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Como forma de complementar os estudos para a prova da UFPR/CFO, preparamos

esse material gratuito para que você tenha acesso a ainda mais possíveis temas e
reforce o conhecimento sobre a banca.
As propostas aqui dispostas são todas originais, feitas pelos professores da equipe
DLX. Elas replicam o estilo da banca e foram baseadas em temas atuais, de fontes
relevantes e que têm a “cara” da UFPR, para que você se prepare da melhor forma.
Você que é aluno dos nossos cursos poderá ter essas redações corrigidas pelos
nossos professores, apenas selecionando normalmente as propostas corretas nas
caixas de envio e anexando o arquivo normalmente.

Nesse material você encontrará:


• Explicação para cada gênero textual abordado
• Três propostas de texto dissertativo-argumentativo
• Duas propostas de resumo
• Uma proposta de continuação textual, análise de gráficos e análise de
cartum/charge/tira

Os gêneros foram selecionados com base na análise dos últimos dez anos de prova,
em que os gêneros de dissertação argumentativa e resumo foram sempre cobrados, e
as propostas de continuação, análise de gráficos e de cartuns apareceram
frequentemente, alternando entre si.

Lembre-se que no nosso canal do Youtube do Federal Online ( clique aqui para
ir para o canal) estão ocorrendo lives gratuitas para a segunda fase da UFPR. Lá, além
das aulas de biologia e química, você terá acesso a todo o conhecimento necessário
para ter o melhor desempenho nas suas redações. Confira, na próxima página, o
cronograma das lives que acontecerão durante outubro e novembro.

www.federalonline.com.br

Direção Rafael Soares dos Santos


Wagner Souza Garcia Redondo
Autor Cassiano dos Santos Falce
Design Tassiane Verastegui Santos
DISSERTATIVO-ARGUMENTATIVO
O mais importante é SEMPRE seguir o que o enunciado da questão MANDA.

Você deve:

• Contextualizar a temática com base no texto. Se houver mais de um texto-base,


apresente os dois. Geralmente quando isso acontece os textos são antagônicos, ou seja,
um é o contraponto de outro. Lembre-se de apresentar as referências de origem dos
textos. Para que essa referência seja feita de forma adequada, o ideal é indicar três
(quando disponíveis), podendo ser título do texto, veículo de publicação, data e nome da
autora. Outras referências como a edição da revista, as páginas, por exemplo, não são
relevantes. De forma concisa, deve ser apresentada a tese principal do texto e os
argumentos que a sustentam. Em caso de dois textos, o mesmo deve ser feito,
indicando a relação entre eles, se são complementares ou antagônicos.

• Manifestar e defender a opinião. É preciso que você se posicione sobre o assunto, de


acordo com o que o enunciado solicita. Atente-se para a situação específica tratada no
texto-base. A prova da UFPR não cobra assuntos generalizados. Assim, é fundamental
a leitura correta dos textos para você entender SOBRE O QUE você deve se posicionar.
Indique sua opinião sobre o assunto ou sobre a tese do texto-base, dependendo do que
o enunciado MANDAR. É possível se relacionar com argumentos já mencionados nos
textos-base, mas você DEVE IR ALÉM. Traga algum argumento externo que possa
confirmar a sua tese na realidade, que demonstre e ilustre bem ao leitor que a sua
opinião é verdadeira. Para isso, você pode utilizar exemplos, dados, citações etc. Apesar
disso, a banca ADORA EXEMPLOS REAIS (notícias, situações relevantes, feitos
importantes – que se relacionem com o tema e confirmem a tese). Há propostas em que
a banca solicitou soluções para um problema. Nesse caso, é necessário apresentar
caminhos CONCRETOS. Se para resolver um problema X é preciso que os brasileiros
mudem sua visão sobre a nação, por exemplo, de que forma isso pode acontecer? Há
algum caminho, alguma solução efetiva? Evite vagueza.

Os textos são curtos, geralmente entre 12 e 15 linhas, mas podem ser ainda mais
curtos. Por isso, sugerimos que construa em dois parágrafos, separando a
contextualização da argumentação. É difícil que caiba um parágrafo apenas para a
conclusão. Dessa forma, apenas indique brevemente a finalização de seu texto para
que não acabe de repente, ao final do segundo parágrafo. Você pode fazer isso
retomando a sua tese e utilizando conectivos de conclusão (“portanto”, “assim” etc).
PRÁTICA 1
DISSERTATIVO-ARGUMENATIVO

Leia o texto a seguir, de Ronaldo Lemos, sobre a prática de sharenting, publicado em 3 de outubro
de 2023, no portal online da Folha de S. Paulo.

