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HEMOSTASIA E

COAGULAÇÃO SANGUÍNEA

MSc. Jaqueline de Oliveira Souza


Farmacêutica-Bioquímica

Manaus
Hemostasia
• Conjunto de mecanismos que permitem que o sangue se mantém fluido e
restrito aos vasos sanguíneos.

Fonte: tuasaude.com Fonte: anatomic.com.br

• Objetivo: equilibrar a perda excessiva de sangue e a formação de trombos


vasculares.
• Distúrbios: trombopatias, coagulopatias e tromboses.

HOFFBRAND e MOSS, 2013. 2


Visão geral do processo hemostático
Fonte: vascular.pro

Hemostasia Plaquetas e
primária Endotélio

Hemostasia Proteínas da
secundária coagulação

Fonte: solacorg.com
Componentes do
Fibrinólise sistema fibrinolítico

HOFFBRAND e MOSS, 2013. 3


Plaquetas

• Fragmentos celulares importantes para a hemostasia.

Fonte: solacorg.com
• Formados na medula óssea pelos megacariócitos;

• Vida média entre 7 a 10 dias.


HOFFBRAND e MOSS, 2013. 4
Megacariócito

Visualização microscópica de plaquetas

Fonte: BAIN et al., 2007. 5


Principais componentes plaquetários

Fonte: inf.ufsc.br
Fonte: RODRIGUES et al., 2012. 6
Endotélio Vascular

Fonte: atlasdocorpohumano.com
Fonte: atlasdocorpohumano.com

• Tecido localizado entre o lúmen vascular e os constituintes da parede do


vaso;
• Exerce função anticoagulante quando íntegro;
• Exerce função pró-coagulante quando lesado.
HOFFBRAND e MOSS, 2013. 7
Principais constituintes da função prócoagulante

FvW: Fator de von Willebrand;


FT: Fator tissular;
PAI-1: Inibidor do ativador de plasminogênio. 8
Fonte: RODRIGUES et al., 2012.
Principais constituintes da função anticoagulante

PGI2: prostaglandina; TFPI: inibidor do fator tecidual;


NO: óxido nítrico; t-PA: ativador tecidual do plasminogênio;
ATIII: antitrombina III; u-PA: ativador do plasminogênio do tipo-uroquinase.
Fonte: RODRIGUES et al., 2012. 9
ETAPAS DA HEMOSTASIA

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Hemostasia Primária - Vasoconstricção

Fonte: pt.khanacademy.org
• Vasoconstritor: Endotelina 1
• Visa retardar a perda sanguínea extravascular e diminuir o fluxo sanguíneo
local.
HOFFBRAND e MOSS, 2013. 11
Adesão, Ativação e Agregação Plaquetária

Fonte: ABAJO, 2011. 12


Fonte: pintrest.com

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Hemostasia Secundária

Fonte: vascular.pro

• Envolve ativação sequencial de proteínas da coagulação;

• Modelo clássico - Três vias da coagulação: via intrínseca; via extrínseca e via
comum.

• Novo modelo - Três fases da coagulação: iniciação; amplificação e


propagação.
Fonte: RODRIGUES et al., 2012. 14
Características dos fatores da coagulação humana
Nomenclatura designada pelo Comitê Internacional de Trombose e Hemostasia

*PTA: Antecedente de tromboplastina plasmática.


*FEF: Fator estabilizador de fibrina. 15
Fonte: Adaptada de RODRIGUES et al., 2012.
Modelo clássico da cascata da
coagulação sanguínea

Ca++

Ca++

Ca++

Fonte: RODRIGUES et al., 2012. 16


Novo modelo da cascata da
coagulação sanguínea

Fonte: RODRIGUES et al., 2012. 17


Formação da Rede de Fibrina
Fonte: pintrest.com

Fonte: tuasaude.com

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Fibrinólise

• Grandes quantidade de plasminogênio são retidas no coágulo;


• Ativador do plasminogênio tecidual converte plasminogênio em plasmina.

Fonte: Adaptado por RODRIGUES et al., 2012. 19


Mecanismos
controladores
da coagulação

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Mecanismos controladores

• Coagulação normal é regulada por vários mecanismos naturais de


anticoagulação;

• Células endoteliais;

• A importância das moléculas reguladoras é evidenciada pela


tendência ao desenvolvimento de trombose.

