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4º Alessia - Serie Irmão Lazarri
4º Alessia - Serie Irmão Lazarri
No jantar, eu estava mais sóbria após meu banho gelado. Meu rosto ainda
estava quente quando sentei-me à mesa da varanda, de frente para Ethan, e eu
me senti como um pimentão toda a refeição.
Quando acabamos, Ethan serviu duas taças de vinho e, antes de me
passar uma, ele avisou, — Apenas essa. Não quero que seus irmãos pense
que eu estou embebedando a irmãzinha deles. — com um tom divertido. O
tom que eu praticamente o ouvia usar todos os dias, antes de tudo acontecer.
Eu me sento em uma espreguiçadeira, cruzando uma perna debaixo do
meu corpo, enquanto Ethan se senta no chão entre minha espreguiçadeira e a
que ele encostou suas costas. Ele deixa a garrafa de vinho ao seu lado e dá
um gole longo em sua taça. Eu bebo, também, mas com um gole curto,
apenas para molhar meus lábios. Eu não vou ficar bêbada uma terceira vez
em dois dias.
— O que você veio fazer aqui? — Eu expresso minha curiosidade,
enquanto batuco meus dedos da mão livre em meu joelho cruzado.
Ethan está olhando para a água calma da piscina, seu braço estendido
sobre o acento da espreguiçadeira atrás dele, então ele levanta os olhos para
mim. — Eu sempre quis fazer negócios com alguma empresa brasileira, por
causa da minha mãe. Agora, a E.C Aeronáutica terá uma sede aqui no Rio.
— Legal.
Quando eu saí do banho, eu não sequei meu cabelo; apenas o puxei
todo pra cima e dei um nó no alto da cabeça, e agora, havia várias mechas se
soltando e uma delas, estava bem no meio da minha cara. Eu pego ela e
coloco por trás da minha orelha, logo fazendo o mesmo com as outras
rebeldes. Eu olho para além da cerca da varanda e eu sou capaz de ouvir as
ondas do mar batendo. O cheiro maravilhoso do oceano chegando até aqui e
o vento me atingindo com força total.
Meu pescoço queima e quando eu me viro, eu vejo que Ethan estava
encarando esse ponto. Eu olho de volta pra ele, meu cenho franzido porque,
do nada, eu me lembro da primeira vez que nos vimos e como eu me
"apaixonei" pelo melhor amigo dos meus irmãos...
*
Eu espero – sem muita paciência – enquanto Rosalinda termina de
pentear meus cabelos. Eu odeio quando ela os alisa demais. Parece que faz
de propósito.
Estou tão ansiosa para descer e ver meus irmãos. Eles finalmente
vieram para Itália e estão aqui para me ver.
Eu escolhi meu melhor vestido e minha melhor sapatilha. Eu gosto de
estar bonita quando vou ver meus irmãos. Eu sinto falta dos três, todos os
dias.
Um dia, eu ainda morarei perto deles, para poder vê-los sempre que
eu quiser, e não ter que esperar eles vir até aqui. Mamãe não me deixa ir até
eles, então eu tenho que esperar sempre. E às vezes, passam anos para isso
acontecer.
Rosalinda acaba e eu não espero ela vir lamber meu cabelo uma
última vez, eu salto para fora do meu quarto e para baixo nas escadas.
E lá estão eles; os três. Os irmãos mais lindos que uma menina pode
ter. Eu costumo passar isso na cara das minhas amigas. Sempre.
Primeiro eu abraço o Enzo, o mais velho de todos nós. Ele sorri e
beija o topo da minha cabeça. — Você está maior que da última vez, bella.
— Oh sim. Isso foi há um ano, fratello. Eu costumo crescer, às vezes.
— Não devia. — Giovanni me abraça e beija meu rosto.
Em seguida, Lucca faz o mesmo, de uma forma mais forte quando me
abraça. — Sentimos sua falta, sirenetta. — Ele diz.
Eu sorrio de forma dramática para os três e mexo em meus cabelos
lambidos pela escova da Rosalinda, quando eu peço, — Leve-me com vocês,
então!
Todos riem, mas há uma risada diferente.
Sim, eu tenho as risadas dos meus irmãos gravadas em minha cabeça.
Giovanni tem uma risada mais rouca e baixa, como sua voz. (as
garotas parecem adorar)
Enzo tem uma risada contida.
Já a do Lucca é uma mais aberta, alta e natural.
Mas então, dessa vez, havia outra e logo meus olhos estavam
varrendo a sala até encontrar um homem de pé, atrás de um sofá. Eu não o
tinha visto antes e per l'amor di Dio! Eu gostaria de ter visto antes.
Ele é apenas o cara mais lindo que eu já vi, tirando meus irmãos. Ele
é alto como o Giovanni e tem cabelos louros queimados, e seus olhos são
azuis como os meus; mas, ao contrário dos meus, os seus é de um azul
cristalino. Os mais lindos olhos azuis que eu já vi. Ele deve ter a idade do
Lucca, uns 20 anos.
Eu só tenho onze anos, e eu estou com um vestido que alcança meus
joelhos e é de uma estampa florida que lembra muito a primavera aqui na
Itália. Eu pareço apenas como uma menininha. Eu não gosto da minha idade
agora, tampouco da minha roupa.
Estou tão corada...
— Você deve ser Alessa. — ele diz e se aproxima, e eu coro mais um
pouco. — Eu sou Ethan, amigo dos seus irmãos.
Ele estende uma mão para mim e minha cabeça inclina para o lado
quando eu observo envergonhada. Eu pego sua mão e a minha some quando
ele fecha e balança brevemente.
Ethan.
Eu simplesmente amo seu nome, apenas porque é dele.
— Você é mesmo muito bonita Less. — Ele diz, sorrindo.
Less. Ele foi e me deu um apelido.
Eu nunca tive um apelido. E eu nunca vou deixar outra pessoa me
chamar por esse apelido agora.
Eu amo meu apelido, apenas porque ele me deu.
Eu acabo de colocar meus olhos no primeiro amor da minha vida. E
ele me acha linda.
*
Eu rio, em seguida, tomo um gole do meu vinho para abafar. Eu não
acredito que eu passei toda minha adolescência com um crush muito forte em
Ethan.
— O que? — Ele pergunta, me olhando com uma sobrancelha erguida
em curiosidade.
Eu assisto enquanto ele enche sua taça novamente e balanço a cabeça.
— Só uma lembrança que me veio agora.
— Compartilhe comigo. — ele incentiva.
Pressiono meus lábios juntos, decidindo se faço ou não; Mas, aí por
que não fazer? Somos de certa forma amigos e estamos aqui sozinhos. Eu
acho que ele não vai correndo contar para meus irmãos.
Eu suspiro teatralmente. — Sabe o dia em que nos conhecemos? — eu
pergunto.
— Na Itália. — ele recorda.
— Sim. Eu tive uma queda por você naquele dia, que durou pelo resto
da minha adolescência.
Eu ri, e ele sorri surpreso.
Ele coça a nuca ainda sorrindo sacudindo a cabeça. — Você tinha
onze anos, Less.
— Sério? Nunca teve uma paixãozinha por nenhuma mulher quando
era adolescente? — ergo minha sobrancelha em questão.
Ele franze o cenho, em seguida faz uma careta e sacode a cabeça de
novo, rindo. — Muitas. Uma delas foi pela Pâmela Anderson.
Estalo a língua contra o céu da boca. — Clichê. Todos os caras tinham
por ela.
— Eu sou um cara, Less.
Nós rimos e eu tomo o último gole do meu vinho em silêncio.
Eu olho para ele. — Como você está lidando com... você sabe o quê?
Eu assisto seu peito subir e descer com força quando ele olha para a
piscina. Seus olhos ficam mais escuros e pesados, e eu me arrependo por
fazer essa pergunta.
— Sinto muito. — eu adiciono rapidamente. — Eu não queria fazer
você se sentir mal.
— Não estou me sentindo mal. — ele diz. Ele vira para fechar seus
olhos com os meus e eu sou capaz de ver a dor lá no fundo, mas ele sabe
mascarar direitinho. — Ela se foi. Vida que segue. Era isso que ela queria,
certo?
Eu não respondo, porque eu não sei se é realmente para responder. Eu
batuco meus dedos na taça em minhas mãos e mordo o canto do meu lábio
inferior quando abaixo meus olhos para minha perna.
Depois do que parece ser um longo tempo, vejo com minha visão
periférica quando ele se levanta e leva a garrafa de vinho com ele. — Durma
um pouco na cama. Partiremos amanhã cedo. — sua voz é calma quando ele
diz e então ele dá a volta na piscina e vai para mais perto da cerca.
Sem sair do lugar, o observo de costas enquanto ele retira o que parece
ser um maço de cigarros do bolso de sua bermuda cargo e ascende um
cigarro, em seguida. Ele traga e eu vejo a fumaça indo para cima.
Eu não sabia que ele fumava. O que significa que provavelmente ele
só faz quando ele sente que precisa.
Ser uma engenheira aeronáutica já não é uma profissão fácil por si só,
mas ser uma engenheira aeronáutica que trabalha diretamente para o CEO de
uma das maiores empresas Aeronáutica do país é de patamar mais elevado.
Ethan Cross é tão brilhante quanto exigente em seu trabalho.
Eu fiz minha lição de casa quando ele me aceitou aqui. Eu descobri
que essa empresa estava prestes a fechar as portas, e como um verdadeiro
amante de aeronaves, Ethan investiu todas suas economias nela, ganhando
assim a posição mais elevada na empresa. Ele é apenas dono de 70% de toda
empresa. E em menos de dois meses no comando, ele a reergueu, e
multiplicou os números de investidores, sedes e funcionários. Hoje, a E.C.
Aeronáutica emprega mais de 30 mil pessoas, apenas pela América.
Eu nem imagino quantas devem ser pelo mundo.
Lúcia me passou todas as regras importantes, e eu ouvi atentamente,
me certificando de que decorei todas elas. Ela também me mostrou todo o
andar presidencial – que é tão grande quanto o lobby do prédio, e me
apresentou o lugar em que eu passaria meus primeiros dois meses de
trabalho. Uma mesa de frente para a dela, com a vista perfeita para o
escritório do chefe. É bem ali onde ele me quer, para testar se eu sou ou não
boa o suficiente para trabalhar com ele.
Eu levo como um desafio. Um bom desafio que me levará para longe
em minha carreira profissional. Eu tento mentalizar que daqui há alguns anos,
eu terei minha própria empresa. Eu serei minha chefa e a chefe de milhares
de pessoas. Como Ethan é.
Depois de organizar minha nova mesa da forma que eu quero, eu tiro
minha pasta azul de dentro da bolsa. Dentro dela estão todos os desenhos que
eu fiz enquanto estava estagiando em Berlim. Em algum momento, eu vou
mostrá-los ao Ethan, para que ele me diga sua opinião sobre eles. Eu enfio a
pasta em uma das gavetas do meu lado e vou até a sala do café, e congelo.
O universo só pode estar pregando alguma peça em mim. Deve ser
alguma brincadeira de mau gosto, porque eu não estou vendo o cara bonito,
que acordou na minha cama, parado de frente para máquina de café.
Eu engulo em seco, piscando várias vezes, um pouco atordoada. Ele
está mexendo seu café com uma pequena paleta, seus olhos baixos para os
seus movimentos. Ele joga a paleta em uma lixeira próxima e seus olhos
levantam e pegam os meus. Ele pisca, suas sobrancelhas se unem e ele parece
surpreso.
Bom. Bem-vindo ao meu pequeno clube...
Ele apenas me olha por um momento, suas mãos apertando a xícara
branca com o logo da empresa. — O que você faz aqui? — ele pergunta. Sua
voz é calma, como a de mais cedo. Eu não confio em pessoas calmas demais,
— O que você faz aqui? — eu devolvo a pergunta. Eu não estou
tranquila como ele aparenta estar. Eu estou nervosa e assustada, porque eu
nunca encontrei os caras com que durmo depois do acontecido.
— Eu trabalho aqui, Alessa.
Ele disse meu nome de novo.
Eu lembro que ele disse meu nome hoje cedo, e eu nem me dei ao
trabalho de olhar seu cartão para ver o seu nome. Eu engulo em seco quando
movo minha cabeça para cima e para baixo, e ele ergue uma sobrancelha para
mim. Eu forço-me a andar até o balcão com as xícaras e pego uma delas.
Lúcia havia me dito que eu poderia fazer isso, mas eu já inclui
"comprar uma xícara" em minha lista de afazeres amanhã, antes de vir
trabalhar.
O cara dar um passo para o lado quando eu vou até a máquina e
despejo um pouco de café em minha xícara emprestada. Eu adiciono duas
colheres de açúcar e pego uma paleta para mexer. — Como você se chama?
— eu resolvo perguntar. Eu odeio ficar curiosa por alguma coisa. E por mais
embaraçoso que seja fazer essa pergunta para o cara que você transou na
noite passada, eu faço. Estou enrolando, mexendo o meu café, tentando
ignorar o seu silêncio ao meu lado, até que ele sorri baixinho.
— Kai. — ele soa divertido quando responde. — Eu disse pra você,
ontem quando nos conhecemos.
— Não sou boa com nomes. — Eu blefo, quase que imediatamente.
Na verdade, eu sou muito boa com nomes. Mas, acontece que eu não me
interesso em saber os nomes dos meus encontros de uma noite. Com ele não
seria diferente, se ele não trabalhasse na mesma empresa em que eu estou
trabalhando.
Kai toma um gole de seu café e me oferece um sorriso simpático. —
Eu percebi isso. — ele diz.
Eu sorrio de volta. Eu descarto a paletinha na lata de lixo e viro-me,
apoiado minhas costas contra o balcão quando tomo meu café. — O que você
faz aqui, Kai? — eu olho para ele, por cima da minha xícara e espero por sua
resposta.
— Sou engenheiro.
— Aeronáutico?
Ele concorda. — Isso mesmo. Você?
Eu faço um gesto com a mão livre. — A mesma coisa que você.
Suas sobrancelhas voam para cima, em surpresa. — Engenheira
Aeronáutica? — ele diz, e ele parece perplexo com isso.
— Isso mesmo. — Eu repito sua resposta.
Kai me olha em silêncio, estudando-me de perto, com suas
sobrancelhas claras e bem-feitas arqueadas.
É exatamente essa a reação das pessoas (especialmente dos homens)
quando eu falo qual é minha profissão. Foi assim na faculdade, no estágio em
Berlim e será assim durante toda minha vida. Eles podem se conformar com
arquitetas mulheres, com designers mulheres, mas eles não conseguem
aceitar que uma mulher se torne uma engenheira. Principalmente, uma
engenheira aeronáutica.
Meu irmão, que é engenheiro civil, me alertou sobre isso. Mas ele me
apoiou em minha decisão, e ele está tão orgulhoso de mim, que é tudo o que
eu preciso para seguir em frente, de cabeça erguida.
— Você curte aviões? — Kai faz essa pergunta, ainda um pouco fora
de si.
Eu concordo com um aceno de cabeça. — Sou fascinada por aviões.
— Eu dou ênfase o máximo que eu consigo. Eu não gosto quando me olham
dessa forma. Duvidando de mim.
Os cantos de sua boca são puxados para baixo. — Eu
estou... impressionado.
— Foi essa minha intenção quando escolhi meu curso. Impressionar.
Kai sorri, sua expressão, finalmente, se tornando mais suave e
realmente impressionado. Ele está prestes a falar alguma coisa quando Ethan
irrompe na sala. Kai, imediatamente, fecha a boca e ajeita sua postura.
Talvez por instinto, eu faço o mesmo, me desencostando do balcão e
tornando meu corpo ereto.
Ethan olha para mim primeiro, em seguida, para Kai, e quando ele
volta para meus olhos, sua sobrancelha está puxada para cima, em um arco
perfeito. Ela está arqueada em questão. Não há nenhum rastro de sorriso em
seus lábios rosados, enquanto ele me encarava diretamente. Ele até parece um
pouco zangado.
Eu fico vermelha na mesma hora e percebo que Kai está se retirando
da sala.
Ethan vem pelo meu lado e alcança uma xícara. Ele olha para mim,
esperando que eu saia do caminho e quando eu faço, ele pega um pouco de
café da máquina. Ele não diz nada por um momento e quando faz, ele me
lança um olhar chateado. — Conhecendo os funcionários?
— Não me olhe como se estivesse zangado comigo. Eu estava apenas
pegando um pouco de café e você não é meu irmão mais velho.