Sharenting: pense antes de postar seus filhos


Ronaldo Lemos

Um dos hábitos mais característicos da era da superexposição que estamos vivendo é a prática do
"sharenting". A palavra refere-se ao hábito de pais e mães que ficam postando fotos dos seus filhos,
inclusive bebês, nas mídias sociais.
Essa prática é quase irresistível. É humano querer compartilhar as alegrias e agruras da maternidade
e o lugar para isso hoje não é mais o álbum de fotos que ficava na gaveta, mas sim a internet.
A questão é que a maior parte dos pais não faz uma reflexão mais profunda do que significa postar
fotos dos seus filhos. Como lembrou a pesquisadora em privacidade Luiza Jarovsky em artigo recente, o
motivo de os pais postarem fotos dos filhos é seu próprio interesse, não o das crianças (que nem sabem
o que está acontecendo).
Os pais querem o que todo mundo quer: uma descarga rápida de dopamina quando a foto das
crianças ganha comentários, likes, shares e elogios. Em outras palavras, usam os filhos para ganhar
"biscoito" na internet. Inclusive de estranhos que os pais nem sabem quem são.
Se você é pai/mãe e se identificou com essa situação saiba que você não está sozinho. Um estudo
feito pela SecurityORG nos EUA determinou que 77% dos pais compartilham stories, vídeos ou imagens
dos filhos nas mídias sociais.
Outro estudo feito pela Nominet na Inglaterra em 2017 revelou que esses pais-compartilhadores
postam em média 300 fotos por ano dos filhos. Quando a criança chega aos 5 anos há cerca de 1.500
fotos dela online.
Postar fotos dos filhos levanta questões importantes. A criança é de uma outra geração que os pais.
Ao crescer pode não achar positivo que tenha sido exposta. Além disso, boa parte do que é postado
online vira combustível para treinar inteligências artificiais. As crianças podem desde cedo se tornarem
identificáveis digitalmente, pelo formato da íris e outras características. Sem falar nos riscos relacionados
à privacidade, exposição em face de estranhos e até usos maliciosos e imprevisíveis das imagens.
Em 2016, um jornal austríaco relatou o caso de uma adolescente de 18 anos que processou os pais
por terem exposto suas fotos de criança online. No fim foi provado que o artigo era falso. No entanto,
uma discussão importante surgiu: poderiam os filhos processar os pais por essa conduta?
Vários advogados europeus acreditam que sim, seja por uso indevido de informações privadas, seja
com base nas leis de proteção de dados pessoais. Em um caso judicial na Inglaterra, um juiz da área de
família da Alta Corte indicou a possibilidade de que o direito à privacidade das crianças se aplica inclusive
com relação aos pais.
Com isso vale a pena perguntar: o que as crianças ganham com a exposição feita pelos pais? A
resposta em geral é: nada. Uma das poucas exceções são crianças filhas de celebridades, quando os pais
intencionam transferir parte da fama e do seu capital social para os filhos por meio das mídias sociais.
Fora dessa hipótese, que se aplica a poucas pessoas, o ganho para a criança é praticamente nulo. É
melhor pensar com carinho antes de expor os filhos em troca de dopamina.
https://www1.folha.uol.com.br/colunas/ronaldolemos/2023/10/sharenting-pense-antes-de-postar-seus-filhos.shtml
Com base no texto acima, escreva um texto dissertativo-argumentativo em que você disserte sobre
a prática de sharenting. Seu texto deverá:

• Contextualizar a temática;
• Identificar os riscos possíveis da prática;
• Manifestar e defender sua opinião a respeito da prática;
• Ter entre 12 e 15 linhas.
PRÁTICA 1 (MATERIAL GRATUITO) – DISSERTATIVO-ARGUMENTATIVO
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PRÁTICA 2
DISSERTATIVO-ARGUMENTATIVO

Leia o texto a seguir:


Escola: a luta inglória contra o celular
14 de setembro de 2023
Outras Palavras

A School of the Future, no bairro Gramercy Park, em Nova York, introduziu uma nova medida: o
uso de pochetes da marca Yondr, cujo fecho magnético lacra os celulares dos alunos durante as horas
de aula. “Ao chegar de manhã, os alunos desligam seus aparelhos e os colocam dentro dessas
pochetes, que ficam com os estudantes o tempo todo, sempre fechadas. Só são abertas por uma
agente da escola quando eles vão embora para casa, à tardinha”, conta a consultora de impacto social
Tiffany Kearney, mãe da estudante Emilia. A School of the Future, onde estudam 735 alunos, tomou
essa decisão sem consultar os pais, segundo Kearney. A diretora da escola, Stacy Goldstein, enviou
uma carta às famílias explicando a razão da iniciativa e como seria a nova rotina. A carta dizia: “Estamos
comprometidos em manter uma experiência de conexão no dia a dia da escola, livre da pressão das
mídias sociais. E, de acordo com nossa experiência, o uso prejudicial e problemático do telefone
costuma acontecer na hora do almoço. Queremos que nossos alunos socializem sem o telefone nessa
hora e aprendam a expandir seu repertório sobre os modos de se conectar com os outros e fazer pausas
mentais.” A medida foi inicialmente adotada para estudantes da sexta a oitava séries, mas em
setembro, começo do novo ano letivo, passou a valer até a 12ª série. A equipe da escola também fez
duas reuniões por Zoom para mostrar aos pais como a pochete funciona e informou que, caso eles
precisem falar urgentemente com os filhos, podem ligar para o telefone fixo da escola ou para os
celulares dos diretores. “Somente um pequeno grupo de pais ficou decepcionado. A maioria abraçou
a ideia”, diz Kearney. A escola observou, uma vez adotado o novo controle, que as crianças ficaram
mais engajadas nas aulas e ocorreram menos conflitos entre elas.
No Brasil, onde discussões similares estão acontecendo, ocorreu no início de agosto uma decisão
surpreendente da Prefeitura do Rio de Janeiro, proibindo o uso de celulares nas salas de aulas, exceto
para fins pedagógicos e médicos. A decisão se baseou no Relatório de Monitoramento Global da
Educação 2023, da Unesco, que sublinhou os danos causados pelos aparelhos à estabilidade
emocional dos estudantes. “É preciso ter regras para essa nova realidade. Nossa medida busca criar
hábitos, com um uso mais consciente e responsável da tecnologia”, diz Renan Ferreirinha, secretário
municipal de Educação do Rio de Janeiro. “Hoje, há um uso excessivo das redes sociais e vivemos numa
pandemia de distrações. É necessário educar e apoiar as crianças para esse novo tempo. Nesse sentido,
regras são fundamentais. Ficar no celular é comprovadamente prejudicial e atrapalha a concentração.
Quando o aluno recebe uma notificação de aplicativo, é como se ele saísse da sala de aula. A escola é
lugar de interagir com amigos. O celular deixa a criança isolada em sua própria tela.”

Adaptado de https://outraspalavras.net/outrasmidias/escola-luta-ingloria-contra-o-celular/

Escreva um texto dissertativo-argumentativo em que você se posicione acerca das medidas


restritivas e reflita sobre as implicações aos estudantes. Seu texto deve:

• Contextualizar a temática;
• Conter um posicionamento sobre as medidas restritivas;
• Desenvolver consequências aos estudantes;
• Justificar adequadamente seu posicionamento;
• Ter entre 10 e 12 linhas.
PRÁTICA 2 (MATERIAL GRATUITO) – DISSERTATIVO-ARGUMENTATIVO
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PRÁTICA 3
DISSERTATIVO ARGUMENTATIVO

Texto 1

Disponível em: <https://twitter.com/folha/status/1666180838965256193/photo/1>

Texto 2

Marco temporal sob julgamento


Clovis Antônio Brighenti
Brasil de Fato | Porto Alegre | 05 de Junho de 2023

Amanhã, o Supremo Tribunal Federal retomará o julgamento do marco temporal, que altera
drasticamente o rito processual de demarcação das terras indígenas. A tese jurídica em debate na Alta
Corte estabelece que os povos originários só terão direito ao território ocupado até 5 de outubro de 1988,
data de promulgação da Constituição Federal. No último dia 6, a Câmara dos Deputados aprovou Projeto
de Lei (PL) 490, construído com base na tese do marco temporal. Foi uma vitória acachapante dos anti-
indígenas, dos ruralistas, mineradores, madeireiros e dos antiambientalistas.
Julgamento do Marco Temporal será retomado quarta-feira no STFO PL 490 seguiu para o Senado
Federal. O presidente da Alta Câmara, senador Rodrigo Pacheco, pretende rever o projeto, para que tenha
um perfil mais moderado. Ele levará em conta a sugestão da então senadora Kátia Abreu, a primeira
mulher a presidir a Confederação Nacional da Agricultura (CNA). A ex-senadora propõe que os ocupantes
de terras indígena sejam indenizados, pelo governo federal, ante a perda de benfeitorias existentes na
área. Diferentemente da Câmara, o PL 490 não merecerá pedido de urgência para sua votação.
Além de ignorar a imemorialidade da presença indígena no Brasil, o projeto de lei escancara as terras
indígenas à mineração, à atividade agropecuária e ao desmatamento. A prevalecer a tese do marco
temporal, as áreas ocupadas por indígenas isolados não serão poupadas. Entre elas, está o Vale do Javari,
no oeste da Amazônia, cenário da brutal execução do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico
Dom Phillips, ocorrida há um ano.
Em janeiro deste ano, logo após a posse do governo petista, veio à tona a tragédia e a matança de
crianças, adolescentes, mulheres e idosos, na Terra Indígena Yanomami, em Roraima. O território estava
invadido por mais 20 mil garimpeiros, que praticaram os mais hediondos crimes, inclusive, o de abuso
sexual de meninas e adolescentes. Algumas delas engravidaram dos agressores. Sem acesso à caça, à
pesca e a tudo mais que a floresta oferece. As fontes de água potável foram contaminadas pelo mercúrio
usado na separação do ouro dos cascalhos. Ou seja, a estratégia dos garimpeiros, financiados pelo crime
organizado, era a de extermínio do povo ianomâmi. Mas não só ele. O plano se estende a outras áreas da
Região Amazônica, também invadidas pelos garimpeiros.

