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Fúria| 1ª Edição
Todos os direitos | Reservados
Livro digital | Brasil
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forma ou por qualquer meio, incluindo fotocópia, gravação ou outros métodos eletrônicos ou
mecânicos, sem a prévia autorização por escrito do escritor, exceto no caso de breves citações
incluídas em revisões críticas e alguns outros usos não-comerciais permitidos pela lei de direitos
autorais.
O artigo 184 do Código Penal tipifica como crime, apenado com detenção de 3 (três) meses a 1
(hum) ano, ou multa, a violação de direito de autor. Pela Lei nº 10.695/2003 incluiu, em seu tipo
penal, a violação dos direitos conexos aos direitos de autor, que são aqueles relacionados aos
artistas intérpretes ou executantes, aos produtores fonográficos e às empresas de radiodifusão,
conforme o disposto nos artigos 89 a 96 da Lei nº 9.610, de 19.2.1998 (“Lei de Direitos
Autorais”), mantendo-se a mesma pena.
Sumário
SINOPSE
Nota da autora
PRÓLOGO
CAPÍTULO 1
CAPÍTULO 2
CAPÍTULO 3
CAPÍTULO 4
CAPÍTULO 5
CAPÍTULO 6
CAPÍTULO 7
CAPÍTULO 8
CAPÍTULO 9
CAPÍTULO 10
CAPÍTULO 11
CAPÍTULO 12
CAPÍTULO 13
CAPÍTULO 14
CAPÍTULO 15
CAPÍTULO 16
CAPÍTULO 17
CAPÍTULO 18
CAPÍTULO 19
CAPÍTULO 20
CAPÍTULO 21
CAPÍTULO 22
CAPÍTULO 23
CAPÍTULO 25
CAPÍTULO 25
CAPÍTULO 27
CAPÍTULO 27
CAPÍTULO 28
CAPÍTULO 29
CAPÍTULO 30
CAPÍTULO 31
CAPÍTULO 32
CAPÍTULO 33
CAPÍTULO 34
CAPÍTULO 35
CAPÍTULO 36
CAPÍTULO 37
CAPÍTULO 38
CAPÍTULO 39
CAPÍTULO 40
CAPÍTULO 41
CAPÍTULO FINAL
EPÍLOGO
AGRADECIMENTOS
SINOPSE
PRÓLOGO
CAPÍTULO 1
Outros livros da Autora
REDE SOCIAIS DA AUTORA
SINOPSE
DENER
Dias atuais
LEXIE
DENER
LEXIE
Sim, John o conhece, percebo não por causa da forma que ele
hesita em dizer algo, mas pela apreensão que vejo em seu semblante,
agora tenho certeza que meu futuro marido não é a pessoa mais
gentil do mundo.
— Por favor, me fale sobre ele… por favor, John.
— Lexie, querida, não se torture com isso agora — pede
Abigail, e coloca a mão em meu ombro.
Balanço a cabeça em negativo e continuo com o olhar fixo
em John, aguardando uma resposta.
— Ninguém sabe muito sobre ele, Lexie, apenas que é um
homem poderoso, dono de todo o território da costa novaiorquina e
de grande parte dos territórios da Filadélfia, Las Vegas, Chicago e
Washington. Ele é conhecido no submundo do crime como o próprio
diabo. Todos, sem exceção, o respeitam e o temem.
A bile sobe em minha garganta ao imaginar a espécie de
monstro com quem irei me casar. O pavor me toma.
— John… — Abigail tenta intervir na conversa, mas John a
impede.
— Ela precisa saber, Abigail… — diz ele, sem desviar o
olhar de mim. — Ele é perigoso, Lexie. Mata sem nenhuma piedade
ou misericórdia. Tem aliados em todas as partes do mundo,
incluindo dentro da casa branca e no FBI. — Cada palavra dita
parece abrir um buraco no meu peito. — Fugir dele é quase
impossível, criança… Tome cuidado, muito cuidado.
Assinto, tendo a certeza de que agora, mais do que nunca, o
meu destino está traçado. Eu fui amarrada e embalada para presente
para ser o brinquedo de um homem sem escrúpulos e perigoso.
— Onde está… meu pai? — pergunto uma última vez. A voz
falha, a respiração irregular.
— Ele saiu e não deve voltar esta noite.
John desvia o olhar, visivelmente agitado e vira as costas,
saindo do quarto. Abigail se despede de mim e sai também,
fechando a porta atrás de si.
Respira, Lexie, seja forte. Repito as palavras de Abigail na
minha mente, me recusando a derramar mais lágrimas.
Sigo até o closet, pego um pijama qualquer e me troco.
Retorno para a cama e olho para a bandeja em cima da mesinha.
Retiro a tampa, deparando-me com uma vasta variedade de comida,
mas não sinto fome. Na verdade, a simples ideia de colocar algo na
boca faz meu estômago se revirar.
DENER
LEXIE
LEXIE
Horas antes…
DENER
DENER
LEXIE
DENER
— Porra!
Aturdido demais para pensar, seguro a garota desfalecida e
muito pálida em meus braços e a ergo, a preocupação tomando o
lugar da raiva que eu sentia até um segundo atrás.
Os homens de Hector e os meus próprios seguranças se
aproximam, confusos. A tensão é palpável no ar, o clima fica ainda
mais carregado.
Uma verdadeira guerra está prestes a ser iniciada quando os
homens de Hector sacam as armas e os meus revidam, fazendo o
mesmo. Maldição!
Que inferno está acontecendo aqui? Por que Lexie
desmaiou? Não poderia ser apenas pela pressão que impus a ela para
terminar com o namorado. Não! Sei que a menina estava
amedrontada por causa de nosso inesperado encontro, mas desmaiar
assim, do nada?
— O que aconteceu? — A voz de Hector é dura, acusatória,
mas ainda assim acena para os homens baixarem as armas.
