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SEGURANÇA NO TRABALHO EM UMA EMPRESA DE MONTAGEM E


MANUTENÇÃO INDUSTRIAL

MARQUES, Patrícia Maroldi¹


MELO, Natiele Raiane Rodrigues1
GOUVÊA, Josiane Barbosa2

RESUMO

Muito se fala em segurança no trabalho, mas pouco se faz para que realmente seja seguro
e não forneça risco à saúde e a vida do colaborador. Nesta perspectiva o objetivo deste
estudo é avaliar as condições de segurança no ambiente de trabalho, verificar o
fornecimento, controle e o uso dos equipamentos de proteção como sugerido nos
programas ocupacionais. Realizou-se a pesquisa qualitativa e o instrumento utilizado para
a coleta de dados foi o questionário. Percebeu-se que os equipamentos fornecidos e o
ambiente de trabalho são inadequados oferecendo riscos à segurança dos colaboradores
na execução de suas atividades, além do mau planejamento e elaboração dos programas,
refletindo na elaboração da Ordem de Serviço de Segurança e no fornecimento dos
Equipamentos de Proteção Individual gerando divergências de informações afetando os
trabalhos. Como conscientização aos colaboradores para prevenção de acidentes e
doenças futuras, sugerimos palestras, pois, quando se sentem seguros trabalham com
eficácia a empresa terá maior produtividade, além de seu quadro de colaboradores ativo.

PALAVRAS-CHAVE: segurança; gestão de pessoas; normas regulamentadoras.

1 INTRODUÇÃO

Este estudo tem como objetivo avaliar as condições de segurança no trabalho do


setor operacional de montagem e manutenção industrial, de uma empresa do ramo de
elétrica localizada na cidade de Toledo-PR. A organização está no mercado de negócios,
desde 02 de fevereiro de 2009. Sua constituição foi realizada a partir de uma pequena loja
de materiais elétricos. Com o passar dos anos, através de sua excelência na venda de
materiais elétricos e prestação de serviços com mão de obra qualificada, treinada e
capacitada, vêm se destacando frente à concorrência.
Conforme estudo realizado, a partir do site do SEBRAE (Serviço Brasileiro de

1
Pós-graduando do curso de Especialização Lato Sensu em Gestão de Pessoas, do Programa de Pós-
Graduação da Faculdade Sul Brasil – Fasul.
2
Professor orientador do Programa de Pós-Graduação da Faculdade Sul Brasil – Fasul.
2

apoio às Micro e Pequenas Empresas), a empresa se enquadra como EPP (Empresa de


Pequeno Porte). Baseado nos critérios de classificação do SEBRAE a receita bruta da
empresa anual se enquadra, uma vez que está entre R$ 360.000,01 até R$ 3.600.000,00 e
o número de colaboradores atual está entre 20 a 99 se enquadrando, portanto, como EPP,
conforme acima mencionado pelo SEBRAE.
Identificou-se os perfis dos colaboradores, utilizando as fichas de EPI’s
(Equipamento de Proteção Individual) e OSS (Ordem de Serviço de Segurança) para
assim elaborar o questionário para obtenção de informações referente aos treinamentos,
acidentes, doenças ocupacionais, segurança conforme obrigatoriedade das normas
regulamentadoras, bem como as implicações legais.
Na empresa existem diversos riscos que podem comprometer a saúde e segurança
dos colaboradores. Com a obtenção dos resultados do questionário aplicado aos
colaboradores confrontamos com os programas ocupacionais e ficha EPI’s, para saber se
a realidade é coerente com que o programa apresenta, para assim serem controlados e
reduzir os acidentes e doenças decorrentes da execução de suas atividades.
Os responsáveis pela segurança no trabalho precisam trabalhar unidos com o setor
administrativo, precisam principalmente planejar e organizar financeiramente os custos
que serão disponibilizados para compra e manutenção de equipamentos, programas
ocupacionais e demais projetos ligados à segurança no trabalho.
O uso do termo administração é aquele em que ele é visto como o processo
integrativo fundamental, buscando a obtenção de resultados específicos. Administrar, é,
portanto, um processo pelo qual o administrador cria, dirige, mantém, opera e controla
uma organização (KWASNICKA, 1995, p. 17).
Quando a empresa possui a gestão empresarial ativa, ocorre a divisão de setores,
tais como gestão de pessoas, segurança no trabalho, financeiro entre outros. Cada setor
desenvolve seus trabalhos cientes da responsabilidade e vínculo que possui entre os
demais. O ato de não estar individualizado e trabalhar de forma coletiva garante melhor
desempenho e desenvolvimento da organização, se tornando mais fácil a tomada de
decisão.
As tarefas básicas da administração são ponderar com cuidado e decidir qual a
finalidade e a missão específica da organização, é fazer com que o trabalho seja produtivo
e o trabalhador se realize e por fim administrar as responsabilidades sociais da empresa e
as repercussões sociais de suas atividades.
3

Para administrar devemos seguir alguns passos para que sejam alcançados os
planos e objetivos traçados de forma correta e com melhores resultados. Assim
antecipando eventos futuros e seguindo um planejamento.

