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Quais os objetivos do estudo da

Variabilidade Genética?
OBJETIVOS

1. Conceituar mutações e polimorfismos, diferenciando-os;


2. Explicar a mutação como fonte de variabilidade;
3. Identificar os diferentes tipos de mutações (ou polimorfismos);
4. Explicar as consequências das mutações e/ou polimorfismos
na expressão gênica: funcionais e não funcionais;
5. Citar as aplicações dos polimorfismos na área biológica e da
saúde.
6. Descrever os sistemas de reparo de DNA: BER e NER
Bibliografias
recomendada
s:
• NUSSBAUM, R.L.; McINNES, R.R. e WILLARD, H.F.
Thompson e Thompson: Genética Médica. 6ª, 7ª
ou 8ª ed. Guanabara-Koogan, Rio de Janeiro,
2002, 2008 e 2016. Capítulo 6 no XEROX ou no
Moodle (pag 69-82; 2002).

• Griffiths e colaboradores. Introdução à


Genética. 2009 e 2016, 9ª e 11ª ed. Cap.
15 e 16.

• STRACHAN, T. E READ, A. P. Genética Molecular


Humana. 4ª ed. Artmed. Porto Alegre, 2013.
Capítulo 13 (Biblioteca).
MUTAÇÃO - Classificada em categorias:
Mutação Genômica:
 Alteração do número de cromossomos
(cromossomos intactos = aneuploidias)
Mutação Cromossômica:
 Alteração na estrutura de cromossomos (deleções,
translocações, duplicações, inversões)

Mutação Gênica:
 Alterações em genes individuais

MUTANTE:
 organismo que apresenta um novo fenótipo resultante
da presença da mutação.
MUTAÇÃO ocorre
em:
Células Somáticas = células do indivíduo com replicação
mitótica
Células Germinais = células do indivíduo com replicação
meiótica
Para pensar...
Mutações em células germinativas são
passadas de uma geração para outra.

Mutações em células somáticas,


adquiridas ao longo da vida não são
hereditárias!
Podem levar ao câncer
MUTAÇÃO ocorre
em:
Células Somáticas = células do indivíduo com replicação mitótica
Células Germinais = células do indivíduo com replicação meiótica

De que maneira pode ocorrer?


Espontânea: decorrentes do funcionamento celular normal, na ausência de
reparo.
Induzida: exposição do organismo à agentes mutagênicos, que podem ser:
 (1) físicos, como radiação;
 (2) químicos, como substâncias tóxicas;
 (3) biológicos, como vírus.
Outras maneiras de conceituar MUTAÇÃO:
 Alteração do material genético

 Processo de alteração da sequência de DNA

 Alteração na sequência de nucleotídeos


Mutações
A maioria das mutações presentes no genoma de
uma pessoa é NEUTRA ou quase neutra
(não causam efeitos drásticos sobre o fenótipo)

Mas, quando ocorrem mutações deletérias ou


patogênicas, elas podem ser:
Dominantes: quando a presença de um alelo mutado é suficiente
para provocar uma doença;

Recessivas: quando sãonecessários dois alelos mutados


para provocar uma doença.
Mutação: Bom ou Ruim?
Como temos esta imensa variedade de formas, cores, espécies?!
Outras maneiras de conceituar MUTAÇÃO:
 Alteração do material genético

 Processo de alteração da sequência de DNA

 Alteração na sequência de nucleotídeos

Ou ainda:
 É a fonte de variabilidade genética

 É quem possibilita a adaptação a novos


ambientes
 É quem gera material para evolução
1988 – cientistas norte-
americanos criaram HUGO=
Human Genome Organization
1990 – o Congresso
propôs EUA =
Genomic o HGP
Project, Hu
previsão de execução de man
15
anos.
com
O PROJETO GENOMA HUMANO REALIZOU:

O SEQUENCIAMENTO
DO DNA:
Identificação da
sequência
dos
nucleotídeos
... E PROPICIOU:

A GENOTIPAGEM:
Identificação dos
genes e de seus
alelos na
OS PROJETOS HAPMAP

(The International HapMap


Project, phase I, phase II
e phase III),
Projetos sobre a diversidade do
genoma nas diversas
populações, que levaram à
descoberta de sequências de
variantes de DNA entre os
indivíduos de diferentes
populações (INTERNATIONAL
HAPMAP CONSORTIUM 2003;
2005; 2007; 2009).
In:http://www.scienceworld.wolfram.com/
biography
VARIABILIDADE GENÉTICA
INTERÉTNICA E INTERINDIVIDUAL
VARIABILIDADE GENÉTICA
INTERÉTNICA E INTERINDIVIDUAL