Faço o mesmo na direção de meus homens, mas todos os
meus sentidos estão voltados para o pequeno artefato em meu paletó.
Apenas um rápido movimento e eu o terei nas minhas mãos,
mirando em qualquer um que ousar dar um passo na minha direção.
— Ela desmaiou. Está pálida… Mas até então Lexie estava
muito bem enquanto tínhamos uma agradável conversa — respondo
com calma, fitando-o seriamente.
Embora ele saiba que não é páreo para mim ou para o poder
que exerço dentro da máfia, estou em seu território e, por isso, ao
menos por ora, devo agir com cautela e fingir respeito.
— Abram espaço. Deixem-no entrar com a minha filha.
Hector dá a ordem e os homens abrem o caminho para que
eu entre na sala. É o que faço.
Ando apressadamente com ela e encontro a loira que nos
recebeu na porta mais cedo. Ela vem em nossa direção, em busca de
informação sobre o que está acontecendo. Ao ver Lexie
desacordada, ela apressa o passo até nos alcançar e me guia na
direção de uma saleta privada, onde há duas grandes poltronas de
couro preto.
Coloco Lexie em uma delas e encaro o rosto suave e lindo,
embora esteja tão pálida quanto um defunto.
Seguro sua mão pequena, sentindo a palma gelada contra os
meus dedos e ergo o outro braço para tirar uma mecha de cabelo
escuro que caiu sobre os seus olhos. Uma sensação estranha toma
conta de meu peito quando vejo Lexie assim, tão pequena e indefesa.
Desprotegida!
— Deixe-a aí. Ainda temos assuntos a tratar! — diz Hector,
indiferente, como se o fato de sua filha estar desmaiada em sua
frente não fosse motivo suficiente para encerrar esta reunião.
Fecho a expressão, ainda mais desconfiado do que quando
cheguei aqui. As atitudes de Lexie e Hector não condizem muito
com o que imaginei. Ao conversar com ela lá fora, concluí que as
lágrimas dela não passavam de falsidade, apenas para tentar me
amolecer e se mostrar arrependida por não ter cumprido o tratado em
se manter intocada, mas agora, vendo-a desmaiada enquanto seu pai
pouco se fode para seu estado, faz-me ficar em alerta.
— Não irá chamar o médico? — questiono e me levanto. —
Não sabemos por que ela desmaiou.
— Lexie ficará bem. — O homem dá as costas e caminha na
direção da porta da sala sem olhá-la uma segunda vez. — Ordenarei
Abigail para que ela se incumba desse assunto, enquanto isso,
Megan irá ficar com ela. — Aponta na direção da loira e sai.
Alguns de seus homens e uma boa parte dos meus
permanecem na porta, mas não me apresso em sair, até que Lexie
acorde.
Permaneço parado e respiro fundo para controlar a minha ira
sobre este desgraçado, enquanto observo minha pequena noiva. Os
cílios espessos são como sombras em seus olhos, os lábios
vermelhos e cheios me chamam para beijá-los desde o primeiro
momento que a vi. Linda! Meu sangue está borbulhando nas veias
em raiva e uma mistura de senso de proteção. Mesmo sendo minha
inimiga, Lexie desperta coisas estranhas em mim. Meu cérebro sabe
que ela é perigosa, mas meu corpo arde por seu toque, seus beijos,
sua boca rodeando o meu pau.
É quase como uma obsessão…
— Lexie, minha querida, acorde! — Meus pensamentos são
interrompidos por Megan. A mulher inclina-se na direção de Lexie e
dá um tapinha em seu rosto, enquanto empina a bunda para cima.
Vira o rosto na minha direção, mordiscando o lábio inferior e sorri
lascivamente como a verdadeira puta que ela é. Uma das putas de
Hector.
— Acho que o corpete que ela está usando e as várias horas
sem comer não lhe caíram muito bem — Megan sussurra em minha
direção, me fazendo erguer a sobrancelha em questionamento. —
Pobrezinha, é tão esforçada para agradar o pai. — Um biquinho
enjoado surge em seus lábios e a mulher arruma a postura.
Aproxima-se mais de mim, rebolando.
Cruzo os braços na frente de meu corpo e a encaro
firmemente, aguardando que continue, tentado a absorver toda e
qualquer informação que ela tenha para me oferecer.
— É mesmo? Ela foi bem treinada, então… — instigo.
Sorrio de lado como se estivesse me deleitando em ter sua
companhia e a observo de cima para baixo como um predador
observa sua presa. Os olhos da mulher brilham ao notar meu forçado
interesse em seu corpo.
— Oh sim…— responde e passa as mãos nos cabelos curtos,
em seguida, desliza os dedos pelo decote cavado do vestido preto em
uma tentativa clara de sedução. — Mas Lexie, pobrezinha, é tão
desajeitada e gorda… — Vira o rosto na direção da menina
desacordada no sofá com uma expressão falsamente contrariada e
volta-se para mim.
Cerro o maxilar ao ouvir sua expressão carregada de inveja e
veneno, mas decido seguir em frente com o jogo de palavras, ainda
mais agora que sei a causa do desmaio de Lexie.
Garota tola… Quer apenas agradar o pai…
Não percebe que estes artefatos idiotas nem ao menos se
comparam com sua verdadeira beleza? Hector provavelmente sabia
disso, por isso não se preocupou.
— Ela servirá ao propósito. São apenas negócios…
Megan sorri perspicaz, observando-me com interesse. Volta a
mordiscar o lábio e desce o olhar pelo meu corpo, parando por
alguns segundos em minha virilha.