— Eu fico feliz por não ser seu irmão. — Ele diz. Ele toma um pouco
do seu café sem açúcar e dá um passo na direção da porta. — Você focando
no seu trabalho aqui dentro, está ótimo para mim, Less.
Eu concordo. Eu sinto-me um pouco arrependida por ter dito o
negócio de irmão para ele. Ethan sempre foi da família, e mesmo em minha
adolescência, quando eu tinha uma queda por ele, ele me tratou bem, como
um irmão. — Tudo bem. — eu solto um suspiro e ele sai da sala.
CAPÍTULO TRÊS
Ethan tem uma beleza anormal. Eu notei isso desde que eu o vi pela
primeira vez.
Quando tinha 11 anos, ele era o homem mais lindo que eu já tinha
visto.
Quando eu tinha 21, ele era mais homem, mais encorpado, mais tudo
que era quando eu tinha 11.
Agora, aos 23, ele conseguiu superar qualquer beleza masculina que
eu já pus os meus olhos.
Seus ombros estão mais largos, seus cabelos cortados de forma rente
dos lados e alto em cima, sua barba está grande e seus olhos mais intensos e
sexuais que antes.
Sento-me em uma das cabines de canto em uma boate, enquanto eu o
assisto do outro lado. Ele está sentado em uma cabine, com outros dois caras,
um pouco menos bonitos que ele. Seus braços estão estendidos no encosto de
seu banco, e algumas mulheres estão ao seu redor. Uma delas se inclina sobre
ele e fala alguma coisa em seu ouvido; Ele sorri e pisca para ela.
Provavelmente, ela será sua transa da noite.
Se eu não tivesse a certeza de que não me apaixonaria por Ethan, eu
gostaria de ser sua transa de uma noite.
Alguém desliza para o assento ao meu lado. Viro-me assustada e dou
de cara com Kai. O cara com quem eu tive uma noite de sexo e,
coincidentemente, trabalha comigo, está sentado ao meu lado, sorrindo para
mim. Eu olho em direção ao bar, onde Brid foi pegar nossas bebidas, em
seguida, volto meus olhos para ele.
Kai é lindo. Ele não é um Ethan, mas ele é lindo. Ele é o tipo de cara
que você se atrai com facilidade. E eu me sinto atraído por ele. Muito.
— Ei, Less. — ele sorri, mas eu faço uma careta.
— Não me chame assim.
Eu prometi que não deixaria ninguém me chamar assim. Então, Kai
não será uma exceção. Instintivamente, meus olhos voam para o outro lado
da boate, para Ethan. Eu congelo, porque ele está olhando diretamente para
mim, ignorando a mulher que está em seu ombro. Eu pisco um pouco
atordoada, e sua sobrancelha vai para cima em questão.
Com certeza ele contará aos meus irmãos onde estou. Não vou ficar
surpresa se um deles surgir por aqui.
Brid volta com nossas bebidas e eu faço as apresentações. Ela me
lança um – não muito sutil – sorriso malvado, dizendo-me que ela apoiaria
um romance entre eu e Kai.
— Jack não chegará tão cedo. Que tal irmos dançar, nós três?
Jack é o seu novo namorado. Ela o conheceu em uma das suas viagens
para América do Sul, e pelo visto, ele é um amante de aventuras, como ela é.
Quem colocasse os olhos em Brid, teria a impressão de que está diante
de uma Barbie humana. Alta, olhos azuis claros, lábios sempre cobertos por
um batom rosa, e cabelos amarelos. A única diferença, é que a Barbie nunca
conseguiria detonar com o próprio cabelo como Brid fez. Em suas viagens,
ela sempre gostou de experimentar coisas locais em seu cabelo e com o
tempo, isso foi o destruindo. Agora, ela é tão obcecada em conserta-lo, que
em sua casa tem um closet apenas para produtos capilares.
— Não quero dançar agora. — eu balanço minha cabeça. — Mas,
vocês podem ir.
Brid procura pelos meus olhos, parecendo confusa. — Você está bem?
Eu concordo, — Sim, estou. — Eu forço um sorriso de boca fechada.
Quando eles se vão para pista de dança ao som de alguma música
eletrônica, eu serpenteio meus olhos até o outro lado do local. Engulo
dolorosamente quando vejo que Ethan está de pé, se movendo em minha
direção. Eu assisto seu andar todo confiante e cheio de si, enquanto tento não
imaginar como seria ter uma noite com ele. Eu não posso ficar imaginando
isso, uma vez que isso nunca acontecerá.
Ele desliza para baixo, sentando-se ao meu lado. — Less. — o som
gutural de sua voz baixa, em um ambiente agitado, deve causar coisas ruins
nos estômagos das mulheres que o cercam. Ele estende um braço para trás de
mim e para cima do encosto do assento. — O que há entre você e Ridley?
— Eu e quem?
Ele ri da minha confusão. — Kai Ridley.
Oh. Outra coisa que eu não fazia ideia. Seu sobrenome. Eu tomo um
pouco do meu coquetel de morango que Brid me trouxe.
— Nada. — eu digo e vejo-o arquear uma sobrancelha em dúvida. —
O quê? Ele é apenas um colega de trabalho. Eu não posso sair com colegas de
trabalho?
— Você não transou com ele? — ele faz a pergunta como se estivesse
me perguntando se eu almocei.
Eu faço minha melhor cara de ofendida. — Claro que não!
— Eu tenho dois olhos, Less. Há duas opções. —Ethan move os
ombros e meus olhos caem para a abertura de sua camisa. — Ou ele é um
virgem, babando pela sua primeira atração física, ou ele experimentou do
sorvete e quer repetir o sabor.
Eu solto uma exclamação. Ele não acabou de me comparar com um
sabor de sorvete. — Você está me comparando a um sorvete? — pergunto
perplexa.
Ele olha para mim. — Transou com ele?
— Há alguma regra proibindo colegas de trabalho transar em sua
empresa?
Ethan ri e nega com a cabeça. Eu espero ele dizer que meus irmãos
não gostariam disso, que eu vou magoa-los agindo assim, mas ele apenas
levanta a mão e coloca uma mecha do meu cabelo para trás da minha orelha.
— Eu não posso culpa-lo por olhar tanto para você, então. — diz ele.
Seu polegar está sendo arrastado pela minha bochecha e eu desço
meus olhos para sua boca rosada. Há um arrepio tomando conta de todo meu
corpo agora, sentindo o seu toque. Eu não gosto disso.
— Eu beijaria você, também, se tivesse a chance. — ele confessa com
a sua voz tão baixa, fazendo meu estômago tão pesado.
Eu olho em seus olhos e eu não faço ideia do que dizer, porque não
faço ideia do que estou sentindo. Deixá-lo me beijar significaria ascender
uma coisa que já está apagada há muito tempo. Significaria entregá-lo uma
faca e pedir para me machucar. Porque ele está de volta ao seu antigo pique;
muito mais ativo do que era antes da Lisa.
Movo minha cabeça para longe de seu toque, sentindo meu estômago
pesar dentro de mim. Ele cheira muito bem, e ele é um sonho de
adolescência; mas ainda sim, ele é Ethan Cross, o melhor amigo dos meus
irmãos. Eu forço um sorriso que diz que levei seu comentário na brincadeira,
— Se fizesse, teria que enfrentar os três furacões da minha vida.
Seus lábios enrolam em divertimento, mas seus olhos estão sérios
quando ele olha para minha boca. — Não tenho medo de furações.
Oh. Eu engulo e faço de tudo para que ele não veja isso. — Além de
tudo, estou no meio de um encontro. Não seria uma coisa legal para fazer. —
Eu olho para a pista de dança, onde Brid e Kai estão dançando e incentivando
as pessoas ao redor dançarem, também. Eu faço isso para dar um ênfase no
que eu disse, e funcionou porque Ethan seguiu meu olhar.
— E o que aconteceu com o "somos apenas colegas de trabalho?" —
Ele volta a olhar para mim.
— Estava apenas tentando esconder de você, mas é impossível, porque
você é a droga de um bom observador. Eu e Kai estamos tendo algo bom, não
estrague isso me dedurando para meus irmãos.
Eu odeio mentir, e eu não gosto de fazer isso quando não é necessário.
Mas essa situação é necessária porque eu ainda não sei como me sinto em
relação à sua confissão. Ele provavelmente vai voltar para mulher que estava
em seu ombro e vai levá-la para casa, enquanto eu vou voltar para meu
apartamento sozinha e vou passar a noite acordada, pensando sobre isso.
Brid e Kai voltam para a mesa quando Ethan está se despedindo. Ele
volta para sua cabine, fala com seus amigos, e pega o seu encontro da noite e
some. Ele não olha para trás, e eu agradeço por isso.
Jack também chegou então eu olho para Kai. — Você pode me levar
em casa? — Eu estou forçando um sorriso de orelha a orelha quando eu
pergunto.
Seus olhos verdes brilham animados, e ele assente imediatamente. —
Pode apostar que sim!
Eu me despeço da minha amiga e de seu namorado e saio com Kai. Eu
não quero pensar sobre o que aconteceu aqui, então eu preciso de alguém
para me distrair. E Kai já provou que consegue fazer essa tarefa.
CAPÍTULO QUATRO
— Srta. Lazzari, o senhor Cross quer vê-la em sua sala. — Ouço Lúcia
dizer enquanto tento terminar um desenho.
Eu levanto minha cabeça e olho para ela com um sorriso amarelo,
forçado e cansado. Eu lanço uma olhada para as portas grandes de seu
escritório e eu me sinto ainda mais cansada por dentro. Eu não estou
preparada para olhar em seus olhos ainda. Mas eu forço minhas pernas a
trabalharem até seu escritório, ciente de que ele pode estar me observando de
suas várias telas planas. — Pediu para me ver? — eu pergunto quando eu
entro, após uma breve batida em suas portas.
Ethan está lá, por trás de sua mesa, inclinado para trás em sua poltrona
e seus olhos estão sobre mim. — Precisamos conversar. — Ele diz com seu
tom habitual baixo e rouco, e desconcertante para qualquer mulher.
Eu cruzo meus dedos, uns nos outros e os aperto contra meu estômago
quando ele começa a pesar dentro de mim. De repente, eu estou preocupada
com minha aparência. Eu passei mais maquiagem que o normal para
esconder minhas olheiras, mas eu não pude controlar meus cabelos, então eu
apenas o puxei para cima e o prendi em um rabo de cavalo. Minha calça é
branca, minha blusa é uma bata vermelha, com um colar de esmeraldas
pendurado em meu pescoço e um escarpim preto. Eu não estava insegura com
isso até esse momento. Eu nunca estive insegura sobre a minha aparência.
Eu não quero uma situação estranha, então, eu dou um passo à frente e
pego seus olhos, — Antes de você falar qualquer coisa, eu quero muito pedir
uma coisa.
Ele me olha por um momento em silêncio, em seguida, ele faz um
gesto para que eu continue.
Puxo o ar para meus pulmões. — Eu passei a noite inteira pensando
sobre o que você me disse-
— Sobre eu querer beijar você? — ele ergue uma sobrancelha,
intrigado.
Eu aceno, confirmando e continuo. — Ethan, eu já confessei que eu
tive uma paixão por você na adolescência, mas isso é passado. Eu já passei
por tanta coisa depois daquilo, e eu tenho medo de vivenciar tudo de novo.
— Beijar você faria você vivenciar tudo de novo?
— Você é o tipo de cara que machuca apenas de se olhar. — eu digo
em voz baixa. — Você é amigo dos meus irmãos, então porque você não
pode ser meu amigo, também? Seja meu chefe aqui dentro, e meu amigo lá
fora! Apenas seja meu amigo, Ethan... e não fique me fazendo passar noites
desacordada.
Ethan me olha tão profundamente agora, que eu quase me sinto
invadida. Eu só não dei meia volta e saí pela porta, porque o motivo pelo qual
eu estou aqui é porque ele me chamou. Eu aperto mais minhas mãos em meu
estômago, sentindo meu rosto muito quente.
— Você acabou? —pergunta ele, calmamente. Eu concordo, ele acena,
levanta e agarra seu terno estendido no encosto da cadeira. — Ótimo.
Teremos uma reunião dentro de um minuto.
— Uma reunião? — Eu estou confusa quando eu pergunto, assistindo
ele dar a volta em sua mesa.
Ele para em minha frente, uns quatro a cinco centímetros mais alto que
eu, e ele sorri para mim. Aquele sorriso de lado que ele tem. — Vamos falar
sobre seus desenhos, Less. Não é apenas sua boca que me interessa aqui.
Eu estou dividida entre chateada, porque eu acabei de pedir para ele
não dizer coisas que vão me deixar acordada durante toda a noite, e animada,
porque estou indo em uma reunião falar sobre meus desenhos. Estou ansiosa,
com os dentes trincando quando eu o sigo para fora da sala e pego minhas
coisas em minha mesa.
♡
Eu posso sentir todo o meu corpo mais quente do que ele já estava
depois de algum tempo no sol. Eu ainda não consegui absorver o que Ethan
me perguntou. Eu estou com uma mistura de envergonhada e excitada.
Eu olho para ele, e seus olhos estão novamente sobre o meu decote.
Os olhos azuis cristalinos passeiam pelo topo dos meus seios e então para
cima sobre a alça do meu biquíni. Era como se ele quisesse fazer com que a
alça caísse e minha marquinha ficasse visível para ele.
Meu peito se eleva com uma respiração pesada. Eu torço a tampinha
da garrafa e a fecho. Eu viro, abro a geladeira da casa do meu irmão, e
devolvo a garrafa para ela. — Amigos não dizem isso, Ethan. — eu digo. Eu
tento soar como uma brincadeira, mas ele não ri.
Ele apenas sorri, com uma forma tão maliciosa, que meu estômago se
contrai. — Foda-se. — diz ele, ríspido e aponta direto para minha boca,
quando ele diz baixinho, — Eu quero beijar você.
Eu dou uma olhada para fora, na área da piscina e outra para a entrada
da cozinha, certificando-me de que ninguém está próximo o suficiente para
escuta-lo. Não há ninguém. Apenas eu e ele, divididos apenas pela imensa
ilha da cozinha do meu irmão. Minhas bochechas estão tão quentes agora,
que eu cogito pegar de volta a garrafa de água gelada e pressioná-la contra
meu rosto.
Espalmo as mãos no mármore e olho para ele. Eu sussurro para ele, —
Ethan, estou saindo com Kai. Agora, mais que nunca, você não pode me
beijar. — Eu estou olhando-o, implorando para que ele apenas pare.
Ele não para. — Você também quer me beijar.
— Eu queria quando eu tinha onze anos. Tenho vinte e três agora.
— Então fale que não quer isso olhando nos meus olhos.
É onde eu percebo que não estou olhando para seus olhos. Eu estou
olhando para sua boca.
Patética.
Tão patética Alessa...
Pressiono os lábios juntos, a vergonha por ter sido pega me deixando
constrangida. Eu ergo meus olhos de volta para os seus, e levo um momento
para abrir minha boca para falar, mas quando eu finalmente faço, Lucca entra
na cozinha. Eu fecho a boca imediatamente.
Meu irmão olha para mim, depois para Ethan, suas sobrancelhas
franzidas, como se ele desconfiasse de algo. Eu não sou capaz de ver seus
olhos, porque estão escondidos por um óculos escuros idêntico ao do seu
filho. Ele não fala nada quando dá a volta na ilha e vem para o meu lado. Ele
abre uma das portas da geladeira, mas ele está com seu corpo grande virado
para mim, então eu viro para ele também.
Antes que ele pergunte o que está havendo, eu passo meus braços por
sua cintura, e ele passa seu braço livre pelos meus ombros e me abraça de
volta. Eu pressiono meus lábios em sua mandíbula, em seguida, ele pressiona
os seus do lado da minha cabeça. Ele cheira como ele mesmo.
Eu sempre amei seu perfume. Amei o perfume de cada um deles... até
mesmo o de Ethan.
— Congratulazioni, fratello! — eu digo para ele e o abraço mais forte.
Quando me afasto, eu vejo que suas sobrancelhas suavizaram e ele
tem um sorriso orgulhoso nos lábios. Ele pega um lado do meu rosto e beija o
lado da minha cabeça novamente. — Grazie, pequena. — diz ele contra meu
cabelo. Ele se afasta e tira duas cervejas da geladeira. Ele empurra uma por
cima do balcão e Ethan agarra com perfeição do outro lado. — O que houve?
