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Depressão designa várias condições. Pode ser sintoma, síndrome ou transtorno mental (doença).
Enquanto sintoma, a depressão pode surgir nos mais variados quadros clínicos, entre os quais: transtorno de
estresse pós-traumático, demência, esquizofrenia, alcoolismo, doenças clínicas, etc. Pode ainda ocorrer como resposta
a situações estressantes, ou a circunstâncias sociais e econômicas adversas.
Enquanto síndrome, a depressão inclui não apenas alterações do humor (tristeza, irritabilidade, falta da
capacidade de sentir prazer, apatia), mas também uma gama de outros aspectos, incluindo alterações cognitivas,
psicomotoras e vegetativas (sono, apetite).
Finalmente, enquanto doença, a depressão tem sido classificada de várias formas, na dependência do período
histórico, da preferência dos autores e do ponto de vista adotado. Entre os quadros mencionados na literatura atual
encontram-se: transtorno depressivo maior, melancolia, distimia, depressão integrante do transtorno bipolar tipos I e
II, depressão como parte da ciclotimia, etc.
A teoria mais aceita atualmente é a de que um episódio depressivo é resultado da complexa interação de
processos biológicos (resposta ao estresse), psicológicos (personalidade e relacionamentos pessoais), ambientais (dieta
e álcool) e genéticos. Há uma diminuição da serotonina cerebral, subsensibilização dos receptores 5HT1A e
supersensibilização do 5HT2, tal como elevação dos níveis de cortisol. Essas alterações da serotonina e cortisol são
conseqüências de um processo de estresse celular e não a principal etiologia da depressão.
Novas descobertas têm mostrado que há um processo inflamatório e interações imunoneuronais na patogênese
(hipótese das citocinas para a depressão). Essa hipótese é corroborada pela alta comorbidade com doenças
inflamatórias como inflamação intestinal e artrite reumatóide. Acontece ativação das células T e aumento dos níveis
de citocinas pró-inflamatórias. Com a inflamação há aumento da produção de radicais livres e na depressão há
aumento dos níveis de peroxidação lipídica e dano oxidativo ao DNA, indicando acometimento sistêmico celular.
Além disso, há desregulação dos eixos endócrinos hipotálamo-hipófise-adrenal, tireoidiano e ligado ao
hormônio de crescimento, anormalidades do sono, anormalidades do sistema imune. Em cerca de metade dos
deprimidos há hiperatividade do eixo HHA, que é ocasionada pelo estresse crônico que reduz a inibição do eixo
resultando em anormalidades funcionais e apoptose de neurônios do hipocampo.
Fatores como a idade precoce de início da depressão maior, a recorrência da doença e o grau de prejuízo são
premissas para a busca de variantes genéticas. Há hipóteses de que os genes agem modificando sutilmente a fisiologia
e áreas cerebrais, tornando os indivíduos mais vulneráveis. Nos estudos de associação recentes têm se destacado os
genes: adenil ciclase 3 (ADCY3), galanina (GAL) e CACNA1C, gene codificante de um subtipo de canal de cálcio de
baixa voltagem, que possivelmente altera a excitabilidade celular ao permitir maior influxo de cálcio. Outro gene, 5-
HTT, transportador da serotonina, modera a influência dos eventos vitais estressantes sobre a depressão.
Os atuais critérios utilizados para o diagnóstico e classificação dos estados depressivos se encontram no Manual
Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais, em sua quinta edição (DSM-V, lançado em maio de 2013). Os
critérios diagnósticos para o TDM, de acordo com o DSM-V7, são:
A. Cinco ou mais dos sintomas seguintes presentes por pelo menos duas semanas e que representam mudanças
no funcionamento prévio do indivíduo; pelo menos um dos sintomas é: 1) humor deprimido ou 2) perda de interesse
ou prazer (Nota: não incluir sintoma nitidamente devido a outra condição clínica):
1. Humor deprimido na maioria dos dias, quase todos os dias (p. ex.: sente-se triste, vazio ou sem
esperança) por observação subjetiva ou realizada por terceiros (Nota: em crianças e adolescentes pode ser humor
irritável);
2. Acentuada diminuição do prazer ou interesse em todas ou quase todas as atividades na maior parte do
dia, quase todos os dias (indicado por relato subjetivo ou observação feita por terceiros);
3. Perda ou ganho de peso acentuado sem estar em dieta (p.ex. alteração de mais de 5% do peso corporal
em um mês) ou aumento ou diminuição de apetite quase todos os dias (Nota: em crianças, considerar incapacidade de
apresentar os ganhos de peso esperado);
4. Insônia ou hipersônia quase todos os dias;
5. Agitação ou retardo psicomotor quase todos os dias (observável por outros, não apenas sensações
subjetivas de inquietação ou de estar mais lento);
6. Fadiga e perda de energia quase todos os dias;
7. Sentimento de inutilidade ou culpa excessiva ou inadequada (que pode ser delirante), quase todos os
