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16/05/2023, 00:12 E-book

ACIONAMENTOS ELÉTRICOS
PARTIDA DE MOTORES
ELÉTRICOS
A u t o r ( a ) : D r. E d e r s o n P a u l o V o g e l

R e v i s o r : A n a C a m i l a F. M a m e d e

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Introdução
Olá, estudante! Tudo bem?

Iniciaremos a nossa jornada demonstrando o que é e como funciona uma


partida de motores elétricos. Para isso, você verá o que são, como funcionam
e como são utilizados os motores com diferentes partidas das máquinas
elétricas. Serão abordadas as chaves de partida direta e de partida indireta,
descrevendo os conceitos de utilização das chaves de partidas do tipo
estrela-triângulo, partida com chave compensadora (utilização de
autotransformador) e partida com soft-starter. Os resultados da aplicação
desses tipos de sistemas para acionamento de motores elétricos também
serão apresentados neste conteúdo, com abordagem do efeito da aplicação
de controle.

Bons estudos!

Chaves de partida
direta
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Um dos momentos mais importantes e críticos de um sistema de


acionamento de um motor elétrico é a sua partida. Observa-se que, nesse
instante, há uma necessidade de corrente elétrica muito superior à de sua
normalidade de operação. Esse fator se deve, principalmente, à mudança de
um estado de inércia do motor (FRANCHI, 2013).

Quando relacionado a corrente elétrica de partida com a velocidade angular


do motor, é possível observar o fenômeno de que, na partida, temos uma
corrente máxima em uma velocidade do motor praticamente nula. O valor
apresentado para essa corrente elétrica se manterá até que a velocidade de
trabalho do motor seja a nominal. O efeito é demonstrado no gráfico da
Figura 2.1:

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Figura 2.1 – Relação entre corrente de partida e velocidade angular do motor.


Fonte: Franchi (2013, p. 154).

#PraCegoVer: a imagem ilustra um gráfico que apresenta no eixo x os valores de


velocidade angular e no eixo y os valores de corrente de partida. No eixo x, na sua
extremidade ao lado direito, temos a letra N. Um pouco antes, duas setas
indicando Nn e Ns. No eixo y, em sua extremidade na parte superior, temos Ipartida.
De onde se encontram os eixos x e y, um pouco mais acima de seu cruzamento,
no eixo y, temos Im e In. De Im, sai uma linha tracejada, a qual vai até Nn, localizado
no eixo x. De In, sai outra linha tracejada, a qual vai até Ns, também no eixo x. Do
ponto Irb, no eixo y, sai uma linha com o traço mais espesso, que descreve que, no
decorrer do aumento da velocidade de partida de um motor, a corrente elétrica é
reduzida. Essa linha sai desse ponto e, em curva e sentido para baixo, vai até o
eixo x, no ponto Ns.

Dessa forma, deduz-se que a corrente elétrica consumida por um motor é a


função da tensão aplicada. Diante disso, a função das chaves de partida das
máquinas elétricas é a redução de tensão elétrica no decorrer da partida e,
posteriormente, a aplicação da tensão nominal no momento da estabilidade
de operação de trabalho (velocidade nominal).

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Segundo Chapman (2013), essencialmente, todas as máquinas elétricas


giram em torno do seu eixo. Com essa natureza, o movimento rotacional é
um elemento básico para ser entendido, abordando os conceitos de distância,
velocidade, aceleração, lei de Newton e potência. Para entendimento do
supracitado, vamos rever o conceito de velocidade angular:

‍Velocidade angular ω : é a taxa de variação da posição angular em

relação ao tempo, sendo positiva no sentido anti-horário, cuja velocidade

angular é o análogo rotacional do conceito de velocidade em uma reta.

Dessa forma, a velocidade angular ω é definida como a taxa de variação

do deslocamento angular θ em relação ao tempo, conforme equação a

seguir:

ω =

dt
(2.1)

Sendo a posição angular dada em radianos, a velocidade angular será


dada em rad/s.

Se tratando de velocidade do eixo de um motor, além da utilização de


rad/s, também são frequentemente utilizadas unidades de rotação por

segundo (rps ) ou, até mesmo, rotações por minuto (rpm ). Sendo
assim, salientado por Chapman (2013), as medidas de velocidade do
eixo estão relacionadas conforme as equações a seguir:

nm = 60f
m
(2.2)
ωm
f
m
=

(2.3)

Onde:

nm : velocidade angular, expressa em rotações/revoluções por

minuto (rpm).

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fm : velocidade angular, expressa em rotações/revoluções por

segundo (rps).

ωm : velocidade angular, expressa em radianos por segundo (

rad/s ).

As correntes de partida, segundo Mohan (2015), são principalmente limitadas


pelas indutâncias de dispersão do estator e rotor, e podem ser de 6 a 8 vezes
a corrente nominal do motor. Na partida, a velocidade ωm do rotor é zero, e
por isso a velocidade de escorregamento ωesco é igual à velocidade síncrona
ωsin . Dessa forma, se faz necessária a aplicação de tensões com baixa

frequência, limitando e mitigando altas correntes de partida, objetivo principal


da partida de motores elétricos.

Essencialmente, quando um motor é energizado, este equipamento funciona


como um transformador com o seu secundário em curto-circuito, o qual exige
da rede de distribuição de energia elétrica uma corrente muito superior que a
nominal de operação. É importante salientar que correntes de partida
elevadas causam uma série de inconvenientes, tais como o
superdimensionamento de condutores de alimentação, ocorrências
momentâneas de queda do fator de potência, elevação da temperatura dos
motores, entre outros demais fatores.

Dado esse contexto, observa-se que há a necessidade de compreensão sobre


as técnicas de acionamento empregadas nos motores elétricos rotativos,
segundo Miyamoto (2020). Na ausência de qualquer elemento de controle de
velocidade, os motores operam com velocidade constante. Portanto, são
definidas que partidas diretas e indiretas são métodos que não possuem
elementos de controle de velocidade nessas máquinas.

Um dos instantes mais críticos é a partida de motores elétricos,


pois nesse momento, os motores solicitam uma corrente muito
maior do que em serviço contínuo, devido à mudança de um estado
de inércia do motor. A isso chamamos de pico de corrente. No
instante da partida, essa corrente costuma variar na faixa de seis a

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oito vezes a corrente nominal do motor. A amplitude e o tempo do


pico da corrente inicial dependem das condições de partida. Se for
uma partida sob carga, o pico será maior do que se for em vazio.
Pode-se chegar até dez vezes do valor nominal. Essa alta corrente
pode até disparar os dispositivos de proteção dos circuitos e
comandos. Além disso, sobrecarrega a rede alimentadora de uma
forma prejudicial (FRANCHI, 2013, p. 154).

No que tange ao tipo de partida de motores, vamos descrever como são


caracterizadas as partidas diretas dos motores elétricos de indução:

A partida direta é uma maneira de acionamento simples de uma máquina


elétrica de indução. Esse tipo de motor de indução trifásico consiste na
ligação das três fases diretamente ao motor, o que resulta em um pico de
corrente. Essa técnica deve ser executada sempre que possível; porém, por
determinação da concessionária de distribuição de energia elétrica, só
podem ser acionados motores abaixo de 10 CV de potência em instalações
industriais (FRANCHI, 2013).

No caso, essa partida direta nos motores deve ser utilizada nas seguintes
situações:

baixa potência do motor, limitando as perturbações originadas pelo pico

de corrente elétrica;

quando a máquina movimentada não necessita de uma aceleração

progressiva e está equipada com dispositivo mecânico redutor, evitando

uma rápida partida desta;

quando o conjugado de partida for elevado.

Portanto, a partida direta possui vantagens e desvantagens, segundo Franchi


(2013), conforme descrição a seguir:

Vantagens:

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• simplicidade de construção e projetos deste tipo de equipamento;

• conjugado elevado de partida;

• velocidade elevada de partida;

• baixo custo.

Desvantagens:

• expressiva queda de tensão elétrica na rede de distribuição de energia


elétrica da concessionária, gerando interferências nos equipamentos
conectadas;

• necessidade de superdimensionar os sistemas e cabos de


acionamentos, o que gera uma elevação no custo do sistema como um
todo;

• limitações nos valores de queda de tensão, conforme normativas


técnicas da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) para as
concessionárias de energia elétrica.

Na Figura 2.2 a seguir são ilustrados o diagrama de comando com o


diagrama de força da chave de partida direta:

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Figura 2.2 – Diagramas de força e de comando de uma partida direta.


Fonte: Franchi (2013, p. 157).

