenômenos que ocorrem na atmosfera e na hidrosfera
(muitas vezes com participação da litosfera) e que influenciam em toda a homeostase (equilíbrio)
da biosfera terrestre.

Formação de nuvens

As nuvens são formadas por conta da condensação de vapor d’água em grandes altitudes.
Isso acontece porque, lá, tanto a temperatura quanto a pressão são muito diferentes do que mais
próximo ao solo. Assim, a água tende a mudar de estado ao passar por camadas mais distantes de nós.

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Chuva
Também chamada de precipitação, a chuva é uma parte fundamental do ciclo da água. Elas
ocorrem quando as gotas de água presentes nas nuvens tornam se mais densas do que o ar e voltam
ao estado líquido, precipitando (caindo) ao chão. A frequência da formação de chuvas está diretamente
relacionada ao clima e ao bioma de uma região.

Ventos
Os ventos nada mais são do que a movimentação do ar. Ele pode ser gerado por uma série de
fatores, como os movimentos do planeta Terra. Sua presença é fundamental para a geração de energia e
para a vida num todo, especialmente na polinização de plantas e dispersão de sementes.

Ciclo da água

O ciclo da água é um dos mais importantes para a vida.


Ele é composto pelas seguintes etapas:
• Evaporação das águas (dos oceanos, por exemplo) e transpiração dos seres vivos;
• Condensação e formação de nuvens;
• Precipitação (chuvas)
• Infiltração da água no solo, retornando aos rios e lençóis freáticos.

Ciclo do nitrogênio

Para que esse ciclo esteja completo, tanto a atmosfera quanto a litosfera, além de elementos
biológicos, precisam estar em harmonia. Aqui, ocorre a transformação da molécula gasosa em
substâncias que podem ser utilizadas pelos seres vivos para a execução de suas funções vitais. Após
um longo processo, o nitrogênio retorna para a atmosfera e tudo começa novamente.

Camada de ozônio

Essa camada é uma espécie de “película” que recobre o planeta, evitando que os raios mais
fortes do sol atinjam os seres que habitam a Terra. Com a emissão de muitos gases, formaram-se
pequenos poros nessa estrutura. Hoje em dia, no entanto, com a adoção de medidas como a proibição
dos CFC’s, ela está se recuperando.

55
DEMOGRAFIA
Demografia é a ciência que estuda a dinâmica populacional humana por meio de estatísticas
que utilizam como critérios e religião, educação, etnia e outros critérios que são influenciados por
fatores como taxa de natalidade, fecundidade e migrações. Um dos ramos das ciências sociais, a
demografia é bastante recente se comparada com outros ramos como a economia.
O termo “demografia” foi usado pela primeira vez em 1855 por Achille Guillard no livro
intitulado “Élements de statistique humaine ou demographie comparée”. Seu objetivo é estudar a
estrutura da população, seu arranjo espacial ou forma como a população está distribuída no meio físico
(urbano, rural) e sua composição, que pode ser estudado levando-se em consideração a faixa etária, o
sexo, ou outras características da população.
O chamado “movimento da população” também constitui objeto de estudo da demografia.
Através de cálculos e estatísticas são estudados os fenômenos da mortalidade, natalidade e movimentos
migratórios, todos estes influenciados por diversos fatores como educação, saneamento, e etc.
A importância do estudo da demografia consiste no fato da população ser um elemento político
essencial que caracteriza uma sociedade e que, consequentemente, tornam-se necessários compreender
a fim de tornar possível o planejamento econômico, social, cultural ou político.
A demografia possui quatro abordagens diferentes que variam de acordo com o foco de estudo:
1) A abordagem histórica que tem por objetivo estudar a evolução dos acontecimentos
demográficos ao longo do tempo pesquisando suas causas e tentando prever as consequências.
2) A abordagem doutrinária que se ocupa da análise da teoria através dos estudos das ideias e
obras de filósofos, pensadores e pregadores no tocante à população.
3) A abordagem analítica, que por sua precisão matemática é a mais importante tecnicamente,
pelo fato de fornecer dados indispensáveis sobre determinados acontecimentos.
4) E, por fim, abordagem política, que apoiada em todas as outras abordagens, tenta formular
políticas demográficas adequadas ao bem-estar da sociedade.

CIDADES
As Cidades e o Fenômeno da Urbanização

As primeiras cidades surgiram há cerca de cinco milhões de anos, sobretudo no Oriente e na


Índia. A partir de então elas multiplicaram-se e estabeleceram-se como aglomerados humanos

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complexos, que desenvolveram ao longo de gerações diversas atividades econômicas destinadas a
prover a necessidade de consumo dos habitantes da área urbana e das comunidades gerais.
A condição principal para o estabelecimento das cidades foi o processo de sedentarização pelo
qual passaram determinados povos que, com a prática de agricultura, puderam produzir mais alimentos
do que consumiam.
A partir da segunda metade do século XVIII uma mudança radical na forma de produção de
bens de materiais ocorreu primeiramente na Inglaterra e depois em outros países europeus, tratava-se
do estabelecimento da indústria moderna. Atividade econômica por meio do qual foi possível
transformar em grande escala os recursos naturais e os produtos manufaturados essa mudança no
processo produtivo ficou conhecido como Revolução Industrial. Nesse momento as cidades
representaram o ambiente ideal para o florescimento da indústria, pois nelas viviam donos dos meios
de produção que possuíam o capital necessário para investir no desenvolvimento de novas tecnologias.
A ida de trabalhadores de pequenas aldeias e das áreas agrícolas para as cidades acarretou um
vertiginoso crescimento da população urbana dos países em processo de industrialização. Em poucas
décadas o número de habitantes das cidades era maior que do meio rural. A expansão da atividade
industrial para os outros continentes desencadeou um imenso processo de urbanização. Novos postos
de trabalhos foram criados no setor industrial e em outros setores da economia, além disso houve uma
modernização das atividades agrícolas com a expansão das lavouras de monocultura e a introdução de
máquinas que passaram a substituir a mão de obra camponesa. Um grande contingente populacional
passou a migrar para as áreas urbanas, sobretudo para as cidades onde se localizavam as indústrias
fazendo o ritmo da urbanização crescesse na mesma proporção.

CURIOSIDADES!

Em razão do rápido crescimento urbano e da explosão populacional de Londres durante o


século XIX, muitas obras de infraestrutura foram realizadas, como a ampliação das redes de
abastecimento de água e coleta de esgoto, abertura de avenidas e a criação de sistema de transporte
mais eficientes como o metrô.
Hierarquia urbana é o nível de importância de cada cidade no interior de uma rede de cidades
ou rede urbana, levando-se em consideração sua população absoluta, a diversificação de suas
atividades econômicas e o grau de influência que exercem sobre uma região.

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Recentemente um expressivo processo de urbanização, alimentado pelo êxodo rural, tem
ocorrido em países subdesenvolvidos com baixo nível de industrialização. São motivados pela miséria
em que vivem os trabalhadores camponeses, a concentração de terras nas mãos dos latifundiários e
conflitos entre grupos étnicos.
Cerca de 49% da população mundial vive nas cidades e o percentual pode aumentar nas
próximas décadas. Boa parte da população que migrou para áreas urbanas fixou-se em cidades que
tinham algum poder de atração como atividades industriais, atividades comerciais ou sede de
instituições públicas governamentais. Esses centros urbanos passaram a oferecer melhor infraestrutura
e mais oportunidades de emprego. Essas cidades denominadas metrópoles abrigam cerca de um milhão
de pessoas e estão no topo da hierarquia urbana.

OBSERVAÇÕES:

Monocultura é a produção ou cultura agrícola de apenas um único produto. A substituição da


cobertura vegetal original, geralmente com várias espécies de plantas, por uma única cultura, é uma
prática danosa ao solo.
Êxodo rural é a saída do campo para a cidade por vários motivos como a falta de emprego,
educação, saneamento básico entre outras razões. Enquanto urbanização é o crescimento da cidade
como pessoas e espaço.
Latifúndio é a propriedade agrícola de grande extensão pertencente a uma única pessoa que se
caracteriza pela exploração extensiva de seus recursos.

As Relações entre Cidade e Campo

Apesar de serem comumente tratados como sinônimos, os conceitos de rural e campo, urbano
e cidade, possuem diferenças em suas conceituações. Enquanto cidade e campo são formas concretas,
materialização de um modo de vida, urbano e rural são representações sociais.
A cidade é o centro da organização social e econômica, portanto, nela estão concentrados os
principais serviços e produtos que são consumidos tanto pela população da própria cidade, quanto pela
população do campo, a qual não consegue produzir tudo aquilo de que necessita. A cidade não apenas
controla e comercializa a produção do campo, mas também passa a transformá-la e lhe agregar valor,
expandindo sua esfera de dominação. O campo que até então era praticamente autossuficiente, se vê
dependente da cidade, em alguns casos, até para compra de produtos básicos de vida, como alimentos.

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Durante décadas a crescente industrialização fez com que muitas pessoas deixassem o campo
e migrassem para as cidades. Este fenômeno é conhecido como êxodo rural produz profundas
consequências na organização urbana. No Brasil, teve sua maior relevância entre os anos de 1960-
1980 quando muitas pessoas deixaram o campo deslocando-se para as cidades em busca de empregos
nas fábricas. Com o avanço no meio técnico, a mão de obra no campo foi substituída pelos
maquinários, expulsando as pessoas da terra, causando um inchaço urbano. A cidade moderna
movimenta a vida dos homens como se fossem máquinas, e todas as ações são regidas pelo tempo
rápido, mas o campo cada vez mais modernizado, também já aderiu às práticas ritmadas da
globalização.
A configuração do espaço brasileiro passou por profundas transformações a partir da segunda
metade do século XX, o que culminou tanto em pontos positivos, quanto em profundos problemas.
Dentre os pontos positivos nota-se a qualidade de vida nas metrópoles. Há também diversos desafios
impostos ao urbano, como a dependência das pessoas em relação a cidade. As pessoas que antes
obtinham seu sustento com base nas atividades do campo, agora são forçadas a se submeterem às
atividades industriais. Antes consumiam o produto do seu trabalho, agora o dinheiro intermedia a
compra dos produtos necessários. Além disso, a questão fundiária é um grande problema do urbano,
já que existe uma inadequada distribuição das populações no território brasileiro.
Um outro problema bastante conhecido é o fenômeno que ficou conhecido como favelização,
quando há a valorização de algumas áreas, as pessoas expulsas de suas casas são forçadas aos espaços
inadequados e até ilegais para moradia, para além as questões ambientais são problemas que afetam
igualmente o urbano.

As Cidades e a Indústria no Mundo

A Revolução Industrial foi um processo de grande importância na história da humanidade


porque deu origem a um novo segmento econômico. Criou uma nova função para as cidades e o espaço
urbano deixou de ser apenas um lugar de produção de bens industriais e de serviços.

Figura 45: Classificação dos tipos de indústrias e seus segmentos.

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A partir do estabelecimento da indústria como novo ramo de atividade econômica, níveis
diferenciados de tecnologia foram empregados no processo fabril. De acordo com o nível tecnológico
podemos classificar a atividade industrial em:
• Indústrias tradicionais que são pouco automatizadas, utilizam de máquinas pesadas e ainda
empregam muitos funcionários;
• Indústrias modernas que se caracterizam pela utilização de recursos tecnológicos avançados e
por nível de automação maior que possuem uma quantidade reduzida de funcionários;
• Indústrias tecnológicas de ponta que produzem recursos tecnológicos altamente sofisticados
resultantes da aplicação imediata das descobertas científicas no processo de produção.
Também é possível classificar as indústrias levando em consideração a função de cada
segmento fabril como as indústrias de bens de produção, indústria de bens intermediário e indústria de
bens de consumo. As concentrações das indústrias mais importantes se localizam no hemisfério Norte,
justamente nos países que teve início a Revolução Industrial. No interior das grandes concentrações
industriais encontram-se importantes centros urbanos e nessas grandes metrópoles vivem milhões de
habitantes.
Durante a Primeira Revolução Industrial grandes concentrações de indústrias surgiram em
áreas vizinhas de jazidas de ferro. Esse fato demonstra que existiam determinados fatores que
interferiam no estabelecimento e no desenvolvimento de regiões industriais.
Destacam-se de modo geral cinco fatores, sendo eles:
• A disponibilidade de mão de obra;
• Proximidade do mercado consumidor;
• Proximidade das fontes de matérias primas;
• Disponibilidade de energia e existência de uma rede de transporte bem estruturada.
No entanto, vem ocorrendo um processo em vários países denominado “desconcentração
industrial” que se caracteriza pela diminuição do ritmo de crescimento industrial nos grandes centros
urbanos transferindo suas unidades para cidades de médio porte, devido ao fato que o crescimento
exacerbado vem ocasionando sérios problemas urbanos. Atualmente a proximidade das fontes de
matérias primas ou do mercado consumidor já não constitui um fator preponderante da localização das
atividades industriais e no espaço geográfico mundializado trata-se da flexibilização da produção
processo característico da Terceira Revolução Industrial.

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OBSERVAÇÕES:

O desenvolvimento da indústria em todos os setores proporcionou a criação de diferentes


especialidades profissionais, voltadas em grande parte para a diminuição de gastos na produção e o
aumento da qualidade dos produtos.

EXERCÍCIOS

1. Ao longo da história, os mapas sempre fizeram parte dos instrumentos de planejamento


de conflitos armados, sendo utilizados como forma de orientação para identificar terrenos
e direções de ataques e defesa de tropas. Isso significa dizer que uma das funções mais
antigas da geografia e da cartografia é:
a) A poluição atmosférica.
b) Elaborar estratégias militares.
c) Alterar os cursos hídricos.
d) Provocar a explosão demográfica em países subdesenvolvidos.
e) Provocar mudanças climáticas.

2. Na escala gráfica abaixo, há quatro intervalos, ou seja, quatro segmentos ou


“pedacinhos” de reta. Sabendo que cada intervalo corresponde a 1 cm no mapa e cada
centímetro no mapa corresponde a 300 km na realidade, qual seria a distância real entre
dois lugares que em um mapa se encontram separados por 6 cm?

a) 1.800 km.
b) 300 km.
c) 11.800 km.
d) 3.000 km.
e) 180 km.

3. Assinale, dentre as alternativas abaixo, aquela que NÃO é uma das Eras Geológicas:
a) Cenozoica.
b) Arqueozoica.

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c) Litozoica.
d) Proterozoica.
e) Paleozoica.

BUSCANDO+

Vídeos:

✓ VIAJANDO PELO SISTEMA SOLAR


https://youtu.be/zLFvrurSef8

✓ ABC da Astronomia | Fases da Lua


https://youtu.be/N2wTtaJEtNY

✓ Geografia: Tipos de mapas


https://youtu.be/BVrGEFQv3uY

PÍLULA DO CONHECIMENTO

Esse item se trata de uma metodologia disponibilizada em nossa plataforma, a qual você poderá acessar
e aprender sobre conceitos importantes referentes aos conteúdos abordados nesta apostila. Acesse
nossa plataforma e veja a PÍLULA DO CONHECIMENTO sobre GEOGRAFIA do MÓDULO I!

GABARITO

QUESTÃO ALTERNATIVA
1 B
2 A
3 C

REFERÊNCIAS
ALVES, Andressa. BOLIGIAN, Levon. Espaço e Vivência. São Paulo: Editora Copyright, 2011.

AZEVEDO, Júlio Cesar Lopes. Bem Lembrado. São Paulo: Editora FTD, 2014.

62
MOREIRA, João Carlos. SENE, Eustáquio. Espaço geográfico e globalização. São Paulo: Editora
Scipione, 2012.

CASTROGIOVANNI, A.C. (org.) Ensino de Geografia: práticas e textualizações no cotidiano.


Porto Alegre: Mediação, 2000.

CAVALCANTI, Lana de Souza. Geografia e Práticas de Ensino. Goiânia: Alternativa, 2002.

63
RIACHO FUNDO 02, QN 05 “A” CJ “02” LOTE “10” – BRASÍLIA/DF
ORIENTAÇÕES DE LEITURA
O componente curricular HISTÓRIA foi elaborado com alguns TÓPICOS e ITENS especiais
que precisam ser destacados para melhor compreensão de leitura e contextualização dos conteúdos
abordados.

TÓPICOS ESPECIAIS E ITENS DE ESTUDO

• O cursista encontrará na apostila alguns tópicos estruturados sem seções com finalidades
específicas chamados TÓPICOS ESPECIAIS.
• Além desses tópicos, o cursista também encontrará alguns ITENS DE ESTUDO que irão
proporcionar dinâmica a leitura e melhor compreensão dos assuntos abordados.

TÓPICOS ESPECIAIS

EXERCÍCIOS
Se trata de um tópico especial contendo aplicações teórico-práticas em formato de exercícios de
múltipla escolha elaborados para o estudante pensar, analisar e abstrair conceitos estudando exemplos
que relacionam a teoria com a prática em cada componente curricular.

BUSCANDO+
Se trata de um tópico especial contendo algumas indicações de estudo, por meio de sugestões de Links,
livros, sites, vídeos e outros meios que possam ser acessados pelo cursista, como forma de estudo
suplementar ou de aprofundamento dos conteúdos ministrados em cada componente curricular.

PÍLULA DO CONHECIMENTO
São pequenos componentes educacionais (textos, vídeos, áudios, animações) que disponibilizamos
com intuito de agregar conteúdo, contextualizar o aprendizado e fortalecer a retenção do conhecimento
de forma objetiva e orgânica, melhorando o desempenho de nossos estudantes e profissionais. Um
recurso educacional utilizado para suportar um processo de aprendizagem rápido, porém constante.

“A pílula do conhecimento poderá ser aplicada como complementação teórica e prática dos nossos
cursos, como ferramenta de memorização e revisão de conteúdo sobre os aspectos mais importantes
do curso e/ou como reforço das ações de aprendizagem presenciais”.
GABARITO
Respostas dos exercícios propostos.

ITENS DE ESTUDO

CURIOSIDADES!
Item de estudo utilizado para expor acontecimentos, fatos e casos curiosos relacionados com algum
tema abordado.

“Momento de atiçar a curiosidade do estudante, propondo conceitos, fatos e situações curiosas


referente aos assuntos que estão sendo estudados”.

OBSERVAÇÕES:
Item de estudo utilizado para complementar e destacar ideias e informações importantes sobre os
conteúdos abordados.

“Momento de fazer o estudante refletir sobre algum tema específico que deve ser destacado,
lembrado ou anotado como uma observação importante”.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO____________________________________________________________________ 07
TEORIAS DA EVOLUÇÃO___________________________________________________________08
• Teoria Sintética da Evolução__________________________________________________ 08
• Ancestral Comum___________________________________________________________ 09
• Seleção Natural das Espécies__________________________________________________ 10
• A Origem do Homem_________________________________________________________11
PRÉ-HISTÓRIA___________________________________________________________________ 14
• Divisão da Pré-História_______________________________________________________ 14
• Período Paleolítico___________________________________________________________ 15
• Período Neolítico____________________________________________________________ 15
• Idade dos Metais____________________________________________________________ 16
AS CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE________________________________________________16
• Egito______________________________________________________________________ 16
• Mesopotâmia_______________________________________________________________ 20
• Povos da Mesopotâmia e Egito ________________________________________________ 22
• Hebreus, Fenícios e Persas ____________________________________________________ 24
• A Civilização Grega__________________________________________________________25
• A Civilização Romana________________________________________________________ 30
• Grécia Antiga e Roma Antiga__________________________________________________35
EXERCÍCIOS_____________________________________________________________________ 37
BUSCANDO+____________________________________________________________________ 38
PÍLULA DO CONHECIMENTO______________________________________________________ 38
GABARITO_______________________________________________________________________ 38
REFERÊNCIAS____________________________________________________________________ 38

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INTRODUÇÃO

O estudo da História está ligado à nossa capacidade de entender o mundo, dessa forma
adquirimos uma consciência dos impactos causados pelas transformações que acontecem na
humanidade. Muitas dessas transformações históricas alteram estruturas sociais modificando também
nossa noção de tempo e espaço.
Refletir sobre essa ciência significa essencialmente olhar para o passado, com base nos
problemas que nos são postos pelo presente, com o devido cuidado de compreendimento das
características de outros tempos em sua especificidade, não as reduzindo a nossa visão de mundo para
não despertar o anacronismo, ou seja, julgar o passado baseando-se em características da atualidade.
Ao mesmo tempo que existe uma pluralidade no ponto de vista, existem também múltiplas
vozes que nos contam o passado, essas vozes são nossas fontes de informações e as encontramos
através dos discursos, falas, escritos, monumentos, obras literárias e pinturas. As fontes, portanto,
podem variar entre escrito e matéria, discurso verbal e não verbal, cabendo ao historiador analisar,
refletir e pesquisar para realizar a tradução e explicação. Em suma, o exercício de estudar a história
nos impulsiona a entender quem somos e qual o nosso papel diante da sociedade.
Para além, pode-se perceber que a ciência nos proporciona uma divisão histórica para que
eventualmente os estudos possam ser direcionados sem muitas dificuldades. Essa divisão é nomeada
de periodização e começa desde o calendário cristão que se refere as histórias do Ocidente e as divide
em antes de Cristo (a. C.) e depois de Cristo (d. C.), adentrando ainda mais a própria história nos
permite identificar os tempos através da história antiga, história da idade média, história moderna,
história contemporânea e história do tempo presente.
Por essa razão compreender cada momento é fundamental para aproximar as realidades
distintas, aproveitando que cada uma possibilitou transformações significativas, no entanto, cada
momento apresenta suas respectivas modernidades e desenvolvimentos das áreas. É importante
ressaltar que essa divisão tradicional foi pensada através da história política, porém os historiadores
não excluem suas opiniões a respeito da cultura, ciência, artes e sociedade, visto que a história
ocidental está ligada por fatos e ações.
O Componente Curricular de HISTÓRIA, está inserido na Área do Conhecimento de
CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS. Neste material, veremos assuntos relacionados
ao MÓDULO I, equivalente a 1ª SÉRIE do ENSINO MÉDIO.

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TEORIAS DA EVOLUÇÃO

A evolução biológica corresponde ao processo de modificação e adaptação das espécies ao


longo do tempo. A atual diversidade de seres vivos é resultado de processos de transformação e
adaptação das espécies aos variados ambientes, constituindo a evolução biológica. A ideia principal
da evolução biológica é que todos os seres vivos compartilham um mesmo ancestral. A partir dela,
surgiu a enorme variedade de espécies que encontramos hoje. Pode-se dizer que a evolução é o
processo pelo qual os organismos modernos se desenvolveram, a partir de antigos ancestrais.
Até meados do século XIX, predominava a ideia do criacionismo. De acordo com o
criacionismo, as espécies foram criadas por ato divino e se mantém imutáveis até hoje. Ainda em
meados do século XIX, começa a ganhar força a teoria evolucionista. Nesse contexto, as ideias de
Charles Darwin e Alfred Russel Wallace são as mais consistentes para explicar a evolução dos seres
vivos.
Darwin afirmou que os seres vivos, inclusive o homem, descendem de ancestrais comuns, que
se modificaram ao longo do tempo. Atualmente, a teoria do neodarwinismo explica a evolução dos
seres vivos. Ela surgiu no século XX e representa a união dos estudos de Darwin, principalmente a
seleção natural, com as descobertas na área da genética, como as Leis de Mendel e as mutações.

OBSERVAÇÕES:
Entre as principais evidências da evolução biológica estão: o registro fóssil, a adaptação dos
seres vivos aos seus ambientes e as semelhanças entre as espécies.

Teoria Sintética da Evolução

Os mecanismos evolutivos propostos por Darwin continham uma lacuna: a explicação para a
origem da diversidade; sendo este um motivo para que algumas pessoas questionassem sua obra.
Apesar de tanto Mendel quanto Darwin terem vivido na mesma época, esse não teve contato com as
ideias do precursor da Genética. Aliás, algumas fontes afirmam que Darwin possuía algumas
publicações de Mendel em sua biblioteca sem, no entanto, tê-las lido.
Mendel, ao contrário de Darwin, não era alguém de prestígio reconhecido. Dessa forma, sua
obra permaneceu quase que em anonimato por muito tempo, até ser redescoberta, no início do século
XIX. Em meados de 1930, alguns cientistas passaram a reconhecer a ligação entre seleção natural e a
genética; tendo Dobhansky (geneticista), Mayr (zoólogo), Simpson (paleontólogo) e Stebbins
(botânico) como os principais autores dessas ideias. Assim, foi formulada a Teoria Sintética da

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Evolução, também conhecida como neodarwinismo, ou Teoria Neodarwinista, relacionando essas duas
frentes da Biologia.
Essa teoria considera que as mutações, combinações gênicas, e seleção natural são os fatores
principais que culminam na evolução; sendo as combinações gênicas consequências da segregação
independente dos cromossomos, e permutações que ocorrem durante a meiose. Tanto ela quanto as
mutações estão relacionadas à variabilidade genética da população.
Essas últimas ocorrem ao acaso, sendo que, por seleção natural, podem ser mantidas, como
características adaptativas; ou causar o fim de determinados indivíduos. Assim, quando positiva
(primeiro caso), este tipo de seleção permitirá que alguns representantes de uma população tenham
mais chances de sobrevivência, reproduzindo e dando origem a indivíduos também mais bem
adaptados, caso este fator seja hereditário.
A seleção natural, desta forma, elimina indivíduos que possuem aspectos desvantajosos para
uma determinada situação, sendo estes, portanto, menos adaptados a ela. Assim, considerando que
ambientes não são sistemas estáveis e constantes, diferentes pressões seletivas podem ocorrer dentro
de uma população, evitando a eliminação de determinados alelos que não seriam mantidos caso o
ambiente fosse homogêneo.

Ancestral Comum

CURIOSIDADES!
Você concorda com esta imagem? Ao contrário do que muitos dizem por aí, o homem não
descendeu do macaco. Assim como todas as espécies se relacionam, em maior ou menor grau, homens
e macacos possuem um ancestral mais recente em relação a um ancestral entre macaco e serpente, por
exemplo.

Figura 1: Imagem provável da evolução humana.

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O Ancestral comum é uma espécie que, através do processo de descendência com
modificação, dá origem a novas espécies. As relações evolutivas dos organismos podem ser
representadas por árvores filogenéticas (ou filogenias), que são diagramas ramificados em forma de
árvore que mostram as relações ancestrais entre as espécies. Nas filogenias, cada galho representa uma
determinada espécie ou grupo (extinto ou atual) e cada ponto de ramificação um ancestral.
A “leitura” dessas árvores é feita de maneira análoga à de uma árvore genealógica: organismos
que compartilham um ancestral comum são mais aparentados entre si. Atualmente, a ancestralidade
comum é o principal critério usado para classificar as espécies, e o grupo que inclui uma espécie
ancestral e todos os seus descendentes é chamado grupo monofilético ou clado.

Figura 2: Arvore filogenética provável dos Antropoides.

Seleção Natural das Espécies

A seleção natural é um dos mecanismos fundamentais da evolução. Essa teoria evolutiva foi
formulada pelo naturalista Charles Darwin (1809-1882).

Figura 3: Charles Darwin.

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A seleção natural afirma que as características vantajosas de uma população para um
determinado ambiente são selecionadas e contribuem para a adaptação e sobrevivência das espécies.
A seleção natural ocorre pela necessidade de sobrevivência e adaptação das espécies ao ambiente. É
através dela que as espécies mais adaptadas persistem no ambiente. Os indivíduos com características
mais adequadas para um determinado ambiente são mais propensos a sobreviver e se reproduzir.

Assim, as características vantajosas dentro de uma população são passadas para a geração
seguinte. Os indivíduos menos adaptados não se reproduzem, fazendo com que uma característica
desvantajosa torne-se cada vez mais rara.

Figura 4: Na seleção natural as características vantajosas são mantidas na população.

OBSERVAÇÕES:
Além da cor, certos animais passam a ter também por seleção natural, a forma e a cor de
estruturas do meio onde vivem. É o caso dos insetos bicho-folha e bicho-pau, que se assemelham a
folhas e gravetos respectivamente. Esses casos são chamados de camuflagem.

Na época em que Darwin formulou a teoria da Seleção Natural não existiam estudos genéticos.
Portanto, ele não soube explicar os mecanismos da transmissão de características hereditárias. Hoje,
sabemos que os genes são os responsáveis pela transmissão das características aos descendentes. Por
fim, é importante ressaltar que a seleção natural é um processo lento e gradual. Porém, atua de modo
permanente nas populações.

A Origem do Homem

A cronologia da origem do homem e sua evolução não é precisa. Existem numerosas


classificações, muitas vezes contraditórias, pois ainda há várias lacunas importantes. De um modo

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geral, podemos dizer que um tronco comum deu origem aos grandes macacos ou antropoides
(Pongidae) e aos humanos (Hominidae).
Em algum momento, essas duas famílias se formaram e evoluíram em sentidos diferentes: os
Pongidae assumiram as formas do gorila, do chimpanzé, do orangotango e do gibão atuais, enquanto
os Hominidae passaram por várias transformações, até chegar ao Homo sapiens sapiens.
Os hominídeos ou homínidas são classificados em dois gêneros. O primeiro é o
Australopithecus (do latim australis = meridional + o grego pithecos = macaco), que apresentava
características físicas ainda distantes do homem atual. O segundo é o gênero Homo, ao qual
pertencemos. Não se sabe se o Homo evoluiu do Australopithecus ou se ambos são gêneros
independentes, ligados a um ancestral comum. Mas tudo indica que os primeiros hominídeos viveram
na África Sul-Oriental.
Há três espécies conhecidas de australopitecos. O Australopithecus aferensis é o mais antigo,
tendo vivido cerca de 3 milhões de anos atrás. Já o Australopithecus africanus e o Australopithecus
robustus existiram respectivamente até 1,5 e 1 milhão de anos antes de nossa era, sendo que o A.
africanus pode ter dado origem ao gênero Homo. Essas três espécies são claramente diferenciadas dos
Pongidae porque, apesar de sua pequena capacidade craniana (400 cm3 para o A. aferensis e 500 cm
para os outros), tinham postura bípede e não possuíam as grandes presas (dentes caninos) existentes
nos antropoides.

Figura 5: Crânio de um Astralopithecus, encontrado na África do Sul.

Há cerca de 2 milhões de anos — sendo portanto a espécie posterior à origem do homem,


contemporânea do Australopithecus africanus e do Australopithecus robustus — surgiu a primeira
espécie do gênero Homo: o Homo habilis, assim chamado por sua capacidade de utilizar, pela primeira
vez, pedras cortantes ou aguçadas para quebrar invólucros de sementes, cavar a terra em busca de
raízes ou esquartejar animais. Seu volume craniano variava entre 650 e 800 cm3. Além disso, tinha
uma postura menos curvada que a dos australopitecos.

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Cerca de 1,5 milhão de anos atrás, o Homo habilis, até então restrito à África, deu origem a
uma espécie que se disseminaria pela Ásia e Europa: o Homo erectus. Este, além de demonstrar uma
notável evolução no uso de utensílios de pedra (facas, machados, raspadores), deve ter iniciado a
linguagem falada e, há cerca de 500000 anos, começado a abrigar-se em cavernas e a produzir fogo.
No aspecto físico, o Homo erectus não ultrapassava 1,5 m de altura; tinha a arcada superciliar saliente
e uma mandíbula maciça, desprovida de queixo. A cabeça articulava-se com a coluna vertebral de
modo a ficar ligeiramente projetada para a frente.
Além dos muitos fósseis de Homo erectus encontrados na África, descobriram-se outros,
ligeiramente diferenciados, na Ásia e na Europa. São eles o Javantropo, o Sinantropo e o Paleantropo
(do grego anthropos = homem), localizados respectivamente na Ilha de Java (Indonésia), perto de
Pequim (China) e em Heidelberg (Alemanha). Os três foram classificados como subespécies do Homo
erectus e receberam, em complementação, as denominações javanensis, pekinensis e heidelbergensis.

Figura 6: Reconstituição de dois antepassados do Homo sapiens.


(Da esquerda para a direita; o Sinantropo e a Javantropo)

Aproximadamente em 300000 a.C., o Piorno erectus começou a sofrer transformações que


resultariam na espécie à qual pertencemos: o Homo sapiens. Restos da subespécie mais antiga do Homo
sapiens foram descobertos pela primeira vez no vale (em alemão = thal) do Rio Neander, na Alemanha;
daí terem recebido o nome científico de Homo sapiens neanderthalensis. Exemplares semelhantes
seriam depois encontrados na França, Iugoslávia, Palestina e África do Norte.
A estatura do homem de Neanderthal era pouco superior a 1,5 m. Seu crânio apresentava-se
levemente achatado no occipital, com a testa bastante inclinada para trás, maxilares robustos e queixo
pouco pronunciado. A arcada superciliar era menos saliente que nas espécies precedentes.
Os neandertalenses caçavam em grupo e abrigavam-se do frio em cavernas. Viveram entre 120
000 e 35 000 a.C. As razões de seu desaparecimento não são claras, mas muitos devem se ter

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miscigenado ou sido exterminados pela segunda e mais evoluída subespécie do Piorno sapiens,
denominada cientificamente Homo sapiens sapiens — ou seja, o homem atual.
O Homo sapiens sapiens surgiu por volta de 40000 a.C. Os primeiros espécimes estudados
foram descobertos em uma localidade do Sul da França; daí serem designados pelo nome de homem
de Cro Magnon. Eram mais altos que os neandertalenses e tinham traços fisionômicos menos pesados,
com o crânio alongado, a fronte ampla e o queixo arredondado.
O Homo sapiens sapiens substituiu o homem de Neanderthal e, por volta de 25000 a.C.,
espalhou-se pela Terra. Coube a ele aperfeiçoar as técnicas de obtenção de alimentos, ampliar as
formas de organização social, estruturar a religião e produzir manifestações artísticas. E, com o passar
do tempo, o Homo sapiens sapiens deu origem às raças humanas.

Acredita-se que as raças humanas atuais tenham resultado da fixação de certos grupos em áreas
específicas, a cujo meio se adaptaram. Nesse caso, como a procriação se processou dentro de um
universo restrito, acentuaram-se determinados traços físicos, diferenciando um grupo de outro. E óbvio
que tais diferenças não implicam qualquer ideia de superioridade ou inferioridade entre esses grupos.

PRÉ-HISTÓRIA

A Pré-História é o período do passado da humanidade que vai do aparecimento do homem à


invenção da escrita e que abrange milhões de anos. A origem da humanidade é objeto de pesquisas de
arqueólogos, paleontólogos, geólogos e biólogos. Suas pesquisas baseiam-se em vestígios que
sobreviveram no tempo, como fósseis, pinturas rupestres, utensílios de uso diário, restos de fogueira
etc. Esses vestígios são encontrados em cavernas ou soterrados por diversas camadas de solo.

Divisão da Pré-História

A Pré-História se divide em dois grandes períodos:


• Idade da Pedra;
• Idade dos Metais.

Idade da Pedra

Está compreendida entre o aparecimento dos primeiros hominídeos e mais ou menos 10000
a.C.. A idade da pedra também pode ser dividida em:
• Período Paleolítico ou Idade da Pedra Lascada (do surgimento da humanidade até 8000 a.C.);
• Período Neolítico ou Idade da Pedra Polida (de 8000 a.C. até 5000 a.C.);

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Idade dos Metais

Caracteriza-se pelo período de 5000 a.C. até o surgimento da escrita, por volta de 3500 a.C.

Período Paleolítico

O período Paleolítico é o mais extenso da Pré-História da humanidade, compreendido entre


seu surgimento, por volta de 4,4 milhões de anos, até 8000 a.C. Nessa época os homens viviam em
bandos e ajudavam uns aos outros na obtenção de alimentos, através da caça, da pesca e da coleta de
frutos, raízes e ovos, o que os obrigava a uma vida nômade. A baixa temperatura leva os grupos de
hominídeos a se abrigar em cavernas e a construir habitações com galhos de árvores e a compartilhar
o uso dos rios, das florestas e dos lagos.
Os instrumentos utilizados, a princípio eram de osso e madeira, depois, lascas de
pedra e marfim. Fabricavam machados, facas e outros instrumentos pontiagudos. Uma descoberta
importante nesse período foi domínio do fogo. Estima-se que o fogo passou a ser controlado pela
humanidade há 500 mil anos, na África oriental. Com seu controle, os grupos passaram a se aquecer
do frio, a cozinhar alimentos, defender-se dos animais ferozes, iluminar a noite etc. Por volta de 30000
a.C., o Homo sapiens aperfeiçoou a técnica da caça e da pesca, inventou o arco e a flecha e criou a arte
da pintura.
Em torno de 18000 a.C. a Terra passou por transformações climáticas e geológicas. Essas
transformações, que duraram milhares de anos, mudaram significativamente a vida animal e vegetal
do planeta e alteraram a relação entre homem e natureza. O homem entrou num período denominado
Neolítico.

Período Neolítico

No período Neolítico, novas modificações climáticas alteraram a vegetação. Aumentaram as


dificuldades para caçar e se instalaram nas margens dos rios, o que contribuiu para o desenvolvimento
da agricultura, com o plantio de trigo, cevada e aveia. Aprenderam a domesticar alguns animais e a
criar gado. Surgiram os primeiros aglomerados populacionais, com finalidade principalmente
defensiva.
Seus objetos tornaram-se mais bem acabados, pois a pedra, depois de lascada, era esfregada no
chão ou na areia até tornar-se polida. Desenvolveram a arte da cerâmica, fabricando grandes potes
para guardar o excedente da produção agrícola. Desenvolveram as técnicas de fiação e
tecelagem para a confecção de tecidos de lã e linho, em substituição aos trajes confeccionados com
peles de animais. Apareceram os primeiros trabalhos em metais pouco duros, como o cobre e o ouro.

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Começaram as viagens por terra e por mar. A organização social, denominada comunidade
primitiva, baseava-se nos laços de sangue, idioma e costumes. A fase final do Neolítico caracterizou-
se pela desintegração do sistema de comunidade primitiva e pela origem das sociedades organizadas
em Estados e divididas em diferentes camadas sociais.

Idade dos Metais

O desenvolvimento de técnicas de fundição de metais possibilitou o abandono progressivo


dos instrumentos de pedra. O primeiro metal a ser fundido foi o cobre, posteriormente o estanho. Da
fusão desses dois metais, surgiu o bronze, mais duro e resistente, com o qual fabricavam espadas,
lanças etc. Por volta de 3000 a.C. produzia-se bronze no Egito e na Mesopotâmia. A metalúrgica do
ferro é posterior. Tem início por volta de 1500 a.C., na Ásia Menor. Por ser um minério mais difícil
de ser trabalhado difundiu-se lentamente. Em razão da sua superioridade para a fabricação de
armamentos, o ferro contribuiu para a supremacia dos povos que souberam utilizá-lo com essa
finalidade.

AS CIVILIZAÇÕES DA ANTIGUIDADE

Egito

Localizado em uma estreita faixa de terra no nordeste da África, a civilização egípcia era um
oásis em meio ao deserto. Marcada pela construção de grandes obras hidráulicas, como os canais de
irrigação e diques, a civilização egípcia desenvolvia-se sob o controle de um Estado despótico que
comandava a estrutura social, econômica e administrativa, subordinando toda a população.

Figura 7: Mapa político do Egito.

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Muitas foram as mudanças na organização política ao longo da história egípcia. Por isso, houve
a necessidade de dividi-la em períodos ou fases:
• 1°: Período pré dinástico (5000 - 3200 a.C);
• 2°: Período dinástico (3200 - 1085 a.C).
No período pré dinástico, o Egito esteve habitado por povos que viviam em clãs, no vale do rio
Nilo, chamados nomos, chefiados pelos Nomarcas. Os nomos situados ao norte do rio Nilo (Reino do
Baixo Egito) e ao sul (Reino do Alto Egito) cooperavam entre si na tentativa de resolverem problemas
comuns, como a construção de diques e canais de irrigação, tendo como base econômica o rio Nilo.
Menés, governante do Alto Egito, unificou os dois reinos, dando origem à Primeira Dinastia dos faraós.

Figura 8: Baixo e Alto Egito.

No período dinástico, se deu a construção das grandes pirâmides do Egito. Nessa fase, a
civilização egípcia encontrava-se em crescente expansão territorial, econômica e militar, podendo ser
dividida em três fases: Antigo Império (3200-2160 a.C), marcada por crise e guerra civil que visavam
enfraquecer a autoridade do faraó; Médio Império (2160-1730 a.C), marcada pela estabilidade
política, crescimento econômico e artístico e Novo Império (1500-1085 a.C), caracterizada pela
grande expansão militar egípcia.

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Figura 9: As pirâmides de Gizé: Quéops, Quéfren e Miquerinos.

A sociedade egípcia estava dividida em diferentes camadas sociais organizadas sob a forma de
castas hereditárias, ou seja, a posição ocupada pelo indivíduo era fixa. Na posição mais alta da pirâmide
social encontrava-se o faraó, detentor dos poderes administrativo, militar e religioso. Logo abaixo, a
sociedade dividia-se em duas outras camadas: o grupo dos dominantes (formado pelos nobres
sacerdotes e escribas) e dos dominados (formado pelos camponeses, artesãos, felás e escravos de
guerra).
Havia predomínio do modo de produção asiático, sendo que a maior parte da população vivia
sob um regime de “servidão coletiva”, ou seja, eram obrigados a sustentar o faraó e os grupos
dominantes.

