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Um Bebe Na Mafia - Mari Sales 2
Um Bebe Na Mafia - Mari Sales 2
Edição
2021
Copyright © Mari Sales
Criado no Brasil.
Sinopse
Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Epílogo
Agradecimentos
Sobre a Autora
Outras Obras
Dedicatória
Um ano antes...
Ah, se ela soubesse que aquele tipo de atitude me dava tesão, teria
se levantado e ido embora. A mulher estava para guerra, não sexo casual.
Bem, acreditei que ela seria nada além de distração, uma vez que
controlava tudo o que acontecia com a minha vida. Não demorou nem um ano
para que eu descobrisse que estava muito enganado.
Capítulo 1
— Sim, Senhor.
Segui meu instinto e fui até a porta mais ao fundo, que tinha o choro
de bebê mais forte. Escancarei a porta, apontei a arma para todos os lados e
ignorei o corpo de duas mulheres no chão, abraçadas. Depois descobriria
quem elas eram, mesmo que não me importasse. Estavam mortas e iriam
cobrar seus assassinos a sangue frio no inferno.
Fui até o berço, que estava do lado das vítimas e encontrei uma
boneca pequena, com roupa branca e que remexia os braços e pernas. Não,
porra, era um bebê! Guardei a arma, estiquei-me para frente e hesitei antes
de tocá-lo. O que estava fazendo?
— Senhor De Leon? — Douglas chamou e o ignorei. — Tudo limpo
e os nossos já foram recolhidos.
— Sim, reconheci pelo som. Vamos embora, vou botar fogo nisso
tudo.
— Não!
Era um Camargo, aquele bebê não merecia o meu respeito, por ter
sangue de hipócritas que disputavam o poder comigo, mas era meu. Espólio
de guerra ou apenas uma necessidade de ter um herdeiro, mesmo que nunca
tenha pensado em trazer um filho para esse mundo. Eu era egoísta demais
para dividir as minhas conquistas com outra pessoa.
O bebê diminuiu o choro de sofrimento, as lágrimas em seu rosto
calaram minhas dúvidas e a decisão tinha sido tomada antes mesmo que eu
proferisse.
— Mas...
Passei por ele, depois pelos outros soldados e saí daquela casa, que
se tornaria cinzas em algumas horas. Com passos firmes e determinados,
andei pelo quintal da frente e fui para a calçada. Entrei no banco de trás do
meu carro, impedi que outros soldados viessem comigo e admirei aquele
pequeno pedaço de gente em meu colo.
Meu filho.
— Co-como Senhor?
— É seu filho?
Sem bebê e sozinha no mundo, era assim que me sentia. Meus pais,
que me afastei por conta da depressão de ter que passar o momento mais
feliz da minha vida chorando, não sabiam notícias de mim há um tempo.
— Diga sim. Você será paga e terá uma criança para tomar do leite
que será desperdiçado nas suas tetas caso não aceite.
— Não, está vazando aí. — Tocou meu seio e avancei nele, irritada
pelo toque indevido. Percebi a aproximação de outros homens enquanto
minhas mãos, sem força, apertavam seu pescoço. O tal Douglas me encarava
sem empatia, o típico olhar de um criminoso que não se arrependia do que
fazia. — Isso é um sim?
— Quem é você?
— Quem está com você nos braços sou eu, então, tenha um pouco
mais de respeito — soou ameaçador.
— Não sei.
Assassino psicótico
O que é isso?”
— Pelo que pesquisei, ainda vou sangrar de uma a duas semanas, para
limpar o útero. — Segurei o soro, que já estava quase terminando.
— Sua mãe também te pariu e passou por isso. Espero que ela tenha tido um
marido decente e pais amorosos para não se sentir a aberração do circo. Então, mais
respeito.
— Puta que pariu! — gritei, irritada e ele riu enquanto me debatia para não
escorregar naquele lugar. — Qual seu problema?
Sem me importar com a porta aberta e a nudez, tirei a pouca roupa que eu
tinha e deixei a água me banhar. Aos poucos, fui sentindo meus músculos voltarem ao
normal, minhas pernas se mexiam e meu corpo ganhava vida.
O soro tinha acabado, tirei a intravenosa com cuidado, mas acabei me
machucando do mesmo jeito. Descartei tudo sem me preocupar com a sujeira, meu
foco era estar bem para conhecer o meu novo filho ou filha.
Olhava para o sangue que ainda escorria entre minhas pernas em um misto
de saudade e revolta. Nunca teria minha filha de volta, mas poderia me entregar a
outro bebê. Quantas mães perderam seus filhos e não tiveram a mesma oportunidade
louca que eu?
Apertei o bico dos meus seios e sorri para o leite que jorrava. Eu estava
dolorida, mas nada substituía a satisfação de poder alimentar um ser indefeso.
Mesmo que não tenha saído da minha barriga, eu lidaria com aquele bebê como se
fosse meu.
Foda-se o que Douglas falou, que eu não tinha direito sobre a criança.
Estava disposta a fugir com ela quando o tal chefe achasse que eu não fosse mais
útil.
— Pronta, donzela?
— Não. Serei a sua babá. — Deu um passo para frente e o fuzilei com o
olhar. — Limpei sua meleca, deveria me agradecer.
— Está no quarto e terá que lidar comigo por perto. Ordens do chefe.
— Homens — murmurei, revirando os olhos e tomando coragem para me
levantar.
Minha mala estava aberta em cima de uma mesa no closet. Havia roupa
masculina ao redor e encarei Douglas com preocupação. Ele cruzou os braços,
ergueu a sobrancelha e percebeu que eu tinha muitos questionamentos.
Meu coração parecia ter voltado a bater quando escutei o choro no outro
cômodo. Ignorei a plateia e me troquei de costas para ele, usando aquele absorvente
gigante, colocando o sutiã de amamentação e um vestido largo, propício para que eu
vivesse aquele momento com a minha Gabrielle.