2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.2 Gestão de Pessoas

A Gestão de Pessoas, também chamada de Gestão de Talentos, Gestão de


Recursos Humanos, tem um percurso evolutivo que molda, desde as primeiras fases da
constituição de empresas, a busca dos atuais sistemas de gerenciamento do capital
humano, hoje alinhados com o planejamento estratégico, podemos dizer que é o coração
da empresa.
Sob o ponto de vista de Knapik (2011, p. 53), a gestão de pessoas é o conjunto de
políticas e subsistemas que se preocupa com o gerenciamento estratégico das pessoas e
leva à eficácia dos colaboradores em busca dos objetivos pessoais e empresariais.
Para Marras (2005, p. 22), a área de administração de recursos humanos (ARH)
foi implantada originalmente pelas organizações com o objetivo principal prestar serviço
dentro da empresa, o operacional atender as exigências legais como normas e CLT
(Consolidação Das Leis Trabalho).
Os trabalhadores podem ser fatores que alavancam aos pontos fortes ou fracos,
dependendo de como são considerados e gerenciados. Sendo responsabilidade do gestor
de pessoas criar uma relação positiva e construtiva de parceria, colaboração e integração.
Ainda de acordo com Knapik (2011, p. 55).
A gestão de pessoas tem um papel de consultoria e suporte de parceria com os
outros de departamentos da empresa, com a responsabilidade de preparar e
desenvolver os gestores das diversas áreas empresariais para gerenciar seus
colaboradores.

Este departamento é responsável por realizar o recrutamento e seleção de novos


colaboradores conforme a necessidade e o perfil exigido pela empresa avaliando não só
as competências básicas, como requisitos necessários para o cargo. Além de planejamento
e administração de cargos e salários, orientação e integração de novos colaboradores,
criação de incentivos e benefícios, avaliação de desempenho e desenvolver melhorias do
4

canal de comunicação entre empresa e colaboradores, buscar treinamentos e capacitações


para o melhor desenvolvimento do colaborador (MARRAS, 2005, p. 25).
Fischer, Dutra e Amorim (2010, p. 20), apresentam que esta tem a função de
humanizar a empresa, motivando os colaboradores por meio do reconhecimento,
promovendo novos desafios profissionais, programas de treinamento e
autodesenvolvimento do colaborador, oferecendo segurança, confiança, liberdade de
atuação para tomada de decisões, trabalhos desafiadores, quantidade de horas adequadas
de trabalho, garantindo a qualidade de vida e motivação de todos. Proporcionar a estrutura
adequada e fazer dos colaboradores agentes de mudanças e transformações adaptar-se às
novas tecnologias, conceitos, políticas e tendências no ambiente de trabalho.
Os gestores têm cometido um grande erro, quando analisam a segurança do
trabalho separadamente dos aspectos administrativo, econômico, ambiental e social das
empresas. Não dão a importância nem suporte necessário para segurança. O setor de
recursos humanos precisa trabalhar junto com o setor de segurança do trabalho para
corrigir e prevenir os acidentes, incidentes e as doenças ocupacionais. É necessária uma
boa política de prevenção de acidentes, um planejamento de treinamentos e medidas
preventivas que serão adotadas (GARCIA, 2013, p. 27).

2.3 Segurança no Trabalho

Segurança no trabalho pode ser entendida como os conjuntos de medidas e ações


que são adotadas visando diminuir os acidentes de trabalho e doenças ocupacionais
eliminando as condições inseguras do ambiente, apresentando às pessoas a implantação
de práticas preventivas e assim proteger a integridade do trabalhador no ambiente de
trabalho (TACHIZAWA, TAKESHY, 2001, p. 229).
Segurança do trabalho é o conjunto de recursos e técnicas aplicadas, preventiva
ou corretiva, para proteger os trabalhadores dos riscos de acidentes implicados
em um processo de trabalho ou na realização de uma tarefa (TAVARES, 1995,
p. 61).

Algumas ações técnicas são desenvolvidas para tornar o ambiente de trabalho


mais seguro identificando, avaliando e controlando as situações de riscos a que estão
expostos a saúde e vida do trabalhador. Pode ser elaborado o mapa de riscos, treinamentos
das normas regulamentadoras e realização de adaptações físicas no ambiente para que
haja redução do mesmo.
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A Norma Regulamentadora 05 cita que o responsável pela segurança do trabalho


em uma empresa pode ser o técnico de segurança, designados da CIPA (Comissão Interna
de Prevenção de Acidentes), sendo esses colaboradores que atuam na prevenção do
acidente. Para empresas de grande porte se faz necessário à constituição do SESMT
(Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho). E
empresas de pequeno porte apenas se designa um colaborador para que seja responsável
pela Segurança.
Conforme prevê a CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas) criada em primeiro
de maio de 1943, no artigo 162 as empresas estarão obrigadas a manter serviços
especializados em segurança e em medicina do trabalho, devido ao aumento de acidentes
com trabalhadores. O objetivo é, portanto, assegurar a integridade física dos
colaboradores, mas também de alertar a equipe contra novas doenças e ajudar a tomar
precauções contra acidentes de pequeno porte, que podem atrapalhar o andamento da
empresa e prejudicar os colaboradores. Fazendo parte deste engenheiro de segurança,
médico e enfermeiro do trabalho.
O artigo 162 da CLT sugere ainda o levantamento das estatísticas sobre os
acidentes e doenças, visando medidas preventivas para a redução do acidente de trabalho,
promoção da saúde ocupacional e redução do risco de morte.
De acordo com a Norma Regulamentadora quatro, item 4.4.1 os profissionais
integrantes do SESMT devem possuir formação e registro profissional em conformidade
com o disposto na regulamentação da profissão e nos instrumentos normativos emitidos
pelo respectivo Conselho Profissional, quando existente.
4.4.1. Para fins desta NR, as empresas obrigadas a constituir Serviços
Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho
deverão exigir dos profissionais que os integram comprovação de que
satisfazem os seguintes requisitos: (Alteração dada pela Portaria MTE
590/2014).

