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MARKETING DE SERVIÇOS
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MARKETING DE SERVIÇOS
DÚVIDAS E ORIENTAÇÕES
Segunda a Sexta das 09:00 as 18:00
ATENDIMENTO AO ALUNO
editorafamart@famart.edu.br
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SUMÁRIO
MARKETING ............................................................................................................................ 4
Definindo marketing ................................................................................................................ 4
O produto e o cliente ............................................................................................................... 5
MARKETING DE SERVIÇOS .............................................................................................. 15
Estágios de compra ............................................................................................................... 21
O consumidor de serviços .................................................................................................... 22
O perfil do comprador ........................................................................................................... 23
Principais requisitos para os prestadores de serviços no Brasil .................................... 23
O MERCADO DE SERVIÇOS. ............................................................................................ 24
Os 7Ps do marketing de serviços ....................................................................................... 24
MARKETING DE RELACIONAMENTO ............................................................................. 35
FIDELIZAÇÃO DE CLIENTES ............................................................................................ 52
A SATISFAÇÃO DO CLIENTE NA ÁREA DE SERVIÇOS............................................. 59
Referências ............................................................................................................................. 71
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MARKETING
Definindo marketing
Kotler (1994) ainda faz uma definição mais atual de Marketing descrevendo-o
como “um processo social e gerencial pelo qual indivíduos e grupos obtêm o que
necessitam e desejam por meio da criação, oferta e troca de produtos de valor com
outros”.
Nos dias atuais, o que se observa no mercado são consumidores que, se
deixados sozinhos, não comprarão os produtos disponibilizados pelas empresas.
Tendo em vista que possuem a oportunidade de escolher entre diversos artigos de
uma mesma categoria, são muito mais exigentes em relação aos preços e têm
expectativas cada vez mais altas sobre a qualidade e o serviço oferecido. Para
motiva-los, é necessário que as organizações façam um emprego agressivo do
esforço de venda e promoção.
O produto e o cliente
A questão do preço
No Brasil, ainda na década de 90, com o advento da globalização iniciada no
governo de Collor, foi nítida a preocupação das empresas em se tornar competitivas
diante de um novo mercado. Isto ocorreu devido a chegada das empresas
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Conhecer plenamente os custos, nos dias atuais, é algo que as empresas que
tem cunho estratégico almejam conquistar. O custo que, conforme Martins (1996), é
definido como “gasto relativo a bem ou serviço utilizado na produção de outros bens
ou serviços”, sendo mais um componente para avaliação que, associada as outras
ferramentas de estratégia, permitirá a organização atingir o objetivo esperado.
Para obter vantagem competitiva, é relevante o conhecimento dos custos
envolvidos, conforme mencionado por Porter (1986) quando descreve que “custo
baixo em relação aos concorrentes torna-se o tema central de toda a estratégia”. Em
outras palavras, para ter custos baixos, é necessário conhece-los plenamente.
Não era de se esperar que decisões oriundas de políticas econômicas
adotadas no passado refletissem com tanta intensidade nos dias atuais das
organizações.
Antes da década de 1990, atuando em um mercado fechado, a preocupação
destas empresas era somente produzir, aumentar a capacidade e distribuir, sendo
que não havia preocupação com os custos, afinal estes eram repassados aos
preços.
Em 1990, com o Plano Collor, houve uma pressão muito grande para se abrir
o mercado, fato que ocasionou o choque frontal das empresas nacionais com a
concorrência mais experimentada. Surgiu, então, um quadro onde as organizações
se depararam deficientes em quesitos como custo, qualidade, produtividade e
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(1978) que, focando no que uma unidade de negócios pode adotar, propuseram as
seguintes missões:
produto. Elas estudam as percepções de valor dos compradores, não seus custos,
como fatores-chaves para determinar preço”.
A identificação da estratégia
MARKETING DE SERVIÇOS
O que é serviço?
