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UNIFAGOC

Centro Universitário Governador


Ozanam Coelho

Curso: MEDICINA

Genes e Populações

Msc. Camila Soares Furtado Couto


Mutação

• Mudança na sequência de nucleotídeos ou no arranjo de DNA.

 Mutações Genômicas: Afetam números de cromossomos das


células.
Mutação

 Mutações Cromossômicas: Alteram estrutura de cromossomos


específicos

 Mutações gênicas: Alteram genes individualmente.


Mutação
 Origem das mutações:

Erros na replicação de DNA;

Deficiência no Reparo na lesão de DNA


Mutação
 Tipos de mutações:

• Mutações de sentido errado: Única substituição Mutações


de nucleotídeo; espontâneas

• Mutações sem sentido: Substituição de códon


normal por uma sequencia de três códons
terminais -> UGA, UAG e UAA
Mutação
 Tipos de mutações:
Mutação
 Deleções e Inserções

• Pequenas:
Pequeno número de bases – Codificação de poucos AA anormais.

• Grandes:
Alteração da estrutura do gene;
A inserção de grandes quantidades de DNA é muito mais rara do que a
deleção.

Ex.: Neurofibromatose (deleção do gene neurofibromina NF1)


Mutação
 Mutações dinâmicas

• Expansão de códons, que interfere na expressão gênica normal:


geração de produto proteico anormal ou não transcrição ou
tradução do RNA.
Ex.: Doença de Huntington
Polimorfismo

• Quando a variante é tão comum que é encontrada em mais de 1%


de cromossomos na população, é conhecido como polimorfismo
genético.

Deleções, duplicações, triplicações de bases e não


levam a fenótipos alterados.

Podem alterar bases dentro do gene, que não alteram a


expressão da proteína funcional.

• < 1%: Variantes raras


Polimorfismo

• Um dos polimorfismos mais estudados é o dos Grupos Sanguíneos:


Variação nas proteínas codificadas pelos alelos.

 Antígenos de grupos sanguíneos.


Polimorfismo

Sistema ABO
• Presença de antígenos na superfície das hemácias, e anticorpos no
plasma.
• A, B, AB e O.

• Locus no cromossomo 9 -> Multialelismo e codominância.

• Antígenos A e B são produzidos pela ação dos alelos A e B em uma


glicoproteína na superfície das hemácias chamada antígeno H.
Polimorfismo

Sistema ABO
• Alelo A codifica enzima que reconhece o açúcar n-acetilgalactosamina e o
adiciona na superfície do antígeno H, criando o antígeno A.
• Alelo B codifica enzima que reconhece o açúcar d-galactose.
• Alelo O codifica uma versão mutante da enzima transferase, que perde sua
atividade, mas não afeta a detecção do antígeno H.
Polimorfismo

Sistema RH
• RH +: Expressão do antígeno RhD (polipeptídeo codificado pelo gene
RHD do cromossomo 1).

• RH-: não expressa esse antígeno e se origina da homozigose do alelo


não funcional do gene RHD.

Pessoas Rh negativas podem formar anticorpos anti-Rh após


exposição às hemácias Rh-positivas.

Gestante Rh negativa: injeção de imunoglobulina Rh-positivas


(remove células fetais Rh positivas, que poderão fazer a mulher
não se sensibilizar)
Eritroblastose Fetal
Genética de Populações

• Estudo da dinâmica de genes na população.

• Genes de uma população tem continuidade de geração em geração.

• Indivíduo recebe uma amostra de gene de cada genitor.

• Processos de SEGREGAÇÃO e RECOMBINAÇÃO na meiose: Herança


de novas combinações de genes.
Genética de Populações

• População:
Grupo de indivíduos que se reproduzem;
Comunidade que compartilha de um mesmo patrimônio genético.

• Patrimônio Genético:
Pool de genes;
Genes (DNA) que passam de geração para geração.
Genética de Populações

• Frequência dos Genes na População

 Frequência Fenotípica
Ocorrência relativa de diferentes fenótipos

Shorthorn -> vermelho (50); rosilho (40); branco (10)

Total: 100 animais


f (vermelho) = 50/100 = 0,5
f (rosilho) = 40/100 = 0,4
f (branco) = 10/100 = 0,1

Soma das f = 1,0


Genética de Populações

• Frequência dos Genes na População

 Frequência Genotípica
Ocorrência relativa de diferentes genótipos.

Shorthorn -> VV (50); VB (40); BB (10)

Total: 100 animais


f (VV) = 50/100 = 0,5
f (VB) = 40/100 = 0,4
f (BB) = 10/100 = 0,1
Soma das f = 1,0
Genética de Populações

• Frequência dos Genes na População

 Frequência Alélica
Ocorrência relativa de diferentes alelos.

Shorthorn -> alelos V e B


f (V) = f (VV) + ½ f(VB)
0,5 + ½ (0,4) = 0,7

f (B) = f (BB) + ½ f(VB)


0,1 + ½ (0,4) = 0,3
Causas de Mudanças nas Frequências Gênicas da
População
MUTAÇÃO:
Ocorre durante o processo de duplicação de um gene.
Surge um novo alelo. Pode ser por:
- Perda de uma base;
- Inserção de uma base;
- Substituição de uma base.
Causas de Mudanças nas Frequências Gênicas da
População
MUTAÇÃO RECORRENTE:

Processo mutacional repetido;


O evento ocorre regularmente e com frequência característica (não é
tão pequena que possa ser perdido por amostragem).