O que é o Marco Temporal para terras indígenas aprovado na Câmara e que deve ser julgado pelo
STF
Escancarada a porteira, pouco ou nada da Floresta Amazônica restará. O desmatamento, o morticínio
dos povos originários e tradicionais, e o envenenamento dos rios passarão a ser atos criminosos e
predatórios do patrimônio natural amparados pelo PL 490. Além das perdas de vidas, a destruição da
floresta terá impacto na produção agropecuária e favorecerá os eventos climáticos extremos. O impacto
não ficará restrito à Amazônia, se estenderá a todo o país, que hoje se ressente da escassez de água,
principalmente nas lavouras, decorrentes das oscilações nos regimes de chuva. Se nada for feito para
conter a sanha pela destruição do patrimônio natural, o Brasil, finalmente, conquistará o tão almejado
título de pária ambiental. A escolha está na mão da Justiça.

Disponível em: https://www.brasildefators.com.br/2023/06/05/artigo-marco-temporal-e-a-consagracao-da-violencia-contra-os-


povos-indigenas

Redija um texto dissertativo-argumentativo em que você expresse a sua opinião sobre o Projeto de
Lei 490, em face do exposto nos textos 1 e 2.

Seu texto deverá:

• Contextualizar a temática;
• Manifestar e defender uma opinião a respeito;
• Dialogar com um dos argumentos do texto de Clovis Antônio Brighenti;
• Ter entre 12 e 15 linhas.
PRÁTICA 3 (MATERIAL GRATUITO) – DISSERTATIVO-ARGUMENTATIVO
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RESUMO
Você deve:

• Referenciar o texto original. É preciso indicar o texto que está sendo resumido. Para
isso, indique o nome do autor do texto, o veículo de publicação, a data e o título. Há
textos que estão dentro de outros. É possível haver uma carta traduzida dentro de um
artigo de internet, ou ainda um texto de autor x que serve como prefácio de um livro de
outro autor y. Nesses casos, TODAS as referências devem estar presentes, tanto a do
texto principal a ser resumido quanto do texto maior no qual esse está incluído. Junto a
isso, é preciso entender quem é o autor do texto que de fato está sendo resumido. Esse
é o autor que será retomado ao longo de seu texto. Além disso, é necessário indicar a
tese principal do texto. Qual a principal crítica? Qual o principal assunto tratado? Indique
isso antes de iniciar a apresentação dos argumentos.

• Selecionar os argumentos mais importantes. Provavelmente, você terá que ler o texto
mais de uma vez para identificar todo o necessário. É preciso que você sublinhe os
argumentos para que você se organize. Deixe de lado exemplos, divagações do autor.
Foque em apresentar a linha de raciocínio principal, aqueles argumentos que sustentam
a tese ou o principal pensamento exposto.

• Não opine, nunca! Um resumo é a apresentação concisa dos pensamentos de outra


pessoa. Não é característica do gênero exprimir opinião. Às vezes, isso é feito sem
perceber. Por isso, tome cuidado com expressões como “infelizmente”, pois isso pode
fazer com que o corretor entenda que você está opinando. Lembre-se de atribuir sempre
as opiniões e argumentos ao autor. Para que isso fique claro, você deve retomar a
autoria das ideias ao longo do texto, como “segundo o autor”, “de acordo com o autor”,
“o autor conclui afirmando que” etc.

GUIA PARA TE AJUDAR A CONSTRUIR (não é e não deve ser uma forma fixa)

Em seu texto/artigo/carta/livro “NOME DO TEXTO”, publicado no jornal Folha


do Exemplo de 01/01/2019, Beltrano Cicrano discorre sobre IDEIA PRINCIPAL
DO TEXTO. Ele argumenta/discorre/critica/pondera/compara que PRIMEIRA
IDEIA. Cicrano também argumenta/discorre/critica/pondera/compara que
SEGUNDA IDEIA. Por último, o autor conclui que/pondera/discorre/elogia que
TERCEIRA IDEIA.
PRÁTICA 4
RESUMO

Leia o texto abaixo:

Chegar, ocupar e permanecer: a luta diária de ser uma mulher trans

Jornal Plural
14 de março de 2023
Por Natália Schultz Jucoski

Segundo o dicionário, a palavra “mulher” significa “pessoa do sexo feminino ou do gênero feminino”.
Mas essa não é a única maneira de nos descrever, somos plurais, somos diferentes. Exemplo disso é a
pesquisadora Megg Rayara, primeira travesti negra do Brasil a ter o título de doutora em Educação pela
Universidade Federal do Paraná (UFPR).
Megg atua como pesquisadora e professora da graduação e pós-graduação da instituição e é
coordenadora do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (NEAB). A ativista luta pelo combate ao preconceito
da comunidade LGBTQIA+, sobretudo no ambiente acadêmico.
A partir da sua vivência, ela levanta a reflexão sobre como as normas de gênero da sociedade já são
predefinidas e nem sempre se tem consciência disso. Para Megg, enquanto criança, eram os marcadores
externos, como roupa e cabelo, que determinavam as diferenças entre meninas e meninos, com
dificuldade em expressar o gênero que lhe fora atribuído. “Desde muito pequena eu sabia que não era
um menino. Eu sabia que aquela heteroclassificação que foi atribuída a mim era um erro, um engano”, diz.
A escola foi um dos lugares mais difíceis para que Megg conseguisse ser ela mesma, já que esse é
um dos ambientes com mais divisões de gênero, como por exemplo banheiro feminino e masculino. “Não
havia uma intervenção por parte dos professores e das professoras num sentido de dizer que é possível
existir de forma plural”, relembra. Assim, mesmo tão nova, ela já encarava os desafios de sobreviver em
um lugar hostil. Embora a escola não a quisesse, ela entendeu que a educação é fundamental e por isso
não desistiu.
E não foi só na escola que Megg, assim como outras tantas mulheres trans, precisou lutar para
simplesmente existir. A grande dificuldade em ser uma pessoa trans no Brasil é a luta pela sobrevivência.
Todos os anos a Associação Nacional de Travestis e Transsexuais (ANTRA) faz um levantamento das
mortes de pessoas trans, e pelo 14º ano consecutivo o Brasil é o país que mais assassina mulheres
travestis e transgêneros. Para se ter uma ideia, a expectativa de vida de uma mulher trans branca é de
35 anos, já das negras é de 28. “Apesar das violências que a gente sofre, a gente não declina desse desejo
de ter o direito de existir”, reforça. Ser uma mulher trans, acima de tudo, é um ato político.
A luta em diversas frentes se faz necessária, para ocupar os espaços é preciso exigir políticas não
apenas de inserção, mas também de permanência. É importante que pessoas trans cheguem em uma
universidade e tenham contato com uma base teórica feita pela sua própria comunidade. “São
pouquíssimas representações de pesquisadores, de pessoas que não são lidas e tratadas como
intelectuais. A gente precisa desses espelhos, dessas representações”, ressalta. É mais do que necessário
oferecer outras possibilidades de escolha no mercado de trabalho, já que a prostituição na maioria das
vezes é o único meio de conseguir dinheiro para viver.
Com persistência, Megg conquistou seu espaço como professora universitária. Mas, infelizmente, a
área acadêmica também não é 100% acolhedora. Algumas questões deixam a desejar, como a falta de
representatividade bibliográfica, a dificuldade com os banheiros e até mesmo os empecilhos na
documentação. Essa questão da substituição do nome morto para o nome social se torna algo difícil, pois
o custo para a troca de documentos ainda é elevado, precisando contar com o bom senso de professores
e colegas para que a pessoa se sinta respeitada. Para a doutora, as ações pouco inclusivas contrastam
com o conceito de universidade pública, que só pode ser operado a partir do momento em que todo
mundo esteja sendo respeitado dentro desse espaço, valorizando a diversidade de existências.
Com tudo isso, ao mesmo tempo em que Megg se sente feliz por ter conquistado seus diplomas,
também fica triste pelas outras mulheres trans que não conseguem ocupar esse espaço. Portanto, o título
de primeira travesti negra doutora em Educação é ao mesmo tempo sinônimo de alegria e tristeza. Ela
deseja que a trajetória das meninas que estão por vir não sejam tão difíceis quanto a dela, e que a
celebração pela vida seja uma prioridade para a comunidade trans em vez da contabilização dos corpos
estendidos. “Que a gente seja e que a gente tenha autonomia sobre os nossos corpos. De usar as roupas
que a gente quiser, de falar o que a gente quiser, de pesquisar o que a gente quiser”, finaliza.
Lutar para que a educação seja um espaço de acolhimento é o primeiro passo para construir um
mundo melhor, mais plural e pautado no respeito. Pessoas que sejam consideradas hegemônicas devem
refletir em como elas podem ser parceiras nas lutas das minorias. Muito além de flores e chocolates, o
presente mais almejado no Dia Internacional da Mulher é o respeito.