Serviços são atividades econômicas que uma parte oferece a outra.
Geralmente baseadas no tempo, desempenho, se traz a seus destinatários os
resultados desejados, objetos ou outros ativos pelos quais os compradores têm
responsabilidade. Em troca de dinheiro, tempo e esforço; os consumidores de
serviços esperam receber o valor do acesso a bens, mão de obra, habilidades
profissionais, instalações, redes e sistemas; mas eles não costumam deter a
propriedade de qualquer um dos elementos físicos envolvidos. (LOVELOCK,
HEMZO, WIRTZ, 2011)
Um serviço pode ser considerado como um produto que alguém elaborou
para satisfazer uma necessidade de outro sem ter aspectos de materialidade. Os
serviços elaborados não são de propriedade do consumidor quando executados,
desde que não haja um contrato de exclusividade por sua elaboração. Exemplo:
Serviço de desenvolvimento de um projeto de edificação.
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Visão histórica
Serviços de consumo
De conveniência no qual o consumidor não gasta tempo na procura;
De escolha no qual o consumidor visita vários fornecedores para avaliar a
melhor opção;
De especialidade, em que há um elevado apelo técnico, como por exemplo,
serviços de médicos, advogados etc.
Serviços Industriais
De equipamentos que estão relacionados às instalações, montagens
estruturais etc;
De facilidades que facilitam as operações das empresas como, por exemplo,
financeiros, seguros etc;
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Quanto à durabilidade.
Está incluso nesta classificação o fator tempo. A grande vantagem deste
segmento é a relação destes serviços com o conceito de durabilidade dos produtos
tangíveis. Por exemplo, é o cinema quem define o tempo que um filme ficara em
exibição.
Significa que não existe a possibilidade de pega-los tal qual seria feito com
um produto. Por esta razão, demanda confiança no fornecedor, afinal não existe a
possibilidade de fazer testes antes da contratação. Para reduzir a insegurança, os
consumidores buscam sinais de qualidade observando o lugar, as pessoas, os
materiais de comunicação etc. Para evitar tais inseguranças, é exigido do vendedor
a criação de condições de tangibilidade para o serviço proposto.
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Estágios de compra
O comprador de alguns serviços geralmente passa por algumas etapas antes
de adquiri-lo:
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O consumidor de serviços
O consumidor de serviços apresenta algumas características específicas.
Uma delas é a incerteza diante do serviço que está prestes a ser consumido. O
cliente, muitas vezes, não tem nenhuma experiência no assunto e, naturalmente,
algumas dúvidas surgirão, como por exemplo:
O serviço é realmente necessário? De qual tipo de serviço eu necessito?
Quem é o prestador de serviços mais indicado?
Os serviços não profissionais, como os domésticos, por exemplo, encontram
outra limitação no processo de seleção. Muitos clientes podem executar seus
próprios serviços, portanto são capazes de analisar a qualidade do que lhes é
oferecido de forma mais crítica, sendo assim, por natureza, são mais exigentes.
Outro aspecto muito relevante da compra e o consumo de serviços é a
interferência de outros indivíduos no resultado da satisfação. Alguns clientes
insatisfeitos passam a comentar e influenciar outros potenciais consumidores. Isso
prejudica a imagem do prestador e afeta a tomada de decisão de clientes indecisos.
A insatisfação de alguns consumidores, pode até ser natural para certos
serviços, principalmente aqueles que têm alto envolvimento como cursos, viagens,
saúde, dentre outros.