— Ele precisa ser trocado. — Meu olhar foi de Douglas para o outro
homem e minha respiração ficou presa na garganta. Ele! Aquele que contribuiu para
transformar a minha vida em um inferno. O culpado pelo distanciamento de Ricardo,
além dele ser um dos criminosos mais poderosos de Lumaria. — Você!
Douglas se apressou em fazer o que pedi e voltei meu foco para a criança
em meu colo. Ela. Mesmo sem atestar, meu coração sabia, era uma menina e tinha
cara de Emanuelle. Ela resmungava e fechava os olhinhos, deveria estar incomodada
com a fralda e com fome.
Era a primeira vez que estava sendo mãe e meu instinto materno ditava o
que eu deveria fazer. Esqueci a raiva e a diferença que tinha com Leonel De Leon ao
meu lado. Algo tão absurdo quanto encontrar uma mãe que acabou de perder o filho
deveria ser coisa de um mafioso excêntrico como ele.
Acreditei que ela iria tomar tudo, mas logo cuspiu e chorou. Não
era o leite da mãe, aquela bebê não era a minha filha, meu inferno estava
voltando com tudo.
“Mãezinha do Céu
Eu não sei rezar
Só sei te dizer
Ignorei os barulhos, meu foco era apenas a bolha que criei para me
proteger junto daquela órfã. Conforme eu me acalmava, coloquei o rosto da
bebê próximo ao meu peito e continuei a cantoria, mesmo que ela tenha
cuspido meu peito novamente.
Sabendo que não teria muito tempo, lidando com pessoas que
mandavam e desmandavam na cidade e no submundo dela, aceitei minha
sentença, mas não antes de mostrar como me sentira.
— Faça então.
Ele não sabia, mas tinha me dado um pedaço do que tanto ansiei.
Ser chamada pelo título mais nobre do mundo, aquela que gerou e criou o
pequeno ser que dormia em minhas mãos. Eu estava confundindo as coisas,
tinha que descansar e colocar os pensamentos em ordem.
— Leonel — falou meu nome com tanto receio, que a imaginei debaixo de
mim, implorando para que abrisse suas pernas e a tomasse sem restrições. Aquela
não era uma mulher para transar, por mais que ela estivesse querendo me foder.
Traguei do charuto e a encarei da cabeça aos pés. Ela não parecia a mesma
mulher que me enfrentou no restaurante. A roupa decotada e a sensualidade que me
chamou atenção deu lugar para aquele vestido ridículo e recatado, com uma barriga
saliente do pós-parto.
— E o que vai acontecer comigo? — Deu um passo na minha direção.
— Você cuidará da criança e lhe dará o leite materno que é essencial. Essa
será sua missão. Minha filha terá tudo do bom e melhor, começando pela
alimentação. Talvez não vá querer seguir meus passos no futuro, achei que era um
menino, mas... foda-se. — Bufei irritado. — Eu não lhe devo satisfação dos meus
planos, apenas execute o que lhe for ordenado.
— Você não vai fazer outra coisa que não seja cuidar de Emanuelle —
ordenei seco e vi a Atrevida empinar o nariz com irritação. Tomei o uísque com
apenas um gole, traguei do charuto, descartando-o dentro do copo e me levantei para
intimidá-la.
— Sim.
— Essa é a última vez que converso com você sobre esse caralho. Ficará à
disposição de Emanuelle até o momento que eu achar necessário. Recuse, você pode
ir embora e arcar com as consequências.
— Mas...
— Não estou apontando uma arma para a sua cabeça, ainda. Eu não tenho
paciência para barganha. É ou não é. Finito.
— Apenas se eu decidir que você merece meu tempo. — Avancei nela, que
bateu as costas na porta de vidro. Trancou a respiração e virou o rosto, ela estava
assustada, por mais suicida que ela parecesse. — Vou mandar no bebê, em você e na
minha casa. Quem manda em Lumaria sou eu. Você já deveria saber disso, Atrevida.
— Não fuja da resposta, advogada. Sim ou não para o meu acordo de cuidar
da minha filha?
— Bom. Vá, fique com ela, eu estarei na sala aguardando o resto das coisas
que mandei comprar.
Dei um passo para trás e liberei a cordeirinha assustada que saiu correndo
para dentro do apartamento. Douglas se aproximou, ele estava confuso desde o
momento que carreguei aquele bebê, como se ser pai fosse a realização de um sonho.
— Sim. O bebê ainda não foi identificado, o exame de DNA ainda vai
demorar para sair.
— Foda-se aquele velho cheio de pelanca. Fez filhos bastardos por toda a
cidade e nem se importa com quem matamos. Com certeza, estamos fazendo um favor
a sociedade e para eles, que só assumem os herdeiros oficiais. — Sorri com malícia,
pensando na minha pequena Emanuelle tendo sangue Camargo e se voltando contra
eles. — Será prazeroso ver a destruição deles pelas mãos de uma filha bastarda.
— Quem?
Oh, sim
A coroa
Oh, sim”
Apesar de cruel com meus inimigos, eu não era tão ruim quando se tratava
de associados. Douglas entregou-me uma bandeja e saiu apressado. Coloquei no
colo de Sara e fui duro com o olhar.
Senti falta dos meus pais. Do irmão que se casou e me afastei. Por
conta de ter mudado de cidade e vivenciado momentos ruins com Ricardo,
eu tive vergonha de assumir que uma mulher forte e determinada, tendo
diploma de Direito, sofria por causa de um relacionamento fracassado.
— Por que ela chorou? — ele perguntou ainda de olho no meu seio
sendo sugado pela bebê.
Mesmo sabendo de tudo, eu estava bem ao seu lado, com uma bebê
nos braços, criando vínculo através da amamentação. Poderia estar em casa,
chorando, em depressão e criando estratégias para destruir Ricardo, mas...
eu não me sentia mais necessitada daquela ação.
