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TIC Semana 1

NOME: Emmanuel Pereira Sete


Quais as abordagens farmacológicas que podem evitar litíase urinária em
pacientes com hipercalciúria, hipocitratúria e hiperuricosúria?

Nesse contexto, é de grande importância ressaltar a incidência de tais


comorbidades frente à variedade de tipos de urolitiase a fim de compreender melhor o
contexto da patologia. Um grande estudo evidenciou que as anormalidades urinárias
mais frequentes na formação de nefrolitíase são: hipercalciúria com 61%, sendo
principalmente a forma idiopática, porém também inclui pacientes com
hiperparatireoidismo; hiperuricosúria com 36%; hipocitratúria com 28%, e 3,3% por
acidose tubular renal distal (tipo 1) ou diarreia crônica; hiperoxalúria com 8%, incluindo
as formas entérica e primária e ingestão elevada; 15% por baixo volume urinário (<1
litro/dia); alguns pacientes estudados apresentavam mais de uma forma concomitante
(Levy et al., 1995).

Hipercalciúria

Atualmente, o único tratamento médico com e cácia comprovada para a


redução do cálcio urinário é o emprego de diuréticos tiazídicos. Estes diminuem a
calciúria atuando tanto no túbulo proximal como no túbulo distal, pois induzem a uma
depleção leve de volume, levando à reabsorção de sódio e consequente reabsorção
passiva de cálcio (Moe et al., 2011). Os tiazídicos reduzem a excreção urinária de
cálcio em aproximadamente 50-60% dos níveis de pré-tratamento. Deve-se estimular a
restrição concomitante de sódio e evitar hipocalemia durante o tratamento.

Hipocitratúria

Aumentar a excreção de citrato é o objetivo em pacientes com hipocitratúria, já


que o citrato inibe a formação de cálculos ao formar um complexo fracamente
dissociável, mas solúvel, com o cálcio, reduzindo a quantidade de cálcio disponível
para ligação com oxalato ou fosfato. A excreção do citrato pode ser alcançada
alcalinizando o plasma com administração diária de 30 a 80 mEq de citrato de potássio
(Barcelo et al., 1993). Num estudo controlado de 57 pacientes, a incidência de nova
formação de cálculos foi menor em pacientes hipocitratúricos tratados com citrato de
potássio (0,1 vs 1,1 eventos por pacientes por ano no grupo placebo) (Barcelo et al.,
1993). Este benefício foi conseguido quando aproximadamente se dobrou a excreção
de citrato.
Embora o suco de laranja seja uma boa fonte de potássio e citrato, este também
possui efeitos indesejáveis: ele não diminui a excreção de cálcio e aumenta
modestamente a excreção de oxalato (Wabner et al., 1993). Em comparação, o suco
de limão tem sido proposto como uma fonte mais efetiva de citrato, pois também reduz
a excreção de cálcio e não afeta a excreção urinária de oxalato (Seltzer et al., 1996).

Hiperuricosúria

Estão associados com hiperuricosúria ou baixo pH urinário. Hiperuricosúria pode


ser resultado de excessos na dieta, superprodução endógena (defeitos enzimáticos),
doenças mieloproliferativas, síndrome da lise tumoral, drogas, gota ou catabolismo.
Baixo pH urinário pode ser causado por diminuição da excreção de urato de amônio
(resistência insulínica ou gota), produção ácida endógena aumentada (resistência
insulínica, síndrome metabólica ou acidose lática por exercícios), aumento da ingestão
ácida (ingestão elevada de proteína animal) ou perda básica elevada (diarreia)
(Cameron et al., 2007).

Medidas gerais preventivas incluem aumento da ingestão hídrica e dieta com redução
de purinas, além de alcalinização da urina com citrato de potássio (30-80 mEq/dia),
principalmente nos pacientes com pH urináro < 6 (Cameron et al., 2007). Em paciente
com hiperuricemia pode-se empregar alopurinol (100-300 mg/dia). O alopurinol inibe a
enzima xantina-oxidase, responsável pela conversão de xantina em ácido úrico
(Marchini et al., 2013).

Referência:
Assimos D., Krambeck A., Miller N. L., Monga M., Murad M. H., Nelson C. P., Pace K.
T., Pais V. M. Jr, Pearle M. S., Preminger G. M., Razvi H., Shah O., Matlaga BR.
Surgical Management of Stones: American Urological Association/Endourological
SocietyGuideline, PART I. J Urol.
2016.Disponívelem:https://wwttps://www.urologiauerj.com.br/livrouro/capitulo-23.pdf.
Acesso em:30 jul. 2023.
Sociedade Brasileira de Urologia. Sociedade Brasileira de Medicina da Família e
Comunidade. Colégio Brasileiro de Radiologia. Nefrolitíase: Abordagem Urológica.
Diretrizes Clínicas na Saúde Suplementar. Associação Médica Brasileira e Agência
Nacional de Saúde Suplementar, 2011. Disponível
em:<http://diretrizes.amb.org.br/ans/nefrolitiase-abordagem_urologica.pdfLinks to an
external site.>. Acesso em 30 de julho de 2023.

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