— Que bom que com ela são apenas negócios…
Passos apressados vindo na direção da saleta interrompem a
conversa da mulher e eu agradeço por isso. Ao mesmo tempo, o
gemido de Lexie me faz perceber que ela está acordando então,
decido sair dali e ir até Hector para darmos continuidade a tão
importante reunião de negócios, agora que sou oficialmente o noivo
de sua filha.
Neste momento, não sou mais o cavalheiro que carregou
Lexie nos braços, louco para protegê-la de tudo. Aquilo foi apenas
instinto masculino, um rompante momentâneo causado pela surpresa
em vê-la desacordada.
Agora tudo faz sentido, Lexie só queria me impressionar…
E conseguiu! Não com joguinhos de sedução, mas sim com
aquela boca atrevida e o olhar desafiador.
CAPÍTULO 10
LEXIE
LEXIE
DENER
LEXIE
LEXIE
LEXIE
DENER
DENER
LEXIE
LEXIE
DENER
DENER
LEXIE
LEXIE
LEXIE
DENER
LEXIE
DENER
LEXIE
DENER
LEXIE
DENER
LEXIE
LEXIE
LEXIE
DENER
Exausto após gozar gostoso dentro dela, desabo na cama ao lado
de Lexie e puxo seu corpo para repousar em meu peito. Sua respiração
está acelerada, seu corpo mole por causa dos orgasmos que lhe dei. Sinto
a garota sonolenta, mas ela se mantém acordada e em silêncio.
Olho na direção da porta, meu instinto diz para que eu vá e a
deixe quieta por um tempo, antes que essa obsessão que tomou o meu
corpo se torne incontrolável.
Analiso a conversa que tivemos. O que ela disse sobre Adrienne e
sua mãe. O carinho pelos lírios.
Confusão nubla meus pensamentos sempre que a olho. Meu
sangue ferve de desejo pela menina, o ciúme que sinto dela chega a beirar
a loucura. Irritado comigo mesmo, fixo os olhos no teto e decido contar a
ela um pouco sobre meu passado. Talvez assim Lexie se torne menos
arredia. Será uma troca justa:
— Quando eu era garoto, meus pais foram mortos e minha irmã
estuprada até desmaiar. Ela morreu dias depois no hospital, de tanto que a
machucaram — confesso sem encará-la, quebrando o silêncio.
Pelo canto do olho, vejo Lexie erguer a cabeça visivelmente
surpresa.
As mãos delicadas acariciam meu peito e ela suspira.
— Por que… está me contando isso agora? — questiona com a
voz falha.
— Você me falou sobre seu passado, acho que é justo saber um
pouco do meu — justifico.
Ela aperta os dedos em minha pele e se aproxima mais.
— Eu sinto muito, Daniel… não posso imaginar o quanto tenha
sofrido.
Sorrio sem vontade. As feridas causadas naquela noite ainda estão
abertas dentro do peito. Mas, fazendo o que sempre fiz, ignoro a dor.
— Por que fizeram isso?
Fico em silêncio por alguns segundos, relembrando toda aquela
merda. Faz tanto tempo, muitos anos se passaram, mas por dentro ainda
me sinto vazio, sozinho, apesar de estar rodeado pelos meus homens.
— Meu pai devia uma quantia razoável para Patrick Wolff. Na
época, ele era o chefe de uma organização criminosa e o consigliere dá
máfia Ivanov. — Faço uma pausa breve e depois continuo: — Meu pai
havia pedido um prazo para pagar a dívida, na data marcada ele só havia
conseguido parte do dinheiro. Patrick não teve clemência e matou os dois.
Pegou o dinheiro e deixou que seus capangas cuidassem da minha irmã
mais velha.
— Isso é horrível… — Lexie comenta.
— Eu era muito jovem e trabalhava para Patrick, Lexie. Não pude
fazer nada, do contrário morreria também. Patrick disse a todos que meu
pai o havia traído, mas eu sabia a verdade e a guardei comigo por muito
tempo.
— E o que aconteceu depois? — Sua voz sai sussurrada ao
perguntar.
— Algum tempo depois, descobri que Patrick estava tramando
algo contra o chefe da máfia Ivanov. Então eu me aproximei do cara e
passei a treinar com ele.
— Esse cara é o Alex? — questiona.
— Sim, é ele!
Acaricio os cabelos de Lexie e a garota se aninha mais a mim.
Sinto um nó na garganta quando a fito e vejo seu olhar melancólico e
triste. A menina não admite, mas é visível que está envolvida nesse nosso
jogo. Não sei se é pelo sexo ou algo mais, mas Lexie é inexperiente
demais para conseguir esconder o que sente.
— Depois disso, eu o salvei de uma emboscada e juntos
exterminamos Patrick Wolff — concluo.
Lexie se senta na cama e puxa um lençol para cobrir o corpo nu.
Seus cabelos caem pelos ombros e costas, os lábios vermelhos continuam
sérios.
— E como você chegou ao poder? — indaga.
Reflito por um instante, tendo certeza de que nada tenho a perder
se disser a ela. Que eu sou um filho da puta, Lexie já sabe.
— Passei a viver como uma casaca, Lexie. Oco por dentro. Logo
depois conheci uma pessoa. Uma mulher. — As lembranças de Adrienne
vêm à tona e recordo cada detalhe do dia em que a conheci. — Ela estava
correndo no Central Park quando nos esbarramos — conto a Lexie sobre
a mulher, mas não revelo quem de fato ela era. — Fiquei encantado com
o quanto era bonita e bem-educada. Conversamos um pouco naquela
manhã, e no dia seguinte eu voltei ao local para vê-la. Desde então
passamos a correr juntos. Uma semana depois, eu a pedi em namoro.
Vivemos um tempo tranquilos, mas ela foi obrigada pelo pai a se casar
com outro homem.
— E então vocês nunca mais se viram? — Lexie me encara
seriamente. Parece incomodada, mas não hesita em fazer perguntas.