Figura 10: Colheita de trigo às margens do rio Nilo.

As principais atividades econômicas eram a agricultura, destacando-se a produção de trigo,


cevada, algodão, papiro, linho e a criação de animais como cabras, carneiro e gansos, além da pesca

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no rio Nilo. Foram desenvolvidas também atividades artesanais, como a produção de tecidos e vidros,
a construção de barcos e o comércio exterior.

Ciência
Na tentativa de resolver problemas práticos e imediatos os egípcios deixaram uma vasta
contribuição para o conhecimento científico, embora seu desenvolvimento, assim como na
Mesopotâmia, tenha sido ligado a necessidades religiosas, como foi o caso da astronomia, da qual
surgiu o calendário solar.
A medicina também esteve ligada à religião e foi um dos campos que mais se desenvolveu. A
técnica da mumificação permitiu apurado conhecimento de anatomia humana.
A química associada à medicina aprimorou-se dando origem à fabricação de diversos
remédios. A matemática esteve ligada à astronomia, à arquitetura e ao comércio. A engenharia
hidráulica com a construção de canais, diques e represas.

Cultura
O legado cultural deixado pela civilização egípcia encanta o mundo pela sua riqueza e
sofisticação, sobretudo nos campos da arte e arquitetura. Profundamente influenciada pela religião,
a escultura e a pintura serviram de adorno para os túmulos e templos do Antigo Egito. As pirâmides
são símbolo da civilização egípcia. A música, a dança e a literatura também se desenvolveram
ligadas à religião, desenvolveram três tipos de escrita, a hieroglífica, escrita dos nobres, a hierática,
escrita usada pelos sacerdotes e escribas para documentos e a demótica, escrita popular.

Religião
A religião desempenhava um papel importante na sociedade egípcia: todos os aspectos da vida
de um egípcio eram regulados por normas religiosas. Havia cerimônias religiosas para os
acontecimentos individuais: nascimento, casamento, morte, etc., e também para os acontecimentos que
envolviam toda a sociedade, como as festas na época da colheita.
As crenças egípcias giravam em torno da adoração de vários deuses, o politeísmo, e a crença
em deuses com forma humana e animal, o antropozoomorfismo. Muitos deles eram associados a
determinadas forças da natureza. O politeísmo egípcio era acompanhado pela forte crença em uma
vida após a morte. É a partir desse princípio religioso que podemos compreender a complexidade dos
rituais funerários e a preparação dos cadáveres através do processo de mumificação.
Os antigos egípcios acreditavam numa vida após a morte e no retorno do espírito ao corpo.
Muito do que conhecemos hoje sobre os costumes e o modo de vida do Egito Antigo está associado a

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essa crença. A maior parte do nosso conhecimento vem da análise das pinturas e dos objetos deixados
pelos egípcios nos túmulos.

Mesopotâmia

Localizada entre os rios Tigre e Eufrates, onde hoje é o território do Iraque, a Mesopotâmia é
a região do Oriente Médio que foi o berço das primeiras civilizações.

Figura 11: Localização da Mesopotâmia no mapa.

Com clima árido, a região da Mesopotâmia fez surgir os primeiros grandes núcleos urbanos
que se desenvolviam acompanhados de um complexo sistema hidráulico que viabilizava a
sobrevivência na região. Os canais de irrigação e a construção de diques para conter as cheias dos rios
Tigre e Eufrates foram obras que demandavam uma administração estatal centralizada, condutora do
esforço coletivo na busca pela sobrevivência.
Com a estruturação do Estado foi possível organizar a realização de obras de interesse da
coletividade, embora fossem as classes dirigentes que controlavam a extensão da difusão do poder do
Estado. Aos pobres, parcela mais numerosa da sociedade, cabia a tarefa de obedecer e servir aos
interesses dos governantes. A partir desse modelo de organização social, ou modo de produção
asiático, as classes dirigentes passaram a explorar as classes dirigidas.

Sociedade mesopotâmica
A organização social mesopotâmica, embora sofresse alteração de acordo com o povo que
dominava, permanecia dividida entre uma classe dominante formada pelos governantes, sacerdotes,

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militares e comerciantes, detentores do poder econômico, político e espiritual e de uma classe
dominada, formada pelos camponeses, pequenos artesãos e escravos, que produziam para subsistência
e repassavam o excedente produtivo aos dominadores.

Economia
A estrutura produtiva mesopotâmica inseria-se no modo de produção asiático. A principal
atividade econômica era a agricultura: cultivo de cevada, trigo e tâmara. A pecuária estava ligada à
agricultura. Nas cidades houve a formação de oficinas de artesãos (alfaiates, carpinteiros, ourives,
tecelões e ceramistas).

Ciência
O conhecimento científico entre os povos da Mesopotâmia se desenvolveu ligado a
necessidades religiosas, como foi o caso da astronomia e astrologia. Foram os inventores da álgebra
e seu grande marco na história do direito foi o Código de Hamurábi (olho por olho, dente por dente).
A medicina também esteve ligada à religião. A matemática ligada à astronomia e às atividades de
construção urbana.

Cultura
A cultura mesopotâmica esteve fortemente marcada pela crença em deuses politeístas. Rituais
de magia eram largamente utilizados. Não acreditavam na vida após a morte e praticavam rituais
religiosos comandados pelos sacerdotes.
Nas artes os povos mesopotâmicos destacavam-se na arquitetura com a criação dos arcos e do
baixo relevo, e na literatura com a criação de poemas e narrações épicas tais como a Epopeia de
Gilgamesh, a mais antiga narrativa sobre o dilúvio e o mito da criação. Atraídos pelo solo fértil e
abundância de água muitos foram os povos que se sucederam no domínio da região, tais como
sumérios, acádios, amoritas, assírios e caldeus.

CURIOSIDADES!
Os amoritas ou babilônios (depois de 2000 a.C.) expandiram seu domínio por toda
Mesopotâmia, comandados pelo seu mais importante rei, Hamurábi (1728-1686 a. C.). Hamurábi
elaborou o primeiro código jurídico escrito de que se tem conhecimento: o Código de Hamurábi. O
código determinava penas para uma série de crimes, partindo a maior parte delas do princípio de
talião, “olho por olho, dente por dente”, ou seja, a punição do criminoso deveria ser equivalente ao
crime cometido.

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Os assírios (1300-612 a. C.) eram guerreiros cruéis, muito conhecidos por sua avançada técnica
militar em forma de cunha. Foram eles que organizaram um dos primeiros exércitos permanentes do
mundo.
Os caldeus (612-539 a.C.) liderados pelo rei Nabucodonor foram responsáveis pela construção
dos famosos Jardins Suspensos da Babilônia e Torre de Babel.

Figura 12: Ilustração dos Jardins Suspensos da Babilônia.

Povos da Mesopotâmia e Egito

Na região mesopotâmica viveram diferentes povos que se confrontaram em alguns momentos


ao longo da história.
Devido ao clima da região se caracterizar como árido, o qual as chuvas eram escassas, as áreas
que apresentavam proximidade aos grandes rios se tornavam muito importantes, o que resultou no
interesse de grupos nômades e seminômades que atacavam os povos sedentários que já plantavam e
criavam rebanhos nessas áreas.
Dessa maneira, o domínio da região se intercalou por diferentes povos, entre esses se
destacaram os sumérios, acádios, babilônios, assírios e os caldeus, cada um desses povos contribuíram
com um diferente legado para a formação das sociedades contemporâneas, tais como a escrita
cuneiforme e posteriormente o desenvolvimento da escrita suméria, criação primeiro império
mesopotâmico, o primeiro código jurídico conhecido como código de Hamurábi e Princípio de Talião,
além de construções de grandes obras urbanas.

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OBSERVAÇÕES:
O termo nômade refere-se aquele que não tem habitação fixe e que vive permanentemente
mudando de lugar. Seminômade é relativo à tribo ou povo que migra periodicamente de suas moradias
temporárias. Sedentário eram os povos que se fixavam em algum território para praticar a agricultura.

CURIOSIDADES!
No código de Hamurábi não se encontra a definição geral de um crime, seus artigos descrevem
apenas casos que serviriam de padrão, ou seja, se um filho agredisse o pai teria suas mãos cortadas
como punição e se um homem roubasse teria de devolver trinta vezes o que roubou.

O Egito Antigo é uma das regiões do crescente fértil, que contava justamente com terras férteis
devido as enchentes dos seus principais rios, com um maior destaque para o rio Nilo que é considerado
um dos maiores do planeta. Após sua enchente, a terra da região era fertilizada por uma matéria
orgânica chamada húmus que favorecia no crescimento das plantas e consequentemente das atividades
agrícolas.
Os locais que se localizavam distantes das margens eram beneficiados devido a construção de
canais de irrigação. A história do Egito pode ser dívida em períodos como Baixo e Alto Egito e período
dinástico subdividido em Antigo Império, Médio Império e Novo Império.

Figura 13: Egito Antigo: a Esfinge de Gizé situada no Planalto de Gizé.

Desde 5000 a. C., o Egito era habitado por povos que viviam em clãs, esses praticavam a
agricultura e dominavam as técnicas para criação de cerâmicas, mais tarde desenvolveram a
metalurgia. No entanto, devido à necessidade de enfrentar problemas comuns, passaram a se unir em
aldeias e esse processo resultou na formação posterior das cidades originando os reinos citados acima
como o Alto e Baixo Egito. No decorrer de aproximadamente 3 mil anos de história registrada, o Egito

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passou por centralização assim como também descentralização do poder político resultado de crises
econômicas, guerras internas e invasões resultando na periodização do citado período dinástico.
A sociedade egípcia era formada por diferentes estratos sociais de caráter fixo e hereditário, na
qual o faraó era o rei supremo considerado um deus vivo e responsável pela proteção e prosperidade
de seu povo, dentro da elite que o seguia e exercia considerável influência sobre as atividades
econômicas se destacam: os nobres, sacerdotes e escribas.
Enquanto a maioria da população era composta por camponeses que se subdividiam em relação
ao trabalho como agricultura, criação de animais e caça e pesca, em sequência se destacam os artesãos
e os escravos que se consistiam por prisioneiros de guerra. A condição de vida desses escravos variava
de acordo com o tipo de atividade que exerciam. Em aspectos gerais e no que diz respeito a religião,
os egípcios eram politeístas e acreditavam na vida após a morte. Grande parte da produção artística foi
baseada na religião. Quanto aos saberes científicos, se desenvolveram nas vertentes da química,
matemática, astronomia e medicina por acreditarem em resoluções de problemas práticos e concretos.

CURIOSIDADES!
O filme Deuses do Egito narra a sobrevivência da humanidade que se vê ameaçada pelo
impiedoso deus das trevas que se apodera do trono do Egito e transforma o Império em um caos. O
filme demonstra de forma didática os deuses politeístas da religião dos egípcios.

Hebreus, Fenícios e Persas

Após um longo período de migrações, lutas e cativeiros os Hebreus se fixaram em Canaã que
se localizava a noroeste da Mesopotâmia e que acreditavam ser a terra prometida. Chefiados pelos
patriarcas conseguiram resistir as perseguições. Mesmo dispersos os hebreus mantiveram vivo sua
maior expressão cultural, o monoteísmo.
Foram guiados por Abraão e posteriormente por Moisés. Na Bíblia esse episódio é contado no
antigo testamento no livro do Êxodo. A história política desse povo foi dividida em três partes
conhecidas como Governo dos Patriarcas com destaque para Josué, Governo dos Juízes cujo
personagem de destaque é Sansão e Governo dos Reis destacando Saul e Salomão.
Quanto a fase econômica divide-se em duas partes a primeira sendo a fase nômade e a segunda
a fase sedentária quando se fixaram as margens do rio Jordão que propiciou uma economia comercial,
individualista, busca pelo lucro e a conquista da propriedade privada.
Os fenícios desenvolveram poucas atividades agrícolas e pastoris, a vocação desse povo
concentrava-se nas navegações e o comércio. O território era constituído por cidades-estados

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autônomas, ou seja, cidades que tinham governo próprio e independente das demais comandada
geralmente por um rei com o apoio de grupos sociais poderosos e de poder hereditário.
Quanto a organização social era formada por uma espécie de pirâmide cujo o topo
representavam os ricos e consequentemente a base representava os pobres, a maior expressão cultural
deixada por esses foi o alfabeto que possuía vinte e duas letras e auxiliou como referência para o atual
alfabeto. A matemática e a astronomia também sofreram contribuições expressivas dos fenícios.
Os Persas foram um dos maiores Impérios da Antiguidade que chegou a atingir uma extensão
de aproximadamente 5 milhões de km após vencerem a dominação dos Medos e promoverem a
unificação dos dois povos. A expansão foi facilitada devido a complexa estrutura administrativa,
primeiro comandada por Ciro e posteriormente por Cambises e por Dario I, onde o império atingiu o
apogeu.
O crescente poderio levou Dario I a tentar conquistar o Ocidente resultando na chamada
Guerras Medicas representando o confronte entre Ocidente e Oriente, diante dos fracassos em busca
da expansão o império começou a enfraquecer e foi conquistado pelos macedônios, dessa maneira
dividiu-se em vinte províncias. A religião para os persas era pautada em Zoroastro que pregava a
existência de uma luta entre o deus do bem Ormuz e o deus do mau Arimã, além disso valorizavam o
livre arbítrio, acreditavam no juízo final, paraíso e inferno.

A Civilização Grega

Situada ao sul da Europa, a civilização grega legou à humanidade uma vasta gama de
conhecimentos científicos, filosóficos, políticos e culturais que se tornaram espelho para a formação
da cultura ocidental. Foi dos gregos que herdamos, por exemplo, os conceitos de democracia, cidadania
e ética.
A historiografia tradicional divide a história grega nos seguintes períodos:
• Período Micênico ou Homérico (séc. XV ao séc. VIII a.C.);
• Período Arcaico (séc. VIII ao séc. VI a.C.);
• Período Clássico (séc. VI ao séc. IV a.C.);
• Período Helenístico (séc. IV ao séc. I a.C.).

Período Micênico ou Homérico


Nesse período, a Grécia representada pela civilização Creto-Micênica sofreu sucessivas
invasões dos povos Aqueus, Jônios, Eólios e Dórios, comumente conhecidos como genos, que lá se
estabeleceram dando origem ao povo grego.

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A organização social dos genos era comunitária, ou seja, a propriedade da terra e dos bens e
produtos produzidos eram coletivos. Com a sedentarização, a estrutura comunitária dos genos
enfraquecia, dando lugar ao aparecimento das cidades-estado (pólis). Nas cidades-estado, as
instituições que admitiam a propriedade privada e a acumulação de riqueza individual ganhavam força,
em detrimento do enfraquecimento e declínio da estrutura comunitária dos genos.

Período Arcaico
Com a privatização das terras e a dissolução da estrutura comunitária dos genos, a sociedade
grega transformou-se profundamente. A economia de mercado local se estabelece e a crescente
desigualdade entre as classes sociais aumenta o descontentamento da população marginalizada.
A Grécia antiga era, na verdade, um conjunto de cidades-estados independentes, a pólis. A
pólis grega foi a instituição política que representou a forma que o estado assumiu na Grécia antiga.
Cada cidade passa ser uma cidade-estado, isto é, um estado independente, organizado segundo leis e
costumes próprios. A pólis não era tão somente um espaço geográfico, mas um espaço político. Aos
poucos o cidadão grego conquistou seus direitos como membro atuante da pólis. As polis gregas mais
importantes foram Esparta e Atenas, as quais veremos a seguir:

Esparta
Localizada na península do Peloponeso na região da Lacônia, pelos Dórios. Esparta firmou-se
de forma peculiar e distinta em relação as demais polis gregas. Militarista e oligárquica, Esparta
possuía uma rígida estrutura social que estava dividida em três classes:
1) Esparciatas: cidadãos espartanos, descendentes dos Dórios, que formavam uma classe
privilegiada que monopolizava o poder militar, político e religioso. Os esparciatas ou
espartanos eram os únicos detentores da cidadania e, portanto, dos direitos políticos.
2) Periecos: homens livres habitantes dos arredores da cidade que se dedicavam ao comércio e
ao artesanato.
3) Hilotas: servos pertencentes ao Estado, presos à terra dos esparciatas.
Politicamente Esparta era organizada sob o regime da diarquia, ou seja, governo composto por
dois reis que acumulavam as funções religiosas e guerreiras. No que se refere às funções executivas,
cabia ao Eforato a administração dos negócios públicos e a fiscalização do cotidiano dos cidadãos. O
Eforato compunha-se por cinco membros eleitos anualmente. Tamanho era o poder dos éforos que o
governo de Esparta era considerado uma oligarquia.
A Gerúsia era constituída pela diarquia (dois reis) e por 28 membros da aristocracia, com idade
superior a sessenta anos, que acumulavam as funções administrativa, legislativa e judiciária. Havia

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ainda a Ápela ou assembleia composta pelos cidadãos espartanos maiores de 30 anos, que possuía a
função de votar leis e eleger os membros da Gerúsia.

Atenas
Situada no centro da planície da Ática, próxima ao mar Egeu, a cidade de Atenas não possuía
solos férteis para a agricultura, o que possibilitou aos atenienses desenvolver a arte da navegação
marítima, facilitada também, devido à proximidade do litoral.
A sociedade ateniense era dividida em três principais classes:
1) Eupátridas: cidadãos atenienses possuidores de direitos políticos com exceção de mulheres e
crianças. Parcela minoritária da população.
2) Metecos: estrangeiros livres que viviam em Atenas, mas não possuíam direitos políticos.
Dedicavam-se ao comércio e ao artesanato e prestavam serviço militar obrigatório.
3) Escravos: geralmente estrangeiros prisioneiros de guerra. Eram considerados propriedade de
seu senhor, embora existissem leis para resguardá-los contra maus-tratos. Dedicavam-se a
agricultura, às minas e às oficinas.
Essa estrutura social estava submetida à forma aristocrática de governo, em que o poder era
exercido exclusivamente pelos eupátridas. O rei acumulava, portanto, as funções de sacerdote, juiz e
chefe militar, que aos poucos foi transferindo o poder para as mãos de uma oligarquia de nobres: o
Arcontado cujos membros, os arcontes, dominavam o exército, a justiça e a administração pública.
Aos poucos essa nobreza ateniense se viu detentora da maior parte das terras conquistadas por meio
do pagamento de dívidas dos pequenos proprietários que se tornavam também seus escravos.
Foi nesse cenário que eclodiu um clamor social que exigia reformas sociais contra os abusos
da nobreza. Com o objetivo de conter essas revoltas populares, os legisladores introduziram uma série
de reformas sociais em Atenas.
Do conjunto de reformas destacamos as promovidas pelo legislador Sólon (600 a.C. a 559 a.C.),
como a abolição da escravidão por dívidas, cuja consequência imediata foi a estabilização das
pequenas e médias propriedades, que sinalizou para mudanças sociais posteriores. Considerado
moderado pelo povo e radical pelos nobres, Sólon acabou por descontentar ambos na busca pelo ponto
de equilíbrio entre os interesses dessas classes.
O descontentamento gerado pelas reformas de Sólon abriu espaço para o aparecimento da
tirania ou governo de tiranos, ditadores que usurpavam o poder, cujo primeiro representante foi
Pisístrato (561 a.C. a 527 a.C.), sucedido por seus filhos Hiparco e Hípias.

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Em 510 a.C. a ditadura é derrubada e a democracia ateniense é inaugurada através de uma
revolta popular liderada por Clístenes, denominado o “pai da democracia”, pois suas reformas
trouxeram a estabilidade social que permitiu a expansão econômica de Atenas.
A democracia ateniense estava sustentada no princípio da isonomia, ou seja, igualdade de
direitos entre todos os cidadãos. Entretanto, a democracia ateniense era considerada “elitista, patriarcal
e escravista”, pois só uma minoria, os eupátridas (10% da população) eram considerados cidadãos. Os
90% restantes da população (escravos, estrangeiros, mulheres e crianças) estavam excluídos da vida
democrática.
Ainda no período Arcaico houve a colonização de diversas áreas situadas no litoral do mar
Mediterrâneo e do mar Negro, causada principalmente pela crise econômica nas cidades-estado, palco
dos conflitos entre a nobreza e o povo explorado.
A consequência imediata desse movimento de colonização foi a fundação de importantes
cidades, como: Bizâncio (depois chamada de Constantinopla), Marselha Nápoles entre outras.
Concomitantemente, houve a difusão da cultura grega pela Europa Mediterrânea, norte da África e
Ásia Menor e a expansão do comércio marítimo.

Período Clássico
Enquanto a Grécia atingia seu pleno florescimento, marcado por grande desenvolvimento
econômico e esplendor cultural, os gregos enfrentaram a ameaça dos persas em conflito bélico,
conhecido como Guerras Medicas.
Na tentativa de continuar expandindo o domínio persa, o rei Dario I embora tendo as cidades
gregas da Ásia Menor, não conseguiu subjugar as cidades gregas da Europa, pois encontrou forte
resistência principalmente de Atenas e Esparta, entre outras que se uniram com outras cidades para
lutar e vencer o inimigo comum.
Tamanho foi o destaque de Atenas nas guerras médicas que ao findar a luta contra os persas
ela se tornou a mais importante cidade grega. Sob a liderança de Atenas, as cidades gregas se uniram
na Liga de Delos, criada em 478 a.C. para proteger a Grécia contra possíveis ataques externos.
Embora as cidades gregas fossem independentes, Atenas exercia o comando militar da liga,
que aos poucos se viu submetida ao imperialismo ateniense. Esse crescente poder de Atenas despertou
revolta em algumas das cidades gregas, principalmente em Esparta que ao liderar um conjunto de
cidades (Corinto, Megara e Tebas), fundaram a Liga do Peloponeso, aliança político-militar, que
culminaria no mais importante conflito bélico travado entre Esparta e Atenas, a chamada Guerra do
Peloponeso (431 a.C. a 404 a.C.).

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A longa e desgastante Guerra do Peloponeso resultou na derrota de Atenas que se submete a
hegemonia de Esparta. No período de 371 a.C. a 362 a.C. a cidade de Tebas, aliada a Atenas, ergue-
se contra Esparta e assume a hegemonia das cidades gregas após vencer as tropas espartanas.

Período Helenístico
Enfraquecidas e empobrecidas pela Guerra do Peloponeso, as cidades gregas encontravam-se
desunidas e decadentes. Aproveitando-se dessa condição, Felipe II, rei da Macedônia, parte para a
conquista do solo grego no conflito bélico conhecido como Batalha de Queronéia em 338 a.C.
Alexandre, filho e sucessor de Filipe, deu continuidade à política expansionista de seu pai
impondo seu domínio na Ásia Menor, no Egito, na Mesopotâmia, na Pérsia e em regiões da Índia.
Alexandre Magno fez do Império Macedônico um dos maiores da antiguidade. Contudo, com a morte
de Alexandre em 323 a.C. o comando do império foi partilhado entre os generais: Seleuco, Ptolomeu
e Antígono, os quais não conseguiram manter a unidade do Império Macedônico que acabou sendo
dominado pelos romanos.
Culturalmente Alexandre promoveu a fusão da cultura grega com a oriental, criando o
Helenismo que trouxe grande impulso às ciências, filosofia, física, matemática, e arquitetura grega.

O legado cultural grego

A vasta contribuição dos gregos deixada para a humanidade nas diferentes áreas da cultura tais
como: artes, política, linguagem, filosofia e ciências, nos mostram a grandiosidade da contribuição
desse povo para a construção dos alicerces da história da civilização ocidental.
Contudo, é na área das ciências que os gregos nos ensinaram acerca da necessidade de
questionar as verdades estabelecidas à luz do pensamento racional. A curiosidade e inquietação do
povo grego levaram a um processo de desconstrução da realidade à medida que as ditas “verdades”
foram questionadas e colocadas à discussão de maneira clara, sistemática e objetiva.
Com os gregos, o manto sagrado que envolvia o monarca foi retirado mostrando que se tratava
apenas de homens de carne e osso, mortais. Com isso houve uma separação entre o universo divino e
o universo terreno. O que acabou por resultar em outra separação, ou seja, a separação entre a esfera
pública e a esfera privada. Não era possível administrar uma polis como sendo propriedade de um
homem. Na polis são os interesses públicos que regulam as ações dos indivíduos, que por sua vez,
debatem racionalmente sobre os rumos a serem seguidos em busca do interesse coletivo.

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Os gregos não só revolucionaram a vida intelectual por meio dos acirrados confrontos no
campo da oralidade, como também reinventaram a escrita com a inclusão das vogais no alfabeto
fenício. A escrita se popularizou servindo de instrumento para expressar o cotidiano dos indivíduos.
Assim, foi possível introduzir as leis escritas (instrumento de controle da conduta dos indivíduos),
expressão dessa nova atitude mental inaugurada pelos gregos: o racionalismo.
O amor ao conhecimento fez florescer o pensamento filosófico entre os gregos. O crescente
desejo de explicar a natureza fez o pensamento filosófico evoluir e mudar de rumos segundo as
necessidades sociais vigentes. Destacam-se Tales de Mileto, Anaximandro, Pitágoras, Protágoras,
Sócrates, Platão e Aristóteles, cada um a seu modo buscaram descobrir os remédios para curar os males
sociais.
Os gregos destacaram-se na arquitetura e escultura, através do humano ou Antropocentrismo.
A religião era politeísta e antropomórfica, sendo composta de vários deuses que se assemelhavam aos
homens.

A Civilização Romana

Situada ao sul da Europa, na parte central da península Itálica, a civilização romana construiu
um amplo império que controlou o mundo antigo. Assim como os gregos, os romanos começaram sua
história sob o regime monárquico.
A historiografia tradicional divide a história de Roma em três períodos:
• Monarquia (753 - 509 a.C.);
• República (509 - 27 a.C.);
• Império (27 - 476 d.C.).

Monarquia
Durante esse período Roma foi governada por rei que acumulava as funções executiva, judicial
e religiosa. No entanto, na área legislativa os poderes do rei estavam limitados, uma vez que o Senado
ou Conselho dos Anciãos, tinha o poder de veto e de sanção das leis apresentadas pelo rei. Cabia à
Assembleia ou Cúria (cidadãos romanos com idade militar) a ratificar essas leis. Em meados
do séc. VII a.C., os etruscos impuseram seu domínio a Roma, período esse que coincidiu com o
movimento de expansão comercial romana.
No tempo da Monarquia a sociedade romana estava dividida em patrícios, camada superior da
sociedade, e plebeus, camada inferior da sociedade. Com a dominação etrusca, os conflitos entre
patrícios e plebeus se aprofundaram, fazendo surgir uma categoria social dos agregados das famílias

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patrícias: os clientes, indivíduos subordinados a alguma família patrícia. Havia também, os escravos
(prisioneiros de guerra). É importante lembrar que ser plebeu não era sinônimo de pobreza. O critério
que afastava o plebeu da vida política era o fato de este não pertencer a nenhuma gens (família ou clã).
Sérvio Túlio, rei etrusco antecessor de Tarquínio Soberbo, é tido como realizador de diversas
medidas que favoreceram os plebeus, embora seu objetivo fosse neutralizar o poder dos patrícios
através do fortalecimento da classe plebeia. Os patrícios, por sua vez, insatisfeitos, rebelaram-se contra
o rei, expulsando-o, pois, formavam o Senado, estabelecendo uma nova organização política em Roma:
a República.

República
Na República Romana o poder do Senado sobrepunha-se aos demais, e somente os patrícios
tinham acesso a esse órgão legislativo.
O poder Executivo era exercido pelas seguintes magistraturas:
• Cônsules: Propunham leis e presidiam o Senado e as assembleias. Em número de dois eram
eleitos para o período de um ano.
• Pretores: Administravam a justiça.
• Ditadores: Governavam com plenos poderes em épocas de guerras ou calamidade.
• Censores: Responsáveis pela elaboração do censo populacional, cujo critério adotado era a
renda e riqueza do cidadão.
• Edis: Encarregados da administração da cidade.
• Questores: Cuidavam do tesouro público
• Tribunos da plebe: Representavam politicamente a plebe.
Existiam ainda três assembléias que completavam as instituições políticas da República
romana: a Assembleia Centurial, a mais importante delas, era dividida em centúrias (grupos de
centuriões), cuja função era votar os projetos apresentados. Era composta por 98 centúrias patrícias e
95 plebeias e, como o voto era por centúrias, os patrícios (aristocracia) tinham o controle das decisões;
a Assembleia Curial, que cuidava dos assuntos religiosos e a Assembleia Tribal responsável pela
nomeação dos questores e dos edis (magistrados).
Os conflitos entre patrícios e plebeus eram constantes. Os plebeus embora representassem a
maioria da população não tinham direitos efetivos de participar das decisões políticas. A criação dos
Tribunos da Plebe se deu como resposta aos anseios da plebe que passou a exigir representação
política. A partir daí algumas conquistas foram obtidas pela plebe como, a elaboração da Lei das Doze

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Tábuas, primeira compilação escrita das leis romanas; a Lei Canuléia que autorizava o casamento
entre patrícios e plebeus; Eleição dos magistrados plebeus e a Proibição da escravidão por dívida.
Durante a República Roma expandiu suas fronteiras por todo Mediterrâneo chamado pelos
romanos de nare nostum (nosso mar). Uma vez tendo dominado toda Península Itálica, Roma partiu
contra a cidade fenícia Cartago em confronto conhecido como Guerras Púnicas. Após derrotar Cartago,
os romanos partiram para dominação de regiões do Mediterrâneo ocidental (península Ibérica, Gália)
e Oriental (Macedônia, Grécia, Ásia Menor).
Com as conquistas militares o estilo de vida dos romanos se alterou profundamente. Luxo e
riqueza contrastavam com o padrão de vida dos plebeus que empobreciam rapidamente. As diferenças
sociais entre patrícios e plebeus se agravaram dividindo a sociedade e impulsionando a luta por
reformas sociais urgentes.
O ataque ao sistema aristocrático partiu dos irmãos Tibério e Caio Graco, tribunos da plebe.
Os irmãos Graco, como eram conhecidos, propuseram uma série de medidas a favor dos camponeses
plebeus, e sofreram forte oposição do Senado. A nobreza insatisfeita manda assassinar os irmãos
Graco, agravando as crises sociais, o que culminaria no questionamento das instituições tradicionais
vigentes.
Dentre os acontecimentos que marcaram o processo de transição para o Império, destacam-se:
• A reforma do exército realizada pelo general Caio Mário em 107 a.C., que implementou o
pagamento de salário para os soldados;
• A instituição do governo ditatorial após derrota de Caio Mário pelo general Cornélio Sila em
82 a.C.;
• A criação do Primeiro Triunvirato, governo formado por Pompeu, Crasso e Júlio César, em
60 a.C.;
• A criação do Segundo Triunvirato, formado por Marco Antônio, Otávio e Lépido, em 43 a.C.

Império
Com o afastamento de Lépido da política, a crescente rivalidade entre Marco Antônio e Otávio
agravou-se, resultando na derrota de Marco Antônio. Otávio torna-se Imperador de Roma.
O Império pode ser dividido em duas fases: Alto Império e Baixo Império.
O Alto Império (27 - 235 d.C.) teve seu início com Otávio Augusto acumulando os poderes
civil, militar e religioso. Roma passou a desfrutar de um período de paz e segurança, fase de maior
esplendor desse período. Com a morte de Otávio Augusto, o trono romano foi ocupado por vários

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imperadores que podem ser agrupados em quatro dinastias: dinastia Júlio-Claudius; dinastia dos
Flávios; dinastia dos Antoninos e dinastia dos Severos.
O Baixo Império (235 – 476 d.C.) corresponde à fase final do período imperial. Período
marcado por um progressivo esgotamento econômico que acelerou a desorganização e o colapso do
Império Romano.
No governo de Diocleciano (284 - 305 d.C.), ocorreu a institucionalização da divisão do poder
do Império em Ocidente e Oriente. E também a criação da tetrarquia (governo de quatro pessoas)
cujo objetivo seria a busca da paz social e do controle político perdido. O reinado de Diocleciano
também foi marcado domínio de algumas religiões não cristãs. O cristianismo ascendia-se lentamente
em Roma, devido as crescentes perseguições aos cristãos. A última grande perseguição aos cristãos
foi determinada por Diocleciano entre 303 e 304.
Em 313, o imperador Constantino (313 - 337 d.C.) pelo Edito de Milão, concedeu liberdade
de culto aos cristãos e estabeleceu um acordo ente o Estado e a Igreja cristã, resultando na restituição
dos bens da Igreja confiscados durante a fase de perseguição. Outra importante medida adotada por
Constantino que mais tarde marcaria o processo de separação entre Ocidente e Oriente, foi à fundação
de uma segunda capital do Império – Constantinopla – situada no oriente.
No governo de Teodósio (378 - 395 d.C.) o cristianismo foi oficializado. Em 395 com sua
morte, se deu a divisão do Império Romano em: Império Romano do Ocidente, com sede em Roma,
e Império Romano do Oriente, com sede em Constantinopla. Essa divisão tinha por finalidade conter
as invasões bárbaras (movimento de povos da Europa e da Ásia em direção ao Império Romano),
que estavam ocorrendo desde a dinastia dos Antoninos. Entretanto, os bárbaros conseguem se infiltrar
por todo Império Romano, pois dispunham de um exército eficiente composto por soldados guerreiros.
É importante dizer também que a amplitude das fronteiras do Ocidente romano, impossibilitava que
fossem totalmente guarnecidas. A divisão do Império acabou tornando-se negativa para o Ocidente,
pois não houve ações coordenadas entre Ocidente e Oriente na tentativa de lutar contra um inimigo
comum. Era o fim do Império Romano.

O legado cultural romano

O patrimônio cultural romano é marcado pelo ecletismo resultante da incorporação de


diferentes culturas dominadas no mundo mediterrâneo. A religião apresenta-se como a expressão desse
ecletismo cultural, pois reúne uma variedade de deuses que zelam pelas diferentes esferas da sociedade.

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Do Politeísmo (adoradores de vários deuses) ao Monoteísmo (adorador de um único deus),
os romanos fizeram da religião o sustentáculo da vida cotidiana.
O ecletismo cultural também se refletiu na organização social romana através do Direito. O
Estado romano preocupou-se em organizar e controlar a sociedade através da imposição de regras de
conduta social expressas em normas jurídicas. O Direito romano divide-se em dois ramos
fundamentais: Direito Público e Direito Privado. No primeiro, o Estado atuava como parte e o
segundo refere-se às relações jurídicas entre os particulares. Ainda hoje é essa a classificação utilizada
no Direito. Também, muitos outros preceitos serviram de base para a constituição do Direito tal como
conhecemos nos dias de hoje, os advogados atraídos pelo debate desenvolveram a oratória e a dialética.

Invasões Bárbaras

Os romanos chamavam de bárbaros os povos que viviam fora de suas fronteiras e não falavam
latim. A exceção era os gregos, cuja cultura e pensamento eram copiados e admirados pelos romanos.
Bárbaros eram povos que habitavam terras que se estendiam para além dos rios Reno e
Danúbio, nas atuais Alemanha e Hungria. Eram povos de origem germânica e estavam divididos nos
seguintes grupos: visigodos, ostrogodos, alanos, suevos, saxões, vândalos, burgúndios, hérulos e
outros. Até o século III viviam como nômades e não estavam organizados em um Estado. Além disso,
desconheciam a propriedade privada e a escrita.
A organização social dos povos bárbaros se dava pela existência de clãs, isto é, grandes grupos
familiares formados por parentes próximos. Estes, por conseguinte, formavam tribos que agiam sob a
liderança de chefes militares quando guerreavam ou conquistavam novos territórios.
Entre os povos bárbaros, a agricultura era praticada de maneira rudimentar, pois migravam
frequentemente. Outro fato importante em relação aos bárbaros é a infiltração destes na periferia do
Império Romano. Com passar do tempo passaram a fazer parte do exército romano na condição de
mercenários.
Dentre os povos bárbaros ganharam maior destaque os hunos, que ficaram conhecidos pelo
temor que causavam nos outros povos. Os hunos eram provenientes da Ásia Central e formavam um
aglomerado de tribos nômades de origem mongólica, formadas por cavaleiros e pastores. Fixaram-se
por volta de 375, no Norte do Mar Negro, derrotando os ostrogodos. Em seguida, continuaram
avançando em direção à região do Danúbio, forçando os visigodos a migrarem para a região da
Macedônia dentro dos domínios de Roma.
Com o objetivo de preservar os domínios de Roma, em 395 o imperador Teodósio decidiu
dividir o império em duas partes, entregando-as a seus filhos: Arcádio ficou com o Império Romano

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do Oriente, com capital em Constantinopla. Já Honório herdou o Império Romano do Ocidente, com
capital em Milão. Todavia, a divisão do Império em duas unidades administrativas não foi suficiente
para conter o avanço dos bárbaros.

CURIOSIDADES!
Em 406, vândalos, quados, alanos e suevos cruzaram o rio Reno. Depois disso, os vândalos
atravessaram a Gália e a península Ibérica e se instalaram no Norte do continente africano. Fixaram-
se na antiga cidade de Cartago e fundaram o reino dos vândalos. Outra invasão bárbara importante
ocorreu no ano de 410 quando Alarico, chefe dos visigodos, empreendeu uma invasão à capital do
Império romano do Ocidente. Roma foi invadida e o imperador refugiou-se em Ravena.

As invasões bárbaras tornavam-se mais frequentes e o Império romano já tinha pouca força
para enfrentar os invasores. Os dias de glória do passado estavam cada vez mais próximos do fim. Em
451, os hunos, chefiados por Átila, invadem a Gália. Entretanto, são derrotados pelas tropas do general
romano Flávio Aécio. Mesmo derrotado, Átila resolveu marchar até Roma. Conhecido como o flagelo
de Deus, Átila chegou a Roma e foi recebido pelo papa Leão I, que lhe pagou para não saquear a
cidade. Átila aceitou o pagamento e retornou para a Europa Central, onde morreu pouco depois.
Por fim, em 476, os hérulos, chefiados por Odoacro, invadiram Roma e depuseram o imperador
romano Rômulo Augusto. O poderoso Império Romano do ocidente de outrora chegava ao fim.

Grécia Antiga e Roma Antiga

O território grego apresenta duas caraterísticas físicas marcantes o mar e as montanhas, essas
características conferiram um aspecto fragmentado, nunca houve um Estado grego unificado, o que se
denomina Grécia Antiga foi um conjunto de pólis, isto é, cidades independentes. A história da Grécia
Antiga costuma ser dividida em cinco períodos conhecidos como Micênico, Homérico, Arcaico e
Helenístico. Diversos povos começaram a se estabelecer no que ficaria conhecido como Grécia, esses
povos deram origem a uma mescla de etnias e culturas, que ao longo do tempo por intercâmbios
socioculturais adquiriu certa unidade e consistiu nos gregos.
A partir do século VIII a. C. formaram-se na região da Grécia Antiga diversas cidades
independentes, cada uma delas chamadas de pólis, as que mais se destacaram foram Esparta, um povo
conhecido por sua estrutura militar rígida além da estrutura social dividida em esparciatas, periecos e
hilotas, e Atenas, que devido ao território não possuir solos férteis eles desenvolveram-se por meio das
navegações. A cidade era dividida em três principais classes: os eupátridas, metecos e escravos.

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Elementos culturais comuns que integravam os povos gregos e amenizavam os conflitos devido
as diferenças eram a fala e a base religiosa comum e politeísta transmitida pela tradição oral, que
também justificava denominar de bárbaros aqueles que não possuíam essas características. O legado
cultural da Grécia Antiga formou os principais alicerces da civilização ocidental, dentre eles de
destacam a arquitetura, teatro, literatura, história, filosofia, ciência e artes e a importância de
democracia e do pensamento racional.

Figura 14: Roma Antiga e o Coliseu Anfiteatro Flaviano.

