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Bruno Estéfan Perego
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Sumário
RESUMO .............................................................................. 8
ABSTRACT ............................................................................ 8
INTRODUÇÃO .................................................................... 10
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RESUMO
Este livro adota um modelo de Maturidade da Gestão de
Produtividade para apresentar impactos qualitativos e
quantitativos alusivos à sua evolução, com a implemen-
tação de conceitos contemporâneos e abrangentes de
gestão de produtividade (intimamente ligados ao Lean
Manufacturing - LM) em uma indústria de médio porte
situada no estado de São Paulo - Brasil, estruturada pa-
ra operar sob o sistema produtivo MTS (make to stock).
Os estudos de caso cobriram relatos de ações dos últi-
mos 6 anos da empresa. Observou-se que o desenvol-
vimento de gestão é especialmente impactante em em-
presas deste porte, em razão de suas limitações de re-
cursos, em especial humanos. Os resultados demonstra-
ram que a evolução em níveis de maturidade na gestão
de produtividade atribuiu impactos expressivos nos de-
sempenhos operacionais e financeiros da organização.
PALAVRAS-CHAVES:
Modelo de Maturidade, Gestão de Produção e Produtivi-
dade; PME; Melhoria Contínua; Lean Manufacturing.
ABSTRACT
This book adopts a Productivity Management Maturity
model to present qualitative and quantitative impacts on
its evolution with the implementation of contemporary
and comprehensive productivity management concepts
(closely linked to Lean Manufacturing - LM) in a medium-
sized industry located in the state of São Paulo - Brazil,
structured to operate under the MTS (make to stock)
production system. The case studies covered reports of
actions of the last 5 years of the company. It was ob-
served that the development of management is especial-
ly impacting in companies of this size, due to its limita-
tions of resources, especially human resources. The re-
sults demonstrated that the evolution in levels of maturity
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in the management of productivity attributed significant
impacts on the operational and financial performance of
the organization.
KEYWORDS:
Maturity Model, Production Management and Productivi-
ty; PME; Continuous Improvement; Lean manufacturing.
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INTRODUÇÃO
A
evolução de maturidade na gestão de
produtividade não é uma tarefa fácil,
exige não apenas boa dose de conhe-
cimento, como também mudanças de comportamento e
muito empenho.
Segundo pesquisa realizada com os principais
executivos de várias empresas, 43% deles citam a pro-
dução como a área mais importante de know-how de
funcionários. Além disso, existe evidência de que as
empresas estão gastando cada vez mais dinheiro no
aprimoramento de sua produção. Sendo a área que as
empresas mais gastam com consultorias ao redor do
mundo, e isso se dá provavelmente porque as empresas
reconhecem que a administração da produção oferece
potencial para aumentar receitas, que se dá através da
combinação de capacidade em atender maior receita
com custos baixos.
Os resultados desta pesquisa demonstram os be-
nefícios de uma evolução árdua, mas de grande impor-
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tância para o atual cenário competitivo, marcado por
inúmeros avanços tecnológicos e inovadores, as empre-
sas têm se esforçado para impulsionar a melhoria contí-
nua de seus processos, visando obtenção de melhores
resultados no âmbito industrial e global.
Modelos de maturidade foram desenvolvidos em
forma de resposta às necessidades de medir os pro-
gressos alcançados pelas organizações como resultados
da melhoria contínua. Trata-se de uma tentativa de ava-
liação quantitativa de características qualitativas. Evoluir
a maturidade significa melhorar sistematicamente os
processos de negócios de uma organização, que são
capazes de proporcionar maiores desempenhos ao lon-
go do tempo.
O modelo de maturidade consiste em uma estru-
tura de ferramentas e práticas, permitindo uma avaliação
ampla e abrangente das principais competências da em-
presa no gerenciamento e melhoria dos fatores cruciais
que levam a objetivos estabelecidos.
A melhoria contínua na gestão da produção visa
aumentar a produtividade empresarial, compreendida
como a relação entre os produtos criados a partir de um
sistema de produção e os insumos (ativos físicos e fi-
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nanceiros, materiais, energia e informações) fornecidos
para criar estas saídas.
Nos últimos tempos, notoriamente vivenciamos
uma vasta evolução de conceitos e princípios (métodos
e técnicas) voltados para a gestão da produção. Atual-
mente muitos desses conceitos têm sido utilizados no
gerenciamento de produção através das mais diversifi-
cadas combinações, visando o aumento da produtivida-
de: Lean Manufacturing (LM) - Produção enxuta, Theory
of Constraints (TOC) - Teoria das Restrições, Total Qua-
lity Management (TQM) - Gestão da Qualidade Total, Six
Sigma (SS) - Seis Sigma, Total Productive Maintenance
(TPM) - Manutenção Produtiva Total, Kaizen - Melhoria
Contínua, Business Process Reengineering (BPR) - Re-
engenharia dos Processos de Negócio, 5S. Esses con-
ceitos são geralmente implementados de forma inde-
pendente um do outro ou de uma maneira apenas inci-
dentalmente vinculada. Ao mesmo tempo, esses concei-
tos estão tão intimamente relacionados que às vezes é
difícil dizer se uma determinada solução é implementada
como parte do LM ou TQM. O TPM é um sistema inde-
pendente empregado no gerenciamento de produção ou,
como dizem alguns, uma parte do LM. Recentemente,
podem-se ouvir mais e mais vezes sobre Lean Six Sig-
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ma, um sistema que combina LM e SS ou mesmo sobre
TLS - uma combinação de TOC, LM e Six Sigma. Muitos
métodos e técnicas são usados em diferentes conceitos,
as práticas 5S e a filosofia Kaizen, por exemplo, estão
presentes em todos os conceitos, o Single Minute Ex-
change of Die (SMED) – Troca Rápida de Ferramenta é
considerado uma ferramenta de LM e TPM, e o Controle
Estatístico de Processos (CEP) é visto como um ele-
mento de Lean Manufacturing, TQM e Six Sigma.