#PraCegoVer: a imagem ilustra, à esquerda, um diagrama de força de uma chave


de partida direta de um motor de indução. Chaves do tipo normalmente abertas
(NA) e normalmente fechadas (NF) são apresentadas para representação do
fluxo do diagrama, que está conectado na rede de energia elétrica. Há, de cima
para baixo, a letra L, da qual segue uma linha reta e direcionada para a direita, que
logo muda seu curso para baixo, onde há o número 95, a porta FT1 e logo depois,
o número 96. Seguindo, temos a porta S0, e, logo abaixo, a linha muda seu curso,
direcionando à direita. Logo mais, muda o curso novamente, direcionando para
baixo, onde temos o número 13, seguido de uma porta K1 e do número 14.
Seguindo, para baixo, a linha é interrompida por um círculo com um X em seu
interior. Um pouco mais abaixo, muda seu curso novamente, voltando-se para a
esquerda. Seguindo, ela finaliza em N. Um pouco antes de finalizar, dela sai outra
linha, em direção voltada para cima, onde é cortada por um pequeno retângulo
horizontal e fino, K1. Dele, a linha segue, finalizando na porta S1. À direita, a
imagem de uma simplificação do comando de uma partida direta. Nesta, as três
fases são apresentadas (L1, L2 e L3), conectadas a um sistema de proteção e
fusíveis, posteriormente, ligados ao motor trifásico. De baixo para cima, há um
círculo, onde, em seu interior, temos M e ~3. Desse círculo, saem três linhas. A
primeira, à esquerda, chega a um retângulo FTI e segue seu curso, até L1. A
segunda, do meio, também sai do círculo e chega ao retângulo FTI, seguindo seu

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curso, até L2. E, a terceira e última, à direita, também sai do círculo e chega ao
retângulo FTI, seguindo seu curso, até L3. No trecho que compreende as linhas
que passam pelo retângulo FTI, indo em direção a L1, L2 e L3, quase em suas
extremidades superiores, temos retângulos verticais sobre elas, denominados F1,
2, 3. Entre o retângulo FTI e os retângulos que se encontram sobre as linhas, F1,
2, 3, temos uma linha tracejada, que se sobrepõe às linhas L1, L2 e L3, e, na ponta
direita da linha tracejada, temos um retângulo horizontal, cuja borda vertical
direita está em branco, como se estivesse aberto, e, no centro, verticalmente, há
uma linha pequena, que o corta.

Portanto, chamamos de partida direta a ação de ligar as bobinas do motor na


fonte de corrente elétrica alternada, realizada de forma que possa garantir a
segurança do sistema através dos comandos elétricos.

No diagrama de força ilustrado à esquerda da Figura 2.2, as três


fases L1, L2 e L3 são protegidas por um fusível por fase (F1, F2, F3),
sendo ligadas então ao contator K1, que está diretamente acoplado
ao relé térmico FT 1, que interliga os cabos até o motor. Na
representação do diagrama de comando, à direita, há uma
alimentação (L-N) e a energia vem através dessa fase que está
protegida por um fusível e, logo abaixo, está representado um
contato do relé térmico (95/96-FT1) que interrompe o circuito no
caso de uma falha (FRANCHI, 2013, p. 156).

Dessa forma, pode-se descrever que o circuito funciona da seguinte maneira:


pressionando o botão de impulso S1, ocorre a energização da bobina do
contator K1, fechando o contator 13/14 – K1, selando o contator K1 com o
contator fechado. A alimentação do motor com as três fases ocorre em
paralelo com o contator 13/14 K1, havendo a existência de sinalização (H1) e
indicando o fechamento do contator. Pressionado o botão de impulso S0, o
circuito da bobina do contator K1 é desligado e desenergizado.

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Fonte: kostiuchenko /
123RF.

Motor elétrico trifásico

Alguns componentes elétricos utilizados no comando do acionamento de


motores de indução são indispensáveis no planejamento estrutural de um
sistema. Um exemplo disso é o relé térmico, cuja função é de proteger o
equipamento motor de uma sobrecorrente, mitigando o superaquecimento da
carga.

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O relé de sobrecarga pode ser definido como um dispositivo de


proteção cuja operação é baseada em um método indireto de
detecção de sobrecarga em motores, em que é criado um modelo
térmico do motor a ser protegido por um elemento térmico. Um relé
térmico tripolar tem três bimetálicos, sendo cada um deles
constituído por dois metais unidos por laminação com diferentes
coeficientes de dilatação e um enrolamento de aquecimento em
volta de cada bimetálico. Cada um dos enrolamentos de
aquecimento está ligado em série com uma das fases do motor. O
aquecimento dos enrolamentos provoca uma deformação nos
bimetálicos (FRANCHI, 2013, p. 128).

Segundo Franchi (2013), a sobrecarga é um defeito que se produz mais


frequentemente nas máquinas, que pode ser definida como “uma situação
que leva a um superaquecimento por perda de Joule, que os materiais
utilizados somente suportam até um determinado valor e por tempo
limitado”.

Conhecimento
Teste seus Conhecimentos
(Atividade não pontuada)

A partida direta é um procedimento para acionar motores de corrente


alternada diretamente na rede elétrica de distribuição de energia, sem
intermediários. Uma das principais vantagens da utilização de uma partida
direta em um motor é a velocidade com que ele opera muito pouco tempo
após o início do seu funcionamento. No entanto, esse fator faz com que

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sejam limitadas algumas características da carga a qual o eixo do motor


esteja acoplado. Portanto, como é realizada a conexão de uma partida do
motor com a rede de energia elétrica, no diagrama de comando?

PETRUZELLA, F. D. Motores elétricos e acionamentos. Porto Alegre:


Bookman, 2013.

Assinale a alternativa correta:

a) No diagrama de comando há uma alimentação (fase-fase). Essas


fases são protegidas por um fusível por fase em cada fase e, na
sequência, conecta a um contator, responsável por interromper o
circuito no caso de uma falha de sobrecarga. Posteriormente, ocorre
a conexão com o motor.
b) No diagrama de comando há uma alimentação (duas fases e um
neutro). As fases são protegidas por um fusível tipo e o neutro,
conectado diretamente no motor; na sequência, conecta a um
contator, responsável por interromper o circuito no caso de uma
falha de sobrecarga. Posteriormente, ocorre a conexão das fases com
o motor.
c) No diagrama de comando há uma alimentação (fase-fase). As fases
são conectadas diretamente no motor; na sequência, em uma ligação
em paralelo, conecta-se um fusível, responsável por interromper o
circuito no caso de uma falha de sobrecarga. Posteriormente, ocorre
a conexão das fases com os contatores individualmente para cada
fase.
d) No diagrama de comando há uma alimentação (fase-fase). As fases
são conectadas em um sistema eletrônico, chamado de circuito
integrado, responsável pelo monitoramento do motor; na sequência,
conecta a um contator, responsável por interromper o circuito no
caso de uma falha de sobrecarga. Posteriormente, ocorre a conexão
com o motor.

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e) No diagrama de comando há uma alimentação (fase-fase). As fases


são conectadas em um sistema eletrônico SCRs, responsável pela
partida do motor; na sequência, conecta a um fusível, responsável no
caso de uma falha de sobrecarga. Posteriormente, ocorre a conexão
com o motor.

Chaves de partida
estrela-triângulo

Partidas indiretas são técnicas utilizadas de modo a mitigar os elevados


valores de corrente de partida em máquinas elétricas rotativas. Entre os mais
usuais, podemos citar a partida estrela-triângulo, realizada através de chave
compensadora e partidas eletrônicas (soft-starters e inversores de
frequência) (MIYAMOTO, 2020, p. 08).

Este tipo de partida de um motor elétrico é um método diferente da partida


direta de um equipamento, cujo objetivo é reduzir o pico de corrente elétrica
no acionamento, sendo realizado através da ligação do motor de modo a
limitar essa corrente no início até que o motor saia da inércia. Na sequência,
ocorre a alteração da ligação das bobinas com comandos elétricos,

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resultando na passagem da corrente elétrica total no motor, fazendo com que


desenvolva a rotação nominal.

Dessa forma, torna-se importante descrever que, no sistema que utiliza uma
partida indireta, o objetivo principal será a redução da corrente elétrica desta
partida e, para isso, considera-se a redução da tensão elétrica no motor
elétrico trifásico. Sendo assim, vamos estudar estes três tipos de partidas
indiretas, começando com a partida estrela-triângulo.

As técnicas de partidas indiretas buscam mitigar os efeitos da corrente


transitória, segundo Franchi (2013). A partida estrela-triângulo é capaz de
uma redução de até 2/3 da corrente elétrica de partida; posteriormente, a
comutação entre os fechamentos das bobinas de um motor. Sendo assim, a
tensão da rede elétrica será a mesma da tensão da ligação triângulo do
motor. Caso contrário, há a necessidade de adoção de outra técnica.

Na Figura 2.3 é representado o diagrama de ligação de comando e de força


de uma chave de partida estrela-triângulo:

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Figura 2.3 – Diagrama de ligação da chave de partida estrela-triângulo.


Fonte: Franchi (2013, p. 161).