Tachizawa e Takeshy (2001, p. 229), destacam a segurança como um dos atuais


desafios e preocupações em adequar as localizações, apresentando seus riscos a fim de
que seus colaboradores possam trabalhar e melhor desenvolver suas atividades,
conscientes de que a empresa está preocupada com sua vida e saúde.
Para Ribeiro (2009, p. 33), a inspeção de segurança, além de ser um fator
motivacional ao colaborador, também serve para que a empresa possa se programar com
as atividades daquele colaborador, e o mesmo não estará em risco e consequentemente
não terá doenças ocupacionais, não terá atestado e não se afastará da empresa.
6

Por este motivo é de suma importância que ambas as partes estejam andando
conjuntamente, ou seja, cientes das NR’s (Normas Regulamentadoras) a empresa fornece
EPI’s (Equipamento de Proteção Individual) e EPC’s (Equipamento de Proteção
Coletiva), o colaborador por sua vez o utiliza de forma correta. Além de ter conhecimento
sobre os programas PPRA (Programa de Prevenção de Riscos Ambientais) e PCMSO
(Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional). Conforme descrito acima e de
acordo com TAVARES (1995, p. 57 e 58).
NR 6 – EPI (Equipamento de Proteção Individual), com finalidade de proteger
o trabalhador de lesões que possam ser provocadas por agentes diversos,
presentes no ambiente de trabalho. NR 9 – PPRA (Programa Prevenção de
Riscos Ambientais), estabelece a elaboração e implementação visando a
preservação da saúde e integridade física do trabalhador, por meio de
antecipação reconhecimento, avaliação e consequentemente controle das
ocorrências de riscos ambientais existentes. NR 7 – (PCMSO) Programa
Controle Médico de Saúde Ocupacional), com objetivo de preservação da
saúde, onde os empregados são obrigados á realizar exame médico por conta
do empregador nas condições estabelecidas.

Como mencionado na norma regulamentadora seis, para manter a segurança é


preciso eliminar o risco de acidente, que é quando o perigo em função da probabilidade
de ocorrer um evento previsível, ameaça uma pessoa, processo, material ou o meio
ambiente. É preciso identificar os incidentes, estar atentos aos desvios padrões aceitáveis
de incidentes, fazer um relatório dos mesmos, analisar, fazer levantamento, ter
estatísticas, montar plano de ação e por fim tomar ações para eliminar ou minimizar o
risco vinculados aos principais incidentes para que não gere acidentes.
Os fatores que acarretam riscos para a saúde dos colaboradores podem ser
agrupados nas seguintes categorias como citam Tachizawa, Takeshy (2001, p. 229).
Riscos químicos, aqueles relacionados á manipulação de materiais nocivos á
saúde. Riscos físicos, Ruídos os sons possui duas características principais a
frequência e a intensidade. Temperaturas extremas a exposição constante a
temperaturas muito elevadas ou muito baixas. Iluminação é preciso haver
condições adequadas de iluminação no local de trabalho. Riscos biológicos são
relacionados a ações de agentes como bactérias, vírus e outros
microrganismos.

A qualidade de vida no trabalho pode ser entendida como a preocupação com o


bem estar geral e a saúde dos colaboradores no desempenho de suas atividades,
envolvendo tanto aspectos físicos, ambientais e psicológicos. A qualidade de vida no
trabalho assimila duas posições, de um lado as reinvindicações dos colaboradores para o
bem-estar e satisfação no trabalho, e de outro o interesse da empresa, quanto aos seus
efeitos para a produtividade e qualidade, menciona Ribeiro (2009, p. 10).
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Porém, neste momento serão analisadas suas causas apenas com foco ao acidente
de trabalho motivado quanto à responsabilidade empresarial.

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Para a realização deste estudo, utilizou-se a pesquisa qualitativa, relacionada no


levantamento de dados, no ato de compreender e interpretar determinados
comportamentos, a opinião e as expectativas dos indivíduos de uma população.
Para Marconi e Lakatos (2004, p. 269).
A metodologia qualitativa preocupa-se em analisar e interpretar aspectos mais
profundos descrevendo a complexidade do comportamento humano. Fornece
analise detalhada sobre as investigações, hábitos, atitudes, tendências do
comportamento.

A pesquisa foi classificada como descritiva sendo realizado o estudo, a análise, o


registro e a interpretação dos fatos do mundo físico sem a interferência do pesquisador,
que deverá apenas descobrir a frequência dos acontecimentos ou como se estrutura e
funciona um sistema, método, processo ou realidade operacional. Segundo Barros e
Lehfeld (2000, p. 70), a pesquisa descritiva procura descobrir a frequência com que o
fenômeno ocorre, sua natureza, características, causas, relações e conexões com outros
fenômenos.
A empresa na qual o estudo será realizado conta com vinte e cinco funcionários,
dos quais vinte participaram da pesquisa. O critério utilizado para tal definição é que os
trabalhadores atuem nos setores operacionais, exercendo as funções de eletricista e
montador.
O instrumento utilizado para a coleta de dados foi o questionário, este construído
com a combinação de perguntas abertas e fechadas, totalizando doze. Entre elas, foram
dez perguntas fechadas de múltipla escolha, e duas perguntas abertas que levaram os
pesquisados a responderem livremente.
O questionário foi entregue de forma pessoal aos colaboradores selecionados. O
pesquisador explicou e abordou o objetivo da pesquisa, foi solicitado aos colaboradores
veracidade nas respostas e informado que o mesmo será de forma anônima, sendo o foco
apenas nos resultados das respostas para aplicabilidade do resultado da pesquisa.
As vantagens do questionário é a possibilidade do pesquisado ter o tempo
suficiente para refletir sobre as questões e responde-las mais adequadamente.
O mesmo pode garantir o anonimato, consequentemente maior liberdade nas
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respostas, com menor risco de influência do pesquisador sobre elas. Além de


economizar tempo e recursos tanto financeiros como humanos na sua aplicação
BARROS; LEHFELD (2000, p. 91).