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O perfil do comprador
Muitas vezes, o fornecedor não tem muita clareza do desejo da aquisição do
consumidor de serviços. Isto ocorre por 3 razões básicas que são:
1. O consumidor tem um problema, mas não sabe como expô-lo, ou seja,
existe uma dificuldade enorme por parte do cliente em elucidar ao
fornecedor do que ele necessita;
2. O cliente pensa que tem um problema, mas na verdade, tem outro e,
desta forma, não há como o fornecedor compreender exatamente do
que ele precisa. Afinal, o prestador trabalhará no desenvolvimento de
soluções a partir do que o cliente está expondo;
3. O cliente pensa que tem problemas, mas na verdade não os tem.
Muitas vezes, isto ocorre em função dos resultados obtidos em suas avaliações que
não são como o esperado. Talvez, o caminho para a satisfação seja retrabalhar sua
forma de avaliação ou a procura de outros parâmetros para avaliar.
O MERCADO DE SERVIÇOS.
1- Produto
Talvez a menção de produto gere certa estranheza, afinal, estamos falando
de marketing de serviços. Deve-se levar em conta que todo serviço contém um
produto, ou seja, um resultado que gera valor ao cliente. É importante que as
empresas prestadoras de serviço conheçam o produto que seu negócio está
comercializando.
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2- Preço
Como já descrito anteriormente, os serviços não são iguais e, portanto, a
questão do preço gera um desafio para o empresário. Como estabelecer um padrão
de comparação para o cliente? Alguns elementos como o tempo de execução e a
capacitação do profissional que executará o serviço podem despertar no cliente a
sensação de que o preço proposto é justo.
3– Praça
Trata-se do local de execução do serviço. Vários questionamentos devem ser
levados em conta na prestação do serviço. Alguns exemplos são: Qual será o local
de execução? Será na residência do cliente? Será no endereço do vendedor?
Poderá ser feito a distância ou necessita ser pessoalmente? Além disso, existem
fatores logísticos envolvidos como distância, prazos de execução, meios de
locomoção ou disponibilidade de agenda.
4– Promoção
A promoção está relacionada a todas as ferramentas de comunicação
disponíveis para divulgar seu produto para o mercado consumidor do serviço
oferecido. Inclui métodos como panfletos, outdoors e, atualmente, meios de
comunicação virtual como as redes sociais.
Para ter resultado nos dias de hoje, necessita de inovação, dinamismo e
aspectos humanos que despertem a confiança das pessoas para que elas
enxerguem o valor agregado ao serviço ofertado.
5 - Processos
O sucesso do prestador de serviço está associado, não apenas à execução
do serviço, mas também à superação das expectativas do cliente. Muitos
fornecedores desenvolvem processos de trabalho eficientes na busca da melhor
eficácia em sua realização. Desta forma, é possível demonstrar ao cliente como será
executado o serviço. Isto gera segurança o que garante as estratégias definidas.
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6 - Pessoas
Equipes competentes geram mais negócios, economizam, não desperdiçam
recursos e conseguem, até mesmo, motivar seus clientes a recomendar o serviço a
outros potenciais contratantes. A qualificação das pessoas que executam o serviço é
de vital importância. Eles não podem falhar, a fim de manter o padrão de qualidade
exigido.
7 - Percepção
Como o serviço é intangível, existe a necessidade de se criar evidências que
permitam ao cliente enxergar o seu valor. Isto inclui o comportamento dos
prestadores de serviço, o visual dos sites de propaganda, cartões de visita, portfólio
de clientes etc.
Fator Conceito
Condições Ambientais
(CA) Incluem Características de fundo do ambiente,
como temperatura, iluminação, ruído, música e perfume.
Espaço e
Funcionalidades Refere-se às formas em que máquinas, equipamentos
(FU) são organizados, o tamanho e a forma desses itens, e as
relações espaciais entre eles. "Funcionalidade" refere-se à
capacidade de os mesmos itens para facilitar o desempenho
e a realização de objetivos.
Sinais, Símbolos e São ferramentas para transmitir sinais tanto implícitos e explícitos e
Artefatos comunicar informações sobre um lugar para usuários ou clientes.