#PraCegoVer: a imagem ilustra, à esquerda, um diagrama de força de uma chave


de partida estrela-triângulo de um motor de indução. Chaves do tipo
normalmente abertas (NA) e normalmente fechadas (NF) são apresentadas para
representação do fluxo do diagrama, que está conectado na rede de energia
elétrica. Há, na parte de baixo da ilustração, um círculo, onde, em seu interior,
temos M e ~3. Do lado esquerdo do círculo, saem três linhas, direcionadas para
cima, que chegam a um retângulo FT1, passam por este e seguem até chegar a
K1. Do lado direito do círculo, saem outras três linhas, também direcionadas para
cima, que chegam a K2. Mais ou menos na metade de suas extensões, saem
outras linhas, direcionadas à direita, e depois para cima, que chegam a K3. Acima
de K1, K2 e K3, há L1, L2 e L3, de onde saem linhas individuais. Já no início de cada
linha, há F1, 2, 3. Essas linhas estão direcionadas para baixo, encontrando-se,
porém, sem tocar, as linhas finais de K1, K2 e K3. Onde finalizam as linhas de K3,
existem como se fossem dois pequenos retângulos, sem as bordas das suas
partes de baixo. À direita, a imagem de uma simplificação do comando desta
partida. Nesta, as três fases são apresentadas (L1, L2 e L3) conectadas a um
sistema de proteção e fusíveis, posteriormente, ligados ao motor trifásico.
Abaixo, horizontalmente, temos a linha S, de onde saem, da esquerda para a
direita, quatro pontos A2, direcionados para cima, passando por vários conectores
e outros pontos, como KT1, A1, A2, K1, K2, K3, KT, SH1 e números diversos, como 4,

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5, 6, 14, 15, 21, 22, 24, 25 etc. Ao final dessa linha horizontal, à direita, há um
círculo com um X em seu interior, denominado SH1, 5 e 6. Acima dessa
ilustração, há outra, onde vemos outra linha horizontal, a qual não toca as linhas
do desenho que se encontra abaixo, com os pontos, da esquerda para a direita: 3,
13, 13, 23, 26, 28 e 13. Do ponto 3, sai uma linha direcionada para cima, com os
pontos 2, 1, SH0, 96, 95, FT1, até chegar a R.

Na representação da simplificação do comando da partida estrela-triângulo à


direita da Figura 2.3, a ação do botão pulsador SH1 aciona o relé de tempo,
representado pelo elemento KT1 , onde, com o comando 28 − 25 , a bobina
K3 é energizada; com o comando K3 (pontos 13 − 14 ) acionado pela ação
desta bobina, a bobina K1 também é alimentada, energizando o relé KT1
(pontos 13 − 14 ). Esta última etapa faz com que o motor seja iniciado com a
partida estrela.

No processo de equacionamento deste tipo de partida do motor elétrico de


indução a tensão nominal de cada fase do enrolamento, dada por VN , resulta
em um conjugado equacionado da seguinte forma:

TΔ = K ⋅ VN
2
(2.4)

Onde:

• TΔ : torque desenvolvido na ligação Δ.

• K: constante do motor.

• VN : tensão nominal em cada uma das fases, ou seja


V N = V L (rede) .

No processo da ligação em estrela, a tensão de fase aplicada ao motor, dada


por VF , pode ser descrita conforme equação a seguir:

V L (rede)
VF = (2.5)
√3

Onde se faz possível analisar que:

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2 2
V L (rede) K⋅V L (rede) TΔ
TY = K ( ) →
3

3
(2.6)
√3

Portanto, visto que o início da partida do motor é dado em estrela, o


conjugado da partida em estrela corresponde a 1/3 do conjugado nominal
(triângulo), conforme indica a equação 2.6 (FRANCHI, 2013).

Em uma partida estrela-triângulo, o cálculo das correntes que circulam na


chave é considerado conforme o diagrama unifilar do circuito de força,
ilustrado na Figura 2.4:

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Figura 2.4 – Diagrama unifilar de força da chave estrela-triângulo.


Fonte: Franchi (2013, p. 163).

#PraCegoVer: a imagem ilustra um diagrama de força de uma chave de partida


estrela-triângulo de um motor de indução. Neste diagrama são demonstrados os
elementos contadores K1, K2 e K3, a corrente que circula através destes, IK1, IK2
e IK3, o circuito de proteção FT1 e o motor trifásico. À esquerda, temos a porta
K1, que segue, em direção abaixo, para FT1. A linha que sai de FT1 segue direção
abaixo e vai para a direita, onde encontra um círculo, no qual, em seu interior,
temos M e 3~. Deste, a linha segue mais um pouco, e dela sai outra linha direção
acima, onde, em sua extremidade, temos K2. Voltando à linha horizontal, esta
segue até a direita, onde segue novamente para a direção acima, onde, em sua
extremidade, temos K3. Acima, há outra ilustração, onde, à esquerda, inicia uma
linha com um retângulo vertical, com três traços transversais que o cortam. Esse
ponto é F1, 2, 3 ao lado esquerdo e 3N acima, e, ainda, ao seu lado direito, há uma
seta direcionada para baixo, IL (IN). A linha que sai do retângulo vertical continua
e segue para a direita. Ela está sobreposta à ilustração da parte inferior, sobre
uma seta apontada para baixo IK1 e a extremidade K2. Ao final dessa linha, há
outra seta apontando para baixo, IK2. Acima da extremidade K3, temos um traço,
onde, de suas bordas, saem duas pequenas linhas direcionadas para baixo. Ao

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centro desse traço, também direcionada para baixo, há uma linha maior. Ao seu
lado, uma seta apontada para baixo IK3.

Desse modo, se considerarmos IK1 , IK2 e IK3 , e os valores das


correntes que circulam nos contatores K1, K2 e K3, respectivamente,
podemos dimensionar os dispositivos de proteção para o sistema.

Em fechamento triângulo, a tensão de linha é igual à tensão de fase e a


corrente de fase pode ser descrita conforme a equação 2.1:

IN
IF = = 0, 58 ⋅ IN (2.7)
√3

Nesta situação, a impedância pode ser definida por:

UN UN ⋅√ 3 UF
ZN =
I
=
IN
=
IF
(2.8)
N

√3

Na Figura 2.5 é ilustrado o diagrama de força de uma ligação triângulo de um


motor:

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Figura 2.5 – Ligação do motor em triângulo.


Fonte: Franchi (2013, p. 164).

#PraCegoVer: a imagem ilustra um diagrama de força da ligação em triangulo de


um motor elétrico de indução. À esquerda da imagem são representadas as três
fases de ligação (L1, L2 e L3). De cima para baixo, à esquerda, há um pequeno
retângulo vertical, K1, de onde sai uma linha vertical, direcionada para cima, e
dela, saem outras linhas horizontais, tanto para a direita quanto para a esquerda.
Logo acima da primeira linha horizontal, direcionada à direita, temos outro
pequeno retângulo vertical K2. Dele, também saem linhas horizontais, tanto para
a esquerda quanto para a direita. À esquerda, abaixo, entre os pontos onde estão
ambos os retângulos K1 e K2, há o ponto L3. Um pouco mais acima, mais ou
menos ao centro das linhas K1 e K2, há o ponto L2. Ao lado oposto, à direita,
temos as linhas horizontais que saem de K1 e K2, e, na linha que segue K2, há
outro pequeno retângulo horizontal, 2 e 5. Um pouco mais acima, da linha K2, sai
outra linha, que se direciona à direita e depois acima, e outra linha outro pequeno
retângulo horizontal, 4 e 1. Dele, sai uma linha que se conecta à extremidade da
linha vertical K1. Na extremidade da linha vertical K1, sai uma linha horizontal
direcionada para a direita, IK1 (I∆), a qual está ligada à linha com o pequeno
retângulo horizontal, 4 e 1. Já na extremidade da linha vertical K2, sai uma linha
horizontal direcionada para a direita, IK2 (I∆), a qual está ligada à outra linha

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direcionada abaixo e à direita, a qual também tem um pequeno retângulo


horizontal, 6 e 3.

A relação entre a corrente em triângulo e a corrente de linha, no caso de


alimentação, é representada por:

IF
IΔ = = 0, 58 ⋅ IN (2.9)
√3

Para calcularmos a corrente que circula no contator, consideramos a ligação


em estrela. Portanto, inicialmente, na partida de um motor, teremos essa
ligação. Internamente, a ligação em estrela de um motor pode ser
representada conforme ilustrado no diagrama de força da Figura 2.6:

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Figura 2.6 – Ligação do motor em estrela.


Fonte: Franchi (2013, p. 165).

#PraCegoVer: a imagem ilustra um diagrama de força da ligação em estrela de


um motor elétrico de indução. À esquerda da imagem são representadas as três
fases de ligação (L1, L2 e L3). Na parte inferior, à esquerda, temos um pequeno
retângulo vertical, K1, de onde sai uma linha tracejada, direcionada para cima, na
vertical. Já no início da linha tracejada, sai uma linha para a direita, e, um pouco
mais acima, temos L3 à esquerda. Seguindo a linha tracejada, um pouco acima
do centro, sai uma linha para a direita, a qual logo direciona para baixo e segue
em direção à direita e para cima, onde há um retângulo horizontal 2 e 5. Dele, sai
uma linha que logo é direcionada novamente para cima, cortada por outra linha
tracejada onde, à esquerda, temos um pequeno retângulo K3. Ainda, sobre essa
linha tracejada, há três pequenas linhas verticais, direcionadas para baixo, as
quais possuem suas extremidades unidas por outra linha horizontal. Ao seu lado
direito, uma linha direcionada para baixo e para a direita, com um retângulo 6 e 3.
Voltando à linha vertical tracejada que sai de K1, logo após a segunda linha que
sai em direção à direita, temos L2 à esquerda. Acima, na extremidade da linha
tracejada, temos L1 à esquerda, e à direita, uma linha horizontal IK3(IY), onde, em
sua extremidade, à direita, direciona-se para baixo, tendo o retângulo vertical 1 e
4.

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Para o cálculo da corrente no contato IK3 , se faz necessária a configuração


de ligação em estrela, possível com a entrada desta ligação do motor.