Após a coleta dos dados os questionários foram analisados e chegou-se aos


resultados ora apresentados.

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Para realização do presente estudo foram aplicados os questionários conforme


procedimentos metodológicos mencionados anteriormente.

Em relação aos treinamentos, pudemos verificar que estes são executados pela
empresa.

Gráfico 1- Colaboradores que receberam Treinamentos

Treinamentos
120%
100%
80%
60%
40%
20%
0%
Recebeu Recebeu Não recebeu
Treinamento Treinamento nos Treinamento
Admissional Últimos 6 messes

Fonte: Questionário (2016).


De acordo com o gráfico pode-se perceber que todos os colaboradores receberam
treinamento admissional conforme as exigências legais estabelecidas pela NR 18 da
Portaria 3214/78 do Ministério do Trabalho. Na empresa em que este estudo foi realizado,
são feitas apresentações das condições do ambiente de trabalho, riscos inerentes às
funções, riscos que estarão expostos, uso adequado dos EPI’S, EPC’S e ferramentas que
serão utilizados para realização de suas atividades.
Nos últimos seis meses a empresa realizou com cem por cento dos colaboradores
treinamentos de atualização das NR10 (Segurança em Instalações e Serviços em
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Eletricidade), NR33 (Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados), NR35


(trabalho em altura) e faz os DSS (Dialogo Semanal de Segurança), nestes treinamentos
os temas abordados foram segurança e saúde ocupacional, com intuito de prevenir
acidentes e diminuir o absenteísmo.
A empresa não realizou palestras motivacionais, trabalho em equipe e liderança,
e alguns colaboradores no questionário sugeriram que a empresa realizasse esse tipo de
palestra para se criar um ambiente de descontração e melhorar clima organizacional. Não
basta fazer somente treinamento de segurança, em nossa opinião o mesmo é necessário,
porém, precisam fazer com os colaboradores se sintam motivados e dispostos através de
palestras dinâmicas.
Precisa- se que a empresa está sempre se atualizando e atentos aos vencimentos
das NRs, devido à obrigatoriedade de apresentação deste e demais documentos no ato da
contratação de seus funcionários que prestação serviços como terceiros.
Quando os treinamentos são bem realizados, os colaboradores se sentem mais
seguros, pois, adquirem um conhecimento geral, tais como os riscos que estão expostos
os equipamentos utilizados para cada atividade e as condições do ambiente de trabalhado
a qual será inserido.

Gráfico 2- Condições do Ambiente de Trabalho

Ambiente de Trabalho
60%

50%

40%

30%

20%

10%

0%
Cientes Talvez Não

Fonte: Questionário (2016).


A atividade principal da empresa é instalação e manutenção elétrica, por este
motivo os colaboradores estão expostos a vários riscos no ambiente de trabalho, assim
como representado acima, cinquenta por cento dos colaboradores estão cientes e
reconhecem que existem riscos à sua segurança ao realizar suas atividades.
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Por ser uma prestadora de serviço seus colaboradores trabalham em diferentes


ambientes, cada uma dessas empresas possui suas particularidades, regras, normas e
muitas delas não possuem foco na segurança, mas sim na produtividade e entrega do
trabalho como está no cronograma e descumprem a obrigações legais na execução. O que
faz os dados do gráfico variar dependendo do local que estão trabalhando, fazendo com
que vinte e cinco por cento dos colaboradores respondessem talvez para as condições do
ambiente de trabalho.
Outro fator de risco no ambiente de trabalho é o acúmulo de máquinas, materiais
ou produtos acabados, de tal forma que constitua risco de acidentes para os empregados,
conforme o Art. 188. da CLT. Em nenhum local de trabalho poderá haver acúmulo de
máquinas, materiais ou produtos acabados, de tal forma que constitua risco de acidentes
para os empregados.
Vinte e cinco por cento dos colaboradores não fazem ideia ou não prestam atenção
ao risco que estão expostos ao realizar suas atividades, não utilizando equipamentos
necessários e não comunicando a empresa para que sejam solucionados os problemas e
minimizar os riscos. Desta forma acaba sendo alterado e instável o ambiente de trabalho,
devido ao não conhecimento destes riscos, podendo afetar seu desempenho atual, e futuro
risco com sua vida e dos demais colaboradores.
Para minimizar os riscos do ambiente de trabalho a empresa fornece os
equipamentos de segurança.

Gráfico 3- Equipamento de proteção individual fornecido

Equipamento de Proteção Individual


100%

80%

60%

40%

20%

0%
São suficientes Não é suficiente As vezes

Fonte: Questionário (2016).


