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Um Bebe Por Encomenda - Livro Un - Aline Damasceno
Um Bebe Por Encomenda - Livro Un - Aline Damasceno
Capa e Diagramação
Jéssica Macedo
1ª edição
Livro digital
Damasceno, Aline
Selo segredo
Sinopse: 7
Prólogo 9
Capítulo um 18
Capítulo dois 24
Capítulo três 29
Capítulo quatro 38
Capítulo cinco 44
Capítulo seis 50
Capítulo sete 55
Capítulo oito 61
Capítulo nove 69
Capítulo dez 77
Capítulo onze 85
Capítulo doze 92
Capítulo treze 99
Capítulo quatorze 106
Capítulo quinze 112
Capítulo dezesseis 123
Capítulo dezessete 134
Capítulo dezoito 139
Capítulo dezenove 148
Capítulo vinte 157
Capítulo vinte e um 165
Capítulo vinte e dois 175
Capítulo vinte e três 186
Capítulo vinte e quatro 197
Capítulo vinte e cinco 207
Capítulo vinte e seis 213
Capítulo vinte e sete 221
Capítulo vinte e oito 228
Capítulo vinte e nove 233
Capítulo trinta 241
Capítulo trinta e um 246
Capítulo trinta e dois 258
Capítulo trinta e três 268
Capítulo trinta e quatro 276
Capítulo trinta e cinco 281
Capítulo trinta e seis 288
Capítulo trinta e sete 298
Capítulo trinta e oito 304
Capítulo trinta e nove 311
Capítulo quarenta 316
Capítulo quarenta e um 322
Capítulo quarenta e dois 327
Capítulo quarenta e três 332
Epílogo 337
Agradecimentos 341
Sobre a autora: 342
Conheça outros livros da autora: 343
Sinopse:
Embora tivesse mais de oitenta anos, meu avô era uma figura
imponente em seu terno impecável e seu olhar aguçado, que
indicava sua lucidez. O que não conseguia entender era por que ele
abriu mão da presidência para colocar o imprestável do meu pai em
seu lugar, que só pensava em farra e mulheres desde que minha
mãe faleceu quando eu era ainda bem pequeninho. Um grande tolo
que se deixava levar pelo desejo e por impulsos, não pela
racionalidade exigida de alguém que queria obter sucesso.
— Substituí-lo?
Voltei a caminhar e, sem que me desse conta, comecei a
desfazer o nó da minha gravata, que estava começando a me irritar,
removendo-a, bem como a calma aparentada pelo meu avô. Como
ele poderia estar tão calmo quando Ronaldo estava agindo como
um sanguessuga?
— É, irei.
Mas hoje meu corpo doía pela tensão e pela briga que tive
mais cedo com uma das minhas colegas de profissão, sobre o modo
como ela estava tratando um paciente menor de idade que tinha
sofrido um acidente de moto. Não gostava muito da mulher que era
auxiliar de enfermagem, e ver ela destratando a todos, a cada dia
que passava, só me fazia desgostar ainda mais. Eu não suportava
injustiças e perdi as estribeiras com ela. Embora fôssemos
concursadas, isso não nos dava o direito de tratar as pessoas como
se fossem animais. Definitivamente, essa era a parte ruim de se
trabalhar em um hospital público, ainda mais em um em que a
população local considerava os profissionais como carniceiros.
— Estávamos bem, mas você tinha que vir com essa sua
chatice de ter filhos. — Bufou, irritado, se levantando.
Bufei.
— Sinto muito por isso, querida. Mas fazia tempo que você
estava se queixando de que seu relacionamento estava indo de mal
a pior. — Fez uma breve pausa. — Nunca gostei muito dele, para
ser sincera. Algo nele me cheirava mal.
— Que canalha, minha filha. Não acredito que ele usou isso
como desculpa — esbravejou. — Agora que não gosto mesmo dele.
Onde já se viu? Isso é jogar muito baixo.
— Ele não era o homem certo para você, filha. Nunca foi.
Sorri. Sabia que minha mãe iria querer me tirar de casa e ver
com os próprios olhos que eu estava bem, mesmo que morássemos
em cidades diferentes. Talvez sair um pouco fosse uma boa ideia,
fazia algumas semanas que não saia com a minha mãe.
Conversaríamos muito e, com certeza, riríamos muito juntas.
— Obrigada.
— Nada.
***
— Pare com isso já, Sofia. — Apertou meu ombro com força.