A Roma Antiga foi uma civilização itálica que surgiu no século VIII a. C. localizada ao longo
do mar mediterrâneo. Diversos povos se instalaram na península, entre eles os italiotas, etruscos e os
gregos consistindo-se nos primeiros povoadores. Sob o domínio dos etruscos iniciou-se em Roma um
processo de organização política e social que resultou no regime monárquico.
Nesse período o território era governado por um rei, pelo Senado formado por cidadão mais
velhos e pela Assembleia Curial formada por cidadãos homens. A tradição diz que Roma teve sete reis
etruscos, no entanto estima-se que esse número seja maior. A sociedade romana era constituída
basicamente pelos grupos sociais nominados de patrícios, clientes, plebeus e escravos.
Os patrícios, que dominavam o senado, desejavam controlar diretamente o poder. Rebelaram-
se contra o rei e estabeleceram uma nova organização política denominada de República cujo
significado é “coisa de todos”. Porém o poder estava concentrado em sua maior parte nas mãos dos
patrícios e assim que os plebeus tomaram consciência da importância de seu papel social em destaque
o servir e proteger Roma, eles rebelaram-se.
Apesar da crise interna decorrente do conflito, a república romana expandiu seu território por
meio de conquistas militares colocando os romanos em contato com outras culturas e civilizações. A
situação social e política tornou-se cada vez mais tensa com o aumento de plebeus e pobres em situação
de miséria, as figuras políticas que tentaram contornar a situação foram os irmãos Tibério e Caio Graco

36
além do líder militar Júlio César, no entanto estabeleceu-se um novo governo em Roma a partir de
lutas políticas e Otávio tornou-se o principal governante.
Otávio tornando-se o governante supremo, um verdadeiro rei, não assumiu oficialmente o título
e permitiu que as instituições republicanas continuassem existindo na aparência. Durante seu governo
realizou reformas administrativas e preocupou-se em organizar internamente o império. O surgimento
do cristianismo e a transição do politeísmo para o monoteísmo dos povos romanos se deu com Otávio
afirmando a tradição cristã de Jesus Cristo nascido na cidade de Belém.
Com as novas medidas o povo passou a desfrutar de um período de paz, porém no século III o
império romano entrou em um período de crise e com a morte do imperador romano, no momento
ocupado por Teodósio. O império foi dividido entre seus filhos formando o Ocidente Constantinopla.
O império do Ocidente, enfraquecido pelas divisões internas, não conseguiu resistir aos ataques dos
povos bárbaros enquanto o império do Oriente sobreviveu até o ano de 1453 com a conquista dos
Turcos.

EXERCÍCIOS

1. Em relação à religião no antigo Egito, pode-se afirmar que:


a) A religião dominava todos os aspectos da vida pública e privada do antigo Egito. Cerimônias
eram realizadas pelos sacerdotes para garantir boas colheitas, que eram agradecidas pelo Faraó.
b) A religião no antigo Egito não tinha grande influência, pois a guerra era a essência do povo.
c) A religião tinha influência apenas na família do Rei que usava os Deuses para manter o povo
submetido a sua autoridade.
d) O período conhecido como Antigo Egito constitui o único em que a religião foi quase
inteiramente esquecida.
e) A religião do povo do Antigo Egito era bastante distinta da do Rei, em razão do caráter
supersticioso que as camadas mais pobres tinham.

2. O mais antigo Código de Leis escrito, cuja característica é a “pena de Talião”, isto é, “olho
por olho, dente por dente” é chamado:
a) Código de Deuteronômio.
b) Código de Hamurábi.
c) Código Sumério.
d) Leis Draconianas.
e) Lei das Doze Tábuas.

37
3. Na Grécia Antiga as principais cidades estados foram:
a) Babilônia e Atenas.
b) Esparta e Roma.
c) Babilônia e Esparta.
d) Atenas e Esparta.
e) Roma e Babilônia.

BUSCANDO+

Vídeos:

✓ A Origem do Homem (Dublado) - Documentário Discovery Channel


https://youtu.be/Nwt4WZN6ydk

✓ A HISTÓRIA DAS CIVILIZAÇÕES - DOCUMENTÁRIO COMPLETO EM HD


https://youtu.be/0Qi2rC80yYc

✓ A HISTÓRIA DO TEMIDO IMPÉRIO ROMANO!


https://youtu.be/5Fssmwi8kKo

PÍLULA DO CONHECIMENTO

Esse item se trata de uma metodologia disponibilizada em nossa plataforma, a qual você poderá acessar
e aprender sobre conceitos importantes referentes aos conteúdos abordados nesta apostila. Acesse
nossa plataforma e veja a PÍLULA DO CONHECIMENTO sobre HISTÓRIA do MÓDULO I!

GABARITO
QUESTÃO ALTERNATIVA
1 A
2 B
3 D

REFERÊNCIAS
CABRINI, Conceição. CATELLI, Roberto. MONTELLATO, Andrea. História Temática – Tempos
e Culturas. São Paulo: Editora Scipione, 2008.

38
COTRIM, Gilberto. História Global. São Paulo: Editora Saraiva, 2010.

PAULA, Gabriel. Bem Lembrado. São Paulo: Editora FTD, 2014.

VICENTINO, Cláudio. DORIGO, Gianpaolo. História Geral e do Brasil. São Paulo: Editora
Scipione, 2004.

39
RIACHO FUNDO 02, QN 05 “A” CJ “02” LOTE “10” – BRASÍLIA/DF
ORIENTAÇÕES DE LEITURA
O componente curricular INGLÊS foi elaborado com alguns TÓPICOS e ITENS especiais
que precisam ser destacados para melhor compreensão de leitura e contextualização dos conteúdos
abordados.

TÓPICOS ESPECIAIS E ITENS DE ESTUDO

• O cursista encontrará na apostila alguns tópicos estruturados sem seções com finalidades
específicas chamados TÓPICOS ESPECIAIS.
• Além desses tópicos, o cursista também encontrará alguns ITENS DE ESTUDO que irão
proporcionar dinâmica a leitura e melhor compreensão dos assuntos abordados.

TÓPICOS ESPECIAIS

EXERCÍCIOS
Se trata de um tópico especial contendo aplicações teórico-práticas em formato de exercícios de
múltipla escolha elaborados para o estudante pensar, analisar e abstrair conceitos estudando exemplos
que relacionam a teoria com a prática em cada componente curricular.

BUSCANDO+
Se trata de um tópico especial contendo algumas indicações de estudo, por meio de sugestões de Links,
livros, sites, vídeos e outros meios que possam ser acessados pelo cursista, como forma de estudo
suplementar ou de aprofundamento dos conteúdos ministrados em cada componente curricular.

PÍLULA DO CONHECIMENTO
São pequenos componentes educacionais (textos, vídeos, áudios, animações) que disponibilizamos
com intuito de agregar conteúdo, contextualizar o aprendizado e fortalecer a retenção do conhecimento
de forma objetiva e orgânica, melhorando o desempenho de nossos estudantes e profissionais. Um
recurso educacional utilizado para suportar um processo de aprendizagem rápido, porém constante.

“A pílula do conhecimento poderá ser aplicada como complementação teórica e prática dos nossos
cursos, como ferramenta de memorização e revisão de conteúdo sobre os aspectos mais importantes
do curso e/ou como reforço das ações de aprendizagem presenciais”.
GABARITO
Respostas dos exercícios propostos.

ITENS DE ESTUDO

CURIOSIDADES!
Item de estudo utilizado para expor acontecimentos, fatos e casos curiosos relacionados com algum
tema abordado.

“Momento de atiçar a curiosidade do estudante, propondo conceitos, fatos e situações curiosas


referente aos assuntos que estão sendo estudados”.

OBSERVAÇÕES:
Item de estudo utilizado para complementar e destacar ideias e informações importantes sobre os
conteúdos abordados.

“Momento de fazer o estudante refletir sobre algum tema específico que deve ser destacado,
lembrado ou anotado como uma observação importante”.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO____________________________________________________________________ 08
SAUDAÇÕES EM INGLÊS___________________________________________________________08
• Saudações de Chegada________________________________________________________08
• Saudações durante uma Conversa______________________________________________ 09
• Saudações de Despedida______________________________________________________ 10
• Saudações em Cartas e E-mails________________________________________________ 10
PRONOMES______________________________________________________________________ 13
• Pronomes Pessoais (Personal Pronouns)_________________________________________ 13
• Pronomes Possessivos (Possessive Pronouns)_____________________________________ 14
• Pronomes Demonstrativos (Demonstrative Pronouns)______________________________ 15
• Pronomes Reflexivos (Reflexive Pronouns)_______________________________________ 16
• Pronomes Indefinidos (Indefinite Pronouns)______________________________________17
• Pronomes Relativos (Relative Pronouns)_________________________________________ 17
• Pronomes Interrogativos (Interrogative Pronouns)_________________________________18
VERBOS_________________________________________________________________________ 18
• Tempos Verbais_____________________________________________________________ 20
• Verbos Modais______________________________________________________________ 27
• Verbos Auxiliares___________________________________________________________ 29
• Vozes Verbais ______________________________________________________________ 31
• Infinitivo e Gerúndio________________________________________________________ 32
ARTIGO_________________________________________________________________________ 34
• Artigos Definidos____________________________________________________________ 34
• Artigos Indefinidos__________________________________________________________ 34
SUBSTANTIVO____________________________________________________________________ 35
• Proper Nouns (Substantivos Próprios)__________________________________________ 35
• Common Nouns (Substantivos Comuns)_________________________________________ 36
ADJETIVO_______________________________________________________________________ 36
PREPOSIÇÃO____________________________________________________________________ 38
ADVÉRBIO_______________________________________________________________________ 39
• Advérbios e Adjetivos (Adverbs and Adjectives)__________________________________ 39
CONJUNÇÕES____________________________________________________________________ 40
EXERCÍCIOS_____________________________________________________________________ 41
BUSCANDO+____________________________________________________________________ 42
PÍLULA DO CONHECIMENTO______________________________________________________ 42
GABARITO_______________________________________________________________________42
REFERÊNCIAS____________________________________________________________________42

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INTRODUÇÃO

A língua inglesa é imprescindível nos dias atuais, pois a globalização faz com que se torne algo
fundamental conhecer novos idiomas. O inglês é a língua internacional, a língua dos estudos, das
viagens, dos negócios, a língua da comunicação com todo o mundo. Todos os dias nós convivemos
com uma série de palavras em inglês, daí percebemos a importância e a influência que exerce sobre a
nossa cultura. No mercado de trabalho, o inglês virou atributo essencial para a conquista da maioria
das vagas de nível universitário.
Na Língua Inglesa, dentre os assuntos estudados, destacamos a gramática e as principais
palavras da língua referida, e como compreender um texto. Em sua totalidade, descobriremos a
importância e a necessidade de compreendê-la e dominar o primordial da língua.
O Componente Curricular de INGLÊS, está inserido na Área do Conhecimento de
LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS. Neste material, veremos assuntos
relacionados ao MÓDULO I, equivalente a 1ª SÉRIE do ENSINO MÉDIO.

SAUDAÇÕES EM INGLÊS

Um dos primeiros conteúdos que os estudantes aprendem ao estudarem inglês são


os greetings (cumprimentos). Os greetings, também traduzidos como saudações, são sempre a
primeira etapa utilizada para estabelecer uma comunicação com alguém. Quando chegamos a um local
e encontramos outra pessoa, geralmente cumprimentamos com um olá, oi, bom dia, boa tarde, etc.
Confira abaixo uma lista com as principais saudações utilizadas em inglês e veja a tradução
correspondente.
As saudações de chegada são aquelas que usamos para cumprimentar quem está no local onde
chegamos ou que usamos quando alguém chega a um lugar onde já estamos. Vejamos na tabela a
seguir (figura 1):

Inglês Português
Hello! Olá!; Oi!
Hi! Olá!; Oi!
Hi, what's your name? Oi! Qual é o seu nome?
Good morning! Bom dia!

08
Good afternoon! Boa tarde!
Good evening! Boa noite!
Welcome! Seja bem-vindo(a)!

Figura 1: Tabela – saudações de chegada (em inglês e português).

Saudações durante uma Conversa

Vejamos na tabela a seguir (figura 2) uma lista de saudações usadas ao longo de uma
conversa:

Inglês Português
How are you? Como vai?
How are you doing? Como vai?
How is it going? Como vão as coisas?
How have you been? Como você tem estado/passado?
What's going on? O que está acontecendo?
What's up? E aí? O que você me conta?
What's new? O que você conta de novo?; Quais são as novidades?
What have you been up to all these years? Onde você esteve esses anos?
Where have you been hiding? Por onde você andava?
It's been a long time! Quanto tempo!
It’s been ages since I’ve seen you. Faz um tempão que eu não te vejo.
How long has it been? Quanto tempo!
Long time no see! Há quanto tempo não te vejo!
It's been too long! Você sumiu!
Glad to meet you! Prazer em conhecê-lo!
Nice to meet you! Prazer em conhecê-lo!
Nice to meet you too! Prazer em conhecer você também!
Pleased to meet you! Prazer em conhecê-lo!
The pleasure is mine! O prazer é meu!
My pleasure! O prazer é meu!
It’s always a pleasure to see you. É sempre um prazer te ver!

Figura 2: Tabela – saudações durante uma conversa (em inglês e português).

09
Saudações de Despedida

São as saudações que utilizamos ao nos despedirmos de alguém.


Vejamos na tabela a seguir (figura 3):

Inglês Português

Good night! Boa noite!

See you later! Até logo!

See ya! Até logo!

Until next time! Até a próxima!

See you tomorrow! Até amanhã!

Goodbye! Tchau!

Bye! Tchau!

Bye-bye Tchau!

Pleased to meet you! Prazer em conhecê-lo!

Nice to meet you! Prazer em conhecê-lo!

Take care! Se cuida!

Have a nice weekend! Bom fim de semana!

Have a nice day! Tenha um bom dia!

So long! Até!

Figura 3: Tabela – saudações de despedida (em inglês e português).

Saudações em Cartas e E-mails

As saudações também são utilizadas na comunicação por escrito para cumprimentarmos o


destinatário ou para nos despedirmos dele.
As saudações variam de acordo com o nível de formalidade da comunicação.

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Saudações para cartas e e-mails formais
Em uma comunicação formal, seja ela um e-mail ou uma carta, utilizamos as seguintes
saudações:

• Saudações formais iniciais para cartas e e-mails

Inglês Português

Dear Sir, Prezado/Caro/Exmo. Senhor,

Dear Madam, Prezada/Cara/Exma. Senhora,

Dear Mr. (+sobrenome), Prezado/Caro Senhor (+sobrenome),

Dear Mrs. (+sobrenome), Prezada/Cara Senhora (+sobrenome),

Figura 4: Tabela – Saudações formais iniciais para cartas e e-mails (em inglês e português).

• Saudações formais finais para cartas e e-mails

Inglês Português

Sincerely, Atenciosamente,; Atentamente,; Cordialmente,

Sincerely yours, Atenciosamente,; Atentamente,; Cordialmente,

Yours sincerely, Atenciosamente,; Atentamente,; Cordialmente,

Yours faithfully, Atenciosamente,; Atentamente,; Cordialmente,

Yours truly, Atenciosamente,; Atentamente,; Cordialmente,

Figura 5: Tabela – Saudações formais finais para cartas e e-mails (em inglês e português).

Saudações para cartas e e-mails informais


Em uma comunicação informal, seja ela um e-mail ou uma carta, utilizamos as seguintes
saudações:

• Saudações informais iniciais para cartas e e-mails

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Inglês Português

Dear ..., Querido(a)...,

Dear friend, Querido(a) amigo(a),

Hi..., Oi...,; Olá...,

Hello ..., Oi...,; Olá...,

My dear ..., Meu querido...,/Minha querida...,

Figura 6: Tabela – Saudações informais iniciais para cartas e e-mails (em inglês e português).

• Saudações informais finais para cartas e e-mails

Inglês Português

Cheers, Um abraço,

See you, Até logo,

With love, Com afeto,

Love, Com afeto,

Best wishes, Um abraço,

Kisses, Beijos,

Kisses and hugs, Beijos e abraços

XOXO, Beijos e abraços

Regards, Saudações,; Lembranças,

Kind regards, Saudações,; Lembranças,

Best regards, Saudações,; Lembranças,

Figura 7: Tabela – Saudações informais finais para cartas e e-mails (em inglês e português).

12
PRONOMES

Os pronomes em inglês possuem algumas particularidades e merecem uma atenção especial.


Antes de tudo, é importante lembrar que a palavra pronome (pronoun, em inglês) é, segundo o
dicionário, uma palavra que substitui tanto o substantivo quanto a frase nominal.
Os Pronomes em Inglês (Pronouns), segundo a função que exercem na frase, são classificados
em:
● Pronomes pessoais (personal pronouns);
● Pronomes possessivos (possessive pronouns);
● Pronomes demonstrativos (demonstrative pronouns);
● Pronomes reflexivos (reflexive pronouns);
● Pronomes indefinidos (indefinite pronouns);
● Pronomes relativos (relative pronouns);
● Pronomes interrogativos (interrogative pronouns).
Vejamos sobre cada um desses tipos de pronomes e alguns exemplos práticos de como
utilizá-los:

Pronomes Pessoais (Personal Pronouns)

Os pronomes pessoais são termos que indicam pessoas, lugares e objetos.


São classificados em:
● Pronomes Pessoais do Caso Reto;
● Pronomes Pessoais do Caso Oblíquo.

Pronomes Pessoais do Caso Reto (subject pronouns)


Eles funcionam como sujeitos.

Figura 8: Representação dos subject pronouns.

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EXEMPLO:
She is beautiful. (Ela é linda.)

Pronomes Pessoais do Caso Oblíquo (object pronouns)


Eles funcionam como objetos.

Figura 9: Representação dos object pronouns.


EXEMPLO:
Juan wants to meet her. (Juan quer conhecê-la.)

Pronomes Possessivos (Possessive Pronouns)

Os pronomes possessivos em inglês, tal qual no português, indicam que algo pertence a alguém
ou alguma coisa.
São classificados em:
● Possessivos adjetivos;
● Possessivos substantivos.

Figura 10: Representação dos possessive pronouns.

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Possessivos adjetivos (adjectives possessive)
Diferentes da língua portuguesa, os pronomes adjetivos não são flexionados em grau (singular
e plural). Sempre são acompanhados por substantivos, modificando-os.
EXEMPLO:
My house is located on Avenue de Paris. (Minha casa está localizada na Avenida de Paris.)

Possessivos substantivos (substantives possessive)


Os pronomes possessivos substantivos têm a função de substituir o substantivo, diferentemente
dos pronomes adjetivos, que sempre estão ligados a ele. Eles não sofrem flexão de grau (singular e
plural), como ocorre na língua portuguesa.
EXEMPLO:
These bikes are mine. (Estas bicicletas são minhas.)

Pronomes Demonstrativos (Demonstrative Pronouns)

Os pronomes demonstrativos são palavras que indicam algo (pessoa, lugar ou objeto) e, de
acordo com a função sintática que exercem na frase.
Eles são classificados em:
● Demonstrativos Substantivos;
● Demonstrativos Adjetivos.

Demonstrativos Substantivos (substantive demonstrative)


Que substituem o substantivo.
EXEMPLO:
Give me this book. (Dá-me este livro.)

Demonstrativos Adjetivos (adjectives demonstrative)


Que descrevem o substantivo.
EXEMPLO:
That pen is yours; this is mine. (Essa caneta é sua; esta é minha.)

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Figura 11: Representação dos demonstrative pronouns.

Pronomes Reflexivos (Reflexive Pronouns)

Os pronomes reflexivos são aqueles que aparecem após o verbo, concordando sempre com o
sujeito da oração. São palavras construídas com os sufixos “-self” (no singular) e “-selves” (no plural).

Figura 12: Representação dos reflexive pronouns.

EXEMPLOS:
a) I promised myself to study hard. (Eu prometi a mim mesma estudar bastante.)
b) Maria sent herself a copy. (Maria enviou uma cópia para si mesma.)

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Pronomes Indefinidos (Indefinite Pronouns)

Os pronomes indefinidos recebem esse nome uma vez que substituem ou acompanham o
substantivo, de maneira imprecisa ou indeterminada.
Porém, de acordo com a função que exercem nas frases, são classificados em:
● Indefinidos substantivos (indefinite substantive);
● Indefinidos adjetivos (indefinite adjectives).

Figura 13: Representação do indefinite pronouns.


EXEMPLOS:
a) Tell me something. (Diga-me alguma coisa.)
b) None of them is mine. (Nenhum deles é meu.)

Pronomes Relativos (Relative Pronouns)

Os pronomes relativos são palavras que exercem a função de sujeito ou objeto.

Figura 14: Representação dos pronomes relativos.

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EXEMPLOS:
a) It's an old man who lives here. (É um idoso quem vive aqui.)
b) When we get to town, let's find John. (Quando chegarmos à cidade, vamos encontrar o John.)

Pronomes Interrogativos (Interrogative Pronouns)

Os pronomes interrogativos, também chamados de “Question Words”, são aquelas palavras


utilizadas para fazer perguntas.

Figura 15: Representação dos pronomes interrogativos.


EXEMPLOS:
a) Who is that woman? (Quem é aquela mulher?)
b) How many cups of coffee do you drink a day? (Quantas xícaras de café você bebe por dia?)

VERBOS
Um verbo muito utilizado na língua Inglesa é o “to be” que pode ser encontrado tanto como
verbo auxiliar tanto como verbo principal. Quando apresentado em uma frase como verbo principal
ele poderá ser traduzido como “ser” e “estar”.

Figura 16: Representação do verbo to be.

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Figura 17: Representação do verbo to be.

Pode-se conjugar o “to be” em todas as pessoas seguindo algumas regras em cada tempo verbal.
● Simple Present (Presente Simples)
I am - Eu sou/estou
You are - Você é/está
He /she /it is - Ele / ela / ele e ela (coisas e animais) é/está
We are - Nós somos/estamos
You are - Vocês são/estão
They are - Eles são/estão

● Simple Past (Passado Simples)


I was - Eu era/estava
You were - Você era/estava
He /she /it was - Ele / ela / ele e ela (coisas e animais) era/estava
We were - Nós éramos/estávamos
You were - Vocês eram/estavam
They were - Eles eram/estavam

● Simple Future (Futuro simples)


I will be - Eu serei/estarei
You will be - Você será/estará
He /she /it will be - Ele / ela / ele e ela (coisas e animais) será/estará
We will be - Nós seremos/estaremos
You will be - Vocês serão/estarão
They will be - Eles serão/estarão

19
EXEMPLOS:
a) I am student. (Eu sou estudante.)
b) You were sleep (Eu estava dormindo.)
c) I will be teacher. (Eu serei professor.)
Caso seja necessário formar a negativa basta adicionar o “not”.
EXEMPLOS:
a) I will not be an engineer. (Eu não serei uma engenheira.)
b) She was not a student. (Ela não era uma estudante.)
c) You are not happy. (Você não está feliz.)
Caso seja necessário formar a interrogativa basta alterar a posição do “to be” ou do auxiliar “will”
na frase, colocando-os antes do sujeito.
EXEMPLOS:
a) Is he with her now? (Ele está com ela agora?)
b) Who was with you yesterday? (Quem estava com você ontem?)
c) Will she be a teacher? (Ela será uma professora?)
Como auxiliar o verbo “To be” pode ajudar a formar a passive voice (voz passiva) que são frases
utilizadas para destacar o objeto da ação e não o sujeito que a pratica.
EXEMPLOS:
a) This telephone is my favorite. (Este telefone é meu favorito.)
b) That car is red and small. (Aquele carro é vermelho e pequeno.)

Tempos Verbais

Tempos verbais em inglês basicamente são verbos utilizados para indicar passado, presente e
futuro. Eles mudam de acordo com as variações do verbo, da situação e ação expressada. No inglês,
os verbos e tempos verbais (Verbs and Tenses) são classificados em:
● Simple Present (Presente Simples): é um tempo verbal em inglês onde a ação acontece no
presente, descreve uma ação habitual e atual ocorrida no presente. Basicamente, é o verbo
original, sem sofrer alteração. A estrutura da frase afirmativa fica da seguinte forma:

Sujeito + verbo principal + complemento


EXEMPLO:
I work hard – Eu trabalho duro.

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Atente-se quando o verbo estiver conjugado na terceira pessoa do singular (he, she, it). É
necessário acrescentar s, es ou ies.
EXEMPLO:
He drinks water every day. (Ele bebe água todos os dias.)

Na formação da frase negativa do Simple Present acrescenta-se o verbo auxiliar ‘do’ + a


palavra ‘not'. Observe a estrutura:
Sujeito (I, You, We, They)+ verbo auxiliar do + not + verbo no infinitivo sem to + complemento
Sujeito (He, She, It) + verbo auxiliar does + not + verbo no infinitivo sem to + complemento

EXEMPLO:
My father doesn’t (does not) know about the event. (Meu pai não sabe sobre o evento.)

A frase interrogativa conta com o auxiliar ‘do’, que sempre antecede o sujeito nas orações.
Do + sujeito (I, You, We, They)+ verbo + complemento
Does + sujeito (He, She, It) + verbo + complemento
EXEMPLO:
How do you know he is new? (Como você sabe que ele é novo?)

● Simple Past (Passado Simples): é um dos tempos verbais em inglês na qual as ações começam
e terminam no passado. Se os verbos forem regulares recebem a partícula ‘d’, ‘ed’ e ‘ied’. Caso
sejam irregulares, não possuem uma regra fixa, ficam conforme o tempo verbal. É necessário,
portanto, conhecer os verbos regulares e irregulares no inglês e suas variações.

Sujeito + passado do verbo principal + complemento


EXEMPLO:
I played soccer play. (Eu joguei futebol.)

Na forma negativa a construção da frase recebe o auxílio da partícula ‘did’. Logo, o verbo não
precisa sofrer variação para o passado (d, ed, ied). A forma compacta de ‘did’ + ‘not’ = didn’t.
Sujeito + did + not + verbo principal no infinitivo sem to + complemento
EXEMPLO:
She didn’t eat chocolate. (Ela não comeu chocolate.)

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Na forma interrogativa segue a mesma regra que a oração negativa do Simple Past, a diferença
é que o auxiliar ‘did’ vem na frente do sujeito.
Did + sujeito + verbo principal + complemento
EXEMPLO:
Did you call me yesterday? (Você me ligou ontem?)

● Present Continuous or Present Progressive (Presente Contínuo ou Progressivo): é um dos


tempos verbais em inglês indica que uma ação está acontecendo no presente e que não acabou.
É importante observar que nesse tempo verbal ocorre o uso de advérbios de tempo nas frases.
Esse tempo verbal vai trazer o gerúndio ‘ing’, que em português são os verbos terminados em
‘ando’e ‘endo’, indo’.

Sujeito + simple present do verbo to be + gerúndio do verbo central (ing)

EXEMPLO:
He is playing ball. (Ele está jogando bola.)

A construção da frase negativa recebe o auxílio do verbo ‘to be’ acompanhado da partícula
‘not’.
Sujeito + presente simples do verbo to be + not + gerúndio do verbo central
EXEMPLO:
She isn’t studying. (Ele não está estudando.)

Na construção das frases interrogativas do Present Continuos o sujeito se localiza entre o


presente simples do verbo ‘to be’ e o gerúndio do verbo central.
Presente simples do verbo to be + sujeito + gerúndio do verbo central (ing)
EXEMPLO:
Are you dating my sister? (Você está namorando minha irmã?)

Fique atento! Quando a palavra for seguida de consoante + vogal + consoante, neste caso a
última consoante será duplicada e acrescida da partícula ing.
EXEMPLO:
A palavra ‘eat’, seguindo a regra acima, fica ‘eatting’.

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● Past Continuous or Past Progressive (Passado Contínuo ou Progressivo): é um dos tempos
verbais em inglês em que as ações estavam ocorrendo em um dado momento no passado. Ele
é composto pelo verbo ‘to be’ no passado ‘was/were’.

Sujeito + was/were + gerúndio do verbo central (ing)

EXEMPLO:
In 2008 she was living in Japan. (Em 2008 ela estava morando no Japão.)

Na forma negativa do Past Continuous deve-se adicionar a partícula ‘not’ após o auxiliar ‘was’
ou ‘were’. A forma contracta consiste na junção do verbo ‘was’ + ‘not’ = ‘wans’t’ ou ‘were’ + ‘not’ =
‘weren’t’.
Sujeito + was/were + not + gerúndio do verbo central (ing)
EXEMPLOS:
a) I wasn't watching TV last afternoon. (Eu não estava assistindo TV na tarde passada.)
b) She wasn't waiting for his in the shopping mall. (Ela não estava esperando por ele no shopping.)

Na forma interrogativa do passado contínuo o sujeito posiciona-se entre o passado simples do


verbo ‘to be’ e o gerúndio ing do verbo central.
Was/were + sujeito + gerúndio do verbo central (ing)
EXEMPLO:
Was she sleeping? (Ela estava dormindo?)

● Simple Future (Futuro Simples): O Simple Future é um dos tempos verbais em inglês onde
as ações do futuro estão para acontecer. O verbo auxiliar que representa esse tempo é o ‘will’
ou ‘going to’. O primeiro refere-se a uma ação sem definição exata de que vai ocorrer, que não
foi planejada, mas tem a intenção de acontecer e o segundo é utilizado para ações mais
próximas, que estão perto de se realizar.

Sujeito + will + infinitivo do verbo central sem 'to'+ complemento.


Sujeito+verbo to be + going to + infinitivo do verbo central sem ‘to’+complemento.

EXEMPLO:
Paul will work in France next year. (Paulo vai trabalhar na França próximo ano.)

23
Para a formação de frases negativas no Simple Future deve-se acrescentar a palavra ‘not’
seguida do verbo modal ‘will’. Além disso, na forma negativa as frases podem contar com a forma
abreviada no verbo modal ‘will+not’ = ‘won’t.’
Sujeito + will + not + verbo central + complemento.
Sujeito + verbo to be + not + going to + Infinitivo do verbo principal sem “to”.
EXEMPLO:
I will not go to the beach Monday. (Eu não vou para praia segunda-feira.)

Em regra, na construção das frases interrogativas o verbo modal sempre vai vir na frente do
sujeito.
Will + sujeito + verbo central + complemento
EXEMPLO:
Will I go to the beach tomorrow? (Eu irei à praia amanhã?)

● Future Continuous or Progressive (Futuro Progressivo ou Contínuo): Future Continuous é


um dos tempos verbais em inglês que indica ações que estarão acontecendo em algum
momento específico do futuro. Também pode significar uma ou mais ações que acontecerão
no futuro. Nesse tempo verbal é utilizado o gerúndio, que em português são representados
pelos verbos terminados em ‘ando’, endo’ e ‘indo’.

Futuro do verbo to be ‘will be’ + verbo central terminando em ing+ complemento’.

EXEMPLO:
I'll be getting loving this summer. (Eu estarei amando neste verão.)

No formato de frases negativas a palavra ‘not’ sempre acompanhará o verbo modal ‘will’ que
indica que a ação está no futuro.
Sujeito + will not be + gerúndio do verbo principal + complemento
EXEMPLO:
When you arrive, I will not be waiting for your at the shopping mall. (Quando você chegar eu
não estarei lhe esperando no shopping.)

Na estrutura interrogativa o verbo auxiliar ‘will’ estará sempre na frente das frases.
Will + sujeito + to be + gerúndio do verbo principal + complemento

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EXEMPLO:
Will she is studying tomorrow night? (Ela estará estudando amanhã à noite?)

● Formas Verbais do Tempo Perfeito (Verb Forms of the Perfect Tense): as formas verbais do
tempo perfeito em inglês são formadas com o verbo auxiliar to have (have/has) conjugado +
o Past Participle (particípio passado) do verbo principal. Elas são classificadas em:

● Present Perfect Simple (Presente Perfeito Simples): expressam ações influenciadas pelo
presente e que ainda estão acontecendo ou que terminaram recentemente.

Sujeito + presente simples do verbo to have + particípio passado do verbo principal

EXEMPLO:
I have worked as a jornalist for ten years. (Eu trabalho como jornalista há dez anos.)

A forma negativa do present perfect é formado com a palavra ‘not’ mais o verbo auxiliar
have/has.
Presente simples do verbo to have + not + particípio passado do verbo central + complemento
EXEMPLO:
They have not heard what I've told. (Elas não escutaram o que eu falei.)

O formato da frase interrogativa contará com o presente simples do verbo ‘to have’ no início
das frases.
Presente simples do verbo to have + sujeito + particípio passado do verbo principal
EXEMPLO:
Have they lived in Belgium? (Eles moravam na Bélgica?)

● Past Perfect (Passado Perfeito Simples): Past Perfect é um dos tempos verbais em inglês que
representa uma ação do passado que aconteceu antes de outra situação.

Had + verbo principal no particípio passado + complemento


EXEMPLO:
She had loved Tom before she married Bob. (Ela tinha amado o Tom antes de se casar com o
Bob.)

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A frase negativa do Past Perfect vai trazer a partícula ‘not’. Ela segue a seguinte ordem:
Sujeito + had + not (hadn't) + particípio passado do verbo principal+complemento
EXEMPLO:
Julia hadn't realized that the place was so dangerous. (Julia não tinha se dado conta de que o
lugar era tão perigoso.)

O verbo auxiliar modal ‘had’ sempre virá no início das orações interrogativas do past perfect.
Had + sujeito + particípio passado do verbo principal + complemento
EXEMPLO:
Had he read the book before seeing the movie? (Ele tinha lido o livro antes de assistir ao filme?)

● Present Perfect Continuous or Progressive (Presente Perfeito Contínuo ou Progressivo):


O Present Perfect Continuous é comumente utilizado para expressar situações que começaram
no passado e continuam no presente. Geralmente as frases nesse tempo verbal podem
apresentar acompanhadas dos advérbios como lately (ultimamente) e recently (recentemente).

Sujeito + has/have been + verbo (- ing) + complemento

EXEMPLOS:
a) Forma afirmativa: They have been running for two hours. (Eles estão correndo há duas horas.)
b) Forma negativa: They haven’t been playing a lot. (Eles não têm jogado muito.)
c) Forma interrogativa: Has he been playing soccer for six hours? (Ele está jogando futebol há
seis horas?)

● Past Perfect Continuous or Progressive (Passado Perfeito Contínuo ou Progressivo):


Parecido com o Past Perfect, o Past Perfect Continuos representa ações mais antigas no
passado, mas enfatiza a duração desses acontecimentos. Assim, em alguns casos é possível
perceber a descrição do tempo nas frases por meio de expressões como "for one hour” (por
uma hora) ou “for four weeks” (por quatro semanas).

Sujeito + Verbo to have conjugado no simple past (had) + verbo to be conjugado no past perfect
(been) + verbo com (-ing) + complemento

EXEMPLOS:

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a) Forma afirmativa: She had been working hard all last month. (Ela esteve trabalhando duro
durante todo o mês passado.)
b) Forma negativa: Carlos had not been studying english for five days. (Carlos não vinha
estudando inglês por cinco dias.)
c) Forma interrogativa: Had Maria been studying english for five months? (Maria vinha
estudando inglês por cinco meses?)

Verbos Modais

Os modal verbs (verbos modais) em inglês são verbos auxiliares utilizados para complementar
ou mudar o sentido dos verbos principais nas frases. Por esse motivo também são chamados
de modal auxiliaries (auxiliares modais). Os principais verbos modais em inglês são "can", "could",
"must", "may", "might", "should", "shall", "will" e "would".
● Can: O verbo modal "can" geralmente significa "poder" ou "ser capaz de" fazer algo e
também pode ser usado para falar sobre habilidades e coisas que saibamos fazer
EXEMPLOS:
a) I can go there with you. (Eu posso ir lá com você.)
b) Can you cook tonight? (Você pode cozinhar hoje à noite?)
c) Can you swim? (Você sabe nadar?)

● Could: O verbo modal "could" tem dois significados diferentes. O primeiro seria o condicional
do "can", algo que seria como o "poderia" em português. Ele é muitas vezes usado em
perguntas como uma versão mais formal e polida do "can". O outro significado é o passado do
"can", algo como o "podia" ou "pude" em português.
EXEMPLOS:
a) Could you help me? (Você poderia me ajudar?)
b) I could do the dishes for you if you gave me some money. (Eu poderia lavar a louça para você
se você me desse algum dinheiro.)
c) I was too busy and could not come to the party. (Eu estava ocupado demais e não pude vir à
festa.)

● Must: O verbo modal "must" geralmente significa "dever" ou "ter que" fazer algo, nesse
sentido de obrigação. Ele também pode indicar "dever" no sentido de uma suposição.

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EXEMPLOS:
a) I must go home soon. (Eu tenho que ir pra casa logo.)
b) He must be very rich. (Ele deve ser muito rico.)

● May: O verbo modal "may" expressa a possibilidade de algo ser realizado, ele também pode
ter o sentido de dar ou pedir uma permissão e ainda podemos traduzi-lo como "poder", assim
como o "can", mas o seu uso é muito mais formal.
EXEMPLOS:
a) I may go to the party. (Eu posso ir/talvez vá à festa.)
b) You may not use the car tonight. (Você não pode usar o carro hoje à noite.)
c) Teacher, may I ask a question? (Professor(a), eu posso fazer uma pergunta?)
d) May I take your order? (Eu poderia tomar o seu pedido?)

● Might: O verbo modal "might" é bem similar ao "may" no sentido de expressar a possibilidade
de algo ser realizado. Porém, ele expressa uma possibilidade menos provável que o "may".
Porém, ao contrário do "may", ele não costuma ser usado para pedir permissão.
EXEMPLOS:
a) I might go to the party. (Eu posso ir/talvez vá à festa.)
b) It might rain tonight, but I don't think it will. (Pode chover/talvez chova hoje à noite, mas eu
não acho que vá.)

● Should: O verbo modal "should" geralmente é usado para dar um conselho, algo que seria
como o "deveria" em português. É como uma versão mais suave do "must", também pode ser
usado para perguntar a opinião de alguém ou dar sugestões.
EXEMPLOS:
a) You should go there. (Você deveria ir lá.)
b) I should leave you alone. (Eu deveria te deixar sozinho.)
c) Should we look for a place to eat? (Vamos procurar um lugar pra comer?)

● Shall: O verbo modal "shall também pode ser usado para dar ou pedir um conselho ou uma
sugestão. Ele costuma ser menos usado do que o "should".
EXEMPLOS:
a) What shall I do? (O que eu devo fazer?)
b) Shall we go? (Vamos?/Nós devemos ir?)

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● Will: O verbo modal "will" na maioria das vezes será usado para formar o futuro em inglês, ele
pode ser abreviado como " 'll", também pode ser usado de maneira mais coloquial para dar
uma sugestão ou fazer um pedido.
EXEMPLOS:
a) I think I will move to Brazil. (Eu acho que eu vou me mudar pro Brasil.)
b) He'll probably be tired after work. (Ele provavelmente vai estar cansado depois do trabalho.)
c) Will you help me? (Você vai/pode me ajudar?)

● Would: O verbo modal "would" geralmente é usado para formar o tempo verbal que seria
equivalente ao nosso Condicional ou Futuro do Pretérito em português, como nas
conjugações "faria", "iria", "comeria", etc. Outros usos são na estrutura "would like"
(gostaria), e também para dizer algo que costumava ocorrer com frequência no passado, similar
ao uso de "used to".
EXEMPLOS:
a) I would travel a lot if I had more money. (Eu viajaria muito se eu tivesse mais dinheiro.)
b) Would you go there with me? (Você iria lá comigo?)

Verbos Auxiliares

Os verbos auxiliares em inglês (auxiliary verbs) são “be”, “have”, “will” e “do”. Eles atuam
como ajudantes do verbo principal da frase, indicando o tempo gramatical do discurso. Os verbos
auxiliares em inglês não alteram o sentido da frase e, embora essa classificação apresente uma
quantidade limitada de verbos, apenas quatro, eles são uns dos verbos mais usados na Língua Inglesa.
Quando se fala em verbos auxiliares em inglês, é comum associar aos modal verbs, "can",
"may", "might", "should" e "must". Isso porque os verbos auxiliares em inglês são divididos em verbos
modais e os chamados simplesmente de verbos auxiliares (be, have, will e do).

Verbo to do

● O verbo to do é muito conhecido pela tradução “fazer”. Sendo assim, como verbo principal ele
é usado para expressar que alguém fez algo. Contudo, esse verbo também pode assumir a
função de auxiliar em frases negativas.
● O verbo to do indica se a frase está no presente ou passado e se o sujeito está na terceira pessoa.
● As flexões do verbo to do indicam presente (do e does) e passado (did).

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● O verbo to do não é usado como verbo auxiliar quando o verbo principal da frase for “to be”
ou quando houver a presença de outro verbo auxiliar e um verbo modal.
● Para as formas negativas o verbo to do pode assumir as formas contraídas don’t e doesn’t.
EXEMPLOS:
a) Frase de afirmação: You want to eat pizza. (Você quer comer pizza.)
b) Frase de negação: Don’t you want to eat pizza. (Você não quer comer pizza.)
c) Frase de interrogação: Do you want to eat pizza? (Você quer comer pizza?)

Verbo to have

● O verbo to have é conhecido pela tradução “ter”. Como verbo auxiliar é usado para frases no
presente e passado.
● Quando a frase estiver no tempo verbal presente, o verbo to have será substituído pelas flexões
“has” e “have”.
● A forma “has” será usada para acompanhar os pronomes pessoais he (ele), she (ela) e it.
● A forma “have” será usada para acompanhar os pronomes pessoais I (eu), you (você), we (nós)
e they (eles).
● Quando a frase estiver no passado, a flexão “had” substituirá o verbo to have.
● Nas frases negativas, o verbo to have poderá aparecer nas formas contraídas, como: hasn’t,
haven’t e hadn't.
EXEMPLOS:
a) Frase de afirmação: We have already been to China. (Nós já estivemos na China.)
b) Frase de negação: Louise hadn’t shown up yesterday. (Louise não apareceu ontem.)
c) Frase de interrogação: Have you visited the China? (Você visitou a China?)