A maioria das mutações são recessivas e prejudiciais para o organismo.


Algumas podem ser benéficas, porém estas não são frequentes.
Causas de Mudanças nas Frequências Gênicas da
População
MIGRAÇÃO

Difusão lenta de genes através de barreiras;

Genes que provêm de outras populações e que


se incorporam à população.

Muito importante para causar mudança na


composição gênica de uma população.

Ex.: A frequência do alelo Δ CCR5 é de


aproximadamente 10% na Europa ocidental e é
virtualmente ausente na África e extremo
Oriente.
Causas de Mudanças nas Frequências Gênicas da
População
C-C receptor quimiocina tipo 5 -
CCR5

Proteína codificada pelo gene CCR5

O alelo CCR5delta32 resulta numa


proteína que fica presa à membrana
do retículo endoplasmático e não
consegue se alojar na membrana
plasmática.
Causas de Mudanças nas Frequências Gênicas da
População
SELEÇÃO

Escolha dos indivíduos que serão genitores da próxima geração.

Seleção Natural: Através da sobrevivência e reprodução dos indivíduos


que melhor se adaptam no ambiente.

• Anemia falciforme em Heterozigotos sul-africanos


Causas de Mudanças nas Frequências Gênicas da
População
DERIVA GENÉTICA

Quando uma população é muito pequena, permite que se produzam,


por oportunidade ou por amostragem, mudanças importantes nas
frequências gênicas, influindo assim na produtividade média da
população.

ALEATÓRIA!!!
Causas de Mudanças nas Frequências Gênicas da
População
DERIVA GENÉTICA

Desastre ambiental – evento gargalo!


Lei de Hardy-Weinberg

• Conceitos fundamentais sobre a distribuição dos alelos nas


populações, publicados em 1908 pelo matemático inglês Hardy e o
médico alemão Weinberg:

 População de tamanho grande onde os indivíduos acasalam-se ao


acaso, sem mutação, sem migração e sem seleção, AS
FREQUÊNCIAS GÊNICAS E GENOTÍPICAS PERMANECEM CONSTANTES
DE GERAÇÃO EM GERAÇÃO (equilíbrio);
Lei de Hardy-Weinberg

• p e q são as frequências gênicas dos alelos “A” e “a” de modo que p


+ q = 1, as frequências genotípicas em uma população em equilíbrio
são:

• Frequência Gênica: f(A): p e f(a): q.


• Frequência genotípica:
f (AA): p²;
f (Aa): 2pq
f (aa): q²
A a
• AA; Aa; aA; aa
A AA (p²) Aa (pq)
a Aa (pq) aa (q²)
Lei de Hardy-Weinberg

• Aplicando a lei: CCR5


Gene CCR5 codifica receptor de citocina na superfície celular, que serve
como ponto de entrada para o vírus HIV.

Deleção de um par de bases gera um alelo (Δ CCR5) que codifica uma


proteína não funcional

 Mutação benigna.

Alelos normais e com deleção podem ser distinguidos pelo PCR do


gene.
Lei de Hardy-Weinberg

• Aplicando a lei: CCR5

Frequência do alelo CCR5= (647) + (134/2) / 788 = 0,906

Frequência Genótipo para Alelos Normais e Mutantes CCR5


Genótipo Pessoas Frequência Relativa
CCR5/CCR5 647 0,821 Alelo Frequência

CCR5/ΔCCR5 134 0,170 CCR5 0,906

ΔCCR5/ΔCCR5 7 0,009 ΔCCR5 0,094

Total 788 1 Frequência GÊNICA


Frequência GENOTÍPICA
Lei de Hardy-Weinberg

• Aplicando a lei: CCR5


Hipotético pool genético: alelos em um locus para a população.
Para locus autossômicos, o tamanho do pool é 2x o número de
indivíduos.

Frequência do alelo CCR5= (2x647) + (1x134) / (2x788) = 0,906


Frequência Genótipo para Alelos Normais e Mutantes CCR5
Genótipo Pessoas Frequência Relativa
CCR5/CCR5 647 0,821 Alelo Frequência

CCR5/ΔCCR5 134 0,170 CCR5 0,906

ΔCCR5/ΔCCR5 7 0,009 ΔCCR5 0,094

Total 788 1 Frequência GÊNICA


Frequência GENOTÍPICA
Lei de Hardy-Weinberg
• Aplicando a lei: CCR5
Alelo Frequência
CCR5 0,906
ΔCCR5 0,094

P², 2pq, q² são frequências relativas dos genótipos.

p = CCR5
q= ΔCCR5

0,906 x 0,906 = 0,821


0,094 x 0,094 = 0,009
2 x (0,906 + 0,094) = 0,170

 Calcular o número de pessoas em uma população igual à 788


pacientes.
Lei de Hardy-Weinberg
• Lei em doenças Autossômicas Recessivas

Maior aplicação da lei nessas doenças, pois o portador é assintomático


-> Impossível medir a incidência da doença na população, a partir do
fenótipo.

Estima a taxa de heterozigotos.

Na Irlanda: Fenilcetonúria tem frequência de 1/4500.

 Qual é a frequência de indivíduos afetados?


1/4500 = q²
q= 0,015
2pq= 0,029
Portanto frequência de portadores é de 3%.

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