Ela foi fechando os olhos e largando o bico do meu seio. Olhei para
o lado, Leonel dormia tranquilamente, mas pela tensão no corpo, eu sabia
que acordaria a qualquer movimento brusco.
Ainda com muito sono, virei o corpo para dar as costas ao mafioso
e fechei os olhos. Daquela vez, eu demorei para relaxar, tendo consciência
de tudo o que estava ao meu redor. Apesar do silêncio, minha mente não
parava de funcionar, criando cenários aterrorizantes sobre o quanto eu corria
risco de vida estando ao lado de um homem poderoso e que atraía muitos
inimigos. Ele poderia dominar a cidade, mas lidava com ameaças a todo
momento.
Dormir com uma arma, nunca pensei que poderia ser uma
alternativa atraente.
“E eu ouvi
E eu ouvi
— Que não está por perto. Continue aí, eu vou ficar com ela.
— Ela não tem o seu sangue, não conviveu com você, então, precisa
criar um vínculo de outra forma. Eu estou por perto e amamento, mas e você?
Se fosse um doador de esperma, como o idiota do pai da minha filha, tudo
bem. Mas você quer a posição, mas não está presente para reclamá-la.
Olhei para a panela e orei para que ele não apontasse uma arma
para a minha cabeça e a explodisse. Mesmo que estivesse ultrapassando
limites, eu não me calaria perante os interesses da minha filha.
— Falei a verdade. Acho que já deu para perceber que falo sem
filtro. — Neguei com a cabeça quando ela quis tirar a colher da minha mão.
— Vou terminar o risoto.
— Que conste em ata, estou indo contrariada, por ter outras mãos
executando a minha obra de arte. — Fiz bico e lhe entreguei a colher, ela
suspirou aliviada. — Você tem medo dele?
— E você não?
— Ela é um bebê, vai chorar toda vez que quiser algo, seja o
alimento, trocar fralda, estar triste ou feliz. — Cheguei ao berço e a peguei
no colo, abraçando seu corpinho e a deixando de pé. — Calma, amorzinho,
estou aqui.
Para testar suas palavras, levantei-me da cama e fui para sala, Sara me
acompanhou com preocupação. Emanuelle estava em meu colo, calma e bem
acomodada, mas eu não era a mãe.
— Ou acredita que eu posso fazer mal à minha filha? — Dei-lhe o olhar que
faria homens mijarem nas calças. Ela recuou, abaixou a cabeça, mas não por medo.
Sara tinha o brio de quem tinha ódio correndo nas veias. Em outros tempos, a
contrataria para fazer parte da minha equipe, mas ela tinha que ficar com minha
herdeira. — Estamos entendidos?
— Vou pegar um cobertor, para que ela não se resfrie. — Foi a minha vez
de impedi-la de prosseguir, ficando em sua frente. — Senhor Leonel, posso ir
buscar?
— Amamente minha filha, eu gosto de ver as duas. — Entreguei-lhe
indicando o sofá para se sentar.
— O quê?
— Você acha que fui eu? — Sorri com escárnio e fiz um último movimento
com a cabeça. — Sente-se, porra.
Ela tirou a alça do vestido, expôs o seio e Emanuelle foi ávida para se
alimentar. Não era fantasia sexual, havia uma satisfação em ver que aquele ato me
acalmava. Depois da semana de merda que passei, fazendo levantamento dos mortos
da família Camargo e indo em busca dos pais biológicos da minha filha, achei o fim
da linha, sem nada que prestasse.
Então, eu tive que revirar aquele hospital de merda até encontrar a bebê de
Sara. Ela tinha sido usada em um transplante de órgão muito suspeito, seria enviada
para a universidade, como se fosse um rato de laboratório. Antes que tudo
acontecesse, interceptei o processo e estava esperando o momento certo para que
fosse enterrada.
Ela nunca comentou da filha que perdeu, mas sabia que conservar seu corpo
seria uma carta na manga no futuro.
— E então? Vai contar o que sabe da morte das prostitutas ou vai ficar me
secando, como se fosse a carne mais saborosa?
— E precisa?
— Ah, não mesmo. Ela não precisa seguir seus passos. — Sara voltou com
um pano branco. Limpou minha roupa e tirou a criança dos meus braços. — Temos
que desejar sempre o melhor para os filhos.
— Mas gosta de me desafiar e acredita ter poder sobre mim. — O que era
verdade. — Não saia da linha, minha paciência pode acabar. Eu não toco em mulher,
mas posso te colocar do outro lado do mundo, só porque eu posso.
Tudo o que envolvida minha filha, parecia fora do me alcance, por mais
próximo que eu estivesse.
Caminhei até a porta do apartamento, pisando firme e determinado a ir
embora e ficar outra semana longe, para não me indispor com aquela atrevida.
— Farei o que for necessário. — Abri a porta e a encarei. — Você, faça sua
parte. Quero minha filha saudável e tendo atenção, não te quero naquela cozinha
novamente. Ouviu bem?
Fechei a porta atrás de mim e segui para longe das duas que me faziam
fraquejar.
Capítulo 9
Três orgasmos em uma noite? Mal conseguia um, quem diria tudo
aquilo. Mas eu gostava da sensação do meu coração acelerado, das imagens
em minha mente e os suspiros que eu dava.
Pressionei os lábios com força, para que meu gemido não saísse e
perturbasse minha filha. Não havia nada além de prazer e reconexão com
minha intimidade. Acelerando os movimentos circulares, percebi que nunca
deveria ter parado de me dar prazer, mesmo depois da rejeição de Ricardo.
Ele iria continuar o que eu tinha começado. O pior não era sua
sugestão sem noção, mas a vontade que crescia em mim de aceitar.