dias (não meramente autorrecriminação ou culpa por estar doente);
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8. Capacidade diminuída de pensar ou concentrar-se ou indecisão, quase todos os dias (por relato
subjetivo ou observação feita por outros);
9. Pensamentos de morte recorrentes (não apenas medo de morrer), ideação suicida recorrente sem um
plano específico, ou tentativa de suicídio ou plano específico de cometer suicídio;
B. Os sintomas causam sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, ocupacional
ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo;
C. Os sintomas não se devem aos efeitos fisiológicos diretos de uma substância (p. ex.: droga) ou outra
condição médica (Notas: 1. Os critérios de A-C representam um episódio depressivo maior; 2. Respostas a uma perda
significativa (luto, perda financeira, perda por um desastre natural, uma grave doença médica ou invalidez) podem
incluir sentimentos de tristeza intensa, reflexão excessiva sobre a perda, insônia, falta de apetite e perda de peso
observado no critério A, que pode assemelhar-se a um episódio depressivo. Embora estes sintomas possam ser
compreensíveis ou considerados apropriados para a perda, a presença de um episódio depressivo maior em adição a
uma resposta normal a uma perda significativa, deve também ser considerado cuidadosamente. Esta decisão,
inevitavelmente, requer o exercício de julgamento clínico baseado na história do indivíduo e as normas culturais para
a expressão de angústia no contexto de perda);
D. A ocorrência de episódio depressivo maior não é melhor explicada por transtorno esquizoafetivo,
esquizofrenia, transtorno delirante ou outro transtorno especificado ou não do espectro esquizofrênico e outro
transtornos psicóticos;
E. Não houve nenhum episódio de mania ou hipomania anterior (Nota: esta exclusão não se aplica se todos os
episódios tipo maníaco ou hipomaníaco forem induzidos por substância ou atribuíveis aos efeitos fisiológicos de outra
condição médica).
Para complementar o diagnóstico existem os especificadores, que são extremamente úteis para melhor
caracterização, acompanhamento e prognóstico de cada caso. Eles podem ser observados na lista a seguir.
1. Com características ansiosas
Exige a presença de pelo menos dois dos seguintes sintomas durante a maioria dos dias do TDM:
1. Sentir-se tenso;
2. Sentir-se inquieto;
3. Dificuldade de concentração devido a preocupações;
4. Medo que algo terrível aconteça;
5. Sensação de que pode perder o controle sobre si mesmo.
Especificadores de gravidade:
- Leve: dois sintomas;
- Moderado: três sintomas;
- Moderado a grave: quatro ou cinco sintomas;
- Grave: quatro ou cinco sintomas com agitação motora.
2. Com características mistas
A. Pelo menos três dos sintomas seguintes de mania e hipomania devem estar presentes quase todos os dias
durante um episódio de transtorno depressivo maior:
1. Humor elevado, expansivo;
2. Autoestima elevada ou grandiosidade;
3. Mais "falador" que o usual ou maior pressão de discurso;
4. Fuga de ideias ou experiência subjetiva de que os pensamentos estão acelerados;
5. Aumento da energia para uma atividade específica (social, no trabalho, na escola ou sexualmente);
6. Envolvimento maior ou excessivo em atividades que têm um alto potencial para consequências
prejudiciais (p.ex.: compras excessivas, indiscrição sexual, investimento não planejados);
7. Menor necessidade de dormir (ao contrário da insônia, sente-se bem, apesar de diminuição do padrão
do sono);
B. Os sintomas mistos são observados por outras pessoas e representam uma mudança no comportamento usual
do indivíduo;
C. Para indivíduos que se encontram em todos os critérios para mania e hipomania, o diagnóstico pode ser
transtorno bipolar I ou II;
D. Os sintomas mistos não são atribuídos a sintomas fisiológicos de uma substância (p.ex.: abuso de drogas ou
tratamento medicamentoso).
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2. Falta de reação a atividades usualmente agradáveis;
B. Três (ou mais) dos seguintes sintomas:
1. Humor deprimido caracterizado por desânimo profundo e/ou morosidade e humor vazio;
2. Piora dos sintomas pela manhã;
3. Insônia terminal (despertar precoce, com diminuição de duas horas ou mais do sono habitual);
4. Agitação ou retardo psicomotor;
5. Significante perda do apetite ou anorexia;
6. Culpa excessiva ou inapropriada.
6. Com padrão sazonal A. Há uma relação temporal com um período específico do ano e o início dos sintomas
do TDM. B. Remissão total em um período específico do ano. C. Em pelo menos dois anos ocorram dois episódios de
TDM obedecendo ao padrão temporal dos itens A e B e não houve episódios de TDM não sazonais. D. Os episódios
de TDM sazonais são mais numerosos do que os TDM não sazonais ao longo da vida do indivíduo.