Verbo to be

● Um dos verbos mais populares do inglês é o verbo to be, que é traduzido como “ser” ou “estar”.
● O verbo to be pode ter a função de verbo principal ou verbo auxiliar. Como verbo principal ele
dispensa o verbo to do como seu auxiliar.
● Como verbo auxiliar, o verbo to be acompanha um verbo principal, que acompanha outro verbo
no presente, passado ou futuro.
● Esse verbo pode ser usado em frases afirmativas, negativas ou interrogativas.
EXEMPLOS:
a) Meredith is beautiful. (Meredith é bonita.)

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b) Chloe is eating hamburger. (Cloe está comendo hambúrguer.).
c) He is tall and thin. (Ele é alto e magro.)

Verbo will

● O verbo auxiliar will indica ação no futuro, algo que ocorrerá.


● De forma menos conhecida, esse verbo também pode ser usado para situações em que há
concordância sobre algo.
● Esse verbo pode ser usado nas formas afirmativas, negativas e interrogativas.
EXEMPLOS:
a) Frase de afirmação: You will be in my heart / You’ll be in my heart. (Você estará no meu
coração.)
b) Frase de interrogação: You will be in my heart? / You’ll be in my heart? (Você estará no meu
coração?)
c) Frase de negação: You will not be in my heart / You’ll not be in my heart. (Você não estará
no meu coração.)

Vozes Verbais

As vozes de um verbo estabelecem a relação entre o sujeito e a ação expressa por este verbo.
O sujeito pratica ou sofre a ação, isto é, o sujeito é agente ou paciente. Quando o sujeito é o agente,
temos a voz ativa (active voice) e, quando o sujeito é o paciente, temos a voz passiva (passive voice).
Para formar a voz passiva em inglês, usamos o verbo to be seguido do particípio passado do
verbo principal. Quando necessário, o agente da passiva é precedido pela preposição by. À
semelhança do Português, o objeto da voz ativa passa a ser o sujeito da voz passiva, e o sujeito da voz
ativa passa a ser o agente da voz passiva.
Quando se deseja passar uma frase da voz ativa para a voz passiva segue as seguintes regras:
● O objeto da voz ativa torna-se sujeito da voz passiva.
● O sujeito da voz ativa torna-se agente da passiva precedido por by quando for necessário.
● O verbo to be na voz passiva é conjugado sempre no mesmo tempo verbal do verbo principal
da voz ativa.
● O verbo principal da voz ativa passa para o particípio passado na voz passiva.

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Figura 18: Representação da passagem da voz ativa para passiva.

Figura 19: Representação da passagem do tempo verbal da voz ativa para passiva.

EXEMPLOS:
a) Voz ativa: Einstein proposed the theory of relativity. (Einstein propôs a teoria da relatividade.)
b) Voz passiva: The theory of relativity was proposed by Einstein. (A teoria da relatividade foi
proposta por Einstein.)

Infinitivo e Gerúndio

O infinitivo é a forma original do verbo, que pode aparecer com ou sem a partícula “to”.
Deve-se utilizar o infinitivo sem o “to” após:
• Os modais (can, could, must, should, may, might)
EXEMPLO:
You can work today. (Você pode trabalhar hoje.)

• Os verbos auxiliares “do” e “will”.


EXEMPLO:
He will call you tomorrow morning. (Ele te ligará amanhã de manhã.)

• As conjunções but e except.

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EXEMPLO:
My boss said I could do everything on the company except arrive late to work. (Meu chefe disse
que eu poderia fazer qualquer coisa na empresa, menos chegar atrasado para trabalhar.)

Usa-se o infinitivo com o “to” após:


• Os verbos: tell, invite, teach, want, invite, remind, wish, desire.
EXEMPLO:
I invited my sister to have lunch with me. (Eu convidei minha irmã para almoçar comigo.)

• Após adjetivos e após as palavras: too, enough, the first, the last, the only.
EXEMPLO:
You are too elderly to work on this company. (Você é muito velho para trabalhar nesta
empresa.)

O gerúndio é uma forma verbal caracterizada pela terminação “ing”.


• Essa forma verbal deve ser usada sempre: após preposições.
EXEMPLO:
There’s no hope of finding survivors. (Não há nenhuma esperança de se encontrar
sobreviventes.)

• Após os verbos: come, go, admit, avoid, appreciate, consider, continue, delay, detest, deny,
enjoy, escape, finish, imagine, keep, miss, practice, resist, suggest, stop, try, understand.
EXEMPLOS:
a) I enjoy listening to music. (Eu curto ouvir música.)
b) Go shopping requires time and money. (Ir às compras requer tempo e dinheiro.)
c) I continue studying day by day. (Eu continuo estudando dia a dia.)
d) I appreciate drinking hot cocoa during the winter. (Eu aprecio tomar chocolate quente durante
o inverno.)

• Após as expressões: Can’t stand (não pode suportar / tolerar)


EXEMPLO:
I can’t stand boring people. (Eu não tolero pessoas chatas.)

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● It’s worth (Vale a pena)
EXEMPLO:
It’s worth working on the weekends, I generally receive a lot of money. (Vale a pena trabalhar
nos finais de semana, eu geralmente recebo muito dinheiro.)

Existem, no entanto, alguns verbos (see, notice, feel, hear e observe) que podem ser seguidos
tanto pelo infinitivo quanto pelo gerúndio sem o “to”.
EXEMPLOS:
a) They heard the people talking. (Eles ouviram as pessoas conversando.)
They heard the people talk. (Eles ouviram as pessoas conversarem.)

Há também alguns verbos (advise, try, neglect, dislike, begin, forget, remember, hate, start,
attempt, continue, love, stop, try, allow, prefer) que podem ser seguidos de gerúndio ou infinitivo
com o “to”.
EXEMPLOS:
b) I started loving you. (Eu comecei a amar você.)
c) I started to love you. (Eu comecei a amar você.)

ARTIGO

Artigo é a classe de palavras que se antepõe ao substantivo para definir, limitar ou modificar
seu uso. Os artigos dividem-se em definido e indefinido.

Artigos Definidos

Os artigos definidos (definite articles, em inglês) são usados sempre que nos referimos a algo
específico ou que já foi mencionado em um discurso anterior. Na língua inglesa, existe apenas um
artigo definido, o the, que além de ser usado diante de substantivos no singular, é o único que pode
ser usado diante de substantivos no plural. Em português, ele é traduzido por o, a, os e as.
EXEMPLO:
The girls are playing. (As meninas estão brincando.)

Artigos Indefinidos

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Os artigos indefinidos (indefinite articles, em inglês) são usados quando nos referimos a algo
em geral, não especificado. Na língua inglesa existem dois artigos indefinidos, a e an, e eles apenas
podem ser usados diante de substantivos no singular.

• Artigo indefinido an: É usado antes de palavras que comecem com som de vogal.
EXEMPLO:
An apple (Uma maça)

• Artigo indefinido a: usado antes de palavras iniciadas por consoante. Importante não confundir
o artigo “a” em inglês com o artigo “a” em português.
EXEMPLO:
A bike (Uma bicicleta, e não “a bicicleta”)

SUBSTANTIVO

Substantivo é a classe de palavras que nomeia os seres em geral, objetos, lugares,


sentimentos, entre outros.
A língua inglesa subdivide os substantivos em dois principais grupos e classifica-os
como proper nouns (substantivos próprios) e common nouns (substantivos comuns).

Proper Nouns (Substantivos Próprios)

Nomeiam os seres de forma específica. Os substantivos próprios são, por exemplo, as


palavras que designam nomes de pessoas, lugares geográficos, dias da semana, meses, nomes de
marcas, títulos profissionais, etc.
EXEMPLOS:
a) Richard
b) Brazil (Brasil)
c) Chicago
d) March (março)
e) Thursday (quinta-feira)
f) Doctor (doutor)
g) President (presidente)

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Common Nouns (Substantivos Comuns)

Nomeiam os seres da mesma espécie. São substantivos que se referem a coisas em geral.
EXEMPLOS:
a) Bookstore (livraria)
b) City (cidade)
c) Museum (museu)

ADJETIVO

Os adjetivos (adjectives) são palavras que caracterizam os substantivos (seres, animais, objetos,
etc). Essa caracterização pode expressar qualidade, defeito, estado ou condição. Os adjetivos em inglês
podem variar no que diz respeito ao grau (comparativo/superlativo). No entanto, são invariáveis
relativamente ao gênero (masculino e feminino) e número (singular e plural). Ou seja, um mesmo
adjetivo é utilizado para caracterizar um substantivo no masculino, no feminino, no singular e no
plural.

Figura 20: Representação de alguns adjetivos.

Diferentemente do que acontece no português, na língua inglesa os adjetivos geralmente


aparecem antes do substantivo. No entanto, quando há verbos de ligação na frase, por exemplo, há
exceções.
EXEMPLO:
a) Mary and Jessica are happy. (Mary e Jessica estão felizes.)
b) I feel so bad. (Eu me sinto tão mal.)

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Quando as frases possuem pronomes indefinidos, os adjetivos devem ser posicionados depois
deles.
EXEMPLO:
There is someone sick in my classroom. (Há alguém doente na minha sala de aula.)

Os adjetivos geralmente são posicionados antes dos substantivos. No entanto, quando uma frase
possui mais de dois adjetivos, a seguinte ordem deve ser seguida:

Em Português:
opinião > tamanho > idade > formato > cor > origem > religião > material > propósito > nome

Em inglês:
opinion > size > age > shape > color > origen > religion > material > purpose > noun

EXEMPLOS:
a) My neighbor is a lovely old man. (Meu vizinho é um idoso adorável.)
b) He has a brand new red car. (Ele tem um carro vermelho novinho em folha.)

No inglês, os adjetivos são palavras que variam em grau (comparativo e superlativo):


● Grau normal: Representa a forma básica da palavra.
EXEMPLO:
The girl is beautiful. (A menina é bonita.)

● Grau comparativo: É formado pelas seguintes expressões:


as + adjective + as (tão ... quanto)
more + adjective + than (mais ... do que)
less + adjective + than (menos ... do que)

Nos casos onde o adjetivo é constituído por uma palavra curta, ou seja, com poucos caracteres,
o comparativo é formado através da adição do sufixo -er.
EXEMPLOS:
a) The girl is as beautiful as her mom. (A menina é tão bonita quanto a mãe dela.)
b) She is taller than her brother. (Ela é mais alta do que seu irmão.)

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● Grau superlativo: É formado pelas seguintes expressões:
the most (o/a mais ...) - expressa o grau superlativo de superioridade
the least (o/a menos ...) - expressa o grau superlativo de inferioridade

Em alguns casos, quando o adjetivo constitui uma palavra curta, ou seja, com poucos
caracteres, o superlativo é formado com o uso de the (o/a) antes do adjetivo e com a adição do sufixo
-est.
EXEMPLOS:
a) She is the least beautiful student in her class. (Ela é a aluna menos bonita da turma dela.)
b) She is the tallest in her classroom. (Ela é a mais alta da sala.)

PREPOSIÇÃO

As preposições em inglês (prepositions) são termos que funcionam como conectivos das
orações. São muito importantes para conectar as palavras de uma frase sejam substantivos ou
pronomes, estabelecendo uma ligação entre elas. Sendo assim, as preposições completam o sentido
das frases.
As principais e mais utilizadas preposições em inglês são:
● In - dependendo do contexto pode significar: dentro de; em; de; no e na.
● On - dependendo do contexto pode significar: sobre a; em cima de; acima de; em; no; na.
● At - dependendo do contexto pode significar: à; em; na; no.
● To - dependendo do contexto pode significar: para; a.
● For - dependendo do contexto pode significar: para; durante; por.
EXEMPLOS:
a) I study in the morning. (Eu estudo de manhã.)
b) She studies English on Tuesdays and Thursdays (Ela estuda inglês às terças e quintas.)
c) She has lunch at school every day. (Ela almoça na escola todos os dias.)
d) We are going to Canada. (Nós vamos para o Canadá.)
e) I’ve worked at school for four years. (Trabalhei na escola por quatro anos.)

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ADVÉRBIO

Os advérbios em inglês (adverbs) são palavras que modificam o verbo, o adjetivo ou o


advérbio. De acordo com o sentido que oferecem na frase eles são classificados em: advérbios de
tempo, modo, lugar, afirmação, negação, ordem, dúvida, intensidade, frequência e interrogativos.
Na composição dos advérbios em inglês, o adjetivo geralmente é ligado ao sufixo -ly, que na
língua portuguesa significa “mente”. Porém, essa regra não é aplicável em todos os tipos de advérbios.
O posicionamento de um advérbio em uma frase, por norma segue duas ordens básicas:

Adverb + verb + object (advérbio + verbo + objeto)


Verb + object + adverb. (verbo + objeto + advérbio)

Advérbios e Adjetivos (Adverbs and Adjectives)

Adjetivo é o termo que qualifica o substantivo ou pronome e Advérbio é o termo que modifica
os verbos, adjetivos e outros advérbios, ele aponta como, onde ou quando ocorreu algo.
• Josh is a very fast runner. (Josh é um corredor muito rápido.)
• Josh runs very fast. (Josh corre muito rápido.)
Em ambos os exemplos a palavra fast (rápido) é utilizada. No entanto, no primeiro caso, o
adjetivo qualifica o nome (runner), enquanto no segundo caso, o advérbio indica como ou de que
maneira Josh corre (very fast).

Figura 21: Representação de algumas classificações de advérbios.

39
CONJUNÇÕES

As conjunctions (conjunções), também chamadas de linking words têm a função de conectar


ideias e frases, de forma a manter a lógica de um discurso.

CURIOSIDADES!
Uma nova palavra é adicionada à língua inglesa a cada duas horas, aproximadamente.
Praticamente 4.000 palavras são acrescentadas ao dicionário por ano.

Algumas das mais usadas em inglês são: and (e), although (apesar de), but (mas), because
(porque), however (no entanto) e otherwise (caso contrário), entre outras.
EXEMPLOS:
a) She traveled by plane, although she was afraid of flying. (Ela viajou de avião, apesar de ter
medo de voar.)
b) He speaks German and Russian. (Ele fala alemão e russo.)
c) They are studying because they will have an important exam tomorrow. (Eles estão estudando
porque terão uma prova importante amanhã.)
d) She called him, but he didn’t answer the phone. (Ela telefonou para ele, mas ele não atendeu o
telefone.)
e) His vote, however, didn’t change anything. (O voto dele, no entanto, não mudou nada.)
f) If I had the money, I would buy a house. (Se eu tivesse dinheiro, eu compraria uma casa.)
g) Are they brothers or cousins? (Eles são irmãos ou primos?)
h) I really like my team, otherwise, I would have quit my job. (Eu realmente gosto da minha
equipe. Caso contrário, eu teria deixado o meu trabalho.)
i) Since the government quit the scholarship program, I will have to give up my research. (Já que
o governo acabou com o programa de bolsas, terei que desistir da minha pesquisa.)
j) He doesn’t speak English, so he had trouble finding a job. (Ele não fala inglês, por isso, teve
dificuldade de encontrar emprego.)

OBSERVAÇÕES:
Os pronomes são palavras que substituem ou acompanham os substantivos ou mesmo outro
pronome. A noção de número, embora alguns dos pronomes possuam a terminação em -s, isso não
significa, necessariamente, que estejam no plural, e o contrário também é válido, não é porque não

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terminam em -s que serão necessariamente singulares. É importante observar o contexto para poder
compreendê-los, sobretudo em relação aos pronomes mine, yours, his, hers, its e ours.

EXERCÍCIOS

1. In the sentence: “He has also set eternity in the hearts of men”, the verb is represented
in:
a) Simple present.
b) Simple past.
c) Present perfect.
d) Present progressive.
e) Nenhuma das alternativas.

2. Complete a frase abaixo com a flexão de Simple Past correta do verbo entre parênteses.
I _____________ the house three times yesterday. (to clean)
a) Cleaning.
b) Cleaned.
c) To clean.
d) Has cleaning.
e) Nenhuma das alternativas.

3. Read the text to answer question.


Paul: Mary, the party is tomorrow! Do we have everything we need? Mary: We have _____ juice, but
we should buy more. Paul: Do we need to buy bread? Mary: Well, we have some, I don’t know if it’s
enough. Paul: So let’s talk to Jen and ask for some advice.
Choose the alternative that best completes the text:
a) A lot of.
b) Many
c) Some.
d) An.
e) Nenhuma das alternativas.

41
BUSCANDO+
Vídeos:

✓ Saudações em Inglês | Cumprimentos em Inglês Greetings


https://youtu.be/DGvhHCn72E0

✓ Tempos Verbais em inglês


https://www.youtube.com/watch?v=HVYOjvibZPg

✓ Verbos Auxiliares em inglês | Modal Verbs


https://www.youtube.com/watch?v=RMsV1HWdP0I

PÍLULA DO CONHECIMENTO

Esse item se trata de uma metodologia disponibilizada em nossa plataforma, a qual você poderá acessar
e aprender sobre conceitos importantes referentes aos conteúdos abordados nesta apostila. Acesse
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GABARITO

QUESTÃO ALTERNATIVA
1 C
2 B
3 A

REFERÊNCIAS

TORRES, Nelson. Gramática “O Inglês Descomplicado”. 10 ed. Rio de Janeiro: Saraiva, 2007.

MURPHY, R. English Grammar in Use. Cambridge: Cambridge University Press, 2000.

SOUZA; A.G.F... [et AL.]. Leitura em língua inglesa: uma abordagem instrumental. São Paulo:
Disal, 2005.

DIAS, R; JUCÁ, L; FARIA, R. High up 2: ensino médio. Cotia, SP: Macmillian, 2013.

42
RIACHO FUNDO 02, QN 05 “A” CJ “02” LOTE “10” – BRASÍLIA/DF
ORIENTAÇÕES DE LEITURA
O componente curricular LÍNGUA PORTUGUESA foi elaborado com alguns TÓPICOS e
ITENS especiais que precisam ser destacados para melhor compreensão de leitura e contextualização
dos conteúdos abordados.

TÓPICOS ESPECIAIS E ITENS DE ESTUDO

• O cursista encontrará na apostila alguns tópicos estruturados sem seções com finalidades
específicas chamados TÓPICOS ESPECIAIS.
• Além desses tópicos, o cursista também encontrará alguns ITENS DE ESTUDO que irão
proporcionar dinâmica a leitura e melhor compreensão dos assuntos abordados.

TÓPICOS ESPECIAIS

EXERCÍCIOS
Se trata de um tópico especial contendo aplicações teórico-práticas em formato de exercícios de
múltipla escolha elaborados para o estudante pensar, analisar e abstrair conceitos estudando exemplos
que relacionam a teoria com a prática em cada componente curricular.

BUSCANDO+
Se trata de um tópico especial contendo algumas indicações de estudo, por meio de sugestões de Links,
livros, sites, vídeos e outros meios que possam ser acessados pelo cursista, como forma de estudo
suplementar ou de aprofundamento dos conteúdos ministrados em cada componente curricular.

PÍLULA DO CONHECIMENTO
São pequenos componentes educacionais (textos, vídeos, áudios, animações) que disponibilizamos
com intuito de agregar conteúdo, contextualizar o aprendizado e fortalecer a retenção do conhecimento
de forma objetiva e orgânica, melhorando o desempenho de nossos estudantes e profissionais. Um
recurso educacional utilizado para suportar um processo de aprendizagem rápido, porém constante.

“A pílula do conhecimento poderá ser aplicada como complementação teórica e prática dos nossos
cursos, como ferramenta de memorização e revisão de conteúdo sobre os aspectos mais importantes
do curso e/ou como reforço das ações de aprendizagem presenciais”.
GABARITO
Respostas dos exercícios propostos.

ITENS DE ESTUDO

CURIOSIDADES!
Item de estudo utilizado para expor acontecimentos, fatos e casos curiosos relacionados com algum
tema abordado.

“Momento de atiçar a curiosidade do estudante, propondo conceitos, fatos e situações curiosas


referente aos assuntos que estão sendo estudados”.

OBSERVAÇÕES:
Item de estudo utilizado para complementar e destacar ideias e informações importantes sobre os
conteúdos abordados.

“Momento de fazer o estudante refletir sobre algum tema específico que deve ser destacado,
lembrado ou anotado como uma observação importante”.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO____________________________________________________________________ 08
ÁREAS DA COMUNICAÇÃO________________________________________________________ 08
● Linguagem_________________________________________________________________ 08
● Língua_____________________________________________________________________ 09
● Fala_______________________________________________________________________ 09
● Nível Coloquial Popular______________________________________________________ 10
● Nível Formal Culto__________________________________________________________ 10
● Variedade Padrão e Variedade Não Padrão______________________________________ 10
VARIAÇÃO LINGUÍSTICA__________________________________________________________ 12
● Tipos de Variações Linguísticas________________________________________________ 12
● Preconceito Linguístico_______________________________________________________ 13
FONEMA_________________________________________________________________________ 14
● Tipos de Fonemas____________________________________________________________14
● Fonologia __________________________________________________________________ 15
ENCONTROS VOCÁLICOS_________________________________________________________ 15
● Ditongo____________________________________________________________________ 15
● Semivogal__________________________________________________________________ 15
● Tritongo___________________________________________________________________ 16
● Hiato______________________________________________________________________ 16
CLASSIFICAÇÃO DAS PALAVRAS QUANTO AO NÚMERO DE SÍLABAS__________________ 16
● Monossílabas_______________________________________________________________ 16
● Dissílabas__________________________________________________________________ 17
● Trissílabas_________________________________________________________________ 17
● Polissílabas_________________________________________________________________ 17
● Dígrafo ____________________________________________________________________17
ORTOGRAFIA____________________________________________________________________ 17
● O Alfabeto_________________________________________________________________ 17
● Uso do X e do CH____________________________________________________________18
● Uso do H___________________________________________________________________ 18
● Uso do S e do Z______________________________________________________________18
● Uso do G e do J_____________________________________________________________
19
MORFEMA_______________________________________________________________________ 19
● Radical____________________________________________________________________ 19
● Afixos_____________________________________________________________________ 20
TIPOLOGIA TEXTUAL______________________________________________________________20
● Texto Narrativo_____________________________________________________________21
● Texto Descritivo____________________________________________________________ 21
● Texto Dissertativo (Expositivo e Argumentativo)_________________________________ 21
● Texto Explicativo (Injuntivo e Prescritivo)______________________________________ 22
DOMÍNIO DA NORMA PADRÃO DA LÍNGUA ESCRITA_________________________________23
COMPREENSÃO DA PROPOSTA____________________________________________________23
COMPETÊNCIA DE ORGANIZAÇÃO E RELAÇÃO DE INFORMAÇÕES____________________24
O QUE É LITERATURA? ____________________________________________________________25
A PLURALIDADE DE SENTIDOS EM UM TEXTO_______________________________________26
• Plurissignificação___________________________________________________________ 26
• Denotação_________________________________________________________________ 27
• Conotação__________________________________________________________________27
EXERCÍCIOS_____________________________________________________________________ 27
BUSCANDO+____________________________________________________________________ 28
PÍLULA DO CONHECIMENTO______________________________________________________ 29
GABARITO_______________________________________________________________________29
REFERÊNCIAS____________________________________________________________________29

24
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INTRODUÇÃO

A fala, que sempre está ligada pelas regras sociais ditas da língua, é considerada ampla por
permitir uma atividade criativa da comunicação. Quando falamos sobre língua, podemos entendê-la
como um instrumento de comunicação regido por regras gramaticais que asseguram que determinado
grupo de falantes sejam capazes de produzir enunciados que irão lhes permitir comunicar-se e
compreender-se.
A língua tem caráter social. É de todo um conjunto de pessoas, que podem conduzir sobre ela.
Qualquer parte da comunidade pode escolher por esta ou aquela forma de se comunicar. Por outra
situação, não há outra possibilidade de criar uma língua pessoal e exigir que as outras pessoas a
interpretem. Sendo assim, cada um pode usar a língua de maneira particular, ocasionando a fala.
Dessa maneira, o modo como cada um se expressa deve ser considerado e registrado como a
forma da fala de cada indivíduo. Contudo, essas manifestações de dizeres devem respeitar às regras
convencionais da língua portuguesa, para não correr o risco de produzir afirmações inatingíveis.
Neste material buscaremos proporcionar aos leitores e estudantes temas e assuntos importantes
que são abordados tanto na disciplina de Língua Portuguesa, quanto nas disciplinas de Redação e
Literatura.
O Componente Curricular de LÍNGUA PORTUGUESA, está inserido na Área do
Conhecimento de LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS. Neste material, veremos
assuntos relacionados ao MÓDULO I, equivalente a 1ª SÉRIE do ENSINO MÉDIO.

ÁREAS DA COMUNICAÇÃO

A linguagem pode ser considerada como a capacidade estritamente humana capaz de manifestar
algo, visando à expressão de sentimentos, à manifestação de desejos e opiniões, à troca de informações
entre diferentes culturas, dentre outros procedimentos.

Linguagem

A linguagem é um sistema de signos ou símbolos usados na transmissão de uma mensagem. É


a capacidade de comunicação de ideias, pensamentos, opiniões, sentimentos, experiências, desejos e
informações. Existem dois tipos de linguagem: linguagem verbal, recorrendo a palavras como forma

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de comunicação, e linguagem não verbal, utilizando outros meios comunicativos, como gestos, sons e
imagens.

OBSERVAÇÕES:
Linguagem verbal e não verbal
✓ Linguagem verbal: palavras escritas; palavras faladas.
✓ Linguagem não verbal: gestos; sinais; sons; cores; imagens; desenhos; expressões faciais.

Língua

A língua é um conjunto de palavras organizadas por regras gramaticais específicas. É uma


convenção que permite que a mensagem transmitida seja sempre compreensível para os indivíduos de
um determinado grupo.

OBSERVAÇÕES:
A língua tem um caráter social e cultural, sendo usada por uma comunidade específica,
exemplo:
● Língua portuguesa;
● Língua inglesa;
● Língua francesa;
● Língua alemã; Língua chinesa.

Fala
A fala é a forma pessoal de expressão de cada indivíduo, que possui uma organização própria
de pensamentos, ideias e opiniões. A fala segue as regras gramaticais da língua, mas deixa margem
para a criatividade e diferenciação na comunicação em função de quem fala.

OBSERVAÇÕES:
Os níveis da fala são influenciados, pelo contexto, vivências, personalidade e conhecimentos
linguísticos do falante, apresentando diversos níveis, desde o mais informal ou coloquial, até o mais
formal ou culto.
EXEMPLOS DE NÍVEIS DA FALA:
● Nível formal ou culto;
● Nível informal, coloquial ou popular;

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● Nível regional;
● Nível vulgar;
● Nível técnico ou profissional;
● Nível literário ou artístico.

Há uma característica individual da fala, por isso observamos variados níveis.


Vejamos dois deles:
● Nível coloquial popular;
● Nível formal culto.

Nível Coloquial Popular

É uma fala mais utilizada na rotina das pessoas, constantes nas situações informais. É mais
usada na fala espontânea, a maioria dos indivíduos não se preocupam com a forma culta da língua ao
falar em um ambiente não-formal.
EXEMPLO DE NÍVEL COLOQUIAL POPULAR:
✓ “Xaxado, já imaginô se nóis dois fosse astrornata?”.

Nível Formal Culto

Existe nesse nível preocupação com a forma correta das regras gramaticais da nossa língua.
Geralmente utilizada em situações formais. Há cautela com o vocabulário e obediência com a norma
culta da língua.

OBSERVAÇÕES:
Nível formal culto
“A busca para compreender o cérebro humano acaba de dar um passo importante. Um estudo
publicado na revista americana "Science" apresentou o primeiro modelo computacional do cérebro
capaz de simular comportamentos humanos complexos, como realizar somas e completar séries de
números”.

Variedade Padrão e Variedade Não Padrão

As variedades linguísticas são variações que uma língua apresenta de acordo com as condições
sociais, culturais, regionais e históricas em que é utilizada.

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Figura 1: A charge acima, é exemplo de um diálogo entre o aluno e a professora. No qual, o aluno
está usando a variedade não padrão para se comunicar.

Variedade padrão, língua padrão ou norma culta

Baseada no “modo de falar e escrever” dos grupos que detém domínio da norma culta;
caracteriza-se pelo uso de estruturas frasais mais complexas, pelo vocabulário mais elaborado e pela
observância às regras da gramática normativa.

Variedade não padrão, língua não padrão

Mais espontânea e empregada em situações informais do dia a dia e caracterizada pelo emprego
de frases de estrutura simples, pela pouca (ou nenhuma) observância às regras da gramática normativa,
pelo vocabulário mais comum e pela presença de frases feitas, expressões populares e gírias.
Empregamos a variedade não padrão quando nos comunicamos de maneira mais informal e espontânea
com nossos familiares, vizinhos, colegas e amigos.

Figura 2: No esquema acima, trata-se sobre a variedade padrão e não padrão.

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VARIAÇÃO LINGUÍSTICA
As variações linguísticas reúnem as variantes da língua que foram criadas pelos homens e são
reinventadas a cada dia. Dessas reinvenções surgem as variações que envolvem diversos aspectos
históricos, sociais, culturais, geográficos, entre outros. No Brasil, é possível encontrar muitas variações
linguísticas na linguagem regional.

Tipos de Variações Linguísticas

Há diversos tipos de variações linguísticas segundo o campo de atuação:

Variação geográfica ou diatópica

Está relacionada com o local em que é desenvolvida, tal como as variações entre o português
do Brasil e de Portugal, chamadas de regionalismo.

Figura 3: Exemplo de uma variação geográfica.

Variação histórica ou diacrônica

Ela ocorre com o desenvolvimento da história, tal como o português medieval e o atual.

Figura 4: Exemplo de variação histórica ou diacrônica.

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Variação social ou diastrática

É percebida segundo os grupos (ou classes) sociais envolvidos, tal como uma conversa entre
um orador jurídico e um cidadão comum, sem conhecimentos jurídicos.

Figura 5: Exemplo de uma variação social.

Variação situacional ou diafásica

Ocorre de acordo com o contexto, por exemplo, situações formais e informais. As gírias são
expressões populares utilizadas por determinado grupo social.

Figura 6: Exemplo de gíria, usando gestos da língua de sinais.

Preconceito Linguístico

O preconceito linguístico está intimamente relacionado com as variações linguísticas, uma vez
que ele surge para julgar as manifestações linguísticas ditas "superiores".

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Para pensarmos nele não precisamos ir muito longe, pois em nosso país, embora o mesmo
idioma seja falado em todas as regiões, cada uma possui suas peculiaridades que envolvem diversos
aspectos históricos e culturais.
Sendo assim, a maneira de falar do norte é muito diferente da falada no sul do país. Isso ocorre
porque nos atos comunicativos, os falantes da língua vão determinando expressões, sotaques e
entonações de acordo com as necessidades linguísticas. De tal modo, o preconceito linguístico surge
no tom de deboche, sendo a variação apontada de maneira pejorativa e estigmatizada.
Quem comete esse tipo de preconceito, geralmente tem a ideia de que sua maneira de falar é
correta e, ainda, superior à outra.

FONEMA

Os fonemas são os sons produzidos pelos falantes e representam as unidades sonoras que
formam as palavras de uma língua.
Os seres humanos produzem sons que se articulam, juntam-se e formam as palavras. Para
representar graficamente os sons, utilizamos as letras.
É importante que se compreenda a diferença entre as letras e os fonemas.
● Fonemas sonoros: sons que fazem vibrar as pregas vocais;
● Fonemas surdos: sons que não fazem vibrar as pregas vocais;
● Fonemas orais: sons liberados apenas pela boca;
● Fonemas nasais: sons liberados pela boca e pelo nariz.

Tipos de Fonemas

Vogais

Sons que passam pela boca livremente. Temos cinco vogais: A, E, I, O, U. Elas
são consideradas como sendo a base das sílabas da Língua Portuguesa.

Semivogais

São os fonemas / i / e / u / quando são pronunciados ao lado de outras vogais e em uma


mesma sílaba. A semivogal / i / pode ser representada pelas letras 'i' e 'e', e a semivogal 'u' pode ser
representada pelas letras 'u' e 'o' na Língua Portuguesa.

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Consoantes

Sons que encontram obstáculos ao passar pela boca. Temos 19 consoantes: B, C, D, F, G, J, K,


L, M, N, P, Q, R, S, T, V, W, X, Z. A letra 'H' é diacrítica, ou seja, não é considerada consoante pelo
fato de não representar, sozinha, nenhum fonema.

Fonologia

A fonologia é o ramo da Linguística que estuda o sistema sonoro de um idioma e a função que
os sons da língua desempenham no sistema de comunicação linguística, sua organização e
classificação. Seu principal objeto de estudo são os fonemas, menor unidade sonora das palavras.
Classificação das palavras segundo a posição da sílaba tônica:
● Oxítonas: quando a sílaba tônica é a última sílaba da palavra. Exemplos: chapéu, maracujá,
Corumbá.
● Paroxítonas: quando a sílaba tônica é a penúltima sílaba da palavra. Exemplos: secretária,
biquíni, táxi.
● Proparoxítonas: quando a sílaba tônica é a antepenúltima sílaba da palavra. Exemplos:
exército, míope, plástico.

ENCONTROS VOCÁLICOS

Ditongo

É o encontro na mesma sílaba entre uma vogal e uma semivogal.


EXEMPLOS DE DITONGO:
a) Caixa (Cai-xa).
b) Mau (mau).

Semivogal

As semivogais são aquelas que aparecem juntas ao núcleo silábico, a vogal. São semivogais
porque ao se juntar com uma vogal forma uma única sílaba. A semivogais não são pronunciadas com
tanta intensidade como as vogais.
Geralmente, são as letras “i” e “u” que assumem a função de semivogais.

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Tritongo

No tritongo, há a presença de duas semivogais e uma vogal. Como já foi dito, a vogal é o núcleo
da sílaba, logo, o tritongo apresenta-se assim:

Semivogal + vogal + semivogal


EXEMPLOS DE TRITONGO:
Paraguai, Saguão

Hiato

O hiato é o encontro de dois sons vocálicos, que embora estejam juntos na palavra, pertencem
a sílabas diferentes. Isso acontece porque na mesma sílaba não pode haver dois núcleos.
EXEMPLOS DE HIATO:
saúde, saída, baú

OBSERVAÇÕES:
Na hora da divisão silábica, os ditongos e os tritongos permanecem na mesma sílaba, enquanto
no hiato as vogais ficam em sílabas diferentes.

CLASSIFICAÇÃO DAS PALAVRAS QUANTO AO NÚMERO DE


SÍLABAS

Com relação ao número de sílabas, as palavras podem ser classificadas em monossílabas,


dissílabas, trissílabas e polissílabas. As sílabas são fonemas (sons) ou grupos de
fonemas pronunciados por meio de apenas uma emissão sonora.
Vejamos, a seguir, cada uma delas:

Monossílabas

Palavras formadas por uma única sílaba.


EXEMPLOS DE MONOSSÍLABAS:
pó, fé, sul, má, pá

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Dissílabas

Palavras formadas por duas sílabas.


EXEMPLOS DE DISSÍLABAS:
mala, café, sujo, chulé, time, bolsa

Trissílabas

Palavras formadas por três sílabas.


EXEMPLOS DE TRISSÍLABAS:
maldade, saudade, príncipe, mochila, ônibus

Polissílabas

Palavras formadas por quatro ou mais sílabas.


EXEMPLOS DE POLISSÍLABAS:
terremoto, cinderela, estremecer, tagarela, precipício

Dígrafo

O dígrafo é quando duas letras emitem um único som.


EXEMPLOS DE DÍGRAFO:
Observe e repita essas palavras observando os sons dos dígrafos:

assar, banho, arroz, querido.

ORTOGRAFIA

A Ortografia estuda a forma correta de escrita das palavras de uma língua. Além de ser
influenciada pela etimologia e fonologia das palavras, na ortografia existem convenções entre os
falantes de uma mesma língua que visam unificar a sua ortografia oficial. Trata-se dos acordos
ortográficos.

O Alfabeto

A escrita é possível graças aos sinais gráficos ordenados que transcrevem os sons da linguagem.
Na nossa cultura, esses sinais são as letras, cujo conjunto é chamado de alfabeto.

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A língua portuguesa tem 26 letras, três das quais são usadas em casos especiais: K, W e Y.
Alguns casos que se empregam as letras K, W e Y.
● Siglas e símbolos: kg (quilograma), km (quilômetro), K (potássio).
● Palavras estrangeiras não adaptadas para o português: feedback, hardware, hobby.

Uso do X e do CH

O x é utilizado nas seguintes situações:


● Geralmente, depois dos ditongos: caixa, deixa, peixe.
● Depois da sílaba -me: mexer, mexido, mexicano.
● Palavras com origem indígena ou africana: xará, xavante, xingar.
● Depois da sílaba inicial -en: enxofre, enxada, enxame.
Exceções:
1) A palavra "mecha" (porção de cabelo) escreve-se com ch.
2) O verbo "encher" escreve-se com ch. O mesmo acontece com as palavras que dele derivem:
enchente, encharcar, enchido.

Uso do H

O h é utilizado nas seguintes situações:


● No final de algumas interjeições: Ah!, Oh!, Uh!
● Por força da etimologia: habilidade, hoje, homem.
● Nos dígrafos ch, lh, nh: flecha, vermelho,manhã.
● Nas palavras compostas: mini-hotel, sobre-humano, super-homem.
Exceção:
A palavra Bahia quando se refere ao estado é uma exceção. O acidente geográfico "baía" é
grafado sem h.

Uso do S e do Z

O s é utilizado nas seguintes situações:


● Nos adjetivos terminados pelos sufixos -oso / -osa que indicam grande quantidade, estado ou
circunstância: bondoso, feiosa, oleoso.
● Nos sufixo -ês, -esa, -isa que indicam origem, título ou profissão: marquês, francesa, poetisa.
● Depois de ditongos: coisa, maisena, lousa.

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● Na conjugação dos verbos pôr e querer: pôs, quis, quiseram.
O z, por sua vez, é utilizado nas seguintes situações:
● Nos sufixos -ez / -eza que formam substantivos a partir de adjetivos: magro - magreza, belo -
beleza, grande - grandeza.
● No sufixo - izar, que forma verbo: atualizar, batizar, hospitalizar.

Uso do G e do J

O g é utilizado nas seguintes situações:


● Nas palavras que terminem em -ágio, -égio, -ígio, -ógio, -úgio: presságio, régio, litígio, relógio,
refúgio.
● Nos substantivos que terminem em -gem: alavancagem, vagem, viagem.
O j, por sua vez, é utilizado nas seguintes situações:
● Palavras com origem indígena: pajé, jerimum, canjica.
● Palavras com origem africana: jabá, jiló, jagunço.

MORFEMA

Morfemas são as unidades significativas mínimas que, ao se unirem, compõem cada palavra,
formando um termo semântico.
Os morfemas são compostos por: radical e afixos.

Radical

O radical, também chamado de “base” é um constituinte que designa a ideia básica da palavra
e, a partir do qual, novos vocábulos são formados.
EXEMPLO:
Veja a seguir, o exemplo de radical:
dúvida – duvidosa – indubitável

OBSERVAÇÕES:
Há vocábulos constituídos de apenas um radical: céu, luz.

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Afixos

Os afixos são morfemas que se unem à base, por meio da qual novas palavras são formadas.
Segmentam-se em: prefixo e sufixo.

Prefixo

Morfema que se posiciona a frente do radical: repisar (re + pisar): prefixo que indica a repetição
de algo. O verbo, em questão, significa, no sentido literal, pisar novamente e, no conotativo, dizer
variadas vezes. Essa mesma ideia se faz presente em: repensar, reavaliar, rememorar.

Sufixo

Morfema que se coloca após o radical: operário (operar + ário): sufixo que designa um
profissional ou uma função exercida, nesse caso, aquele que tem a função de operar algo. Outros
exemplos: voluntário, estagiário, veterinário.

TIPOLOGIA TEXTUAL

Quando falamos de texto, seja ele escrito ou oral, sabemos que este constitui uma unidade de
sentido. Tudo que falamos ou possivelmente escrevemos, resultará em uma organização de sentido e
de encadeamento coerente entre as ideias.
Contudo, ao ser produzido, esse texto irá estabelecer uma relação com outros textos,
repercutindo assim, uma voz de quem o produz, ao mesmo tempo, outras vozes, as quais
corresponderão a textos de diferentes tempos históricos, grupos sociais até mesmo ideologias. Há
então, neste sentido, diálogo constante estabelecido entre os sentidos construídos.
As tipologias textuais, também chamadas de tipos textuais ou tipos de texto, são as diferentes
formas que um texto pode apresentar. Os aspectos constitutivos de um texto divergem mediante a
finalidade do texto: contar, descrever, argumentar, informar.

OBSERVAÇÕES:
Diferentes tipos de texto apresentam diferentes características: estrutura, construções frásicas,
linguagem, vocabulários, tempos verbais, relações lógicas, modo de interação com o leitor.