— Quando soube que ela se casaria, fiquei louco de dor e ciúmes.
Fui obrigado a aceitar que a mulher que eu amava seria de outro, mas isso
não me fez desistir dela.
— Então vocês continuaram se vendo, mesmo depois dela ter se
casado?
Reflito, mas respondo:
— Sim. Nos tornamos amantes, e iríamos fugir se ela não tivesse
engravidado.
— Oh meu Deus! — Lexie coloca a mão sobre a boca, chocada
com minha declaração, mas continuo impassível.
— Ela teve um bebê dele?
A dor vem com força, a irritação me domina ao imaginar essa
mínima possibilidade. Porém, não permito que minha raiva e sede de
vingança venham à tona. Não agora.
— O bebê era meu — afirmo, seco. — Ela quase nunca ia pra
cama com ele, e quando ia tomava pílula para não engravidar. Mas da
última vez em que nos vimos, ela estava machucada porque o filho da
puta a pegou à força.
Olho para Lexie e ela me olha de volta, aflita. No entanto, nada
diz e aguarda para que eu continue.
— Então ele descobriu tudo. O maldito matou a ela e ao meu filho
na minha frente. Depois disso, me deixou lá jogado, à beira da morte com
um tiro nas costas e vários cortes de faca espalhados pelo corpo, por isso
as cicatrizes que você viu.
As mãos dela tocam as minhas, e percebo que estão trêmulas.
Continuo parado, não demonstro nada. Nem raiva, nem dor.
Simplesmente nada. Volto a olhar o vazio do teto, um abismo profundo
está cravado em meu peito para nunca me deixar esquecer o fardo que
carrego.
— Eu morri naquele dia, Lexie. Meu coração foi para o túmulo
com os dois.
Em um movimento rápido, Lexie monta em meu colo e segura
meu rosto com as duas mãos. Ela está gelada, provavelmente abalada
com tudo que relatei, mas também mantém o controle.
— Não diga isso… — Há uma súplica em seu olhar e eu balanço
a cabeça em negativa quando percebo o que se passa em seu interior. Ela
está com ciúmes, Lexie está se apaixonando pelo seu pior inimigo.
Porra!
— Não deixe crescer isso que está nascendo em seu coração,
Lexie. Eu não mereço nem uma gota do que está sentindo — declaro,
firme.
Sua expressão torna-se ainda mais séria, e ela vacila ao ficar em
silêncio, sem saber o que responder. O mais provável é que ainda tenta
entender tudo o que está acontecendo.
— Não se preocupe, Daniel — diz e volta a se sentar no colchão.
— Não quero nada mais do que sexo com você.
Enrolada no lençol, a menina se levanta da cama e pega um
roupão para cobrir o corpo nu.
Enquanto permite que o lençol deslize para o chão, observo seu
corpo repleto de curvas que tanto me alucinam. O tempo parece congelar
à medida que analiso cada centímetro de sua pele cheirosa antes que ela
coloque o roupão.
Meu pau voltar a ficar duro e engulo saliva, completamente
excitado. A verdade é que estamos os dois fodidos por mais que me
negue a aceitar.
CAPÍTULO 32
DENER
Acordo sozinha na cama mais uma vez. Sigo até o banheiro, faço
xixi e tomo um banho demorado na banheira.
Assim que termino, posiciono-me de frente para o espelho e
observo meu reflexo com cabelos bagunçados e a boca cheia de espuma
da pasta de dente. Solto a escova e toco meus seios pesados com as duas
mãos. Sinto-os sensíveis e doloridos, até mesmo minha pele parece estar
mais pálida que o normal.
Termino de escovar os dentes e enxáguo a boca. Estou faminta.
Ainda é cedo para o café da manhã, mas sinto que irei perder a lucidez se
não comer alguma coisa o mais rápido possível.
Retorno para a cama e me deito nua. Estava tão cansada durante a
noite, que não vi quando Daniel acordou e saiu do quarto. Agora não faço
a mínima ideia de para onde ele tenha ido e a que horas deve retornar.
Meu coração bate forte no peito ao pensar nas vezes em que
dormimos juntos. Nos últimos dois meses, com exceção da noite em que
ele teve um pesadelo e perdeu totalmente o controle, Daniel está sempre
distante.
Os beijos são escassos ou quase inexistentes quando fazemos
sexo. E são esses os únicos momentos em que nos vemos: sempre que ele
me procura depois das 23 horas para transar.
Apesar de tudo, seu distanciamento sem motivos, não foi
suficiente para impedir que essa paixão maldita se alastrasse pelo meu
peito, deixando-me fraca. Tento odiá-lo, mas não consigo. É mais forte do
que posso suportar, mais forte que tudo que já experimentei.
Tento não demonstrar o que sinto, mas eu sei que ele sabe e pouco
se importa. Ainda assim, continuo dando o que Daniel quer: meu corpo e
meus pensamentos, todos os dias. Frustrada e irritada, abraço meu corpo
e luto bravamente para evitar que uma lágrima caia. Meu orgulho é
grande demais para permitir que eu chore por causa de um homem como
ele.
Preciso sair daqui. É o que minha mente grita todos os dias para
que eu faça o mais breve possível.
Conquiste-o e fuja.
Um pouco mais controlada, caminho até o closet e me visto com
uma saia jeans, batendo na metade da coxa, e uma camiseta cavada. Ao
chegar na sala de jantar, sou surpreendida ao ver meu marido tomando
café, vestido de preto do pescoço aos pés.
Ele está delicioso dentro do terno negro. O olhar fixo em algo no
telefone, não se dá conta da minha presença.
— Bom dia — cumprimento e caminho para meu lugar na mesa.
Daniel levanta o olhar na minha direção. A expressão séria analisa
minha roupa, porém, não diz nada sobre o assunto.
— Bom dia. Dormiu bem? — Leva a xícara à boca e toma um
gole de café.