(SI)
MARKETING DE RELACIONAMENTO
1. Obedeça à regra de ouro: não faça aos outros o que você não gostaria
que eles fizessem a você;
2. Use os elogios: seja generoso e os outros responderão de maneira
positiva;
3. Chame o cliente pelo nome: todos gostam de ser reconhecidos;
4. Seja amigo: isso leva ao conhecimento mútuo;
5. Sorria: (sorrir) é a melhor maneira de ouvir o que o cliente está
dizendo;
6. Escute: (escutar) é a distância mais curta entre duas pessoas;
7. Dê: o cliente perceberá e apreciará o valor recebido;
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O microambiente da empresa
Mercados
O conceito de mercado acaba por nos levar a uma ideia mais simplista de
marketing.
Marketing significa administração de mercados para efetuar os
relacionamentos com o propósito de criar valor e satisfazer necessidades e desejos.
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com o que ele busca. Para sobreviver, as organizações precisam dar aos
consumidores aquilo que eles precisam no tempo certo, na dose certa e com a
qualidade esperada.
A empresa deve estar atenta às tendências que despontam no horizonte do
mercado de serviços. O grande desafio é saber em que direção canalizar os seus
esforços. A organização deve procurar sempre se antecipar aos movimentos
sinalizados pelo mercado para que, quando eles ganharem força, a empresa esteja
à frente e se fortaleça ganhando destaque. O dinamismo do mercado de serviços
ganha espaço cada vez maior nas decisões tomadas pelas organizações.
Deve-se lembrar que não são apenas os consumidores que mudam seu
comportamento e exigências em relação aos serviços prestados. O cenário atual de
alta competitividade do mercado também impõe a necessidade de adaptações
constantes. Isso é agravado no ramo de prestação de serviços, pois esse setor está
em crescimento e novas concorrentes aparecem o tempo todo com novas ideias e
propostas.
Para conquistar novos clientes e fidelizar os já existentes, as empresas, como
estratégia, buscam reduzir seus custos de operação utilizando-se das novas
tecnologias que surgem a todo instante com a forte pretensão de ampliar a
lucratividade do negócio. Para isso, estas organizações precisam atender uma série
de requisitos.
O desafio para os gestores é captar com precisão os aspectos que podem ser
melhorados na direção do sucesso do negócio.
A prestação de um serviço de qualidade é dependente de processos de
execução bem definidos. Conforme a quantidade de clientes aumenta, fica cada vez
mais difícil manter um padrão de atendimento. Procedimentos desorganizados
geram gargalos que comprometem prazos além de gerarem desperdício de
recursos. Por esta razão, é necessário que se tenha um ciclo de melhoria contínua,
que identifica as falhas e, principalmente, as suas causas. A busca pela eficácia na
execução do serviço é primordial, pois possibilita a redução de custos e o aumento
da satisfação dos clientes.
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Dentre as várias propostas de melhoria, uma das que se destaca sugere que
as empresas devem levar em conta “os princípios básicos de um bom
relacionamento” ao prestar seu serviço. Em 1985, os psicólogos, Michael Argyle e
Monika Handersen da Oxford Univesity (Reino Unido) definiram como regras básicas
universais os princípios da amizade. Estes são, dar apoio emocional, respeitar a
privacidade, guardar segredos e tolerar outros amigos.
No mercado atual de prestação de serviços, observa-se que foram violadas
todas essas regras, além de ser traída a confiança do cliente. Isso inviabilizou a
possibilidade de se construir intimidade com o consumidor, o que poderia ter
resultado em parcerias realmente compensadoras.
Na busca por obter mais clientes, perdeu-se a ética. Fato que é evidenciado
pelas informações pessoais que são passadas adiante sem respeitar a privacidade
dos clientes. As empresas não guardam segredos, pois utilizam frequentemente as
informações coletadas dos clientes para elaborar estratégias massificadas.
Estudos têm recomendado que as empresas sejam mais rigorosas diante
dessas constatações, melhorando todos os aspectos possíveis e aplicando os
princípios de uma boa amizade pessoal.