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Principais constituintes da função anticoagulante

PGI2: prostaglandina; TFPI: inibidor do fator tecidual;


NO: óxido nítrico; t-PA: ativador tecidual do plasminogênio;
ATIII: antitrombina III; u-PA: ativador do plasminogênio do tipo-uroquinase.
Fonte: RODRIGUES et al., 2012. 22
Inibidor do fator tecidual (TFPI)

• É o primeiro inibidor a agir, sintetizado pelas células endoteliais e


presentes no plasma e nas plaquetas.

• O TFPI é uma proteína e sua ação está relacionada a limitação da


formação de trombina pela formação de um complexo inibitório com o
fator Xa.

• Formam um complexo quaternário inibitório (TFPI–FX-FVII-FT) (inibição


lenta, forte e reversível).

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Mecanismos controladores

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Antitrombina III (ATIII)

• Glicoproteína sintetizada no fígado, cuja função é neutralizar enzimas


ativas de vários sistemas fisiológicos, como coagulação, o sistema
complemento e a fibrinólise.

• Inibi a trombina, os fatores XIa, IXa e Xa;

• A antitrombina elimina qualquer atividade enzimática pró-coagulante


excessiva ou indesejável.

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Heparina ligada a antitrombina proporciona uma proteção contra a
formação descontrolada de trombos na superfície do endotélio.
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Proteína C e S (PC/PS)

• Glicoproteínas plasmáticas, vitamina k-dependente.

• Proteína C: sintetizada no fígado, atua como anticoagulante controlando os


fatores da coagulação Va e VIIIa.

• A proteína S: sintetizada principalmente no fígado, mas também nas células


endoteliais e nos megacariócitos.

• Somente cerca de 40% da proteína S plasmática circula livremente, sendo que


cerca de 60% circula ligada a uma proteína reguladora do sistema complemento
(C4BP).

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Formação do complexo trombina-trombomodulina na superfície
endotelial.

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Doenças
relacionadas a
coagulação do
sangue
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Trombopatias

• Doenças decorrentes de alterações numéricas ou funcionais da plaqueta.

✓ Qualitativo: Plaquetas não funcionam.

✓ Quantitativo: Número de plaquetas a baixo do normal.

Coagulopatias

• Doenças hemorrágicas por deficiência dos fatores da coagulação.

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• Qualitativos

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• Quantitativos
Púrpura Trombocitopênica Idiopática

• PTI clássica crônica: Acomete pessoas de 30 a 40 anos,


prevalente no sexo feminino.

• PTI aguda: Mais prevalente na infância.

• Manifestações clínicas: Petéquias, Epistaxe, Gengivorragia


Hematúria, Sangramento no SNC.

• Aspirado de medula óssea: Hiperplasia de magacariócito.

• Tratamento: imunossupressor (predinisona).


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Hemofilia
➢ Coagulopatia;

➢ Distúrbio genético marcado por um sangramento prolongado devido à


diminuição ou ausência de um dos fatores de coagulação necessários para
formação do coágulo sanguíneo.

➢ Nos tipos mais comuns de hemofilia estão ausentes o fator VIII (hemofilia A)
ou fator IX (hemofilia B).

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Doença de von Willebrand

➢ Formas de apresentação:

➢ Apresentam diminuição dos níveis circulantes do vWF.

• Tipo 1: distúrbio autossômico dominante;


✓ Forma mais comum (60% a 80% dos casos);
✓ Níveis do fator normal entre 20% a 50%.

• Tipo 3: distúrbio autossômico recessivo;


✓ Manifestações mais severas;
✓ Níveis acentuadamente reduzidos.

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Doença de von Willebrand

➢ Apresentam defeitos qualitativos do vWF.

• Tipo 2: representa 20% a 30% dos casos.

• Subtipo 2A: Fator formado é anormal, dificultando a ligação com a


plaqueta;

• Subtipo 2B: aumento de afinidade de ligação com plaqueta.

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COAGULOGRAMA

• Prova do laço (PL)


• Tempo de Sangramento (TS)
• Retração do coágulo (RC)
• Contagem de Plaquetas (CP)
• Tempo de coagulação (TC)
• Tempo de atividade da protrombina (TAP)
• Tempo de tromboplastina parcial ativado (TTPa)

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Exames
laboratoriais
para avaliação
da hemostasia
primária
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Prova do laço (PL)

❖ Avalia a fragilidade capilar – (Método de Rumpel-Leede)

• Princípio: O número de petéquias obtidos está relacionado com a


pressão capilar alterada e fragilidade capilar;

• Pode estar aumentada nas trombopatias;

• É uma prova pouco específica.