— Sim e você? — Também me sirvo de um pouco de café
enquanto meu marido responde e a conversa chega ao fim.
Rego uma panqueca com mel, corto um pedaço e levo à boca.
Mastigo a massa macia devagar, estranhando o gosto diferente.
Meu estômago embrulha e deixo o garfo sobre o prato. Apesar de
ouvir o estômago reclamar de fome, perco toda a vontade de comer o café
da manhã. Um pouco enjoada, levanto-me da cadeira e decido passear
pela praia.
Porém, ao perceber que estou saindo sem tocar na comida, Daniel
se levanta da cadeira e segura o meu braço.
— Lexie. Está tudo bem? Você mal tocou na comida.
Puxo minha mãe de seu aperto, sentindo a raiva aflorar meus
nervos. Raiva por sentir todo esse mix de sentimentos por ele.
— Estou bem, não se preocupe! — Tento forçar um sorriso, mas o
mal-estar se intensifica e a última coisa que pretendo fazer na vida é
passar mal na frente dele outra vez.
— Vou caminhar na praia, depois nos falamos — justifico e volto
a virar as costas para sair.
— Depois de amanhã, iremos jantar fora. Alex e Angelina irão
conosco — comunica.
Balanço a cabeça em concordância e continuo andando.
Assim que chego na praia, firmo-me em uma rocha e não consigo
mais segurar o súbito mal-estar. Vomito um líquido amarelo e amargo na
areia branca. Suada e ofegante pelo esforço que acabei de fazer, sento-me
na rocha fria e coloco as duas mãos na testa.
Lágrimas grossas rolam pelos meus olhos, e nem eu mesma
consigo entender o motivo delas caírem assim.
Oh meu Deus, o que está acontecendo comigo? Penso nervosa.
Não posso ficar doente logo agora.
CAPÍTULO 33
LEXIE
DENER
LEXIE
DENER
LEXIE
LEXIE
DENER
LEXIE
DENER
LEXIE
DENER
Mas se eu estiver certo, posso estar pagando caro por esse erro.
— Eu sei! — confesso.
LEXIE
Eu só preciso ficar viva até que ele chegue. Repito para mim
mesma, incontáveis vezes.
John nem sequer desvia o olhar para o meu rosto e a dor no peito
se intensifica. Ele era como um pai para mim. Estava sempre acobertando
minhas artimanhas de criança e adolescente, tirou-me várias vezes de
enrascadas perigosas, e agora nem sequer parece me conhecer.
Não sei o que será de nós duas se Chloe nascer neste lugar.
Estamos expostas a infecções e sem o auxílio de algum profissional da
saúde. Porém o pior de tudo é que minha filha pode estar correndo um
grande perigo. Kraig e Hector não teriam interesse em resguardar a vida
da herdeira de Daniel Kraven.
— Bela paisagem, não acha? Tão vazia, sem cor, sem vida. Esse
lugar me desestressa.
LEXIE
DENER
DENER
Uso meu rosto para acariciar o dela levemente, alcanço sua boca e
dou um beijo suave nos lábios secos, em seguida me afasto. Lexie seca as
lágrimas dos olhos e olha para nossa filha, embasbacada.
— Matt!
Ciúmes puro flui em minhas veias, mas não digo nada a Lexie. Se
o desgraçado já não tivesse morto, eu o mataria com as próprias mãos
aqui e agora.
Ryder sorri de lado, mas a dor que está cravada em seu coração
reflete no olhar opaco. Embora Kraig fosse um traidor de merda, ainda
assim era seu irmão.
Inspiro fundo.
Assinto.
— Obrigado!
Alexander sorri zombeiro.
A mãe de Lexie.
Sem dizer uma única palavra e sob o olhar atento dos meus
homens, pego uma garrafa de água vazia no porta luvas de um dos carros
dos capangas de Hector. Encho o recipiente com gasolina e sigo para o
interior da casa.
LEXIE
Tiro meus sapatos e dispo o vestido elegante que uso, pronta para
surpreendê-lo debaixo da água morna.
— Depois, pequenina.
Não consigo evitar um sorriso ao ver todo o cuidado que ele tem
com a filha. Apesar da explosão em forma de homem, Chloe não puxou
uma gota do seu temperamento. A bebê é calma e tranquila, chora apenas
para trocar a fralda ou quando sente fome.
DENER
3 anos depois
Aviso: Este livro contém linguagem crua, cenas de violência e sexo explícito. Pode conter
gatilhos. Respeitem seus limites de leitura.
PRÓLOGO
ANGELINA
ALEXANDER
Meses antes…
A noite está totalmente escura e sem brilho, sem nenhum resquício da lua no céu
enevoado de fumaça poluente. Há apenas o movimentar dos carros e o barulho incansável de uma
das maiores metrópoles do mundo. Dois vultos, vestidos com capas pretas, avançam calçada afora,
saindo de um dos edifícios de luxo na avenida Wall Street.
Agachado sobre o parapeito da janela, observo tudo de cima do último andar do prédio
abandonado, imaginando cada detalhe do que se passa naquelas cabeças inescrupulosas. Estou à
espreita há algumas horas, como um felino faminto e traiçoeiro, apenas esperando o momento
oportuno para atacar a presa.
O vento gélido da noite toca o meu corpo, forte e descoberto da cintura para cima,
realçando uma trilha de pelos arrepiados pelo meu abdômen. Meus cabelos, castanhos e selvagens,
batendo na altura dos ombros, são balançados desconexamente no ar. Logo uma pequena garoa
começa a cair, pintando o asfalto maciço da rua, causando um tamborilar característico no que
restou do telhado. Nova Iorque é o cenário perfeito para exercer o que de melhor sei fazer: matar!
Afinal, no coração de Manhattan, tudo pode acontecer, até mesmo o impossível.