— pergunta, querendo saber o motivo de estarmos aqui dentro e não lá fora
com os outros.
Ethan gesticula para mim. — Estávamos falando do quanto ela está
indo bem no projeto da nova coleção. — Ele leva sua garrafa para boca e
puxa a tampa, em seguida, ele toma um gole. Todo o tempo, ele está olhando
diretamente para mim.
Eu olho para Lucca, porque eu temo que ele perceba isso.
Mas meu irmão está muito ocupado espiando através das paredes de
vidro, vendo sua esposa de biquíni, na beira da piscina, falando alguma coisa
enquanto Ben, Mia e Pérola, escutam quietos. Lucca olha para mim e ele sorri
orgulhoso de novo.
— Estou muito orgulhoso de você, minha pequena. — Ele me abraça e
me beija de novo, antes de passar por mim e ir para a piscina.
Eu olho pra Ethan. Eu não posso evitar meus lábios se firmar um
sorriso animado. — Estou indo bem, realmente?
Ethan bebe sua cerveja. — Hum, não sorria dessa forma apenas
porque eu disse isso. — ele aponta para mim ao mesmo tempo em que limpa
a boca e tudo isso com as costas dança não que segura à cerveja. — Não
espere pelo meu julgamento, Less. Eu não posso dizer se você é ou não boa
no que você faz. Você tem que me dizer isso.
Eu ainda estou sorrindo, mesmo sem entender o que ele está falando.
Ele está me dizendo que ele não sabe me dizer se estou boa ou não no
trabalho? Será que ele quer dizer que eu preciso ser confiante comigo
mesma?
—Estou indo lá para fora. — Eu aviso e começo a caminhar para as
portas duplas de vidro.
— Você disse olhando nos meus olhos, Less. — O ouço dizer as
minhas costas.
Eu olho por cima do ombro e eu vejo que seus olhos estão sobre
minha bunda. Eu sorrio internamente e volto para minha espreguiçadeira.
♡
Estou em casa agora. Cheguei há pouco mais de meia hora e eu já
tomei um banho e me enfiei dentro de um shorts de moletom cinza e um top
preto e prendi meu cabelo em um nó no alto da minha cabeça.
Está perto da hora do jantar e Kai também chegará em breve, então eu
ligo e peço uma pizza com queijo especial. Enquanto eu espero, eu pego meu
caderno de desenho e sento-me no sofá. Eu não estou com inspiração para
desenhar o gráfico de nenhum avião agora, por isso começo a desenhar o que
eu tenho em mente. Estou escurecendo os contornos da boca de Ethan,
quando meu celular toca.
— Alô? — atendo, surpresa quando leio o nome de Ethan em minha
tela. Meu coração pula uma batida.
— Por favor, avise ao seu porteiro que eu posso subir até aí. Ele me
disse que o único autorizado além de seus irmãos, é aquele garoto. Eu pensei
que éramos amigos, Less.— Ele parece um pouco decepcionado nessa ultima
frase, apesar de seu tom brincalhão.
Meus lábios começam a se esticar em um sorriso, mas então eu
absorvo suas palavras com mais calma e eles se desfazem. Ele está aqui? No
meu prédio?
— Você está no meu prédio? — pergunto. Eu largo o meu caderno ao
meu lado no sofá e me desencosto, com os olhos largos e o coração na
garganta.
— Hum... Realmente não me lembro de ler que o nome do edifício é
Alessa, mas sim, eu estou aqui embaixo.
Eu não sorrio da sua piada, porque eu estou paralisada.
Ele está lá embaixo. O que diabos ele veio fazer aqui?
— Less. — ele geme do outro lado. — Apenas ligue para seu porteiro
e me libere! Eu trouxe pizza e limonada.
Levanto do sofá e mesmo sem mesmo dar uma palavra, eu ando até o
interfone e o retiro do gancho. — Dê-me alguns segundos. — eu digo pra ele
e finalizo a chamada. Eu ligo para portaria e falo para meu porteiro, o
Freddie, um senhor de idade, ex-militar aposentado, e confirmo que Ethan
Cross está liberado.
Se eu não soubesse que Freddie sabe que meus irmãos são, de fato,
meus irmãos, estaria preocupada sobre o que ele pensa de mim, recebendo
tantos homens aqui.
Dois minutos depois, há batidas na minha porta. Involuntariamente, eu
viro para me olhar no espelho da sala quando eu passo para a porta. Meu
cabelo está ok e meu rosto ainda está corado do sol. Eu vou para porta e abro.
Ethan está do outro lado, segurando a pizza com uma mão e uma
sacola plástica em outra. Ele está todo de preto hoje, parecendo ainda mais
bonito que o normal.
É possível isso?
Provavelmente sim.
Eu saio da porta, dando-lhe espaço para passar, e ele entra. — O que
veio fazer aqui? — pergunto quando fecho a porta.
Ethan segue até a ilha da minha cozinha, caminhando como se ele
fosse o dono da casa. Ele deixa a pizza e a sacola sobre o balcão e olha para
mim. — Somos amigos. Amigos passam algum tempo juntos, certo? — Ele
abriu a caixa da pizza e o cheiro de calabresa e queijo me conduziu até eles.
— Eu pedi pizza também. — eu digo. — Kai chegará em breve,
então...
Ethan olha para mim, sua sobrancelha arqueada. — Diga para ele não
vir hoje.
— Por que eu faria isso?
— Porque hoje é o dia do seu amigo. — diz ele.
Eu não me convenço porque ele não se aproximou em nenhum
momento pelo último mês para "um dia com o amigo". Ele apenas foi meu
chefe, e não nos vimos fora do prédio da E.C.A além do dia que Enzo fez um
jantar em sua casa para comemorar o aniversário de Juliet.
Ethan pega uma calabresa da pizza e joga na boca. — Além disso, eu
preciso de um tempo com você. — ele diz. — Preciso descobrir algo que me
faça ter pavor de até mesmo olhar para sua boca gostosa. — Ele se inclina e
toca seu dedo indicador em meus lábios quando ele fala essa última parte.
Meus lábios secam na mesma hora e meu coração pula. Só o toque do
seu dedo faz isso comigo; eu não quero imaginar o que fará o seu beijo, o seu
toque mais preciso e longo.
Ethan parece ler meus pensamentos, ou ele apenas sentiu o cheiro da
minha excitação porque ele vem para mais perto e uma mão sua pega um
lado do meu rosto. Seu polegar se arrasta ao longo dos meus lábios, minha
bochecha, minha mandíbula, e volta para meu lábio inferior de novo. Ele
pressiona mais lá, forçando meus lábios a se abrir.
Eu gemo lutando para não fechar os olhos com a sensação.
Kai é bom no que faz, mas ele precisa de muita preliminar para me
deixar perto dessa situação.
Eu venero o sexo, e eu tenho a leve impressão que Ethan me faria
venera-lo ainda mais. O ponto no meio das minhas pernas está tão dolorido
que eu sinto palpitar como o meu peito esquerdo agora. Cada lugarzinho do
meu corpo está em alerta.
Sua outra mão me alcança, também, mas ela segue para tocar meu
pescoço, em seguida, minha clavícula, e chega à alça do meu top. De forma
lenta, ele afasta a alça até que ele a desliza pelo meu ombro, então ele volta e
toca a marca do meu biquíni. Ele faz isso com a outra, também. Ele agora
está olhando diretamente para elas, seus lábios separados em busca de ar
enquanto ele me toca. — São lindas em sua pele. — ele sussurra e eu sinto
sua respiração quente em minha bochecha. — Caralho! — ele geme, seus
dentes cerrando. — Agora não é só pela sua boca que eu estou obcecado. —
Ele encontra meus olhos. — Não deixe que elas sumam. Nunca.
Eu aceno, hipnotizada pelos seus olhos e seu toque. Eu não vou deixá-
las sumirem, mas eu não digo isso em voz alta.
Ethan mais uma vez me fez sentir sexy. Ele tem esse dom. Ele abaixa
um pouco a cabeça e roça sua bochecha na minha. Quando abaixa mais e seus
lábios pressionam na pele do meu ombro, meu celular apita.
Não uma vez, mas quatro vezes seguida.
Ele rosna irritado e eu suspiro aliviada. Eu não seria capaz de pará-lo
por mim mesma. Eu me afasto, sentindo-me escorregadia entre as pernas e
pego o celular que deixei perto do interfone. Há quatro mensagens de Kai
seguidas.
Kai: Ainda estou no jantar com minha mãe.
Kai: Tudo bem se eu chegar um pouco mais tarde?
Kai: Prometo compensá-la mais tarde.
Kai: Estou com saudades de você.
Eu leio tudo e olho para cima, para Ethan. Eu posso dizer pelo seu
olhar que ele sabe quem me mandou as mensagens. — É Kai. — eu digo pra
ele mesmo assim.
Ele arqueia uma sobrancelha e há um leve enrolar em seus lábios. Ele
pega uma fatia de pizza e dar uma mordida. Então ele diz depois de mastigar.
— Cancele seu encontro. Dia do amigo, Less.
CAPÍTULO SETE
CAPÍTULO DEZ
♡
Mais tarde, quando já estava em casa e vestida com minha camisola de seda
vermelha, Kai entra pela minha porta da frente, parecendo bastante cansado
do dia.
Ele olha para mim e puxa seus lábios em um sorriso exausto. Ele se
aproxima de onde estou sentada, em uma das banquetas ao redor da ilha,
segura meu rosto entre as mãos e pressiona os lábios nos meus.
Eu acabo sorrindo em sua boca, quando fecho os olhos e percebo que
eu gosto do seu carinho, do seu beijo. Isso me deixa feliz, porque eu sou cem
por cento atraída por Ethan, o que significa que posso namorar Kai e ser
amiga de Ethan, sem nenhum problema.
Kai separa nossos lábios e passa as mãos em meu cabelo. — Como foi
seu dia? — Ele procura saber.
Eu sorrio de boca fechada. — Foi um dia bom. — respondo. — O
seu?
Ele alisa minhas bochechas com seus polegares, seus olhos varrendo
todo o meu rosto. — Ele acabou de ficar melhor. — Ele diz, e sua boca desce
para minha novamente.
Eu pego sua cintura com as mãos e o puxo entre minhas pernas,
mantendo-o perto quando sua língua mergulha em minha boca. Eu gemo,
lembrando de que preciso falar com ele e puxo meu rosto para longe, para
olhar em seus olhos. — Hum. O jantar de ação de graças está bem próximo e
minha família quer conhecer você.
Seus olhos verdes brilham animados. — Mesmo?
Confirmo, segurando meu lábio inferior entre os dentes para evitar
sorrir.
Ele abaixa a cabeça e me dá um beijo casto, sorrindo tão amplamente,
que eu temo que sua boca possa rasgar. — Com certeza, baby, estarei lá. —
Ele garante. — Mas, agora, eu preciso de um banho.
Eu sorrio e pulo do banquinho quando ele se afasta. — Vou pedir
pizza, tudo bem?
Ele olha para trás apenas para dizer, — Pizza está ótimo. — antes de
seguir para meu quarto.
Quando ele some de vista, eu chego ao telefone e ligo para minha
pizzaria favorita. Eu peço uma pizza grande da moda da casa e vou para o
sofá.
No chão, perto do meu centro de sala, está meu caderno de desenho.
Eu sou capaz de ver um esboço do meu último desenho – o do rosto de Ethan,
e meu peito aperta. Minha mente vagueia para a garagem secreta na fábrica,
para sua "prova de confiança", para a forma em que ele me olha, para o jeito
em que seus braços apertaram em minha volta.
Eu adoro estar com Kai, eu gosto da forma cheia de carinho que ele
me trata. Eu gosto da forma que ele lida com nosso relacionamento, e eu
gosto do fato de que ele não vai a busca de outras mulheres quando acaba de
transar comigo.
Mas, eu não consigo sentir tudo que eu sinto quando estou perto de
Ethan.
Kai me faz bem, mas Ethan me faz perder o fôlego.
Kai me faz sentir em paz, enquanto Ethan me deixa ofegante e quente.
Eu sinto como se estivesse apenas usando Kai, às vezes. Sinto que lhe
devo uma explicação, mesmo não fazendo nada de errado, necessariamente.
Eu sei que Kai estará aqui amanhã, após termos uma noite de sexo.
Eu não posso dizer o mesmo de Ethan.
Ele estaria na minha cama pela manhã?
Com certeza, não.
CAPÍTULO ONZE
♡
O apartamento está em silêncio agora. Apenas eu e meus pensamentos
depressivos e minha garrafa quase vazia de vodka.
Eu não fazia ideia de que conseguiria acabar com uma garrafa sozinha.
Sequer sabia que faria isso sem desmaiar ou vomitar.
Puxo a garrafa para baixo do meu braço quando salto do banco e dou a
volta, indo para sala. Meu primeiro instinto é deitar no sofá e só acordar
amanhã, mas então eu paro, fincando meus pés no tapete quando me lembro
do episódio de quase sexo no meu sofá. Eu olho para trás, para o corredor e
cogito ir para meu quarto, mas então, eu penso: e se, eles transaram na minha
cama sem eu saber?
Por quanto tempo isso vem acontecendo?
Por que diabos eles fizeram isso comigo?
Por que minha melhor amiga fez isso comigo?
Olho para o tapete abaixo dos meus pés e sinto meus olhos arderem.
Será que eles transaram no meu tapete, também?
No meu banheiro? Debaixo da porra do meu chuveiro?
De repente, estou enojada do meu apartamento. De tudo dentro dele.
Eu tomo mais alguns goles longos da minha vodka, minha garganta já
dormente e vou procurar pelo meu celular.
Eu precisava sair daqui, mas eu sei que estou muito tonta para pegar
em um carro.
Deslizando meu dedo pela tela do meu celular, eu clico no app de
Uber e começo a chamar um. Eu paro um instante, pensando em que destino
colocar. Eu vejo minhas opções.
A casa de um dos meus irmãos não; além deles terem crianças
pequenas, que devem estar dormindo, eles com certeza, vão querer ir atrás de
Kai quando souberem de tudo. Porque eu estou bêbada o suficiente para
descarregar tudo assim que eles abrirem a porta.
A casa de Hetor não, porque ele não está lá.
Então, sobrou meu mais novo amigo. Aquele que é muito quente para
o bem do meu pequeno sistema nervoso.
Eu coloco o endereço de Ethan. Eu tento por três vezes, até que eu
vejo que é realmente aquele. Nunca tinha ido a sua nova casa, mas eu decorei
o endereço uma vez em que o vi passando ele por telefone.
O aplicativo mostra que faltam quatro minutos, então eu apenas saio
do apartamento com a minha garrafa de vodka e meu celular.
***
CAPÍTULO QUARTOZE
Ethan.
ETHAN
— Que tal, você apenas se sentar e esperar que eu te leve seu café da
manhã, huh?
Dou um sorriso para Jackie e ela empurra meu braço em direção à ilha
da cozinha, com impaciência.
— Apenas vá! — Insiste ela, entredentes. Ela faz um grande esforço
com apenas uma mão – uma vez que sua outra mão está ocupada com a
espátula – e o movimento faz algumas mechas de seus longos cabelos ruivos,
que estão presos em um rabo de cavalo, cair em seu rosto. Ela bufa,
parecendo irritada e os leva para fora do seu rosto com a mão livre.
Jackie é a filha mais nova de Anna, minha governanta. Em seus
dezoito anos, ela já tem um sonho de ser uma chef de cozinha algum dia. Ela
é linda, com longos e pesados cabelos vermelho-fogo, olhos verdes
esmeraldas e um corpo de uma atleta de vôlei. Ela também é simpática e tem
uma coisa, que faz você apenas querer sentar e conversar durante horas com
ela. Ela sabe atrair amizades, e eu desconfio que também atraia bastantes
marmanjos, apesar de nunca ter aparecido com um por aqui.
Anna está comigo a mais tempo do que eu possa contar. Ela esteve
comigo quando Lisa se foi e ela organizou toda a mudança para o novo
apartamento. Ela e suas duas filhas, Jackie e Andie, moram comigo, portanto,
eu tenho as meninas como minhas irmãs mais novas, uma vez que eu tenho
Anna como uma segunda mãe.
Passando meus braços ao redor do corpo de Jackie, eu alcanço um
morango, do saco em que ela está cortando e trago-o para dentro da minha
boca, antes que ela possa virar e acertar meu braço com um tapa.
— Argh! Você sabe como ser irritante, Thanthan! — ela grunhe,
debochando com um apelido que foi posto em mim pela filha de dois anos de
sua prima.
