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1) O texto argumentativo:
1.1) O planejamento:
A seguir, apresentamos um planejamento prévio para a produção de um texto argumentativo
padrão, cujo tema é “Internet: uma aliada nas relações amorosas?”. O texto argumentativo padrão
atende bem ao que é solicitado em concursos e redações escolares. Entretanto, vale ressaltar que em
jornais e revistas encontramos diariamente textos predominantemente argumentativos que não
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necessariamente seguem essa estrutura fixa, mas que também são bons textos.
Para efeito de exemplificação, produzimos um texto argumentativo sobre este tema. Neste
caso, o autor enumera seus argumentos já na introdução, prática muito comum no ensino.
Com o uso cada vez mais frequente de redes sociais e de diversas outras redes do mundo
virtual, é possível considerarmos que a internet se torna cada vez mais algo inerente ao mundo
contemporâneo e, por isso, está presente em diversas situações, funcionando, até mesmo, como um
auxiliador na formação de casais - situação que antes era exclusivamente presencial. Essa mudança
de comportamento da sociedade moderna nas suas relações interpessoais advém, por exemplo, do
fato de a internet quebrar as barreiras físicas, como o tempo e a distância; por ser, segundo seus
usuários, uma forma mais romântica de se relacionar e, também, pela possibilidade de se levar, no
mundo real, um relacionamento sério e duradouro.
Com a evolução para mundo moderno, a internet tem se tornado indispensável para o
homem nos últimos anos e uma grande aliada na formação de casais e relações amorosas. Esta
ferramenta possibilita a quebra de barreiras, modificando, por exemplo, as noções de tempo e de
distância, que foram encurtadas pelo uso das redes sociais, fazendo com que as pessoas possam se
relacionar cada vez mais intimamente e de forma rápida, independente do lugar onde estejam.
Há ainda quem diga que o uso da internet é, nos dias atuais, uma forma mais eficaz de se
aproximar as pessoas que as relações presenciais. Isso porque o mundo moderno perdeu algo
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essencial: o romantismo. Um sentimento que parece ser fundamental nas relações da web, tendo em
vista que, nesta forma de comunicação, não há a possibilidade de um contato visual e físico,
dificultando assim o vínculo entre seus usuários, que pode se tornar mais íntimo se houver uma
maior polidez nas palavras, se apresentar um pouco mais de educação e cavalheirismo na forma de
se conduzir um diálogo e, principalmente, por ser mais romântico e lúdico, tornando o mundo
virtual bastante atrativo neste sentido.
Em termos práticos, a internet auxilia na formação de casais por fazer uma segregação das
pessoas através de seus interesses. Há redes sociais e páginas na web destinadas a públicos cujo
interesse é o relacionamento amoroso. Dessa forma, as possibilidades, segundos seus visitantes, de
se encontrar um parceiro (a) são muito maiores. Há quem diga que, nas relações presenciais, esse
encontro é muito mais difícil, uma vez que as pessoas, de um modo geral, não estão interessadas em
relacionamentos sérios. Portanto, o uso desses sites específicos cresce a cada dia, pois promove o
encontro entre pessoas com os mesmos interesses e perfis, tornando, desse modo, ainda maior a
chance de se ter um relacionamento sério não só no mundo virtual, mas também no mundo real.
Portanto, a internet é sim uma das maiores ferramentas usadas nos últimos tempos,
apresentando uma grande diversidade de pessoas e, consequentemente, uma diversidade ainda
maior de interesses e possibilidades. Sendo assim, o uso da internet para fins românticos também
está crescendo, tendo em vista que muitas pessoas estão confiando e acreditando mais nesse tipo de
relacionamento que nas suas formas tradicionais. A eficácia desses relacionamentos está
diretamente ligada ao sucesso das redes sociais, uma vez que o acesso a essas redes está cada vez
mais popular e integrado no cotidiano e na vida, que agora também pode ser virtual, das pessoas do
mundo moderno.