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Método:
❖ Coloca-se o esfignomanômetro no antebraço e insufla a 80
mmHg, deixando durante 5 minutos;

❖ Depois, conta-se o número de petéquias.

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RESULTADO

Negativa: de 6 a 10 petéquias de 1 mm;


Positiva +: 20 a 50 petéquias de 1 a 2 mm;
Positiva ++: mais de 50 petéquias de 2 mm;
Positiva +++: mas de 70 petéquias de 2 a 4 mm.

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Tempo de sangramento (TS)

• Número e função Plaquetária.

❖ Método de Duke - punção digital ou do lóbulo da orelha.


❖ (valores normais: 1 a 3 minutos).

• Princípio: Medir o tempo necessário para cessar um sangramento


provocado por uma incisão padronizada, realizada em pequenos
vasos superficiais.

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• Material: cronômetro, lancetas e papel filtro.

• 1)Fazer antissepsia no lóbulo da orelha;

• 2)Efetuar-se rapidamente duas incisões com a lanceta, Disparando-se


o cronômetro quando começar a formar a primeira gota;

• 3)Não pressionar o local para sair sangue. Deixe o sangue fluir


livremente;

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• 4)Usando papel de filtro, recolher o sangue de 15 em 15 segundos, sem
tocar a lesão, utilizando cada vez uma região limpa do papel;

• 5)Quando o sangue deixar de manchar o papel, parar o cronômetro;

• 6)Fazer o registro da duração do tempo de sangramento.

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• 1) Coloca-se o esfignomanômetro no atebraço do paciente a uma pressão
de 40 mmHg;

• 2) Fazer a antissepsia do local em que não ocorra trajetos venosos


superficiais;

• 3)Efetuar-se rapidamente duas incisões com a lanceta, Disparando-se


simultaneamente o cronômetro;

• 4) A cada 15 segundos, recolhe-se o sangue da gota formada, tendo o


cuidado de não tocar as bordas da incisão.

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Tempo de sangramento (TS)
• Método de Ivy - (valores normais: 3 a 6 minutos).

• Material: esfignomanômetro, cronômetro, lancetas e papel filtro.


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Retração do coágulo (RC)

Técnica qualitativa

• Princípio: Reflete a função plaquetária ao fazer retrair o coágulo


sanguíneo depois de coágulado o sangue total.

• 1) Em 2 tubos de ensaio, coloca-se 1 mL de sangue e os mantêm a 37 ° C.

• 2) Depois de 2 horas são examinados e observa-se a retração.

• a RC reduzida: número de plaquetas baixo ou alterações funcionais das


plaquetas.

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Retração do coágulo (RC)

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➢ Contagem de Plaquetas (CP) – Número Plaquetário
• (valores normais: 150.000 a 400.000/mm3).

• Consiste em diluir o sangue total anticoagulado, em uma solução que causa


hemólise (Oxalato de amônia 1%) e contar o número de plaquetas.
• Contar os 5 quadrantes e o total multiplica-se por 1000= mm3

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Exames
laboratoriais
para avaliação
da hemostasia
secundária
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Tempo de coagulação (TC)

➢ (valores normais: 7 a 15 minutos)

❖ Período que o sangue extraído coagula-se completamente.

 Método: Obter, mediante punção venosa, 3 mL de sangue;

 Acionar o cronômetro quando o sangue começar a fluir na seringa;

 Retirar a agulha e colocar 1 mL de sangue em cada um dos 3 tubos


mantendo a 37 ° C.

 Inclinar o tubo a cada 30 segundos e anotar o tempo que levou a


coagular-se.
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• Princípio: Tempo necessário para a formação do gel de fibrina.

• Avalia via extrínseca e via comum.


➢ (valores normais: 10 a 14 segundos)

✓ Consiste em adicionar tromboplastina ao plasma descalcificado


pelo citrato e recalcificá-lo com quantidade conhecida de
cloreto de cálcio, em condições padronizadas.

✓ O tempo consumido, em segundos, até a coagulação do plasma,


constitui o TP.

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Tromboplastina

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 Avalia a via intrínseca e via comum.
 (valores normais: 30 a 45 segundos)

CEFALINA

Fosfolipídeo

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