Semicerro os olhos para ela, e ela me mostra a língua.
— Vocês, tão maduros... — Anna cantarola, quando entra na cozinha,
sorrindo para nós dois.
Nós rimos, e Jackie se ergue na ponta do pé para ver além do meu
ombro. Seus olhos verdes brilham com uma animação maliciosa quando ela
pisca várias vezes entre mim e o que está sobre meu ombro.
Alessa.
Ela não falou uma palavra e Jackie também não, mas eu posso senti-la
em qualquer lugar.
Viro-me e encaro-a. E, puta que pariu, ela parece ainda mais perfeita
dentro de uma camisa minha. De botões. E de pernas nuas.
Ela está com uma camisa minha, branca e de botões e agora estou
imaginando como seria abrir cada botão daquele para revelar seu corpo
delicioso.
Alessa sorri, timidamente, olhando entre as pessoas presentes. Ela
ainda não conhece minhas parceiras de apartamento.
Eu aponto com o polegar para Anna. — Essa é Anna. Ela comanda
tudo por aqui.
Anna faz um som de desdém. — Olá! — ela sorri para Alessa.
— Olá! — Alessa assente, devolvendo seu sorriso. Mas, seu sorriso é
mil vezes mais bonito e, ele atrai meus olhos para sua boca avermelhada.
Antes que eu possa apresentar Jackie, ela mesma me empurra com o
quadril e estende uma mão para Alessa. — Sou Jackie. A filha da Anna. —
Ela olha para mim, com uma sugestão tão maliciosa quanto o seu sorriso
apertado; em seguida, ela olha de volta para frente, quando Alessa segura sua
mão. — Vocês formam um belo casal.
Eu engasgo ao mesmo tempo em que Anna exclama um "Jackie!".
Olho para Alessa e seus olhos estão arregalados e suas bochechas da
cor de um tomate. Ela me olha e sorri, em seguida, ela diz: — Prazer em
conhecê-la, Jackie. Sou Alessa. — ela balança a cabeça. — E não somos um
casal.
Eu pego um toque de decepção em seu tom, apesar de que sua
expressão está impassível.
— Eu sei quem você é. — Jackie diz. — Você é a irmã daqueles caras
gostosões que vêm aqui. Os amigos do T... — ela se interrompe quando
percebe que estava prestes a falar o apelido novamente. Em seguida, ela
completa, — Ethan. Do Ethan.
E ela dá uma olhada de soslaio para mim, para saber se eu notei. Ela é
esperta e eu posso dizer que fez de propósito, porque ela está escondendo um
sorriso.
Alessa ri. — Eu acho que você está falando dos meus irmãos, sim.
Jackie volta para terminar com os morangos, com um sorrisinho
satisfeito nos seus lábios.
Eu faço Alessa sentar em uma das banquetas e sento-me ao seu lado,
para esperar Jackie terminar sua mais nova obra de arte.
Alessa se inclina para mais perto, como se fosse me contar um
segredo. — Espero que não tenha problema eu ter vestido uma camisa sua.
Meu vestido estava fedendo muito.
Balanço a cabeça. — Não tem problemas. — É a melhor visão que eu
poderia ter visto hoje!
Jackie vem e coloca dois pratos com panquecas com coberturas de
chocolate e morangos, devidamente arrumados. Ela sorri, orgulhosa de si
mesma.
Alço uma sobrancelha, em deboche. — Toda a confusão, me deixando
longe, para serem panquecas com cobertura de chocolate?
Ela revira os olhos. — Não é o quê que importa, e sim a forma que o
prato é servido. — ela me olha com impaciência, como se eu fosse um
daqueles clientes ignorantes, que nunca foi em um restaurante chique. — E o
sabor, claro. Vocês nunca vão comer uma panqueca com cobertura de
chocolate e morangos tão boa quanto a minha!
Alessa corta um pedaço e leva a boca. Ela mastiga, cuidadosamente,
saboreando e então, um gemido satisfeito sai de entre seus lábios, e eu quase
solto meus talheres, de forma exasperada, quando seu gemido faz meu pau
inchar. — Perfetto! — Ela elogia em italiano.
Eu aperto os olhos fechados.
Um gemido.
Em seguida, sua língua de nascença.
O sotaque já é perfeito, mas ela falando assim... Surreal.
Jackie me lança um olhar superior, com uma sobrancelha
perfeitamente arqueada, mas não diz nada. Ela pega sua mochila branca e
pendura uma alça em seu ombro. — Bem, estou indo! — diz satisfeita
consigo mesma.
Engulo o pedaço de panqueca – realmente delicioso, porém ela não
precisa saber minha opinião – e ergo uma sobrancelha para ela. — Hoje é
sábado.
— Eu sei... — ela diz, com uma falsa hesitação. — Obrigada por me
lembrar, de todo modo. — deboche. Ela ama isso.
— E para onde você vai dia de sábado?
Ela aponta para o corredor em que Anna entrou. — Minha mãe está
logo ali, não sentada na minha frente, comendo minhas panquecas.
Cerro os olhos.
Ela sorri tão abertamente como uma criança pega no flagra. Ela revira
os olhos. — Estou ajudando no projeto da escola, dando aulas de reforços
para os alunos do primeiro ano, que estão indo mal nas notas.
Eu me sinto como um pai orgulhoso, imediatamente, então, eu sorrio,
lhe mostrando isso.
Jackie se despede de nós e vai embora.
Agora somos só eu e Alessa na cozinha, e o único som é de nossos
talheres batendo contra os nossos pratos.
Ela engole e toma um gole de água. — Você parece exausto. — diz,
após alguns instantes.
Eu assinto. — Não consegui dormir direito. — eu não minto.
Não consegui dormir de verdade até pouco depois das cinco horas.
Durante toda a noite, Alessa precisou ser levada ao banheiro para vomitar.
Ela vomitava, eu a levava de volta para cama e voltava para o
banheiro, para limpar tudo. Quando eu pensava em deitar no sofá para
dormir, então começava tudo de novo.
Eu não estou reclamando, pois eu faria tudo de novo, dado a situação
em que ela chegou aqui, e forma como ela estava acabada depois do que quer
que tenha acontecido em seu apartamento.
Ela falou algo sobre Kai, seu namorado, preferir transar com sua
melhor amiga, mas isso foi tudo. Ela não parece querer tocar nesse assunto, e
eu vou respeitar não perguntando.
Ela me olha preocupada. — Você não precisava dormir no sofá,
Ethan. A cama é sua e eu fui uma intrusa.
— Sério, não se preocupe, coma! — Aponto com o queixo para seu
prato.
Ela acha que eu não dormir por causa do sofá e eu vou deixá-la
acreditar nisso. Saber que me fez levá-la para o banheiro por mais de onze
vezes, só fará com que ela fique mais constrangida.
— Amigos servem para essas coisas, Less. — Eu acrescento, com um
toque de diversão em meu tom.
E a mesma decepção que eu peguei em seu tom, pouco antes, brilha
em seus olhos azuis quando ela me encara. Seus lábios se enrolando
forçadamente em um sorriso meio agradecido e meio triste. — Sim. — ela
assente. — Amigos são para essas coisas.
CAPÍTULO DEZESSEIS
Ele me olha com um pesar e estende uma mão para colocar uma
mecha de cabelo por trás da minha orelha. — Pessoas assim não merecem
nossa confiança e respeito. Se ela fez isso, ela não merece sua dor. — Ele diz.
— Mas, também ela não merece seu desprezo, querida.
Encaro-o, intrigada com suas palavras.
Bridge traiu minha confiança, me traiu. Sim, eu a desprezo muito por
isso. Estou machucada. Nem quando Dave me traiu, eu me senti tão mal
como eu me sinto pela traição de Bridge.
— Filha, a melhor forma de ser superior nessas horas, é mostrar
indiferença. Acredite, LEA só é o que é hoje em dia, porque eu fiz questão de
não demonstrar raiva e desprezo pelas pessoas que me atingiram. — Ele
move a cabeça e abre um sorriso, incentivador. — Dói, eu sei. Eu não posso
dizer o quanto doeu quando sua mãe... você sabe...
Eu assinto, afirmando que eu sei exatamente do que ele está falando.
— Mostre a essas pessoas que elas cometeram um grande erro,
magoando você. — ele continua. — Que você é superior e que tudo que elas
fizeram, só serviu para te fazer melhor e mais forte.
As lágrimas picam na parte de trás dos meus olhos. Eu dou um passo
para mais perto e passo meus braços ao redor do tronco forte de Hetor e ele
me abraça de volta, com carinho, beijando o topo da minha cabeça.
Eu levo um tempo, sentindo apenas seu carinho por mim, enquanto
choro baixinho contra seu peito. Eu não me importo com a vergonha agora,
porque eu o tenho como um pai.
Ele sempre o foi pai que eu não tive. E eu acho que ele se sente dessa
maneira, também.
Minha mãe pisou feio na bola quando o traiu, com um enfermeiro dez
anos mais novo que ela, que trabalhava com ela no hospital. Ela cometeu esse
erro por vários meses, até que o enfermeiro começou a criar um tipo de
obsessão por ela e decidiu filmar uma foda deles e enviar para Hetor.
Dando uma pausa do meu choro silencioso, eu movo a cabeça para
longe do seu peito, para olhar em seus olhos, mas meus braços ainda
continuam envolta dele. — Você conheceu o cara que deveria ser meu pai?
Ele faz que não com a cabeça, devagar. — Sua mãe nunca quis me
falar sobre esse homem. Quando ela veio até mim, já grávida de você, tudo
que ela fez, foi pedir para que eu a registrasse.
Solto um braço, apenas para passar o dorso pela minha bochecha.
Funguei, em seguida, perguntei: — E por que você aceitou, depois de tudo
que ela fez com você?
Ele ri baixinho, balançando a cabeça e beija minha testa. — Eu neguei,
no princípio, mas então, eu estava lá quando você nasceu e aquela miniatura
chorona e fofa, me ganhou no primeiro momento em que pus meus olhos
sobre ela.
Eu choro ainda mais, me encolhendo e voltando para seu peito.
As mãos de Hetor passam pela queda do meu cabelo. — Você é minha
filha, Alessa. Você pode não ter meu sangue, mas tem meu nome e
compartilha do mesmo amor que sinto pelos meus filhos de sangue. — Diz,
seu tom cheio de amor e carinho paterno.
Eu assinto contra seu peito, porque eu sinto dele tudo isso que ele
falou. Eu posso não seu uma Lazzari de sangue, mas eu sou uma de coração.
E no cartório nacional italiano, claro.
E eu tenho um orgulho imenso de ser considerada filha de Hetor
Lazzari.
— Será que eu posso passar a noite aqui? — eu peço com a minha voz
embargada com as lágrimas. — Eu não quero dormir no meu apartamento
ainda.
Na verdade, eu queria sair à procura de Ethan, arrancar ele de perto
dos meus irmãos e lhe perguntar se eu poderia dormir lá novamente. Mas, eu
reprimo essa vontade e sorrio quando escuto a resposta de Hetor contra o lado
da minha cabeça:
— Como minha filha, essa é a sua casa. Você dorme aqui sempre que
quiser querida. Helena vai adorar!
Ethan sai de mim, com cuidado e deita de lado, me puxando para seu
peito.
Eu estranho. Milhares de alertas piscam em minha cabeça, como
um Alerta Perigo, porque são esses pequenos atos que fazem uma garota cair
de quatro por um cara como ele.
Cair de quatro. Eu deixo uma risada preguiçosa escapar.
Era exatamente como eu estava instante atrás.
— O que é engraçado? — Ethan pergunta. Ele varre com os dedos,
uma mecha de cabelo grudada em minha testa.
Outro alerta.
Balanço a cabeça, como se estivesse hipnotizada por seu cheiro
masculino. Desconverso: — Parece que deixar meu sutiã com você
funcionou.
Ele ri suavemente e seu peito treme. — Você não precisava disso.
Quatro palavrinhas suas, e eu estaria aqui.
Franzo o cenho. — Quatro? Quais?
— Ethan. Minha casa. Agora.
Uma risada escapa da minha garganta. — Ou poderia ser — eu toco
cada dedo enquanto eu digo: — Ethan. Sexo quente. Agora. — eu digo,
mordendo meu lábio inferior em seguida, de uma forma atrevida. —
Porque, cara, você é um sonho quente para qualquer mulher. Agora eu
entendo o porquê há tantas correndo atrás de você!
Por dentro, meu estômago está se revirando de ciúmes, mas eu dou
tudo de mim para não demonstrar.
Eu odeio saber que houve mulheres que o sentiu assim, antes de mim e
que terá outras depois.
Ele é o que podemos chamar de Um homem completo.
Dave era bom de cama; Kai tinha seus truques; Mas Ethan? Meu
Deus! Ele chega a ser uma coisa nada real.
Ele abaixa o queixo para olhar em meus olhos. Tão intenso e faminto.
— Sou seu sonho quente?
— Pode apostar que sim, bonitão! — Sinto meu rosto esquentar.
Ele toca meu rosto, gentilmente, e seus dedos percorrem minha
mandíbula e meu queixo, como se estivesse me desenhando. — Então, pode
apostar que você é a porra de um sonho muito delicioso e molhado! — E sua
boca pega a minha de novo, num beijo mais gentil que os outros. Ele suga
minha língua, chupa meus lábios, lambe minha boca.
Enrosco minha perna entre as suas, para ficar melhor o acesso à sua
boca e o beijo de volta, segurando um lado do seu rosto enquanto ele segura
minha nuca.
Seu celular toca de algum lugar. — Filha da puta! — Ele pragueja
contra meus lábios. Ele pressiona de novo, em um selinho duro e se senta
para pegar o celular no bolso de sua calça, no chão.
Eu começo a retirar minha perna de cima dele, mas ele segura com
uma mão e leva o celular para a orelha com outra.
— Sim? — ele atende.
Eu me espreguiço, esticando meu corpo, e apreciando o carinho que
ele está fazendo em minha panturrilha.
Ele escuta quem está do outro lado da linha e eu vejo um osso da sua
mandíbula se contraindo. Seus ombros ficam tensos e sua mão aperta em
volta do aparelho. — Estarei lá amanhã. — ele escuta novamente, e assente,
mesmo sabendo que a pessoa não está vendo. — Obrigado, McConaughy! —
desliga e joga o celular sobre minha mesa de centro.
Eu me sento, ainda com a perna sobre ele. Estou preocupada que seja
algo ruim, pela sua expressão fechada.
— Eu preciso ir. — ele olha para mim.
Meu peito afunda com tristeza, porque eu não faço ideia se isso irá se
repetir, ou ele vai se arrepender amanhã. Mas eu assinto. — Há algo errado?
Ele sacode a cabeça, negando. — Nada para se preocupar. Estarei
voando para Londres ainda esta noite.
— Hum...
Ele deixa minha perna e começa a se vestir.
Sentindo-me muito exposta agora que ele está se vestindo, eu agarro
minha camisa e a visto também. Não me preocupo com a calcinha, uma vez
que eu preciso de um banho. Eu fico de pé, perto da porta, esperando ele
acabar.
Ele termina de se vestir e se certifica que nada caiu de seus bolsos com
a pressa. Ele vem para minha frente, segura meu rosto e me dá um beijo de
despedida. Ele finaliza puxando meu lábio inferior entre os dentes.
Eu lamento, se derretendo.
— Volto daqui a dois dias. — ele diz. — Espero que você tenha outras
lingeries como aquelas para usá-las para mim.
Eu me animo, e meus lábios são puxados para cima, em um sorriso
tímido. — Como um presente de boas-vindas? — Eu juntos minhas pernas
quando sinto meu clitóris palpitar em antecipação.
Ele me beija novamente. Sua voz rouca e profunda, quando ele diz: —
Meu presente de boas-vindas será comer você, Less. De todas as formas e
posições possíveis.
Então ele sai e fecha a porta, me deixando ofegante e muito
necessitada.
CAPÍTULO VINTE
♡
ETHAN
Todo mundo têm aquele dia em que você deseja que nunca tivesse
existido.
Na minha vida, há vários desses. Dias em que eu só queria estar sob o
meu edredom e dormir durante todo o tempo, até que chegue o dia seguinte
para que eu finja que o ontem sequer existiu. Como por exemplo, o dia na
segunda série, em que eu deixei meu suco derramar por toda minha roupa, na
frente de todo o refeitório, bem próximo ao garoto pelo qual eu tinha um
crush de criança. Ou quando eu tinha treze anos e estava tão desesperada para
perder o bv, que aceitei o convite de Mateo Crupti, um carinha da minha
classe, e ele babou toda a minha boca e ao redor dela, enquanto me beijava no
meio do pátio da escola, durante o intervalo. Separei dele e gritei que ele
parecia que era o bv da história. Mateo não gostou e ameaçou cortar meu
cabelo com um estilete, e nós dois acabamos na secretária.