7. No período próximo ao parto Caracterizado para o início dos sintomas de humor durante a gravidez ou nas
primeiras quatro semanas após o parto.
8. Com catatonia
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Os sintomas causam sofrimento ou prejuízo significativos
A prevalência ao longo da vida de transtorno depressivo maior nos Estados Unidos é de 16,6% da população
adulta (Kessler, Chiu, Demler, Merikangas, & Walters, 2005). A cada ano, 6,7% da população adulta recebe um
diagnóstico de transtorno depressivo maior, sendo 30,4% desses casos (2,0% da população adulta) classificados como
graves.
Transtorno depressivo persistente (distimia)
A perturbação do humor que ocorre com o transtorno depressivo maior pode assumir uma forma crônica,
contínua. Pessoas com transtorno depressivo persistente (distimia) têm, por pelo menos 2 anos (1 ano para crianças e
adolescentes), um conjunto mais limitado dos sintomas que ocorrem com o transtorno depressivo maior, incluindo
distúrbios do sono e do apetite, energia baixa ou fadiga, autoestima baixa, dificuldade com concentração e tomada de
decisão e sentimentos de desesperança.
Apesar de não vivenciarem todos os sintomas de um episódio depressivo maior, as pessoas com transtorno
depressivo persistente nunca estão livres de seus sintomas por mais de 2 meses. Além disso, elas tendem a apresentar
outros transtornos psicológicos sérios, incluindo um risco aumentado para desenvolver transtorno depressivo maior,
transtorno da personalidade e transtorno por uso de substância.
Aproximadamente 2,5% da população adulta desenvolverá esse transtorno no curso de suas vidas, com um pico
na faixa etária de 45 a 59 anos (Kessler, Berglund et al., 2005). A prevalência de 12 meses para transtorno distímico é
de 1,5% da população dos Estados Unidos, com quase metade desse percentual (8% da população adulta) classificada
como grave.
Transtorno disruptivo da desregulação do humor
O diagnóstico de transtorno disruptivo da desregulação do humor é usado para crianças que exibem
irritabilidade crônica e grave e têm explosões de raiva frequentes que ocorrem, em média, três ou mais vezes por
semana durante pelo menos um ano e em pelo menos duas situações. Esses acessos devem ser inadequados para o
desenvolvimento. Entre esses episódios, as crianças com esse transtorno são extremamente irritáveis ou coléricas. Os
critérios especificam que o diagnóstico não deve ser atribuído a crianças cujo primeiro episódio ocorra em idade
inferior a 6 anos ou superior a 18 anos.
O transtorno deve ter tido seu início antes dos 10 anos de idade. Os autores do DSM-5 reconheceram que esse
transtorno poderia ser caracterizado como "birras': mas acreditavam na importância de ter um transtorno estimado a
crianças que poderiam de outra forma ser diagnosticadas com transtorno bipolar. Dados de acompanhamento de
crianças que apresentam essas explosões de irritabilidade e raiva sugerem que, em vez de desenvolver transtorno
bipolar, elas correm o risco de desenvolver transtornos depressivos e/ou de ansiedade quando chegam à idade adulta.
Transtorno disfórico pré-menstrual
As mulheres que vivenciam humor deprimido ou mudanças no humor, irritabilidade, disforia e ansiedade
durante a fase pré-menstrual que retrocedem após o início doperíodo menstrual na maioria dos ciclos dos últimos 12
meses podem ser diagnosticadas com transtorno disfórico pré-menstrual (TDPM). Esse transtorno estava
anteriormente no Apêndice (i.e., não era uma condição diagnosticável) do DSM-IV-TR. Ao torná-lo parte da
nomenclatura psiquiátrica-padrão, os autores do DSM-5 acreditavam que o resultado poderia ser melhores diagnóstico
e tratamento para mulheres que de fato vivenciam uma alteração do humor exagerada antes de seu ciclo menstrual
mensal.
Os críticos argumentam que o diagnóstico de TDPM torna patológicas as variações mentais normais no humor
que as mulheres podem experimentar. Entretanto, o argumento contrário é que a maioria delas não vivencia alterações
de humor graves todos os meses. Ao incluir o TDPM como um diagnóstico, as mulheres com esses sintomas podem
receber tratamento que, de outro modo, talvez não estivesse disponível para elas.