O prédio está abandonado há vários anos, desde o último incêndio que levou a vida de
inúmeras pessoas. Uso-o para me camuflar às vezes, pois passar despercebido é meu maior
dilema. O local, além de tudo, é perfeito para observar a cidade lá fora, exatamente por se situar
no centro do grande distrito, sendo uma das construções mais altas e antigas da avenida. Há
comentários de, ainda por cima, ser mal-assombrado, o que facilita e muito a minha vida,
deixando os olhos curiosos a quilômetros de distância.
Fecho a janela com os vidros despedaçados, fazendo um pedaço do material cortante
cair e se estilhaçar no chão. Em seguida, ajusto a pistola na cintura, volto a me vestir com a blusa
preta de mangas compridas, até então jogada cima de algumas caixas empoeiradas, e desço as
escadas do prédio, chegando até a avenida movimentada sem me importar com a chuva que
começa a cair fortemente. O carro antigo, modelo Chevy Impala 1967, um dos meus favoritos,
está estacionado estrategicamente a algumas quadras de distância.
Ando tranquilamente até o veículo como se fosse apenas mais uma pessoa comum
caminhando na correria da noite, indo de volta para sua casa após um dia cansativo de trabalho.
Adentro o carro, saindo devagar, inspecionando cada parte da avenida, sem perder de vista as duas
almas infelizes marcadas para morrer. Os dois homens adentram uma rua deserta, apressando as
passadas. Passam despercebidos pelas demais pessoas que trilham a calçada.
Ambos estão atentos a todos os movimentos em volta, pois sabem exatamente o perigo
corrrido enquanto não estiverem seguros dentro de um avião de fuga, rumo a outro país. Sabem
que se forem pegos, não haverá mais saída. Traição dentro da Máfia jamais é perdoada!
Estaciono e desligo o veículo a uma distância considerável, abaixo de uma tenda escura,
completamente camuflada pelo breu da noite. Observo quando os homens se aproximam de um
Sedan preto de luxo, andando arteiramente pela calçada, enquanto olham para todos os lados.
Cada um carrega uma maleta preta nas mãos. Acendo um cigarro e o trago, em seguida expiro a
fumaça por uma brecha na janela, sem tirar os olhos dos meus alvos.
Antes dos dois infelizes se darem conta de estarem sendo observados, apago a pequena
chama do cigarro com a ponta dos dedos e o jogo pela janela, para então sair do veículo, em total
silêncio. Saco a arma da cintura e miro, dando dois tiros certeiros, acertando em cheio a cabeça de
um dos homens e o pescoço do outro, sem lhes dar a mínima chance de fuga. Os corpos caem no
chão fazendo um barulho conhecido e costumeiro.
Ando na direção aos dois moribundos sem nenhuma pressa. Preciso ter certeza que fiz o
trabalho bem feito. Um sorriso cruel e satisfeito nasce em meus lábios finos ao constatar um dos
homens ainda agonizando, justo o que foi atingido no pescoço. Seu sangue espirra do ferimento,
criando uma fina corrente no chão asfaltado, empoçando em um pequeno buraco. Agacho-me
lentamente, mantendo uma mínima distância do olhar cinzento me encarando amedrontado.
— Nos vemos no inferno, colega! — digo em um sussurro alto o suficiente para o
homem estirado no chão ouvir.
Levanto-me e aponto a arma para o infeliz, que me encara alarmado, sem conseguir
expressar nenhum som. Seu pânico é crucial ao ser atingido pelo olhar penetrante do autor da sua
morte — frio e impiedoso, a concepção do próprio demônio em pessoa. Miro o coração do homem
e atiro. Uma. Duas vezes, fazendo com que o sangue tinja minhas roupas com respingos
vermelhos púrpura.
Permito um sorriso áspero se abrir por baixo da minha barba cheia e rústica. Um sorriso
prazeroso de dever cumprido.
Guardo a pistola de volta na cintura, pego as duas malas e me afasto dos corpos,
satisfeito. Sem sentir ao menos uma gota de remorso. Jogo as malas no banco de trás e dou
partida, saindo devagar, como se nada tivesse acontecido. Ligo o som do carro e em instantes a
voz penetrante do vocalista da banda Metallica ressoa no interior do veículo, cantando Enter
Sandman. Para mim, a noite está apenas começando. Ainda falta o principal: uma boa rodada de
sexo regada a muita bebida.
***
Estaciono meu Impala em frente a Vegas Night Club, que nada mais é do que uma boate de
fachada. Aqui rola de tudo. Tráfico de drogas e, principalmente, as famosas acompanhantes de
luxo. Retiro a camisa de manga e saio do veículo, substituindo a pistola pelo meu Uzi calibre 9, do
qual não me desgrudo nem mesmo para dormir. Um homem com a minha profissão não pode se
dar ao prazer de baixar a guarda nem por um segundo.
O segurança me dá passagem sem pestanejar, chegando para o lado. Quase todos me
conhecem aqui, inclusive sou “amigo” do dono, um dos compatriotas da Máfia Russa aqui em
Nova Iorque. Entro no local sem me importar com os vestígios de sangue na calça jeans de
lavagem escura. Na verdade, ninguém irá perceber esses míseros detalhes e, mesmo que
percebam, não são tão idiotas a ponto de me confrontar.
Muitos olhares se viram para mim assim que passo pela porta de metal. Homens e
mulheres, ambos impressionados com minha estatura e porte físico gigantesco, repleto de
músculos poderosos. Sou completamente ciente do impacto causado por mim nas pessoas e uso
isso ao meu favor. Mas não se enganem, não sou apenas aparência. Digo, com convicção, que o
próprio demônio teme na minha presença e todos aqui têm consciência disso. Fui treinado pelo
melhor atirador de elite dos Estados Unidos. Absorvi cada detalhe e ensinamento com maestria,
tanto que o próprio Charles Harrison sentiu na pele — mais precisamente no coração — o
resultado da sua criação.