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— Hei, olhe para mim — apesar do tom brando, era uma ordem e
estava começando a aprender a ser obediente, o que era uma merda para o
meu lado independente. Enfiou um dedo em mim e chiei, estava inchada, mas
também, desconfortável por tudo aquilo. — Está pensando merda, foque em
mim.
— Leonel...
— Vou meter tão fundo e com tanta força, que você nunca mais vai
se lembrar de outro homem na sua vida que não seja eu. Vou te marcar, vou te
foder e você pedirá mais.
— Sim. Sim!
As palavras sacanas temperaram o momento. Sua habilidade nata,
em saber mais do meu corpo do que eu mesma, me levaram até o ápice e me
joguei do precipício da perdição.
Joguei a cabeça para trás, empinei meus seios até eles ficaram
acima da superfície e me entreguei ao orgasmo. Ele não parou de me
estimular, até que voltei à posição. Meu olhar inebriado o deixou satisfeito
e, ao invés de me dar um beijo ou exigir que eu retribuísse, como eu estava
acostumada com Ricardo, ele se levantou e foi enxugar o braço.
— Não se excitou?
— Bem.
— É seguro.
— Não me fode. Saiba seu lugar — ele rosnou perto do meu ouvido
e acenei afirmativo várias vezes.
Demorou para chegar a tal casa segura, que mais parecia uma
mansão. O carro parou e muitos homens fortemente armados com rifles nos
escoltaram para dentro.
— Já vai?
— Sim, senhor.
— De acordo.
— Como o leão.
— Como todos que estão nesse terreno. Aqui é minha casa, meu
refúgio e ninguém vai estragar o que construí.
Eu não sabia quem era meus pais biológicos. Fui criado pelos De
Leon, uma família de políticos e empresários famosos do país. Quem ouvia o
sobrenome, reverenciava não só as pessoas que faziam parte daquele legado,
mas do quanto eles contribuíram para a sociedade, principalmente em
Lumaria.
— Uma briga no Bar Cavielli. Não acho que tenha relação com o
que está acontecendo no momento, mas pedi para um dos nossos ir averiguar.
— Eu sei, mas...
— Sim, senhor. Irei averiguar melhor, para que nenhuma ponta solta
fique sem o nosso conhecimento.
— Me mantenha informado.
— Veio aqui para chorar ou contar o que sabe sobre a bebê que
encontramos na casa de Bento Camargo? — Douglas o questionou com tédio.
— Eles não gostaram de saber que você está com a bebê. — Virou-
se para mim e as mãos dele começaram a tremer. — Ouvi que precisam dela,
que tinha de ser recuperada. Estão vasculhando a cidade, em todos os
lugares.
— Não sei.
— Também não sei. Ouvi que eles têm prazo, precisam achar a
bebê. Eles vão matar um por dia, se não acharem. — Passou as mãos pelo
cabelo e estremeceu. — Me tirem de lá, por favor.
— Obrigada.
— Já olhou a fralda?
— Eu estou aqui.
— Acho que você deixou bem claro que eu não sou eterna e
Emanuelle não é minha — joguei suas palavras contra ele, que me encarou
feroz. Eu amava aquela bebê, ela era parte de mim, mesmo que minha boca
falasse o contrário. — Além do mais, ter um filho e nunca trocar fralda, é a
mesma coisa que burlar as leis.
— Ela teria um destino muito pior do que ser criada por mim. Tudo
indica que os pais dela estão mortos, mas se não estivessem, eu o faria, por
ter deixado esse ser inocente em um quarto, sozinha, com três pessoas
mortas. Se eu não tivesse chegado a tempo, tenho certeza de que até ela
estaria sem respirar.
— Você está tomando café da manhã com alguém que não segue as
mesmas leis que você. Alguns acreditam que sou criminoso, outros adoram
me colocar como demônio. Eu me considero chefe de uma organização com
princípios diferenciados.
— Não. Você poderia ficar com Emanuelle para eu ser mais rápida?
— Ajeitei minha roupa sem perturbar o sono da pequena.
— Coma.
— Perdi a fome.
— Mas precisa se alimentar bem para que o leite seja nutritivo para
Emanuelle.
— Minha vida mudou no dia que dei à luz um bebê que não
sobreviveu. Mas tenho Emanuelle e estou lidando com um assunto de cada
vez. Sinto muito pela forma que tratei o Senhor. Vou para o quarto.
Poderia não ser sua esposa, nem a mãe da sua filha, mas eu era
diferente dos seus funcionários. Mandar não funcionaria comigo, mas
sugestões, com certeza, trariam harmonia para o nosso relacionamento.
— Hoje a mamãe vai fazer uma arte — murmurei para a bebê antes
de sair do quarto. Ela estava animada, aquela posição mais sentada e livre
para mexer braços e pernas a animou. — Você gostou, não é mesmo?
— Em cima do armário.
Voltei com os ingredientes e os coloquei em cima do balcão
disponível. Antes de começar com a mistura, liguei o som e escolhi uma
música para me acompanhar. Ignorei a funcionária chata e lidei com minha
bebê animada enquanto a massa ficava pronta.
E cada vez que eles partiam meu coração, eu pensava que iria
morrer, mas sobrevivi
Era um hino de libertação, por mais que meu coração quisesse fazer
muito mais do que estava disposta, por um homem.
Fiz gracinhas e sovei a massa de pão até que ela chegou no ponto.
Dancei para animar minha menina e senti minha alma mais leve por ter feito
algo além de apenas respirar.
— Ela está ficando tão linda. — América ficou ao meu lado e fez
barulhos com a boca para chamar atenção dela. — Então, vai ficar conosco
por tempo indeterminado?
— Não sei. — Dei de ombros, mas dentro de mim, tinha a certeza
de que não me separaria de Emanuelle tão cedo. — Gosto de aproveitar
cada minuto com ela.
— Ou o quê?
— Alguém tem que pensar com clareza nessa cozinha. Nossa rotina
não funciona desse jeito. América, faça ela ir.