Transtorno bipolar
Os médicos diagnosticam pessoas que têm episódios maníacos, mesmo que elas nunca tenham tido um episódio
depressivo, como tendo transtorno bipolar, um termo que substituiu "depressão maníaca': Um indivíduo deve
vivenciar um episódio maníaco para que um profissional o diagnostique com transtorno bipolar. As duas principais
categorias de transtorno bipolar são tipo 1 e tipo II. Um diagnóstico de transtorno bipolar tipo 1 descreve um curso
clínico no qual o indivíduo vivencia um ou mais episódios maníacos com a possibilidade, embora não a necessidade,
de experimentar um ou mais episódios depressivos maiores. Em contrapartida, um diagnóstico de transtorno bipolar
tipo II significa que o indivíduo teve um ou mais episódios depressivos maiores e pelo menos um que chamamos de
episódio hipomaníaco. Os critérios para um episódio hipomaníaco, são semelhantes aos de um episódio maníaco, mas
envolvem uma duração mais curta (4 dias em vez de 1 semana). Os indivíduos que estão em episódio maníaco,
hipomaníaco ou depressivo maior podem apresentar aspectos do polo oposto, mas não em um grau suficientemente
extremo para satisfazer os critérios diagnósticos. Por exemplo, pessoas em um episódio maníaco podem relatar que se
sentem tristes ou vazias, cansadas ou suicidas. O DSM-5 usa um especificador de "aspectos mistos" para aplicar a
casos nos quais um indivíduo vivencia episódios de mania ou hipomania quando aspectos depressivos estão presentes,
bem como quando o sujeito vivencia episódios de depressão no contexto de transtorno depressivo maior ou transtorno
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bipolar quando aspectos de mania/hipomania estão presentes. A existência dessa categoria "mista'' adicional descreve
aquelas pessoas cujos sintomas podem, simultaneamente ou em um tempo próximo, apresentar os sintomas de humor
opostos.
O transtorno bipolar tem taxas de prevalência ao longo da vida de 3,9% na população dos Estados Unidos
(Kessler, Berglund et al., 2005) nos últimos 12 meses de 2,6% (Kessler, Chiu et al., 2005). Daqueles diagnosticados
com transtorno bipolar em um determinado ano, quase 83% (2,2% da população adulta) têm casos classificados como
"graves': Pelo menos metade de todos os casos começa antes que a pessoa alcance os 25 anos (Kessler, Chiu et al.,
2005)
Transtorno ciclotímico
Os sintomas do transtorno ciclotímico são mais crônicos e menos graves que os do transtorno bipolar. As
pessoas com esse transtorno preencheram os critérios para um episódio hipomaníaco muitas vezes ao longo de pelo
menos 2 anos (1 ano para crianças e adolescentes). Também tiveram numerosos períodos com sintomas de depressão,
mas nunca preencheram os critérios para um episódio de depressão maior. Durante esse tempo, adultos, crianças ou
adolescentes nunca ficaram sem esses sintomas em algum momento por mais de 2 meses.
Fala: Muitos pacientes deprimidos evidenciam uma redução da taxa e do volume da fala; demoram a responder
a perguntas e o fazem de forma monossilábica.
Distúrbios da percepção: Indivíduos deprimidos com delírios ou alucinações são referidos com um episódio
depressivo maior com manifestações psicóticas. Mesmo na ausência de delírios ou alucinações, alguns médicos usam
o termo depressão psicótica para alguns pacientes cuja regressão é visível – mudos, sem tomar banho e evacuando nas
roupas.
Pensamento: Pacientes deprimidos costumam ter visões negativas do mundo e de si próprios. O conteúdo de
seus pensamentos muitas vezes inclui ruminações não delirantes sobre perda, culpa, suicídio e morte.
Memória: Cerca de 50 a 75% de todos os pacientes deprimidos têm um comprometimento cognitivo, algumas
vezes referido como pseudodemência depressiva. Esses pacientes comumente se queixam de dificuldade de
concentração e de esquecimento.
Controle dos impulsos: Em torno de 10 a 15% de todos os indivíduos deprimidos cometem suicídio, e cerca de
dois terços têm ideação suicida. Os que apresentam aspectos psicóticos às vezes consideram matar alguém como
resultado de seus sistemas delirantes, mas os mais gravemente deprimidos com frequência não têm a motivação e a
energia para agir de forma impulsiva ou violenta. Pessoas com transtornos depressivos têm aumento do risco de
suicídio à medida que começam a melhorar e a readquirir a energia necessária para planejar e executar um suicídio
(suicídio paradoxal). Em geral, é clinicamente imprudente dar a um paciente deprimido uma grande prescrição de
antidepressivos, sobretudo de agentes tricíclicos, no momento de sua alta do hospital.
Doenças cardíacas: a depressão aumenta a ocorrência e a gravidade dos ataques cardíacos, de acidente vascular
encefálico ("derrame"), e morte após esses eventos.
Abuso de Substâncias
Abuso de álcool e outras drogas: estima-se que um quarto dos pacientes alcoólatras, ou usuários de outras
drogas, apresentam também depressão. Ainda não está bem definida a relação entre depressão e alcoolismo, se um é
causa do outro ou se eles compartilham da mesma base biológica.