A corrente em estrela é dada pela tensão dividido pela impedância, logo:


U
N

IN
(2.10)
√3

IY = = = 0, 33.IN
U
N
⋅√ 3 3

I
N

Observa-se que a corrente no relé de sobrecarga F T 1 é a mesma do


contator K1: o relé está energizado abaixo deste contator e a corrente que
circula nele é a mesma do contator K1 . Sendo assim, podemos descrever
que:

IK1 = IK2 = 0, 58 ⋅ IN (2.11)

IK3 = 0, 33 ⋅ IN (2.12)

IF T 1 = 0, 58 ⋅ IN (2.13)

A corrente de partida, conforme descrito anteriormente, tem redução de 2/3

(cerca de 66%) em relação à partida direta, quando utilizada a chave de


ligação estrela-triângulo. Ou seja:

IP
IP artida =
IN
= 0, 33 ⋅ IN (2.14).

Desse modo, esta é a técnica de dimensionamento para esse tipo de


acionamento de um motor elétrico de indução. A partida estrela-triângulo
funciona produzindo um fechamento da ligação em forma de estrela na qual,
posteriormente, é comutada para a partida em triângulo, responsável por
reduzir a corrente elétrica nesta partida do motor. É importante enfatizar que,
segundo Franchi (2013), a utilização dos demais componentes, como
contatores e dispositivos de proteção para cada acionamento, depende do
tempo de resposta e do processo ao qual a máquina está submetida.

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Os objetivos de uma implementação de um sistema de partida indireta do


tipo estrela-triângulo são os que fundamentam um correto planejamento
econômico de uma indústria, visto que este é um fator expressivo no nível de
investimento, tanto para a aquisição de equipamentos quanto para a
manutenção do sistema elétrico de potência.

Objetivos de uma partida indireta estrela-triângulo


1. Objetivo 1: Redução do pico de corrente elétrica de partida de motores
elétricos trifásicos, estimados em 33% da corrente nominal de operação,
produzindo um fechamento de ligação em estrela e, em seguida, em
triângulo.
2. Objetivo 2: Proporcionar um investimento financeiro inicial baixo
comparando com os demais métodos de partida indireta de motores

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elétricos trifásicos e necessitar de um pequeno espaço físico para a


ocupação do quadro elétrico de comando.

Neste tipo de partida de motor elétrico de indução trifásico, conforme


descrito nesta seção, é importante destacar que somente pode ser utilizada
em motores com a possibilidade de alimentação em duas tensões distintas,
sendo a menor correspondente à tensão de alimentação e a maior com valor

de √3 superior à tensão da rede de distribuição de energia elétrica.

Conhecimento
Teste seus Conhecimentos
(Atividade não pontuada)

As correntes elétricas elevadas de partida dos motores resultam em uma


série de problemas considerados inconvenientes ao sistema. Diante disso,
projetar uma partida que não resulte em uma corrente de pico é
fundamental para o dimensionamento de sistema de distribuição de energia
elétrica dentro da indústria. Observa-se que a partida indireta estrela-
triângulo é a mais utilizada para este fim. Dessa forma, a quantidade de
terminais desses motores e a tensão de operação são indiferentes para este
tipo de ligação?

FRANCHI, C. M. Acionamentos elétricos. São Paulo: Editora Erica, 2013.

Assinale a alternativa que responde corretamente à questão apresentada.

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a) No sistema de acionamento de um motor elétrico através de


chaves estrela-triângulo somente se faz possível se possuir doze
terminais acessíveis e dispor da tensão nominal 220/380V.
b) No sistema de acionamento de um motor elétrico através de
chaves estrela-triângulo somente se faz possível se possuir seis
terminais acessíveis e dispor de dupla tensão nominal, tal como
220/380V ou 380/660V.
c) No sistema de acionamento de um motor elétrico através de
chaves estrela-triângulo somente se faz possível se possuir seis
terminais acessíveis e dispor da tensão nominal em média tensão, ou
seja, 13,8kV ou 23,1kV.
d) No sistema de acionamento de um motor elétrico através de
chaves estrela-triângulo somente se faz possível se possuir oito
terminais acessíveis e dispor da tensão nominal em média tensão, ou
seja, 13,8kV ou 23,1kV.
e) No sistema de acionamento de um motor elétrico através de
chaves estrela-triângulo somente se faz possível se este possuir seis
terminais acessíveis e dispor da corrente nominal de 1A a 50A.

Partida de motores
com
autotransformador
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Na técnica de acionamento a partir de partida compensadora, as bobinas da


máquina são alimentadas com tensão reduzida por meio de uma chave de
partida. Para que haja uma redução nessa tensão, um autotransformador é
ligado em série com as bobinas da máquina e, posteriormente à sua partida,
as bobinas do motor são alimentadas pela tensão nominal.

Em uma partida compensadora, há a necessidade dos seguintes


componentes: autotransformador ligado em Y, um relé de sobrecarga, três
contatores, três fusíveis com retardos e relé de tempo, conforme ilustrado na
Figura 2.10. O autotransformador de partida é constituído por um núcleo
ferromagnético constituído por chapas de aço silício curto-circuitadas; os
enrolamentos trifásicos estão dispostos ao redor das chapas e seus
terminais inferiores são conectados em Y. Ao longo da extensão dos
enrolamentos há alguns TAPs operacionais com tensões proporcionais a
50%, 65% e 80% da tensão de alimentação nominal, concluindo para a tensão
de 100% (MIYAMOTO, 2020).

Uma chave compensadora é apropriada quando a máquina possui carga


conectada em seu eixo, operando com uma redução da corrente de partida,
resultando em um conjugado suficiente no motor para operação em regime
transitório.

Mas, afinal, o que é chave de partida compensadora? Inicialmente, para


responder ao questionamento, é preciso entender o motivo da sua utilização.
Diante disso, podemos descrever que um fato muito conhecido por técnicos
nesta área de eletricidade é que na partida de um motor elétrico acontece um
fenômeno chamado corrente de pico, ou seja, ao partir da retirada da inércia
do eixo do motor, a corrente elétrica pode alcançar valores de até dez vezes a
corrente nominal deste motor elétrico.

Portanto, para a resolução deste problema, existem formas alternativas de


partida de um motor elétrico, como a partida estrela-triângulo, a partida
eletrônica (usando um soft-starter) e a partida com chave compensadora.

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No que tange a esta partida com chave compensadora, é utilizado um


autotransformador necessário para o processo de fornecimento de uma
tensão reduzida nas bobinas do motor. Com base na relação da Lei de Ohm,
ao diminuir o valor de tensão em um circuito e mantendo-se o valor de
resistência, o valor de corrente também será diminuído; posteriormente,
quando há o alcance da velocidade nominal deste motor, as bobinas
começam a receber a tensão nominal da rede e o motor trabalha com a sua
capacidade plena.

Na partida com chave compensadora são utilizados dois contatores a mais


em relação a um sistema de partida direta. O segundo contator possui
ligação das fases da rede nos terminais do autotransformador, chamados de
TAPs, e cada conjunto de três TAPs indica um percentual de tensão que
alimentará o motor:

TAP de 65% – Redução para 42% do seu valor de partida direta.

TAP de 80% – Redução para 64% do seu valor de partida direta.

O terceiro contator liga as fases que saem do autotransformador ao motor.


Quando o circuito entra em funcionamento, a bobina do segundo e do terceiro
contator são energizadas. Nessas situações, o motor tem sua partida com
uma tensão reduzida devido ao autotransformador. Nesse instante, um relé
temporizador inicia sua contagem e, quando chega no tempo
predeterminado, desativa o segundo e o terceiro contator, ativando o
primeiro. Este processo faz com que o motor receba a tensão nominal da
rede que está conectado, como em uma partida direta.

Relacionado ao tempo que o relé temporizador leva para desativar os dois


contatores, refere-se ao tempo que o motor leva para alcançar a sua
velocidade nominal (FRANCHI, 2013).

O autotransformador é um tipo diferente de transformador: possui somente


uma bobina. Em outras palavras, é um transformador com o enrolamento
secundário derivando do enrolamento primário. Os autotransformadores
utilizados na chave compensadora possuem TAPs de 50%, 65% e 80%.

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Na partida compensadora, o autotransformador opera em um curto espaço


de tempo, fato que faz com a escolha desse equipamento considere o
máximo de partidas por hora. Esse tipo de partida é utilizado em motores
mais potentes, acima de 50 CV. Dessa forma, o autotransformador utilizado
na partida compensada possui um termostato, responsável por garantir a
temperatura ideal do autotransformador.

A aplicação deste tipo de chave compensadora, segundo Franchi (2013),


apresenta vantagens e desvantagens:

Vantagens da partida compensadora:

• aplicável somente para motores do tipo trifásico;

• redução na corrente elétrica de partida;

• este tipo de partida possibilita a utilização com carga conectada ao


eixo do motor.

Desvantagens da partida compensadora:

• o custo financeiro é mais elevado em relação às demais partidas


indiretas devido à necessidade de utilização de um autotransformador;

• aplicabilidade de um número menor de partidas de motores devido à


utilização de um autotransformador.

Este tipo de partida indireta em motores também é utilizado quando


identificada a necessidade de realizar a inversão de rotação do eixo do motor.
Assim, a aplicação de uma chave compensadora com reversão requer a
adição de dois contatores para que a comutação seja possível (PETRUZELLA,
2013).

O autotransformador de partida possui um núcleo magnético plano,


constituído por:

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três colunas compostas por chapas de aço silício fechadas no topo;

três enrolamentos localizados nas colunas.