O genoma humano (n) tem 3.000.000.000 de pares de bases (pb); 1


SNP (variante) a cada 300 a 500 pb; logo tem cerca de 10.000.000 a
PROJETOS
Curiosidade
HAPMAP
:
O cientista e empresário Craig Venter (Celera) foi o
primeiro a ter o genoma completo sequenciado e
comparado à sequência de referência obtida através
de doadores anônimos.

Variantes encontradas:
• 3,2 milhões de SNPs
• 849 mil in/dels
• 90 inversões grandes
• 62 variantes com alto número de cópias
• 12.290.978 nucleotídeos diferentes
CONCEITOS

Variações genéticas – São divididas em


dois grandes grupos:
Mutações – variações presentes em
frequência muito baixa (< que 1%).
Polimorfismos – variações genéticas
encontradas em pelo menos 2% dos
indivíduos de uma amostra populacional
aleatória, sendo a frequência alélica igual
ou maior que 1%.
Mutação Polimorfism
o
Frequência do alelo é ≥ 0,01 (1%) na
população
APÓS SEQUENCIAMENTO DO GENOMA HUMANO, UMA DAS MANEIRAS DE SE
CLASSIFICAR AS SEQUÊNCIAS DO DNA GENÔMCO FOI A SEGUINTE:
Estrutura do Gene dos Eucariotos

Intron 1 Intron 2
E n h a n c e r s
Promotores

Início da Sítio Parada de


Início da Sítio
Transcrição aceptor
Tradução doador Tradução

Transcrição
Transcrito primário

Quepe 5’
(5’ CAP) Splicing CaudaPoliA (adenilada)

Transcrito maduro

Início da Parada de
Tradução
Tradução
Tradução
Proteína
SNPs
(Single Nucleotide Polymorphisms)

Polimorfismo de Nucleotídeo Único


(Devido a Substituições)
Polimorfismos de
SNPs

Determinado Locus
(posição do
cromossomo) haverá
variabilidade entre
indivíduos
Polimorfismos de
SNPs

A variabilidade de SNPs ocorre não somente entre pessoas


Determinado
de grupos étnicos diferentes, mas também entre Locus
pessoas de
um mesmo grupo étnico. (posição do
Estudos populacionais mostraramcromossomo) haverá
que a variabilidade
variabilidade
intra-populacional muitas vezes é maior entre
que a variabilidade
indivíduos
inter-populacional => espécie humana “única raça”
Exemplo de tamanho de genes com Éxons e Íntrons

Os três genes diferem no tamanho da sequência, mas os produto gênicos (proteínas)


têm tamanho semelhantes, pois geralmente as variações ao tamanho
diferenciado dos íntrons. HPRT= hipoxanthine phosphoribosiltransferase (G →
SNPs – Polimorfismos de um único
nucleotídeo
POR QUE ESTUDAR OS SNPs?

Os SNPs podem muitas vezes alterar a


função ou a transcrição dos genes
aos quais pertencem.
Ex: gene que forma a cadeia beta
da hemoglobina ->HBB).
HBB*A (alelo *A: mais frequente)
HBB*S (alelo *S: segundo mais frequente
em populações afrodescendentes)
ALELOS SÃO VARIANTES DE UM MESMO GENE
Nomenclatura= letras do nome do gene + * + letra do
alelo
TIPOS DE MUTAÇÃO DE PONTO NA REGIÃO
CODIFICADORA

SINÔNIMA

SENTIDO
TROCADO

SEM
SENTIDO
INSERÇÃO E DELEÇÃO CAUSAM ALTERAÇÕES NO QUADRO DE
LEITURA
(frameshift)

DELEÇÃO

INSERÇÃO

NOS EXEMPLOS ACIMA:


UMA DELEÇÃO DE G CAUSA O TÉRMINO PREMATURO DA CADEIA E
UMA INSERÇÃO DE G OBLITERA O CÓDON DE FINALIZAÇÃO
MUTAÇÕES GÊNICAS
EM REGIÕES CODIFICANTES
Mutação silenciosa ou sinônima - não altera
aminoácido (devido ao código degenerado)
Mutação com sentido trocado não conservativa -
altera aminoácido, com alteração da função da
proteína.
Mutação com sentido trocado conservativa - troca de
aminoácido sem alteração da função da proteína.
Mutação sem sentido – surge um stop códon
Mutação de janela de leitura ou frameshift - deleção
ou inserção de nucleotídeos em número diferente de
3 e seus múltiplos.
SEQUENCIA
CODIFICANTE
5’ 3’

5’ 3’

5’ 3’

5’ 3’

5’ 3’

5’ 3’
Observe com atenção a figura abaixo de uma sequência
gênica e responda as questões:
Há duas sequências sense (5’ → 3’) de DNA, A e B, respectivamente, uma
anterior e outra posterior à ocorrência de um evento mutacional (inserção de
nucleotídeo) sobre o sexto (6º) códon da primeira sequência (TCA). Esta
alteração resultou na presença de um nucleotídeo, cuja base nitrogenada é
uma Guanina (G), entre os nucleotídeos com Citosina e Adenina do códon
TCA.

inserção G

? ? ? ?

?
CÓDIGO GENÉTICO

Turmas
C–A-
CONTINUAÇÃO...
Exemplos de mutações:
1º) Anemia
falciforme
(pag. 164 a 167, 6ªed. e pag. 250 a 253, 7ªed.)

A anemia falciforme ou siclemia se caracteriza por uma alteração nos glóbu-


los vermelhos, que perdem a forma arredondada e elástica, adquirem o
aspe- cto de uma foice (daí o nome falciforme) e endurecem dificultando a
passa- gem do sangue pelos vasos de pequeno calibre e a oxigenação dos
Estrutura da Hemoglobina...
Site: https://www.youtube.com/watch?v=wvTv8TqWC48

Hb
Proteína alterada pode causar doença: anemia falciforme

Hemoglobinas
Hemoglobinas
continuam
difusas no
difusas no
citoplasma da
citoplasma,
hemácia
após hipóxia.

Hemoglobinas Hemoglobinas
difusas no se ligam
citoplasma da umas às
hemácia outras no
citoplasma,
formando um
feixe, após
hipóxia.
Proteína alterada pode causar doença: anemia falciforme

Hemoglobinas
Hemoglobinas
continuam
difusas no
difusas no
citoplasma da
citoplasma,
hemácia
após hipóxia.

Hemoglobinas Hemoglobinas
difusas no se ligam
citoplasma da umas às
hemácia outras no
citoplasma,
formando um
feixe, após
hipóxia.
ANEMIA FALCIFORME: SUBSTITUIÇÃO DE
Início da sequência codificante não considerando ATG
NUCLEOTÍDEO Fita molde
3’ 5’
5’ 3’
Fita sense
Sequência
de
amino-
ácidos da
cadeia β
da Hb A,
normal

Fita molde
3’ 5’
5’ 3’
Fita sense
Sequência
de
amino-
ácidos da
cadeia β
da Hb S,
falciforme

A alteração de um único aminoácido na cadeia β deve-se a


CÓDIGO GENÉTICO
Anemia falciforme

• Considerada uma das doenças mais comuns no Brasil, ela afeta


principalmente pessoas afrodescendentes.
• Cerca de 1 em 8 afro-brasileiros tem o chamado traço falcêmico (são
heterozigotos).
• Os principais sintomas são: dor forte provocada pelo bloqueio do
fluxo sanguíneo e pela falta de oxigenação nos tecidos, dores
articulares, fadiga intensa, palidez e icterícia (cor amarelada na pele,
mucosas e olhos), atraso no crescimento, feridas nas pernas,
tendência a infecções, cálculos biliares, problemas neurológicos,
cardiovasculares, pulmonares e renais e priapismo (ereção
persistente).
• O diagnóstico é feito através de testes hematológicos, estudo da
hemoglobina e de um de seus genes. À medida que a população
toma consciência da gravidade dessa doença e de sua alta
prevalência, mais deverá buscar diagnóstico precoce por meio do
Teste do Pezinho em recém nascidos.
2º) EXEMPLO:
DELEÇÃO DE NUCLEOTÍDEOS

FIBROSE CÍSTICA
A FIBROSE CÍSTICA ou MUCOVISCIDOSE é uma condição com
herança autossômica recessiva que acarreta um funcionamento
anormal das glândulas que produzem o muco, suor, saliva, lágrima
e suco digestivo, gerando diversas intercorrências ao longo da vida
dos portadores como obstrução das passagens de ar do pulmão
pelo acúmulo de muco espesso e pegajoso, e alterações
pancreáticas.