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Analisando o gráfico 03, percebeu-se que noventa por cento dos colaboradores
responderam que os EPI’s que a empresa fornece para executar suas atividades são
suficientes para que sua vida não esteja em perigo.
Dez por cento dos colaboradores acreditam que os EPI`s fornecidos não são
suficientes, destacam outros que auxiliariam a minimizar os riscos, um exemplo citado
foi o fornecimento de abafador ao invés de somente o protetor auditivo, pois segundo eles
o mesmo não é suficiente para minimizar os ruídos em determinados lugares que estão
prestando serviços. Ao verificar o PPRA percebeu-se que não sugerem o fornecimento
dos abafadores, mas pode ser uma falha no momento em que estão levantando os riscos
para a elaboração dos programas.
A maioria dos trabalhadores sugeriu na pergunta aberta que a empresa adquirisse
EPI’s de mais qualidade, pois, os equipamentos individuais atuais devido ao seu desgaste
natural em pouco tempo acabam tendo que ser realizada a troca. E esse procedimento de
troca de EPI’s devido ao vencimento do CA (Certificado de Aprovação) ou sobre sua
utilização, acaba não acontecendo ou ainda passando do prazo. Sendo este o momento
em que os colaboradores possuem mais assertividade dos riscos à sua saúde e a vida,
podendo ocasionar acidente de trabalho, devido a negligência estes equipamentos sob
responsabilidade da empresa.
Conforme NR 6.1 considera-se Equipamento de Proteção Individual, todo
dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção
de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho. O artigo 207 da CLT,
por sua vez, assim orienta:
Deverão ser adotadas providências no sentido de eliminar ou atenuar os ruídos,
vibrações ou trepidações incômodos ou prejudiciais à saúde, produzidos nos
locais de trabalho.

A empresa é obrigada á fornecer aos empregados gratuitamente EPI adequado ao


risco conforme cita NR 6.3, mas alguns colaboradores relataram que a empresa fornece
EPI’s, mas não estão mais em condições de uso, muitos com o Certificado de Aprovação
vencido e não são suficientes para eliminar os riscos que estão expostos.
Art. 165. Da CLT Quando as medidas de ordem geral não oferecerem completa
proteção contra os riscos de acidentes e danos à saúde dos empregados, caberá
à empresa fornecer gratuitamente equipamentos de proteção individual tais
como: óculos, luvas, máscaras, capacetes, cintos de segurança, calçados e
roupas especiais e outros, que serão de uso obrigatório por parte dos
empregados.

Ao avaliar as fichas de EPI observou-se que os equipamentos sugeridos no PPRA


não estão sendo entregues aos colaboradores. Um exemplo é o cargo de eletricista
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montador que são sugeridas a entrega de protetor facial e avental de raspa, porém, em sua
ficha de EPI não contem o recebimento dos mesmos.
Sugerimos um planejamento antecipado para a elaboração dos programas
ocupacionais. O técnico responsável pela elaboração do PPRA deverá receber da empresa
a ficha de registro atualizada, descrição dos cargos e fazer um visita aos locais de trabalho
para identificar os riscos que vão estão expostos e verificar os EPI’S que serão necessários
para cada função. E não simplesmente utilizarem as informações dos anos anteriores para
renovação do programa.
Com essas divergências de informações, a empresa mantém seus funcionários
com desvios de função, não utilizando os equipamentos corretos, pois, não está de acordo
com a atividade que ele executa.
Outro fator que acarretará em possíveis problemas é na realização dos exames,
por estar em funções diferentes podem deixar de realizar exames que são necessários ou
na periodicidade correta. Quando se tem um programa ocupacional correto e as medidas
preventivas sugeridas é seguida a empresa possivelmente não terá problemas futuros.
A carga excessiva de trabalho pode causar risco a segurança do colaborador, pois,
ao trabalhar diversas horas interruptas, acaba tendo foco em executar as atividades com
agilidade e acaba se esquecendo de sua própria segurança.

Gráfico 4- Carga excessiva de Trabalho

Carga Exessiva de Trabalho


70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
Sim Não Talvez

Fonte: Questionário (2016).


A carga excessiva de trabalho, conforme relatado por sessenta por cento dos
colaboradores, reflete em sua segurança. Isto ocorre pois muitas vezes excedem a carga
horária que foi contratada e que permite a legislação, logo, os colaboradores ficam
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fisicamente comprometidos, estressados e cansados, ficando mais vulneráveis a


acidentes.
Pode-se observar que quando não são realizados os intervalos e descansos
mínimos conforme apresenta as reportagens de saúde, além de fisicamente o colaborador
não possuir o mesmo desempenho do que quando descansado, sua vida e saúde estão
sendo prejudicadas.
Desta forma a empresa deve ficar atenta devidamente com ações trabalhistas, pois,
hoje as altas horas extras com retorno financeiro estão por satisfazer o colaborador, mas
quando não mais estiver na empresa, com certeza será um aliado às ações judiciais.
Vinte por cento dos colaboradores relatam que a carga de trabalho excessiva não
interfere em sua segurança, um item em comum observado entre os mesmos é por já
trabalhar há anos nesse ramo de atividade, já estão acostumados com a prestação de
serviços sem descanso, intervalos e sem folgas no final de semana e acreditam que a carga
excessiva de trabalho não refletirá em sua segurança. Por outro lado, um percentual de
vinte por cento de colaboradores que acreditam que talvez reflita em sua segurança.
A medida sugerida pelos colaboradores foi à realização de duas escalas, para
realização dos trabalhados simultâneos, para que o mesmo possa executar suas atividades
dentro da carga horária contratada e com intervalos conforme CLT menciona.
Outra sugestão seria a contratação de mais colaboradores qualificados para evitar
que os atuais não fiquem carregados com suas atividades e não necessitam exceder sua
carga horária.
Devido à carga excessiva e trabalhada repetitiva a ergonomia também é um dos
fatores que influencia nas atividades. Má postura e locais de difícil acesso tendo que se
manter inseguro e nada confortável. A mesma visa propiciar uma solicitação adequada
dos trabalhos de modo a se alcançar uma otimização do sistema de trabalho, apresentada
pela NR 17- Ergonomia estabelece parâmetros que permitem a adaptação das condições
de trabalho às condições psicofisíologicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um
máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente (SCALDELAI, A. V.;
OLIVEIRA, C. A. D.; MILANELI, E.; OLIVEIRA, J. B. C.; BOLOGNESI, P. R, 2012,
p. 61).
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Gráfico 5- Acidentes no trabalho

Acidentes no Trabalho
90%
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
Sim Não

Fonte: Questionário (2016).