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Texto Narrativo

A principal finalidade de um texto narrativo é contar uma história através de uma sequência de
ações reais ou imaginárias. A narração da história é construída a volta de elementos narrativos, como
o espaço, tempo, personagem, enredo e narrador.
EXEMPLO:
Texto narrativo:
✓ Contos;
✓ Fábulas;
✓ Depoimentos;
✓ Relatos;
✓ Romance.

Texto Descritivo

A principal finalidade de um texto descritivo é apresentar a descrição pormenorizada de algo


ou alguém, levando o leitor a criar uma imagem mental do objeto ou ser descrito. A descrição pode ser
mais objetiva ou mais subjetiva, focando apenas aspectos mais importantes ou também detalhes
específicos.
Os textos descritivos são a existência de passagens descritivas inseridas em textos narrativos,
havendo uma pausa na narração para a descrição de um objeto, pessoa ou lugar.
EXEMPLO:
Texto descritivo:
✓ Folhetos turísticos;
✓ Cardápios de restaurantes;
✓ Classificados.

Texto Dissertativo (Expositivo E Argumentativo)

A principal finalidade de um texto dissertativo é informar e esclarecer o leitor através da


exposição clara de um determinado assunto ou tema.
Os textos dissertativos podem ser expositivos ou argumentativos. Um texto dissertativo-
expositivo visa apenas expor um ponto de vista, não havendo a necessidade de convencer leitor. Já o
texto dissertativo-argumentativo visa persuadir e convencer o leitor a concordar com a tese
defendida.

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EXEMPLO:
Texto dissertativo-expositivo:
✓ Enciclopédias;
✓ Resumos escolares;
✓ Jornais;
✓ Verbetes de dicionário.
EXEMPLO:
Texto dissertativo-argumentativo:
✓ Artigos de opinião;
✓ Manifestos;
✓ Sermões.

Texto Explicativo (Injuntivo E Prescritivo)

A principal finalidade de um texto explicativo é instruir o leitor acerca de um procedimento.


Fornece uma informação que condiciona a conduta do leitor, incitando-o a agir.
Os textos explicativos podem ser injuntivos ou prescritivos. Os textos explicativos injuntivos
possibilitam alguma liberdade de atuação ao leitor, enquanto os textos explicativos prescritivos exigem
que o leitor proceda de uma determinada forma.
EXEMPLO:
Texto explicativo injuntivo:
✓ Receitas culinárias;
✓ Manuais de instruções;
✓ Bula de remédio.
EXEMPLO:
Texto explicativo prescritivo:
✓ Leis;
✓ Cláusulas contratuais;
✓ Edital de concursos públicos.

OBSERVAÇÕES:
Na elaboração de um texto, apresentam-se textos de natureza narrativo, descritivo, dissertativo
argumentativo, expositivo e injuntivo.

22
DOMÍNIO DA NORMA PADRÃO DA LÍNGUA ESCRITA

A língua portuguesa, na modalidade da escrita padrão, há certas normas para ser escrita que
são estipuladas ou compartilhadas por determinado grupo. Isso faz com que a língua escrita vá se
transformando com o passar do tempo, porém, em uma escala de velocidade bem menor do que ocorre
na fala.
Na comunicação informal existem regras que devem ser compreendidas, pelo menos por quem
as escreve ou quem as lê. Em uma mensagem, por exemplo, como “dlc” pode ser alterada por “delícia”,
o que oficialmente alguém, fora do meio linguístico informal, conseguirá entender. Logo certas regras
de domínio da norma-padrão da língua escrita devem ser vistas e aprendidas para assim, a escrita
apresentar-se compreensivelmente e também poder se comunicar.
Na peculiaridade da escrita, vários exames educacionais no país e principalmente o Enem,
exige que se utilize a norma culta, pois a sua escrita se dirigirá a um público específico, seleto
entendedores das regras. Além disso, ao cumprir esse papel de se escrever bem, o seu domínio na
modalidade escrita estará certificando seu conhecimento das regras estabelecidas dentro da língua
portuguesa. Ter apenas o conhecimento não basta, é preciso que você demostre o domínio e a utilize
de maneira aceitável a escrita formal.

COMPREENSÃO DA PROPOSTA

Saber expor uma tese é fundamental e necessário para uma boa redação. A tese a ser defendida,
neste caso, é demarcada por um tema que é presente na proposta de redação, sendo esta a ser
desenvolvida na forma de texto dissertativo argumentativo, ou seja, um texto no qual apresenta, por
meio da argumentação, um posicionamento de uma ideia a ser defendida em uma tese.
● Leia com atenção a proposta da redação e os textos motivadores, para compreender bem o
que está sendo solicitado.
● Evite ficar preso às ideias desenvolvidas nos textos motivadores, porque foram apresentadas
apenas para despertar uma reflexão sobre o tema.
● Não copie trechos dos textos motivadores. Lembre-se de que eles foram apresentados apenas
para despertar seus conhecimentos sobre o tema. Além disso, a recorrência de cópia é
avaliada negativamente e fará que seu texto tenha uma pontuação mais baixa.

23
● Reflita sobre o tema proposto, para definir qual será o foco da discussão, isto é, para decidir
como abordá-lo, qual será o ponto de vista adotado e como defendê-lo.
● Utilize informações de várias áreas do conhecimento, demostrando que você está atualizado
em relação ao que acontece com o mundo.
● Mantenha-se dentro do limite do tema proposto, tomando cuidado para não fugir da proposta.

OBSERVAÇÕES:
Quando for realizar uma redação fique atento ao tema proposto e a tipologia textual que se
pede. Faça uma leitura atenta. Principalmente analise a coesão e a coerência de seu texto, verifique
se ele encaixa na estrutura e na proposta.

COMPETÊNCIA DE ORGANIZAÇÃO E RELAÇÃO DE INFORMAÇÕES

Ao escrevermos um texto, queremos transmitir um ponto de vista. Para isso, o uso da


argumentação correta e da organização dos fatos, é essencial para sermos melhor compreendidos
naquilo que queremos repassar. Portanto, a maneira como selecionamos, relacionamos, organizamos
e interpretamos fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista, devem ser colocados de
maneira bem clara, para que o leitor possa compreender a posição que assumimos diante da proposta
apresentada.
A compreensibilidade de um texto se dá através da relação de sentido entre as partes do texto,
da precisão vocabular, da seleção de argumentos, da progressão temática adequada ao
desenvolvimento do tema e do desenvolvimento dos argumentos.
Nesse caso, a competência de organização e a relação de informações será baseada na coerência
das ideias apresentadas, garantindo assim, uma antecipação de um bom projeto de texto a ser colocado
no papel.
No Manual do Candidato do Enem, a compreensibilidade de um texto se dá através de:
● Relação de sentido entre as partes do texto.
● Precisão vocabular.
● Seleção de argumentos.
● Progressão temática adequada ao desenvolvimento do tema, revelando que a redação foi
planejada e que as ideias desenvolvidas são, pouco a pouco, apresentadas, de forma
organizada, em uma ordem lógica.

24
● Desenvolvimento dos argumentos, com a explicitação da relevância das ideias apresentadas
para a defesa do ponto de vista definido.

CURIOSIDADES!
O que é projeto de texto?
Portanto, para manter um texto organizado e com informações selecionadas, sua tese tem de
ser clara, demonstrando objetividade, sustentação na argumentação, conexão entre as ideias a serem
defendidas e explanar as informações. Assim sendo, deixará claro ao leitor qual seu ponto de vista a
ser defendido dentro do tema proposto.

O QUE É LITERATURA?

A literatura, como manifestação artística, tem por finalidade recriar a realidade a partir da visão
de determinado autor (o artista), com base em seus sentimentos, seus pontos de vista e suas técnicas
narrativas. O que difere a literatura das outras manifestações é a matéria-prima: a palavra que
transforma a linguagem utilizada e seus meios de expressão. Porém, não se pode pensar ingenuamente
que literatura é um “texto” publicado em um “livro”, porque sabemos que nem todo texto e nem todo
livro publicado são de caráter literário.
Logo, o que definiria um texto “literário” de outro que não possui essa característica? Essa é
uma questão que ainda gera discussão em diversos meios, pois não há um critério formal para definir
a literatura a não ser quando contrastada com as demais manifestações artísticas (evidenciando sua
matéria-prima e o meio de divulgação) e textuais (evidenciando um texto literário de outro não
literário).
Segundo José de Nicola (1998:24), o que torna um texto literário é a função poética da
linguagem que “ocorre quando a intenção do emissor está voltada para a própria mensagem, com as
palavras carregadas de significado.” Além disso, Nicola enfatiza que não apenas o aspecto formal é
significativo na composição de uma obra literária, como também o seu conteúdo.
“O que é literatura?” é antes de tudo uma pergunta histórica. O que conhecemos por literatura
não era o mesmo que se imaginava há, por exemplo, duzentos anos quando, na Europa, o gênero
literário “romance” começou a se desenvolver graças ao desenvolvimento dos jornais, que possibilitou
uma maior divulgação do gênero, mudando o que se entendia a respeito do assunto.

25
Se antes as “belas letras” eram compostas por composições em verso que seguiam uma
estrutura formal de acordo com critérios estabelecidos desde a antiguidade, agora, com o advento e a
popularização do romance, a forma de se entender a literatura foi modificada e novos gêneros textuais
foram ganhando espaço. Exemplo disso, é que, no século XX houve a atribuição de alguns gêneros
considerados “menores” como cartas, biografias e diários à categoria “literária”.

CURIOSIDADES!
Um dos registros mais antigos que se tem acerca do tema deve-se a Aristóteles, pensador grego
que viveu entre 384 e 322 (A. C.). Aristóteles elaborou um conjunto de anotações em que buscava
analisar as formas da arte e da literatura de seu tempo. Para isso, o pensador elaborou a teoria de que
a poesia (gênero literário por excelência da época) era “técnica” aliada à “mimese” (imitação),
diferenciando os gêneros trágico e épico do cômico e satírico e, por fim, do lírico. Segundo o filósofo,
o que difere a arte literária, representada pela poesia, dos textos investigativos em prosa é a qualidade
universal que a imitação permite. Ao imitar o que é diferente (épico e tragédia), o que é inferior
(comédia e sátira) e o que está próximo (lírico), o artista cria, isto é, “ficção”, inventando histórias
genéricas, porém verossímeis.

A PLURALIDADE DE SENTIDOS EM UM TEXTO

Figura 7: Exemplo de pluralidade dos sentidos.

Plurissignificação

As palavras não apresentam um sentido único. Dependendo da forma como são utilizadas ou
da situação em que são empregadas, podem assumir sentidos diferentes. Empregadas em determinados
contextos, elas ganham sentidos novos, figurados, carregados de valores afetivos ou sociais.

26
Denotação

É quando a palavra é empregada no seu sentido real, comum, literal. É usado na linguagem
científica, informativa, sem preocupação literária.
EXEMPLO DE DENOTAÇÃO:
✓ Gosto de estudar à noite (noite sentido de período noturno).

Conotação

Temos conotação quando a palavra assume um sentido fora do costumeiro, um sentido


figurado, poético. A conotação é muito usada na linguagem literária.
EXEMPLO DE CONOTAÇÃO:
✓ Há dias que amanhecem noite (noite no sentido de tristeza, sombrio).

EXERCÍCIOS

1. Assinale a alternativa cujas palavras sejam formadas por apenas uma sílaba:
a) Sol, rua, pé.
b) Baú, pá, sim.
c) Não, pé, flor.
d) Mar, quem, baú.
e) Flor, mão, baú.

2. Analise a frase abaixo e preencha as lacunas na ordem em que aparecem as opções das
alternativas a seguir:

“Pedi para ele não me_____er na cai______a que estava fe_____ada”.

A alternativa que preenche corretamente as lacunas é:


a) ch, x, x.
b) x, ch, ch.
c) x, x, x.
d) ch, ch, ch.
e) x, x, ch.

27
3. Leia atentamente e assinale a alternativa CORRETA de acordo com as sentenças
propostas.
I- A linguagem verbal é aquela que dispõe de sentimentos e gestos de mensagens.
II- A linguagem mista possui caracteres linguísticos formais e imagéticos.
III- A linguagem não verbal utiliza outros meios comunicativos que não a palavra.
IV- As bulas de remédio constituem linguagem não verbal.
a) F - F - V - F.
b) V - F - F - V.
c) V - V - F-V.
d) F - V - F - F.
e) V - V - V - V.

4. Marque a alternativa CORRETA:


a) Beijo é um exemplo de Polissílaba.
b) Beijo é um exemplo de Tritongo.
c) Beijo é um exemplo de Monossílaba.
d) Beijo é um exemplo de Ditongo.
e) Nenhuma das alternativas.

5. Qual das alternativas NÃO corresponde a um exemplo dos tipos textuais?


a) Narração.
b) Descrição.
c) Dissertação expositiva.
d) Dissertação argumentativa.
e) Texto instrutivo.

BUSCANDO+
Vídeos:

✓ Variações Linguísticas Regionais


https://youtu.be/iu4ra9tkFWM

✓ Dialeto Nordestino - Uma resposta ao preconceito.


https://youtu.be/npErliDE1xg

28
✓ Variação Linguística no Brasil - Vidas em Movimento
https://youtu.be/iAuhiv-6xXc

✓ Formação de Palavras
https://youtu.be/U_nRXQh5L40

✓ Novo Acordo Ortográfico


https://youtu.be/LhW_Ee3Wkms

✓ Dica sobre dissertação


https://youtu.be/nEImAvz96EI-

✓ Dicas para fazer uma boa redação.


https://youtu.be/SltPCzg0Pk4-

✓ Entenda mais sobre a literatura brasileira

https://youtu.be/WGZFBePibF0

PÍLULA DO CONHECIMENTO
Esse item se trata de uma metodologia disponibilizada em nossa plataforma, a qual você poderá acessar
e aprender sobre conceitos importantes referentes aos conteúdos abordados nesta apostila. Acesse
nossa plataforma e veja a PÍLULA DO CONHECIMENTO sobre LÍNGUA PORTUGUESA do
MÓDULO I!

GABARITO
QUESTÃO ALTERNATIVA
1 C
2 E
3 A
4 D
5 E

REFERÊNCIAS
BECHARA, E. Moderna gramática portuguesa. 37.ed. revista, ampliada e atualizada conforme o
novo Acordo Ortográfico. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2009.

29
AZEREDO, J. C. A. Fundamentos de gramática do português. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor,
2000.

CUNHA, Celso & CINTRA, Lindley. Nova Gramatica do Português Contemporâneo. Rio de Janeiro:
Nova Fronteira, 3a ed..2001.

CEGALLA, D. P. Novíssima gramática da língua portuguesa. 48.ed. revisada. São Paulo: Companhia
Editora Nacional, 2008.

CUNHA, C.; CINTRA, L. Nova gramática do português contemporâneo. 5.ed. Rio de Janeiro:
Lexikon, 2008.

RIBEIRO, Manuel P. Nova gramática aplicada da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Metáfora editora
– 14a edição.

ANDRADE, Maria M. de. Guia Prático de Redação. São Paulo: Editora Atlas, 2000.

ANDRÉ, Hildebrando A. de. Curso de Redação. São Paulo: Moderna, 2002.

BELLINE, Ana H. C. A Dissertação. São Paulo: Ática, 2002.

CAMARGO, Thaís N. Redação linha a linha. São Paulo: Publifolha, 2004.

CEREJA, William Roberto. Ensino de Literatura: uma proposta dialógica para o trabalho com
literatura. Atual. São Paulo: 2005.

NICOLA, José de. Literatura Brasileira. Das origens aos nossos dias. Ed. Scipione. São Paulo: 1998.

NICOLA, José de. Língua Redação e Literatura. Vol.2. Editora Scipione. São Paulo: 1998.

Língua Redação e Literatura. Vol.2. Editora Scipione. São Paulo: 1998.

30
RIACHO FUNDO 02, QN 05 “A” CJ “02” LOTE “10” – BRASÍLIA/DF
ORIENTAÇÕES DE LEITURA
O componente curricular MATEMÁTICA foi elaborado com alguns TÓPICOS e ITENS
especiais que precisam ser destacados para melhor compreensão de leitura e contextualização dos
conteúdos abordados.

TÓPICOS ESPECIAIS E ITENS DE ESTUDO

• O cursista encontrará na apostila alguns tópicos estruturados sem seções com finalidades
específicas chamados TÓPICOS ESPECIAIS.
• Além desses tópicos, o cursista também encontrará alguns ITENS DE ESTUDO que irão
proporcionar dinâmica a leitura e melhor compreensão dos assuntos abordados.

TÓPICOS ESPECIAIS

EXERCÍCIOS
Se trata de um tópico especial contendo aplicações teórico-práticas em formato de exercícios de
múltipla escolha elaborados para o estudante pensar, analisar e abstrair conceitos estudando exemplos
que relacionam a teoria com a prática em cada componente curricular.

BUSCANDO+
Se trata de um tópico especial contendo algumas indicações de estudo, por meio de sugestões de Links,
livros, sites, vídeos e outros meios que possam ser acessados pelo cursista, como forma de estudo
suplementar ou de aprofundamento dos conteúdos ministrados em cada componente curricular.

PÍLULA DO CONHECIMENTO
São pequenos componentes educacionais (textos, vídeos, áudios, animações) que disponibilizamos
com intuito de agregar conteúdo, contextualizar o aprendizado e fortalecer a retenção do conhecimento
de forma objetiva e orgânica, melhorando o desempenho de nossos estudantes e profissionais. Um
recurso educacional utilizado para suportar um processo de aprendizagem rápido, porém constante.

“A pílula do conhecimento poderá ser aplicada como complementação teórica e prática dos nossos
cursos, como ferramenta de memorização e revisão de conteúdo sobre os aspectos mais importantes
do curso e/ou como reforço das ações de aprendizagem presenciais”.
GABARITO
Respostas dos exercícios propostos.

ITENS DE ESTUDO

CURIOSIDADES!
Item de estudo utilizado para expor acontecimentos, fatos e casos curiosos relacionados com algum
tema abordado.

“Momento de atiçar a curiosidade do estudante, propondo conceitos, fatos e situações curiosas


referente aos assuntos que estão sendo estudados”.

OBSERVAÇÕES:
Item de estudo utilizado para complementar e destacar ideias e informações importantes sobre os
conteúdos abordados.

“Momento de fazer o estudante refletir sobre algum tema específico que deve ser destacado,
lembrado ou anotado como uma observação importante”.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO____________________________________________________________________ 08
OPERAÇÕES BÁSICAS____________________________________________________________ 08
• Soma______________________________________________________________________ 08
• Subtração__________________________________________________________________ 10
• Multiplicação_______________________________________________________________ 11
• Divisão____________________________________________________________________ 11
• Números Primos____________________________________________________________ 13
• MMC e MDC_______________________________________________________________ 14
• Frações____________________________________________________________________ 16
• Números Decimais___________________________________________________________ 19
• Potenciação________________________________________________________________ 25
• Radiciação_________________________________________________________________ 26
GRANDEZAS E MEDIDAS__________________________________________________________ 26
• Medidas de Comprimento_____________________________________________________26
• Medidas de Área____________________________________________________________ 27
• Medidas de Volume__________________________________________________________ 27
• Medidas de Massa ___________________________________________________________28
• Medidas de Capacidade ______________________________________________________ 29
• Medidas de Tempo___________________________________________________________30
REGRA DE TRÊS__________________________________________________________________ 30
• Proporção__________________________________________________________________ 30
• Regra de Três Simples_______________________________________________________ 31
• Regra de Três Composta_____________________________________________________ 32
PORCENTAGEM__________________________________________________________________ 34
• Cálculo de Porcentagem______________________________________________________ 34
CONJUNTO NUMÉRICOS__________________________________________________________ 35
• Expressões Numéricas________________________________________________________ 36
TEORIA DOS CONJUNTOS_________________________________________________________ 37
• Símbolos Matemáticos usados em Conjuntos_____________________________________ 38
• Alguns Conceitos Primitivos___________________________________________________38
• Algumas Notações para Conjuntos_____________________________________________ 40
• Diagrama de Venn__________________________________________________________ 41
• Subconjuntos_______________________________________________________________ 41
• Alguns Conjuntos Especiais___________________________________________________ 42
• União de Conjuntos__________________________________________________________42
• Interseção de Conjuntos______________________________________________________ 42
• Diferença de Conjuntos______________________________________________________ 43
• Complemento de um Conjunto________________________________________________ 44
NOÇÕES DE EQUAÇÃO DO PRIMEIRO GRAU_______________________________________
44
NOÇÕES DE EQUAÇÃO DO SEGUNDO GRAU_________________________________________
45
EXERCÍCIOS_____________________________________________________________________ 47
BUSCANDO+____________________________________________________________________ 47
PÍLULA DO CONHECIMENTO______________________________________________________ 48
GABARITO_______________________________________________________________________48
REFERÊNCIAS____________________________________________________________________48
18
19
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20
21
22
24
24
25
26
26
26
26
INTRODUÇÃO

A Matemática é a ciência do raciocínio lógico e abstrato, Componente Curricular da área de


Matemática e Suas Tecnologias, que estuda quantidades, medidas, espaços, estruturas, variações
e estatísticas. Um trabalho matemático consiste em procurar por padrões, formular conjecturas e, por
meio de deduções rigorosas a partir de axiomas e definições, estabelecer novos resultados.
Este material serve como introdução aos conceitos matemáticos, adequando-se às necessidades
dos alunos. Nele estão os conteúdos dos níveis básico e intermediário da matemática que são abordados
no ensino médio. O objetivo oferecer subsídios e conhecimento básicos aos alunos que deles
necessitam, a modo de proporcionar aos discentes a base matemática para prosseguir em seus estudos.
O material contém as definições matemáticas de uma maneira clara e objetiva, exemplos e alguns
exercícios de fixação.
O Componente Curricular de MATEMÁTICA, está inserido na Área do Conhecimento de
MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS. Neste material, veremos assuntos relacionados ao
MÓDULO I, equivalente a 1ª SÉRIE do ENSINO MÉDIO.

OPERAÇÕES BÁSICAS

Existem quatro operações básicas e fundamentais na matemática: a adição (ou soma); a


subtração (ou diferença); a multiplicação (ou produto) e a divisão (ou quociente).
A adição é a operação inversa da subtração, enquanto a multiplicação e a operação inversa da
divisão. E a radiciação é a operação inversa da potenciação.

OBSERVAÇÕES:
A ordem das operações é uma regra que indica a sequência correta de etapas para o cálculo de
uma expressão matemática. Podemos lembrar essa ordem usando PEMDAS: Parênteses, Expoentes,
Multiplicação e Divisão (da esquerda para a direita), Adição e Subtração (da esquerda para a direita).

Soma
A soma (ou adição) é uma das operações matemáticas mais frequentes no cotidiano, podendo
envolver tantos números positivos quanto negativos. O sinal indicativo é o sinal mais (+). A soma

08
consiste em adicionar dois ou mais números, conhecido como parcelas, que produz em todos os casos
um único resultado que chamamos de soma ou total.
EXEMPLO:
João foi ao supermercado e comprou R$ 115,15 em mercadorias. Quando retornou a casa, ele
viu que seu filho também havia ido ao mercado e comprado os mesmos produtos.
Quanto os dois gastaram juntos?
Como eles gastaram a mesma quantia, basta realizar a soma de 115,15 e 115,15:
1 1

115,15
+ 115,15
230,30
Juntos, os dois gastaram R$ 230,30.

EXEMPLO:
Ana foi no supermercado e comprou:
● 1 pacote de feijão por R$ 5, 20
● 1 pacote de arroz por R$ 10, 50
● 1 pacote de bolacha por R$ 1, 30
● 1 bandeja de iogurte por R$ 4, 80
● 2 litros de óleo por R$ 3, 20 cada.
Calcule quanto Ana gastou.
Para resolver essa questão, devemos montar uma expressão numérica.
1 pacote de feijão + 1 pacote de arroz + 1 pacote bolacha + 1 bandeja de iogurte + 2 litros de
óleo
Substitua os itens da lista pelos seus respectivos valores:

12
5,20
10,50
+1,30
4,80
3,20
3,20
28,20

09
Subtração

Subtração é uma das quatro operações matemáticas básicas na qual, para cada dois valores, um
é subtraído do outro, ou seja, uma quantidade é retirada de outra, e o valor restante é o resultado dessa
operação.

Figura 1: Representação da operação de subtração.

EXEMPLO:
Uma fábrica de sapatos possui 5235 pares de calçados em estoque e recebe um pedido, de um
único cliente, de 4989 pares de calçados. Quantas unidades de calçados sobraram em estoque após a
entrega desse pedido?
Subtraindo do número de pares em estoque o número de pares que foi pedido, temos:

4 11 12 15

5235
– 4989
246

Repare que o exercício pergunta quantas unidades de calçados sobraram em estoque. O número
246 é relativo ao número de pares de calçados, logo:

1
246
+246
492

São 492 unidades de calçados em estoque.

10
Multiplicação

A multiplicação é uma das operações matemáticas básicas. Ela é uma evolução natural
da adição, pois é definida de modo que represente a soma de determinado número de conjuntos que
possuem a mesma quantidade de elementos. Essa soma pode ser representada pelo símbolo “x” ou “ ·
”. Por exemplo: é usual comprar muitos exemplares de um mesmo produto em supermercados. Caso
compre oito produtos que custem R$ 2,00, o total a ser pago será de R$ 16,00, pois somamos o valor
R$ 2,00 oito vezes.

Figura 2: Representação de multiplicação.

EXEMPLO:
Flávia foi a uma loja de doces e comprou:
● 3 chocolates (cada um custou R$0,50);
● 4 chicletes (cada um custou R$ 0,30);
● 5 pirulitos (cada um custou R$1,00);
● 2 balinhas (cada um custou R$0,30).
Calcule o valor total que Flávia gastou em dinheiro.
Para resolver essa questão, devemos montar uma expressão numérica que apresente a quantidade de
cada doce e seus respectivos valores:

(3 . 0,50) + (4 . 0,30) + (5 . 1) + (2 . 0,30) =


= 1,5 + 1,2 + 5 + 0,60 =
= 8,3
Flávia gastou, no total, R$ 8,30.

Divisão

A divisão é uma das quatro operações fundamentais da aritmética. Consiste em dividir dois
números, o dividendo e o divisor, que produz dois resultados chamados de quociente e resto. Seu

11
símbolo é o “ ÷ ”. No entanto, pode variar, por exemplo, no teclado do computador o símbolo adotado
é a barra “ / ”, em outros casos, “ : ”.

Figura 3: Representação da divisão sem resto.

Figura 4: Representação de divisão com resto.

EXEMPLO:
Para realizar um campeonato de vôlei em uma escola o professor de educação física decidiu
dividir os 96 alunos em grupos. Sabendo que cada equipe para esse esporte deve ser composta por 6
pessoas, quantas equipes o professor conseguiu formar?

RESPOSTA: 16 equipes.

Para encontrar o número de equipes, basta dividir o número total de alunos pelo número de
pessoas que deve conter em cada equipe.

Portanto, não há resto na divisão e todos os alunos serão inseridos nas 16 equipes formadas.

12
Números Primos

Um número é classificado como primo se ele é maior do que um e é divisível apenas por um e por
ele mesmo. Apenas números naturais são classificados como primos. Antes de saber mais sobre
o número primo, é importante relembrar algumas regras de divisibilidade, que ajudam na
identificação de quais números não são primos.
• Divisibilidade por 2: todo número par é divisível por 2. Os números pares são aqueles
terminados em 0, 2, 4, 6 e 8.
• Divisibilidade por 3: um número é divisível por 3 se a soma dos seus algarismos der um
número divisível por 3.
• Divisibilidade por 4: um número é divisível por 4 se ele for divisível duas vezes por 2 ou,
então, se seus dois últimos algarismos forem divisíveis por 4.
• Divisibilidade por 5: todo número terminado em 0 ou 5 é divisível por cinco.
• Divisibilidade por 6: se um número for par e também divisível por 3, será divisível por 6.
• Divisibilidade por 7: um número é divisível por 7 se a diferença entre o dobro do último
algarismo e o restante do número resultar em um número múltiplo de 7.
Essas são as principais regras de divisibilidade.

CURIOSIDADES!
Para encontrar cada número primo menor do que 100, utilizamos o “Crivo de Eratóstenes”.
Na tabela a seguir (figura 5), cancelaremos os números que não são primos seguindo esta ordem:

Figura 5: Tabela para encontrar os números primos de 1 à 100 ( “Crivo de Eratóstenes”).

13
O número 1 estará fora, pois, pela condição inicial, os números primos são maiores que um (será
destacado de preto);
• Os números terminados em 0, 2, 4, 6 e 8 estarão fora porque são divisíveis por dois (serão
destacados vermelho);
• Os números terminados em 5 estarão fora porque são divisíveis por 5 (serão destacados
de azul). Os números terminados em zero já foram cortados;
• Os números cuja soma dos algarismos for 3 estarão fora por serem divisíveis por três (serão
destacados de laranja);
• Os números que são divisíveis por 7 serão retirados também (serão destacados de verde)
Os números destacados em amarelo são aqueles que só são divisíveis por 1 e por eles mesmos,
isto é, não obedecem a nenhum dos critérios de divisibilidade que comentamos acima. Portanto, pelo
“Crivo de Eratóstenes”, os números 2, 3, 5, 7, 11, 13, 17, 19, 23, 29, 31, 37, 41, 43, 47,53, 59, 61, 67,
71, 73, 79, 83, 89 e 97 são os únicos números primos menores que 100.
Na imagem inicial do texto, há vários números primos entre 100 e 1000. Hoje já se conhece
uma grande quantidade de números primos, mas não se sabe qual é o maior número primo existente.
Esse é um dos grandes enigmas matemáticos que farão rico o seu desvendador.
“Há um prêmio milionário para aquele que descobrir o maior dos números primos”.

MMC e MDC

Os cálculos de MMC e MDC estão ligados aos múltiplos e aos divisores de um número. Esse
tipo de cálculo, aprendido no ensino fundamental, é essencial para resolver muitas questões e
problemas no Enem.

Mínimo Múltiplo Comum (MMC)

O mínimo múltiplo comum, ou MMC, de dois ou mais números inteiros é o menor múltiplo
inteiro positivo comum a todos eles. Por exemplo, o MMC de 6 e 8 é o 24, e denotamos isso por MMC
6, 8 = 24 Já o MMC de 5, 6 e 8 é o 120, o que é denotado por MMC 5, 6, 8 = 120.
O MMC é muito útil quando se adicionam ou subtraem frações, pois é necessário um mesmo
denominador comum durante esses processos. Não é necessário que esse denominador comum seja o
MMC, mas a sua escolha minimiza os cálculos.

EXEMPLO:
Calculando o MMC de 8, 12 e 28:

14
✓ Primeiro...
Alinhamos os três números, 8, 12 e 28, e dividimos todos os números que podem ser divididos
pelo primeiro primo 2.
Na linha de baixo anotamos cada quociente obtido:

✓ Depois...
Repetimos esse procedimento sucessivamente com o 2, depois com o 3 e, depois com o 7, até que
a última linha só contenha algarismos 1:

✓ Por último:
Agora, multiplicamos todos os fatores primos na coluna da direita, obtendo o MMC procurado:

MMC 8, 12, 28 = 2 ∙ 2 ∙ 2 ∙ 3 ∙ 7 = 168

Máximo Divisor Comum (MDC)

O máximo divisor comum, ou MDC, de dois ou mais números inteiros é o maior divisor inteiro
comum a todos eles. Por exemplo, o MDC de 16 e 36 é o 4, e denotamos isso por MDC 16, 36 = 8. Já
o MDC de 30, 54 e 72 é o 6, o que é denotado por MDC 30, 54, 72 = 6.

EXEMPLO:
Calculando o MMC de 30, 36 e 72:
✓ Primeiro...

15
Alinhamos os três números, 30, 36 e 72, e dividimos todos os números que podem ser divididos
pelo primeiro primo 2. Na linha de baixo anotamos cada quociente obtido:

✓ Depois...
Repetimos esse procedimento com o próximo primo que divida os três quocientes e, assim,
sucessivamente, até que não hajam mais primos comuns:

✓ Por último...
Agora, multiplicamos todos os fatores primos na coluna da direita, obtendo o MDC procurado:

MDC 30, 36, 72 = 2 ∙ 3 = 6

Frações

Representação de uma fração

Fração é a representação matemática das partes de determinada quantidade que foi dividida em
pedaços ou fragmentos iguais. As frações são úteis em várias situações, principalmente para
representar algo que não conseguimos apresentar através de números naturais.

Figura 6: Representação de fração.

16
EXEMPLO:
Observe a barra de chocolate a seguir e responda: quantos quadradinhos deve-se comer para
consumir 5/6 da barra?

Figura 7: Barra de chocolate.

RESPOSTA: 15 quadrinhos.

Se contarmos quantos quadradinhos de chocolate temos na barra apresentada na imagem


encontraremos o número de 18. O denominador da fração consumida (5/6) é 6, ou seja, a barra foi
dividida em 6 partes iguais, cada uma com 3 quadradinhos.

Para consumir a fração de 5/6 então devemos pegar 5 pedaços de 3 quadradinhos cada e, assim,
consumir 15 quadradinhos de chocolate.

CURIOSIDADES!
A história das frações remonta o Antigo Egito (3.000 a.C.) e traduz a necessidade e a
importância para o ser humano acerca dos números fracionários. Naquele tempo, os matemáticos
marcavam suas terras para delimitá-las. Com isso, nas épocas chuvosas o rio passava do limite e
inundava muitas terras e, consequentemente, as marcações. Diante disso, os matemáticos resolveram
demarcá-las com cordas a fim de resolver o problema inicial das enchentes. Contudo, notaram que
muitos terrenos não eram compostos somente por números inteiros, havia os terrenos que mediam

17
partes daquele total. Foi a partir disso, que os geômetras dos faraós, começaram a utilizar os números
fracionários. Note que a palavra Fração é proveniente do latim fractus e significa “partido”.

Operações com frações

Adição

Para somar frações é necessário identificar se os denominadores são iguais ou diferentes. Se


forem iguais, basta repetir o denominador e somar os numeradores. Contudo, se os denominadores são
diferentes, antes de somar devemos transformar as frações em frações equivalentes de mesmo
denominador. Neste caso, calculamos o Mínimo Múltiplo Comum (MMC) entre os denominadores
das frações que queremos somar, esse valor passa a ser o novo denominador das frações.
Além disso, devemos dividir o MMC encontrado pelo denominador e o resultado
multiplicamos pelo numerador de cada fração. Esse valor passa a ser o novo numerador.

EXEMPLOS:

Subtração

Para subtrair frações temos que ter o mesmo cuidado que temos na soma, ou seja, verificar se
os denominadores são iguais. Se forem, repetimos o denominador e subtraímos os numeradores. Se
forem diferentes, fazemos os mesmos procedimentos da soma, para obter frações equivalentes de
mesmo denominador, aí sim podemos efetuar a subtração.

EXEMPLOS:

18
Multiplicação

A multiplicação de frações é feita multiplicando os numeradores entre si, bem como seus
denominadores.

EXEMPLOS:

Divisão

Na divisão entre duas frações, multiplica-se a primeira fração pelo inverso da segunda, ou seja,
inverte-se o numerador e o denominador da segunda fração.

Números decimais

Os números decimais são números racionais (Q) não inteiros expressos por vírgulas e que
possuem casas decimais, por exemplo: 1,54; 4,6; 8,9, etc. Eles podem ser positivos ou negativos.
As casas decimais são contadas a partir da vírgula, por exemplo o número 12,451 possui três
casas decimais, ou seja, três algarismos após a vírgula.

Figura 8: Simplificação dos números decimais.

19
OBSERVAÇÕES:
Os números decimais são aqueles que pertencem ao conjunto dos números racionais (Q) e são
escritos com a utilização de uma vírgula. Esses números são formados por uma parte inteira e uma
parte decimal, que se apresenta à direita da vírgula.

Figura 9: Nomenclatura de um número decimal.

Operações com números decimais

As operações matemáticas básicas – adição, subtração, multiplicação e divisão – são realizadas


com os números decimais mediante a aplicação de algumas regras que veremos a seguir.

Adição de números decimais

Na soma de números decimais devemos somar os respectivos números de cada casa decimal,
ou seja, décimos são somados com décimos, centésimos com centésimos e milésimos com milésimos.
Para facilitar os cálculos, escreva os números de forma que as vírgulas fiquem uma abaixo da outra e
no resultado a vírgula também deve estar alinhada.
EXEMPLOS:

a) 0,6 + 1,2

Portanto, 0,6 + 1,2 = 1,8.

Se um número apresentar mais casas decimais que o outro, você pode adicionar zeros ao número
com menos casas após a vírgula para igualar a quantidade de termos.

20
b) 2,582 + 5,6 + 7,31

Portanto, 2,582 + 5,6 + 7,31 = 15,492.

Subtração de números decimais

Assim como na adição, a subtração de números decimais deve ser feita alinhando-se as
vírgulas.
EXEMPLOS:

a) 3,57 – 1,45

Portanto, 3,57 – 1,45 = 2,12.

b) 15,879 – 12,564

Portanto, 15,879 – 12,564 = 3,315.

Multiplicação de números decimais

A operação de multiplicação com números decimais pode ser feita efetuando uma
multiplicação normalmente e ao resultado adiciona-se uma vírgula para que o número de casas

21
decimais seja igual à soma das casas decimais dos números multiplicados. Outra maneira é escrever
os números decimais na forma de fração e multiplicar numerador com numerador e denominador com
denominador.
EXEMPLOS:
✓ Multiplicação de um número decimal por um número natural
Ao multiplicar um número decimal por um número natural devemos repetir no resultado o
número de casas decimais.
a) 3,25 x 4

Isso seria o mesmo que:

✓ Multiplicação entre números decimais


Para multiplicar números decimais realizamos, primeiramente, a multiplicação normalmente,
sem levar em consideração a vírgula. Após isso, no resultado deve ser acrescentado a vírgula com o
número de casas decimais após ela que corresponde à soma das casas decimais dos números
multiplicados.
b) 3,5 x 2,5

Método 1:

Método 2:

22
✓ Multiplicação de um número decimal por 10, 100, 1000, …
Quando multiplicamos um número decimal por 10, 100, 1000, … devemos “andar” com a
vírgula para direita de acordo com o número de zeros.
c)

Portanto, ao multiplicar por:


• 10, “andamos” com a vírgula uma casa para direita;
• 100, “andamos” com a vírgula duas casas para direita;
• 1000, “andamos” com a vírgula três casas para direita e assim sucessivamente.

Divisão de números decimais

Para efetuar a divisão, tanto o dividendo quanto o divisor devem ter o mesmo número de casas
decimais.
EXEMPLOS:
✓ Divisão de um número decimal por outro número decimal
Se, por exemplo, os dois termos da divisão possuem um algarismo à direita da vírgula, então
podemos multiplicar por 10 e eliminá-la.
a) 3,5 : 0,5
1º passo:

2º passo:

Portanto, 3,5 0,5 = 7

✓ Divisão de um número decimal por um número natural


Para efetuar esse tipo de divisão devemos reescrever o divisor para que apresente o mesmo
número de casas decimais que o dividendo. Após isso, eliminamos a vírgula, multiplicando os dois
termos por 10, 100, 1000… de acordo com o número de casas decimais, e realizamos a divisão.

23
b) 20,5 : 5
1º passo:

20,5 5 → 20,5 5,0

2º passo:

3º passo:

Observe que ocorreu uma divisão não exata, ou seja, a operação apresenta resto. Para continuar,
devemos adicionar uma vírgula ao divisor e um zero ao resto.

4º passo:

Portanto, 20,5 5 = 4,1.

✓ Divisão de um número natural por um número decimal


Para efetuar a divisão devemos adicionar uma vírgula ao dividendo e, em seguida, colocamos
algarismos zeros à direita da vírgula igual ao número de casas decimais do divisor.
Se, por exemplo, o divisor apresenta uma casa decimal, então adicionamos uma vírgula seguida
de um algarismo 0 ao dividendo. Multiplicando os dois termos por 10, eliminamos a vírgula e
realizamos a operação normalmente.

24
c) 14 : 0,7
1º passo:

14 0,7 → 14,0 0,7

2º passo:

3º passo:

Portanto, 14 0,7 = 20.

Potenciação

Potenciação ou exponenciação é a forma de abreviar a multiplicação de uma sequência de


fatores iguais. Dessa forma, quando multiplicamos um número sucessivas vezes, podemos abreviar
elevando-o a quantidade de vezes que o número é multiplicado.

Figura 10: Representação de potenciação.

EXEMPLO:
Sabendo que o valor de 57 é 78 125, qual o resultado de 58?
Resposta correta: 390 625.

25
Como sabemos o valor de 57, transformamos o número 58 da seguinte forma:

58 = 57 . 5, pois 57 . 5 = 57+1 = 58

Sendo assim, para encontrar o resultado, precisamos apenas substituir o valor de 57 e


multiplicar por 5.
57 . 5 = 78 125 . 5 = 390 625

Radiciação

Radiciação é a operação que realizamos quando queremos descobrir qual o número que
multiplicado por ele mesmo uma determinada quantidade de vezes dá um valor que conhecemos.