Esta condição é decorrente de mutações no gene regulador de


condutância transmembranar - CFTR.
Em 70% dos pacientes a mutação observada é uma deleção de 3 pares de bases
que resulta na perda da fenilalanina na posição 508 da proteína.

F508del ou ΔF508 = deleção da fenilalanina da posição 508.


Exemplo clínico de
Distúrbio monogênico ( causado pela herança de um único gene)
Doença autossômica recessiva
Ex: Fibrose Cística (FC)

É uma desordem do transporte de íons epitelial causada pela


deficiência do gene CFTR (Cystic Fibrosis Transmenbrane Factor).
Exemplo clínico de
Distúrbio monogênico ( causado pela herança de um único gene)
Localização e estrutura do gene CFTR
Fibrose Cística (FC)

O gene CFTR está situado no braço longo do cromossomo 7 (7q31.2)


e é composto por 27 éxons e cerca de 190.000 pb.
, com seus éxons e íntrons

Região
codificante dos
éxons forma a
CADEIA
POLIPEPTÍDICA,
com seus
aminoácidos
Exemplo clínico
Distúrbios monogênicos Padrões de Herança nas Populações Humanas

Base molecular
Fibrose Cística (FC)
Classe IV Mutação que cria um novo sítio Classe I
Alteração do canal de Cloro de splice no Intron 4 ( G → T ) Proteina ausente

Arg334Trp

F508
507 508 509
IIe Phe Gly
ATC TTT GGT
Ser1255Pro
Classe II Classe III
Processamento Regulação deficiente
alterado
Aumento das concentrações de Na+ e Cl- no suor –
transporte anormal de eletrólitos através das
membranas epiteliais apicais.

Classe I – Proteína ausente


Classe II – Defeito de processamento
Mutações
Classe III – Regulação defeituosa

Classe IV – Alteração de canal de Cl-

Primeira mutação identificada – deleção de uma


fenilalanina na posição 508 na primeira dobra de
ligação de ATP.

70% dos alelos alterados em populações euro-descendentes


têm esta deleção
Fenótipos idênticos ou
similares podem ser causados
por alelos diferentes
MUTAÇÕES NO DNA:
TRANSIÇÕES E TRANSVERSÕES
TIPOS DE
MUTAÇÃO
SEQUÊNCIA
AAGGCAAACCTACTGGTCTTATGT
ORIGINAL

TRANSIÇÃO AAGGCAAATCTACTGGTCTTATGT

TRANSVERSÃO AAGGCAAACCTACTGCTCTTATGT
TIPOS DE
MUTAÇÃO
SEQUÊNCIA
AAGGCAAACCTACTGGTCTTATGT
ORIGINAL
ACCTA
DELEÇÃO AAGGCAACTGGTCTTATGT

INSERÇÃO AAGGCAAACCTACTAAAGGGTCTTATGT

AAGGCAAACCTACTGGTCTTATGT
...CGTTTG...

INVERSÃO 5’ AAGGTTTGCCTACTGGTCTTATGT 3’
3’ TTCCAAACGGATGACCAGAATACA 5’
Frequência e estimativas das taxas de mutações: A taxa de
mutação de um gene é expressa pelo número de novas mutações por
por geração.

Bactéria: 1mutação / 108pb Humano: 1 mutação/109pb


(100.000.000 pb) (1.000.000.000 pb)
Estas frequências relacionam-se à:
- Acuracidade da maquinária de replicação do DNA
- Eficiência do Sistema de Reparo (humanos)
- Exposição à agentes mutagênicos
- Proporcionalidade do tamanho do gene
Há “HOTSPOTS “– regiões preferenciais de
mutação !!.
ESTIMATIVAS DE TAXAS DE MUTAÇÃO PARA GENES HUMA
SELECIONADOS
Taxa de
DOENÇA HERANÇA LOCUS (proteína) mutação*

FGFR3 (receptor 3 do fator


Autossômica de crescimento de 0,6 – 1,4
Acondroplasia Dominante fibroblasto) x 10-5