Mas há esse dia em especial, dia 7 de dezembro, o dia do meu
aniversário.
Aniversário. É um evento importante para várias pessoas. Eles
costumam comemorar, brincar, sair com os amigos, fazer festas... Mas não
eu.
Aniversário para mim sempre significou o dia em que minha mãe foi
obrigada a me trazer ao mundo. O dia em que meu pai teve a chance de me
ver pela primeira vez, mas ele não ligava o suficiente para isso.
Minha mãe não é uma mãe realmente sentimental, então, nesse dia ela
sempre estava presa no hospital e chegava depois que eu adormecia. Ela
nunca, literalmente falando, me desejou um feliz aniversário.
Eu recebo mensagens dos meus irmãos e Hetor, claro, no entanto,
apesar do meu amor por eles ser infinitamente enorme, eu ainda sentia falta
das coisas. Eu não tinha ninguém na Itália, então eu apenas dormia todo o
dia, sequer comia algo, porque não aguentaria ouvir Bernadete, a empregada
da minha mãe, com uma alegria forçada, tentando preencher o buraco que
minha mãe abria todos os anos.
Eu acordei hoje com uma mensagem do Lucca. Eu não olhei. Eu fui ao
banheiro e tomei meu banho, em seguida, me enfiei em uma roupa de
academia. Recebi outra mensagem, dessa vez do Giovanni. Também não
olhei. Estava chegando à saída do prédio quando o celular apitou com uma
mensagem do Enzo. Eu liguei Demons do Imagine Dragons no meu celular e
soou no meu fone de ouvido móvel, encaixado na minha orelha.
Hoje eu não estava com cabeça para academia, então eu iria correr por
quantos quarteirões meu fôlego permitiria. Para minha sorte, eu fui campeã
de corrida na minha escola.
Eu corro durante a próxima hora, ao redor de oito quarteirões. Eu faria
sete, mas eu tenho uma coisa ruim com números ímpares. Minhas playlist é
de se perder em sua própria cabeça, com músicas de bandas como Imagine
Dragons, Nickelback, Avenged Sevenfold, Maroon 5, entre outras. A lista é
grande demais, e se alguém me pedisse, eu teria que disponibilizar
meu Spotfy.
Estou suando por toda parte e meu rabo de cavalo é uma completa
confusão castanha quando eu volto para meu apartamento. Eu derramo uma
boa quantidade de água em minha garganta, enquanto, finalmente, abro as
mensagens dos meus irmãos, cunhadas, Hetor, Helena, Kono... de todos que
se importam comigo, menos da minha própria mãe. Eu leio e respondo cada
uma delas, tentando parecer mais entusiasmada que posso, acrescentando até
emojis sorridentes e com coraçõezinhos nos olhos. Só quando eu termino
todas elas, outra mensagem chega.
Essa faz meu coração tentar uma fuga bruta pela minha espinha dorsal.
Ethan. Ele se lembrou do meu aniversário. Ele nunca mandou
mensagem antes.
Ethan: Eu não sou bom com essas coisas, Less, mas parabéns! Vou
obter um presente para você. Prometo. ;)
Ethan apenas acabou de me mandar um emoji piscando.
Eu não tenho fôlego para isso.
Eu: Sério, você não precisa ser bom para isso! Eu não gosto disso!
Eu prefiro que você apenas continue sendo bom com outra coisa,
okay? ??
Mordo o canto do lábio inferior quando eu aperto enviar e espero pela
sua resposta. Eu pareço como uma adolescente trocando mensagens quentes
pela primeira vez, ansiosa para se tocar com isso.
Ethan: Less... nessa coisa eu sou fodidamente bom. Você sabe
disso. Esse emoji me fez lembrar de você toda corada, debaixo de mim.
Eu lamento, colocando o celular para baixo, brevemente, quando meu
clitóris pulsou em resposta. Sim, eu estou lembrando disso também, meu
querido! E sim, eu sei o quanto você é bom com isso!
Eu: Então, esqueça essa coisa de obter um presente para mim e
seja ele você mesmo! Eu super apoio!
Na verdade, isso era outra coisa que não era corriqueiro para mim:
presentes de aniversário. Pelo menos não de pessoas que não fossem meus
irmãos, Hetor e Bernardete. Mas, esses chegavam alguns dias depois do meu
aniversário, por causa da distância, então, eu não contava como presentes de
aniversário.
Ethan: Ficarei feliz em ser o seu presente. ;)
E olha ele aí novamente. Acabando com meus pulmões, porque tudo
que me vem à cabeça é Ethan piscando para mim, pessoalmente.
Blue Hell. Era esse nome que piscava no letreiro em neon azul, sobre
uma casa noturna, de aparência luxuosa, em Los Angeles County.
— Juro, eu estou com vontade de vomitar. — Eu não menti. Meu
estômago embrulhava cada vez que Kono e Jade me guiava para dentro da
casa noturna. Eu não tinha ânimo algum para me divertir hoje. Sinceramente.
— Vamos tomar alguma bebida lá dentro e isso vai passar. — Jade
garante, com seu sorriso perfeito.
Eu odeio você, eu penso comigo mesma. Você e Kono.
Passamos sem dificuldades pelos seguranças do local e um deles nos
guiou pra dentro, por entre a multidão de pessoas dançando alguma mulher
eletrônica, e por fim, uma escada de metal.
Olhei para cima enquanto subia e os rostos familiares dos meus irmãos
e minhas cunhadas sorriam em minha direção.
Eu não acredito nisso!
Quando eu alcanço o topo na escada, Giovanni é o primeiro a se
aproximar e me abraçar. Ele fala algo sobre meu vestido está indecente e
deseja feliz aniversário mais uma vez, em seguida, todos os outros fazem a
mesma coisa. Meus olhos ardem com as lágrimas reprimidas, metade por
desconhecer o que é receber abraços e carinho nesse dia de merda e a outra
metade, por emoção.
Uma lágrima teimosa rola quando os abraços terminam, mas antes que
eu possa fazer algo estupido para estragar a maquiagem, Jade se aproxima
com um guardanapo e faz para mim.
— Eu odeio vocês por isso! — Eu grito, meio chorando, meio sorriso,
não sabendo ao certo o que fazer com tanta emoção.
Todos riem, e mesmo sob a batida frenética da música, eu reconheço
uma risada.
Meus olhos varrem o local privado para nós e pega Ethan, em toda sua
glória, sentado em um sofá no canto. Inspiro, tentando puxar algum ar para
meus pulmões.
Ele está com seus ombros largos inclinados para frente, enquanto seus
antebraços descansam em seus joelhos, e já um copo de bebida em sua mão.
Ele não disfarça quando ele analisa cada parte de meu corpo, desde os pés
com o salto de tiras preta, até de volta para meus olhos.
Eu agradeço pelos meus irmãos não estarem prestando atenção nisso.
Alguém toca meu olho e eu me viro para ver quando Lucca me passa
um pequeno copo de tequila.
— Puro. — ele diz. — Um ritual. Você não fez quando completou
dezoito, então, como essa é sua primeira festa conosco, você pode fazer hoje.
Hesitante, eu pego o copo e o encaro. Eu sei que o único jeito de me
animar hoje é ficando bêbada, então, inclinando a cabeça para trás, eu
despejo o líquido forte em minha garganta. Ele queima tomo o caminho pela
minha garganta, e quando chacoalho a cabeça para passar e abro os olhos,
Giovanni já está com outro estendido para mim. Eu faço novamente, e depois
a do Enzo. Três doses potentes de tequila depois, eu posso sentir meu corpo
queimando.
Mas para isso eu posso dar os créditos ao olhar escuro de Ethan sobre
mim ainda.
— É impressão, ou meus irmãos querem que eu fique bêbada? —
Meus lábios se puxam para o lado, em um sorriso significativo.
Giovanni encolhe os ombros largos e seus músculos trabalham quando
ele abraça sua mulher pelos ombros. — É seu dia, passarinho! Você pode
tudo hoje!
Tudo?
Meus olhos voam para Ethan de novo, e ele parece pensar a mesma
coisa. Mas eu sorrio porque isso meus irmãos surtariam, se soubessem.
— Ok. — Jade trás um cara, um pouco mais alto que eu, e muito
bonito, com olhos negros e camisa branca. — Retribuindo a gentileza de me
apresentar a minha mulher — ela sorri para Kono, que ergue sua cerveja de
volta. — eu quero que você conheça Jordan. É um amigo da época da
faculdade.
Jordan me oferece um sorriso e eu concluo que é um sorriso muro
bonito. Ele tem dentes perfeitos, alinhados e brancos. Ele estende a mão e eu
aperto ela, com curiosidade pela sua beleza. É o tipo de cara que eu sairia.
Eu escuto meus irmãos grunhirem, e meu sorrio se alarga. Com minha
visão periférica, eu sou capaz de ver os olhos de Ethan presos na união das
nossas mãos.
Jordan alisa meu dorso com seu polegar, e eu inclino um pouco a
cabeça, guiada pelo pouco de álcool em meu sistema.
Analiso meu corpo por um momento. Eu sairia com ele, com certeza,
se Ethan não tivesse na jogada. Colocando os dois na minha frente, meu
corpo não responde em nada para Jordan. Mas eu sei que meus irmãos não
podem desconfiar sobre nosso "caso", então, eu topo esse desafio com
Jordan.
— Você quer dançar? — Jordan aponta com o queixo quadrado para a
pista de dança, bem na hora que Jason Derulo começa a cantar Want to Want
Me.
Simplesmente, uma das minhas músicas favoritas.
Eu aceito e ele segura minha mão para me levar pelas escadas, com
instruções específicas do Lucca para não encostar muito.
Nós paramos bem no meio da multidão e começamos a dançar. Eu
estou de costas para ele, enquanto ele tem as mãos na minha cintura, mas o
corpo um pouco afastado, como meu irmão disse. Eu olho para cima,
instintivamente, e eu pego Ethan, de pé, atrás da certa.
Ele tem uma mão enfiada no bolso e a outra segura a cerveja. Seus
olhos estão sobre mim, diretamente. E eles estão escuros com um brilho, que
eu só vi quando ele me pegou com Kai na sala de café, ou quando me
perguntou sobre o que Kai queria comigo, em seu avião.
Eu gosto disso. Parece que, seja qual for esse sentimento, o deixa mais
possessivo e bruto na hora do sexo.
Jordan se move comigo, sua boca sopra uma respiração quente em
meu pescoço.
Eu tenho vontade de fechar os olhos, mas não dá, porque eu estou
segurando os meus olhos azuis favoritos em todo o mundo. Eu passo as mãos
pelo meu pescoço, passando sobre meus seios, barriga e, sobre a área íntima
que ele mais gosta. Olho para ele sob meus cílios quando faço isso, e seus
ombros se tensiona porque ele sabe que isso significa que eu estou molhada.
Para ele. Estou muito molhada para ele.
Mas nossa conexão é quebrada quando Mel toca seu ombro e aponta
alguma coisa no canto da área privada. E ele me dá outro olhar gelado, antes
de desaparecer do meu campo de visão.
Eu danço por muito tempo com Jordan, depois com Lucca, Giovanni,
menos com Enzo, porque esse meu irmãos não sabe dançar. Minhas cunhadas
também descem e nós dançamos Wannabe remixado juntas.
Quando voltamos para cima, meu corpo ainda está elétrico demais, até
que eu procuro por Ethan com os olhos e vejo que ele e Jade estão
conversando com a socialite cheia de si, do cabelo cinza e peitos falsos,
sentados no sofá.
Ethan estava entre elas. Jade falava algo, gesticulando e quando a
Senhora que tem os olhos falsos também, abria a boca para falar, ela fazia
questão de tocar os braços fortes de Ethan, ou esfregar seus seios turbinados
contra ele.
Mordi o interior da minha boca e olhei para longe, porque afinal, eu
não tinha o direito de ter ciúmes agora. Mas, porra, era tão malditamente
difícil...
— Precisamos ir agora! — Enzo anunciou. — Já passam das três da
manhã. Eu posso levar Alessa para casa, já que não bebi hoje.
— Eu também não bebi. — Mel diz, alisando sua barriga, ainda sem
aparecer.
— Vocês vão para o outro lado. O prédio dela é caminho para mim.
Minha cabeça vai para o lado quando ouço Ethan dizer.
Não. Não, não, não! Definitivamente não!
Não quero lidar com ciúmes hoje! Não estou em condições!
Estava prestes a protestar, dizendo que ele consumiu álcool, quando
ele diz:
— Estou com motorista.
Seus olhos prendem os meus, maliciosos, frios, e duros.
Eu estreito os meus de volta, olhando entre ele e os seios,
ridiculamente gigantes, da pireguete ao seu lado.
Ele arqueia a sobrancelha, desafiando-me.
E meus irmãos concordam com ele.
Argh!
— Sinto muito por chamar por você essa hora da manhã! — Eu olho
para Kono quando ela se aproxima, com a cara de sono.
Ela me oferece um sorriso sonolento. — Não há problema. — Ela
aponta com o polegar para cima. — Jade ainda está dormindo, e não vai
acordar tão cedo. E eu calcei meu tênis, já que você me disse que estava
caminhando. — Ela aponta para seus pés.
— Acontece que eu precisava desabafar com alguém e, sinto informar
que, infelizmente, você é minha única amiga. — Eu ainda sinto um gosto
amargo na ponta da minha língua quando falo sobre isso.
Kono estala a língua contra o céu da boca. — Então, despeja tudo,
garota!
Enquanto caminhamos pela 3rd Street, eu conto sobre tudo, desde o
início. Eu conto sobre como peguei Kai e Bridge em meu sofá; Sobre como
fui parar no apartamento de Ethan, bêbada demais até para lembrar de levar a
carteira e o dinheiro do Uber; Contei sobre como comecei a me envolver com
Ethan, sobre nossos momentos de sexo quente, sem entrar em detalhes, claro;
E, por fim, contei sobre todo o ciúme, a forma como eu implorei, e então,
sobre o que eu disse no dia seguinte, e o que ele disse no final.
No fim, quando parei para tomar fôlego, após descarregar tudo de uma
só vez, Kono está em silêncio, pensativa, com o cenho franzido, e olhando
para o movimento dos seus pés.
— E eu abri seu presente ontem de tarde, quando finalmente criei
coragem. — eu murmurei, abaixando meus olhos para meus pés, também, e
os focando na fina corrente dourado ao redor do meu tornozelo. — Ele me
deu isso. — Eu remexo meu pé para que ela veja, sacudindo o pingente de
avião. — E um caderno de desenho novo, com uma caixa de lápis Blackwing
para meus desenhos. Meus favoritos. Eu não fazia ideia de que ele sabia
disso!
Kono continua olhando para meu tornozelo por um momento tão
longo, que eu juro que senti o ponto em minha pele queimar com tanta
atenção. Quando ela levanta os olhos para mim, eles estão menores do que já
são estreitos e curiosos. — Você não tem ideia do que ele passou com Lisa,
não é? Ele nunca contou pra você.
A segunda parte não foi uma pergunta, mas eu sacudo a cabeça mesmo
assim. O que diabos a Lisa tem a ver com nossa conversa? Eu sei que ele era
apaixonado por ele e que fez de tudo para salvá-la. Sei que quando ela
morreu, ele ficou devastado. Perder alguém sempre acaba com você. Eu
assisti meu irmão caindo em um buraco sem fim antes de a Juliet chegar e o
puxar de volta. Mas eu nunca soube nada além de Ethan e Lisa, das coisas
que meu irmão contou.
— O que ele não me contou? — Eu procuro saber.
Ela balança a cabeça, negando. — Não. Eu não vou contar o que não é
da minha conta. Por que não pergunta pra ele?
— Ah claro! Aposto que ele está me amando neste momento! —
Resmungo, quando um garoto passa por nós em um skate e mochila nas
costas, provavelmente atrasado para o trabalho ou algo do tipo, já que ainda
faltam duas horas para as escolas abrirem.