Gráfico 6- Doenças do trabalho

Doenças do Trabalho
100%

80%

60%

40%

20%

0%
Sim Não

Fonte: Questionário (2016).


Dos colaboradores entrevistados somente vinte por cento já sofreu acidente de
trabalho na empresa atual, o restante sendo oitenta por cento não sofreram acidentes.
Conforme dispõe o art. 19 da Lei nº 8.213/91, acidente de trabalho é o que ocorre pelo
exercício do trabalho a serviço da empresa ou pelo exercício do trabalho dos segurados
referidos no inciso VII do art. 11 desta lei, provocando lesão corporal ou perturbação
funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da
capacidade para o trabalho.
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As doenças e acidentes de trabalho podem acontecer em decorrência da sua


jornada excessiva de trabalho, ficando desmotivado, sem descanso e com EPI’s que não
lhe geram segurança, mesmo utilizando de forma correta. Além de quando ocorrido
acidente de trabalho, há estabilidade temporária de 12 meses, permanecendo na empresa
executando outras funções.
É importante ressaltar que a ocorrência de um acidente de trabalho acarreta perdas
diversas tais como: tempo, material, ambientais e financeiras. Entretanto, a mais grave de
todas é a perda humana, uma vez que afeta a saúde ou coloca em risco a vida do
trabalhador. Os fatores comportamentais causadores do acidente geralmente estão
relacionados às características pessoais do trabalhador, à dinâmica de relacionamento
existente no setor de trabalho, À cultura, aos valores e as políticas da empresa, que se
completam com o cenário externo, associado à família e ao panorama político, cultural,
social e econômico do país (SCALDELAI; OLIVEIRA; MILANELI; OLIVEIRA;
BOLOGNESI, 2012, p. 13).
Quando ocorrem acidentes de trabalho e doenças ocupacionais as consequências
são diversas, porém pode ocorrer alteração psicossocial do funcionário, ou seja, trauma
de tal atividade devido ao prejuízo à saúde dos colaboradores e também a imagem da
empresa. Contudo, prováveis passivos trabalhistas, aumento de atestados, custo com
assistência médica e maiores cargas tributárias SAT (Seguro de Acidente do trabalho) e
FAP (Fator Acidentário de Prevenção) que é o resultado de benefícios acidentários e
CATs (comunicação de Acidente de Trabalho) emitidas. Isso significa que há o aumento
do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço), e a empresa ignora que a concessão
foi de benefício acidentário.
A empresa atualmente não tem a NR 5 – CIPA (Comissão interna de prevenção
de acidentes). Portanto, a empresa dispõe somente de um designado da CIPA. A NR 05
estabelecem a obrigatoriedade de as empresas públicas e privadas organizarem e
manterem em funcionamento, uma comissão constituída exclusivamente por
empregados, com objetivo de prevenir infortúnios laborais, por meio da apresentação de
sugestões e recomendações aos empregados para que melhore as condições de trabalho,
eliminando as possíveis causas de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais
(SCALDELAI; OLIVEIRA; MILANELI; OLIVEIRA; BOLOGNESI, P. R, 2012, p. 56
e 57).
A doença do trabalho é aquela adquirida ou desencadeada em função de condições
especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente. Noventa por
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cento dos colaboradores entrevistados não tiveram doenças relacionadas ao trabalho ou


ainda não foram diagnosticados com alguma, e dez porcento já tiveram ou estão com
algum problema relacionado à execução de suas atividades.
Para prevenir e minimizar os acidentes e doenças do trabalho a empresa realiza a
entrega de EPI’s e manutenção dos treinamentos da NR10, NR33, NR35.
A norma regulamentadora 10 no item 10.1.1 estabelece os requisitos e condições
mínimas objetivando a implementação de medidas de controle e sistemas preventivos, de
forma a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores que, direta ou indiretamente,
interajam em instalações elétricas e serviços com eletricidade. No item 10.1.2 menciona
que está NR se aplica às fases de geração, transmissão, distribuição e consumo, incluindo
as etapas de projeto, construção, montagem, operação, manutenção das instalações
elétricas e quaisquer trabalhos realizados nas suas proximidades, observando-se as
normas técnicas oficiais estabelecidas pelos órgãos competentes e, na ausência ou
omissão destas, as normas internacionais cabíveis.
Conforme informado pelos colaboradores nas perguntas abertas, muitos deles
apresentaram que seu maior risco é ao choque elétrico, devido a sua exposição constante
com a eletricidade e na maioria das vezes com o equipamento individual com desgaste
ou equipamento coletivo tendo que aguardar o seu colega de trabalho terminar atividade
para poder utiliza-lo, devido não possuir muitos desses equipamentos pelo elevado custo
para compra destes equipamentos.
A norma regulamentada responsável por este é a NR 10 – Instalação e serviços
em eletricidade estabelecem condições mínimas exigíveis para garantir a segurança dos
empregados que trabalham em instalações elétricas, em suas diversas etapas, incluindo
elaboração de projetos, execução, transmissão, distribuição e consumo de energia elétrica,
observando-se, para tanto, as normas técnicas oficiais vigentes, e na falta destas as normas
internacionais (SCALDELAI; OLIVEIRA; MILANELI; OLIVEIRA; BOLOGNESI, P.
R, 2012, p. 59).
Ainda com base na NR 10 tem-se que os profissionais autorizados a trabalhar em
instalações elétricas e possuírem a habilitação técnica com especificações devidamente
anotadas em seus registros de empregados, devem estar aptos a prestar primeiros socorros
a acidentados (SCALDELAI; OLIVEIRA; MILANELI; OLIVEIRA; BOLOGNESI, P.
R, 2012, p. 58).
A norma regulamentadora 33 de Segurança e saúde no trabalho em espaços
confinados tem como objetivo estabelecer os requisitos mínimos para identificação dos
17