Disponível em <https://www.plural.jor.br/colunas/focanojornalismo/chegar-ocupar-e-permanecer-a-luta-diaria-de-ser-uma-mulher-trans/>

Faça um resumo do texto acima, com 12 a 15 linhas, que identifique os principais pontos elencados
pela autora em face da vivência da professora doutora Megg Rayara. Você deve respeitar as
características próprias do gênero solicitado e evitar a cópia de trechos do texto original.

PRÁTICA 4 (MATERIAL GRATUITO) – RESUMO


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PRÁTICA 5
RESUMO

Leia o texto abaixo.

Violência contra mulher segue tendo espaço no futebol

Amara Moira
UOL Esporte
20/04/2023

"Eu acabo com minha vida mas com a sua antes." Essa frase, dentre as tantas ameaças de morte
presentes nos prints de conversas entre o atacante são-paulino Pedrinho e sua ex-namorada, é a que
mais me chocou. Me chocou porque um jogador de 23 anos, com futuro extremamente promissor, achou
razoável ameaçar de morte a ex-companheira, ainda que isso signifique acabar com a vida dele também.
O motivo para uma ameaça tão pesada? Pelo que se lê nas mensagens, Pedrinho acredita que foi traído
e que a ex-companheira estaria usando coisas dadas por ele com outro homem:
"Paga de gatinha aí com meu celular, com as coisas que eu te dei, sua quenguinha. Vou ouvir minha
mãe se não vou matar você por ódio, por ódio de usar minhas coisas com outro. Pagar de gata com outro,
com o que eu dei, sua desgraçada, mendiga."
Nos comentários dessa e de outras publicações que repercutiram os prints, várias pessoas tachando
a mulher (sem sequer a conhecerem) de "maria chuteira", "à procura de fama" e de "interesseira", com o
que parecem estar defendendo a reação do jogador. Oras, se diante do que foi revelado, esse é o
comentário que lhes ocorre fazer, isso é sintomático de o quanto a nossa cultura segue normalizando
comportamentos violentos de homens em relação a suas companheiras, entendidas como meras
propriedades suas.
E pouco importa se ela foi ou não infiel. Espero que um dia não seja mais necessário ter que dizer
algo do gênero, mas, no momento, é preciso reafirmar que infidelidade (ou mesmo a suspeita de
infidelidade) jamais deveria ser motivo para ameaçar, agredir ou até matar uma mulher, situações
bastante comuns no Brasil. Digo "não deveria ser motivo" porque, infelizmente, no momento isso ainda
"é" entendido como um motivo, o que a troca de mensagens de Pedrinho revela perfeitamente.
E o fato de frases como essa continuarem a ser ditas e aceitas como normais, mesmo hoje em dia,
significa que esse tipo de comportamento segue sendo ensinado. Ensinado? Sim, pois não podemos tratar
como instintivo esse tipo de reação. Não é algo que se faz por "ser homem", mas algo que se aprende ao
longo da vida, com exemplos vindos de todo lugar e, nesse sentido, se é um comportamento aprendido,
o necessário no momento é entender de que maneira podemos desaprendê-lo e como ensinar outras
coisas no lugar.
O processo de Pedrinho ainda está no começo e corre em segredo de justiça, então faz sentido
esperarmos novos elementos antes de quaisquer conclusões, mas o mínimo que se pode fazer é afastar
o jogador, enquanto as investigações avançam. Daí serem problemáticos os posicionamentos tanto da
torcida organizada do São Paulo (e/ou de seus líderes) defendendo a reintegração do atacante, quanto
do presidente da SAF do América-MG, antigo time de Pedrinho, que abriu as portas para o retorno do
jogador (condicionando a volta a um "tratamento" para "entender que o que ele fez é grave, e não se
passa borracha").
Um ponto interessante da posição do presidente da SAF é considerar que não se deve simplesmente
jogar no lixo uma pessoa pelos erros que ela cometeu e, sim, pensar formas de recuperá-lo e transformá-
lo. Mas essa ação de recuperação parece ainda muito genérica, pura maquiagem para blindar o clube. A
impressão é que, diante de uma questão tão delicada, a única coisa que importa para as equipes, ou seus
torcedores, é o mérito esportivo. Quando é que o futebol masculino vai começar a se importar de verdade
com mulheres? Quando é que vai começar a propor ações que combatam o machismo que vitima 50% da
população brasileira? Quando é que o futebol vai deixar de ser parte do problema para começar a ser
solução?
Algo similar está acontecendo na Premier League com Mason Greenwood, jogador do Manchester
United. Após a revelação de áudios e imagens estarrecedores no começo de 2022, nos quais o jogador
apareceria forçando sua ex-companheira a fazer sexo com ele, Greenwood chegou a ser preso, mas dois
meses atrás, as acusações foram surpreendentemente retiradas e o processo acabou encerrado. Aos
olhos da justiça, portanto, o jogador seria inocente, mas os áudios e imagens divulgados pela ex-
companheira não permitem que ninguém acredite tranquilamente nessa resolução.
Diante disso, a situação de Greenwood no United se tornou insustentável. Afastado do elenco desde
janeiro de 2022 e sem conseguir ser reincorporado mesmo após a retirada das acusações (saíram,
inclusive, várias matérias falando sobre a resistência do próprio time feminino do United, atual líder da
Premier League, em aceitar o retorno do jogador), o que se especula é uma transferência para outra
equipe. O Milan, semifinalista da Champions League, é um destino aventado e, dentre todas as matérias
que encontrei falando sobre a possível transferência, nenhuma revelava nenhum descontentamento com
um gigante europeu contratar um jogador envolvido até o cabelo com acusações de estupro.