— Alessa, você tem medo de se entregar de novo, e isso é
compreensível dada às circunstâncias do seu histórico de relacionamentos. —
diz Kono, calmamente. — Eu vou ser sincera com você: se a Jade me
dissesse que queria um caso de sexo casual sem exclusividade, eu
enlouqueceria. E, com toda certeza, eu não iria querer mais vê-la.
Grunhi. — Você não entende...
— Sim, eu entendo. Eu disse que era compreensível. Mas é apenas
para quem está do lado de fora dessa barca, meu amor. — ela diz quando
levanta uma mão e ajeita uma mecha rosa detrás de sua orelha. — Transar
sem compromisso com mulheres aleatórias, que se jogam em cima de você
por onde você passa, mas não convive com você, e você não sente algo por
elas, é uma coisa; Já transar com uma mulher, quase todos os dias, passar
horas conversando com ela, já tendo um vínculo com ela por causa da família
dela, é outra porra bem diferente.
Ela faz uma pausa e eu olho para longe, onde há alguns ciclistas e
corredores cumprindo com suas horas de exercícios.
— Pelo que você acabou de me dizer, — ela continua. — ele vem
querendo ficar com você bem antes do seu namoro com o encosto do Kai. Eu
posso estar errada, mas ele está sentindo algo. Acho que vocês precisam se
sentar e conversar, ou ambos vão sofrer sem nenhuma necessidade.
Eu olho para ela, finalmente, coçando o lado do meu pescoço e
pensando sobre tudo que ela acabou de me dizer. — Você acha que eu agi
errado?
Ela nega com um movimento de cabeça, imediatamente. — Você fez
para se proteger. Você não imaginava que fazendo isso, tornaria tudo mais
difícil pra você. — ela diz, sinceramente. — Apenas tenha ele sozinho para
uma conversa, antes que ele pegue o que você disse e leve ao pé da letra.
Estamos falando de Ethan, afinal. Ele não lida muito bem com a dor.
— O que você quer dizer com isso?
Ela suspira um pouco triste. — Você vai entender, se ele cair de novo.
♡
Eu não tinha os visto saindo, porque eu me tranquei na sala de
descanso do andar presidencial e só saí quase uma hora depois. Eu não chorei
de alívio, ou qualquer outra coisa. Eu tinha algo no peito que precisava ser
retirado, e o único que podia fazê-lo está a caminho de Los Angeles.
Eu toco a tela do meu celular, indecisa entre pressionar seu nome ou
não, e eu acabo optando para não, porque eu preciso ver isso pessoalmente.
Quando eu volto para minha mesa, Lúcia me diz que Ethan está
esperando por mim. Eu deixo minha bolsa sobre minha mesa e vou para sua
sala. Entro sem bater, porque, provavelmente, ele está me vendo entrar pelas
telas, dentro de sua sala.
— Você está bem? — Ethan pergunta, assim que eu fecho a porta
atrás de mim. Ele está parado, no meio do seu escritório, impecavelmente,
branco. Os óculos de leitura estão no seu rosto, dando um toque ainda mais
sexy em imagem de empresário gostosão. Seu lindo rosto está contorcido de
preocupação, mas ele não se aproxima ou se move para qualquer lugar.
Eu não sei o motivo, (talvez seja esse recado inesperado sobre meu
pai, ou o tamanho das palavras, que eu lhe falei em meu apartamento, que
está começando a pesar no meu peito) mas eu posso sentir as lágrimas vindo
de todos os cantos. Por trás dos olhos, da minha garganta... Eu aperto os
lábios juntos, reprimindo o choro e sacudo a cabeça. — Não. — eu consigo
pronunciar através da dor na minha garganta. — Eu sinto muito por não ter
deixado você falar no outro dia...
— Não tem problemas. — Ele pisa para perto, estendendo suas mãos
para meu rosto e enxugando as lágrimas com seus polegares. Delicadamente.
Carinhosamente. — Eu devia ter dito antes, em primeiro lugar.
Meu coração aperta com seu carinho no meu rosto e a forma que ele
me olha agora.
Ele parece tanto com o Ethan que eu vi um dia olhando para Lisa,
enquanto ela conversava com as amigas, um pouco distante.
Eu desejei esse Ethan para mim. E estou com ele bem na minha frente.
Eu só não posso dizer que é a mesma coisa para ele.
Ele amava a Lisa, de verdade, afinal. Todos viam isso.
Eu vi isso! Eu odiava ter visto, porque agora eu estou insegura sobre
ele.
Sua conversa não era sobre exclusividade, era sobre meu pai. Ele nem
considerou falar sobre nós dois?
Ethan segura meu rosto com cuidado, beija minha testa e leva meu
rosto para seu peito forte, abraçando-me pelos ombros.
Eu passo meus braços ao redor de sua cintura estreita. Suspirando pelo
seu cheiro habitual de loção de banho masculina e sua colônia Bond No. 9.
As lágrimas ainda insistem em cair, mas meu choro é silencioso, enquanto
me agarro a ele, matando a saudade de estar assim, bem próxima ao seu
corpo quente e grande.
— Estarei bem aqui, se precisar de qualquer coisa. — diz ele contra
minha cabeça. Suas mãos correndo ao longo dos meus braços.
Cada fio de cabelo sobre meu corpo está arrepiado por seu toque. Eu
desejo que ele segure meu rosto e desça sua boca até a minha, em seguida,
que ele me tenha em aqui, no meio da sua sala, contra a parede e sobre a sua
mesa. Mas eu sei que isso é impossível, porque A- ele ainda parece um pouco
chateado comigo, e B- ele não faz essas coisas em seu local de trabalho.
Com um grunhido baixo, eu movo minha cabeça e encosto a testa em
seu peito, respirando seu cheiro de enlouquecer. — Eu sei. Obrigada por isso!
— murmuro.
Ele toca meus cabelos, passando os dedos longos pelos fios. Um
silêncio cai sobre a sala. Nenhum barulho além das nossas respirações, que
estão ficando pesadas a cada segundo que se passa.
— Você gostou do presente? — Ele faz a pergunta sussurrando,
excitado.
Aperto os olhos fechados. — Eu amei. Obrigada por isso, também! —
Eu me afasto e ergo um pé, agitando-o para lhe mostrar que já estou usando.
Ele olha bem para meu tornozelo, e um leve, quase invisível, sorriso
curva seus lábios rosados. E combinando com seus óculos... Jesus!
Em seguida, eu peço licença e saio do seu escritório e mergulho no
meu trabalho pelo resto do dia, retirando tudo de ruim e excitante do meu
sistema por um dia. Só um dia.
CAPÍTULO VINTE E OITO
ETHAN
Alguns dias atrás.
Dias atuais.
— Sério, Evan, você devia ter me dito que viria! — Eu envio um olhar
sério para mulher em minha frente. — Eu teria mandado um jatinho pra você!
Ela devolve rapidamente com um olhar debochado, enquanto esfrega
um pano úmido contra a grande mancha vermelha em sua camisa branca. —
Pela milésima vez, E: eu sou uma adulta, e da última vez que chequei, eu
ainda sou dois anos mais velha que você.. Não queira me tratar como trata a
Jackie!
— Evan, eu já disse que amo você? — Jackie abriu um sorriso tão
aberto de onde estava do outro lado da ilha da cozinha, onde folheava uma
revista de receitas francesas, que eu pude ver toda fileira de dentes brancos
que ela tinha.
Revirei os olhos, voltando a atenção para minha irmã. — Eu não
trataria, se você não parecesse uma bagunça agora.
— Não pareço uma bagunça.
— Há cocô de pombo em seus cabelos, uma macha de sorvete em sua
blusa e a companhia aérea perdeu sua mala. — eu aponto cada coisa, de
forma exasperada. — Você é uma bagunça, Evan!
Ela faz uma careta, chacoalhando a cabeça para retirar as mechas
curtas de cabelos escuros da frente de seus óculos para que ela possa me ver.
— Ok. Tudo bem. — ela suspira. — Mas, em minha defesa, eu sempre disse
que crianças com sorvetes são um perigo, e não fazia ideia que os pombos
daqui eram tão mal educados.
Minha irmã tinha trinta e dois anos, teve vários namorados, mas nunca
quis se casar. Ela é professora do quarto e quinto ano, toma conta de várias de
crianças na escola, mas nunca pensou em ter filhos. Ela quer que todos façam
o que ela diz, mas ela nunca obedeceu alguém em sua vida.
Coloco as mãos na cintura e abaixo o queixo para olhar para ela. — E
qual a desculpa para a mala perdida?
Ela ri, inocentemente e encolhe os ombros. — Não são profissionais!?
Suspiro, exaltado com sua tentativa de ser engraçada quando ela
parece que foi atropelada por um caminhão.
— Tire essa camisa! Eu vou dá algo para você vestir enquanto entro
em contato com o aeroporto para resolver isso!
Eu a levo para meu quarto e dou uma camisa minha, uma calça de
moletom e uma toalha. Quando ela entra no meu banheiro, eu pego meu
celular de cima da mesinha de cabeceira. Digito com uma mão, enquanto
levanto a outra e empurro meus óculos de leitura mais para cima em meu
nariz. Eu estava investigando mais sobre a vida dos Puccini, para manter
Alessa a salvo, quando o porteiro interfonou, informado que minha irmã
estava na entrada do meu prédio.
Eu estou levando meu aparelho celular para a orelha quando a figura
magra e alta de Gianna toma conta da entrada do meu quarto. Ergo a
sobrancelha. — O que você faz aqui?
Ela sorri, maliciosa, projetando os seios grandes para frente. — A
ruivinha, líder das três espiãs demais, não queria que eu entrasse, mas, eu a
coloquei em seu devido lugar. Ela não é dona da casa!
Eu fechei a cara, apertando minha mandíbula. — A Jackie mora aqui,
Gianna. Ela é tão dona quanto eu sou. Ela é a porra de uma presidente desse
lugar, na sua frente!
Ela fez beicinho, os olhos cinza brilhando com uma tristeza falsa.
Você ficaria surpreso com o pedaço de pano preto que está agarrado ao seu
corpo, no formato de um vestido. Ele mal esconde seus peitos comprados,
tampouco sua bunda grande. Ela entra no meu quarto, seus saltos agulha
batendo contra o piso, deixando-me ainda mais irritado.
Eu nunca a deixei entrar aqui antes. Nem ela, nem qualquer outra
mulher. Eu olho para ela, vindo até mim com um andar sensual, um
movimento sexual em seus quadris largos. Eu não vou mentir e dizer que isso
não me atrai. Pelo contrário, me atrai, mas não da forma que fazia antes. Não
da forma que deveria fazer agora.
E eu tenho a impressão que levaria um tempo me deixar totalmente
preparado, mesmo se ela se ajoelhasse e me levasse em sua boca. Porque tudo
que eu pensaria era em como Alessa se sentiria sobre isso. Eu não deveria
pensar, no entanto. Foi ela que quis assim. Foi ela que disse na minha cara
que não se importava.
Mas, eu penso, da mesma forma. E tudo que Gianna consegue me
causar com todo o seu movimento é um leve endurecimento e uma vontade
enorme de empurra-la para fora do meu apartamento.
— Eu tenho visita agora, Gianna. — eu digo, levantando uma mão
para mantê-la a distância. — Ligo para você depois.
Ela para, olhando-me com um olhar inocente, tão falso quanto seus
peitos. — Você sempre diz isso...
Deveria servir para alguma coisa, certo?
— Eu vou! — garanto. Eu não fazia ideia de faria isso, mas era o
único jeito de fazê-la ir embora.
Ela me oferece um sorriso aberto, satisfeito e animado. A malícia
voltando para seus olhos. Ela morde o canto da boca, toda esperançosa e se
vira, caminhando para fora do quarto.
Um suspiro aliviado encontra seu caminho para fora da minha boca.
Se há uma coisa que Gianna é obcecada, é em sexo. Todo o tipo dele,
de todas as formas. Ela é o tipo de parceira que aceita fazer tudo. De um sexo
anal a uma orgia com mais de cinco pessoas. Ela foi uma boa parceira para
mim, e eu a mantive em minha chamada rápida por um longo tempo.
Mas agora há Alessa, e mesmo ela dizendo que eu posso transar com
quem eu quiser, eu não acho que meu pau concorda com isso.
Escuto quando o chuveiro no meu banheiro é desligado e lembro que
preciso ligar para o aeroporto. Então eu, finalmente, faço a ligação para
recuperar a mala da minha irmã.
CAPÍTULO VINTE E NOVE
ETHAN
Ethan abre seu sorriso padrão. Aquele que faz todo o meu corpo
tremer e minha calcinha encharcar. — Amor, acabamos de chegar...
— Sim. — meneio a cabeça duramente. — Mas eu preciso de você
agora. — eu lamento.
Sua boca encosta-se a minha têmpora, pressionando um sorriso lá. —
Faremos dessa forma — ele diz. — circulamos um pouco pelo salão,
cumprimentamos as pessoas, fazemos nossas doações, e depois de tudo isso,
nós daremos um jeito de sair daqui.
Eu não acho um bom plano, porque eu não sei quanto tempo eu vou
conseguir durar, sem calcinha e com o ponto entre minhas pernas molhado.
Mas eu assinto, concordando com ele, me agarrando a esperança de sermos
só nós dois no final da noite.
— Certo. Vamos fazer dessa forma. — eu concordo.
Ele balança a cabeça, levemente, me girando no ritmo da música. —
Você está linda, aliás. De tirar o fôlego de qualquer filho da puta presente
aqui. — ele diz e eu coro. — Eu não sei se estou confortável com você
praticamente nua e tão perto do Jordan.
— Acho que já estabelecemos que há algo rolando entre ele e sua
irmã. — Eu olho ao redor, em busca de um deles, mas não há nem sinal.
Ethan ri um pouco, mexendo a cabeça. — Se há, tenho certeza que
minha irmã vai tornar isso impossível. Ela é expert nesse assunto.
Isso me torna curiosa. Eu notei que ela ficou um pouco retraída e
pensativa quando nos encontramos mais cedo e ela falou sobre isso. Há algo
sobre ela que eu não posso dizer o que é.
Pelo visto, nem o próprio Ethan.
— Você não fica preocupado? — eu pergunto. — Digo, eles nem se
conhecem, além dos esbarrões e das blusas perdidas.
— Evan tem trinta e dois anos. Ela sabe se cuidar muito bem.
— Você tem trinta e mesmo assim ela te defendeu. — eu aponto.
Ele encolhe os ombros. — Minha irmã sempre foi muito protetora,
Less. Mas, se eu te deixar aqui e for atrás dela, é muito capaz que eu volte
com um chute na bunda.
A música acaba e outra começa a seguir. Estávamos prestes a começar
a dançar novamente, quando Lucca tocou o ombro de Ethan e ofereceu seu
sorriso de lado, típico de Lucca Lazzari.
— Posso? — Ele aponta para mim e Ethan concede a ele. Ele me pega
para dançar, sorrindo para mim, enquanto começa a se mover.
Estreito meus olhos. — Diga logo o que você quer. Eu te conheço.
Lucca ri, levantando meu braço e virando-me, e trazendo-me de volta
para seu peito. — Jogo da pergunta e resposta, pequena.
Ergo uma sobrancelha, surpresa. — Agora?
— É a sua pergunta?
Sacudo a cabeça. — Não! Eu só quero entender o por que disso bem
agora!
Encolhe os ombros. — Eu começo. — ele diz e quando ele move a
cabeça para falar alguns fios do seu cabelo caem em seus olhos. — Você e
Ethan. O que está rolando?
Engulo em seco, paralisando por uns instantes.
Lucca me gira de novo, indo mais rápido, na medida em que o ritmo
da música aumenta.
Eu penso em mentir pra ele e lhe dizer que não há nada aqui. Mas
então, se eu fizer, estarei quebrando única regra da brincadeira e ela não mais
noção, futuramente.
— Não sou nenhuma criança. Eu não vou fazer uma cena, paixão. —
ele me garante. — Ele é meu melhor amigo. Melhor que ninguém eu sei do
seu caráter. E eu sei que deve ter alguma coisa para que ele não tenha me
contado sobre isso ainda, e não é apenas por você ser minha bebê.
Minha testa cai em meu peito e eu suspiro. — Eu sou apaixonada por
ele desde o dia em que você o levou em minha casa, na Itália. —confesso. —
Eu apenas não demonstrei isso. Mas, agora... Trabalhando com ele... Jesus,
Lucca. Não podemos conversar depois? — Levanto para olhar pra ele.
Ele assente, seus olhos calmos, mostrando o contrário do que eu
pensei que seria. — Eu quero conversar com vocês dois. — ele avisa.