Essas ferramentas podem ser tratadas, por um
lado, como conceitos complexos (filosofias) e, por outro
lado, como uma caixa de ferramentas (conjunto de mé-
todos e técnicas) que, se adequadamente implementa-
dos, ajudam a alcançar a melhoria da produtividade.
Porém, o mero conhecimento teórico mediante ao
vasto “leque” de opções para combinar ferramentas e
consolidar melhorias não é suficiente para assegurar
que os resultados financeiros objetivados sejam eficazes
e duradouros. No entanto, para que se torne possível
uma estabilidade na obtenção de resultados em situa-
ções reais, se faz necessário um aprofundamento em
metodologias de implantação e combinações ideais para
cada cenário.
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Nenhum sistema ou lógica específica é remédio
para todos os males. Quando pensamos em gestão in-
dustrial, atualmente, ninguém mais discute que as abor-
dagens contingenciais são as mais adequadas. Segundo
essas abordagens, problemas característicos de diferen-
tes contingências (ou situações) demandam diferentes
soluções, portanto, não há uma “melhor solução” para
todos os problemas.
As pequenas e médias empresas (PMEs) são or-
ganizações nitidamente diferentes do que seus parceiros
maiores, descritas como possuindo a pobreza de recur-
sos porque o seu próprio tamanho não permite acesso a
recursos financeiros, tem uma falta de pessoal treinado
e é impulsionado por uma perspectiva de gestão de cur-
to alcance. Uma vez que as PMEs de manufatura rece-
bem suas demandas de clientes, muitas vezes os níveis
tático e operacional são desfocados, submetidos a uma
alta frequência de mudanças, tanto em demandas de
curto como de médio prazo. Isso torna o equilíbrio da
dinâmica de cadeia de suprimentos uma tarefa difícil,
muitas vezes composta por questões de competências
internas.
Esta discussão foi um estímulo para o autor anali-
sar a evolução dos princípios adotados pela empresa
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estudada baseado em um modelo de gestão de produti-
vidade.
A indústria analisada neste estudo de caso é fa-
bricante de utilidades plásticas, instalada na RMC (regi-
ão metropolitana de Campinas, São Paulo - Brasil), ca-
racteriza-se como uma empresa de médio porte (com
até 499), produz uma vasta diversidade de itens e atua
sob o sistema produtivo MTS (make to stock) em ambi-
ente sazonal com fortes oscilações na demanda.
O objetivo principal dessa pesquisa se resume em
apresentar as evoluções de maturidade no gerenciamen-
to de produtividade da empresa e seus respectivos re-
sultados no âmbito industrial e global.
Os objetivos secundários são:
§ Descrever de forma detalhada a implantação dos
modelos de gestão escolhidos pela empresa que foi ob-
jeto de estudo, de forma que possam ser seguidos por
empresas com características similares.
§ Fornecer insights para que os leitores possam en-
contrar alternativas para redução de custos, melhorias
em desempenhos operacionais e atendimento a clientes.
O problema da pesquisa atualmente identificado é
o de explorar e analisar os benefícios de determinadas
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evoluções em maturidade de gerenciamento industrial,
observando um caso real.
Este estudo pretende responder a seguinte questão
de pesquisa:
§ Como a evolução de maturidade no gerenciamen-
to de produtividade pode impactar nos desempenhos de
PMEs, estruturadas sob o sistema produtivo MTS?
As justificativas para a pesquisa se dão ao fato de
que:
§ Indústrias deste porte possuem grande carência
em nível de conhecimento e limitações de recursos,
além de enfrentarem inúmeras dificuldades relacionadas
ao planejamento e alinhamento entre as operações pro-
dutivas, de suprimento e demanda, devido ao fato de
normalmente não serem atores dominantes de suas ca-
deias de suprimentos, com isso seus desempenhos em
vários aspectos tendem a ser afetados e esse, pode ser
um fator determinante para seu sucesso ou fracasso.
§ Existe uma lacuna na literatura sobre o tema, atu-
almente não foram encontradas pesquisas que apresen-
tem resultados efetivos sobre a evolução de maturidade
na gestão de produtividade de PMEs com sistema pro-
dutivo MTS no Brasil e no mundo.