Tabagismo: a depressão é um fator de risco bem conhecido para tabagismo, além de aumentar o risco de
início precoce desse vício. A nicotina ativa receptores no cérebro que podem melhorar o humor, em determinadas
pessoas.
Tipos de antidepressivos
• Os principais tipos são:
– inibidores da captura das monoaminas (antidepressivos tricíclicos, inibidores seletivos da captura da
serotonina, inibidores mais recentes de norepinefrina e 5-HT)
– antagonistas do receptor de monoamina
– inibidores da monoamino-oxidase (MAO).
• Os inibidores da captura da monoamina atuam por inibir a captura de norepinefrina e/ou 5-HT pelas
terminações nervosas monoaminérgicas.
• Os antagonistas do receptor α2-adrenérgico podem elevar a liberação de 5-HT indiretamente.
• Os inibidores da MAO inibem uma ou ambas as formas de MAO cerebral, assim aumentando os depósitos
citosólicos de norepinefrina e 5-HT nas terminações nervosas. A inibição da MAO do tipo A relaciona-se à atividade
antidepressiva. A maioria não é seletiva; a moclobemida é específica para MAO-A.
• Todos os tipos de antidepressivos levam pelo menos duas semanas para produzir efeitos benéficos, embora
seus efeitos farmacológicos ocorram imediatamente, indicando que as alterações adaptativas secundárias são
importantes.
• Evidências recentes sugerem que os antidepressivos podem atuar por aumento da neurogênese no hipocampo e
em outras áreas do cérebro.
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Contudo, esta ação aguda dos antidepressivos no
sistema de transmissão monoaminérgica, por si só, não
explicava a demora para o início da ação antidepressiva,
observável clinicamente após duas semanas de uso. Estudos
recentes das vias receptoras pós-sinápticas e de mensageiros
secundários, assim como da expressão genética, podem
desempenhar papel importante na elucidação das mudanças
que ocorrem a longo prazo no funcionamento cerebral
resultante da utilização crônica de antidepressivos.
Embora o mecanismo de ação exato não tenha sido
totalmente elucidado, sabe-se que os ADTs promovem
agudamente aumento na eficiência da transmissão
monoaminérgica (e possivelmente GABAérgica),
envolvendo os sistemas noradrenérgico e serotoninérgico
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receptores a2 e b-adrenérgicos e no turnover de noradrenalina. A ação antinevrálgica dos ADTs não está
necessariamente relacionada à melhora da depressão. A analgesia pode ser mediada por mudanças na concentração
central de monoaminas, particularmente serotonina, além do efeito direto ou indireto dos ADTs nos sistemas opióides
endógenos. Na úlcera péptica, os ADTs são eficazes na melhora da dor e ajudam na cicatrização completa pela sua
capacidade de bloquear receptores H2 nas células parietais e pelo efeito sedativo e anticolinérgico. Na bulimia nervosa
parece haver efeito independente da melhora da depressão. O mecanismo de ação envolvido na incontinência urinária
pode incluir atividade anticolinérgica, resultando no aumento da capacidade vesical, estimulação direta beta-
adrenérgica e atividade agonista alfa- adrenérgica, resultando em aumento do tônus esfincteriano e também por
bloqueio central de recaptação.
Outras ações dos ADTs incluem efeito anticolinérgico periférico e central devido à potente e elevada afinidade
de ligação por receptores muscarínicos; efeito sedativo pela forte afinidade de ligação por receptores histamina H1 e
hipotensão ortostática devida a bloqueio alfa-adrenérgico. Além disto, os ADTs são agentes antiarrítmicos da classe
1A que, como a quinidina, em doses terapêuticas diminuem moderadamente a condução intraventricular e em doses
elevadas podem causar bloqueio grave de condução e arritmias ventriculares.
• Efeitos colaterais
Anticolinérgicos: associados ao bloqueio muscarínico, são os mais freqüentes e sua intensidade declina com o
passar do tempo ou redução do antidepressivo. São eles: boca seca (recomenda-se estimular higiene bucal freqüente),
visão turva (por dificuldade de acomodação visual), obstipação (em idosos há risco de íleo paralítico) e retenção
urinária.
Cardiovasculares: aumento da freqüência cardíaca, achatamento da onda T, raramente prolongamento do
intervalo PR e aumento do complexo QRS, dose-dependentes e observados em concentrações plasmáticas acima dos
níveis terapêuticos; hipotensão postural (idosos devem ser orientados e monitorados pelos riscos de quedas e nestes
casos a nortriptilina estaria mais indicada); 10 as propriedades antiarrítmicas quinidina-símile dos ADTs favorecem seu
uso em pacientes com extrassístoles ventriculares.