— Acho que isso vai além do que o Senhor Leonel está disposto.
Eu sou a única que fica com ela.
Fui puxada para o seu colo, Leonel afundou seu rosto nos meus
seios e meu corpo estremeceu pelo contato. Seus braços apertaram minha
cintura e eu me derreti com aquele carinho inesperado. O jeito dele de
demonstrar carência era bem diferente do usual. Bem, se tratando de Leonel
De Leon, tudo era fora do padrão.
— Quero a sua boceta, tocar bem fundo e te fazer gozar mais uma
vez. Também quero sua boca no meu pau e em todos os outros lugares que
pudermos sentir prazer. Vai ser bom.
— Eu pago para que não precise conversar ou ter que olhar para a
cara delas depois, Sara. Convivi com você tempo demais, agora eu não
quero só que seja a ama de leite da minha filha, mas que lide comigo
também.
— Ou seja, uma puta que alimenta pai e filha. — Tentei sair do colo
dele, mas não me deixou, seus braços eram muito fortes. — Me solta.
— Suposições.
— Eu... mas... — Fiquei sem fala, porque meu bom senso estava
dando adeus e deixando a luxúria tomar conta. — Sou Sara Benildes,
advogada e não transo em troca de dinheiro.
Cega e iludida, a verdade era que eu queria ter uma noite com
aquele homem protetor e apaixonado pela filha. Leonel me conquistou com
seu jeito distorcido de agir, mas autêntico. Não havia segredos ou mentiras,
era um homem cruel, sem medo de expor suas nuances.
O homem não poderia apontar uma arma para cada vez que a bebê
chorasse no colo de outra pessoa. Imagine ela ir para escola e cair no
recreio? Nem queria imaginar, minha mente já estava bagunçada o suficiente
para lidar com o beijo e a proposta indecente vinda de Leonel De Leon.
Passei o dia como sempre fazia, dando o meu melhor para que o
tédio não me enlouquecesse. Próximo de escurecer, dei um banho em
Emanuelle e me sentei na poltrona de amamentação para lhe oferecer o
último leite antes de dormir à noite. Ela era uma bebê comportada, que já
tinha os horários bem estabelecidos.
— Eu quero protegê-la.
Ele me puxou para os seus braços, encaixou sua frente nas minhas
costas e me apertou. Apesar de sentir a ereção cutucar a minha bunda, ele
não fez nenhum movimento para me estimular.
— Tem que ser rápido — falei tirando a minha lingerie com a ajuda
dele. — Sim.
Era tudo o que ele queria ouvir. Tomou minha boca com fome e sem
cuidado, me beijou e degustou com toda a brutalidade que lhe era
característica. Nunca pensei que estar desesperado para transar me deixaria
excitada. Eu me sentia como uma peça rara, a iguaria da culinária, a única.
Ele se afastou, consegui sair da pia e fiz uma careta ao perceber que
não houve proteção. Com Leonel, nem mesmo minha sanidade estava
blindada dos seus caprichos.
Ela era doce, suave e preenchia o vazio que existia em meu peito.
Emanuelle e Sara se tornaram uma extensão de mim e eu não conseguia –
NÃO QUERIA – ficar longe delas.
— Quero te amarrar.
— O... o quê?
— Preciso te amarrar, saber que não vai fugir e que será minha
presa. — Ergui sua mão e lambi seu antebraço encarando-a com desejo. Seu
receio era palpável, mas eu não queria medo, apenas entrega. — Me deixe te
comer como o homem selvagem que aprendi a ser.
— Por favor, não me machuque.
— Talvez sim, mas te prometo que vai apreciar. — Soltei seu pulso
para segurar na barra do seu vestido e tirá-lo por cima. Ela estava com
aquele sutiã enorme e uma calcinha grande demais para o seu corpo perfeito.
— Eu quero tudo de você, mas dessa vez, tem que ser nos meus termos.
— Para fazer do seu jeito, preciso confiar minha vida a você. Não
deveria, mas — respirou fundo — sim. Faça como quiser.
Abri a gaveta, tirei a corda de lá e voltei para Sara, que estava com
o corpo erguido, apoiado pelos cotovelos.
Por instinto, tirei a corda ao redor dos pulsos dela, eu queria uma
nova memória, apenas nossa. Removi a fronha de um dos travesseiros e
coloquei no lugar da amarra mais agressiva, Sara merecia ser cuidada.
Estando firme, amarrei na cabeceira e voltei para ficar entre suas pernas.
— Fodido e mandão.
— Sim.
Sara mordeu meu lábio inferior e rosnei pela dor. Encontrei seu
olhar nublado pelo sexo e fui rápido buscar o meu clímax. Fundo e certeiro,
o barulho de pele contra pele ecoava pelo ambiente e me excitava ainda
mais.
— Tenho boca para falar e ela quer a sua. — Abracei seu pescoço e
o puxei para me beijar. Nossos corpos estavam lambuzados do pouco leite
que ele esparramou, além de usar a saliva para me provocar.
Ele tentou entrar no meu ânus novamente, mas não insistiu quando
não conseguiu. Voltou para o meu canal lambuzado de nossos fluídos e
iniciou um vai e vem ritmado. Suas mãos apertaram minha cintura, eu não
sabia que iria apreciar ser marcada de forma tão visceral.
— Quem?
— Como assim?
— Nunca fui tratado como filho adotivo e não queria ninguém para
mandar na minha vida. Aprendi a ser assim e hoje sou o dono dessa cidade.
Foda-se como aconteceu, me tornou forte.
— Não.
— Sim.
— Para ser uma boa mãe para a sua filha, eu preciso estar
equilibrada emocionalmente — arrisquei-me a dizer, já que tinha dado
brecha sobre o assunto. Se tinha transado com um mafioso, o que era aceitar
uma filha adotiva sem os devidos trâmites legais?