— Você é uma mulher linda, gentil e amorosa. Será uma excelente
mãe quando tiver seus filhos, e a prova viva disso é o modo como
você se doa quando interage com as crianças que passam por aqui
e no seu trabalho voluntário. — Fez uma pausa. — João que é um
bocó.
— Vou lá.
— Merda!
— Nada.
— Vovô...
— Só você pode fazer algo, Jeff — comentou com a voz
aveludada e eu me mexi inquieto na poltrona, torcendo para que ele
não mencionasse aquilo que, tirando os acontecimentos do dia,
mais me irritava. — Me dê um bisneto ou… — Mexeu a mão,
indicando somente com gestos aquilo que queria dizer.
Merda!
Sofia…
— Sabe, mãe, sei que ainda estou muito ferida com aquilo
que João fez. Ainda não consigo acreditar que ele será pai com
outra mulher.
Ouvi dona Rosi soltar um bufo e um palavrão nada educado,
fazendo-me arquear a sobrancelha, pois nunca tinha escutado a
mulher praguejar dessa forma antes. Interessante...
A Chaveirinho queria ser mãe? Saber isso fez com que algo
revirasse no meu estômago. Senti meu coração se acelerar ao
passo que minha mente fervilhava. Uma luz no fim do túnel estava
surgindo para mim.
— Eu te amo, mamãe.
— E eu ainda mais. Sabe, Sofia, se for isso mesmo o que
você quer, eu te apoiarei incondicionalmente. Não será mãe sozinha
como eu fui, pois sempre terá a mim, e farei o que puder para te
ajudar a realizar seus sonhos. Sempre!
— É o preço alto que tenho que pagar, como você bem sabe.
— Bonequinha!
— Bobalhão!
Envolvido pelo som e pelos ofegos que ela emitia, sua palma
quente apoiando-se nos meus ombros com medo de cair, por um
momento me pareceu que só existiam apenas nós dois no mundo, o
que era algo completamente absurdo, mesmo assim, não parei,
apreciando a proximidade. Eu não deveria estar tocando aquela
mulher assim, ainda mais que ela encarava tudo como uma
brincadeira inocente enquanto eu me sentia queimar lentamente.
Quando foi a última vez que me senti tão vivo? Ignorei a pergunta e
continuei fazendo-a se dobrar, com lágrimas de tanto rir escapando
pelos seus olhos.
Merda! Não quis soar tão arrogante, mas acabei sendo mais
rude do que gostaria com a Chaveirinho, que me olhou com receio
enquanto se encolhia contra o sofá, e eu me odiei por isso. Uma
pontada fincou no meu peito.
Ignorei tudo, até mesmo o suor frio que cobriu a minha pele
ao saber que quando ela dissesse sim, parte da minha vida
mudaria, mesmo que eu não quisesse.
Chegou a hora!
— Claro, vovô.
Poderia ter entrado no seu jogo, mas não iria descer tão
baixo.
Ainda!
— Desde que você foi conversar com Jeff que você está
tensa — continuou. — Aconteceu alguma coisa, querida? Ele disse
algo que te incomodou?
— Sim.
Fiquei por um bom tempo olhando para ela até não mais
poder vê-la de onde estava e soltei um suspiro. A hora que mais
temia, a que estava querendo evitar, havia chegado: ficar a sós com
Jefferson.
— Por quê?
— E ainda o é.
Sei que estava sendo tola, mas torci para que ele tivesse
mudado de ideia sobre tentar me convencer a ser o pai do meu
bebê. Depois do pensamento que tive durante a conversa com
Estebán, e também de tudo o que aconteceu, não sabia se, por
impulso, conseguiria dizer não outra vez para Jefferson.
Não iria discutir com ela. Sabia o quanto Sofia tendia a ser
cabeça dura sobre alguns assuntos, ainda mais aqueles sobre
pessoas que se encontravam em situação vulnerável. Ela era
extremamente generosa, empática e defensora dos próximos, o que
fazia eu admirar ainda mais a mulher que ela tinha se tornado, pois
eu era completamente o seu oposto. Podia fazer doações regulares,
mas, diferente da Chaveirinho, que fazia trabalho voluntário nos
finais de semana, eu não me envolvia diretamente.
— Hhmph. — Resmunguei.
— Malcriado.
— Não foi por isso que você me ligou a essa hora, não é
mesmo? Diga logo o que quer. — Estava pouco me importando por
ter soado grosso e arrogante, um grande foda-se para ele.