Figura 11: Representação da radiciação.


EXEMPLO:
Qual é a raiz de √36:
RESPOSTA: 6
(Pois 6² = 6 x 6 = 36)

GRANDEZAS E MEDIDAS

Medidas de Comprimento

As medidas de comprimento são os mecanismos de medição mais utilizados no dia a dia.


O metro é a unidade de medida principal para medir comprimento. A partir do metro são obtidas outras
medidas de comprimentos que são múltiplos e submúltiplos do metro. Os múltiplos do metro
são: decâmetro (dam), hectômetro (hm) e quilômetro (km); os submúltiplos são: milímetro
(mm), centímetro (cm) e decímetro (dm).

26
Figura 12: Representação de conversão de unidade de medidas de comprimento.

EXEMPLO:
Fazendo a conversão de 12 km para metro, quanto obtemos?
Para converter 12 km em metros devemos multiplicar 12 por 10 três vezes.

12 x 10 x 10 x 10 = 12000 m

Medidas de Área

Área é um conceito matemático que pode ser definida como quantidade


de espaço bidimensional, ou seja, de superfície. Existem várias unidades de medida de área, sendo a
mais utilizada o metro quadrado (m²) e os seus múltiplos: decâmetros ao quadrado (dam²), hectômetro
ao quadrado (hm²) e quilômetro ao quadrado (km²) e os submúltiplos: decímetro ao quadrado (dm²),
centímetro ao quadrado (cm²) e milímetro ao quadrado (mm²).

Figura 13: Representação de conversão de unidade de medidas de área.

EXEMPLO:
2 km² equivale a quantos metros quadrados?
Para converter km² para m² basta multiplicar três vezes por 100.

2 x 100 x 100 x 100 = 2000000 m²

Medidas de Volume

27
A medida de volume no sistema internacional de unidades (SI) é o metro cúbico (m3). As
unidades do sistema métrico decimal de volume são: quilômetro cúbico (km3), hectômetro cúbico
(hm3), decâmetro cúbico (dam3), metro cúbico (m3), decímetro cúbico (dm3), centímetro cúbico (cm3)
e milímetro cúbico (mm3). As transformações entre os múltiplos e submúltiplos do m3 são feitas
multiplicando ou dividindo por 1000.

Figura 14: Representação de conversão de unidade de medidas de volume.

EXEMPLO:
Efetue a seguinte transformação: 6 m³ em dm³.
Basta multiplicar por 1000
6*1000 = 6000 dm³

Medidas de Massa

As medidas de massa são usadas quando queremos definir a quantidade exata de massa de um
corpo. No nosso cotidiano, usamos o quilograma e o grama para medir essa quantidade em
determinados objetos. A unidade de medida padrão para a massa no sistema internacional de
medidas é o quilograma (kg), que pode ser divididos em 7 múltiplos e submúltiplos
do grama: quilograma (kg), hectograma (hg), decagrama (dag), grama (g), decigrama
(dg), centigrama (cg) e miligrama (mg).

Figura 15: Representação de conversão de unidade de medidas de massa.

28
EXEMPLO:
Converta 4 kg em mg.
Converter de kg para mg é o mesmo que multiplicar 4 por 10 seis vezes.
4 x 10 ⇒ 40 x 10 ⇒ 400 x 10 ⇒ 4000 x 10 ⇒ 40000 x 10 ⇒ 400000 x 10 = 4000000 mg

Medidas de Capacidade

As medidas de capacidade são grandezas utilizadas para estimar uma quantidade que está
inserida em um reservatório/recipiente, ou seja, são empregadas na medição de líquidos. Ainda pode-
se dizer que tais medidas são usadas para definir o volume no interior de um recipiente. Mas, antes de
conhecer as unidades de medidas de capacidade é importante fazer a distinção entre alguns termos.
Quando falarmos em volume, estamos nos referindo ao espaço que um corpo é capaz de ocupar. Mas
ao falar de capacidade, estamos nos referindo ao volume de líquido que pode ser acomodado dentro
do recipiente.
O litro foi definido pelo Sistema Internacional de Unidades (SI) como a unidade padrão de
medidas de capacidade podendo ser utilizados também os seus múltiplos que são o quilolitro (kl),
hectolitro (hl) e decalitro (dal), todos maiores que o litro e os submúltiplos que são menores que o litro
e denominados por decilitro (dl), centilitro (cl) e mililitro (ml).

Figura 16: Representação de conversão da unidade de medida de capacidade.

EXEMPLO:
Transforme 30 mL para em L.
Para transformar de mL para L devemos dividir o número três vezes por 10, que é o mesmo
que dividir por 1000.
30 : 1000 = 0,03 L

Note que dividir por 1000 é o mesmo que "andar" com a vírgula três casa diminuindo o número.

29
Medidas de Tempo

Existem diversas unidades de medida de tempo, por exemplo a hora, o dia, o mês, o ano, o
século. No sistema internacional de medidas a unidades de tempo é o segundo (s). Para medir o tempo
utilizamos relógios que são dispositivos que medem eventos que acontecem em intervalos regulares.

Figura 17: Representação de conversão das medidas de tempo.

Figura 18: Representação de unidade de medidas de tempo.


EXEMPLO:
Uma hora tem quantos segundos?
Como uma hora tem 60 minutos, e um minuto tem 60 segundo, então basta multiplicar os 60
minutos por 60 segundos.
60 x 60 = 3600

REGRA DE TRÊS

Proporção

A proporção é determinada pela igualdade entre duas razões, ou ainda, quando duas razões
possuem o mesmo resultado.

30
EXEMPLO:
𝑥 21
Resolva a seguinte proporção: =
5 35

x * 35 = 21 * 5
35x = 105
x=3
Regra de Três Simples

Regra de três simples é um processo prático para resolver problemas que envolvam quatro
valores dos quais conhecemos três deles. Devemos, portanto, determinar um valor a partir dos três já
conhecidos.
EXEMPLO:
Uma usina produz 500 litros de álcool com 6 000 kg de cana – de – açúcar. Determine
quantos litros de álcool são produzidos com 15 000 kg de cana.

As grandezas são diretamente proporcionais.

6000 500
=
15000 𝑥

6000 . x = 500 . 15000


6000x = 7.500.000

7.500.000
x=
6000

x = 1250

Serão produzidos 1 250 litros de álcool com 15 000 kg de cana-de-açúcar.

31
EXEMPLO:
Uma equipe de 5 professores gastou 12 dias para corrigir as provas de um vestibular.
Considerando a mesma proporção, quantos dias levarão 30 professores para corrigir as provas?

Grandezas inversamente proporcionais.


5 𝑥
=
30 12

30 . x = 12 . 5
30x = 60
60
x=
30

x=2

A equipe de 30 professores levará 2 dias para corrigir as provas.

Regra de Três Composta

Regra de três composta é um processo matemático utilizado na resolução de questões que


envolvem a proporcionalidade direta ou inversa com mais de duas grandezas.
EXEMPLO:
Se 6 impressoras iguais produzem 1000 panfletos em 40 minutos, em quanto tempo 3 dessas
impressoras produziriam 2000 desses panfletos?

40 1000 3
= .
𝑋 2000 6

40 3000
=
𝑋 12000

32
40 3
=
𝑋 12

3 . x = 12 . 40

3x = 480

480
x=
3

x = 160

Gastará 160 minutos, que equivale a 2 horas e 40 minutos.


EXEMPLO:
Em uma oficina de artesanato, 4 artesãs produzem 20 bonecas de pano em 4 dias. Se 8 artesãs
trabalharem por 6 dias, quantas bonecas serão produzidas?

1º passo: Criar uma tabela com as grandezas e analisar os dados.

Número de artesãs Dias trabalhados Bonecas produzidas

A B C

4 4 20

8 6 x

Através da tabela, podemos notar que:


● A e C são diretamente proporcionais: quanto maior o número de artesãs, mais bonecas serão
produzidas.
● B e C são diretamente proporcionais: quanto mais dias trabalhados, um maior número de
bonecas serão produzidas.

2º passo: Encontrar o valor de x.


Observe que as grandezas A e B são diretamente proporcionais à grandeza C. Logo, o
produto dos valores de A e B é proporcional aos valores de C.

33
4 4 20
. =
8 6 𝑥

16 20
=
48 𝑥

16 . x = 48 . 20
16x = 960
960
x=
16

x = 60

Assim, serão produzidas 60 bonecas.

PORCENTAGEM

Porcentagens são chamadas, também de razão centesimal ou de percentual.


As porcentagens costumam ser indicadas pelo símbolo “%”, lê-se “por cento”.

Cálculo de Porcentagem

EXEMPLO:
Calcule 50% de 600.
50
Sabemos que 50% = = 0,5, assim, basta fazer a substituição e multiplicar os valores.
100

Veja:
0,5 . 600 = 300

Podendo também substituir os 50% na forma fracionária, ficando:

50% de 600

50
. 600
100

1
. 600
2

34
600
= 300
2

Logo, 50% de 600 = 300. Veja que 50% representam a metade do total que é 600.

CURIOSIDADES!
Escrito pelo brasileiro Júlio César de Melo e Sousa, sob o pseudônimo Malba Tahan, o livro
“O Homem que Calculava” trazia, entre outras teorias, a dos “quatro quatros”. Segundo ela, é possível
formar qualquer número inteiro de 0 a 100 utilizando quatro numerais 4 e sinais de operações
matemáticas, como soma, divisão, exponenciação ou fatorial. Deseja obter um “3”? É só fazer a
seguinte operação: (4+4+4)/4.

CONJUNTOS NUMÉRICOS

Conjunto é o agrupamento de elementos que partilham de mesmas características. Quando


esses elementos são números, essa união passa a ser conhecida como conjunto numérico. Dentro da
matemática, pode-se agrupar os números de diversas formas, gerando assim inúmeros conjuntos
numéricos. Porém, alguns desses conjuntos são mais notórios por conta da frequência que aparecem
nas soluções e demonstrações matemáticas. São eles: naturais, inteiros, racionais, irracionais e reais.

Figura 19: Simbologia dos conjuntos numéricos.

O conjunto dos Números Naturais foi o primeiro de que se teve notícia. Nasceu da simples
necessidade de se fazer contagens, por isso, seus elementos são apenas os números inteiros e não
negativos.

35
N: {0, 1, 2, 3, 4, 5, ...}

O conjunto dos números inteiros é uma ampliação do conjunto dos números naturais. Ele é
formado pela união do conjunto dos números naturais com os números negativos. Em outras palavras,
o conjunto dos números inteiros, representado por Z, possui os seguintes elementos:

Z: {...-3, -2, -1, 0, 1, 2, 3, ...}

O conjunto dos números racionais é representado pela letra maiúscula Q e formado pelos
números racionais que são os naturais (N), inteiros (Z), frações, decimais e dízimas periódicas.

−3 1 1
Q: { -2, , -1, 0, , , 1, 1.5, 5, ...}
2 3 2

Os Números Irracionais são números decimais, infinitos e não-periódicos e não podem ser
representados por meio de frações irredutíveis.

I: { ..., -√3, 1,12681..., √2, π, ...}

O conjunto dos números reais é formado por todos os números citados anteriormente. Sua
definição é dada pela união entre o conjunto dos números racionais e o conjunto dos números
irracionais.

1
R: {...-4, -√3, 0, , 2.5746..., π, √10, ...}
2

Expressões Numéricas

São expressões envolvendo números, em que, utilizamos as operações básicas como ferramenta
para calcular essas expressões seguindo algumas regras de prioridade durante a resolução.

OBSERVAÇÕES:
Algumas dicas para resolver uma expressão numérica:
• Resolver primeiro a multiplicação e a divisão antes de resolver uma soma ou subtração (caso
tenha uma multiplicação e uma divisão, resolver a que vier primeiro).

36
• Resolver primeiro as operações entre parêntese, depois as que estiverem entre colchetes e por
último as que estiverem entre chaves.

EXEMPLO:
Calcule o valor numérico da expressão:

[(18 + 3 · 2) ÷ 8 + 5 · 3] ÷ 6

A ordem em que uma expressão deve ser calculada é a seguinte: primeiro as operações dentro
dos parênteses; depois, dentro dos colchetes e, por fim, dentro das chaves. Quanto às operações, o
correto é realizar primeiramente as multiplicações e divisões e, posteriormente, as adições e
subtrações. Portanto:

[(18 + 3 · 2) ÷ 8 + 5 · 3] ÷ 6
[(18 + 6) ÷ 8 + 5 · 3] ÷ 6
[(24) ÷ 8 + 5 · 3] ÷ 6

Quando sobrar apenas um número dentro dos parênteses, colchetes ou chaves, elimine essas
marcações.

[(24) ÷ 8 + 5 · 3] ÷ 6
[24 ÷ 8 + 5 · 3] ÷ 6
[3 + 15] ÷ 6
[18] ÷ 6
18 ÷ 6
3
Logo, o valor numérico dessa expressão é 3.

TEORIA DOS CONJUNTOS

A teoria dos conjuntos é o ramo da matemática que estuda conjuntos, que são coleções de
elementos. Vamos começar estudando os símbolos matemáticos usados neste ramo.

37
Símbolos Matemáticos Usados em Conjuntos

Vejamos na tabela a seguir (figura 13) os principais símbolos matemáticos usados em


representações e operações de conjuntos:

: pertence : existe

: não pertence : não existe


: está contido : para todo (ou qualquer que seja)

: não está contido : conjunto vazio


: contém N: conjunto dos números naturais
: não contém Z : conjunto dos números inteiros
/ : tal que Q: conjunto dos números racionais
: implica que Q'= I: conjunto dos números irracionais

: se, e somente se R: conjunto dos números reais

Figura 20: Tabela com símbolos das operações de conjuntos.

Alguns Conceitos Primitivos

No estudo de Conjuntos, trabalhamos com alguns conceitos primitivos, que devem ser
entendidos e aceitos sem definição.

Conjunto

Representa uma coleção de objetos.


EXEMPLOS:
a) O conjunto de todos os brasileiros.
b) O conjunto de todos os números.
c) O conjunto de todos os animais.

OBSERVAÇÕES:
Em geral, um conjunto é denotado por uma letra maiúscula do alfabeto:
A, B, C até Z

38
Elemento

É um dos componentes de um conjunto.


EXEMPLOS:
a) José é um elemento do conjunto dos brasileiros.
b) 1 é um elemento do conjunto dos números naturais.
c) Ovelha é um elemento do conjunto de animais.

OBSERVAÇÕES:
Em geral, um elemento de um conjunto, é denotado por uma letra minúscula do alfabeto:
a, b, c até z

Pertinência
É uma característica associada a um elemento que faz parte de um conjunto.
EXEMPLOS:
a) José pertence ao conjunto dos brasileiros.
b) 1 pertence ao conjunto dos números naturais.
c) Ovelha pertence ao conjunto de animais.

Símbolo de pertinência
Se um elemento pertence a um conjunto utilizamos o símbolo ∈ (que se lê: pertence).
Caso o elemento não pertença a um conjunto utilizamos o mesmo símbolo de pertence cortado
por uma barra indicado por: ∉.
EXEMPLOS:
a) Para afirmar que 1 é um número natural ou que 1 pertence ao conjunto dos números naturais,
escrevemos:
1∈N

b) Para afirmar que -1 não é um número natural ou que -1 não pertence ao conjunto dos números
naturais, escrevemos:
-1 ∉ N

39
OBSERVAÇÕES:
Um símbolo matemático muito usado para a negação é a barra ( / ) traçada sobre o símbolo
normal.

(sem a barra sobre o símbolo significa: pertence)


(com a barra sobre o símbolo significa: não pertence)

Algumas Notações para Conjuntos

Vejamos algumas notações matemáticas utilizadas para representação de conjuntos:

Apresentação

Os elementos do conjunto estão dentro de duas chaves { e }.


EXEMPLOS:
a) A = {a, e, i, o, u}.
b) N = {1, 2, 3, 4, ...}.
c) M = {João, Maria, José}.

Descrição

O conjunto é descrito por uma ou mais propriedades.

EXEMPLOS:
a) A = {x: x é uma vogal}.
Lê-se: x é tal que x é uma vogal

b) N = {x: x é um número natural}.


Lê-se: x é tal que x é um número natural

c) M = {x: x é uma pessoa da família de Maria}.


Lê-se: x é tal que x é uma pessoa da família de Maria

40
Diagrama de Venn

Os conjuntos são mostrados graficamente.

Figura 21: Exemplos de representação de conjuntos usando diagramas.


(diagrama de Venn: representando conjuntos graficamente)

Subconjuntos

Dados os conjuntos A e B, dizemos que A está contido em B, se todo elemento de A também


está B.
Assim, usamos a seguinte notação:

A⊂B

(o conjunto A está contido em B)


“isso significa que todos os elementos de A também estão em B”

EXEMPLO:

M = {João, Maria, José}


P = {x: x é uma pessoa}

M⊂P
(M está contido em P, ou seja, M é um subconjunto de P)

O conjunto M é um subconjunto do conjunto P, pois todos os elementos de M pertencem ao


conjunto P.

41
Alguns Conjuntos Especiais

Conjunto vazio

É um conjunto que não possui elementos. O conjunto vazio é representado por uma chave
vazia ou por um zero cortado por uma barra.
{ } ou por ∅
“uma chave vazia ou um zero cortado por uma barra”

OBSERVAÇÕES:
O conjunto vazio está contido em todos os conjuntos.

Conjunto universo

É um conjunto que contém todos os elementos do contexto no qual estamos trabalhando e


também contém todos os conjuntos desse contexto.
O conjunto universo é representado pela letra U.

União de conjuntos

A união (ou reunião) dos conjuntos A e B é o conjunto de todos os elementos que pertencem
ao conjunto A ou ao conjunto B.

A ∪ B = {x: x ∈ A ou x ∈ B}
EXEMPLO:

A = {a, e, i}
B = {3, 4}

A ∪ B = {a, e, i, 3, 4}

“unimos os elementos de A com os de B formando o conjunto A ∪ B”

Interseção de Conjuntos

A interseção dos conjuntos A e B é o conjunto de todos os elementos que pertencem ao


conjunto A e ao conjunto B.

42
A ∩ B = {x: x ∈ A e x ∈ B}

Figura 22: Representação gráfica da interseção de A e B.

EXEMPLO:
Se A = {a, e, i, 3, 7, 8, 9} e B = {3, 7, a, o, u}, então a interseção entre A e B será:

A ∩ B = {a, 3, 7}

“interseção de A e B”

OBSERVAÇÕES:
Se A = {a, e, i, o, u} e B = {1, 2, 3, 4}, então a interseção entre A e B será vazia, ou seja, não
há elemento repetido entre esses dois conjuntos.

A∩B=∅
“Interseção de A e B é igual ao conjunto vazio”

Quando a interseção de dois conjuntos A e B é o conjunto vazio, dizemos que estes conjuntos
são disjuntos.

Diferença de Conjuntos

A diferença entre os conjuntos A e B é o conjunto de todos os elementos que pertencem ao


conjunto A e não pertencem ao conjunto B.

A – B = {x: x ∈ A e x ∉ B}

Do ponto de vista gráfico, a diferença pode ser vista como:

43
Figura 23: Representação gráfica de A menos B.
(elementos que estão em A e não estão em B)

Complemento de um Conjunto

O complemento do conjunto B contido no conjunto A, denotado por 𝐶𝐴 𝐵, é a diferença entre


os conjuntos A e B, ou seja, é o conjunto de todos os elementos que pertencem ao conjunto A e
não pertencem ao conjunto B.

𝐶𝐴 𝐵 = A – B = {x: x ∈ A e x ∉ B}

Graficamente, o complemento do conjunto B no conjunto A, é dado por:

Figura 24: Representação gráfica do complementar de B em relação ao conjunto A.


(é o mesmo que A menos B)

NOÇÕES DE EQUAÇÃO DO PRIMEIRO GRAU

As equações de primeiro grau são sentenças matemáticas que estabelecem relações de


igualdade entre termos conhecidos e desconhecidos, representadas sob a forma: ax + b = 0. Onde a e
b são números reais, sendo a um valor diferente de zero (a ≠ 0) e x representa o valor desconhecido.
O valor desconhecido é chamado de incógnita que significa “termo a determinar”. As equações
do 1º grau podem apresentar uma ou mais incógnitas. As incógnitas são expressas por uma letra
qualquer, sendo que as mais utilizadas são x, y, z. Nas equações do primeiro grau, o expoente das
incógnitas é sempre igual a 1.

44
EXEMPLO:
Resolva a seguinte equação do primeiro grau:

5x - 10 = 0

5x = 10

10
x=
5

x=2

NOÇÕES DE EQUAÇÃO DO SEGUNDO GRAU

A equação do segundo grau recebe esse nome porque é uma equação polinomial cujo termo de
maior grau está elevado ao quadrado. Também chamada de equação quadrática, é representada por:
ax2 + bx + c = 0.
Numa equação do 2º grau, o x é a incógnita e representa um valor desconhecido. Já as
letras a, b e c são chamadas de coeficientes da equação. Os coeficientes são números reais e o
coeficiente a tem que ser diferente de zero, pois do contrário passa a ser uma equação do 1º grau.
Resolver uma equação de segundo Grau, significa buscar valores reais de x, que tornam a equação
verdadeira. Esses valores são denominados raízes da equação. Uma equação quadrática possui no
máximo duas raízes reais.
As equações do 2º grau completas são aquelas que apresentam todos os coeficientes, ou seja,
a, b e c são diferentes de zero (a, b, c ≠ 0). Uma equação quadrática é incompleta quando b = 0 ou c =
0 ou b = c = 0.
Quando uma equação do segundo grau é completa, usamos a Fórmula de Bháskara para
encontrar as raízes da equação.

Figura 25: Representação da equação do segundo grau e fórmula de Bháskara.

45
EXEMPLO:
Aplicando a fórmula de Bháskara, resolva a seguinte equação do 2º grau: 3x² – 7x + 4 = 0.
✓ Tirando os valores dos coeficientes a, b, e c:

a=3
(valor que vem ao lado do x²)

b = -7
(valor que vem ao lado do x)

c=4
(valor que vem sozinho)

✓ Calculando o valor do discriminante ou valor de delta (∆):

∆= 𝑏 2 − 4𝑎𝑐
∆= (−7)2 − 4 ∗ 3 ∗ 4
∆= 49 − 48
∆= 1

✓ Calculando o valor das raízes ou valores de x (𝑥1 𝑒𝑥2 ):

−(−7)±√1
x=
2∗3

7±1
x=
6

7+1 8 4
𝑥1 = = =
6 6 3

7−1 6
𝑥2 = = =1
6 6

4
Portanto, as raízes da equação são: e 1.
3

46
EXERCÍCIOS

1. Calcule o valor numérico da expressão [(11 + 3 · 3) ÷ 5 + 2 · 3] ÷ 2 e assinale a alternativa


correta.
a) 3.
b) 5.
c) 12.
d) 15.
e) 20.

2. A união entre os conjuntos A = {a, e, i, 5, 6, 7, 8} e B = {o, u, 6, 7, 9} é dada pelo conjunto:


a) A ∪ B = {a, e, i, o, u, 5, 6, 7, 8, 9}.
b) A ∪ B = {a, e, i, o, u, 5, 6, 7, 8}.
c) A ∪ B = {a, e, i, o, u, 5, 6, 7}.
d) A ∪ B = {a, e, i, 5, 6, 7, 8, 9}.
e) A ∪ B = {6, 7}.

3. Com 6 operários é possível construir 2 casas em 60 dias. Se dobrarmos o número de


operários, quantas casas provavelmente serão construídas nos mesmos 60 dias?
a) 12 casas.
b) 8 casas.
c) 6 casas.
d) 4 casas.
e) 2 casas.

BUSCANDO+
Vídeos:

✓ TUDO DE MATEMÁTICA BÁSICA - Aula 1 - Semana da Matemática Básica


https://www.youtube.com/watch?v=ddZHkCUcYRM

✓ UNIDADES DE MEDIDAS - Como transformar


https://www.youtube.com/watch?v=q3UhYH8kiSE

47
✓ REGRA DE TRÊS SIMPLES: Grandezas Proporcionais | Matemática Básica - Aula 26
https://www.youtube.com/watch?v=alLifth7gxE

✓ Regra de Três Simples e Composta - Prof. Gui


https://www.youtube.com/watch?v=EyE54NM3YPE

✓ Equação do Primeiro grau - matemática (aula 01)


https://www.youtube.com/watch?v=3LzFDVj0M7U

✓ EQUAÇÃO DO 2º GRAU (Parte 1): Bhaskara e Soma e Produto | Matemática Básica - Aula
16
https://www.youtube.com/watch?v=toAaUBwitFE

PÍLULA DO CONHECIMENTO

Esse item se trata de uma metodologia disponibilizada em nossa plataforma, a qual você poderá acessar
e aprender sobre conceitos importantes referentes aos conteúdos abordados nesta apostila. Acesse
nossa plataforma e veja a PÍLULA DO CONHECIMENTO sobre MATEMÁTICA do MÓDULO I!

GABARITO
QUESTÃO ALTERNATIVA
1 B
2 A
3 D

REFERÊNCIAS

DANTE, Luiz Roberto. Matemática - Contexto e Aplicações. Ens. Médio - Vol. 1, 2 e 3. Ática, 1999.

MARCONDES/ GENTIL/ SÉRGIO. Matemática para o Ensino Médio. V. Único.Ática,1999.

GIOVANNI/ BONJORNO/ GIOVANNI Jr. Matemática Completa. Volume Único. FTD,2002.

PAIVA, Manuel Rodrigues. Matemática. Volume Único. Moderna, 2003.

48
RIACHO FUNDO 02, QN 05 “A” CJ “02” LOTE “10” – BRASÍLIA/DF
ORIENTAÇÕES DE LEITURA
O componente curricular QUÍMICA foi elaborado com alguns TÓPICOS e ITENS especiais
que precisam ser destacados para melhor compreensão de leitura e contextualização dos conteúdos
abordados.

TÓPICOS ESPECIAIS E ITENS DE ESTUDO

• O cursista encontrará na apostila alguns tópicos estruturados sem seções com finalidades
específicas chamados TÓPICOS ESPECIAIS.
• Além desses tópicos, o cursista também encontrará alguns ITENS DE ESTUDO que irão
proporcionar dinâmica a leitura e melhor compreensão dos assuntos abordados.

TÓPICOS ESPECIAIS

EXERCÍCIOS
Se trata de um tópico especial contendo aplicações teórico-práticas em formato de exercícios de
múltipla escolha elaborados para o estudante pensar, analisar e abstrair conceitos estudando exemplos
que relacionam a teoria com a prática em cada componente curricular.

BUSCANDO+
Se trata de um tópico especial contendo algumas indicações de estudo, por meio de sugestões de Links,
livros, sites, vídeos e outros meios que possam ser acessados pelo cursista, como forma de estudo
suplementar ou de aprofundamento dos conteúdos ministrados em cada componente curricular.

PÍLULA DO CONHECIMENTO
São pequenos componentes educacionais (textos, vídeos, áudios, animações) que disponibilizamos
com intuito de agregar conteúdo, contextualizar o aprendizado e fortalecer a retenção do conhecimento
de forma objetiva e orgânica, melhorando o desempenho de nossos estudantes e profissionais. Um
recurso educacional utilizado para suportar um processo de aprendizagem rápido, porém constante.

“A pílula do conhecimento poderá ser aplicada como complementação teórica e prática dos nossos
cursos, como ferramenta de memorização e revisão de conteúdo sobre os aspectos mais importantes
do curso e/ou como reforço das ações de aprendizagem presenciais”.
GABARITO
Respostas dos exercícios propostos.

ITENS DE ESTUDO

CURIOSIDADES!
Item de estudo utilizado para expor acontecimentos, fatos e casos curiosos relacionados com algum
tema abordado.

“Momento de atiçar a curiosidade do estudante, propondo conceitos, fatos e situações curiosas


referente aos assuntos que estão sendo estudados”.

OBSERVAÇÕES:
Item de estudo utilizado para complementar e destacar ideias e informações importantes sobre os
conteúdos abordados.

“Momento de fazer o estudante refletir sobre algum tema específico que deve ser destacado,
lembrado ou anotado como uma observação importante”.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO____________________________________________________________________ 07
MATÉRIA E ENERGIA______________________________________________________________ 07
• Estados Físicos e Mudanças de Estado__________________________________________ 07
• Fenômenos Químicos e Físicos_________________________________________________ 09
• Misturas Homogêneas e Heterogêneas – Métodos de Separação______________________09
ESTRUTURA ATÔMICA____________________________________________________________ 14
• Partículas Constituintes do Átomo: Prótons, Nêutrons e Elétrons___________________ 14
• Número Atômico e Número de Massa___________________________________________ 16
TABELA PERIÓDICA______________________________________________________________ 18
• Como tudo começou__________________________________________________________ 18
• A Tabela Periódica nos Dias Atuais_____________________________________________ 19
• A importância da Tabela Periódica_____________________________________________ 20
LEIS DE LAVOISIER E PROUST_____________________________________________________ 20
• Lei de Conservação das Massas ou Lei de Lavoisier________________________________ 20
• Lei das Proporções Constantes ou Lei de Proust__________________________________ 20
MODELOS ATÔMICOS_____________________________________________________________21
• Modelo Atômico de Dalton____________________________________________________ 22
• Modelo Atômico de Thomson__________________________________________________ 22
• Modelo Atômico de Rutherford________________________________________________ 22
• Modelo Atômico de Bohr______________________________________________________23
NOÇÕES DE LIGAÇÕES QUÍMICAS_________________________________________________ 24
• Ligações Iônicas_____________________________________________________________ 24
• Ligações Covalentes__________________________________________________________24
• Ligações Metálicas___________________________________________________________ 24
EXERCÍCIOS_____________________________________________________________________ 25
BUSCANDO+____________________________________________________________________ 26
PÍLULA DO CONHECIMENTO______________________________________________________ 26
GABARITO_______________________________________________________________________ 26
REFERÊNCIAS____________________________________________________________________ 26
INTRODUÇÃO

Química é a ciência que estuda a matéria e suas transformações. Estuda também a energia que
está envolvida nessas transformações. A Química é um Componente Curricular da Área de Ciências
da Natureza e Suas Tecnologias e veremos que essa disciplina está muito ligada ao nosso dia a dia. Ela
está presente nos alimentos, medicamentos, construções, nas plantas, no vestuário, nos combustíveis.
Tudo o que existe no universo é formado por química. No nosso organismo, também ocorrem diversas
transformações químicas.
Nesta apostila trataremos de diversos assuntos extremamente importantes tanto para
humanidade quanto para própria manutenção da nossa vida, como os fenômenos físicos e químicos,
os processos causadores de poluição, as mudanças de estados físicos da matéria, a diferença entre
soluções e misturas, entre outros. Procuramos além de apresentar conceitos possibilitar que a partir
destes seja possível enxergar a presença da química em nosso dia a dia.
O Componente Curricular de QUÍMICA, está inserido na Área do Conhecimento de
CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS. Neste material, veremos assuntos
relacionados ao MÓDULO I, equivalente a 1ª SÉRIE do ENSINO MÉDIO.

MATÉRIA E ENERGIA

O universo é feito de matéria e energia.


Matéria é qualquer coisa que tem massa e ocupa lugar no espaço já a energia é a capacidade de
fazer o trabalho, ou a capacidade de mover-se ou provocar a transformação da matéria. Com efeito, a
quantidade de energia algo tem se refere à sua capacidade de fazer as coisas acontecerem.

Estados Físicos e Mudanças de Estado

As fases ou estados físicos da matéria são três: sólido, líquido e gasoso.


A fase sólida caracteriza-se por apresentar uma grande força de atração entre as partículas,
força essa de origem elétrica, o que implica uma forma e volume definidos (exemplo: gelo). Na fase
líquida, a força entre as partículas é menor do que as do estado sólido, o que implica um volume
definido e uma forma variável (exemplo: água num copo). Já na fase gasosa, a força entre as partículas
é quase inexistente, o que corresponde a volume e formas variáveis (exemplo: vapor da água).

07
A pressão e a temperatura, que são as variáveis de estado, influenciam no estado físico em que
uma substância se encontra e ao receber ou perder certa quantidade de calor ela pode sofrer uma
mudança/transição deste estado.
Em relação às mudanças de estado físico, nós teremos:
● Fusão: passagem da fase sólida para a líquida. Exemplo: o gelo derretendo e se transformando
em água líquida.
● Vaporização: passagem da fase líquida para a gasosa. Exemplo: a água fervendo e se
transformando em vapor de água, como a vaporização dos rios, lagos e mares.
● Solidificação: passagem da fase líquida para a sólida. Exemplo: água líquida colocada no
congelador para formar gelo.
● Condensação: passagem da fase gasosa para a líquida. Exemplo: o vapor da água se
transformando em gotículas de água quando sua temperatura fica abaixo de 100 ºC. Também
pode ser chamada de liquefação.
● Sublimação: passagem que se dá de forma direta, da fase sólida para a gasosa ou da fase gasosa
para a sólida; como acontece com a naftalina, por exemplo.

Figura 1: Mudanças de estados físicos da matéria.


EXEMPLO:
Pode-se observar que a condensação pode ocorrer quando a água em estado gasoso encontra
uma superfície mais fria, uma janela.

OBSERVAÇÕES:
Cada estado físico da água é possível de acordo com as variações de temperatura e pressão. Em
pressão normal (1 atm), a água entra em fusão a 0 °C e em ebulição a 100 °C. As moléculas de água a
-1 °C encontram-se em estado sólido e a 0 °C ocorre a mudança (ponto de fusão) de gelo a 0 °C para

08
água a 0 °C. Quando atinge a temperatura de 100 °C, realiza uma nova mudança de estado
(vaporização), passando do estado líquido para o gasoso.

Fenômenos Químicos e Físicos

Fenômeno é toda e qualquer transformação que ocorre com a matéria, pode ser classificado em
físico ou químico.

Fenômeno químico

É todo aquele que ocorre com a formação de novas substâncias. Um fenômeno químico, como
a combustão, transforma uma substância em outra, com diferentes propriedades químicas. Exemplo:
após a combustão de um fósforo, a composição da cinza e da fumaça é totalmente diferente do palito
inicialmente presente. O fenômeno químico altera a natureza da matéria.

Fenômenos físicos

Causam transformações da matéria sem ocorrer alteração de sua composição química. É todo
fenômeno que ocorre sem que haja a formação de novas substâncias.

OBSERVAÇÕES:
Mudanças de estados físicos da matéria são fenômenos físicos. A água pode se encontrar no
estado sólido, líquido ou gasoso, mas sua molécula H2O continua a mesma, ou seja, o fenômeno físico
altera apenas a forma da matéria.

Misturas Homogêneas e Heterogêneas – Métodos de Separação

Mistura é um sistema formado por duas ou mais substâncias puras, chamadas componentes.
As misturas podem ser classificadas em homogêneas e heterogêneas. A diferença entre elas é que a
mistura homogênea é uma solução que apresenta uma única fase enquanto a heterogênea pode
apresentar duas ou mais fases. Fase é cada porção que apresenta aspecto visual uniforme.

OBSERVAÇÕES:
Separação de misturas é o processo utilizado para separar duas ou mais substâncias
diferentes.

09
A necessidade de separar essas substâncias surge por diversos motivos.
São exemplos:
● A separação da água para obter sal;
● A separação de poluentes no tratamento da água;
● E a própria separação de lixo.

Existe uma diferença entre solução e composto, as soluções não têm composição fixa como a
dos compostos, ou seja, as quantidades de cada elemento presente nas soluções podem variar e estar
em qualquer proporção.

Figura 2: Mistura homogênea e mistura heterogênea.

EXEMPLOS:
a) Misturas homogêneas: Água e sal, água e açúcar, água e álcool, bronze, gasolina, vinagre.
b) Misturas heterogêneas: Água e gelo, água e óleo, areia, sangue, leite.

Processos de separação de misturas

O processo de separação pode ocorrer de várias formas e o método a ser utilizado depende dos
seguintes aspectos:
● Tipo de mistura: homogênea ou heterogênea;
● Natureza dos elementos químicos que formam as misturas;
● Densidade, temperatura e solubilidade dos elementos.

Separação de misturas homogêneas

As misturas homogêneas são aquelas que têm apenas uma fase. Os principais processos de
separação dessas misturas são:

10
Destilação simples

A destilação simples é a separação entre substâncias sólidas de substâncias líquidas através de


seus pontos de ebulição.
EXEMPLO:
A água com sal submetidos à temperatura de ebulição que evapora sobrando apenas o sal.

Destilação fracionada

A destilação fracionada é a separação entre substâncias líquidas através da ebulição. Para que
esse processo seja possível, os líquidos são separados por partes até que obtenha o líquido que tem o
maior ponto de ebulição.
EXEMPLO:
Separar água de acetona.

Vaporização

A vaporização, também conhecida por evaporação, consiste em aquecer a mistura até o líquido
evaporar, separando-se do soluto na forma sólida. Nesse caso, o componente líquido é perdido.
EXEMPLO:
Processo para obtenção de sal marinho.

Liquefação fracionada

A liquefação fracionada é realizada através de equipamento específico, no qual a mistura é


resfriada até os gases tornarem-se líquidos. Após isso, passam pela destilação fracionada e são
separados conforme os seus pontos de ebulição.
EXEMPLO:
Separação dos componentes do ar atmosférico.

Separação de misturas heterogêneas

As misturas heterogêneas são aquelas que têm duas fases. Os principais processos de separação
são:

11
Centrifugação

A centrifugação ocorre através da força centrífuga, a qual separa o que é mais denso do que é
menos denso.
EXEMPLO:
Centrifugação no processo de lavagem de roupas, a qual separa a água das peças de vestuário.

Filtração

A filtração é a separação entre substâncias sólidas insolúveis e líquidas.


EXEMPLO:
Fazer café utilizando coador. Para obter a bebida, ela é coada separando o pó do líquido.

Decantação

A decantação é a separação entre substâncias que apresentam densidades diferentes. Ela pode
ser realizada entre líquido-sólido e líquido-líquido. No caso, o sólido deve ser mais denso que o líquido.
O sólido ficará depositado no fundo do recipiente. Para esse processo, é utilizado o funil de decantação.
EXEMPLO:
Separação de água e areia ou separar água de um líquido menos denso, como o óleo.

Dissolução fracionada

A dissolução fracionada é usada para separação de substâncias sólidas ou sólidas e líquidas.


Ela é utilizada quando há na mistura alguma substância solúvel em solventes, como a água. Após o
método de dissolução, a mistura deve passar por outro método de separação, como a filtração ou a
destilação.
EXEMPLO:
Separação de areia e sal (NaCl).

Separação magnética

A separação magnética é a separação de metal de outras substâncias mediante o uso de ímã.


EXEMPLO:
Separar limalha de ferro (metal) de enxofre em pó ou areia.

12
Ventilação

A ventilação é a separação de substâncias com densidades diferentes.


EXEMPLO:
Soprar sobre uma taça com arroz para afastar as cascas que vêm misturadas antes de prepará-
lo.

Levigação

A levigação é a separação entre substâncias sólidas. É o processo utilizado pelos garimpeiros


e que é possível graças à densidade diferente das substâncias.
EXEMPLO:
O ouro separa da areia na água porque o metal é mais denso do que a areia.

Peneiração ou Tamisação

A peneiração é a separação entre substâncias através de uma peneira.


EXEMPLO:
Peneirar o açúcar para separar grãos maiores para fazer um bolo apenas com o açúcar mais
fino.

Flotação

A flotação é a separação de substâncias sólidas e substâncias líquidas, o que é feito através da


adição de substâncias na água que propiciam a formação de bolhas. As bolhas formam, então, uma
espuma, separando as substâncias.
EXEMPLO:
Processo de tratamento de água.

Floculação

A floculação consiste na adição de substâncias coagulantes, como o sulfato de alumínio


(Al2(SO4)3), adicionado a água com óxido de cálcio (CaO). A reação entre essas duas substâncias
origina o hidróxido de alumínio (Al(OH)3). As partículas pequenas em suspensão na água se agregam
e unem-se ao hidróxido de alumínio, formando flóculos/flocos maiores, o que permite a decantação.
EXEMPLO:
Processo de tratamento de água.

13
Catação

A catação é o método mais simples para separação de misturas. É realizado de forma manual,
separando partes sólidas.
EXEMPLO:
Separação dos materiais do lixo ou separação de sujeiras de grãos.