Os terminais inferiores desses enrolamentos são conectados em Y, formando


um centro que é suspenso. Sensores (sondas térmicas) que acompanham o
crescimento da temperatura dos enrolamentos do autotransformador são
colocados para impedir o acionamento em caso da ultrapassagem da
temperatura determinada (FRANCHI, 2013).

Portanto, o conjugado motor da máquina acionada e a corrente que circula no


enrolamento do motor ficam reduzidos por fatores correspondentes ao TAP
selecionado para a operação.

A corrente, ao longo de todo o processo de partida do motor, fica


reduzida em função da aplicação de uma tensão menor do que a
nominal nos terminais do motor em processo de partida. Como
consequência direta desse fato, o conjugado também se reduz e a
curva característica conjugado versus rotação tem um valor inferior
à curva característica de tensão plena. Esse novo posicionamento
da curva característica depende do TAP escolhido no
autotransformador (FRANCHI, 2013, p. 171).

Em motores que realizam a partida sem carga ou com carregamento muito


ínfimo, o TAP de 50% da tensão nominal de fase é considerado adequado. No
entanto, em outras situações, o TAP deve ser selecionado para resultado em
uma tensão e corrente mais elevada na partida e, consequentemente,
conjugados maiores no decorrer desta partida, gerando mais capacidade de
aceleração.

Pode-se definir que esta partida é realizada em três etapas, segundo Franchi
(2013):

Na primeira etapa, o autotransformador é ligado em estrela e, na

sequência, o motor é ligado à rede através de uma parte dos

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enrolamentos deste autotransformador. Sendo assim, essa partida

possui uma tensão reduzida em função da relação de transformação. É


importante destacar que o autotransformador possui derivações que

possibilitam escolher a relação de transformação e a tensão reduzida

mais apropriada.

Figura 2.7 – Autotransformador com seus respectivos TAPs.


Fonte: Franchi (2013, p. 169).

#PraCegoVer: a imagem ilustra a simbologia do núcleo magnético de um


transformador composto por três enrolamentos onde, à direita de cada um deles,
a representação dos TAPs de 50%, 65%, 80% e 100%. Temos a palavra
“Enrolamento”, a qual possui três linhas que saem em direção ao transformador,
conectando-se individualmente a cada enrolamento, representados por
retângulos verticais, um à esquerda, outro ao centro, e outro à direita, com os
TAPs de 50%, 65%, 80% e 100% e dois pequenos círculos junto aos seus cantos
inferiores direitos. Acima deles, outra linha, indicando onde fica o núcleo
magnético.

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Na segunda etapa, previamente à tensão plena, a ligação em estrela é

aberta. Essa operação é realizada quando se atinge a velocidade de

equilíbrio no final do primeiro período.


Na terceira etapa, a ligação de plena tensão é feita após a segunda

etapa, em que o autotransformador é desligado do circuito. A corrente e

o conjugado de partida variam nas mesmas proporções.

No gráfico a seguir, é ilustrado o comportamento da corrente de partida da


chave compensadora em relação à partida direta.

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Figura 2.8 – Corrente de partida na chave compensadora.


Fonte: Franchi (2013, p. 169).

#PraCegoVer: a imagem ilustra um gráfico da corrente (eixo y) em relação à


corrente nominal, com o percentual da tensão (eixo x) em relação à tensão
nominal do motor. Neste gráfico há duas linhas: a da partida direta,
representando o valor de 6 vezes a corrente nominal do motor e, no decorrer do
tempo, o valor é reduzido até o valor desta corrente nominal (encontro com o eixo
x), e a linha partida compensadora, representando um valor inicial pouco superior
a 3 vezes a corrente nominal deste motor, seguindo até 85%, cerca de 1,5 vezes o
valor da corrente nominal, onde ocorre uma elevação desta corrente para 2,5
vezes essa corrente; posteriormente, a corrente inicia uma queda no valor até
resultar na corrente nominal deste motor. No eixo x, há os valores: 0; 0,25; 0,5;
0,75 e 1, e, na sua extremidade direita, temos N/Ns. No eixo y, há os valores 0; 1;
2; 3; 4; 5 e 6, e, na sua extremidade superior, temos I/In. A área que compõe o
espaço entre as extremidades dos eixos x e y é formada por retângulos verticais.
Do ponto 6 do eixo y, sai uma linha curva, de cor roxa, direcionada para baixo, a
qual vai até os pontos 0 do eixo y e 1 do eixo x. Um pouco acima do ponto 3 do
eixo y, também sai uma segunda linha curvada para baixo, de cor azul, indo até o
ponto 1,5 do próprio eixo e o ponto 0,85 do eixo x. Da primeira linha, que sai do
ponto 6, sai um traço que se conecta com a linha que sai acima do ponto 3,

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ambos do eixo y. A linha que sai do ponto 6 é chamada de partida direta, e a que
sai um pouco acima do ponto 3 é chamada de partida compensadora.

Quando analisamos o conjugado, temos uma partida de 50% e 85% do


conjugado nominal, variando de acordo com o TAP utilizado, representado na
Figura 2.9:

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Figura 2.9 – Conjugado de partida na chave compensadora.


Fonte: Franchi (2013, p. 170).

#PraCegoVer: a imagem ilustra um gráfico do conjugado (eixo y) em relação ao


conjugado nominal, com o percentual da tensão (eixo x) em relação à tensão
nominal do motor. Neste gráfico, há três linhas: a da partida direta, representando
o valor de 3 vezes o conjugado nominal do motor e, no decorrer do tempo, o valor
é reduzido até o valor deste conjugado nominal (encontro com o eixo x), e a linha
da partida compensadora, representando um valor inicial de 0,5 vezes o
conjugado nominal deste motor, seguindo até 75%, cerca de 1,1 vez o valor do
conjugado nominal, ocorrendo uma redução abrupta retornando até 0,5 vezes o
valor deste conjugado nominal; posteriormente, após a elevação do valor do
conjugado em até quase duas vezes, este inicia uma queda no valor até resultar
no conjugado nominal deste motor. No eixo x, há os valores: 0; 0,25; 0,5; 0,75 e 1,
e, na sua extremidade direita, temos N/Ns. No eixo y, há os valores 0; 0,5; 1; 1,5; 2;
2,5 e 3, e, na sua extremidade superior, vemos C/Cn. A área que compõe o espaço
entre as extremidades dos eixos x e y é formada por retângulos verticais. Do
ponto 1,5 do eixo y, sai uma linha, de cor roxa, chamada de partida direta,
direcionada para baixo e depois para cima, voltando a direcionar para baixo e
trocando para a cor azul, bifurcando-se em outras duas linhas que vão até os
pontos 0,85 e 1 do eixo x. Ainda, do eixo y, no ponto 0,5, sai outra linha de cor
azul, a qual vai em direção para cima e depois faz uma curva, voltando-se para
baixo, chamada de partida compensadora, encontrando-se com a primeira linha

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bifurcada que sai do ponto 1,5 do mesmo eixo. Ainda, um pouco abaixo do ponto
0,5 do eixo y, sai uma linha tracejada e curva, a qual vai até o ponto 1,8 do eixo y e
ponto 1 do eixo x, indicando Cr.

Segundo Franchi (2013, p. 174), “temos a redução das tensões aplicadas no


motor de acordo com a derivação do transformador (TAP) no qual está
ligado”.

No TAP 50% ocorre a redução para 25% do valor de partida direta.


No TAP 65% ocorre a redução para 42% do valor de partida direta.

No TAP 80% ocorre a redução para 64% do valor de partida direta.

A seguir, conforme Figura 2.10, observe os diagramas de comando e de força


de uma chave de partida compensadora.

Pressionando o botão SH1, é acionado o contator K3, que fecha o


lado secundário do autotransformador e através de seu contato 13-
14 energiza a bobina do contator K2, conectando o
autotransformador à rede. Este fica selado por seu contato 13-14,
da mesma forma que o contator K3 fica selado pelo contato 13-14
do K2 e 13-14 do K3. Assim, o motor parte com tensão reduzida.
Pelo contato 43-44 do contator K2 é energizado o temporizador
KT1. Após transcorrer o tempo programado em KT1, o contato 15-
16 comuta e o contator K3 é desenergizado, fechando seu contato
21-22 e através do contato 13-14 do K2 energiza a bobina do K1.
Com a energização de K1 seu contato 21-22 abre, desenergizando
K2 e o contator K1 se mantém acionado por seu contato 13-14.
Com isso, o motor passa a receber a tensão nominal da rede. Ao ser
pressionado o botão de impulso SH0, o circuito da bobina do
contator K1 é desligado e desenergizado (FRANCHI, 2013, p. 171).

Dessa forma, “a chave de partida compensadora pode ser usada para partir
motores sob carga, os quais podem ser de tensão única e possuírem apenas
três cabos” (FRANCHI, 2013, p. 171).

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Figura 2.10 – Diagramas de comando e de força de uma chave compensadora.


Fonte: Franchi (2013, p. 172).