— Não estou aqui pela sua fama. — Consegui erguer minhas mãos e
puxar seu cabelo, numa tentativa de domar a fera. — Primeiro, pela menina.
Depois, pelo homem que esconde dos outros.
— Está bom para mim, depois conversamos sobre sua antiga vida.
Mas eu não queria ser apenas mimada. Não tinha nascido para ser a
submissa de um homem, por mais interessante que a possibilidade estava se
apresentando. Como poderia ser uma boa mãe e exemplo para Emanuelle, se
eu me anulava perante os meus medos?
Ah, se ele soubesse que, dependendo do que falasse, ele nem sairia
com vida de lá.
— De... De Leon...
— Senhor — exigi.
— Vocês acham que tem algo. Enquanto não aceitarem quem está à
frente de Lumaria, terão que lidar com meu humor.
— E a quarta?
— Quem?
— Havia um bebê.
— Era sobre isso que vim conversar com o Senhor. Sabemos que o
bebê em sua posse é da nossa família. Também eliminamos o espião que
estava a seu serviço.
— Está morto.
— Sim, foi o que aconteceu. Não precisamos lidar com esse tipo de
jogo. Tem espaço para todos na cidade.
— Não.
— Quem é a mãe?
— O pai?
— Aquele bebê é um Camargo. O que pretende que não seja
humilhar? Você não precisa dele.
— Ele?
— O bebê.
— Três.
— O que é? Dois.
Saber que elas estavam seguras era primordial, por isso, ignorei os
próximos compromissos e segui para meu refúgio.
Capítulo 19
Estava naquela casa, com aquela família, por minha vontade e amor.
Emanuelle era tão minha quanto de Leonel.
— Tirei a roupa para estar com você. Meu problema é outro. Ouvi
falar que a lactação diminui a lubrificação. Então, se... — Parei de falar
quando desceu e colocou sua boca entre minhas pernas. Cuspiu e lambeu,
tornando o meu canal o lugar propício para acomodá-lo.
— Leonel.
— Leonel!
— É o leite.
— Não. Muito mais do que isso. — Cutucou minha bunda com seu
membro. Como sempre, ele parecia insaciável. — Fale.
— Leonel, eu...
— Não.
— Então é isso que vou ser? Uma mulher para ficar presa nessa
casa imensa, sem poder tocar em um utensílio de cozinha, além de concubina
do mafioso. Doeria menos se você fizesse uma cesárea sem anestesia.
— A outra parte.
— Não é um casamento.
— Me dê alguns dias.
Por mais que meu coração soubesse que era amor, minha mente não
parava de julgar como sendo loucura. Amamentar um bebê de outra pessoa
deveria ser normal, só que com isso, eu tinha sexo com o homem que tomou
aquela criança como sua.
— Eu... eh...
— Onde está minha filha? — Aumentei a pressão no meu agarre.
— Está com fome — ele falou seco, mas sabia que estava
disfarçando o tom que realmente queria usar comigo.
Lágrimas escorreram dos meus olhos quando tomei a bebê em meus
braços. Dei passos para longe daquela jaula e acalmei Emanuelle enquanto
eu abaixava a alça do vestido.
Senti uma mão nas minhas costas, voltei minha atenção para Leonel
e ganhei beijos em minhas bochechas. Ele sugou as lágrimas que escorreram
e sorriu para meu olhar confuso.
— Meu tesão é apenas por você, Sara. Não importa como, quando
ou onde, preservarei minha filha, darei uma vida de princesa e a blindarei de
todo o mal que me atingiu. Que te tocou. Nós estamos fodidos, mas ela, fará
muito melhor do que nós.
— Não vou transar com você enquanto amamento ela — minha voz
tremeu, era como se eu estivesse recusando algo que eu queria muito.
Levantei-a para que arrotasse e dei tapinhas leves nas suas costas
para acalmá-la. Olhei do leão para Leonel, os dois tinham muito em comum,
eu estava lidando com aquele que mandava ou matava.
Tabu.
— Oh!
Eu o respeitava.
— Gostaria que fosse doado, para uma mãe solo que não tem ajuda
do pai da criança. — Voltou a me encarar com a sobrancelha erguida. — Se
for muita exigência da minha parte...
— Eu já tenho um emprego.
— Não pode os odiar, você tem uma conexão com eles — repreendi
empinando o nariz. Leonel umedeceu os lábios e me analisou, sabia do que
eu estava falando e procurava uma forma de me rebater. — Entendo seu
posicionamento, mas...
— Por isso que não extermino nenhum deles, apenas os que entram
em meu caminho. Você me pediu, estou te dando. Esses são meus termos e
aprenda a navegar nas limitações que são estar na minha vida. Agora,
termine de comer.
— Pensei que ele nunca mais confiaria em você, depois daquele dia
— murmurei minha preocupação e sorri para Emanuelle, que começou a
fazer caretas fofas.
— Eu o quê?
— Eu sei disso.
— Por isso, nada de sexo para mim. — Fez bico, encarando tudo
como uma piada.
— Não precisa ter medo, nenhum homem tocará nela, mesmo depois
de adulta. — Indiquei para minha funcionária se aproximar. — Fique com
Emanuelle, nós já voltamos.
— O que foi?
— Estava pensando...
— Ainda não sei lidar com Gabrielle. Oh, céus, é tão dolorido
pensar nela.
— Temos uma filha e ela precisa de você tanto quanto eu. Chore,
mas depois, recomponha-se, Atrevida.
Evitei Leonel e sexo enquanto não me sentia bem e percebi que ele
estava irritado. Contudo, o homem estava tão apaixonado, que me deu o
tempo necessário, não forçou a barra, mas também, não escondeu a
insatisfação.