— Ah, não? Você acha que não sei que você está sondando
propostas para a venda da Richelme? E ainda por cima, por preço
de banana? Você me enoja, Ronaldo. — Ri com desdém. Ouvi um
estrondo e as mulheres darem um gritinho ao fundo. Provavelmente
ele tinha socado alguma coisa, ou jogado algo na parede. Ridículo.
— Bastardo!
— Veremos.
— Certo. Obrigado.
***
— Ainda nem acredito que você deu banho nele — a mulher
loira e alta fez uma careta de desdém —, eu tinha asco só de ficar
perto dele, com aquele cheiro horrível e o cabelo nojento de tão
embolado.
— Uau! Que flores mais lindas, Sofia. Acho que nunca recebi
umas tão belas. — Soltou um suspiro romântico. — E pelo rosado
das suas bochechas, algo que nunca tinha visto antes, não são do
seu ex. — Fez uma pausa. — E pelo sorriso bobo no rosto também.
— São de Jefferson…
— Sei…
— Entendo.
Jeff não disse nada, apenas levou minha mão aos lábios,
plantando um beijo no dorso quando paramos em um sinal. Ele
sabia que nunca apreciei palavras vazias, como que isso aconteceu
porque foi traçado, ou qualquer outra coisa do tipo. Tinha gente que
encontrava consolo nelas, mas não eu.
— Posso te entender.
O modo com que ele disse aquela pergunta fez com que um
desejo se formasse no meu baixo-ventre, que foi difícil de ignorar,
ainda mais quando ele pousou a mão na minha coxa e a apertou.
Eu deveria detê-lo, mas tudo o que fiz foi sentir a boca seca e conter
um gemido que brotou em meus lábios. Quando seus dedos
começaram a brincar com a região, se aproximando cada vez mais
da minha feminilidade, eu perdi a noção de espaço e tempo, imersa
no toque sutil dele. Nem mesmo me dei conta de quando o carro
parou, sendo apenas tirada do transe que me encontrava quando
Jeff se dirigiu a mim, com a voz rouca e repleta de excitação.
— Chegamos, Sofia…
— Não menti quando disse que queria apenas zelar por você
essa noite — falava com a voz entrecortada. — Eu te quero muito,
Chaveirinho — pegou a minha mão, pousando-a sobre a sua
ereção, que me revelava o quanto Jeff me desejava, e um fogo me
consumiu ao saber que eu era a causadora da sua excitação, uma
espécie de poder que nem sabia que poderia exercer em alguém
como ele.
— Hm…
— Eu…
Merda!
— Perfeito!
Jefferson!
— Sim?
— Hmph.
Como hoje era meu dia de folga, já que consegui trocar com
uma colega meu plantão para poder ir a festa com Jefferson mais
tarde, tinha convidado a minha mãe para fazermos unhas em um
salão que há muito tempo frequentávamos juntas. Ela adorava esse
momento mãe e filha e não podia negar que eu também, ainda mais
quando Rosimeire pirava ao escolher o novo tom de vermelho com
que iria pintar as unhas. Me divertia à beça. Mas não hoje, quando
não tive coragem de contar a ela os giros da minha vida.
— Jura?
Arregalei os olhos, incrédula. Minha mãe era muito mais
moderna do que eu neste aspecto e, em busca de um novo
parceiro, ela já marcou vários encontros pelo app. Vários, é claro,
deram errado, mas Rosi parecia não perder as esperanças e
sempre parecia animada ao me contar como foi. Eu simplesmente a
apoiava, pois nada me parecia mais importante do que ver aquela
guerreira feliz. Quem sabe seria esse tal de Joel, um homem do seu
passado, sua cara metade.
— Bem…
— Hm…
— Nem sei bem o que falar, Sofia. Você bem sabe que nunca
fui parâmetro em relação aos homens e acho que nunca serei.
Poderia dizer aquele clichê de que ele é um homem rico e que vai
quebrar o seu coração, que só quer te usar e jogar fora, mas isso
nada tem a ver com bolso, mas com caráter. Sou a prova viva disso.
— Então quer dizer que você pretende “ficar” com esse tal de
Joel, dona safadinha? — perguntei, e comi mais um pedaço da
broa.
— Jeff…
— Ainda não.
Era estranho pensar que apenas sua voz baixinha era capaz
de despertar tamanho desejo em mim, deixando-me completamente
à sua mercê. Mas não podia negar que a ânsia se potencializava
pelo olhar de fome que ele me lançava e os pequenos toques que
dava em mim. Mas tentei me concentrar na sua pergunta.