Neurológicos: tremores de mãos, sedação (principalmente amitriptilina e maprotilina), latência para lembrar,
mioclonias, parestesias, dificuldade para encontrar palavras e gagueira, agitação e hiperestimulação paradoxal, estados
confusionais podem ocorrer em idosos, raramente convulsões (doses elevadas, aumento rápido, principalmente com
maprotilina e clomipramina), movimentos coreoatetóides e acatisia. Os pacientes devem ser orientados para não
operar máquinas perigosas, dirigir veículos, caso sonolentos, e evitar consumo de álcool.
Metabólicos e endócrinos: aumento da secreção de prolactina, mas galactorréia e amenorréia secundária são
raras. Outro efeito raro é a hiponatremia da síndrome de secreção inadequada do hormônio antidiurético, descrita com
amitriptilina e clomipramina.
Reações cutâneas: exantemas, urticária, eritema multiforme, dermatite esfoliativa e fotossensibilidade; ocorrem
em 2% a 4% dos pacientes nas duas primeiras semanas de tratamento.
Gastrintestinais: raramente ocorrem alterações de função hepática.
Outros efeitos colaterais não menos importantes se referem àqueles que podem ser confundidos com a própria
sintomatologia depressiva. Estão incluídos neste item: ganho de peso, associado ou não à preferência por carboidratos,
principalmente com amitriptilina e imipramina; disfunções sexuais (redução da libido, retardo ou inibição ejaculatória
e inibição do orgasmo); alterações do sono (pesadelos, alucinações hipnagógicas e hipnopômpicas). Aumento de
ansiedade e "síndrome tricíclica precoce" podem ocorrer nos primeiros dias de tratamento, principalmente em
pacientes com ataques de pânico, e melhoram com associação de benzodiazepínicos. Dificuldades de memória são
mais comuns em idosos e no curso do tratamento profilático.
Contra-indicações: Os ADTs estão contra-indicados no glaucoma de ângulo fechado. Efeitos na condução
cardíaca normalmente não apresentam significado clínico, mas os ADTs são contra-indicados em bloqueios de ramo
esquerdo, bloqueio AV total, alterações na condução intracardíaca e infarto agudo do miocárdio. O eletrocardiograma
constitui um método sensível e deve ser solicitado quando se suspeita de alterações cardíacas e em pacientes acima de
50 anos.
Intoxicação (superdosagem): Caracterizada por confusão, convulsões, alterações de concentração, sonolência
grave, alargamento de pupilas, alteração da freqüência cardíaca, febre, alucinações, inquietação ou agitação,
respiração curta ou difícil, cansaço e fraqueza intensa e vômitos. O tratamento da intoxicação consiste em diminuição
da absorção (esvaziamento gástrico com lavagem), aumento da eliminação (administração de pasta de carvão ativado
seguida de estimulação catártica), e tratamento específico das intercorrências cardiopulmonares. 9
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distintos com marcadas diferenças no perfil farmacodinâmico e farmacocinético. A potência da inibição de recaptação
da serotonina é variada, assim como a seletividade por noradrenalina e dopamina. Sertralina e paroxetina são os mais
potentes inibidores de recaptação. A potência relativa da sertralina em inibir a recaptação de dopamina a diferencia
farmacologicamente dos outros ISRSs. A afinidade por neuroreceptores, tais como sigmal, muscarínicos e 5-HT2c,
também difere muito. Mais ainda, a inibição da sintetase óxido-nítrica pela paroxetina e possivelmente por outros
ISRSs, pode ter efeitos farmacodinâmicos significativos. Citalopram e fluoxetina são misturas racêmicas de diferentes
formas quiral que possuem perfis farmacodinâmico e farmacocinético variados. Fluoxetina possui metabólito de ação
prolongada e farmacologicamente ativo. Os ISRSs também possuem perfis farmacocinéticos variados, que incluem
meia vida, farmacocinética linear versus não linear, efeito da idade na sua depuração e no seu potencial de inibir
isoenzimas metabolizadoras de medicamentos do citocromo P450 (CYP). Estas diferenças farmacológicas e
farmacocinéticas sustentam as diferenças clínicas cada vez mais importantes dos ISRSs.