Sigo a passos firmes pelo interior da casa. É um ambiente luxuoso, a meia luz, onde
algumas mulheres dançam seminuas em um palco suspenso do lado direito da boate, ao som de
uma batida eletrizante, enquanto outras instigam homens das mais diversas classes e status a
consumirem mais e mais, até o último centavo de dólar em seus bolsos.
Continuo andando até as escadas de vidro que dão acesso à parte privada da casa. Subo
os degraus com toda a calma possível. A noite é uma criança. Não tenho pressa. Passo pelo covil
dos prazeres, o qual conheço tão bem quanto a palma da minha mão. Percebo todos os quartos
trancados, exceto um… O que sempre está reservado para mim. O som dos gemidos femininos é
como música para os meus ouvidos.
Continuo andando até o fim do corredor, a uma porta de madeira maciça com dois
guardas fazendo vigia. Ambos me conhecem muito bem, sabem exatamente o que me leva aqui.
Passo pelos homens e abro a porta, tendo acesso a um outro corredor com fraca luz e paredes
escuras.
Chego à sala da administração, onde dois homens, alguns centímetros mais baixos que
eu, fazem guarda ao pé da porta metálica. Ambos armados até os dentes. Mas, exatamente como
os demais, me dão total acesso. E é o que faço: entro sem pedir permissão.
— Meu caro amigo — diz o homem robusto e baixinho, sentado em seu trono de rei,
como ele costuma dizer, usando terno risca de giz azul escuro, no valor de um rim no mercado
negro, com bigode estilo chevron. Ele me cumprimenta à meia distância, com os braços escorados
nas laterais da poltrona.
Tranco a porta atrás de mim e dou alguns passos em sua direção, parando a uma curta
distância, estampando um sorriso na cara.
— Rodolpho. Que honra o rever! — cumprimento-o. Ser cínico ainda é uma das minhas
maiores qualidades.
Ele ergue um copo de whisky da mesa de vidro ao seu lado direito e toma um gole. A
outra mão se move arteiramente da lateral da poltrona e segue massageando o quadril da bela puta
completamente nua que está sentada em seu colo. Uma loira de curvas generosas, mas com cara
artificial demais para o meu gosto.
— Espero que tenha boas notícias, meu caro — diz ele.
Sigo até a mesa de vidro com a mesma naturalidade com a qual entrei na sala e me sirvo
de um copo generoso de whisky Glenfiddich, 26 anos. Levo o copo à boca, engolindo todo o
líquido de uma única vez. O gosto amargo queima a minha garganta. Mas eu gosto disso, me
excita! Devolvo o copo à mesa com uma certa força, causando um barulho alto pelo choque
tempestuoso entre os vidros. Em seguida, me viro para respondê-lo.
— As melhores possíveis — respondo.
Ele sorri satisfeito e acena para a mulher se levantar. Ela entende o recado e sai do seu
colo. Beija-o na boca de modo estalado, o que causa um rebuliço de nojo em meu estômago,
depois cata as migalhas de roupas no chão e sai da sala.
— Maravilha! — diz ele levantando-se e acendendo um charuto, ficando a poucos
centímetros de distância. Ele traga profundamente e me encara fixamente, soltando toda a fumaça
no meu rosto, antes de continuar. — Ninguém que tenta brincar com a minha cara, sai ileso!
Trinco os dentes com força. Sinto um toque de hostilidade em sua voz, como um aviso,
dirigido diretamente a mim. Rodolpho não é alguém confiável. Ninguém é confiável! Mas não
permito que me afrontem. Viro-me para a mesa e sirvo-me de mais um copo do caro whisky.
Adiciono algumas pedras de gelo e tomo um gole.
— Cuidado com suas palavras, Rodolpho — advirto-o enquanto cravo meus olhos na
sua carranca. — Não se esqueça que um dia é do caçador, e o outro também!
Ele arregala os olhos e em seguida fecha a expressão, pois entendeu perfeitamente o que
eu disse e está furioso por dentro. Não me importo!
— Sou um homem poderoso, Alexander! — Ele cospe o meu nome sem pestanejar. —
Você sabe, tenho meus contatos dentro da Casa Branca, no FBI. Um passo em falso e você pode
sofrer um terrível acidente!
Sorrio com deboche e tomo mais um gole da bebida. Aproximo-me em um movimento
rápido e o seguro pelo pescoço, imprensando-o na parede.
— Você se esquece que no inferno não tem contato e é para lá que você vai se não calar
a PORRA DA BOCA.
Jogo o maldito no chão, tomando todo o cuidado do mundo para a queda o machucar.
Muito!
— Você vai se arrepender disso, seu infeliz! — ameaça, levando a mão até a nuca.
— E você vai fazer o que? Mandar seus vermes atirarem em mim? Vá em frente! Quero
só ver quem vai fazer a merda do seu trabalho sujo — cuspo de volta.
— Maldito! — esbraveja, firmando-se na parede acinzentada, tentando se levantar.
— O trabalho está feito! — afirmo. — Os dois traidores estão mortos agora. E quanto ao
dinheiro? Bom, acho que serve como pagamento dessa vez! — falo ríspido.
Ele acena em concordância, sem dizer mais nada. Os olhos castanhos faiscando de raiva,
a testa franzida, dando mais profundidade às rugas. Pego a garrafa de whisky sobre a mesa. A
bebida ainda está pela metade e tenho belos planos para ela hoje à noite. Sigo até a porta e saio na
mesma tranquilidade com que entrei, trancando-a atrás de mim.