— Bom, mal chegamos e já estamos na pista de dança. Você
nem falou com ninguém direito — acariciei seus ombros com uma
mão, enquanto nos movíamos lentamente e tentava segurar a bolsa
com a outra —, precisa de mais foco nos negócios.
— As pessoas…
Estava tão absorta, que nem mesmo notei que outro casal
tinha se juntado a nós à mesa até o homem se alardear, e
descobrisse que era alguém bastante conhecido.
— Ah, Jeff, ela pode ser gostosinha, mas nunca foi do nosso
calibre. — Deu de ombros. — Você deveria parar de ficar de casinho
com essa ralé. — Destilou seu veneno, fazendo a outra rir ainda
mais.
— Vá, Ronaldo, mas saiba que não deixarei barato você falar
assim da Sofia — Jefferson disse entre dentes, mesmo que eu
tivesse falado que não me importava.
— Mas, eu…
— Me leve para sua cama, para o seu sofá, para onde você
quiser, Jeff — murmurei em um tom de voz ainda mais rouco —, por
favor. Aqui é público demais até para beijos.
— Jeff…
— Hm…
— Abra os olhos.
— Hm…
— Hmmm…
— Hm… Vou ter que usar todo o meu arsenal para tentar
convencê-la a passar sua folga aqui. Ou, que você me convide para
a sua.
— Hm…
Assenti em concordância.
— Vovô?
Merda!
— Deveria ter agido com mais discrição, meu filho. Sei que o
fogo a gente não controla e você costuma ser um ermitão, mas
quase fazer sexo com ela em local público? — repreendeu-me.
— O quê?
Estava ultrajado e não era pelo fato do meu avô, de mais de
oitenta anos, estar comentando sobre sexo comigo. Tudo bem que
não era o melhor assunto do mundo para se conversar com ele,
mas de vez em quando falávamos algo do tipo. O que realmente me
irritava era terem distorcido um mero beijo e transformado em algo
que beirava ao atentado ao pudor.
— Entendo…
— Sim?
— Verdade, vovô.
— O quê?
— Não o farei.
— Conto com isso.
— Merda!
— Huuuum…
Pude imaginar ela fazendo uma careta. Minha mãe não era o
tipo de mulher que apreciava ficar no escuro das coisas, tinha sido
magoada demais na vida para tal.
— É.
— Eu…
***
— Mas, senhor...
Meu bebê!
Sempre tinha sonhado com esse dia, mas não podia imaginar
que eu seria tragada por essa avalanche de mais puro amor. Era um
sentimento tão forte, tão puro, tão lindo, tão intenso, tão grandioso
que fez com que eu soubesse que, por maior que pudessem ser
meus medos e inseguranças, aquela criança teria tudo de mim. E de
Jefferson.
— Sofia...
— Pare, Jeff.
— Tomara.
— Filha!
— Estebán, eu…
— Hum…
— Parabéns, Jefferson.
— Assim eu espero.
— Minha Ilda teve sorte, acho que só sentiu uma única vez.
— Uma pequena crise de enjoo, mas estou bem. Vai ser algo
que pode ser recorrente na nossa vida. — Sorri.
***
— E a nossa princesa?
Quando ela disse isso, bufei e fiz uma careta; Sofia riu da
minha cara. A única parte ruim de tornar-me pai de uma menininha
seria lidar com os cuecas dando em cima dela quando crescesse,
ainda mais se for tão bela quanto a mãe. Só de pensar eu já
começava a me morder de ciúmes.
— Besta.
— Quer apostar comigo, Sofia, de que será uma menina? —
Ergui minhas mãos e as deslizei pela pele macia dos seus ombros,
fazendo ela soltar um suspiro de deleite com a pequena carícia.
— Entendo.
— É indescritível — comentei.
— Entendo.
— Jefferson…
— Não conseguiria fazer isso sem você, Jeff. Ainda mais que
combinamos de descobrirmos tudo juntos.
— Hey, você fala isso porque não vai doer em você — disse
em tom brincalhão, me empurrando.
Hoje via com clareza que o poder e dinheiro poderia ser, sim,
importante, mas não mais do que se doar a outro alguém e ser
recebido com tanta ternura. E amar. Era curioso como esse
sentimento parecia crescer cada dia mais em meu interior, ao ponto
das palavras não serem mais o suficiente para expressar como eu
me sentia.
— Vovô…
— Obrigada, vovô.
Malu.
Sofia…
— Uhum.
— Ou desse jeito?