• Efeitos colaterais
Em função de sua ação seletiva, apresentam perfil mais tolerável de efeitos colaterais, existindo também
diferenças entre os principais efeitos colaterais dos diferentes ISRSs. De forma geral, os efeitos colaterais mais
freqüentemente relatados são: gastrintestinais (náuseas, vômitos, dor abdominal, diarréia), psiquiátricos (agitação,
ansiedade, insônia, ciclagem para mania, nervosismo), alterações do sono, fadiga, efeitos neurológicos (tremores,
efeitos extrapiramidais), perda ou ganho de peso, disfunções sexuais, reações dermatológicas. 13
Gastrintestinais: os efeitos anticolinérgicos da paroxetina podem levar a maior incidência de obstipação
intestinal em detrimento de diarréia; por outro lado, alguns estudos sugerem maior incidência de diarréia com a
sertralina em relação à fluoxetina, e citalopram. 13
Reações dermatológicas: mais freqüentes com a fluoxetina. Freqüentemente aparecem na forma de urticária,
que pode estar acompanhada por febre, artralgia e eosinofilia. 13
Efeitos psiquiátricos: a fluoxetina parece estar mais relacionada ao aparecimento de efeitos colaterais como
agitação, insônia, ansiedade, ciclagem para a mania e nervosismo. Entretanto, os outros ISRSs podem apresentar os
mesmos efeitos com o emprego de doses mais elevadas.
Alterações de peso: a sertralina está associada a uma discreta perda de peso no início do tratamento; a fluoxetina
parece ser mais potente na inibição do apetite, com maior perda de peso no início do tratamento; a paroxetina, ao
contrário, foi associada a ganho de peso, o que também foi relatado com o citalopram.
Disfunção sexual: o uso de ISRSs foi associado principalmente a retardo ejaculatório em homens e anorgasmia
em mulheres; a paroxetina está associada a uma maior incidência desses efeitos colaterais, o que poderia ser explicado
por sua potência na inibição da recaptação de serotonina e sua mínima atividade dopaminérgica.
Síndrome serotonérgica: A seletividade de ação dos ISRSs, que explica a redução no perfil de efeitos colaterais,
pode, por outro lado, aumentar o risco de interação com outras substâncias que afetem a transmissão serotonérgica,
levando ao aparecimento de sintomas que são freqüentemente descritos como síndrome serotonérgica. Os sintomas
podem aparecer em casos de intoxicação por ISRSs ou mesmo com o emprego de doses terapêuticas de substâncias
serotonérgicas associadas, como ADTs, IMAOs, ISRSs e lítio. Também podem ocorrer na substituição entre
substâncias, quando não se observa período de wash-outadequado para a total eliminação da substância. Foram
descritos: alterações cognitivas e comportamentais (confusão, hipomania, agitação), do sistema nervoso autônomo
(diarréia, febre, diaforese, efeitos na pressão arterial, náuseas e vômitos) e neuro-musculares (mioclonias,
hiperreflexia, incoordenação e tremores).
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nos níveis da pressão arterial é de 2 mm/Hg com doses de 225 mg/dia e de 7,5 mm/Hg com doses de 375 mg/dia. O
tratamento da hipertensão, quando necessário, inclui o uso de drogas antidepressivas. 14 Os efeitos colaterais na esfera
sexual aparentam ser dose-dependentes e parece não haver desenvolvimento de tolerância. Podem ser relatados
diminuição da libido, anorgasmia, retardo ejaculatório e impotência. 9
Trazodona
• Mecanismo de ação
O mecanismo de ação postulado para a trazodona envolve a inibição da recaptação de serotonina e
noradrenalina.15 A longo prazo ocorre a dessensibilização e diminuição no número de receptores beta-adrenérgicos e
5-HT2A. Apresenta atividade antagonista de receptores alfa-1-adrenérgicos e anti-histamínicos, mais relacionadas aos
seus efeitos colaterais. O metabólito ativo mCPP também apresenta algum grau de atividade serotonérgica pós-
sináptica.9,17
• Efeitos colaterais
Os efeitos colaterais mais freqüentes da trazodona são: sedação, hipotensão ortostática, tonturas, cefaléia,
náuseas, boca seca. Reações alérgicas e irritação gástrica podem aparecer. Alguns relatos de casos sugerem associação
entre a trazodona e o aparecimento de arritmias em pacientes que já apresentavam contrações ventriculares prematuras
ou prolapso de válvula mitral. A trazodona está associada à ocorrência de priapismo (ereção peniana prolongada na
ausência de estímulo). Neste caso, deve-se suspendê-la. Sugere-se avaliar com o paciente a troca do antidepressivo
caso perceba que a freqüência e a duração das ereções está aumentando. O tratamento do priapismo consiste na
injeção intra-cavernosa de solução de epinefrina (1 mcg/ml). Outras disfunções sexuais também podem aparecer. 9,17
Intoxicação: Casos de intoxicação por trazodona freqüentemente se caracterizam por apresentar sedação,
hipotensão, perda de coordenação muscular, náuseas e vômitos. O tratamento consiste na redução da absorção com