#PraCegoVer: a imagem ilustra, à esquerda, o diagrama de comando de uma


chave compensadora conectada a um motor trifásico. Nesta, o esquema é
conectado a 3 fases, L1, L2 e L3, seguindo para os relés K1, K2 e K3, em que o K1
está conectado ao relé de proteção FT1, seguindo para a conexão com o motor
trifásico; o K1 também está conectado ao circuito do autotransformador (cada
fase conectada a cada enrolamento do autotransformador). O relé K2 está
conectado às fases L1, L2 e L3, seguindo para os enrolamentos do
autotransformador; o relé K3 não está conectado às fases, mas, posteriormente,
também se conecta aos enrolamentos do autotransformador. Há, na parte de
baixo da ilustração à esquerda, um círculo, onde, em seu interior, temos M e ~3.
Da parte superior do círculo, saem três linhas, direcionadas para cima, que
chegam a um retângulo FT1, passam por este e seguem até chegar a K1. Das três
linhas que saem do círculo, saem outras linhas horizontais, direcionadas à direita,
as quais se conectam a linhas verticais com a simbologia de espiral, com os
valores 0%; 65%; 80% e 100%. Essas linhas, contendo as porcentagens, estão
conectadas aos relés K2 e K3, posicionados acima delas, em suas extremidades,
representados por linhas horizontais. Acima dos relés K1, K2 e K3, temos L1, L2 e
L3, de onde também saem linhas individuais. Já no início de cada linha, temos F1,
2, 3. Essas linhas estão direcionadas para baixo, encontrando-se, porém, sem
tocar, as linhas finais de K1, K2 e K3. Onde finalizam as linhas de K3, temos como

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se fossem dois pequenos retângulos, sem as bordas das suas partes de baixo.
Na ilustração da direita, abaixo e horizontalmente, temos a linha S, de onde saem,
da esquerda para a direita, quatro pontos A2, direcionados para cima, passando
por vários conectores e outros pontos, como KT1, A1, A2, K1, K2, K3, KT, SH1 e
números diversos, como 1, 2, 3, 4, 13, 14, 22, 32, 43, 44 etc. Ao final dessa linha
horizontal, há um círculo com um X em seu interior, denominado SH1, 5 e 6.
Acima dessa ilustração, há outra linha horizontal, a qual não toca as linhas do
desenho que se encontra abaixo, com os pontos, da esquerda para a direita: 3, 13
e 13. Do ponto 3, sai uma linha direcionada para cima, com os pontos 2, 1, SH0,
96, 95, FT1 etc. até chegar a R.

Relacionado ao conjugado de partida da chave compensadora, como


utilizamos um autotransformador para a partida do motor, devemos levar em
conta as equações que relacionam as suas tensões e correntes. A Figura
2.11 ilustra a relação da corrente de entrada com a de saída.

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Figura 2.11 – Autotransformador e suas correntes.


Fonte: Franchi (2013, p. 172).

#PraCegoVer: a imagem ilustra um enrolamento de um autotransformador no


qual, na parte superior, a sinalização da entrada de corrente elétrica, demarcando
um TAP de 100%, seguindo para a simbologia de espiral envolto deste
enrolamento, conectando a outra extremidade, ao nível de tensão zero. No
decorrer desta espiral, temos os TAPs de 80%, 65% e 50%, em que, na mesma
posição do TAP de 65%, no centro da imagem, é demonstrado o sinal de corrente
de saída. A ilustração é representada por um retângulo vertical, denominado
Ientrada, onde, em seu interior, temos a espiral. Na ponta superior da espiral, sai
uma linha indicando 100%, e, junto dela, uma seta apontada para baixo. Um
pouco abaixo, na espiral, a marcação de 80%, assim como, um pouco mais para
baixo, a marcação de 65%, cuja linha é mais longa, com uma seta na ponta,
apontada para a direita, Isaída. Logo abaixo, a marcação de 50%. Na ponta inferior
da espiral, uma linha indicando 0.

Desta forma, temos:

Ientrada = I ´ ⋅ a (2.15)
sa i da

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Sendo a a diferença da tensão de saída (Vsa´i da ) pela tensão de entrada (


V entrada ), o torque pode ser definido como:

T = K ⋅ Vn
2
(2.16)

Onde:

T : torque do motor.

K : constante do motor.

V : tensão do motor.

Dessa forma, o torque de partida nominal é dado por:

T p(n) = K p(n) ⋅ V n
2
(2.17)

Resultando em um conjugado adicionalmente à chave compensadora,


definido pela equação:

T p(c) = K p(c) ⋅ V ´
sa i da
2
(2.18)

T p(c) = K p(c) ⋅ a
2
⋅ V entrada
2
(2.19)

Sendo assim, observando que a tensão de entrada do autotransformador é a


própria tensão da fonte de alimentação, obtemos:

T p(c) = K p(c) ⋅ a V n
2 2
(2.20)

T p(c) = (a
2
⋅ K p(n) ⋅ V n )
2
(2.21)

Em análise ao conjugado, o resultado é apresentado como:

T p(c) = a
2
⋅ T p(n) (2.22)

A equação 2.22, segundo Franchi (2013, p. 174), “mostra que o conjugado


compensado é o produto do conjugado nominal pela relação do número de
espiras ao quadrado. Assim, se for aplicada uma relação de transformação
de a = 0, 5 , o conjugado fica reduzido a 25% do conjugado nominal”.

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O conhecimento relacionado ao conjugado resistente imposto pela carga no


processo de partida é fundamental para a escolha do TAP a ser utilizado, haja
vista que a redução do conjugado de partida é superior e o motor pode não
ter um conjugado suficiente para superar o conjugado resistente da carga.

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A redução das tensões aplicadas no motor ocorre de acordo


com a derivação do transformador (TAP) no qual está ligado,

 com o método de chave compensadora. O relé de sobrecarga


deve ser dimensionado pela corrente nominal do motor e os

fusíveis pela corrente de partida.

Relacionado à utilização de chaves compensadoras para a partida de


motores elétricos, é importante o entendimento sobre as vantagens e
desvantagens deste tipo de sistema, sendo de extrema relevância conhecer o
conjugado resistente imposto pela carga no processo de partida para a
definição do TAP.

Dentre as vantagens, segundo Franchi (2013, p. 179), podemos considerar


que “na comutação do TAP de partida para a tensão da rede, o motor não é
desligado e o segundo pico é bem reduzido e, para que o motor possa partir
satisfatoriamente, é possível variar o TAP de 65%, 80% ou até 90% da tensão
da rede”. No que se refere às desvantagens, podemos salientar que existem
“limitação de manobras; custo mais elevado em função do
autotransformador e maior espaço ocupado no painel devido ao tamanho do
autotransformador”.

praticar
Vamos Praticar

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Para o dimensionamento de uma chave de partida estrela-triângulo de um


motor com as características descritas a seguir, calcule qual o valor de
corrente da faixa de ajuste do relé de sobrecorrente a ser utilizado no
contador K1?

Potência do motor: 120 CV


Tensão nominal: 380/660 V
Comando: 220 V
Tp = 20 s

In (380 V ) = 134, 44 A

Ip /In = 8, 2

Partida de motores
com soft-starter

No momento do início de funcionamento de um motor elétrico de indução,


utilizando a partida direta, descrevemos no decorrer desta unidade que ocorre
um aumento expressivo no nível de corrente elétrica, a qual denominamos de
corrente de partida (Ip). Essa corrente é muito elevada, podendo ser de 8
vezes o valor da corrente nominal deste motor. Este fator pode resultar na

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avaria de equipamentos eletrônicos da instalação, muitas vezes sensíveis às


variações de tensão, podendo também prejudicar as bobinas do motor. Com
isso, a utilização de equipamentos diferenciados para controlar e gerenciar a
partida de um motor com carga acoplada a este pode ser a melhor escolha
para a diminuição do efeito.

Dessa forma, na minimização desta corrente elétrica são utilizados métodos


que fazem a partida indireta, supracitadas, como a partida estrela/triângulo,
compensação por autotransformador e a utilização de um soft-starter.
Portanto, vamos entender o que é um sistema com soft-starter?

O funcionamento de um soft-starter é atribuído através de uma ponte


tiristorizada (componentes transistores que são semicondutores),
responsáveis pelo chaveamento da tensão, posteriormente disponibilizada
para o motor de forma crescente, aumentando de forma gradativa. Este fator
resulta em uma partida suave e sem a presença da corrente de pico. É
importante descrever que o chaveamento é realizado pela ponte que é
controlado através do sistema de controle e disparo (módulo de programação
de parâmetros disponibilizados pelo fabricante).

Podemos citar que os benefícios de utilização desta partida indireta com


soft-starter são:

o processo de desligamento habilita para ser realizado de forma

decrescente;

detecção de falta de fase do motor e possibilidade de funcionamento

com apenas duas das três fases;


conjugado de partida menos abrupto;

parada através da corrente contínua;

proteção contra sobrecarga;

limitação do nível de corrente;


economia expressiva de energia;

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proteção contra sobreaquecimento.

Por ser um equipamento diferenciado quando comparado com os demais


métodos de partida de um motor elétrico de indução, o preço de um soft-
starter pode variar de acordo com a marca e tipo de utilização. No mercado
brasileiro, por exemplo, existem os fabricantes como a Siemens, Danfoss,
WEG, Schneider e outras demais marcas.

Essas chaves de partida com soft-starters são destinadas ao comando de


motores de corrente contínua (CC) e alternada (CA), garantindo a aceleração
e desaceleração progressiva, sendo possível uma adaptação da velocidade
às condições de operação.

Quando relacionado a subida progressiva da tensão, observa-se a


possibilidade de controle pela rampa de aceleração ou dependente do valor
da corrente de limitação, ou, ainda assim, possível de ser ligada a esses dois
parâmetros.