espaços confinados, seu reconhecimento, monitoramento e controle de riscos existentes,


de forma a garantir permanentemente a segurança e a saúde dos trabalhadores
(SCALDELAI; OLIVEIRA; MILANELI; OLIVEIRA; BOLOGNESI, P, 2012, p. 66).
33.1.2 Espaço Confinado é qualquer área ou ambiente não projetado para
ocupação humana contínua, que possua meios limitados de entrada e saída,
cuja ventilação existente é insuficiente para remover contaminantes ou onde
possa existir a deficiência ou enriquecimento de oxigênio.

A terceira Norma que a empresa também faz treinamento dela é a 35 Trabalhos


em Altura, esta estabelece os requisitos mínimos e as medidas de proteção para o trabalho
em altura, envolvendo o planejamento, a organização e a execução, de forma a garantir a
segurança e a saúde dos trabalhadores envolvidos direta ou indiretamente com esta
atividade. Considera-se trabalho em altura toda atividade executada acima de dois metros
do nível inferior, onde haja risco de queda como cita NR35. 1. Item 2.
A empresa após este trabalho realizado poderá levantar suas considerações e
análises, sendo estes os pontos a serem desenvolvidos e buscando melhor qualidade nos
equipamentos e nova visão de administração de horários destes colaboradores. Para que
a empresa possa ter segurança e confiança em poder contar com suas atividades e que
amanha o colaborador estará disposto a realizar as atividades, sem que tenha atestados,
faltas ou afastamento. Trabalhando a empresa mais próxima da realidade e quantidade
efetiva de colaboradores.
As doenças e os acidentes ocorridos na empresa podem ser evitados se a empresa
colocar em prática os programas ocupacionais.
Gráfico 7- Programas Ocupacionais- Programa de Prevenção de Riscos
Ambientais e o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional

Conhecimento dos Programas Ocupacionais


90%
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
Sim Não Pouco

Fonte: Questionário (2016).


18

Gráfico 8- Importância dos Programas

Importância dos Programas Ocupacionais


90%
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
Sim Não Pouco

Fonte: Questionário (2016).


Acredita-se que esse alto índice de oitenta por cento dos colaboradores, conhecer
e saber a importância dos programas ocupacionais PPRA (Programa de Prevenção de
Riscos Ambientais) e o PCMSO (Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional)
está diretamente ligado à empresa fazer constantes treinamentos das NRs, 10, 33 e 35. Os
outros vinte por cento ser os colaboradores que tenham dificuldade de compreensão,
desatentos nos treinamentos ou que realmente não tenham interesse em saber o que a
empresa está fazendo para prevenção dos acidentes e as doenças ocupacionais.
O programa de prevenção de riscos ambientais visa à preservação da saúde e da
integridade dos trabalhadores, através da antecipação, reconhecimento, avaliação e
consequente controle da ocorrência de riscos ambientais existentes ou que venham a
existir no ambiente de trabalho, tendo em consideração a proteção do meio ambiente e
dos recursos naturais como cita a Norma Regulamentadora 9.1.1.
9.1.2 As ações do PPRA devem ser desenvolvidas no âmbito de cada
estabelecimento da empresa, sob a responsabilidade do empregador, com a
participação dos trabalhadores, sendo sua abrangência e profundidade
dependentes das características dos riscos e das necessidades de controle.

A norma regulamentadora nove estabelece a obrigatoriedade da elaboração e


implementação, por parte de todos os empregados e instituições que admitam
trabalhadores, visando a preservação da saúde e da integridade física dos trabalhadores,
por meio da antecipação, reconhecimento, avaliação e consequentemente controle da
ocorrência de riscos ambientais existentes (SCALDELAI; OLIVEIRA; MILANELI;
OLIVEIRA; BOLOGNESI, P. R, 2012, p. 58).
19

Já o programa de controle médico de saúde ocupacional tem o objetivo de


promoção e preservação da saúde bem como o monitoramento das condições de saúde
tendo por finalidade o diagnostico precoce do conjunto dos seus trabalhadores
(SCALDELAI; OLIVEIRA; MILANELI; OLIVEIRA; BOLOGNESI, P. R, 2012, p. 58).
A Norma Regulamentadora 7.1.1 cita.
7.1.3 Caberá à empresa contratante de mão-de-obra prestadora de serviços
informar a empresa contratada dos riscos existentes e auxiliar na elaboração e
implementação do PCMSO nos locais de trabalho onde os serviços estão sendo
prestados.