Perdido na escuridão
O diabo pegou-o
Coloquei as mãos nos seus ombros, subi e desci contida, até que me
cansei e me libertei. Espirrando água para todos os lados, eu o cavalguei em
busca de mais um orgasmo enquanto ele me apreciava perder o controle.
— Sim.
— Oh! Sim!
Ele queria brigar, enquanto o que mais ansiava era ter a calmaria
das suas excentricidades. Enquanto eu gozava, ele ria e pulsava dentro de
mim, batendo sua pélvis contra minha bunda e dizendo, com prazer, o quanto
me amava.
Mordi seu lábio inferior e ele riu. Segurou na minha nuca, ergueu
minha cabeça e beijou minha boca, me posicionando, novamente, para
cavalgá-lo. Antes de me encaixar, ele segurou um seio, largou meus lábios,
para abocanhar um e depois o outro. Aquele gesto ainda era tabu, mas, ao
invés de julgar, eu me permitia sentir tesão.
Com seu olhar perverso no meu, ofereci meu corpo para sua
degustação, já que a alma tinha sido consumida para o mundo De Leon há
muito tempo.
Capítulo 24
— Eu cuido de você.
O braço direito do meu homem olhou por cima do ombro para mim
e sorriu, ele estava gostando daquela mudança em De Leon, além de estar se
aproximando mais da sua amada América.
Eu me sentia poderosa.
— Seu pai não tem filtro. Teremos que nos acostumar. — Beijei sua
testinha e fiz uma careta, ao perceber que nem higienizado o brinquedo
estava. — Vou fingir que é vitamina S.
— Terá que ser. Esse é seu trabalho, não iremos esconder o que
fazemos para a nossa pequena. Ela vai para a escola, terá amiguinhos e se
alguém fizer bullying por causa de...
Fechei os olhos e tentei não o julgar, por ter ceifado tantas vidas.
Ninguém tinha o direito de fazer isso, mas fazia parte da natureza dele, que
eu precisava me adaptar. E ele, teria que ceder para ser um bom pai para a
filha.
— Quando eu estiver brava com ela, por ter feito alguma peraltice
de criança, acredite, eu a chamarei de sua filha. Mas ela continuará sendo
minha. Nossa. — Sorri para a superfície que estava atrás dele. — Obrigada
pelos eletrônicos e todo o material de trabalho. Ainda não acertamos o
salário.
— Tem que ser rápido, senhor pervertido. Mas, eu preciso que você
concorde comigo sobre o cercadinho.
— Eu dou conta.
— Não. Você...
Sua mão apertou meu cabelo e fodeu com minha boca, ditando o
movimento. Soltei-o para sugar suas bolas, ele matinha a região bem
depilada e eu poderia me fartar de tudo o que ele tinha.
— Tudo isso para me convencer? — perguntou, com rouquidão.
— Atrevida.
— Não o suficiente.
— Minha vida está nas suas mãos tanto quanto a sua está na minha.
Isso é tudo de mim.
— Cercadinho.
— A.. da!
— Filha!
— A... bu...
— Meu Deus, por que isso? O que ela tem de tão especial?
— Fale.
— Mas...
— A culpa é minha?
Antes de poder fugir, de trás do meu SUV, recebi mais um tiro, que
me acertou na perna e me impossibilitou de confrontá-los. Fui rendido na luz
do dia, o que indicavam o quanto estavam desesperados para resolver a
situação pendente comigo. Que se fodesse, eu me colocava pronto para
enfrentar o mundo e proteger a minha mulher e filha.
— Sara é minha!
“Senhora
— Ela poderia ser uma segunda opção, se essa cirurgia não der
certo. — Os dois falavam sobre os bebês, incluindo a falecida criança de
Sara. O plano perverso, de transplante de órgão, era demais para ouvir
calado.
— Tudo.
— Vai ficar tudo bem — murmurei para minha bebê, que resmungou
inquieta, segurando na minha roupa, como se sua força fosse o suficiente
para não nos separar.
— Olá, puta.
— Vou te mostrar...
— Foi difícil tirar dinheiro desse broxa, mas consegui com Leonel.
Agora, farei com você. — Ergui as sobrancelhas, focada em quem mandava.
— Ela precisa de alguém que a amamente até o procedimento.
— Controle-se, Ricardo.
— Não!
— Aproveite para fazer com que eles nos deem mais privacidade,
vai. — Sorri e acenei para o meu ex, que saía da sala, se debatendo com
desespero.
— Saiam.
— Mas, senhor...
— O que vão fazer? Tem um quase morto ali do lado e uma puta
pronta para me chupar. Meu pau está duro, eu a quero e você fica na porta,
de guarda. — Guilhermo expulsou seu segurança, que levou todos os outros
consigo.
— Na boca, agora.
Tiros soaram por todos os lados e Emanuelle chorou pelo susto. Por
mais abafado que fosse, era assustador não saber se algo atravessaria para o
nosso lado.
— Papai está aqui, ele nos protegeu. — Fiz barulho de chiado com
a boca, tentando não surtar com mais tiros soando ao longe. — Deixou os
melhores homens conosco, porque ele estava pronto para se sacrificar por
nós.
Ele não foi cuidadoso ao afastar aquele motorista, com uma arma
ameaçadora. Sentei-me no banco do passageiro e Douglas acelerou, até a sua
amada namorada.
“Sangue Jovem
— Ele passou por muito. Não serão os tiros que irão derrubá-lo. —
Riu baixo e franzi o cenho, sem entender. — Vamos lá, todos nós queremos
que ele passe pela fase de ver sua filha arranjando um namorado. Esse será o
maior castigo de todos, morrer é simples demais.
Era verdade. Tudo o que envolvia De Leon e a nossa história de
amor, tinha que ser complexa, tabu e ultrapassar limites.
Capítulo 30
— Minha filha?
— Os Camargo?
— Você duvidou.
— Obrigada.