Disponível em: https://www.uol.com.br/esporte/futebol/colunas/blog-da-amara-moira/2023/04/20/violencia-contra-mulher-


segue-tendo-espaco-no-futebol.htm

Escreva um resumo do texto acima que deixe claras as principais ideias da autora e seus argumentos.
Seu texto deve ter entre 12 e 15 linhas e respeitar as características do gênero solicitado.

PRÁTICA 5 (MATERIAL GRATUITO) – RESUMO


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CONTINUAÇÃO TEXTUAL
• A continuação pode ser cobrada de diversas formas. Em prova recente, havia uma história em
quadrinhos, e o enunciado solicitava que o candidato transpusesse essa história em quadrinhos para
um texto narrativo escrito e que a terminasse, visto que não havia final. Além disso, é possível que
seja solicitado, como já ocorreu, para que você continue um relato, uma crônica ou ainda para que
você continue um artigo da opinião.

• O fundamental é você entender qual gênero está continuando, para que você saiba a maneira que
deve escrever. Em propostas em que já tenha um texto escrito, seja narrativa, artigo, entre outros,
você deve replicar as características do texto original. Essas marcas podem ser:

1) Linguagem: linguagem formal ou informal.


2) Tipo de discurso: primeira ou terceira pessoa. Se o narrador é em primeira pessoa, perceba se o
original é homem, mulher, entre outros, pois isso muda o gênero na escrita.
3) Marcas no discurso: repetição de palavras, períodos longos/curtos, reiteração de discurso por
meio de pronomes, uso de figuras de linguagem, de gírias, de palavras mais/menos rebuscadas.

• Você deve entender em que momento do texto está. Em narrativas, por exemplo, você precisa
entender se está no clímax, na situação inicial, no desfecho, no desenvolvimento. Isso é essencial para
que você saiba quais situações descrever, para que seja coerente com o resto do texto. Se continuar
artigos ou similares, o mesmo deve acontecer. Atente-se para as últimas linhas do texto-base. Ali,
você entenderá onde o autor original parou e para onde você deve ir.
PRÁTICA 6
CONTINUAÇÃO TEXTUAL

Leia a crônica abaixo, de Clarice Lispector.

Perguntaram-me uma vez se eu saberia calcular o Brasil daqui a 25 anos. Nem daqui a 25 minutos,
quanto mais 25 anos. Mas a impressão-desejo é a de que num futuro não muito remoto talvez
compreendamos que os movimentos caóticos atuais já eram os primeiros passos afinando-se e
orquestrando-se para uma situação econômica mais digna de um homem, de uma mulher, de uma criança.
E isso porque o povo já tem dado mostras de ter maior maturidade política do que a grande maioria dos
políticos, e é quem um dia terminará liderando os líderes. Daqui a 25 anos o povo terá falado muito mais.
Mas se não sei prever, posso pelo menos desejar. Posso intensamente desejar que o problema mais
urgente se resolva: o da fome.

Escreva um texto que dê continuidade à crônica de Lispector, sem necessariamente concluí-la. Seu
texto deve ter entre 8 e 10 linhas, apresentar uma articulação clara com os parágrafos iniciais e
introduzir informações novas, que garantam a progressão no tratamento do tema.

PRÁTICA 6 (MATERIAL GRATUITO) – CONTINUAÇÃO TEXTUAL


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CARTUM, CHARGE E TIRA
Você deve:

• Apresentar o texto. Indique se é uma tira, uma charge, um cartum. Juntamente a isso,
você deve apresentar as referências de origem, ou seja, o autor, o veículo e a data de
publicação. Também, indique a principal crítica.

