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Oxalato
Pequenos aumentos na concentração urinária de oxalato podem levar à
saturação urinária e à conseqüente formação de cristais. Devido à sua baixa
absorção intestinal, somente 10 a 15 % do oxalato urinário provêm do oxalato
da alimentação. É importante correlacionar a ingestão de oxalato com a sua
excreção antes de definir a orientação nutricional (RIELLA e MARTINS 2001).
O oxalato dietético está presente em muitos alimentos de origem
vegetal, como o espinafre, beterraba, cacau, mandioca, feijão, café, noz,
amendoim, entre outros (CUPPARI 2002). A presença de cálcio no alimento
diminui a absorção intestinal do oxalato. A cocção dos alimentos reduz
significantemente o teor de oxalato dos mesmos (RIELLA e MARTINS 2001).
Ainda não existem estudos que comprovem que a restrição na ingestão de
oxalato reduza efetivamente a ocorrência de cálculos . Sabe-se que a ingestão
de cálcio exerce um efeito importante sobre a oxalúria, assim, aconselha-se
que se mantenha o equilíbrio entre as ingestões de oxalato durante as
refeições (CUPPARI 2002).
Ácido Ascórbico
A alta ingestão de ácido ascórbico é um outro componente que pode
interferir no metabolismo do oxalato, aumentando a sua excreção (RIELLA e
MARTINS 2001).
Em um estudo recente, MASSEY et al (2005), verificaram que o ácido
ascórbico aumenta a oxalúria e o risco de formação de cálculos renais.
Quarenta por cento do oxalato urinário são originados do ascorbato
alimentar (TRINCHIERI et al 2001).
Sódio
O sódio aumenta a chance de formação de cálculo renal devido ao seu
potencial efeito de elevar a calciúria, devido a uma competição na absorção
entre esses minerais no túbulo renal. Dessa forma, evitar a ingestão excessiva
de sal, reduzindo a adição de cloreto de sódio nas preparações e a ingestão de
alimentos ricos em sódio, é uma recomendação válida para pacientes com
litíase renal (RIELLA e MARTINS 2001; CUPPARI 2002).
Proteínas
A proteína exerce efeito sobre a maioria dos parâmetros urinários
envolvidos da formação dos cálculos. A ingestão elevada de proteínas de
origem animal leva à hiperuricosúria devido á sobrecarga de purinas, à
hiperoxalúria devido ao aumento na síntese de oxalato, e á hipocitratúria em
função do aumento na reabsorção tubular de citrato. Além disso, aos proteínas
animais podem induzir à a hipercalciúria causada pela maior reabsorção óssea
e menor reabsorção tubular renal de cálcio. A ingestão adequada de proteínas
reduz o oxalato, fosfato, cálcio e ácido úrico urinários e aumenta a excreção
urinária de citrato, dessa forma, recomenda-se que o paciente com litíase renal
tenha uma ingestão de 0,8 a 1,2 g/kg/dia de proteínas, sendo que 50 % dessa
deve ser de alto valor biológico (CUPPARI 2002).
Purinas
Considerando-se que o produto final do metabolismo das purinas é o
ácido úrico e que a hiperuricosúria em pacientes litiásicos é elevada, pacientes
com litíase renal com hiperuricosúria devem evitar a ingestão de alimentos de
origem animal ricos em purinas, como o bacon, fígado, rim, miolo, sardinha,
bacalhau, peru, pato, ganso, galeto e mexilhão (RIELLA e MARTINS 2001,
CUPPARI 2002).
Potássio
Segundo LEMMANN et al (1991), a suplementação de potássio leva a
redução na excreção renal de cálcio em adultos saudáveis, reduzindo o risco de
formação de cálculos.
Magnésio
Em um estudo realizado por TAYLOR et al (2005), verificou-se que a
ingestão de magnésio diminui o risco para a formação de cálculos. HALL et al
(2001) encontraram que a baixa ingestão de magnésio é um fator de risco para
a formação dos cálculos.
Líquidos
A ingestão de líquidos elevada é uma recomendação importante para o
paciente com litíase renal porque aumenta o volume urinário e diminui a
concentração dos fatores de risco para a formação dos cálculos. A
recomendação é que o paciente ingira 30 ml/kg/dia, de preferência água, suco
de frutas (principalmente laranja e limão por terem citrato), chá de frutas,
flores ou ervas (CUPPARI 2002). A ingestão de chá perto deve ser
desestimulada, já que esse tipo de chá apresenta alto teor de oxalato (RIELLA e
MARTINS 2001).
Carboidratos
A ingestão de carboidratos simples está relacionada à formação de
cálculos por aumentar a excreção urinária de cálcio. Além disso, alguns
estudos demostraram que a glicose reduz a reabsorção renal de fosfato em
pacientes litiásicos, contribuindo para a hipercalciúria por meio da depleção de
fosfato (RIELLA e MARTINS 2001, CUPPARI 2002).
Obesidade
A obesidade e o ganho de peso aumentam o risco para a formação de
cálculos renais. Esse aumento é maior para o sexo feminino (TAYLOR et al
2005).
Referências bibliográficas
Hall WD, Pettinger M, Oberman A, Watts NB, Johnson KC, Paskett ED, Limacher
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Lemann J Jr, Pleuss JA, Gray RW, Hoffmann RG. Potassium administration
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