CURIOSIDADES!
Em tratamento de água para consumo público e uso específico da indústria, como na fabricação
de cerveja, a floculação faz com que as partículas finas de areia, argila, matéria orgânica e sólidos em
suspensão presentes na água se agreguem e formem flocos.
Tanto no tratamento de água para consumo como no tratamento de efluentes, a floculação é
uma etapa do processo na estação de tratamento de águas em que, após adicionar os coagulantes por
meio químico, como adição de Al2(SO4)3 (sulfato de alumínio) ou FeCl3 (cloreto férrico), as partículas
em suspensão tornam-se pequenos flocos (flóculos), decantando em seguida. Porém, a etapa de adição
dos coagulantes chama-se coagulação. Nesta etapa ocorre a desestabilização das partículas,
possibilitando assim a floculação na próxima etapa.
Armazenado em um tanque aberto, o processo de floculação se dá quando pás motorizadas
promovem o giro da água, de forma muito lenta, propiciando que as partículas se unam, formando os
flocos de impurezas. A formação destes flocos é essencial para o processo de decantação, pois as
partículas se tornarão mais densas que os outros componentes do efluente. A velocidade de
movimentação da massa líquida deve ser de forma lenta o suficiente para não romper os flocos em
formação e rápida o suficiente para que os flocos não decantem e se choquem, a fim de formar flocos
maiores.

ESTRUTURA ATÔMICA

Partículas Constituintes do Átomo: Prótons, Nêutrons e Elétrons

Segundo o modelo de Rutherford a estrutura do átomo apresenta basicamente duas regiões


distintas, que são:

14
Núcleo
É uma região maciça, compacta e densa que fica no centro do átomo. O núcleo atômico é
divisível, pois é constituído de duas partículas diferentes:

Prótons
São partículas carregadas positivamente com carga relativa igual a +1. Sua massa relativa
também é de 1. O número de prótons existente no núcleo é chamado de número atômico (Z) e é o
responsável pela diferenciação de um elemento químico de outro, ou seja, cada elemento químico é
formado por um conjunto de átomos que possui o mesmo número atômico ou a mesma quantidade de
prótons.

Nêutrons
Como o próprio nome indica, essas são partículas neutras, isto é, não possuem carga elétrica.
Assim, os nêutrons diminuem a força de repulsão entre os prótons no núcleo (tendo em vista que cargas
de mesmo sinal repelem-se). Essas partículas subatômicas possuem a massa relativa praticamente igual
à dos prótons, isto é, 1. Mas, na realidade, a massa do nêutron é um pouco maior que a do próton. Isso
é interessante porque, se fosse o contrário, isto é, se os prótons fossem ligeiramente mais pesados do
que os nêutrons, todos os prótons seriam transformados em nêutrons. O resultado seria que, sem os
prótons, os átomos não existiriam.

Eletrosfera
É uma região periférica ao redor do núcleo átomo onde os elétrons ficam girando em volta
deste núcleo.

Elétrons
Estes foram as primeiras partículas subatômicas descobertas (1897, por J. J. Thomson). São
partículas carregadas negativamente, cuja carga relativa é de -1. Sua carga em Coulombs é igual
1,6. 10−19 C.
Apesar de os elétrons serem negativos, o átomo no estado fundamental é neutro, pois ele possui
a mesma quantidade de elétrons e de prótons. Isso significa que as cargas negativas dos elétrons anulam
as cargas positivas dos prótons, assim, o átomo fica neutro.

15
Quando os átomos realizam ligações químicas para formar as substâncias simples e compostas,
isso ocorre com os elétrons. Há então uma transferência ou um compartilhamento de elétrons entre
dois ou mais átomos.

Figura 3: Estrutura do átomo.

Número Atômico e Número de Massa

Na Tabela Periódica são encontradas informações extremamente importantes a respeito dos


elementos químicos, como o número atômico e o número de massa.

Número Atômico

Em 1913, Moseley realizava experimentos bombardeando diversos elementos químicos com


raios X, quando percebeu que o comportamento de cada elemento dependia do número de cargas
positivas existentes no núcleo, ou seja, estava relacionado com a sua quantidade de prótons.
O número atômico é representado pela letra Z e indica o número de prótons (p) existentes no
núcleo do átomo. Esta grandeza é característica de cada elemento químico.
Expressando matematicamente, temos:

Z=p
(número atômico é igual ao número de prótons)

Os átomos eletricamente neutros terão mesmo número de prótons e elétrons (e). Logo:

Z=p=e
(número atômico é igual ao número de prótons que é igual ao número de elétrons)

16
O número atômico está sempre localizado na parte inferior do símbolo do elemento, como
podemos ver abaixo:

ou
(a letra Z que indica o número de prótons está na parte inferior do elemento X)

Número de Massa

O número de massa é representado pela letra A e se refere à massa do átomo. A massa do


átomo, segundo Rutherford, está praticamente toda concentrada no núcleo. O núcleo é composto por
prótons e nêutrons. Portanto, o número de massa (A) será a soma do número de prótons (p) com o
número de nêutrons (n). Podemos expressar matematicamente da seguinte forma:

A=p+n
(número de massa é igual ao número de prótons mais o número de nêutrons)

O número de massa sempre será um número inteiro, já que a quantidade de prótons e nêutrons
é um número inteiro.
Além disso, esse número está sempre localizado na parte superior do símbolo do elemento,
como podemos ver abaixo:

ou

Na expressão acima, X é o elemento químico e Z representa o número atômico, que


corresponde ao número de prótons. Assim, podemos escrever a equação de A de uma segunda forma:

A=Z+n
(número de massa é igual ao número atômico mais o número de nêutrons)

EXEMPLO:
Exemplo do número atômico e da massa atômica do Oxigênio ( 816𝑂):

O número atômico do Oxigênio é 8, enquanto a sua massa atômica é 16 u.

17
TABELA PERIÓDICA

Foi na Rússia, depois de formado e trabalhando na Universidade de São Petersbugo, que


Mendeleev teve a ideia de agrupar os elementos químicos de acordo com o peso de cada um. Naquela
época, o conceito de número atômico não era conhecido. Para calcular a massa/peso de um átomo,
determinava-se o peso através de reações com a massa fixa de um certo elemento. Depois, o peso do
segundo elemento era calculado com base na sua reação com o primeiro.
Dessa forma, o pesquisador passou a organizar os elementos com base nas suas propriedades e
pesos. Por exemplo, os halogênios (F, Cl, Br e I) receberam esse nome devido a sua capacidade de
formar sais com o sódio ou potássio. E assim, continuou escrevendo sobre as propriedades dos
elementos químicos. Em princípio, ele começou a pensar em um padrão, porém não conseguia explicar
as questões sistemáticas de cada grupo previamente separadas.

Figura 4: Dmitri Ivanovic Mendeleev.

Para melhor entender o sistema periódico, Mendeleev anotou o nome, a massa e as


propriedades de cada um dos 68 elementos, em um conjunto de cartas. Ele embaralhava esses cartões,
como em um jogo de cartas, em busca de uma ordem que desse sentido aos elementos.

CURIOSIDADES!
Certa noite, o pesquisador teve um misterioso que lhe deu “o norte” para organizar os seus
cartões. Em colunas verticais, e em ordem crescente, Mendeleev organizou os elementos através do
seu peso. Elementos que tinham propriedades semelhantes, ficavam em uma nova coluna. E assim
surgiu a primeira tabela periódica!

18
Sua organização era tão precisa que Mendeleev, em seu sistema periódico, deixou espaços
vazios para os elementos que ainda seriam descobertos.

A Tabela Periódica nos Dias Atuais

O desenvolvimento da tabela periódica até os dias atuais, foi lento…


Vejamos como está organizada a Tabela Periódica e seus elementos nos dias atuais (figura 5):

Figura 5: Tabela Periódica.

Foi só no início do século XX, que o pesquisador Henry Moseley descobriu o número atômico.
Desde então, esta é a grandeza que de fato caracteriza um elemento químico. Após a descoberta do
número atômico (também conhecido como “Z” nos nossos cálculos químicos), a tabela periódica foi
reorganizada. Em seguida, os elementos isótonos (átomos que possuem números atômicos e massas
diferentes, e o mesmo número de nêutrons) e isóbaros (elementos com diferentes números atômicos,
mas com o mesmo número de massa) foram identificados.

OBSERVAÇÕES:
Atualmente temos 118 elementos químicos na Tabela Periódica, e provavelmente serão
descobertos outros mais no futuro.

19
A importância da Tabela Períodica

Uma das principais funcionalidades da tabela periódica é a possibilidade de prever para que
serve cada elemento químico e quais compostos irão resultar nas suas combinações. Isso só acontece
porque os elementos são agrupados não só pelos seus números atômicos e em ordem crescente. É
considerada também a distribuição eletrônica de cada um, ou seja, a quantidade de elétrons na camada
de valência.

CURIOSIDADES!
2019 é o Ano Internacional da Tabela Periódica e dos Elementos Químicos
A data ganhou destaque para celebrar os 150 anos de tabela periódica, e reconhecer que ela é uma das
mais importantes conquistas da ciência moderna, que expressa muito mais que química.

LEIS DE LAVOISIER E PROUST

Entre essas leis estavam as leis ponderais, que eram aquelas que relacionavam as massas dos
participantes de uma reação química.
As leis ponderais mais importantes foram duas:

Lei de Conservação das Massas ou Lei de Lavoisier

Essa lei foi criada por Antoine Laurent Lavoisier (1743-1794) e disse que:

“Em uma reação química feita em recipiente fechado, a soma das massas dos reagentes é igual à
soma das massas dos produtos.”

Atualmente, essa lei é mais conhecida pelo seguinte enunciado:

“Na natureza nada se cria, nada se forma, tudo se transforma.”

Lei das Proporções Constantes ou Lei de Proust

Essa lei foi criada por Joseph Louis Proust (1754-1826) e pode ser enunciada assim:

20
“A proporção em massa das substâncias que reagem e que são produzidas numa reação é fixa,
constante e invariável.”
EXEMPLO:

De acordo com as proporções constantes da Lei de Proust, quando relacionamos (dividimos)


as massas dos reagentes de cada experimento, percebemos que, para formar ácido clorídrico, a
proporção é sempre de 2 para 71:
𝟐
𝟕𝟏
4 2
, simplificados por 2, resultam em
142 71
6 2
, simplificados por 3, resultam em
213 71

MODELOS ATÔMICOS

Os modelos atômicos são os aspectos estruturais dos átomos que foram apresentados por
cientistas na tentativa de compreender melhor o átomo e a sua composição. Em 1808, o cientista inglês
John Dalton propôs uma explicação para a propriedade da matéria. Trata-se da primeira teoria atômica
que dá as bases para o modelo atômico conhecido atualmente.
A constituição da matéria é motivo de estudos desde a antiguidade. Os
pensadores Leucipo (500 a.C.) e Demócrito (460 a.C.) formularam a ideia de haver um limite para a
pequenez das partículas. Eles afirmavam que elas se tornariam tão pequenas que não poderiam ser
divididas. Chamou-se a essa partícula última de átomo. A palavra é derivada dos radicais gregos que,
juntos, significam o que não se pode dividir.

Figura 6: Modelos atômicos.

21
Modelo Atômico de Dalton

O modelo atômico de Dalton foi um experimento proposto em meados do século XIX, com o
intuito de abordar o comportamento da constituição da matéria e do átomo. Antes de John Dalton já
havia ideias preliminares sobre a unidade básica da matéria, entretanto, foi a partir deste químico que
surgiram os primeiros indícios de que esta partícula é fundamental, indivisível e indestrutível.

Figura 7: Modelo Atômico de Dalton.

Modelo Atômico de Thomson

O modelo atômico de Thomson é conhecido como “pudim de passas” enuncia que o átomo é
uma esfera de carga elétrica positiva, não maciça e que nele se encontram cargas negativas estáticas
distribuídas uniformemente, de modo que sua carga elétrica total é nula.

Figura 8: Modelo Atômico de Thomson.

Modelo Atômico de Rutherford

Já Rutherford, com a intenção de aprofundar seus estudos, foi para a Inglaterra submeter-se à
orientação de Thomson nas investigações sobre as propriedades dos raios X e das emissões radioativas.
Em seus estudos, ele conseguiu, por meio de experimentos, bombardear uma fina lâmina de ouro com

22
partículas alfa (núcleo do átomo de hélio). Ele percebeu que a maioria das partículas alfa emitidas
atravessava a lâmina sem sofrer qualquer desvio. Todavia, uma pequena parte das partículas sofria um
desvio. Com isso, ele pôde concluir que o átomo possuía um pequeno núcleo e uma grande região
vazia.
Em seu experimento, Rutherford enunciou que os elétrons eram dotados de cargas negativas,
mas no núcleo se encontravam as cargas positivas. Dessa forma, baseando-se no sistema planetário,
Rutherford propôs para o átomo de hidrogênio um modelo semelhante.

Figura 9: Modelo Atômico de Rutherford.

Modelo Atômico de Bohr

Aprofundando-se no modelo proposto por Rutherford, Niels Bohr, em 1923, conseguiu


completá-lo introduzindo a ideia de que os elétrons só se movem ao redor do núcleo quando estão
alocados em certos níveis de energia. Dessa forma, um elétron só poderia mudar de nível se ganhasse
ou perdesse energia. Bohr foi questionado sobre o fato de que, se o elétron emitisse energia sem parar,
ele se chocaria com o núcleo, podendo gerar um colapso. Esse questionamento passou por várias
formulações até ser reformulado pelo cientista Louis de Broglie, que diz que os elétrons giram ao redor
do núcleo, mas não em órbitas definidas como tinha afirmado Bohr.

Figura 10: Modelo Atômico de Bohr.

23
NOÇÕES DE LIGAÇÕES QUÍMICAS

As ligações químicas são as interações que ocorrem entre átomos para se tornarem uma
molécula ou substância básica de um composto. Existem três tipos de ligações: covalentes, metálicas
e iônicas.
A busca por estabilidade eletrônica, que justifica a realização de ligações químicas entre os
átomos, é explicada pela teoria do octeto. Proposta por Newton Lewis, essa teoria afirma que a
interação atômica acontece para que cada elemento adquira a estabilidade de um gás nobre, ou seja,
oito elétrons na camada de valência. Para isso, o elemento doa, recebe ou compartilha elétrons da sua
camada mais externa, realizando, portanto, ligações químicas de caráter iônico, covalente ou metálico.
Os gases nobres são os únicos átomos que já possuem oito elétrons na sua camada mais externa e é
por isso que pouco reagem com outros elementos.
Para obter os oito elétrons na camada de valência, como previsto na regra do octeto, os átomos
estabelecem ligações entre si que variam de acordo com a necessidade de doar, receber ou compartilhar
elétrons e também com a natureza dos átomos ligantes.

Ligações Iônicas

Também conhecidas com ligações eletrovalentes ou heteropolares, acontecem entre metais e


elementos muito eletronegativos (ametais e hidrogênio). Nesse tipo de ligação, os metais tendem a
perder elétrons, transformando-se em cátions (íons positivos), e os ametais e o hidrogênio ganham
elétrons, tornando-se ânions (íons negativos).

Ligações Covalentes

As ligações covalentes acontecem pelo compartilhamento de elétrons. Em virtude da baixa


diferença de eletronegatividade entres os elementos ligantes, eles não doam ou recebem elétrons, mas
compartilham pares eletrônicos para assim ficarem estáveis de acordo com a regra do octeto.

Ligações Metálicas

Esse tipo de ligação acontece entre metais, que englobam os elementos da família 1A (metais
alcalinos), 2A (metais alcalinoterrosos) e os metais de transição (bloco B da tabela periódica – grupo
3 ao 12), formando o que chamamos de ligas metálicas. A característica diferencial em relação aos

24
demais tipos de ligação é a movimentação dos elétrons, o que explica o fato de os materiais metálicos,
no estado sólido, serem ótimos condutores elétricos e térmicos.
EXEMPLOS:
a) Ligação iônica:
Na+Cl- = NaCl (cloreto de sódio ou sal de cozinha)

b) Ligação covalente:
Molécula de água H2O: H - O – H
c) Ligação metálica:

Aço Inoxidável: composta de ferro (Fe), carbono (C), cromo (Cr) e níquel (Ni).

EXERCÍCIOS

1. Para combater traças e baratas, era comum colocar algumas bolinhas de naftalina no
guarda-roupa. Com o passar do tempo, essas bolinhas diminuíram de tamanho. Esse
fenômeno é uma mudança de estado físico chamada de:
a) Solidificação.
b) Condensação.
c) Fusão.
d) Sublimação.
e) Evaporação.

2. A massa de três átomos de carbono 12 é igual à massa de dois átomos de certo elemento
X. Pode-se dizer, então, que a massa atômica de X, em u, é: (Dado: massa atômica do
carbono = 12 u.)
a) 12.
b) 36.
c) 24.
d) 3.
e) 18.

3. Quais são os 3 tipos de ligações química?


a) Ligações iônicas, Ligações covalentes e Ligações de alumínio.
b) Ligações iônicas, Ligações valentes e Ligações metálicas.

25
c) Ligações iônicas, Ligações covalentes e Ligações metálicas.
d) Ligações canônicas, Ligações covalentes e Ligações metálicas.
e) Ligações cônicas, Ligações valentes e Ligações de alumínio.

BUSCANDO+
Vídeos:

✓ Matéria e Energia: Conceitos | QUÍMICA | Introdução à Química


https://youtu.be/w2lnGvI_2SI

✓ As 100 Maiores Descobertas da Química Dublado-Documentário Completo


https://www.youtube.com/watch?v=Iu6iRAYSJZM

✓ Ligações Químicas - Uma breve e perfeita Apresentação


https://youtu.be/9hrkC-G2Ubw

PÍLULA DO CONHECIMENTO

Esse item se trata de uma metodologia disponibilizada em nossa plataforma, a qual você poderá acessar
e aprender sobre conceitos importantes referentes aos conteúdos abordados nesta apostila. Acesse
nossa plataforma e veja a PÍLULA DO CONHECIMENTO sobre QUÍMICA do MÓDULO I!

GABARITO
QUESTÃO ALTERNATIVA
1 D
2 E
3 C

REFERÊNCIAS

SANTOS, Wildson Luiz Pereira dos (coord.), Química & Sociedade, vol. único, São Paulo: Nova
Geração, 2005.

PERUZZO. F.M.; CANTO. E.L., Química na abordagem do cotidiano, volume 1, 4ª edição, ed


moderna, São Paulo, 2006

26
USBERCO, João; Salvador, Edgard. Química Geral. 12ª.ed. São Paulo: Saraiva, 2006. 480 p.

ATKINS, P.W.; JONES, Loretta. Princípios de química: questionando a vida moderna e o meio
ambiente. 3.ed. Porto Alegre: Bookman, 2006. 965 p.

BROWN, Theodore; LEMAY, H. Eugene; BURSTEN, Bruce E. Química: a ciência central. 9 ed.
Prentice-Hall, 2005.

ATKINS, Peter W.; JONES, Loretta. Princípios de Química: questionando a vida moderna o meio
ambiente. 3 ed. Guanabara Koogan, 2006

FONSECA, Martha Reis Marques da. Completamente Química, Ciências, Tecnologia &
Sociedade. São Paulo: Editora FTD S.A., 2001, 624 p.

MENDES, Aristênio. Elementos de Química Inorgânica, Fortaleza, 2005.

MORTIMER, E.F.; MOL, G. e DUARTE, L.P. Regra do octeto e teoria da ligação química no
Ensino Médio: Dogma ou ciência? Química Nova, v. 17, p. 243-252, 1994.

27
RIACHO FUNDO 02, QN 05 “A” CJ “02” LOTE “10” – BRASÍLIA/DF
ORIENTAÇÕES DE LEITURA
O componente curricular SOCIOLOGIA foi elaborado com alguns TÓPICOS e ITENS
especiais que precisam ser destacados para melhor compreensão de leitura e contextualização dos
conteúdos abordados.

TÓPICOS ESPECIAIS E ITENS DE ESTUDO

• O cursista encontrará na apostila alguns tópicos estruturados sem seções com finalidades
específicas chamados TÓPICOS ESPECIAIS.
• Além desses tópicos, o cursista também encontrará alguns ITENS DE ESTUDO que irão
proporcionar dinâmica a leitura e melhor compreensão dos assuntos abordados.

TÓPICOS ESPECIAIS

EXERCÍCIOS
Se trata de um tópico especial contendo aplicações teórico-práticas em formato de exercícios de
múltipla escolha elaborados para o estudante pensar, analisar e abstrair conceitos estudando exemplos
que relacionam a teoria com a prática em cada componente curricular.

BUSCANDO+
Se trata de um tópico especial contendo algumas indicações de estudo, por meio de sugestões de Links,
livros, sites, vídeos e outros meios que possam ser acessados pelo cursista, como forma de estudo
suplementar ou de aprofundamento dos conteúdos ministrados em cada componente curricular.

PÍLULA DO CONHECIMENTO
São pequenos componentes educacionais (textos, vídeos, áudios, animações) que disponibilizamos
com intuito de agregar conteúdo, contextualizar o aprendizado e fortalecer a retenção do conhecimento
de forma objetiva e orgânica, melhorando o desempenho de nossos estudantes e profissionais. Um
recurso educacional utilizado para suportar um processo de aprendizagem rápido, porém constante.

“A pílula do conhecimento poderá ser aplicada como complementação teórica e prática dos nossos
cursos, como ferramenta de memorização e revisão de conteúdo sobre os aspectos mais importantes
do curso e/ou como reforço das ações de aprendizagem presenciais”.
GABARITO
Respostas dos exercícios propostos.

ITENS DE ESTUDO

CURIOSIDADES!
Item de estudo utilizado para expor acontecimentos, fatos e casos curiosos relacionados com algum
tema abordado.

“Momento de atiçar a curiosidade do estudante, propondo conceitos, fatos e situações curiosas


referente aos assuntos que estão sendo estudados”.

OBSERVAÇÕES:
Item de estudo utilizado para complementar e destacar ideias e informações importantes sobre os
conteúdos abordados.

“Momento de fazer o estudante refletir sobre algum tema específico que deve ser destacado,
lembrado ou anotado como uma observação importante”.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO____________________________________________________________________ 07
INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA_____________________________________________________ 07
• O que é Sociologia?__________________________________________________________ 07
• Contexto histórico do surgimento da Sociologia___________________________________08
• Para que serve a Sociologia?___________________________________________________09
HISTÓRIA DA SOCIOLOGIA_______________________________________________________ 10
A RELAÇÃO INDIVÍDUO - SOCIEDADE______________________________________________ 14
CIÊNCIAS SOCIAIS_______________________________________________________________ 16
• Contexto Histórico___________________________________________________________ 16
• Campos de Estudo ___________________________________________________________17
• Como é a carreira em Ciências Sociais?__________________________________________23
O MENINO SELVAGEM DE AVEYRON________________________________________________ 23
• Conhecendo sua história______________________________________________________ 23
A CONVIVÊNCIA HUMANA_________________________________________________________ 25
• Os Contatos Sociais__________________________________________________________ 25
• O Isolamento Social__________________________________________________________ 26
• Os Agrupamentos Sociais_____________________________________________________ 33
EXERCÍCIOS_____________________________________________________________________ 34
BUSCANDO+____________________________________________________________________ 35
PÍLULA DO CONHECIMENTO______________________________________________________ 36
GABARITO_______________________________________________________________________ 36
REFERÊNCIAS____________________________________________________________________ 36

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26
26
INTRODUÇÃO

A cultura molda as experiências e influencia o desenvolvimento da sociedade. Esse tema


propõe entender a relação que existe entre o desenvolvimento da sociedade e da cultura, como essas
influências se manifestam e o efeito das diferenças culturais sobre todas as pessoas.
Quantas vezes você já ouviu temas como conceitos de política, movimentos sociais, a teoria da
política, ou se deparou com debates sobre direitos no seu dia a dia? Aposto que inúmeras! É muito
comum o uso de ideias e expressões vindas da Ciência Política no nosso cotidiano. Mas você sabe o
que elas significam? Se a resposta for não, tudo bem: este texto servirá como uma introdução para
você que quer começar a entender a Ciência Política. Vamos apresentar quatro conceitos básicos dessa
ciência: cidade, cidadania, direitos e Estado.
A história da raça humana está repleta de acontecimentos marcantes que traçaram o caminho
de nossa realidade até aqui. Mas essa história não parou por aqui. Nosso mundo, marcado pelo conflito
e pelas divisões sociais, ainda vive processos de mudança profundos que nos atingem sem que nos
demos conta. Como essas mudanças ocorrem? Por que minha condição de vida é tão diferente da
condição daqueles que vieram antes de mim? Para que rumo caminha nossa sociedade? Essas são
algumas perguntas que a Sociologia se encarrega de responder.
O Componente Curricular de SOCIOLOGIA, está inserido na Área do Conhecimento de
CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS. Neste material, veremos assuntos relacionados
ao MÓDULO I, equivalente a 1ª SÉRIE do ENSINO MÉDIO.

INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA

O que é Sociologia?

Sociologia é uma ciência situada dentro do conjunto das ciências humanas. O objetivo da
Sociologia é estudar, entender e classificar as formações sociais, as comunidades e os agrupamentos
humanos, para que outras ciências e técnicas possam apresentar propostas de intervenção social que
resultem em melhorias na sociedade. Nesse sentido, educadores, médicos, psicólogos, engenheiros,
arquitetos, urbanistas, juristas, advogados, publicitários, jornalistas, economistas, enfim, quase todos
os profissionais e pesquisadores de quase todas as áreas necessitam das teorias apresentadas pela
Sociologia.

07
Você já se perguntou por que a Sociologia diz que somos seres sociais?

Todos os dias da manhã à noite, convivemos com outras pessoas. Em casa, no trabalho, na
escola ou com amigos. Mesmo estando sozinho, indiretamente nos envolvemos com outras pessoas.
Vivemos em sociedade, participamos de grupos sociais, então somos um ser social.

OBSERVAÇÕES:
Nascimento da Sociologia
A Sociologia nasce como uma reflexão acerca dos contornos da nova configuração histórica e
num ambiente marcado pela competição entre as visões de mundo do conservadorismo, do liberalismo
e do socialismo.

Contexto histórico do surgimento da Sociologia

Uma série de fatores modificou a economia, a política e a sociedade europeia como um todo.
Essa série de fatores desencadeou uma nova organização social que precisava ser compreendida por
meio de um método de análise social.
São os principais fatores históricos que influenciaram o surgimento da Sociologia:
● Renascimento: o Renascentismo é o período de transição de uma Europa medieval para uma
Europa moderna, que passa a valorizar mais a ciência e as artes, reconhecendo a distinção e a
importância da razão e do conhecimento humano, além de separá-los do conhecimento
religioso.
● Surgimento do capitalismo: o mercantilismo, que consiste na primeira fase do capitalismo
moderno, desencadeou uma série de fatores que modificaram o cenário europeu. Um deles foi
a expansão marítima e comercial, que possibilitou um desenvolvimento econômico mais
complexo e a exploração das colônias situadas nas Américas, na África, na Índia e em parte da
Ásia.
● Iluminismo: uma nova concepção intelectual e política, surgiu com o Iluminismo. As ideias
de igualdade e de disseminação do conhecimento intelectual propagaram-se e trouxeram a
humanidade o entendimento de que a evolução moral e social está diretamente ligada a
evolução intelectual.
● Revolução Industrial: houve uma alteração na configuração populacional devido à Revolução
Industrial, pois a Europa, até então sumariamente rural, observava uma explosão demográfica
nas cidades devido a abertura de indústrias, principalmente na Inglaterra. Os grandes centros

08
urbanos que surgiram repentinamente não tiveram estrutura para abrigar tantas pessoas, e os
postos de trabalho também não foram suficientes para todos, o que desencadeou problemas
sociais e sanitários, que deixaram como rastros doenças, fome, miséria, desigualdade social e
alta taxa de criminalidade. Concomitantemente com os fatores negativos, a Revolução
Industrial promoveu uma série de benefícios ligados ao desenvolvimento tecnológico, que
promoveram um maior conhecimento técnico especializado e a capacidade de produção em
larga escala, o que propiciou o crescimento populacional.
Diante de tantas mudanças que tornaram a vida nas cidades mais complexa, era necessário
estabelecer uma forma de entender essa nova Europa, mais desenvolvida em certos aspectos e
problemática em outros.

Para que serve a Sociologia?

A importância da Sociologia é compreendida com base em seu modelo utilitário, o que a difere
da filosofia. Enquanto esta se apresenta como um conjunto de saberes não organizados cientificamente
e que têm uma finalidade em si mesmos, ou uma finalidade no próprio conhecimento, aquela é uma
ciência. Enquanto ciência, a Sociologia tem uma finalidade exterior a si.
O trabalho do sociólogo serve para identificar, classificar e analisar a organização social como
um todo. Partindo do comportamento individual (com elementos da psicologia) e do comportamento
social, o sociólogo tenta compreender a sociedade a fim de apresentar teorias que possam permitir a
intervenção social por meio de outras ciências e técnicas.

OBSERVAÇÕES:
Sociologia é um estudo da sociedade, padrões de relações sociais, interação social e cultura da
vida cotidiana. É uma ciência social que utiliza vários métodos de investigação empírica e análise
crítica para desenvolver um corpo de conhecimento sobre ordem social, aceitação e mudança ou
evolução social.
Sociologia é uma ciência situada dentro do conjunto das ciências humanas. O objetivo da
Sociologia é estudar, entender e classificar as formações sociais, as comunidades e os agrupamentos
humanos.

De acordo com o Durkheim (1991), o objeto de estudo da Sociologia são os fatos sociais. Os
fatos sociais representam a exterioridade de um pensamento. Como exemplo podemos citar a questão
da religião (fato social coletivo).

09
O filósofo francês Augusto Comte idealizou um projeto de melhoria e progresso social com
base em um movimento que ficou conhecido como positivismo. O positivismo tinha como objetivo
trazer o progresso à sociedade por meio do avanço científico, tecnológico, da ordem social e da
disciplina individual.

Figura 1: AUGUSTE COMTE.

Auguste Comte foi o criador do positivismo. Para concretizar o seu projeto, Comte aceitou
como necessária a criação de uma nova ciência que, tal como as ciências naturais, estudasse e
classificasse a sociedade, a fim de entendê-la e modificá-la. No início essa ciência foi batizada por
Comte de física social. Mais tarde, ela seria nomeada pelo mesmo pensador como Sociologia, que
significa: ciência da sociedade. Assim, Comte ficou conhecido como o “pai” da Sociologia

HISTÓRIA DA SOCIOLOGIA

Você já parou para pensar sobre a sociedade que o cerca? Já questionou coisas que parecem
banais, como por exemplo: porque no Brasil bebemos mais café do que chá? Porque temos presidente,
e não rei e rainha como na Inglaterra? Porque falamos português e não tupi-guarani?
E por acaso você já se perguntou sobre questões sociais mais complexas, como: porque temos
mais brancos do que negros nas universidades federais? Porque sabemos que temos políticos corruptos
nos representando e não fazemos nada? Porque algumas pessoas defendem que “bandido bom é
bandido morto”, se no Brasil não há pena de morte? Porque a nossa Constituição diz que somos todos
iguais, se somos diferentes?
Estas e muitas outras perguntas são constantemente respondidas pela Sociologia, que é a
ciência que estuda os fenômenos sociais e a organização da nossa sociedade. Como ciência, ela utiliza
um método de pesquisa para analisar o seu objeto de estudo, que é a sociedade, e cria formulações
teóricas sobre este objeto na tentativa de compreender como a nossa sociedade funciona.

10
Portanto, essa disciplina nos possibilita olhar para o mundo ao nosso redor e “ir além” do que
todos veem, estranhando aquilo que todos acham “natural”, nos ajudando a questionar e compreender
as instituições e as normas que determinam a forma como nos organizamos, nos relacionamos e
pensamos. Foi justamente pela necessidade dos indivíduos de entender tantas questões que nos
rodeiam que a Sociologia surgiu séculos atrás.
O contexto do seu surgimento se dá em meio às muitas transformações decorrentes das duas
Grandes Revoluções que ocorreram na Europa no século XIX e XIX: a Revolução Francesa e a
Revolução Industrial. A primeira colocou abaixo o Regime Absolutista francês e os privilégios da
nobreza e do clero, sob os ideais de “igualdade, liberdade e fraternidade”, e suas repercussões
influenciaram países por todo o mundo a também buscarem mudanças políticas e mais direitos para os
cidadãos.
Já a Revolução Industrial alterou profundamente as relações sociais e os modos de produção,
através do desenvolvimento de novas tecnologias (como a energia elétrica e a máquina a vapor) e do
fortalecimento do Capitalismo, sistema econômico que tem como base a propriedade privada e um
mercado de transações monetárias regulado pela oferta e pela procura de produtos e serviços. Além
disso, neste mesmo contexto se disseminava também o Iluminismo, um movimento de ideias que
valorizava a razão e a ciência, questionando os dogmas impostos pela Igreja e as opiniões pautadas
nos mitos e na fé.
Todas estas mudanças juntas colaboraram para criar um cenário no qual trabalhadores
migravam em massa do campo para as cidades; antigos servos se tornavam operários assalariados; a
burguesia conquistava cada dia mais poder; se fortaleciam ideias políticas pautadas na democracia e
na igualdade de direitos; a ciência, o conhecimento e as tecnologias ganhavam cada vez mais espaço,
ao mesmo tempo em que aumentavam também a miséria, o desemprego e as injustiças sociais.
A obra Operários, de Tarsila do Amaral, mostra a industrialização chegando do ao Brasil. A
apatia dos retratados demonstra a dura realidade dos operários das fábricas, ao mesmo tempo em que
retrata a diversidade brasileira.
Neste contexto de tantas mudanças nas formas de trabalho, nas relações sociais e no
pensamento, muitos intelectuais se sentiram instigados a tentar compreender melhor as transformações
pelas quais passavam a sociedade da época. É importante saber, entretanto, que a tentativa de
compreender a sociedade já se manifestava desde os filósofos gregos Platão e Aristóteles. Todavia, em
meados do século XVIII este ramo do conhecimento foi sistematizado em pensamento científico, o
que conferiu à Sociologia o caráter de “ciência”.

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O pensador que primeiro buscou sistematizar este conhecimento foi o francês Augusto Comte
(1798-1857). Comte tinha a intenção de unificar a Psicologia, a Economia e a História, ou seja, as
disciplinas que estudam o homem e seus comportamentos, em uma única ciência: a “Sociologia”,
termo criado por ele. Sua intenção era que a sociedade pudesse ser analisada por uma perspectiva
positivista, ou seja, por critérios e métodos que são aplicados também às ciências naturais e exatas,
como a observação, a experimentação, a comparação e a classificação, visando à formulação de leis
gerais.
A Sociologia foi consolidada no meio científico, todavia, com três pensadores que ficaram
conhecidos como os grandes pais da Sociologia: Émile Durkheim, Karl Marx e Max Weber. Estes três
intelectuais se preocupavam com os meios pelos quais a nossa sociedade se mantém organizada e unida
e o que nela podem gerar conflitos, e buscaram explicar isto em seus principais estudos.
Émile Durkheim (1858-1917) era seguidor do método positivista de August Comte, e buscou
desenvolver o “método sociológico”. Defendia que a sociologia deve estudar os fenômenos atribuídos
à sociedade no geral (o que ele intitulou de fatos sociais) e não casos e ações individuais. O seu método
recusa toda forma de preconceitos, noções comuns e julgamentos subjetivos.
Já os fatos sociais são para ele maneiras de agir, pensar e existir em sociedade, que possuem
três características em comum:
• Exterioridade, ou seja, existem e influenciam os indivíduos sem a sua consciência;
• Coercitividade, por serem impostos pela sociedade aos sujeitos sem que eles possam decidir
se vão ou não se sujeitar a eles;
• Generalidade, pelo fato de alcançarem todos os indivíduos da sociedade, e não apenas alguns.
Além de definir o conceito de fato social, ele discutiu também sobre a solidariedade, sobre a
divisão do trabalho na sociedade moderna, sobre o suicídio enquanto fato social, sobre a religiosidade
para os indivíduos de diferentes sociedades e inúmeros outros fenômenos de nossa sociedade. Seus
estudos, sempre muito sistemáticos e sérios, conseguiram conquistar notoriedade e respeito à
Sociologia, e fizeram com que ele fosse um autor grandemente respeitado e lido até os dias de hoje.
Karl Marx (1818-1883), alemão, foi um grande pensador para diversas áreas (Direito,
Economia, Filosofia, História e outras), mas ganhou na Sociologia um destaque especial por suas
contribuições tão determinantes para a compreensão da sociedade. O conjunto de seus pensamentos
foi chamado de “Marxismo”, pensamento que se funda na concepção Materialista histórico-dialética,
que vê a organização da sociedade e as ideias como frutos da realidade material histórica em que
vivemos, e não como consequências das ideias formuladas pelos homens de cada época.

12
Uma das principais contribuições de Marx para as ideias de nosso tempo foi a sua crítica ao
modo de produção Capitalista ocidental, baseado na propriedade privada dos meios de produção. Marx
defendia o Comunismo, um modelo de sociedade no qual os proletários detivessem o poder, onde não
existissem classes sociais, opressão e desigualdade, e onde os interesses coletivos estivessem acima
dos interesses individuais. O seu pensamento teve grandes repercussões tanto no mundo científico
quanto na sociedade civil, inspirando até hoje movimentos sociais, políticos e organizações por todo
o mundo.
Max Weber (1864-1920) foi um jurista, economista e sociólogo alemão, que também focou
grande parte dos seus estudos na tentativa de compreender o capitalismo ocidental e a política moderna.
Questionador do modo positivista de pensar a sociedade, elaborou a chamada “Sociologia
Compreensiva”, buscando “compreender” e não “explicar” a sociedade, como tentavam os positivistas.
Para ele a sociedade deve ser entendida a partir do conjunto das ações dos indivíduos nela, que são
sempre dotadas de significados individuais e subjetivos que as orientam.
Para compreender o significado destas ações em seus contextos, Weber criou os “tipos ideais”,
que são modelos sociológicos criados com a finalidade de facilitar a análise de determinados
fenômenos, como se eles ocorressem na realidade seguindo um padrão que pudesse ser observado e
estudado. Suas contribuições vão desde a sociologia da religião à economia e à política, e a riqueza
das suas obras faz com que até hoje tenhamos muito a compreender sobre este autor.
Estes três sociólogos possuem grande mérito no reconhecimento que a Sociologia atualmente
alcançou no meio científico, também por conta da influência que exercem sobre tantos sociólogos até
hoje. A sociologia está presente nas discussões de diversos aspectos da realidade que nos cerca, seja
ela discutida a partir de temas (como a violência, a religião, a educação, a política ou a desigualdade),
a partir de teorias (como o funcionalismo, o marxismo, o interacionismo, etc.) ou a partir de conceitos
(fato social, racionalidade, modo de produção, e outros).
A Sociologia, a Antropologia (o estudo da cultura) e a Ciência Política juntas formam as
chamadas Ciências Sociais, abarcando com maior amplitude os estudos acerca da nossa sociedade.

Figura 2: Weber, Marx e Durkheim, os pais da Sociologia.

13
Compreender a sociologia é compreender o mundo que nos cerca. Na fala do sociólogo
Anthony Giddens, “a Sociologia nunca foi uma disciplina em que há um corpo de ideias que todos
aceitam como válidas, até pelo fato de estudar nós mesmos e nosso próprio comportamento, o que se
torna uma difícil compreensão” (2005). Mas a melhor contribuição que este conhecimento pode nos
prestar é, em conhecendo o mundo que nos cerca, podermos construir os meios necessários para
transformá-lo.