Qualidade de vida
Com relação aos clientes modernos, a satisfação com o consumo tem forte
relação com a qualidade de vida no mundo atual. Descrever qual a relação de um
cliente com o consumo de determinado serviço não basta para se obter informações
completas sobre a sua satisfação. É de vital importância interagir com os clientes por
meio de estudos qualitativos, a fim de determinar com maior profundidade os seus
níveis de satisfação.
Alguns teóricos sugerem estudos do tipo:
a) Etnográfico
Etnografia, conforme Angrosino (2009), significa a descrição de um povo. Ela
surgiu ao final do século XIX e início do século XX em função da necessidade dos
pesquisadores entenderem de forma mais adequada e aprofundada as comunidades
e grupos sociais. Até então, todo conhecimento que se tinha dos povos provinha de
especulação da filosofia social, sem contato nenhum com a sociedade. Isso
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contribuía para confirmar o que já foi descrito acima, os pesquisadores desta época
chegaram à conclusão de que apenas o contato real em campo, in loco com as
pessoas, poderia descrever melhor a cultura de um povo.
Percebemos então, que a pesquisa etnográfica objetiva entender a cultura de
comunidades e grupos sociais. Devemos observar que estudar cultura envolve um
exame aprofundado de comportamentos, crenças, costumes, dentre outras
características compartilhadas dentro do grupo pesquisado. Desta forma, podemos
estreitar o relacionamento com os potenciais clientes, aumentando assim, o grau de
intimidade com eles.
O método etnográfico é diferente de outros modos de fazer pesquisa
qualitativa. Ele segue alguns princípios e, para tal, é necessária a aplicação de
certas ferramentas de pesquisa, por exemplo:
• Pesquisa de campo: conduzidas no próprio local em que as pessoas
convivem e socializam;
• Multifatorial: aplicação de duas ou mais técnicas de coleta de dados;
• Indutivo: “parte de análises singulares e a partir destas, indutivamente,
chega a conclusões plurais” (Junior, S.D.);
• Holístico: “Modo de pensar a realidade, ignorando as partes e focando
no todo”. (PEZZINI, 2017)
b) Fenomenológico
A Fenomenologia é o estudo de um conjunto de fenômenos e como estes se
manifestam, por meio do tempo ou do espaço, em outras palavras, busca analisar a
essência das coisas e como essas são percebidas no mundo. Seu conceito foi
criado pelo filósofo Edmund Husserl (1859-1938), que também trabalhava como
matemático, cientista, pesquisador e professor das faculdades de Göttingen e
Freiburg imBreisgau, na Alemanha.
A palavra surge a partir do grego phainesthai, que significa "aquilo que se
apresenta ou que se mostra", e logos, um sufixo que se define como "explicação" ou
"estudo".
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Fontes de informação
Podemos observar, neste mercado altamente dinâmico e competitivo, que
algumas fontes de coleta informação de clientes estão sendo subutilizadas. Um
exemplo são as linhas diretas de atendimento. Questionar o cliente sobre
documentos pessoais, endereço, renda, local de trabalho e cargo; não é o suficiente
para definir seu perfil, portanto não permite que as organizações o conheçam
melhor.
Outro recurso subutilizado é a própria internet, uma vez que grande parte das
empresas não mantém grupos de discussão sobre seus serviços na rede. Neste
aspecto, podemos observar que existe sinais de melhoria nos tempos pós-modernos
devido ao desenvolvimento de novos meios de comunicação em redes sociais como
Facebook, Twitter, dentre outros.
Como este recurso facilita a interação entre o consumidor e a empresa,
muitas organizações o estão utilizando para aperfeiçoar a qualidade dos seus
serviços, muito embora as críticas devam ser analisadas com cuidado, pois muitas
podem ser mal interpretadas.