Autossômica 0,3 – 0,5


Aniridia Dominante AN2 (Pax6)
x 10-5
Distrofia
Muscular Ligada ao X 3,5 – 10,5
recessiva DMD (distrofina)
Duchene x 10-5

Ligada ao X F8 (fator VIII de 3,2 – 5,7


Hemofilia A recessiva coagulação) x 10-5

Neurofibroma- Autossômica 4 – 10
tose, tipo 1 Dominante NF1 (neurofibromina)
x 10-5

* =Taxa de mutação é estimada por locus, por geração (mutações novas que não
estavam presentes nos genitores). Exemplo: 1 em 100.000 = 1 x 10-5
ESTIMATIVAS DE TAXAS DE MUTAÇÃO PARA GENES HUMA
SELECIONADOS
Taxa de
DOENÇA HERANÇA LOCUS (proteína) mutação
ESTIMATIVAS DE TAXAS DE MUTAÇÃO PARA GENES HUMA
SELECIONADOS
Taxa de
DOENÇA HERANÇA LOCUS (proteína) mutação

FGFR3 (receptor 3 do fator


Autossômica de crescimento de 0,6 – 1,4
Acondroplasia Dominante fibroblasto) x 10-5
ESTIMATIVAS DE TAXAS DE MUTAÇÃO PARA GENES HUMANOS
SELECIONADOS
Taxa de
DOENÇA HERANÇA LOCUS (proteína) mutação

FGFR3 (receptor 3 do fator


Autossômica de crescimento de 0,6 – 1,4
Acondroplasia Dominante fibroblasto) x 10-5

Autossômica 0,3 – 0,5


Aniridia Dominante AN2 (Pax6)
x 10-5
ESTIMATIVAS DE TAXAS DE MUTAÇÃO PARA GENES HUMA
SELECIONADOS
Taxa de
DOENÇA HERANÇA LOCUS (proteína) mutação

Autossômica FGFR3 (receptor 3 do fator 0,6 – 1,4


Acondroplasia de crescimento de
Dominante x 10-5
fibroblasto)

Aniridia
Autossômica 0,3 –
Distrofia
0,5
Muscular Ligada ao X 3,5 – 10,5
recessiva DMD (distrofina) AN2
Duchenne Dominante x 10-5
(Pax6)
x 10-5
ESTIMATIVAS DE TAXAS DE MUTAÇÃO PARA GENES HUMA
SELECIONADOS
PADRÃO DE Taxa de
DOENÇA HERANÇA GENE ou LOCUS (proteína) mutação

FGFR3 (receptor 3 do fator


Autossômica de crescimento de 0,6 – 1,4
Acondroplasia Dominante fibroblasto) x 10-5

Autossômica 0,3 – 0,5


Aniridia Dominante AN2 (Pax6)
x 10-5

Distrofia
Muscular Ligada ao X 3,5 – 10,5
recessiva DMD (distrofina)
Duchenne x 10-5

Ligada ao X F8 (fator VIII de 3,2 – 5,7


Hemofilia A recessiva coagulação) x 10-5
ESTIMATIVAS DE TAXAS DE MUTAÇÃO PARA GENES HUMANOS
SELECIONADOS

Taxa de
DOENÇA HERANÇA LOCUS (proteína) mutação

FGFR3 (receptor 3 do fator


Autossômica de crescimento de 0,6 – 1,4
Acondroplasia Dominante fibroblasto) x 10-5

Autossômica 0,3 – 0,5


Aniridia Dominante AN2 (Pax6)
x 10-5
Distrofia
Muscular Ligada ao X 3,5 – 10,5
recessiva DMD (distrofina)
Duchene x 10-5

Ligada ao X F8 (fator VIII de 3,2 – 5,7


Hemofilia A recessiva coagulação) x 10-5

Neurofibroma- Autossômica 4 – 10
tose, tipo 1 Dominante NF1 (neurofibromina)
x 10-5
ESTIMATIVAS DE TAXAS DE MUTAÇÃO PARA GENES HUMA
SELECIONADOS
Taxa de
DOENÇA HERANÇA LOCUS (proteína) mutação*

FGFR3 (receptor 3 do fator


Autossômica de crescimento de 0,6 – 1,4
Acondroplasia Dominante fibroblasto) x 10-5