— Diz que é mentira, Jeff, diz que você nunca me usou dessa
forma, que é apenas uma conversa fora de contexto e boatos. Por
favor — implorei enquanto chorava.
— Chaveirinho — a voz rouca repleta de dor me deu a
resposta que eu não queria. Senti meu coração se partir ainda mais,
estava completamente devastada.
Não demorou muito e ele fez o que eu pedi, mas não sem
antes soltar um suspiro profundo e tentar me tocar, me deixando
sozinha em companhia do sofrimento e do choro convulsivo. O
amargo na minha boca da descoberta tornava tudo o que vivi com
ele em ácido puro.
Uma pontinha de dor na minha barriga fez com que eu
respirasse fundo e buscasse me acalmar. Eu teria que ser forte para
não prejudicar a minha bebê.
Capítulo trinta e oito
— Hum.
— Entendo.
— Continue.
— Quanto?
Sofia!
— Amor?
— Vai ficar tudo bem, meu amor — dei um beijo na sua testa
suada enquanto ela fazia uma careta com a dor da contração,
tentando consolá-la, por mais que eu estivesse tenso.
A mulher assentiu.
— Certo.
— Vamos, mãe!
E eu continuei, não sei por quantos minutos mais, até que um
som baixinho de choro, que se tornava mais forte enquanto o ar
preenchia seus pulmões, ecoou pela sala de parto e eu sorri em
meio ao cansaço por conta do esforço.
Até mesmo Júlia, minha amiga que tinha feito no meu antigo
trabalho, veio visitar minha doce menininha, e aproveitou para
contar fofocas suculentas do hospital. Finalmente Patrícia teve o
que merecia, pior, ela, juntamente com os parentes dela que
atuavam na administração do hospital, estavam sendo processados
por desvio de dinheiro. Ela também respondia a um outro por
preconceito racial, o que acabou resultando em sua detenção.
Quem sabe assim a mulher parasse de tratar as pessoas como
inferiores pela sua classe e pele, mas eu duvidava fortemente disso.
— Por que ela ama vocês dois — pisquei para ele e mandei
um beijo no ar.
— Sofia…
— Mil vezes sim, meu amor, sim — fiquei nas pontas dos pés
e dei um beijo na sua bochecha, que estava molhada pelo próprio
choro, e falei ainda mais baixo: — quantas vezes você quiser, Jeff.
Eu te amo, Jefferson Richelme. — Beijei o canto dos seus lábios
que começou a se abrir em um sorriso. — Não preciso de palavras e
pedidos bonitos, suas ações para comigo são muito mais do que eu
poderia querer. Você me demonstra, apenas com gestos e olhares,
algo que nem a mais bela poesia conseguiria transmitir: amor.
— É lindo.
— Acho que sou bom nisso. — Tive que conter o riso para
não acordar Malu, que começou a se mexer em meio ao sono.
— Certo.
— Certo.
— Está tudo bem, meu amor, papai vai verificar sua fralda e
acabar com seu sofrimento — trouxe-a mais contra o meu peito nu
enquanto caminhava até o trocador —, não, não, não precisa chorar
tanto.
— Acho que ela quer mamar mais um pouco, não era nem
xixi nem cocô. — Me aproximei do lado onde ela estava, sentindo
Malu ficar ainda mais agitada, abrindo o berreiro. Abaixando a alça
do baby-doll e expondo o seio, ergueu os braços em um pedido
silencioso de que eu passasse Malu para ela e pudesse a acomodar
contra o peito, e nossa pequena com a mãozinha pequena fechada
em punhos começou a bater em Sofia. Segurando o seio,
Chaveirinho colocou o bico próximo a boquinha da Malu, a qual
chorando, rejeitou, o que fez com que o papai dela ficasse
literalmente em pânico e tivesse que se conter para não andar de
um lado para o outro. Quando ela tentou dar o peito novamente sem
sucesso, eu soltei um gemido incongruente.
— Tudo bem…
Dei de ombros.
— Vamos.
Fim
Agradecimentos
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Físico==>https://grupoeditorialportal.com.br/product/a-virgem-
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Sinopse:
Bilionário conhecido por seu gênio controlador, sua
arrogância e foco nos negócios, o magnata Andrea Della Torre
sempre conseguia o que queria e não se importava de passar por
cima de tudo para alcançar os seus objetivos. E ele estava
determinado a ter em sua cama a única mulher que nos últimos
anos despertou o seu interesse e que tinha seu respeito: sua
secretária. Mesmo que para isso tivesse que comprá-la, pois todos
tinham o seu preço.