O funcionamento das soft-starters está baseado na utilização de SCRs


(tiristores), ou em outras palavras, de uma ponte tiristorizada que é
comandada por uma placa eletrônica a fim de ajustar a tensão de saída
conforme programação feita pelo usuário. Neste tipo de sistema de partida
indireta de motores, podemos descrever a existência de um circuito de
potência e circuito de controle. Observe o infográfico a seguir:

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#PraCegoVer: o infográfico apresenta, na parte superior da tela, o título “Sistema


de partida indireta de motores”. Abaixo do título, vemos dois quadros. O primeiro,
à esquerda, com bordas na cor roxa, apresenta o seguinte texto: “1. Circuito de
potência: circuito no qual circula a corrente elétrica fornecida para o motor;
constituído essencialmente por SCRs e proteções, assim como por
Transformadores de Corrente (TC); os TC fazem a monitoração da corrente de
saída, permitindo que o controle eletrônico efetue a proteção e a manutenção do
valor de corrente em níveis predefinidos (função limitação de corrente ativada);
possui um circuito Resistivo-Capacitivo (RC), cuja funcionalidade é de proteção
dos tiristores contra as variações de tensão aplicadas”. O segundo quadro, à
direita, com bordas na cor rosa, apresenta o seguinte texto: “2. Circuito de
controle: local onde ficam os circuitos responsáveis pelo comando, pela
monitoração e pela proteção dos componentes do circuito de potência, bem
como os circuitos utilizados para comando, sinalização e Interface Homem-
Máquina (IHM); com sistemas microprocessados, são totalmente digitais”.

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Adicionalmente às características supracitadas, Franchi (2013) descreve que


as chaves soft-starter apresentam funções programáveis que permitem
configurar o sistema de acionamento de um motor de acordo com as
necessidades de aplicação. O comando destes tiristores é realizado por um
microprocessador.

Relacionado a esta rampa de tensão na aceleração podemos descrever que


as chaves de partida estáticas podem ser ajustadas no módulo de tensão, de
forma a se ter uma tensão inicial de partida adequada, responsável pelo
torque inicial que aciona a carga. Portanto, o valor da tensão de partida VP
deve ser ajustado de acordo com o tipo de carga que é acionado.

Assim como nesta rampa de aceleração, podemos citar que existem duas
possibilidades para que seja executada a parada do motor, ou seja, sua
desaceleração, segundo Franchi (2013):

Através da inércia:

• A soft-starter reduz a tensão de saída instantaneamente a zero,


fazendo com que o motor perca a tensão gradativamente, de acordo
com a energia cinética da carga.

• Da mesma maneira que as soft-starters permitem o acionamento


suave do motor, também podem executar uma parada suave.

• Na parada controlada, a soft-starter reduz gradualmente a tensão de


saída até um valor mínimo em um tempo predefinido.

• Na rampa de desaceleração, o valor de tensão de Vd reduz o seu valor


na forma de uma rampa decrescente, até o valor de desligamento final,
em que o motor pare de girar, retirando a tensão dos seus terminais.

• O tempo de desligamento Td pode ser ajustado de 1 a 20 segundos,


dependendo do fabricante, e a tensão de desligamento Vd pode ser
parametrizada em até 90% do valor de tensão.

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A outra maneira de desaceleração é através de uma parada controlada, em


que a soft-starter reduz gradualmente a tensão de saída para um valor
mínimo em um determinado período.

Quando se reduz a tensão aplicada ao motor, ele perde conjugado e,


por consequência, perde velocidade e a carga acionada também
perde. Esse recurso é muito usual em aplicações que necessitam de
uma parada suave do ponto de vista mecânico, como, por exemplo,
bombas centrífugas, transportadores etc. No caso das bombas
centrífugas, é utilizado para reduzir o golpe de aríete, que pode
provocar sérios danos a todo o sistema hidráulico, comprometendo
a vida útil de componentes como válvulas e tubulações, além da
própria bomba (FRANCHI, 2013, p. 186).

A limitação de corrente elétrica, “na maioria dos casos em que a carga


apresenta uma inércia elevada, é utilizada essa função”, fazendo com que o
sistema com o soft-starter alimente o motor com a corrente necessária para
o movimento da carga acoplada a seu eixo (FRANCHI, 2013, p. 189).

A utilização das soft-starters não se restringe à partida de motores de


indução, mas também pode garantir ao motor toda a proteção necessária e
seus devidos parâmetros. Dessa forma, quando uma proteção atua, é emitida
uma mensagem de erro correspondente para permitir ao usuário visualizar o
ocorrido.

Proteções:

• Sobrecorrente imediata na saída, ajustando o máximo valor de corrente


que a soft-starter permite conduzir para o motor, em um tempo
previamente definido.

• Subcorrente imediata, ajustando o mínimo valor de corrente que a soft-


starter permite conduzir para o motor, também em um tempo
previamente definido.

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• Outros parâmetros que, além dos parâmetros supracitados, a soft-


starter possui demais proteções, dependendo do fabricante do
equipamento, como, por exemplo, sobretemperatura nos tiristores,
sequência de fase invertida, falta de fase na rede, entre outros.

• Economia de energia elétrica, que ocorre quando o motor opera em


carga reduzida e, consequentemente, opera com baixo fator de potência.
A chave de partida estática tem uma função que otimiza o ponto
operacional do motor, minimizando as perdas de energia reativa,
fornecendo somente a energia ativa necessária para o movimento da
carga, se caracterizando como um procedimento de economia de
energia elétrica.

A função de economia de energia elétrica é aplicada com vantagens em


situações em que o motor permanece funcionando vazio por um longo
período. Na prática, a função de otimização de energia só faz sentido ao ser
ativada quando a carga for inferior a 5%. Desta forma, observa-se a seguinte
forma de onda de tensão aplicada ao motor:

Figura 2.12 – Forma de onda de tensão para o modo de economia de energia.


Fonte: Franchi (2013, p. 192).

#PraCegoVer: a imagem ilustra o gráfico da forma de onda de tensão para o


modo de economia de energia. Ao lado esquerdo, vemos a descrição “otimização
para a carga parcial (economia de energia)”, de onde sai uma linha reta no centro,
contendo várias senoides, ilustradas na cor rosa, iniciando com um semicírculo
na parte superior dessa linha reta, seguindo para um novo semicírculo na parte
inferior e assim sucessivamente. Essa sequência é seguida quatro vezes de
forma idêntica.

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Descrição dos parâmetros:

• Os parâmetros são agrupados de acordo com as suas características e


particularidades, tais como parâmetros de leitura (variáveis visíveis no
display e inalteráveis pelo usuário), parâmetros de regulação (os valores
ajustáveis a serem utilizados pelas funções da soft-starter), parâmetros
de configuração (definem as características da soft-starter, as funções a
serem executadas, bem como as entradas e saídas) e parâmetros do
motor (definição das características nominais)

Outro fator de extrema relevância, salientado por Franchi (2013), é que na


aplicação de soft-starters existem as seguintes formas de ligação deste
sistema:

Ligação direta: motor ligado diretamente no soft-starter.

Ligação com contator em paralelo (contator paralelo de by pass):

objetiva a redução de perdas na soft-starter no trabalho nominal do

motor.

Ligação em partida sequencial de diversos motores: muitos motores

ligados em uma mesma soft-starter sendo, preferencialmente, aplicado


com motores de mesma potência e características.

Ligação simultânea de diversos motores: a capacidade da soft-starter

deve ser superior à soma das potências desses motores.

Diagramas de comando da soft-starter: com determinados terminais de

saída e entrada digitais e analógicas, a soft-starter é controlada por

parâmetros de comando, com funções de sinalização, falta de

alimentação, entre outros.

Na Figura 2.13 a seguir são demonstradas as principais ligações descritas


acima: ligação direta, com motor em paralelo e com partida sequencial de
vários motores. Veja:

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Figura 2.13 – Ligação direta (à esquerda), ligação com contador paralelo


(central) e ligação em partida sequencial de vários motores (à direita), da soft-
starter.
Fonte: Franchi (2013, p. 192-194).