Autossômica 0,3 – 0,5


Aniridia Dominante AN2 (Pax6)
x 10-5
Distrofia
Muscular Ligada ao X 3,5 – 10,5
recessiva DMD (distrofina)
Duchene x 10-5

Ligada ao X F8 (fator VIII de 3,2 – 5,7


Hemofilia A recessiva coagulação) x 10-5

Neurofibroma- Autossômica 4 – 10
tose, tipo 1 Dominante NF1 (neurofibromina)
x 10-5

* =Taxa de mutação é estimada por locus, por geração (mutações novas que não
estavam presentes nos genitores)
Nomenclaturas
NOMENCLATURA PARA DESCRIÇÃO DAS MUTAÇÕES (Antonarakis
et al. ,1998)

1. SUBSTITUIÇÃO DE AMINOÁCIDOS

2. SUBSTITUIÇÃO DE NUCLEOTÍDEO

3. DELEÇÕES E INSERÇÕES
NOMENCLATURA PARA DESCRIÇÃO DAS MUTAÇÕES

1. SUBSTITUIÇÃO DE AMINOÁCIDOS
Usa-se o código de uma letra para os aminoácidos (aa.) anterior e
posterior à mutação, intercalados pela posição de ambos na cadeia
peptídica.
Código de uma letra: A = alanina; C = cisteína; D= ácido aspártico; E= ácido
glutâmico; F= phenilalanina; G= glicina; H= histidina; I= isoleucina; K= lisina;
M= metionina; N= asparagina; P= prolina; Q= glutamina; R= arginina;
S= serina; T= treonina; V= valina; W= triptofano; Y= tirosina; X= parada
(stop).

R117H – substituição de arginina na posição 117 pela histidina,


(o códon iniciador - metionina - é o códon de número 1).
G542X – a glicina no códon 542 é substituída pelo códon de
terminação (stop códon).
O código de 3 letras também é aceito:
Ex.:Arg117His ; Gly542Stop
NOMENCLATURA PARA DESCRIÇÃO DAS MUTAÇÕES
Antonarakis et al. (1998)

2. SUBSTITUIÇÃO DE NUCLEOTÍDEO.
O primeiro nucleotídeo transcrito do gene é o de posição +1.
A base imediatamente precedente é -1. Não há zero. Número do
nucleotídeo seguido pela alteração.
O códon de iniciação ATG (é a primeira trinca codificante do
éxon).
Se necessário usar g ou c para designar sequências genômicas de
cDNA.
1162G>A - substitui guanina na posição 1162 pela adenina.

TAXA DE MUTAÇAO = 0,6 a 1,4 x (10)-5


= 0,6 a 1,4 nt. em
100.000 pb
Exemplo de mutação na espécie humana, com
frequência elevada de MUTAÇÃO NOVA -

NANISMO =
ACONDROPLASIA

TAXA DE MUTAÇAO = 0,6 A 1,4 X 10(-5)


A ACONDROPLASIA é a causa mais comum de nanismo humano, causada por mutações
específicas no gene FGFR3. Este gene é um receptor transmembranar de tirosina quinase
que se liga aos fatores de crescimento de fibroblastos (FGF).

Esta condição apresenta herança autossômica dominante, sendo as mutações G1138A


presente em ~98% dos afetados e G1138C presente em 1-2% dos afetados.

A descrição da mutação está de acordo com a nomenclatura:

G1138A - a Guanina da posição 1138 foi substituída pela Adenina-TRANSIÇÃO (1)

G1138C - a Guanina da posição 1138 foi substituída pela Citosina-TRANSVERSÃO (2)

Ambas as mutações resultam na substituição da GLICINA pela ARGININAna posição 380,


comprometendo o sítio funcional da proteína (Gly380Arg)

Nucleotídeo 1138 = G → A e G→ C Aminoácido 380 - Glicina →


Arginina (Gly → A r g )
AMINOÁCIDO Glicina (Gly) Arginina (Arg)
CÓDONS GGU – GGC – GGA – GGG CGU – CGC – CGA – CGG – AGA – AGG
(2) (1)
CÓDIGO GENÉTICO
NOMENCLATURA PARA DESCRIÇÃO DAS MUTAÇÕES ( Antonarakis
et al. (1998)

3. DELEÇÕES E INSERÇÕES

Use del para deleções e ins para inserções.