Quase me surpreendo quando passo por uma ala mais escura do prédio, flagrando os
guardas “brincando” com a vadia que estava na sala de Rodolpho há poucos minutos. Eu disse
quase! Nada nesse mundo é capaz de me surpreender realmente. Sorrio de lado e sigo minha rota.
Agora está explicado o motivo de ninguém ter aparecido no escritório quando dei um pequeno
aviso na fuça daquele desgraçado. A guarda faz jus ao dono.
Sigo até meu quarto de honra. Bato a porta e jogo-me na cama larga de casal, coberta
com lençóis vermelhos de seda recém-trocados e várias almofadas espalhadas por toda a extensão
do móvel. Ajeito os travesseiros nas minhas costas, tentando ficar o mais confortável possível.
Pego o whisky que eu havia colocado sobre o criado-mudo e viro a ponta da garrafa contendo a
bebida âmbar de sabor inigualável diretamente na minha boca, tomando um gole generoso, o qual
desce feito brasa. Fito as paredes levemente avermelhadas pela luz decorativa e permaneço assim
longos minutos. Apenas eu, o álcool e meus pensamentos.
Sei que Rodolpho não vai deixar aquele pequeno detalhe passar impune, conhecendo-o
como conheço. É um homem cabeça dura! Tolo! Não sabe a hora de ficar quieto. O principal ele
faz: paga-me muito bem para fazer seu serviço sujo, isso não posso negar. Mas preciso ficar
atento, sei que tem problemas grandes pela frente. Ele é repleto de inimigos que dariam milhões
de dólares por sua cabeça em uma bandeja de prata.
Devolvo a garrafa para o criado, tiro minha arma da cintura e coloco sob o travesseiro,
pego o telefone e aciono atendimento especial na recepção. Agora eu só preciso relaxar um pouco.
Coloco as mãos atrás da minha cabeça, ficando totalmente à vontade, até ouvir uma batida na
porta. Em seguida ela se abre e uma mulher loira de cabelos encaracolados e lábios pintados de
vermelho, usando apenas um conjunto de lingerie com cinta-liga preta, se direciona até mim,
rebolando sensualmente em cima do salto quinze. Logo atrás dela surge uma outra, morena, com
trajes vermelhos e saltos igualmente altos.
Aproveito o momento para ajustar o ar-condicionado, pois prefiro o frio ao extremo. O
verão em Nova Iorque chega a ser insuportável, principalmente em ambiente fechado. Inspiro o ar
profundamente enquanto analiso com satisfação as duas mulheres na minha frente. É uma bela
visão, não nego. Meu pau logo dá sinal de vida, marcando minha calça jeans com o volume.
— Dispam-se — ordeno.
Ambas começam a se despir sensualmente, tirando as pequenas peças devagar, até
estarem completamente nuas. Aprecio cada mísero detalhe. Meu pênis convulsiona dentro da
calça, louco para ser libertado. Levanto-me e tiro o cinto preto, jogando a peça de couro sobre a
cama. Enquanto a morena passeia as mãos pela minha barriga e abdômen, a loira se agacha,
ficando de joelhos no chão à minha frente. Suas mãos experientes agarram o cós da minha calça e
desce junto com a cueca, libertando meu pau completamente duro. Ela segura meu pênis em sua
mão, fazendo movimentos de vai e vem. Mas percebo seus olhos azuis se arregalando ao analisar
o comprimento. Isso me deixa ainda mais excitado. Duas vezes mais. Tanto que surge na ponta
uma pequena gota perolada da minha excitação.
— Quero que me chupe com força, vadia… — sussurro.
Ela obedece. Logo sinto o calor da sua boca me envolvendo. É gostoso pra caralho!
Seguro em seus cabelos e bombeio mais forte, quase fazendo-a engasgar. Invisto mais duas vezes
antes de tirar meu pênis da sua boca e ordenar para as duas ficarem de quatro na cama. Pego um
preservativo e desenrolo sobre o meu pau. Transar sem proteção não entra no meu vocabulário.
Estapeio a bunda das duas ao mesmo tempo, arrancando gritos das suas bocas, deixando uma
marca vermelha no local.
Posiciono-me atrás da loira, afundando-me dentro dela de uma vez até o último
centímetro do meu pau. Essa será uma noite e tanto!
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Sinopse
Diferença de idade, polêmico e proibido.
O que acontece quando a razão e a emoção se desejam? Quando a atração e a realidade
se chocam em um romance sensual e envolvente?
Sebastian é razão e tempestade. Um fuzileiro naval que é pura testosterona, mas que
guarda mágoas profundas em seus olhos cinzas e que busca sua cura ao sair da marinha e voltar a
um lugar do seu passado. Ele quer se reconstruir com suas próprias mãos.
No seu caminho, conhece Eliza, uma jovem rica, emotiva e inconsequente que vai ver
seus sonhos sendo confrontados pela realidade deliciosa de Sebastian e sua atração máscula
implacável.
Eles não apenas se desejam, mas se confrontam. Será que ambos poderão construir uma
vida juntos?
Eles serão a luz um do outro? Podem superar a poderosa volúpia que os consomem?
Emoções envolventes desabrocham em Yellow, como girassóis procurando o sol.
Sinopse:
Ele jurou nunca mais amar alguém.
Carlos Eduardo é frio e calculista, mas é deliciosamente sedutor. CEO de uma das
maiores empresas do Brasil, também é o alvo de um amor proibido. Beatriz, a filha do seu melhor
amigo, nutre por ele um amor secreto e um desejo ardente.
Ele carrega lembranças amargas que o fizeram criar uma aversão a relacionamentos
sérios. Ela o anseia e fará tudo para tê-lo, mesmo que tenha que jogar um jogo arriscado, testando
o juízo e o bom senso do homem.
Nesse jogo de sentimentos e desejos opostos, de prazeres e consciência, haverá apenas
um resultado. Você consegue adivinhar qual é?
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