(Monitores de Redação II; CLAC/UFRJ – 2012)
Como se pode ver, o planejamento nos permite filtrar nossas ideias. É importante que, logo
na introdução, deixemos clara a tese que vamos defender e, através dessa técnica básica de
argumentação, utilizemos, no desenvolvimento, os argumentos que justifiquem a opinião sobre o
tema.
Para que processo de organização se dê de forma eficaz, é de extrema importância que, antes
de qualquer planejamento, delimitemos o tema, quando este se revela muito vago ou amplo. Esta
postura nos ajuda a ter um ponto de partida, o que propicia uma maior clareza quanto ao que de fato
desejamos dizer em relação ao tema proposto.
Ao delimitarmos o tema, abrimos espaço para o questionamento, ou seja, para nos
perguntarmos sobre o que pensamos a cerca de tal assunto, isto é, qual é a nossa tese. Após definida
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esta, ainda no processo questionador, nos perguntamos o porquê de pensarmos de tal maneira,
gerando, assim, os argumentos.
Assim, ao produzirmos um texto argumentativo padrão, o planejamento redacional pode ser
estruturado da seguinte maneira:
O texto a seguir, embora seja argumentativo, apresenta uma estrutura diversa dessa que
estamos chamando de padrão.
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O Provão não permite comparar áreas diferentes. Assim é e assim tem de
ser. Não há como dizer se os filósofos dali são melhores que os dentistas de acolá.
O Provão só diz que um curso é melhor que outro, não diz se o curso é bom
ou mau. Qualquer nota depende tanto da excelência dos alunos como da
dificuldade das provas. Por exemplo, as notas muito baixas dos cursos de
matemática podem ser devidas a expectativas irrealistas dos que redigiram as
provas. Se a prova é difícil demais, as pontuações são baixas. Fixar normas para
cada curso é uma tarefa espinhosa em um país tão heterogêneo.
Alguns cursos estão treinando os alunos para fazer o Provão. Ótimo. Como
quase todos os alunos estudam para as provas, estudar para o Provão é bom, pois
trata‐se de um exame de excelente qualidade, laboriosamente planejado pelos
professores das melhores universidades. É superior às provas usualmente
aplicadas durante o curso.
Por que os cursos com E não foram fechados? Como não é viável visitar
14.000 cursos, o Provão dá um sinal de alarme. Aquele que tirou nota baixa deve
ser visitado. Se a visita identifica um curso insuficiente, cabe aplicar a lei. Mas só
em uma ditadura o ministro fecha cursos sem cumprir os ritos legais.
Como é possível julgar um curso só por uma prova? Se os testes fossem
voláteis, as notas flutuariam de ano a ano. Mas isso não acontece. Pela lei dos
grandes números, há notável estabilidade. Quando um curso dá um salto para
cima, quase sempre é porque fez um grande esforço para melhorar.
Seria muito melhor e mais justo fazer a autoavaliação das instituições. De
fato, esse é um ótimo mecanismo interno de discussão e mudança. Mas
pensemos: se o psicanalista contasse no clube as barbaridades que ouve, ninguém
lhe falaria a verdade. Assim é a autoavaliação. Se os resultados vão ser
divulgados, todos mentirão. São verazes apenas se ficassem entre quatro paredes.
Só que, não vindo ao público, não ficamos sabendo quais os cursos bons.
O Provão não leva a nada. Total inverdade. Há uma coleção enorme de casos
em que uma nota ruim gerou um drástico processo de mudança dentro da
instituição. Além disso, os alunos já entenderam o que dizem as notas. Nos cursos
cuja nota subiu, acodem mais candidatos. Os que baixaram têm menos.
O Provão é muito imperfeito. Pura verdade. As notas não constam do
histórico escolar do estudante (por decisão do Congresso). Algumas provas são
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excessivamente técnicas. Não se considera a aptidão dos alunos que entram
(embora já seja possível estimar). E por aí afora. Estamos condenados a
infindáveis controvérsias de interpretação e uso. Mas sem o Provão estaremos
condenados a voltar às trevas da ignorância e da superstição.