lavagem gástrica e administração de carvão ativado, na tentativa de aumento da eliminação com diurese forçada e na
adoção de medidas de monitorização cardíaca e de suporte. 17
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Bupropion
• Mecanismo de9 ação
Embora não completamente conhecido, o mecanismo de ação do bupropion se dá através de sua atividade
noradrenérgica e dopaminérgica. O bupropion aumenta a liberação de noradrenalina corpórea 15 e é um fraco
inibidor in vitro da captação neuronal de noradrenalina e de dopamina, 9 porém de relevância farmacológica.14 O
hidroxibupropion é seu metabólito ativo. 9 O bupropion não inibe a monoaminoxidase e tem pouca afinidade pelo
sistema serotonérgico.9,14,15 Também não interage com receptores histamínicos e colinérgicos, levando a uma maior
tolerabilidade.14,15
• Efeitos colaterais
O bupropion apresenta boa tolerabilidade. Entre os antidepressivos de nova geração, apresenta o menor
potencial de indução de efeitos colaterais e a menor incidência de descontinuação do tratamento por intolerância. 16 Os
efeitos colaterais mais freqüentemente observados são agitação, ansiedade, rash cutâneo, diminuição do apetite, boca
seca e obstipação intestinal. Entretanto, o aumento do risco de indução de convulsões é maior que o de outros
antidepressivos, e mais freqüente com doses elevadas. A incidência de convulsões com a forma de liberação
prolongada é de 0,1% em doses até 300 mg/ dia e de 0,4% em doses acima de 400 mg/ dia. Com o uso da forma de
liberação imediata o risco passa para 0,4% com doses entre 300 e 450 mg/dia, podendo aumentar até dez vezes em
doses entre 450 e 600 mg/dia. 9 Para minimizar o risco de convulsões recomenda-se que cada dose do composto de
liberação imediata não exceda 150 mg e do composto de liberação prolongada não exceda 200 mg. Deve-se observar
intervalo de 4 horas entre as doses do composto de liberação imediata e de 8 horas entre as tomadas do composto de
liberação prolongada.
Intoxicação: Os efeitos clínicos da ingestão de doses elevadas de bupropion são: alucinações, diminuição do
nível de consciência, náuseas, vômitos, convulsões (em 1/3 dos casos) e taquicardia, que pode evoluir para bradicardia
e assistolia.9 O tratamento da intoxicação inclui medidas para diminuição da absorção. Pacientes estuporosos ou
comatosos devem ser entubados; em seguida realizar lavagem gástrica e administração de carvão ativado a cada 6
horas se a ingestão ocorreu nas últimas 12 horas. Não se recomenda o xarope de ipeca para induzir vômitos pelo risco
de convulsões. No caso de convulsões, administrar benzodiazepínicos por via endovenosa. É fundamental monitorizar
ECG e EEG por pelo menos 48 horas e equilíbrio eletrolítico e ácido-básico em pacientes com estado de mal epilético.
Medidas gerais de suporte, como diurese forçada, diálise ou hemoperfusão não são indicados, pois o bupropion e seus
metabólitos apresentam lenta difusão dos tecidos para o plasma. 9
Antidepressivo noradrenérgico e específico serotoninérgico (ANES)
Mirtazapina
• Mecanismo de ação
A ação da mirtazapina se dá através do aumento da atividade noradrenérgica e serotonérgica central. A
mirtazapina é um antagonista de auto e hetero-receptores alfa-2 adrenérgicos pré-sinápticos e antagonista 5-HT2 e 5-
HT3 pós-sináptico. Apresenta fraca afinidade pelos receptores 5-HT1a e 5-HT1b pós-sinápticos. Sua afinidade pelos
receptores histamínicos H1 explica o efeito sedativo. Apresenta fraca atividade por receptores muscarínicos e
dopaminérgicos.15,22
• Efeitos colaterais
A mirtazapina apresenta boa tolerabilidade. Os efeitos colaterais mais freqüentemente relatados são: sedação
excessiva, ganho de peso (principalmente com o uso de doses baixas), boca seca, edema, obstipação intestinal,
dispnéia. Em estudos clínicos realizados antes de seu lançamento observou-se a ocorrência de 2 casos (entre 2.796
pacientes) de agranulocitose reversível e de um caso de neutropenia grave também reversível. 22 Sugere-se que a
mirtazapina seja suspensa em pacientes que apresentarem febre ou outros sinais de infecção e tiverem baixa contagem
de leucócitos.9
Intoxicação: A mirtazapina apresenta alguma segurança em casos de intoxicação (relato de ingestão de até 30
vezes a dose recomendada), sendo mais segura do que a imipramina. 22Os sinais e sintomas presentes em casos de
intoxicação por mirtazapina incluem desorientação, tonturas, comprometimento de memória, taquicardia, sedação
excessiva.9,22O tratamento inclui medidas de suporte geral e monitorização das funções vitais. Pode-se empregar
medidas para reduzir a absorção, como indução de emese e lavagem gástrica seguida da administração de carvão
ativado.
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6- Citar outras modalidades terapêuticas
nas manifestações depressivas,
explicitando os envolvidos no processo;
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