Como anteriormente,
(a) para alterações no DNA , alterações na
posição do nucleotídeo ou intervalo
vem primeiro,
Ex.: 6232-6236del ou 6232-6236delATAAG → deleção de 5 nucleotídeos
(os quais podem ser especificados) começando com nt 6232.
409-410insC → inserção de C entre nucleotídeos (nt) 409 e 410
(b) para alterações nos aminoácidos, o símbolo vêm primeiro.
Ex.: F508del - deleção da fenilalanina na posição 508 (exemplo da fibrose
cística).
Por que há “HOTSPOTS “ (regiões preferenciais) de mutação ?
Sumário das alterações espontâneas normalmente
requerem reparo de DNA

Turma C

setas vermelhas: danos oxidativos espontâneos;


setas azuis: ataque hidrolítico;
setas verdes: metilação não-controlada
O tamanho de cada seta indica a frequência relativa de
cada evento.
DESAMINAÇÃO E
DEPURINAÇÃO

Estas reações hidrolíticas são as duas reações espontâneas mais


frequentes que causam danos no DNA da célula.
Principais vias de reparo de
DNA (1) REPARO POR EXCISÃO DE BASE (BER)
Mecanismos que
aumentam a taxa de
evolução (geram maior número de alelos)
1) Hot spots (pontos quentes mutacionais): formados
por citosinas que podem ser metiladas
enzimaticamente .
desaminação
C U (reparada por
DNA não ter U)
desaminação
metil C T ( pode não ser reparada)
Alteração espontânea que requer reparo de
DNA: dímero entre pirimidinas

Dímero entre timinas:


tipo de dano introduzido no
DNA, em células que são
expostas a irradiação ultra-
violeta (como na luz solar).
Dímero similar é formado entre
uma C e uma T vizinhas no
DNA.
Principais vias de reparo de
DNA
(2) REPARO POR EXCISÃO DE NUCLEOTÍDEOS (NER)
Xeroderma pigmentosum (XP)
É uma desordem genética de herança Frequência
autossômica recessiva. Está associada  1 - 2 indivíduos a cada
com a inativação do processo de reparo do DNA,
100.000napessoas.
qual a capacidade normal do organismo para
remover o dano causado pela radiação ultravioleta
(UV) é deficiente. O Xeroderma pigmentosum
apresenta heterogeneidade genética (nove genes
conhecidos), e os genes associados codificam
proteínas indispensáveis para o reparo de DNA por
excisão de nucleotídeos (NER).
Sintomas

• Curto tempo debaixo do sol pode causar queimaduras e a ferida


permanece durante semanas.
• Envelhecimento prematuro nas áreas expostas ao sol.
• Presença de pigmento preto na pele.
• Pele excessivamente seca.
• 15%~20% dos pacientes apresentam degeneração do
sistema nervoso.
• Cegueira em razão de lesões nos olhos ou
de cirurgias na região ocular.
• Perda de audição (relacionada com a degeneração do sistema
nervoso).
BOA SEMANA E
BOM
ESTUDO !!!
Não esqueça dos exercícios...
Bibliografias:

• NUSSBAUM, R.L.; McINNES, R.R. e 2008 e 2016


WILLARD, H.F. Thompson e
Thompson: Genética Médica. 6ª, 7ª
ou 8ª ed. Guanabara-Koogan, Rio de
Janeiro, 2002, 2008 e 2016 - capítulo
06 no XEROX ou no Moodle (pag 69-
82; 2002).

• STRACHAN, T. E READ, A. P. Genética


Molecular Humana. 4ª ed. Artmed.
Porto Alegre, 2013. Capítulo 13
(Biblioteca).
PARTE DA SEQUÊNCIA DE DNA DO GENE F13B NO
CROMOSSOMO 1
BOA SEMANA E
BOM
ESTUDO !!!
Não esqueça dos exercícios...
Bibliografias:

• NUSSBAUM, R.L.; McINNES,


R.R. e WILLARD, H.F.
Thompson e Thompson:
Genética Médica. 6ª, 7ª ou 8ª
ed. Guanabara-Koogan, Rio 2008 e 2016
de Janeiro, 2002, 2008 e
2016 - capítulo 06 no XEROX
ou no Moodle (pag 69-82;
2002).

• STRACHAN, T. E READ, A. P.
Genética Molecular Humana.
4ª ed. Artmed. Porto Alegre,
2013. Capítulo 13
(Biblioteca).

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