Ao analisar as fichas de EPI’s e OSS percebeu-se que não estão sendo


elaboradoras como sugerido na vistoria do técnico de segurança e aplicado no PPRA. No
modelo de ficha de EPI solicita-se o preenchimento dos vencimentos do CA, porém, as
fichas utilizadas não possuem essa informação, sendo este um risco ao colaborador pode
vir a receber um equipamento vencido e estando vulneráveis aos riscos e acidentes.

Conforme modelo de OSS indicado no PPRA, ao preencher o item de riscos que


os colaboradores estarão expostos e as medidas preventivas, tem a necessidade de ser
citado os EPI’s e treinamentos direcionados a cada função e riscos. Porém, a empresa não
possui em sua OSS esses itens descriminados.

Gráfico 9- Funções Executadas como Ordem de Serviço de Segurança

Ordem de Serviço de Segurança


100

80

60

40

20

0
Sim Não Talvez

Fonte: Questionário (2016).


A ordem de serviço e segurança objetiva informar os trabalhadores que executam
suas atividades laborais nesse setor, conforme estabelece a NR 01, ITEM 1.7, sobre as
condições de segurança e saúde, bem como os riscos aos quais estão expostos, como
medida preventiva a tendo como parâmetro os agentes físicos, químicos e biológicos
20

citados na NR09 (Lei N°6514 de 22/12/1977, Portaria n° 3214 de 08/06/1978), bem como
os procedimentos de aplicação da NR06 Equipamento de Proteção Individual EPI entre
outras normas que possam vir a indeferir na atividade a ser executada.
As atividades executadas pelos colaboradores devem ser as mencionadas na
Ordem de Serviço que lhe fora apresentada no momento da contratação, noventa por
cento dos entrevistados relataram que as atividades são coerentes e dez por cento talvez.
Esse percentual do talvez possa ser aqueles colaboradores que tem desvio de função, em
certos momentos executam funções a mais ou não realizam as funções que está descrito
na OSS.
Os colaboradores não tem acesso à descrição de sua função que está no programa,
por este motivo, acredita que está de acordo a OSS, por isso que o percentual do gráfico
aponta elevado índice de colaboradores que acreditam que a ordem de serviço está de
acordo com a função executada.
Para atingir tal objetivo deve ser realizada definição e atendimento aos
procedimentos e a política preestabelecida com implementação de programas e
identificação preventiva, graduação e sinalização dos riscos, monitoramento das ações
corretivas e preventivas, inspeção periódicas preventivas e corretivas, mapeamento dos
acidentes e doenças ocupacionais, além de estímulo à participação efetiva de todos os
funcionários para atingir os objetivos propostos, podendo ser analisada pelo APR-
(Investigação de acidente e análise preliminar de riscos), com objetivo de registrar,
investigar e prevenir a ocorrência de acidentes, incidentes e outras condições de riscos
indesejáveis, atendendo-se aos aspectos legais da saúde e segurança ocupacional
(SCALDELAI; OLIVEIRA; MILANELI; OLIVEIRA; BOLOGNESI, P. R, 2012, p. 98).
Um elemento importante a favor da segurança, da saúde e da melhoria contínua
das condições de trabalho é a informação. A empresa deve possuir mecanismos internos
para divulgar objetivos, indicadores de desempenho e resultados, estimulando a
participação dos trabalhadores.
Uma informação bem elaborada contribui para a conscientização de saúde e
segurança de todos os trabalhadores. Além da informação, devem-se criar mecanismos,
como caixas de sugestões, permitindo que os trabalhadores apresentem suas propostas,
reconhecendo as que foram implementadas na pratica e premiando ou comemorando boas
ideias.
21

5 CONCLUSÃO

Percebeu-se ao avaliar as condições de segurança, que este ramo de atividade


possui alto risco aos seus colaboradores.
No ambiente de trabalho os mesmos estão cientes de sua exposição aos vários
riscos ao executar suas atividades, para isso a empresa fornece equipamentos individuais
e coletivos, mas os mesmos não são de qualidade e alguns estão com o CA vencidos. É
preciso que seja realizada a troca com frequência e/ou conforme seu desgaste. Outro fator
que não está sendo observado é a incoerência de equipamentos sugeridos no PPRA e os
fornecidos aos colaboradores.
Além da falha no fornecimento dos equipamentos outros fatores que podem
acarretar em doenças e acidentes é a carga excessiva de trabalho e desvio de função, pois,
não estão sendo executadas como na ordem de serviço, a empresa está colocando uma
descrição e no programa tem outra.
Como medida de prevenção a empresa realiza treinamentos das normas
regulamentadoras conforme mencionado no PPRA. Os entrevistados sugeriram que
fossem realizadas dinâmicas de grupo e palestras motivacionais, para assim possuírem
maior interação entre os mesmos.
Os colaboradores conhecem e estão cientes da importância dos programas
ocupacionais, estão atentos e cobram segurança, porém, a empresa tem seu foco na
lucratividade.
No momento pode ser um gasto desnecessário investir em novos treinamentos,
equipamentos de qualidade e reduzir a carga horária, porém, com visão à longo prazo
seguindo estes itens os valores financeiros com doenças, afastamentos, processos
trabalhistas, serão menores e com terão redução dos índices de doenças e acidentes do
trabalho.
As inconformidades encontradas foram devidas ao planejamento inadequado dos
programas ocupacionais, sugerimos que o gestor juntamente com a empresa que realiza
a elaboração do PPRA e PCMSO devem se planejar para que os mesmos sejam
elaborados corretamente conforme a realidade da empresa mais sempre seguindo as
normas.
22

REFERÊNCIAS

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23

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