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MODELO DE GESTÃO DE
PRODUTIVIDADE (MGP)
O
principal objetivo do MGP é apoiar as
empresas no processo de implemen-
tação de modernos conceitos de ges-
tão voltados para a melhoria da produtividade por meio
de:
• Identificação do status atual da implementação.
• Identificação do status desejado (destino).
• Identificação de métodos e técnicas que devem
ser implementados para se fazer a transição do
status atual para o status de destino.
A estrutura geral do modelo de gerenciamento de
produtividade adotada (mostrada na figura 1), inicia no
nível dos postos de trabalho onde as práticas do 5S de-
vem ser implementadas, visando concentrar-se em
questões relevantes na posição de trabalho, incentivar o
engajamento de todos os colaboradores para melhorar
seu próprio ambiente de trabalho, estimular e desenvol-
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ver o foco do grupo em ideias de melhoria e acompa-
nhamento.
Postos de trabalho limpos e bem-organizados são
condições primordiais para implantar sistemas abran-
gentes de gerenciamento de produção (LM e TOC), sis-
temas de gerenciamento de qualidade (TQM e Six Sig-
ma) e gerenciamento de manutenção (TPM). O ponto
chave para esses sistemas é a abordagem em processo,
ao focar nos processos, torna-se possível identificar,
modelar, melhorar e otimizar gradualmente, ou mesmo
reformulá-los radicalmente (BPR).
Figura 1 - Modelo de Maturidade para Gerencia-
mento de Produção.
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comprometimento de todos para garantir melhor adapta-
bilidade ao ambiente global mutável.
A evolução deve ser medida usando indicadores
de produtividade adequadamente selecionados para su-
prir às necessidades da empresa e sua capacidade de
acessar e/ou gerar dados.
O Modelo de Gestão de Produtividade (MGP) uti-
liza um baú de ferramentas de métodos e técnicas proje-
tadas para alcançar um objetivo principal (Lean Manu-
facturing). Considerado como o melhor sistema e um
dos melhores desenvolvimentos do século XXI. O mode-
lo se apoia nos seguintes conceitos: 5S, LM, TPM, TQM,
Seis Sigma, Kaizen, TOC e BPR.
Os conceitos de gerenciamento selecionados no
MGP configuram uma ou mais dimensões (de conceitos
mais complexos), identificando um total de 17 dimen-
sões. Cada uma recebe uma pontuação em escalas de 1
a 5, sendo que as pontuações individuais de cada di-
mensão correspondem à pontuação total de maturidade
da organização e do gerenciamento de seus processos
de produção. Práticas: métodos, procedimentos, técni-
cas, medidas e ferramentas atribuídas às dimensões
cuja aplicação contribui para atender os objetivos da di-
mensão.
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Para a finalidade do modelo em questão, os ní-
veis são intitulados de níveis de maturidade da produ-
ção, descritos na Tabela 1.
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Tabela 1 - Níveis de Maturidade dos Processos
de Produção.
Status dos
Nível de processos de Descrição
maturidade produção
Nível 1 Processos de As metas são atingidas
produção (produtos adequados são
efetivamente fabricados na quantidade
executados certe e no prazo) – mas
esses processos não são
iterativos ou previsíveis, o
que torna impossível
controlar o progresso
Nível 2 Processos de As metas de produção são
produção atingidas como resultado
gerenciados da implementação de
planos e o processo é
monitorado em relação à
consistência com os planos
Nível 3 Processos de As metas de produção são
produção atendidas em processos
definidos definidos (descritos)
alinhados com os
parâmetros de abordagem
do processo
Nível 4 Processos de Metas quantitativas e
produção qualitativas e ferramentas
gerenciados de controle de
quantitativamente desempenho foram
definidas para processos
individuais e seus
constituintes (operações)
Nível 5 Processos de Os processos são
produção continuamente
otimizados aprimorados e adaptados
às mudançcas do ambiente
e da estratégia corporativa
Fonte: Baseado em Kosieradzka (2017)
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O Modelo de Gestão de Produtividade pode ser
utilizado para suportar a identificação do cenário atual da
maturidade na gestão de produção e a definição do ce-
nário futuro. A lacuna entre o cenário da meta e o cená-
rio atual orienta o planejamento das medidas de melho-
ria sinérgica (implementação de práticas gerais aplicá-
veis em diversas áreas) para assegurar a evolução sus-
tentável do negócio (com ênfase em crescimentos uni-
formes de todas as áreas). O cenário atual pode ser
compreendido utilizando um questionário de avaliação
configurado para este modelo.
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SOBRE O AUTOR:
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âmbito da gestão industrial, já tendo ministrado mais de 10
disciplinas universitárias em cursos de administração de
empresas, engenharia de produção, gestão da qualidade,
gestão da produção industrial e logística empresarial.
Sua carreira vem sendo pontuada por contribuições a
empresas e profissionais como instrutor e palestrante, prin-
cipalmente nas áreas de gestão e liderança.
Apaixonado por gente e conhecimento, Bruno é um
ser humano que busca gerir com coerência o que escreve,
pois acredita que as “20 práticas de ouro sobre gestão e li-
derança” descritas neste livro criam um contexto que o
aproxima verdadeiramente da sua própria essência.
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