( C A S T R O , C l á u d i o d e M o u r a . P o r q u e d e f e n d o o P r o v ã o . R e v i s t a Ve j a , 2 0 / 0 8 / 2 0 0 3 )
d) É possível identificar uma tese defendida por ele? Se sim, qual? Ela se encontra na introdução?
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h) Podemos identificar diferenças entre esse texto e o que aprendemos como texto padrão. Quais
são elas?
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EXERCÍCIOS:
01. Enumere dois argumentos para cada uma das teses abaixo. Em seguida, redija uma possível
conclusão para cada tese:
Prática de Texto
Texto 1
À televisão
Texto 2
Nem anjo nem demônio
“Desde que a TV surgiu, nos anos 40, fala-se do seu poder de causar dependência. Os
educadores dos anos 60 bradavam palavras acusando-a de ‘chupeta eletrônica’. Os militantes
políticos creditavam a ela a alienação dos povos. Era um demônio que precisava ser destruído.
Continuou a existir, e quem cresceu vendo desenhos animados, enlatados americanos e novelas
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globais não foi mais imbecilizado – ao menos não por esse motivo. Ponto para a televisão, que
provou também ser informativa, educativa e (por que não?) um ótimo entretenimento. Com exceção
da qualidade da programação dos canais abertos, tudo melhorou. Mas começaram as preocupações
em relação aos telespectadores que não conseguem dormir sem o barulho eletrônico ao fundo. Ou
aos que deixam de ler, sair com os amigos e até namorar para dedicar todo o tempo livre a ela, ainda
que seja pulando de um programa para o outro. ‘Nada nem ninguém me faz sair da frente da TV
quando volto do trabalho’, afirma a administradora de em presas Vânia Sganzerla.
Muitos telespectadores assumem esse comportamento. Tanto que um grupo de estudiosos da
Universidade de Rutgers, nos Estados Unidos, por meio de experimentos e pesquisas, concluiu que
a velha história do vício na TV não é só uma metáfora. ‘Todo comportamento compulsivo ao qual a
pessoa se apega para buscar alívio, se fugir do controle, pode ser caracterizado como dependência’,
explica Robert Kubey, diretor do Centro de Estudos da Mídia da Universidade de Rutgers.
Os efeitos da televisão sobre o sono variam muito. ‘Quando tenho um dia estressante,
agitado, não durmo sem ela’, comenta Maurício Valim, diretor de programas especiais da TV
Cultura e criador do site Tudo sobre TV. Outros, como Martin Jaccard, sonorizador de ambientes,
reconhecem que demoram a pegar no sono após uma overdose televisiva. ‘Sinto uma certa irritação,
até raiva, por não ter lido um bom livro, namorado ou ouvido música, mas ainda assim não me
arrependo de ver tanta TV, não. Gosto demais’. É uma das mais prosaicas facetas desse tipo de
dependência, segundo a pesquisa do Centro de Estudos da Mídia. As pessoas admitem que deveriam
maneirar, mas não se incomodam a ponto de querer mudar o hábito. Sinal de que tanto mal assim
também não faz.”
(SCAVONE, Míriam. Revista Claudia, abr. 2002, p. 16-7).
A televisão, como outros elementos da modernidade, possui duas faces que se opõem. Nem
sempre, porém, está clarificada a proporção entre os seus benefícios e malefícios. Redija um texto
argumentativo em que você, por meio da elaboração de uma tese e de argumentos, revele a sua
opinião sobre as duas faces da TV. Lembre-se de dar um título e uma conclusão à sua composição.
Execute, em sua apostila, a primeira etapa da produção textual: o planejamento. Posteriormente, em
folha separada, redija a versão final. Lembre-se, sempre, de fazer uma última leitura antes de
entregar seu texto. Assim, você poderá fazer pequenos ajustes.
Planejamento (esqueleto)
Tese:
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Argumentos:
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Conclusão:
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