Ele abriu a porta, fez uma gracinha e nos deixou sozinhos. Enquanto
eu encarava Leonel, sua alma parecia se mesclar com a minha, entre luz e
escuridão, um equilíbrio que eu nunca acreditei que fosse possível.
— Apenas o meu, Atrevida. Nenhum outro entra aqui, que não seja
movido a pilha.
Eu me lembraria dos Camargo por muito tempo, isso era fato. Não
só por Emanuelle, mas pela marca que fez no meu corpo e na alma de Sara.
Os seus terrores noturnos não pareciam ter fim.
— Você está limpa o suficiente e doida para gozar mais uma vez. —
Investi com o quadril e a penetrei. — Me usa para acabar com sua
frustração.
— Vai se foder.
— Eu vou, com você. — Sorri perverso e ela me cavalgou com
velocidade. — Isso, me puna e mostre quem manda nessa porra toda.
— Pare de xingar.
— Eu.
O arrepio do seu corpo veio para o meu. Sua boceta pulsou, apertou
minha ereção e quase gozei novamente. Gemi entre dor e prazer, só parei de
me mexer quando ela me empurrou de cima dela, tão sensível quanto eu.
Começou com um riso, depois ela chorou e me abraçou. Envolvi
braços e pernas no seu corpo e a acolhi, como sendo parte da minha
existência. Eu não tinha mais ninguém, a não ser ela e Emanuelle.
— E?
— Talvez você não goste da ideia, mas dividirei meu tempo entre
trabalhar com você e ser voluntária no Lar da Criança.
— Sim.
— Sara...
— Vou me esforçar.
— Ela é.
Anos depois...
Outro que não dispensava a vinda para o Lar da Criança era Leonel,
com seus ursinhos de pelúcia de leão para as meninas e as bolas de futebol
para os garotos. Quem o via descontraído, entre crianças e adolescentes, não
imaginava que foi moldado na perversão e ódio. Ele não tinha se tornado um
homem bom e honesto, continuava sendo o dono de Lumaria e comandava a
cidade do seu escritório.
Mari Sales
Sobre a Autora
Mari Sales é conhecida pelos dedos ágeis, coração aberto e
disposição para incentivar as amigas. Envolvida com a Literatura Nacional
desde o nascimento da sua filha, em 2015, escutou o chamado para escrever
suas próprias histórias e publicou seu primeiro conto autobiográfico em
junho de 2016, "Completa", firmando-se como escritora em janeiro de 2017,
com o livro "Superando com Amor". Filha, esposa e mãe de dois, além de
ser formada em Ciência da Computação, com mais de dez anos de
experiência na área de TI, dedica-se exclusivamente à escrita desde julho de
2018 e publicou mais de 100 títulos na Amazon – entre contos, novelas e
romances.
Site: http://www.autoraMariSales.com.br
Instagram: https://www.instagram.com/autoraMariSales/
Eles não estavam preparados para que suas vidas fossem abaladas pelas
escolhas dos seus pais. O amor era forte para unir, mas também, o argumento
necessário para deixar a outra pessoa partir.
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Um bebê abandonado.
Ela nunca tinha sido tocada daquele jeito. Senhor Lewis não queria
sentir o coração acelerar novamente. Era a iminência de um desastre, mas
eles ignorariam qualquer emoção para se protegerem de uma nova decepção.
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Não me achava digno daquele anjo, mas não consegui aceitar outro
homem em sua vida, nem mesmo sendo um Sartori. E, para comprovar isso,
eu teria que esclarecer o mal-entendido do passado e assumir que Izabel
Mazzi sempre foi minha.
Igor era um homem que escondia suas origens. Ele preferia cuidar
de um escritório de investigação particular com seu melhor amigo do que
viver no luxo ofertado pela sua família. Ninguém precisava saber que ele
tinha outras motivações para estar próximo dos irmãos Louis.
Deveria ser uma ação simples, mas tudo o que envolvia a doceira
se transformava em uma grande confusão. E, daquela vez, teve uma pitada de
fraldas sujas, intimidações e um homem protetor para ser só dela.
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Pouco tempo foi necessário para que o desejo tomasse conta. Não
consegui mais focar apenas no grande plano, meu coração estava envolvido
demais para desapegar.
Ela não seria minha por obrigação, mas por sua própria vontade.
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Ninguém disse que o destino jogava limpo. Ele não só unia pessoas
de lados opostos a uma guerra, mas confrontava segredos e revelava a
verdadeira face das pessoas. Cabia a Bulldog e Deborah escutarem seus
corações e não caírem na armadilha da ganância alheia.
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1- Enlace Improvável
2- Enlace Impossível
3 - Enlace Incerto
4 - Enlace Indecente
Epílogo Bônus
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1 - Benjamin
2 - Carlos Eduardo
3 - Arthur
4 - Antonio
5 - Vinicius
6 – Rodrigo
Embora a tarefa parecesse difícil, ele encontra uma aliada para essa
missão, a jovem Rayanne, uma mulher insegura, desempregada e apaixonada
por livros, que foi contratada para organizar a biblioteca da mansão e
encontrar os diários secretos da matriarca da família.
Valkyria não sabia o que tinha acontecido com ela até acordar em
um quarto desconhecido. Até que chegasse nas mãos de Bryan, ela conheceu
o pior do ser humano, ela não sabia o que tinha feito para merecer tanto.
Um novo bebê estava a caminho, fazendo com que o mais cruel dos
vampiros voltasse a sentir. Restava saber se era tarde demais para Scorn
assumir a inevitável conexão com a mãe da sua filha.
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Ter uma rotina agitada como advogado e sensei, era quase certeza
de que Murilo deixaria algo passar. O olhar observador e quase triste de Iara
chamou atenção de Maria Augusta, professora de balé e curiosa de plantão.
Envolvidos em uma competição de Judô, em plena comemoração da escola
do Dia dos Pais, Guta e Murilo se veem envolvidos através de Iara.