#PraCegoVer: a imagem ilustra três diagramas de comando direto, com contador


paralelo e com ligação sequencial para vários motores da soft-starter. Na figura à
esquerda, de ligação direta, o esquema é conectado a 3 fases, seguindo para o
contator R da rede, relé de sobrecarga K1, posteriormente aos sistemas de
proteção (F1), uma chave estática e conectando-se ao motor. Na parte inferior, há
um círculo com a letra M, de onde saem linhas verticais, direcionadas para cima,
chegando, as três, até um retângulo horizontal, o qual representa a chave
estática. Desse retângulo, ao lado direito, sai uma linha pequena, horizontal e
depois vertical, direcionada para baixo, encontrando-se com mais três pequenos
traços horizontais. Desse retângulo que representa a chave estática, saem, ainda,
mais três linhas verticais, direcionadas para cima, com retângulo verticais
pequenos, representando F1. Mais acima, nessas três linhas, o K1 é representado
por uma linha tracejada que as corta horizontalmente, e segue para cima, relé de
sobrecarga. Chegam, então, às suas extremidades, R, onde aparece novamente a
linha tracejada, horizontal, contador da rede. Na figura central, ligação com
contator paralelo, é similar à ligação direta, porém há um fusível F1 antes do
contator da rede e contador em paralelo ao fusível F2 e a chave estática. Na parte
inferior, vemos um círculo com a letra M, de onde saem linhas verticais,
direcionadas para cima, chegando, as três, até um retângulo horizontal, o qual

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representa a chave estática. Dessas linhas verticais, saem linhas horizontais,


direcionadas à direita, e, depois para cima, há um condutor em paralelo,
conectando-se, novamente, às linhas verticais que agora saem da chave estática,
representada por um retângulo horizontal. Desse retângulo, ao lado direito, sai
uma linha pequena, horizontal e depois vertical, direcionada para baixo,
encontrando-se com mais três pequenos traços horizontais. Desse retângulo que
representa a chave estática, saem, ainda, mais três linhas verticais, direcionadas
para cima, com retângulos verticais pequenos, representando F2. Mais acima,
nessas três linhas, o K1 é representado por uma linha tracejada que as corta
horizontalmente, e segue para cima, relé de sobrecarga. Chegam, então, às suas
extremidades, R, onde aparece novamente a linha tracejada, horizontal, contador
da rede. Acima, os fusíveis NH, representados por linhas verticais F1, conectados
a linhas menores, horizontais. Na figura à direita, ligação sequencial de vários
motores, são ilustradas as conexões de dois motores, ambos conectados aos
relés. Ligados à rede, há três fusíveis F1, F2 e F3 que, posteriormente, são
conectados aos contatores K1, K2 e K3, sendo o K1 conectado à soft-starter,
seguindo para um contator K4, posteriormente ao relé e conectado ao motor à
esquerda. Com o acionamento deste, o motor à direita, conectado ao contator K5,
está conectado ao relé que, por consequência, está conectado ao motor. Temos
dois círculos, na parte inferior, com a letra M em seus interiores, de onde saem
linhas verticais, direcionadas para cima, representando os relés, conectando-se
com outras linhas horizontais e verticais, como a K4 e K5. Mais acima, à
esquerda, há um retângulo horizontal que representa a chave estática, e dele
saem linhas verticais direcionadas também para cima, onde temos K1
representado por uma linha tracejada que as corta horizontalmente e segue para
cima, para os fusíveis F1, assim como as linhas que saíram do primeiro círculo e
mantiveram-se na vertical chegam até K2, também representado por uma linha
tracejada que as corta horizontalmente, e seguem para cima, para os fusíveis F2.
Do segundo círculo, as linhas que dele saíram e mantiveram-se na vertical
chegam até K3, também representado por uma linha tracejada que as corta
horizontalmente, e segue para cima, para os fusíveis F3. Antes de chegarem a K3,
as linhas passam pelo relé e por K5, representados, também, por linhas
tracejadas.

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Portanto, a aplicação dos tipos de ligação é de extrema importância para o


correto dimensionamento desse tipo de partida de motores elétricos de
indução trifásicos.

Fonte: freepik / Freepik.

Partida eletrônica soft-starter

Conforme descreve Franchi (2013), soft-starter é um equipamento eletrônico


de grande versatilidade, capaz de eliminar a aplicação das outras partidas

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indiretas mencionadas anteriormente. Os seus circuitos eletrônicos podem


aplicar os métodos de partida estrela-triângulo e chave compensadora.

A seguir, veremos a linha do tempo da evolução dos sistemas de partida dos


motores elétricos trifásicos:

1600: O cientista Willian Gilbert publicou uma obra com definições sobre
a força de atração magnética.

1663: Otto Guericke construiu a primeira máquina eletrostática.

1774: Martin Planta aperfeiçoou a máquina eletrostática construída por

Otto Guericke.

1799: O professor Alessandro Volta desenvolveu uma fonte de energia

capaz de fornecer corrente elétrica.

1820: O físico Hans Christian Oersted “observou que a agulha magnética

de uma bússola era desviada de sua posição norte-sul quando passava


perto de um condutor no qual circulava uma corrente elétrica”.

Historicamente, entende-se como este sendo o primeiro passo do

desenvolvimento do motor elétrico (PRAXEDES, 2011, p. 15).

1825: William Sturgeon constatou que um núcleo de ferro envolvido por

um fio condutor elétrico se transformava num imã quando se aplicava

uma corrente elétrica, surgindo assim o eletroímã.

1831: Michael Faraday descobriu a indução eletromagnética.

1833: W. Ritchie inventou o computador, “construindo um pequeno motor


elétrico em que o núcleo de ferro enrolado girava em torno de um imã

permanente” (PRAXEDES, 2011, p. 15).

1838: Moritz Hermann Von Jacobi desenvolveu um motor elétrico que

utilizou em uma lancha.

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1856: Werner Siemens construiu um gerador de corrente magnética.

1879: A empresa Siemens & Halske desenvolveu a primeira locomotiva

elétrica, com uma potência de 2 KW.

1886: o cientista Werner Siemens inventou o primeiro gerador de

corrente contínua.
1887: “Nicola Tesla apresentou um pequeno protótipo de motor de

indução bifásico com rotor em curto circuito” (PRAXEDES, 2011, p. 16).

1889: Michael Von Dolivo Dobrowolsky desenvolveu e patenteou o motor

de corrente alternada, com rotor de gaiola.

1891: início da fabricação em série de motores assíncronos, por

Dobrowolsky.

E assim, estudante, finalizamos nossos estudos nesse material, no que diz


respeito à partida de motores com Soft-Starter.

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Material
Complementar

WEB

Partida Estrela Triangulo: Comandos


Elétricos Estrela Triângulo
Ano: 2018

Comentário: Neste vídeo você poderá entender uma das


mais utilizadas partidas indiretas de motores elétricos de
indução trifásico: estrela-triângulo. As representações de
cálculos de corrente elétrica e de modelos matemáticos
que explicam a redução do pico de corrente na partida
com a ligação em triângulo e seguindo para uma ligação
triângulo são apresentadas e explicadas detalhadamente
neste vídeo.

Para conhecer mais sobre o assunto, acesse o link a


seguir:

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Acesso em: 22 jan. 2023.

LIVRO

Motores elétricos e acionamentos


Autor: Frank D. Petruzella

Editora: Bookman

Capítulo: 9

Ano: 2013

ISBN: 9788580552584

Comentário: Neste capítulo é apresentada a


contextualização de acionamento de motores elétricos
através de sistemas eletrônicos de potência. São
abordados componentes da eletrônica, como diodos,
transistores e circuitos integrados, chamados de “CI”. A
eletrônica é responsável pela evolução do trabalho dos
motores, capaz de gerenciar de forma eficiente, todo o
processo operacional realizado por estes equipamentos:
controle de partida com ou sem carga, duração de
funcionamento, monitoramento de temperatura e
gerenciamento da operação, bem como do benefício
financeiro de uma instalação. Portanto, conhecer estes
componentes lhe trará a percepção de como funcionam e
a importância que representam no funcionamento dos
motores elétricos de indução.

Disponível em:

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Acesso em: 22 jan. 2023.

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Conclusão
Um dos conceitos mais importantes quando tratamos de acionamento de motores
elétricos de indução é conhecer como aplicar uma partida adequada para cada
situação peculiar: seja do tipo direta, cujo motor é conectado diretamente na rede
de distribuição de energia elétrica, seja do tipo indireta, conectada através de
métodos distintos para cada necessidade. Com foco na partida indireta, foram
apresentadas as partidas do tipo estrela-triângulo (a mais utilizada na indústria),
partidas com chaves compensadoras (aplicação de autotransformador) e partidas
que utilizam sistemas eletrônicos, mais especificamente o soft-starter. Portanto,
entender o que são e qual o objetivo de utilização de uma partida de um motor se
torna crucial para o correto planejamento de custo-benefício de um sistema
industrial.

Referên
cias
CHAPMAN, S. J.
Fundamentos de máquinas
elétricas. Porto Alegre:
Bookman, 2013.

FRANCHI, C. M.
Acionamentos elétricos. São
Paulo: Editora Erica, 2013.

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GUIA de especificação: motores elétricos. WEGM Elétricos, s.d. Disponível em:


https://static.weg.net/medias/downloadcenter/h32/hc5/WEG-motores-eletricos-
guia-de-especificacao-50032749-brochure-portuguese-web.pdf. Acesso em: 11
dez. 2022.

MIYAMOTO, R. K. Acionamento de máquinas elétricas. Londrina/PR: Editora e


Distribuidora Educacional S.A., 2020.

MOHAN, N. Máquinas elétricas e acionamentos: curso introdutório. Rio de Janeiro:


LTC, 2015. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/978-85-
216-2835-4. Acesso em: 09 dez. 2022.

PARTIDA estrela triângulo: comandos elétricos estrela triângulo. [S. l.: s. n.], 2017.
1 vídeo (20min28s). Publicado pelo canal Sala da Elétrica. Disponível em:
https://youtu.be/jJPSqkliswk. Acesso em: 22 jan. 2023.

PETRUZELLA, F. D. Motores elétricos e acionamentos. Porto Alegre: Bookman,


2013.

PRAXEDES, M. F. A evolução dos sistemas de partida dos motores elétricos


trifásicos - MIT. 2011. 101 f. Monografia (Bacharel em Engenharia Elétrica) —
Universidade São Francisco, Itatiba/SP, 2011. Disponível em:
https://lyceumonline.usf.edu.br/salavirtual/documentos/2076.pdf. Acesso em: 22
jan. 2023.

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