Eu assinto.
— Não vou falar nada até conversar com vocês. — ele diz.
Assinto novamente.
Ele beija minha testa. — Eu te amo, paixão.
Eu me derreto. — Eu também te amo.
♡
Meu coração ainda está martelando contra minha costela enquanto eu círculo
pele salão, cumprimentando as pessoas. Um sorriso no rosto e uma voz
simpática. Mas, por dentro, eu estava nervosa pela conversa com meu irmão.
Eu tenho enviando olhares nervosos para ele e para Ethan. E eu tremo cada
vez que eles chegam perto um do outro.
Mas, Lucca parece tranquilo. Ou ele apenas faz isso para ver minha
reação.
— Não esperava encontrar você aqui. — uma voz soa atrás de mim.
Eu não tenho certeza, mas eu acho que meu corpo inteiro estremeceu
com nojo. Eu me viro em meus saltos para encarar a vaca turbinada.
Ela estava sorrindo, com seus cabelos cinza soltos em volta dos
ombros. O vestido que usava era elegante, num tom de cinza escuro, com
pequenos diamantes espalhados por todo lugar.
Suspirei de tédio. — É o que acontece quando sua família é uma das
famílias colaboradoras. Você comparece.
Antes que ela pudesse falar qualquer outra coisa, eu recebo uma
mensagem de Mel, me pedindo para alcançá-la no banheiro. Eu não peço
licença quando eu saio em direção ao banheiro feminino e deixo Gianna com
uma careta.
ETHAN
♡
Ethan estacionou em frente ao prédio da E.C.A e meu cenho franziu.
— O que estamos fazendo aqui? — eu me virei para ele, enquanto
desatava meu cinto de segurança.
Ele desliga o carro e retira a chave. — Pensei que seria melhor para
conversar em um lugar privado.
Eu assenti, engolindo em seco.
Entramos no elevador particular de Ethan, e em vez dele ir para o
outro lado, como de costume, ele encostou-se à parede e puxou minhas costas
para seu peito. Sua mão fazia uma leve massagem na minha, como se ele
quisesse me manter calma. Eu amei a forma que sua boca beijava meus
cabelos, meu pescoço, meu ombro, e ele sussurrava para que eu respirasse.
Eu respirei e me deixei envolver por esse momento.
Lamentei quando as portas se abriram no seu andar e precisamos nos
separar. Eu o segui até a sala de café, após Lúcia nos dizer que era onde
estavam nos esperando. Por instinto, eu fui direto para o lugar onde Hetor
estava perto da cafeteira moderna.
Ele me abraçou, alisando minhas costas com carinho. — Você está
bem?
Eu assenti. — Estou. — garanti. Eu não olhei na direção da minha
mãe porque meus olhos foram capturados por um par de olhos verdes e
cabelos negros.
Tão familiar...
Era como se eu tivesse olhando para algum tipo de versão masculina
minha. Meu queixo caiu.
Ele parecia tão jovem, com cabelo negro e escorrido e vestido todo de
preto. Seu terno era preto, sua camisa de dentro era preta, e seu sapato era
preto. Ele, com toda certeza, ainda não chegou aos seus cinquenta anos.
Parecendo nervoso, ele enfiou as mãos nos bolsos. — Você deve ser a
Alessa. — ele diz.
— É óbvio, pai! — uma voz feminina soa e eu vejo a mesma garota do
site de modelos, perto da janela. — Olhe para ela! Ela se parece tanto
comigo! Droga, ela se parece com você!
Puccini deu um passo para frente. — Sim, ela parece. — seus olhos
brilhavam tão fortes, como esmeraldas. — Me chamo Andreas Puccini, e eu
sou o seu pai.
Eu balancei a cabeça, meus olhos embaçados com lágrimas. — Ele é o
meu pai. — Eu me enrosquei mais em Hetor. Eu me sentia como uma criança
agora, mas eu não me importo, porque estou apenas diante do homem que
supostamente não me quis.
O brilho nos olhos do homem vacilou. Ele olhou de cara fechada para
minha mãe, e apontou para mim. — O que você contou a ela, Sandra? — Ele
exigiu saber.
Todos tiveram seu pescoço virado para minha mãe.
Ela não se encolheu. Seu nariz se ergueu como de costume. — A
verdade.
— Que verdade? A sua? — ele balançou a cabeça, incrédulo, e virou
para mim. — Ela contou que ela veio até mim e disse apenas "Andreas,
estava grávida. Sim, eu estava, pois retirei o bebê. E eu não quero discutir
sobre isso. Adeus!". Foi tudo o que ela me disse, e quando eu a procurei, ela
me ignorou de todas as formas possíveis.
— Andreas... — mamãe tentou pará-lo, mas ele estava determinado.
— Ela saiu da Itália, e eu devia ter suposto que ela tinha vindo para cá,
porque, nos meses em que vivemos juntos, tudo que ela sabia era falar o quão
feliz ela era com Hetor Lazzari, no quão estúpida ela foi por deixá-lo separar
dela. — Ele cerrou os dentes e respirou fundo. — Se essa foi a verdade que
ela contou pra você, então ela, pelo menos, foi honesta com uma pessoa em
sua vida.
Eu balancei minha cabeça, cobrindo minha boca com uma mão,
chocada, incrédula. Desacreditada. Eu olhei em direção a ela, procurando por
algum indício que esse homem estava apenas inventando coisas; Que ele me
abandonou e agora, por algum motivo, ele voltou e quer algo de nós.
Mas mamãe apenas olhava para todos os lugares, menos para mim. Ela
era culpada. Eu a conheço o suficiente para saber como ela reage quando ela
está errada.
— Não foi isso que ela nos contou. — Hetor diz, sua voz grossa, ainda
mais grossa com raiva. — Por que você mentiu para sua filha, Sandra? Por
que dizer que ela foi abandonada?
Minha mãe olhou para ele com raiva. — Ele era apenas um moleque
de vinte e três anos! Eu sabia que ela ficaria muito melhor com você!
— Babo sempre foi um homem forte e bom! — Valentina entrou na
conversa. — Eu sou apenas poucos anos mais nova que ela, e ele sempre
esteve lá para mim. Nunca me deixou faltar algo.
Mamãe rir sem humor. — Hetor sempre foi um ótimo pai...
— Eu sou seu pai, Sandra! — Puccini gritou. — Eu deveria ter sido
um bom pai para ela, não ele, ou qualquer outro! Eu, droga!
Eu me encolhi e eu senti quando Ethan se aproximou. Minha cabeça
parecia que ia explodir a qualquer momento. Eu só queria sair daqui e ir para
um lugar mais tranquilo. Minhas pernas vacilaram e eu cai no peito de Hetor.
Escutei múrmuros. Senti Hetor me segurar melhor, e a mão familiar de Ethan
em minha cintura.
Mamãe veio para perto. — Querida, você está...
Eu recuei de seu toque, meu rosto se transformando em uma careta de
nojo. — Não, eu não estou bem, mãe! Fica longe de mim, por favor! — Eu
me segurei em Hetor e olhei nos olhos preocupados de Ethan. — Eu preciso
respirar. Tira-me daqui! Por favor, apenas me leve daqui um pouco!
CAPÍTULO TRINTA E SETE
♡
— Por que estamos no seu escritório? — Ela me pergunta, curiosa,
olhando-me hesitante.
Faço-a sentar em meu colo quando desço para minha poltrona.
Ela me abraça com um braço e espera ansiosa, como uma menina
pequena, com as pernas balançando para frente e para trás, enquanto me
estico e pego o envelope rosa da gaveta. Seus olhos se arregalam quando ela
vê o nome de Lisa assinado.
— A mãe dela me entregou isso após sua morte. — eu explico. — Eu
nunca abri.
— Por quê?
Encolhi os ombros. — Sempre achei que não precisava ler. Ela me
abandonou, Less.
Ela toca meu rosto. — E por que ainda está com ela?
— Acho que eu preciso terminar com esse capítulo da minha vida para
começar um novo. — eu digo e olho em seus olhos. — Eu quero você, mas
para isso, eu preciso saber o que tem aqui dentro.
Ela assente, consciente. Engole em seco e começar a se levantar, mas
eu a seguro firme.
— Não vai, não. — eu peço, com agonia no peito. — Quero você aqui
comigo enquanto eu leio.
Ela fica com um aceno de cabeça.
Eu olho para carta em minha mão, e eu hesito como sempre faço. Eu
tenho vontade de apenas rasgar ela e joga-la na lixeira. Minha mão treme e
soa. Meu peito está apertado.
A mão pequena de Less se pousa sobre a minha. — Você quer que eu
leia para você?
Olhei para seu rosto bonito. — Você não precisa se não quiser.
Less segura meu rosto com as mãos, com carinho. — Ethan, eu
também quero muito você. E se para isso, eu tenho que ler algo sórdido da
sua ex, eu faço. Por você, baby. Por nós.
Eu a deixo levar o envelope da minha mão e assisto enquanto ela abre
com cuidado para não rasgar. Ela retira o papel e desdobra. Ela engole,
respira fundo e começa a ler:
Você sabe o que dizem nos começos das cartas em filmes dramáticos,
certo? "Se você está lendo esta carta, então eu não estou mais por aqui..."
Eu morri. Minha nossa, eu realmente morri, Ethan. Como eu poderia
imaginar isso algum dia? Eu não pensava sobre isso quando te via nas
revistas e em sites de fofocas, e sonhava em te conhecer um dia. Eu não
pensei sobre isso quando te vi pela primeira vez, quando você entrou no
refeitório do Campus e me deixou suspirando, juntamente com todas as
outras garotas no local. Eu não pensei nisso quando você entrou no meu
apartamento, para ajudar na mudança da Mel e eu quase tive um pequeno
ataque cardíaco... Tudo que eu pensava era em me casar com você, ter uma
casa com você, e um par de lindos filhos. Racer e Faith. Eram os nomes que
eu imaginava. Racer seria sua cópia, e Faith a minha. Ou ela apenas poderia
ser a sua, também. Eu não me importaria, porque ela seria linda. E, falando
em filhos... Eu sei que você pensa que eu fui egoísta com você. Sim, eu
conheço você, e eu sei como sua cabeça linda funciona. Mas a droga da vida
não foi egoísta comigo, Ethan? Conosco? Eu não fui egoísta, eu fui
apaixonada. Apaixonada o suficiente para querer que você tivesse apenas as
boas lembranças de nós dois. Como da vez em que você me ajudou a pintar
meu quarto, quando me levou para uma bebida no bar da esquina, pela
primeira vez, ou quando me levou ao zoológico apenas porque eu estava de
TPM e você disse que ver o urso Panda e comer pipoca com calda de
chocolate me faria melhor, ou quando eu fiz você ir ver Como Eu Era Antes
de Você três vezes no cinema, em menos de uma semana. Até mesmo quando
fizemos amor na minha cama de hospital. Portanto, se ser egoísta for não
querer que você me visse definhar em uma cama, ou ver nosso pequeno bebê
sendo retirado de mim, porque ele era muito novinho para nascer antes que
eu partisse, então eu sou a pior egoísta do mundo. Mas, eu não fui Ethan.
Não nesse ponto, pelo menos. Eu fui egoísta porque eu chorei, todos os dias,
querendo ligar e retirar o que eu disse sobre eu amar a mulher que você
escolhesse para se entregar. Eu não a amaria, Ethan, eu odiaria. Odiaria
por ela ter você ao seu lado, por ela ter seu amor, seu carinho. Por ela ter
toda essa sorte, e não eu. Eu fui egoísta porque eu não posso nem imaginar
te dividir com outra pessoa; Por não querer que você siga em frente. Por
desejar que você nunca encontre alguém, como eu havia dito antes. Eu sou
realmente egoísta quando se trata de você, Ethan. Eu te amei mais do que eu
me amei. Deus, te amei mais que tudo na droga desse mundo maldito! Mas
então, eu morri, Ethan. Eu morri e você não. Sua vida continua. E a sua vida
é tão linda, você merece tanta coisa. Você merece o mundo inteiro, meu
amor, e junto com ele, você merece alguém que te ame com a intensidade que
você merece ser amado. Alguém que não seja egoísta e te dê muitos filhos.
Alguém que a vida não arranque de você, com uma desculpa mesquinha de
uma doença terrível. E quando você encontrar essa pessoa agarre-a e faça
acontecer. A leve para o zoológico quando ela tiver de TPM, compre
chocolates para ela, arrume desculpas para tocar seu rosto, faça amor com
ela sempre que tiver uma oportunidade, por menor que ela seja. Faça-a feliz,
Ethan. Tenha filhos. Muitos deles. A vida é um pequeno e desprezível piscar
de olhos. Passa muito rápido. Portanto, ame-a. Falo sério, Ethan, ame-a
linda, forte e intensamente. E viva. Pelo amor de Deus, meu amor, viva!
Eu estarei aqui, de onde quer que eu esteja, amando você, até o último
balançar da minha alma.
E eu sei que nunca vou compensar o que te fiz passar, mas se você
ainda quiser nos visitar, ou apenas visitar o nosso bebê, estaremos te
esperando no Forest Hill. É onde estamos.
Com amor e muita dor... Elisa, como você preferia me chamar.
CAPÍTULO TRINTA E NOVE
Eu me sinto doente.
— Merda. — eu sibilei baixinho. Eu estava atordoada, e havia um
aperto no meu peito. Pela Lisa. Pelo Ethan. Por ambos.
O olhar de Ethan está sobre um ponto perdido. Ele não diz nada, mas
eu sei o quanto ele estava fodido. E eu não estou falando apenas do corte em
seu lábio inferior.
Eu questionei ele sobre isso, após nossa muito maravilhosa sessão de
sexo com posições deliciosas, e até algumas novas para mim, e ele apenas
veio com um "Não foi nada demais. Depois falaremos sobre isso." e me
puxou para fora da sua cama e de seu quarto, e me trouxe até aqui.
Não sou idiota. Eu sei que eu ele falou com meus irmãos, porque meu
celular não parou de apitar com mensagens do Enzo e do Giovanni. Eu não
acho que o corte veio do Lucca.
Se fosse, Ethan estaria com esse corte desde o baile de caridade.
— Fale alguma coisa! Como se sente? — Eu seguro seu rosto com
uma mão, enquanto a outra está segurando o papel rosa. Meu estômago se
revira com o ciúme. A ideia dele ainda amá-la me deixa tão doente. Mas eu
sei o quanto isso é grande e forte no psicológico de qualquer um.
Até de um homem tão grande como Ethan.
Seus olhos encontram os meus e não há nenhuma expressão lá. — Não
vou mentir pra você. — ele diz. — Eu esperei a dor vir. A dor que senti
quando ela se foi para longe, mas ela não quer chegar. Eu amei a Lisa, sim.
Só que, talvez com a decepção, isso se tornou apenas um carinho distante.
Por ela, eu quase me destruí. Passei anos pensando nos motivos dela ter ido
embora, os motivos dela ter pensado apenas nela. — ele pega a carta da
minha mão e olha pra ela com o cenho franzido. — E mesmo depois dessa
carta, eu não consigo entender. Eu só consigo sentir pelo meu filho, que não
pude me despedir.
Assinto consciente, odiando a forma que ele estar agora. — Se você
quiser, podemos ir à Boston para visita-lo. Eu posso ir com você, se for sua
vontade.
Ele me olha com tanto carinho que me derrete. — Você faria isso?
— Baby... — Eu me levanto e sento-me montada dele, me apoiando
em seus ombros. Seguro seu rosto, agora com as duas mãos e prendo seus
ombros com os meus. — por você, eu faço qualquer coisa. Eu já disse isso.
Uma mão sua segura minha cintura, a outra um lado do meu rosto. Ele
me puxa para baixo e une nossos lábios, num beijo sem língua e tão suave,
que tudo que eu sinto é a maciez dos seus lábios massageando os meus. —
Eu amo você, Alessa. — ele respira contra minha boca.
Eu paraliso.
Minhas unhas afundam em seus ombros, como se eu tivesse acabado
de atingir um orgasmo filho da puta.
— Você... tem certeza? — Meus olhos procuram os seus, procurando
algum deslize. Não há. Eles apenas brilham com todo carinho e amor que ele
consegue transmitir.
— Toda certeza do mundo. — ele me aperta.
Eu engasgo um sorriso quando uma lágrima vem rolando pelo meu
rosto, e seu dedo vem e a enxuga.