• Explicar como a crítica foi construída. É preciso atentar-se para o comando textual.
Normalmente, é pedido para que você indique o efeito de humor ou para que explique
a ironia. Você pode apresentar brevemente os elementos visuais, mas nunca exagere
em descrever o texto visualmente. Ao invés disso, pense em explicar a crítica e, para
que ela fique clara ao seu leitor, se ampare dos elementos visuais necessários. Caso seja
uma tira, é preciso apresentar os personagens e, muitas vezes, as expressões deles são
parte do efeito de humor. Caso haja uma charge, é essencial explicar caracterizações
dos personagens, o que a pessoa está fazendo etc. Entenda que, nesses gêneros, são
os elementos visuais e os poucos textos não-verbais (às vezes não há textos não-
verbais) que conferem a crítica, portanto, eles devem ser apresentados, mas o foco é a
CRÍTICA.

• Lembre-se que a crítica vem geralmente do humor e da ironia, e isso é construído pela
inversão de valores, pela quebra de expectativa, pela presença incomum de certos
elementos. Você deve entender quais elementos do texto conferem esse humor e ironia.

• Novamente, veja o enunciado da questão. Pediu para opinar? Opine. Não pediu? Não
opine, apenas analise como solicitado.

É comum que esses gêneros textuais, assim como poemas, canções etc., apareçam nas
propostas dissertativas-argumentativas. Nesses casos, não é preciso apresentá-los com
uma análise tão profunda, mas devem estar com as devidas referências, a crítica
principal precisa estar clara e, se possível, com uma descrição superficial dos elementos
visuais.
PRÁTICA 7
CARTUM, CHARGE E TIRA

Disponível em: <https://www.instagram.com/p/CyqgJRarccQ/?hl=pt>

O cartum acima pertence à cartunista Laerte. Em um texto de 8 a 10 linhas, apresente o cartum e


explique sua crítica e seu efeito de humor.

PRÁTICA 7 (MATERIAL GRATUITO) – CARTUM, CHARGE E TIRA


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GRÁFICOS, INFOGRÁGICOS E MAPAS
Você deve:

• Explicitar a fonte de publicação. “Segundo dados do gráfico ‘x’, publicado na revista ‘y’ sobre assunto
‘z’”. Geralmente o nome do gráfico está no comando.

• Explicite quais dados são mais relevantes. “Segundo dados do gráfico ‘x’, publicado na revista ‘y’ sobre
assunto ‘z’, os dados ‘a’ subiram/desceram exageradamente nos últimos ‘b’ anos.”

• SIGA O COMANDO (opinar, expor, correlacionar). Caso você opine em um texto que não solicitou
opinião, haverá desconto. Alguns comandos pedem para que o candidato aponte a causa das mudanças,
hipóteses. Cuidado, você não precisa dissertar o texto todo, mas apenas apontar: isso é causado
porque/por causa/ em decorrência de... O foco não é argumentar!

• Ao invés de apenas indicar os números como aparecem, não esqueça de usar os quantificadores textuais
(“dobraram”, “subiram”, “desceram”) para dar mais clareza ao texto. Isso é essencial para que você
demonstre leitura correta do texto e capacidade de relacionar informações.

Cuidado: relacionar ou correlacionar – palavras recorrentes nos enunciados desse gênero – não significam
o mesmo que opinar! Relacionar é apenas comparar, contrastar, indicar semelhanças etc. Se você indicar
que o dado de um texto pode ser a CAUSA de outro dado em outro texto, aí sim você está opinando, pois
você trouxe uma relação feita por você. Muito cuidado!

• Se houver mais de um gráfico, atente-se para o comando e entenda a relação entre eles. São dados
contrastantes? Complementares?

• Leia e releia os gráficos com MUITA ATENÇÃO. Gráficos NÃO SÃO de fácil compreensão. Há muitas
informações expostas no mesmo lugar. Preste atenção em todas as informações dispostas e selecione os
dados mais importantes. Priorize os dados mais extremos, as quedas ou crescimentos ao longo dos
anos, a estabilidade.
PRÁTICA 8
GRÁFICOS, INFOGRÁFICOS E MAPAS

https://agenciaden
oticias.ibge.gov.br/
agencia-
noticias/2012-
agencia-de-
noticias/noticias/3
7565-brasil-tem-
1-7-milhao-de-
indigenas-e-mais-
da-metade-deles-
vive-na-amazonia-
legal
https://g1.gl
obo.com/mei
o-
ambiente/no
ticia/2023/0
9/22/63-
vivem-em-
terras-nao-
oficializadas
-o-
panorama-
da-
populacao-
indigena-
em-4-
graficos.ght
Os gráficos acima foram feitos a partir do censo de 2022 e, quando comparados, evidenciam
ml um
contraste em relação à população indígena e territórios. Escreva um texto, de 12 a 15 linhas, em que
você traga informações selecionadas dos três gráficos e as correlacione com coesão para indicar esse
contraste. Ao final do texto, emita uma breve opinião a partir da exposição feita.

PRÁTICA 8 (MATERIAL GRATUITO) – GRÁFICOS, INFOGRÁFICOS E MAPAS


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