A RELAÇÃO INDIVÍDUO-SOCIEDADE

Compreender a relação entre o indivíduo e a sociedade é um dos principais objetivos da


sociologia. Como já explicado na primeira aula deste módulo, em meio a tantas transformações, a
sociologia busca compreender o que dá sentido à sociedade, às instituições, às ações dos indivíduos,
o que mantém os padrões culturais, religiosos, tradicionais, comportamentais e estéticos em que
vivemos.
Para Durkheim, devemos compreender que a sociedade é um organismo que se apresenta em
constante processo de transformação, tornando-se sempre mais complexa. As suas instituições
apresentam uma interdependência orgânica entre si, ou seja, funcionam como um organismo vivo –
cada parte é essencial para o bom funcionamento do todo.
Para este sociólogo, as relações se dão por meio de contratos de convivência que são
estabelecidos entre todos, facilitando a convivência e a ordem, e a sociedade é externa e superior às
questões individuais, já que ela não é o resultado de um somatório dos indivíduos que a compõem ou,
de suas consciências. As regras e normas de convivência que se estabelecem entre todos independem
de sua vontade, atendendo apenas à necessidade de construção de uma consciência coletiva, essencial
para que a sociedade de se mantenha coesa.
A família, a escola, o sistema jurídico, religioso e o Estado são exemplos de instituições que
congregam os elementos essenciais da sociedade. Os indivíduos existem em sociedade a partir da
divisão do trabalho, ou seja, do papel que cada um representa para o funcionamento do todo. Os seus
membros sabem, através dos processos de socialização, como devem agir para não desestabilizar a
vida comunitária, e sabem também que serão repreendidos e punidos se não agirem conforme o
esperado.
Para Durkheim, quando as relações entre os indivíduos não estão suficientemente
normatizadas, ou quando as instituições que determinam o cumprimento das normas não estão atuando

14
com eficiência, dá-se a anomia, que é a ausência da coesão social, e que é extremamente prejudicial
ao bom funcionamento da sociedade.
Já para Marx, a contradição e os conflitos são essenciais para sociedade, que na verdade se
funda em um sistema onde o conflito é sua parte essencial. O foco da sua teoria está na tentativa de
compreensão do modo de produção capitalista no qual estamos inseridos, e a luta entre as classes, para
ele, é permanente peça deste sistema.
Marx defende que os indivíduos e as relações que se dão na sociedade devem ser
compreendidos a partir das suas condições materiais de existência, ou seja, da forma como vivem, se
mantém e transformam o seu meio. Para ele, nos diferenciamos dos outros animais pelo potencial que
temos de criar e transformar o nosso meio natural para que possamos permanecer nele em condições
melhores.
Os seres humanos produzem seus meios de vida como forma de atenderem às suas
necessidades, e é nessa atividade que recriam a si próprios e reproduzem sua espécie num processo
que é continuamente transformado pela ação das sucessivas gerações. A ideia que orienta a análise de
Marx sobre a relação entre o indivíduo e a sociedade parte da existência de seres humanos que, por
meio da interação com a natureza e com outros indivíduos, dão origem à sua vida material.
Para Marx, os indivíduos constroem sua história, mas não da maneira como desejam, já que
estão sob influência de situações anteriores e exteriores à sua vontade, e que determinam importantes
elementos da história que será construída por esta sociedade. Todavia, ao mesmo tempo os sujeitos
possuem capacidades de reagir e transformar as condições nas quais estão inseridos, podendo com isso
também exercer importante papel nos rumos da história.
Já para Max Weber, para compreender a sociedade é preciso entender o indivíduo, suas
motivações e as razões para suas ações. Na sua compreensão, a sociedade existe concretamente
porque é composta por um conjunto de indivíduos que se relacionam de forma recíproca, ou seja,
cada ação é feita já esperando uma determinada reação do outro (exemplo: aprendemos a dizer
“obrigada” porque sabemos que, além de ser um ato de educação, o outro também responderá com
um “de nada”. Quando isso não ocorre, muitas vezes nos sentimos mal, porque a reação que
esperávamos foi frustrada).
Portanto, o conceito de ação social é o que permeia o entendimento de Weber sobre a relação
entre o indivíduo e a sociedade. Esta ação é sempre voltada para o outro (seja este um único indivíduo
ou uma coletividade), e é dotada de um sentido atribuído pelo sujeito que a pratica, podendo este
sentido ser racional ou não.

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Para explicar isso, Weber criou quatro tipos ideais de ação:
• Ação social afetiva: orientada por emoções e sentimentos, tais como orgulho, paixão,
solidariedade, rancor, inveja, etc.
• Ação social tradicional: motivada por costumes ou hábitos arraigados.
• Ação social racional com relação a fins: envolve racionalidade, planejamento e lógica na
busca por algo.
• Ação social racional com relação a valores: na qual não é o fim que orienta a ação, mas
sim um valor ético, religioso, político ou estético.
Para Weber, o indivíduo não é um mero joguete da sociedade, mas seu agente atuante. Ele
deixa de ser passivo para se transformar em seu ator essencial, já que mesmo as ações coletivas
possuem origem nas ações individuais.
A partir do ponto de vista destes três autores podemos então entender que as sociedades estão
em constante processo de transformação. Ao mesmo tempo em que elas moldam os indivíduos que
a compõe, definindo normas e padrões de comportamento, por outro lado temos que admitir que
parte do resultado das mudanças que ocorrem, também são resultado da ação individual e coletiva
dos sujeitos.

CIÊNCIAS SOCIAIS

Ciências Sociais é um ramo das ciências, distinto das humanidades, que estuda os aspectos
sociais do mundo humano, ou seja, a vida social de indivíduos e grupos humanos. Isso
inclui antropologia, animação sociocultural, sociologia, ciência política, estudos da comunicação,
marketing, administração, arqueologia, geografia humana, história, ciência da religião, contabilidade,
economia, direito, psicologia social, filosofia social, e serviço social.

Contexto histórico

As ciências sociais surgiram na Europa do século XIX, mas foi no século XX, em decorrência
das obras de Marx, Durkheim e Weber que as ciências sociais se desenvolveram. O carro-chefe foi a
sociologia: neologismo criado pelo francês Comte, seu primeiro professor.
Durkheim e seus pares se esmeraram na busca de regras de método que elevassem
ao status científico o conhecimento sobre a sociedade. Marx, ao contrário, malvisto pelos seus pares,
foi encontrar na classe trabalhadora sua identidade. As atrocidades das relações de trabalho da época
fizeram com que ele atribuísse a esse grupo social, assim definido em relação ao sistema econômico

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capitalista, ora a força da transformação da sociedade, ora apenas uma peça do complexo quebra-
cabeças da história.
No meio-termo entre o academicismo e o militantismo, está a participação de Weber, para
quem a ciência e a política são duas vocações distintas. Distintas, mas comensuráveis: ele próprio
teórico da burocracia e do processo de modernização, contribuiu para a burocratização e modernização
da Alemanha, ocupando cargos políticos.

OBSERVAÇÕES:
A Ciência Social, como disciplina científica, se consolidou no século XIX, com o objetivo de
compreender e explicar as transformações pelas quais passava a sociedade moderna, tais como a
revolução industrial, a urbanização, a expansão dos mercados, a colonização na África e na Ásia, a
revolução científica. Tais fenômenos estimularam alguns pensadores a formular novos conhecimentos
ou a sistematizar preocupações teóricas e práticas já existentes para dar conta das transformações e dos
processos em curso. A sistematização destes conhecimentos acabou por constituir áreas específicas do
saber em ciências sociais.
Ainda hoje as ciências sociais são divididas em três áreas: a antropologia, voltada para o estudo
da diversidade cultural e da dimensão simbólica da vida social; a ciência política, centrada nos temas
do poder e a sociologia, voltada para o estudo das relações em sociedade.

Campos de Estudo

Administração

A Administração é uma ciência fundamentada em um conjunto de normas e funções


elaboradas para disciplinar elementos de produção. A administração estuda os empreendimentos
humanos com o objetivo de alcançar um resultado eficaz e retorno financeiro de forma sustentável e
com responsabilidade social. Administrar envolve a elaboração de planos, pareceres, relatórios,
projetos, arbitragens e laudos, em que é exigida a aplicação de conhecimentos inerentes às técnicas de
Administração.

Animação Sociocultural

A Animação Sociocultural (ASC) é um processo que visa a consciencialização participante e


criadora das populações. Tem uma metodologia própria que, em termos gerais, tem as seguintes linhas
mestras:

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• É um processo deliberado e constante destinado a estimular as pessoas e os grupos para que se
autodesenvolvam, mobilizando todas as suas faculdades, no sentido da resolução dos seus
problemas reais e coletivos;
• É um despertar para a descoberta e desenvolvimento das potencialidades e capacidades de cada
comunidade;
• É a aquisição da competência necessária para que os grupos (as comunidades) sejam agentes e
não meros espectadores passivos.

Antropologia

Antropologia (cuja origem etimológica deriva do grego άνθρωπος anthropos, (homem /


pessoa) e λόγος (logos - razão / pensamento) é a ciência preocupada em estudar o homem e
a humanidade de maneira totalizante, ou seja, abrangendo todas as suas dimensões. A divisão clássica
da antropologia distingue a antropologia cultural da antropologia biológica. Cada uma destas, em sua
construção abrigou diversas correntes de pensamento.
• Antropologia física: Arqueologia (em alguns países, a Arqueologia é considerada uma ciência
plena, sem ser uma disciplina da Antropologia).
• Antropologia cultural: Antropologia visual.

Contabilidade

Contabilidade é a ciência que estuda, registra, analisa e sistematiza os fenômenos que afetam
a riqueza (patrimônio) das entidades com o objetivo de controle e o fornecimento de informações para
a tomada de decisão.
A Contabilidade moderna é dividida em duas grandes áreas: Financeira, ligada a normas e leis
e voltada ao provimento de informações para usuários externos à entidade e Gerencial, não atrelada a
normas e voltada ao planejamento e controle econômico-financeiro da entidade e ao atendimento de
usuários internos da mesma.
Ainda podem ser identificadas diversas subáreas como as tributárias, ambiental, social,
comercial, societária, rural, bancária e controladoria.

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Economia

Economia é a ciência social que estuda a produção, distribuição, e consumo de bens e serviços.
O termo economia vem do grego para oikos (casa) e nomos (costume ou lei), daí "regras da casa (lar)".
Tem por objeto as atividades humanas ligados à produção, circulação, distribuição e consumo de bens.

Ciência da Religião

Ciência da Religião, enquanto estudo moderno das várias religiões do mundo, nasce sob a
iniciativa do alemão Friedrich Max Müller (1823-1900). Este usava como referências Filosofias
alemãs, estudos da Filologia emergente do séc. XIX, e também da Etnologia dessa mesma época.
A Etnologia, mais tarde chamada como Antropologia cultural (ou social), é a outra área de
ciências sociais que a Ciência da Religião mais dialoga desde o seu início, tendo como principal
convergência abordagens comparativas. Com influência do cientificismo crescente do séc.
XIX, Müller esclareceu que essa nova ciência deveria ter como fonte documentos escritos, livros
sagrados, das religiões do mundo. Mais tarde, objeto de estudo foi ampliado para toda expressão
empírica que pode ser teoricamente considerada religiosa.
Atualmente, a Ciência da Religião tem forte viés multidisciplinar, e, em produções de língua
inglesa, tem se destacado, além da perspectiva de ver religiões como expressões sociais, o retorno da
valorização de fontes arqueológicas somada a novidades das ciências cognitivas.

Marketing

Marketing, ou em português “mercadologia” é o processo usado para determinar que produtos


ou serviços poderão interessar aos consumidores, assim como a estratégia que se utilizará nas vendas,
comunicações e no desenvolvimento do negócio.
A finalidade do marketing é criar valor e satisfação no cliente, gerindo relacionamentos
lucrativos para ambas as partes. As atividades de um gestor de marketing abrangem um leque muito
alargado de atividades, desde o estudo de mercado, a definição de uma estratégia, publicidade, vendas
e assistência pós-venda.

Pedagogia

A pedagogia é a ciência ou disciplina cujo objetivo é a reflexão, ordenação, a sistematização e


a crítica do processo educativo.

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Geografia humana

Geografia é o estudo da superfície terrestre e a distribuição espacial de fenômenos geográficos,


frutos da dinâmica da natureza e da relação recíproca entre o homem e o espaço. Pode ser considerada
também como uma prática humana de conhecer o espaço onde se vive, para planejar onde se vive.

História

História (do grego antigo historie, que significa testemunho, no sentido daquele que vê) é a
ciência que estuda o Homem e sua ação no tempo e no espaço, concomitante à análise de processos e
eventos ocorridos no passado. Por metonímia, o conjunto destes processos e eventos.
A palavra história tem sua origem nas “investigações” de Heródoto, cujo termo em grego
antigo é Ἱστορίαι (Historíai). Todavia, será Tucídides o primeiro a aplicar métodos críticos, como o
cruzamento de dados e fontes diferentes.

Direito

Direito é o ramo que estuda o sistema de normas que regulam as relações sociais: o que os
juristas chamam de ciência do direito, tem como objetivo a pacificação social e pode ser classificado
em direito subjetivo, sendo o direito de cada indivíduo de obter determinado bem da vida ou direito
objetivo, sendo as normas e regras que compõem o arcabouço jurídico inserido em determinada
sociedade.

Linguística

A Linguística é o estudo científico da linguagem verbal humana. Um linguista é alguém que se


dedica a esse estudo. A pesquisa linguística é feita por muitos especialistas que, geralmente, não
concordam harmoniosamente sobre o seu conteúdo.
• Fonética;
• Fonologia;
• Morfologia;
• Semântica;
• Sintaxe.

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Ciência política

Ciência política é o estudo da política — dos sistemas políticos, das organizações e


dos processos políticos. Envolve o estudo da estrutura (e das mudanças de estrutura) e dos processos
de governo — ou qualquer sistema equivalente de organização humana que tente assegurar segurança,
justiça e direitos civis. Os cientistas políticos podem estudar instituições como corporações (ou
empresas, no Brasil), uniões (ou sindicatos, no Brasil), igrejas ou outras organizações cujas estruturas
e processos de ação se aproximem de um governo, em complexidade e interconexão.

Psicologia

A psicologia (do grego Ψυχολογία, transl. psykhologuía, termo derivado das palavras
ψυχή, psykhé, “alma”, e λόγος, lógos, “palavra”, “razão” ou “estudo”) é a ciência que estuda os
processos mentais (sentimentos, pensamentos, razão) e o comportamento humano e animal (para fins
de pesquisa e correlação, na área da psicologia comparada, ou seja, utilizando a metodologia da
comparação).
O objeto de estudo dessa ciência, contudo, ainda hoje é alvo de controvérsias, especialmente
quanto às distinções ou necessidades de estudo da mente em oposição ao estudo do comportamento.
• Análise comportamental;
• Neuropsicologia;
• Psicologia da personalidade.
O profissional da psicologia é o psicólogo. O psicólogo estuda os fenômenos psíquicos e de
comportamento do ser humano por intermédio da análise de suas emoções, suas ideias e seus valores.
Ele diagnostica, previne e trata doenças mentais, distúrbios emocionais e de personalidade.

Trabalho social

Segundo o Comité Executivo da IFSW (2000) a profissão de trabalho social promove a


mudança social, a resolução de problemas no âmbito das relações humanas e a promoção das
capacidades e aptidões das pessoas de forma a promover o seu bem-estar. Utilizando teorias de
comportamento humano e sistemas sociais, o trabalho social intervém nos pontos onde as pessoas
interagem com os seus ambientes. Neste âmbito, o respeito pelos direitos humanos e de justiça social
são fundamentais para o trabalho social.
O desempenho do trabalhador social encontra-se intimamente relacionado com a necessidade
de resolução dos problemas sociais. Neste contexto, o trabalho social tende a lançar o seu foco de

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intervenção sobre os problemas das pessoas dentro do seu contexto ambiental, equacionando
intervenções sistêmicas e ecológicas. Isso porque os indivíduos são influenciados pelas forças e
fraquezas de tudo o que orbita em seu torno: família, local de trabalho, grupos de referência, entre
outros.

Sociologia

A sociologia é uma das ciências humanas que estuda a sociedade, ou seja, estuda
o comportamento humano em função do meio e os processos que interligam os indivíduos
em associações, grupos e instituições. Enquanto o indivíduo na sua singularidade é estudado
pela psicologia, a sociologia tem uma base teórico-metodológica, que serve para estudar os fenômenos
sociais, tentando explicá-los, analisando os homens em suas relações de interdependência.
Compreender as diferentes sociedades e culturas é um dos objetivos da sociologia.

Filosofia social

A disciplina da filosofia por si só não clama ser ciência, mas sim disciplina da reflexão humana,
estando mais para as humanidades que para as ciências sociais. É o estudo de problemas fundamentais
relacionados à existência, ao conhecimento, à verdade, aos valores morais e éticos, à mente e à
linguagem. Um ramo deste campo do saber, a filosofia social, ocupa-se de questões levantadas pelas
ciências sociais.

CURIOSIDADES!
Nos cursos de graduação em ciências sociais comumente há disciplinas do currículo mínimo
que consistem em:
✓ Antropologia;
✓ Sociologia;
✓ Ciência política;
✓ História;
✓ Filosofia social;
✓ Estatística descritiva;
✓ Metodologia científica;
✓ Economia;
✓ Relações internacionais.

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Como é a carreira em Ciências Sociais?

O profissional formado em Ciências Sociais atua na análise dos hábitos e costumes de diversos
grupos sociais, bem como suas características religiosas, familiares, organização institucional e econômica.
Essas análises acontecem com base em dados obtidos em pesquisas que podem ser solicitadas por empresas
públicas ou privadas, para os mais diversos fins.
Um cientista social, título que é dado ao profissional formado em Ciências Sociais, estuda fenômenos da
sociedade, tais como: migração, conflitos sociais e movimentos políticos. Com esse conhecimento, o
cientista social pode atuar em projeções sociais e contribuir com campanhas políticas, ações
governamentais, planos de desenvolvimento e projetos de urbanização.
Suas pesquisas podem ser direcionadas a três diferentes áreas: Antropologia, Sociologia e Ciências
Políticas.
Esse direcionamento das pesquisas científicas influencia na determinação do seu campo de atuação.

CURIOSIDADES!
Na área de Ciências Políticas, um cientista social é bastante requisitado por partidos políticos para
desenvolver e analisar pesquisas eleitorais, por exemplo.
Outro campo de atuação deste profissional é o da Educação. Ele pode ministrar aulas de Ciências
Sociais para os ensinos fundamental e médio, ou atuar em universidades se optar por continuar seus estudos
e fazer um mestrado ou doutorado.
Como o cientista social realiza muitas pesquisas, também é comum que esse profissional seja
contratado por jornais e revistas para elaboração de artigos, colunas e matérias sobre assuntos sociais e
políticos.

O MENINO SELVAGEM DE AVEYRON

Victor de Aveyron (cerca de 1788 — 1828) foi uma criança selvagem que foi encontrado
na França em 1798, sendo adotado então pelo educador francês Jean Marc Gaspard Itard. O cineasta
francês François Truffaut rodou o filme: O Garoto Selvagem (1969). Filme baseado nos relatos de
Jean Marc Gaspard Itard.

Conhecendo sua História

No dia 21 de fevereiro de 1799 uma estranha criatura surgiu dos bosques próximos ao povoado
de Aveyron, no sul da França. Apesar de conseguir, por breves momentos, andar em posição ereta se

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assemelhava mais a um animal do que a um ser humano, porém, imediatamente foi identificado como
um menino de uns onze ou doze anos. Unicamente emitia estridentes e incompreensíveis grunhidos e
parecia carecer do sentido de higiene pessoal, fazia suas necessidades onde e quando lhe apetecia. Foi
conduzido para a polícia local e, mais tarde, para um orfanato próximo.
A princípio escapava constantemente e era difícil voltar a capturá-lo. Negava-se a vestir-se e
rasgava as roupas quando lhes punham. Nunca houve pais que o reclamassem.
O menino foi submetido a um minucioso exame médico no qual não se encontrou nenhuma
anormalidade importante. Quando foi colocado diante de um espelho parece que viu sua imagem sem
reconhecer-se. Em uma ocasião tratou de alcançar através do espelho uma batata que havia visto
refletida nele (de fato, a batata era segurada por alguém atrás de sua cabeça).
Depois de várias tentativas, e sem voltar a cabeça, colheu a batata por cima de seu ombro. Um
sacerdote que observava ao menino diariamente descreveu esse incidente da seguinte forma:

“Todos estes pequenos detalhes, e muitos outros que poderiam aludir, demonstram que este menino
não carece totalmente de inteligência, nem de capacidade de reflexão e raciocínio. Contudo, nos
vemos obrigados a reconhecer que, em todos os aspectos que não tem a ver com as necessidades
naturais ou a satisfação dos apetites, se percebe nele um comportamento puramente animal. Se
possui sensações não desembocam em nenhuma idéia. Nem sequer pode comparar umas as outras.
Poderia pensar-se que não existe conexão entre sua alma ou sua mente e seu corpo”. (Shattuck,
1980, p. 69; veja-se também Lane, 1976.)

Posteriormente, o menino foi enviado para Paris, onde se ocorreram tentativas sistemáticas de
transformar-lhe “de besta em humano”. Philippe Pinel, considerado o pai da psiquiatria moderna, o
diagnosticou como “acometido de idiotia” e, portanto, não suscetível à socialização e à instrução. Em
1800 Itard passou a estudá-lo, pois acreditava que seria possível educá-lo.
O esforço resultou só parcialmente satisfatório. Aprendeu a utilizar o quarto de banho, aceitou
usar roupa e aprendeu a vestir-se sozinho. No entanto, não lhe interessavam nem as brincadeiras nem
os jogos e nunca foi capaz de articular mais que um reduzido número de palavras.
Até onde sabemos pelas detalhadas descrições de seu comportamento e suas reações, a questão
não era a de que fosse retardado mental. Parece que ou não desejava dominar totalmente a fala humana
ou que era incapaz de fazê-lo. Embora Itard tenha usado da disciplina e das relações sensoriais de
causa e efeito para educar o menino, desconsiderou as emoções. Quem deu ao garoto um tratamento
mais humano foi a Madame Guérin, a governanta que cuidou de Victor. O contato de ambos permitiu
o pequeno desenvolvimento de Victor.

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Com o tempo fez progressos e morreu em 1828, quando tinha por volta de quarenta anos.

A CONVIVÊNCIA HUMANA
Os Contatos Sociais

Podemos definir contatos sociais como as formas que os indivíduos estabelecem as relações
sociais e as associações humanas. Uma conversa entre duas pessoas, um aperto de mão, um “bom-dia”
ou uma consulta médica são exemplos de contatos sociais, que em função deles, surgirão as relações
sociais e os graus de intensidade dessas relações.
Evidentemente, as relações estabelecidas entre duas pessoas que se encontram em um lugar
para conversar serão muito mais intensas do que aquelas resultantes da conversa entre um médico e
um paciente em uma consulta médica. Portanto, existem diferentes tipos de contatos sociais.
Os contatos sociais primários se caracterizam por serem pessoais, diretos e com uma forte
influência emotiva. Estes são os primeiros tipos de contatos que as pessoas estabelecem, originados
das relações entre pais e filhos, irmãos, amigos, etc.
Os contatos sociais secundários se diferenciam dos primários pelo fato de serem calculados,
racionais e sem influências emotivas. Quando alguém vai comprar pão, por exemplo, a pessoa já sabe
que vai haver um vendedor ali e que terá que se comunicar com ele. Essa comunicação, extremamente
racional, breve, calculada e sem nenhuma carga emocional é classificada como um contato social
secundário.

Figura 3: Aperto de mão, um contato social.

OBSERVAÇÕES:
O homem se humaniza por meio dos contatos sociais, estes se dão de formas variadas e
impactuam sobre a formação da personalidade do indivíduo.
Podemos dividir os contatos sociais em basicamente dois tipos:
• Contatos Primários – Estes estão relacionados aos contatos de base emocional e pessoal;

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• Contatos Secundários – Trata-se dos contatos impessoais e formais.
Notadamente observamos que quanto mais urbano é um lugar, menos contatos primários têm
os indivíduos. Estes contatos acabam se resumindo em contatos com a família (que geralmente é
pequena). Em centros urbanos o número de contatos e as proximidades físicas são significativamente
maiores, porém, nem sempre esses são pessoais, afetivos. São geralmente frios e “distantes”. Os
contatos tendem a ser tão informais que, muitas vezes, chamamos as pessoas pela profissão que
possuem e não pelos seus nomes (o carteiro, o porteiro…).
É importante destacar que proximidade física não significa necessariamente proximidade
afetiva.

O Isolamento Social

O que é isolamento social?

Chamamos de isolamento social o ato voluntário ou involuntário de manter-se um


indivíduo isolado do convívio com outros indivíduos ou com a sociedade. O isolamento social
voluntário é aquele em que a pessoa, por conta própria, afasta-se do grupo por diversas razões, como
depressão ou sentimento de não identificação com ele.
O isolamento social involuntário pode ocorrer por diversas questões, como: a guerra (quando
os civis são obrigados a isolar-se em casa ou em abrigos por segurança); questões sanitárias (quando
há uma epidemia que obrigue os indivíduos a isolarem-se para que não haja alastramento da doença);
e por crimes (quando um criminoso é isolado da sociedade em um presídio para que ele não a coloque
em risco).

Tipos e causas do isolamento social

Basicamente, podemos definir o isolamento social dentro de dois grandes grupos: o que ocorre
de maneira voluntária e o que ocorre de maneira involuntária. Dentro deles podemos definir tipos e
causas diferentes de isolamento social, dependendo da situação e do modo como ele é estabelecido.

Figura 4: O isolamento social e o distanciamento social são conceitos diferentes, mas


complementares.

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Nesse sentido, é importante frisar que, quando o isolamento é voluntário, ele é motivado por
uma decisão individual, em que a pessoa decide isolar-se do convívio com a sociedade. Quando o
isolamento é involuntário, ele se estabelece por uma força maior, imposta pelo Estado ou por força
de situações diversas, como guerra e questões sanitárias, em que há uma ordem que impõe o
isolamento.

Isolamento social involuntário

• Quarentena
Ocorre quando, por questões sanitárias, o governo decreta que uma pessoa infectada, ou sob
suspeita de estar infectada, por um vírus ou bactéria, isole-se do convívio social em sua própria casa,
em abrigos específicos para o isolamento ou em uma unidade hospitalar, caso precise de atendimento
especializado.
Apesar do nome quarentena, o tempo de isolamento determinado não ocorre,
necessariamente, em 40 dias. Geralmente, tratando-se de vírus, o tempo determinado de quarentena é
equivalente ao tempo de incubação do vírus no corpo da pessoa infectada ou sob suspeita, sendo
realizado, no fim desse tempo, um exame sorológico para saber se ela realmente está infectada ou se
continua infectada.

Figura 5: O distanciamento social é uma medida preventiva eficaz contra o alastramento de


doenças altamente contagiosas.

Quando a quarentena é generalizada, estendendo-se a toda a população por medida de


segurança (diminuir a disseminação do vírus), ela é chamada de lockdown, palavra de origem inglesa
que significa bloqueio e representa, nesse caso, um verdadeiro bloqueio sanitário.

• Distanciamento social
Situação que também ocorre de forma involuntária, por ordem expressa governamental,
para evitar a proliferação de doenças em épocas de epidemias ou pandemias. Nesse caso, para evitar

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a disseminação do vírus, o governo decreta que as pessoas evitem aglomerações, suspende a realização
de grandes eventos, e pede que fiquem em casa o máximo possível, mantendo-se uma distância segura
umas das outras.
Nesses casos, atividades que são impossíveis de serem promovidas sem distanciamento, como
aulas presenciais, eventos públicos e mesmo, em alguns casos, o transporte coletivo, podem ser
suspensas enquanto as autoridades sanitárias julgarem necessário.

Isolamento social voluntário

• Vontade própria
Ocorre quando uma pessoa simplesmente decide isolar-se da sociedade, vivendo reclusa em
casa e saindo o mínimo possível, ou vivendo reclusa em lugares distantes das cidades por conta
própria.
• Motivação religiosa
Existem seitas religiosas, como os amishes, que consideram pecaminosos os adventos
promovidos pela sociedade moderna, como a ciência, a tecnologia e as relações sociais
contemporâneas. Essas pessoas vivem em comunidades isoladas, restringindo o convívio social
àquele meio específico e evitando que pessoas daquela comunidade saiam de lá.
• Sociedades tribais
Do mesmo modo como as comunidades religiosas isoladas mantêm o contato restrito com o
restante da sociedade, algumas tribos agem assim, mas por questões culturais que influenciam o seu
modo de vida, que, muitas vezes, é incompatível com o do restante da sociedade.
Ainda temos comunidades quilombolas e indígenas no Brasil que mantêm o contato mínimo
com a sociedade urbana, bem como existem tribos em outros locais, como no continente africano, que
preferem viver assim para, de forma justa e justificável, preservar a sua identidade cultural.

Depressão e outras doenças psíquicas

Figura 6: A depressão é uma causa de isolamento social voluntário,


além de ser uma consequência do isolamento social.

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Muitas pessoas entram em quadros de doenças psíquicas que, quando não tratadas ou muito
profundas, levam-nas ao isolamento social. Geralmente, a situação mental da pessoa leva-a a rejeitar
o contato social por não se ver como parte daquele todo (a sociedade) ou justamente pelo sofrimento
que esse convívio pode provocar nelas.

Consequências do isolamento social

Tanto o isolamento social voluntário quanto o involuntário podem trazer sérios


prejuízos para os indivíduos e para a sociedade. As pessoas que estão acostumadas a uma rotina de
convívio social podem sentir as consequências da interrupção abrupta da interação social. A
suspensão da prestação de serviços e o fechamento de espaços de convivência, bem como a
obrigatoriedade de ficar em casa, podem desencadear quadros de ansiedade e depressão, que podem
provocar, em casos mais sérios, crises que culminam, na pior hipótese, na morte da pessoa acometida
por elas.
Quem já sofria de quadros de instabilidade mental e psíquica pode sofrer um agravamento
deles, havendo até o pensamento suicida ou o suicídio. Além dos prejuízos de saúde imediatos, existem
os prejuízos econômicos e sociais.
O isolamento social, apesar de necessário em determinadas situações, como pandemias e
epidemias, tende a causar crises no abastecimento de alimentos, medicamentos e outros insumos
necessários à manutenção da vida, além de desencadear sérias crises econômicas, aumentando
a desigualdade social, a fome e o desemprego.

CURIOSIDADES!
COVID-1
A COVID-19 é uma doença causada por um vírus da família dos Coronavírus e provoca sintomas
como febre, tosse e dificuldade respiratória. Os primeiros casos da doença surgiram no final do ano
de 2019, na China. No primeiro semestre de 2020, a doença já havia atingindo todos os continentes,
sendo classificada como uma pandemia.
Transmitida de uma pessoa para outra por meio de gotículas respiratórias, a doença pode ser
prevenida por meio da lavagem das mãos e evitando-se aglomerações. Até o momento, não existem
tratamentos para a enfermidade, a qual pode levar à morte, principalmente de idosos e pessoas com
problemas de saúde, como hipertensão e doenças cardiovasculares.
A COVID-19 ainda é uma doença nova e, portanto, há uma busca constante por informações
sobre ela.

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Breve histórico da COVID-19
No dia 31 de dezembro de 2019, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recebeu um alerta
a respeito de casos de pneumonia ocorrendo na cidade Wuhan, na China. Em 7 de fevereiro de 2020,
identificou-se o vírus causador da doença, uma nova cepa de coronavírus. Esse vírus foi chamado
inicialmente de 2019-nCoV e, posteriormente, nomeado de SARS-CoV-2. A COVID-19 surgiu no
final do ano de 2019, na China, mas, atualmente, já está presente em todos os continentes.
A doença provocada pelo SARS-CoV-2 ficou conhecida como COVID-19 e, rapidamente,
tornou-se um problema de saúde pública mundial. Espalhando-se rapidamente, atingiu todos os
continentes ainda nos primeiros meses de 2020. No dia 11 de março, a COVID-19 foi caracterizada
como uma pandemia pela OMS.
Para conter o avanço da doença pelo mundo, várias cidades suspenderam eventos e aulas, além
de fecharam suas fronteiras. A quarentena foi adotada em locais da China e Itália a fim de evitar que
o número de casos aumentasse. No Brasil, até 17 de março de 2020, apenas medidas de distanciamento
social tinham sido adotadas para prevenir que a doença avançasse pelo território.
De acordo com a OMS, até o dia 31 de março de 2020, 44.494 mil mortes decorrentes da
doença e 846.576 mil casos confirmados haviam ocorrido em consequência da COVID-19.

O que causa a COVID-19?


A COVID-19 é uma doença causada por um vírus da família dos coronavírus, mais
precisamente o vírus SARS-CoV-2. Os coronavírus causam infecções respiratórias, inclusive
resfriados simples.

Sintomas da COVID-19

Os sintomas da COVID-19 são bastante semelhantes a um gripe ou resfriado. Eles surgem cerca
de 2 a 14 dias após a infecção pelo vírus e caracterizam-se por:
• Febre;
• Tosse;
• Dificuldade para respirar.
Outros sintomas também podem ocorrer, tais como diarreia, dor de garganta, coriza e
congestão nasal. Vale destacar que algumas pessoas não possuem sintomas e outras podem
desenvolver complicações. Os casos mais graves de COVID-19 ocorrem em indivíduos idosos e nas
pessoas que apresentam problemas como pressão alta, problemas cardíacos e diabetes.

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Transmissão da COVID-19
A transmissão da COVID-19 pode ocorrer de uma pessoa para outra por meio de gotículas
respiratórias eliminadas pelo paciente ao tossir ou espirrar, por exemplo. As gotículas podem também
contaminar objetos, e o vírus pode permanecer nessas superfícies por horas ou dias. Uma pessoa, ao
tocar essa superfície contaminada, pode levar a mão aos olhos, boca e nariz e transportar o vírus para
essa região, infectando-se.

Diagnóstico e tratamento da COVID-19


O diagnóstico da COVID-19 é feito a partir da coleta de materiais respiratórios, que são levados
a laboratórios para realização de exames de biologia molecular para detectar o RNA viral.
Infelizmente, até o momento, não existe tratamento específico para a doença. Recomendam-se
apenas descanso e hidratação.
Sintomas como dor e febre são tratados com medicamentos analgésicos e antitérmicos.
Os casos mais graves são encaminhados para hospitais de referência para o isolamento e
acompanhamento. Casos mais leves podem ser enviados para casa, desde que o paciente se
comprometa a realizar medidas de precaução.

Prevenção da COVID-19
Até o momento não existem vacinas que possam auxiliar na prevenção da COVID-19,
sendo assim, é fundamental investir em práticas de higiene que evitem a contaminação.
Você pode prevenir-se adotando medidas simples, tais como:
✓ Lavar as mãos frequentemente com água e sabão ou realizar a higienização utilizando álcool
em gel 70%;
✓ Evitar tocar nos olhos, boca e nariz com as mãos sem a devida higienização;
✓ Evitar contato com pessoas que apresentem sintomas de doenças respiratórias. Mantenha-se a
uma distância de pelo menos 1 metro das pessoas que estão tossindo ou espirrando;
✓ Limpar sempre objetos que são manuseados com frequência. Esse é o caso de celulares, mouses
e teclados de computadores;
✓ Evitar aglomerações;
✓ Caso seja um profissional da saúde, utilizar máscara para tratar os doentes.

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Figura 7: Medidas simples podem nos ajudar a prevenir e controlar a COVID-19.

Não se esqueça também de que é seu papel garantir a segurança de outras pessoas, sendo assim:
✓ Fique em casa caso perceba que não está se sentindo bem. Em caso de suspeita de COVID-
19, procure atendimento médico;
✓ Ao tossir e espirrar, cubra o nariz e a boca utilizando um lenço ou a parte interna do seu
cotovelo;
✓ Caso esteja com sintomas de doenças respiratórias, faça uso de máscara.

Figura 8: Infográfico informativo sobre o Coronavírus (COVID-19).

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Os Agrupamentos Sociais

A noção de agrupamento social apresenta um carácter mais amplo do que a noção de grupo
tratada pela Psicologia Social. Os agrupamentos sociais permitem abordar as numerosas redes de
indivíduos constituídas ou em constituição nas sociedades (como a família, a classe, a etnia, etc.).
Este aspeto geral da noção de agrupamento é tratado por dois tipos de abordagens distintas.
Uma abordagem comparativa, que apresenta a marca do evolucionismo ou do historicismo, interessa-
se pela análise da passagem dos agrupamentos considerados “indiferenciados” (como a horda) às
organizações complexas das sociedades modernas. Esta perspetiva tende, por vezes, a confundir o
agrupamento que resulta da coexistência dos indivíduos com as instituições que regulam esta
coexistência.
A outra abordagem se centra essencialmente na compreensão da natureza das interações e dos
seus processos. A corrente interacionista valoriza o aspeto da troca entre os indivíduos e entre estes e
o mundo que os rodeia. A partir destes dois tipos de interação (indivíduos entre si e entre estes e o
mundo), temos a distinção entre as relações intragrupais e as relações extragrupais, das quais decorre
a distinção entre os grupos de pertença e os grupos de referência. Os grupos de pertença são
constituídos em função da idade, do sexo, da categoria socioprofissional, da origem étnica, religiosa,
etc.; os grupos de referência são diversos, desde as associações, os partidos políticos, os grupos
desportivos, etc.
Com Georges Gurvitch, a noção de agrupamento social (seja um sindicato, um partido político,
uma família, uma igreja ou um grupo de localidade) está ligada à determinação dos critérios que
permitem diferenciar os grupos: tamanho do grupo, qualidade das relações, intensidade da fusão,
distância, duração, continuidade ou descontinuidade dos contatos estabelecidos, grau de unidade, etc.
Em função destes critérios, Gurvitch considera que os agrupamentos sociais designam qualquer
forma de grupo onde os membros participem voluntariamente ou não, podendo tratar-se de grupos
inorganizados ou estruturados, de grupos difusos e distanciados (os desempregados, por exemplo), de
grupos de contacto indireto, de grupos reunidos periódica ou permanentemente. Sendo o grupo, em
todo o caso, diferente da massa e da multidão.

OBSERVAÇÕES:
De um modo geral, a observação sociológica dos agrupamentos sociais permite-nos
compreender o modo como os homens vivem, os seus papéis sociais e as normas sociais que definem
os papéis desempenhados.

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EXERCÍCIOS

1. Sobre Sociologia é CORRETO afirmar que:


a) A Sociologia é uma ciência que estuda os mapas e o espaço em geral.
b) A Sociologia é uma ciência que estuda unicamente as religiões.
c) A Sociologia é uma ciência que se preocupa diretamente com o salário que um indivíduo
recebe.
d) A Sociologia é uma ciência que procura estudar, entender e compreender a sociedade e os
fenômenos que nela ocorrem sejam eles culturais, econômicos, religiosos.
e) A Sociologia é uma ciência que estuda os fenômenos sociais para julgar aqueles que não
conseguem ficar ricos.

2. A sociologia nasce no século XIX após as revoluções burguesas sob o signo do positivismo
elaborado por Augusto Comte. As características do pensamento comtiano são:
a) A sociedade é regida por leis sociais tal como a natureza é regida por leis naturais; as ciências
humanas devem utilizar os mesmos métodos das ciências naturais e a ciência deve ser neutra.
b) A sociedade humana atravessa três estágios sucessivos de evolução: o metafísico, o empírico
e o teológico, no qual predomina a religião positivista.
c) A sociologia como ciência da sociedade, ao contrário das ciências naturais, não pode ser
neutra porque tanto o sujeito quanto o objeto são sociais e estão envolvidos reciprocamente.
d) O processo de evolução social ocorre por meio da unidade entre ordem e progresso, o que
necessariamente levaria a uma sociedade comunista.
e) Nenhuma das alternativas.

3. De acordo com o que estudamos sobre movimentos sociais podem afirmar que:
a) São grupos de pessoas que se unem especificamente para fazer bagunça nas ruas e vandalismo.
b) São grupos de pessoas que vão às ruas para pedir dinheiro.
c) São grupos religiosos que se unem nas praças para orar.
d) São movimentos que vão às ruas com objetivo de limpar o lixo que a população joga no chão.
e) Os movimentos sociais são ações coletivas mantidas por grupos organizados da sociedade
que visam lutar por alguma causa social.

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BUSCANDO+
Vídeos:

✓ O que é o isolamento social?


https://youtu.be/yY9G5roNHF8

✓ Documentário - Vida após a Covid-19


https://youtu.be/z67AcxAPS5Q
Filmes:
✓ Les Misérables (Os Miseráveis)

A obra Les Misérables (Os Miseráveis), do grande escritor francês Vitor Hugo, retrata a França
do século XIX no período da Revolução Francesa, expondo a penúria e os conflitos que assolavam a
sociedade francesa da época. Lançado no ano de 2013, o filme musical teve oito indicações ao Oscar
e conquistou três estatuetas. Grandemente elogiado pela crítica, é uma produção cinematográfica que
evidencia as consequências das transformações sociais da época para a vida dos indivíduos.

✓ O Enigma de Kaspar Hauser

Para além da Ficção, o filme realça valores sociais fundamentais ao mostrar a história d Kaspar
Hauser, um jovem que viveu isolado do mundo por anos como um lobo aprisionado numa caverna.

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✓ “Histórias Cruzadas”

Um filme que nos faz refletir sobre a sociedade atual e a persistência da segregação.

✓ Victor de lAveyron (menino selvagem)

PÍLULA DO CONHECIMENTO

Esse item se trata de uma metodologia disponibilizada em nossa plataforma, a qual você poderá acessar
e aprender sobre conceitos importantes referentes aos conteúdos abordados nesta apostila. Acesse
nossa plataforma e veja a PÍLULA DO CONHECIMENTO sobre SOCIOLOGIA do MÓDULO I!

GABARITO
QUESTÃO ALTERNATIVA
1 D
2 A
3 E

REFERÊNCIAS

MEIRELLES, Mauro. Cultura, etnocentrismo e relativismo cultural. Cirkula 2017.

OLIVEIRA, Djaci; RABELO; Danilo FREITAS Revalino. Ensino de Sociologia: currículo,


metodologia e formação e professores. 2011.

BOBBIO, Noberto. Dicionário de política. Brasilia: Ed. UNB, 2004.

36
DURKHEIM, Émile. As Regras do Método Sociológico. São Paulo: Martins Fontes, 2007.

GIDDENS, Anthony. Sociologia. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2005.

QUINTANEIRO, Tânia. Um toque de clássicos. 2. ed. Belo Horizonte: UFMG, 2002.

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RIACHO FUNDO 02, QN 05 “A” CJ “02” LOTE “10” – BRASÍLIA/DF

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