Eu abaixo e beijo eles de novo. Beijo-o na boca. — Eu também te
amo. —No queixo. — Te amo. — Na mandíbula. — Te amo. — Pescoço. —
Te amo. — Em cada pálpebra. — Te amo. — Testa. — Te amo. — Boca de
novo. — Eu amo você, Ethan!
Ele sorri também, e me beija de verdade. Dessa vez com língua, com a
intensidade e o carinho que ele sempre me beija.
E não há mais carta com envelope rosa, ou Lisa, ou seu lábio ferido
pelos meus irmãos. Só nós dois.
Seu lábio.
Merda!
Quebro o beijo e me afasto, passando meu polegar pelo corte.
— Não está doendo. — ele tenta me acalmar.
Nego com a cabeça. — Você não devia ter ido sozinho falar com eles.
— E o que mudaria se você tivesse ido?
Encolho os ombros. — Eu não deixaria que eles fizessem isso. Eu já
tenho vinte e quatro anos!
Ele ri. — Less, eles são seus irmãos. Você poderia ter quarenta e ainda
assim, você seria a menininha deles. Eles vão te proteger sempre, não importa
sua idade, porque eles te amam.
— Mas não precisava machucar você. — eu lamento, olhando para seu
corte.
— Valeu a pena. — diz ele, com um leve curvar de lábios. — Foi por
você.
Eu gemo com isso, abraçando ele forte, apertando meu corpo no dele e
ele me abraça de volta, me cheirando no cabelo.
Por cima de seu ombro, eu vejo que já está anoitecendo e eu percebo
que não comi nada o dia inteiro.
Largo o abraço. — Me deixe cuidar disso, tudo bem? — me refiro ao
seu corte. — Em seguida, me leve para jantar. Não me lembro de ter
almoçado hoje.
Ele se desencosta de sua poltrona e estica o pescoço para beijar minha
garganta. — Sim senhora. — ele sorri.
♡
Eu estou um pouco ciumenta, mas eu sei que é disso que ele precisa.
Então eu vou.
CAPÍTULO QUARENTA
— Ethan... Por favor... — eu levo minha mão para trás e aperto seus
cabelos entre os dedos. Eu estou inclinada sobre a mesa da suíte presidencial,
de um hotel em Boston, enquanto Ethan está ajoelhando, por trás de mim,
com a cabeça enfiada entre minhas pernas, usando a sua língua no meu ponto
mais sensível.
Ethan ri contra a carne da minha bunda. — Por favor? O que
exatamente você está me pedindo, amor? — Pergunta, ironicamente. Ele
crava os dentes na minha bunda, raspando suavemente após a mordida.
Coloca um beijo ali, enquanto seus dedos circulam meu clitóris.
Ranjo os dentes, apertando meus dedos nas quinas da mesa, chegando
cada vez mais perto de enlouquecer. Encosto minha testa contra a mesa e
procuro controlar meus sentimentos e focar em trazer o meu orgasmo. Eu
rebolo em seus dedos, mas ele para.
Ele simplesmente para.
— O que você tem hoje? — eu rosno, olhando para a madeira da
mesa.
— O que você acha que eu tenho hoje? — ele pergunta. Um dedo seu
me invade e eu suspiro, mas ele não movimenta. Em vez disso, ele se levanta
atrás de mim e me puxa para cima, minhas costas contra seu peito duro. Ele
inclina a cabeça e seu nariz cheira toda a base do meu pescoço. — Você não
sabe o que eu tenho hoje?
Embriagada pelo prazer que seu dedo está me proporcionando, eu
sacudo a cabeça. — Não...
— É que você ainda não disse que era minha hoje, amor. — ele
sussurra em minha orelha. — Não disse que me amava. Que me queria... —
Ele pressiona o dedo dentro de mim.
Eu lamento, e preciso segurar na mesa outra vez para sustentar minhas
pernas. — Ethan... amor, eu sou toda sua! Eu amo você e eu quero muito
você... tipo, agora mesmo!
Ele retira o dedo de dentro e eu lamento. Ele pega minha cintura, e me
coloca sentada sobre a mesa e vem para o meio das minhas pernas. Nu. Ele
retirou a roupa e eu nem percebi.
E eu continuo com meu vestido cobrindo a parte de cima e
emaranhado ao redor da minha cintura. Eu devo estar parecendo uma
bagunça sexual. Eu posso sentir meus cabelos por toda parte e meu rosto todo
corado, e o suor escorrendo pelo meu pescoço e costas.
Eu vejo Ethan pegar seu grande e perfeito pau e levar para uma tortura
lenta, de cima a baixo, em meu sexo molhado. Seus olhos presos no ponto em
que nossos corpos se encostam, admirando aquilo, como se fosse uma pintura
de um artista famoso em um museu.
— Eu precisava muito disso. — Ele empurra para dentro devagar,
preciso. Intenso.
Tão intenso que minhas costas arqueiam e meu quadril vai para frente,
procurando por mais.
Suas mãos largam minha cintura e ele começa a abrir o zíper lateral do
meu vestido, em seguida, ele retira sobre minha cabeça, deixando-me com
nada além que um sutiã preto de renda, que eleva meus seios o bastante para
deixar para a imaginação. Ele se inclina para mim, entrando e quase saindo
de dentro, e suga o topo de um seio.
Ergo uma mão para seus cabelos.
Um de seus braços me abraça mais perto e ele aumenta o ritmo
enquanto ele suga minha pele por todo o lugar.
Está tudo em silêncio na suíte, a não ser pelo som dos nossos corpos
colidindo com força e das sucções de sua boca em minha pele.
— Não passe um dia sem me dizer isso, tudo bem? — ele diz com
dificuldade contra meu pescoço. — Eu preciso ouvir isso de você. Sempre.
Eu assinto loucamente. — Não vou passar. — eu garanto. Eu posso
sentir meus olhos revirarem com o prazer.
Ele empurra mais profundo, pressionando, e ele goza junto comigo.
Nós dois tremendo um no outro. Agarrados. Acabados. Trêmulos. E
dispostos para mais uma, em um lugar mais confortável que uma mesa.
Quando minha respiração começa a voltar, eu seguro seu rosto entre as
mãos. Eu pego seus olhos com o meu. — Eu amo tanto você, Ethan! — eu
digo. — Eu amo desde que eu era uma criança, e se ouvir isso todos os dias,
todos os momentos, é o que você precisa, então eu vou dizer sempre. Porque
é a mais pura verdade, tudo isso. Eu sou sua. Eu quero você. E, caramba, eu
amo você, Thanthan!
Ele ri um pouco e encosta a testa na minha. — Eu amo você, Less! —
ele respira. — De verdade. Eu posso ter demorado pra perceber, mas eu amo.
— Ele faz carinho pela minha bochecha e me beija.
O beijo mais apaixonado que ele já me deu.
ETHAN
Enfio as mãos nos bolsos do meu sobretudo negro quando bato a porta
do carro atrás de mim.
Boston é conhecida pelas nevascas e frios de matar e é tudo verdade.
A neve fraca cai sobre mim, e é difícil até para pisar no chão. Eu dou a volta
pela frente do carro, abro a porta do passageiro e ajudo Alessa a descer. Eu
disse que ela não precisava vir até aqui, mas ela insistiu, dizendo que se veio
comigo para Boston, então ela iria até o fim.
Eu não discuti. Eu sabia que precisava dela, do apoio dela. Não faço
ideia do que vou sentir quando estiver diante da sepultura do meu filho e da
Lisa, por isso eu precisa dela para me manter são.
— Confesso que estava com saudades de usar botas como essa. —
Alessa diz, levantando uma perna para mostrar a bota de cano alto, que
alcança seus joelhos. Mesmo toda coberta, com uma calça preta, blusa de
mangas compridas e gola alta, e um sobretudo pesado cinza, ela é a mulher
mais sexy do mundo para mim.
— Elas ficam muito perfeitas em você. — Eu pisco para ela,
enrolando meus dedos nos seus, enrolados por uma luva. Com a outra mão,
eu puxo mais sua touca e aperto sua mão. — Obrigado por estar aqui, Less!
— falo baixinho.
Ela me oferece seu sorriso mais lindo. — Não há de quê, meu amor.
— balança a cabeça devagar. — Sempre que precisar de mim.
Positivo.
Minha boca caiu aberta, meus olhos se encheram de lágrimas e eu não
sabia o que fazer.
Quase onze meses depois de parar de usar anticoncepcional, eu
finalmente estou segurando um teste de gravidez, com duas listras rosas.
Positivo.
Eu estou grávida. E chorando. Eu estou chorando, sentada na bacia
sanitária, do banheiro da nossa casa nova.
Minha e de Ethan. Nós compramos juntos há alguns meses e com a
ajuda da Aurora, eu redecorei toda ela ao nosso gosto. Há muitos toques
brancos e azuis por toda a casa. Foi uma boa mistura. Nós não poderíamos
esperar para depois do casamento.
Com a outra mão, eu toquei a área onde havia as duas listras rosa e um
sorriso bobo surgiu nos meus lábios.
Porra, sim, eu estou grávida.
Eu toco minha barriga, as lágrimas escorrendo pelo meu rosto.
Jesus! Estou realmente grávida!
Há batidas na porta do banheiro e a voz rouca e amorosa de Ethan soa:
— Meu amor, as pessoas estão esperando por você lá embaixo. Esse é o
nosso jantar de noivado, você precisa estar presente também.
— Um momento. — Eu rapidamente enxugo meu rosto com uma
mão, enquanto me levanto da bacia e escondo o teste debaixo de algumas
toalhas de rosto, dobradas na gaveta. Eu vou contar a ele, eu só preciso de um
momento perfeito para isso.
— Você está bem, Less? — Ele inquire com preocupação.
— Estou amor. Só um minuto, tudo bem? — Eu arrumo meu vestido,
em seguida, começo a dar batidinhas em meu rosto para desinchar um
pouco. Não funciona. Eu não tinha maquiagem no banheiro, então eu peguei
um colírio e pinguei nos olhos, antes de abrir a porta. — Caiu alguma coisa
nos meus olhos e eu precisei pingar algumas gotas de colírio.
Com uma expressão preocupada, Ethan toca meu rosto
carinhosamente. — E saiu meu amor?
Assinto toda derretida. — Sim, eu consegui retirar sem borrar a
maquiagem. — encolho os ombros, tentando parecer normal, firme,
descontraída. — Coisas de mulher.
Ele me dá seu sorriso lindo. — Você está linda! — ele elogia, beijando
meus lábios, castamente.
Ele me levou de mãos dadas até a sala de estar, onde todos nossos
familiares e amigos próximos estavam presentes. Falamos com cada um
deles, recebendo os parabéns pelo noivado e muitos abraçados apertados.
Eu estava feliz hoje. Com certeza o dia mais feliz da minha vida. Eu
descobri que estava grávida, noivei com o amor da minha vida, e envolta das
pessoas que eu amo.
Esperamos onze meses para fazer o jantar, para que todos pudessem
vir, incluindo Andreas, meu pai biológico e Valentina, minha irmã caçula. Eu
ainda estou me acostumando com isso, também.
Hetor pega uma taça e sugere um brinde. Todos pegam suas taças, mas
eu dispenso educadamente quando um garçom me oferece uma. Todos me
olham assustados e curiosos.
Abro um sorriso largo, pego a mão de Ethan e encolho os ombros,
desculpando-me. — Eu não posso beber, família. — eu coloco a mão grande
de Ethan sobre minha barriga, enquanto observo sua reação.
Ele pisca muitas vezes, abrindo e fechando a boca, até que ele começa
a rir de verdade. Ele procura meus olhos. — Nós vamos...? Sim?
Assinto, freneticamente, meio sorrindo e meio chorando. — Sim,
baby. Nós teremos um bebê! — eu digo em meio ao choro, minha voz
embargada.
Ele explode em uma risada cheia de felicidade, me pega pela cintura e
me ergue, girando-me em seus braços.
Hetor vem para perto quando Ethan me devolve ao chão. Ele beija
minha bochecha e alisa meu cabelo, carinhosamente. — Por favor, tragam
um suco para minha filha! — ele ergue uma sobrancelha para Andreas e
corrige: — nossa filha.
Andreas devolve, erguendo um pouco sua taça, com um sorriso
satisfeito.
Alguém me entrega um copo grande com limonada – minha favorita, e
eu deito minha cabeça no peito de Ethan, ouvindo Hetor falar;
— Um brinde à felicidade do casal, — ele diz, erguendo sua taça. — e
ao meu novo netinho.
— Ou netinhos! — Kono disse.
Todos riram e concordaram com ela. Foi gostoso sentir a risada de
Ethan através do seu peito. Ele beija o topo da minha cabeça enquanto me
abraça com um braço e mantém sua taça na outra mão.
Após o brinde, todos vieram e me abraçaram pela segunda vez esta
noite; desta vez, desejando felicidades para nosso pequeno bebê. Ethan não
saiu de perto de mim, e ele parecia me segurar o tempo todo, como se
estivesse com medo de que eu tropeçasse ou algo parecido.
— Estou tão feliz que a Wynn vai poder ter uma prima com quase sua
idade! — Mel junta as mãos na medida do peito, seus olhos brilhando quando
ela cita minha sobrinha de quase um ano.
Lucca fez um biquinho quando torce os lábios. — E se for um
menino?
— Serão gêmeos! — ela afirma.
Sorrio, meneando a cabeça. — Certo. Podemos ir com calma, porque
esse é o primeiro. Eu nunca cuidei de um bebê e eu sinto que posso ficar um
pouco desesperada com isso.
— Não vai ficar desesperada. — Ethan diz, seu tom transbordando
carinho e admiração. — Você é perfeita em tudo que faz amor. Vamos
conseguir fazer isso juntos.
Eu concordei com um aceno e um largo sorriso.
Sim, eu estou desesperada agora, mas eu também estou feliz e me
sentindo uma mulher adulta da forma que nunca me senti antes. Eu estava
prestes a me casar com o amor da minha vida, estava grávida e eu tinha uma
casa, comprada com meu dinheiro também. Estava começando a minha vida,
com minha família.
Valen chega perto para se despedir, porque ela tem um desfile em dois
dias em Londres e precisa viajar ainda hoje, e ela termina abraçando meus
irmãos.
Estreito os olhos sobre cada um deles quando ela vai embora. —
Vamos deixar algumas coisas bem claras aqui, bonitões — eu chamo suas
atenções. — Valentina é minha irmã, não suas. Vocês são meus irmãos, não
dela. Entenderam a matemática? Abracem-na e beijem sua cabeça, da mesma
forma que fazem comigo, outra vez, e eu nunca mais abraço qualquer um de
vocês!
Meus irmãos começam a rir.
Ergo uma sobrancelha, desafiadora. — E pergunto ao Andreas se ele
tem algum filho ou um sobrinho que ele considere como um, para que eu
possa ir abraçá-lo e o chamar de paixão, amore mio... fratello belíssimo...
Bingo!
Eles param de sorrir e uma carranca surgiu em cada face linda dos
meus três homens.
É a minha vez de sorrir, mas o meu sorriso é satisfeito.
⚫⚫⚫
Oito anos depois...
EPÍLOGO EXTRA
RIO DE JANEIRO
FIM.
AGRADECIMENTOS
Então, amores, chegamos ao fim de mais um livro e da minha primeira série!
Infelizmente, né? Meu coração está tão apertadinho que chega dói com essa
despedida.
Alessa foi, de todos os livros da série, a mais desafiadora para se escrever. Os
outros irmãos foram complicados (o lance do abuso no primeiro livro, a
mentira no segundo, a conquista do terceiro) mas ela conseguiu se superar.
Ambos, Alessa e Ethan, tinham remorsos da vida. Ele tinha medo de se
apegar novamente a alguém e ser deixado para trás; Ela tinha medo de
confiar nas pessoas. Medo da traição.
Alessa foi, sem dúvidas, o livro mais gostoso e desafiador de se escrever.
Eu quero agradecer a vocês por acompanhar essa série e por gostarem dela.
Eu sempre digo que escrevo para vocês e eu não estou mentindo. Eu acordo
todos os dias e pego meu computador, pensando no que escrever pra vocês;
pensando nos detalhes que vocês vão gostar, vão sorrir, vão
chorar... Isso tudo é pra vocês, meus amores. Cada irmão Lazzari foram feitos
para vocês. Apenas. Então eu dedico todos eles a vocês, e todos que virão em
breve, também.
Obrigada por cada comentário, cada texto lindo que me fez chorar, cada
apoio, cada vez que me fizeram sorrir... Sério, muito obrigada por tudo,
minhas "Lazzarináticas"!