Um bom administrador de marketing deve estar constantemente preocupado
em obter novas informações. Para tal, deve ser intrínseco ao seu comportamento ter
hábitos como ler relatórios de estudos e tendências; assistir programas de televisão;
perceber as mudanças de comportamento do mercado; observar as flutuações do
gosto do consumidor em função do modismo do momento; enfim, observar as
mudanças ao longo do tempo.
Além disso, deve-se, também, realizar visitas em campo para melhor
compreender o consumidor e interagir com ele. Isso significa que, não apenas os
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seus negócios, afinal existe muito material disponível que pode ser usado para
aperfeiçoamento dos relacionamentos no setor de serviços.
Portanto, de acordo com este exemplo, um cliente que faz uma compra de,
em média, R$ 50,00 pode gerar R$ 6.750,00 para a organização, uma vez que se
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torne fidelizado. Estes valores, mesmo que não sejam expressivos de forma unitária,
justificam a aplicação do marketing de relacionamento, pois, no total, estes geram
faturamentos significativos.
A essência do relacionamento
FIDELIZAÇÃO DE CLIENTES
Simplicidade
Programas que possuem esse objetivo não podem ser muito complexos ou
conter regras de difícil compreensão. Caso isso ocorra, muitos clientes podem
interpretar como um sinal de má fé e perder a confiança na empresa.
Se, para participar do programa, for exigido diversos cadastros que solicitam
uma quantidade exagerada de informações, além de ser muito trabalhoso, vai levar
o consumidor a desconfiar das intenções que a empresa tem ao coletar tantos
dados.
Explique claramente como funciona o programa. Não é necessário
desenvolver regras muito mirabolantes, por exemplo, os pontos podem ser
acumulados ao se fazer compras, seguindo premissas do tipo “20 reais gastos dão
direito a um ponto”.
Pode-se também determinar um prazo de validade para os pontos. Essa
etapa não é obrigatória, entretanto evita que a empresa assuma compromissos que
possam prejudicar o seu capital de giro.
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Prêmios relevantes
Criatividade
As novas ideias são cruciais, entretanto deve-se tomar cuidado para criar
regras muito extravagantes ou que elevem o preço do seu serviço. É necessário,
também, ter responsabilidade com as informações que o cliente disponibilizou.
necessita. Não se deve “empurrar” serviços, mas sim fornece-los como soluções
para suas necessidades.
Não se deve poupar esforços para atender as reclamações dos seus clientes,
afinal “Quem reclama quer comprar”. Para que isso seja possível, é necessário
manter um canal aberto de comunicação.
De acordo com os estudos da consultoria americana Bain&Company sobre
satisfação de clientes, ficou evidenciado que:
Dos clientes que NÃO reclamam, apenas 37% deles permanecem como
clientes;
Dos clientes que reclamam e NÃO têm a reclamação atendida, apenas 46%
deles permanecem como clientes;
Dos clientes que reclamam e têm a reclamação resolvida, 70% permanecem
como clientes;
Dos clientes que reclamam e têm a sua reclamação prontamente atendida,
95% permanecem como clientes. (Paulillo, S.D)
Portanto, estrategicamente, fidelizar clientes inicia-se com um atendimento
rápido das reclamações e solução dos problemas reclamados, embora, o ideal seja
que não haja reclamações.
a) Ticket médio é uma métrica que demonstra qual o valor que cada cliente
gasta em suas compras e tem forte relação com a satisfação dos clientes. Este valor
é determinado pela média entre o montante de suas vendas e o número de clientes
que geraram esse volume de compras.
Em poder dos dados necessários, basta dividir o faturamento pelo número de
pedidos. Exemplo: Imagine que a sua empresa faturou, em três meses, o
equivalente a R$ 350.000 e nesse período foram feitos 1.000 pedidos. Sendo assim,
teremos:
Ticket médio = faturamento total/número de pedidos = R$ 350.000/1.000 = R$
350 , Devido à importância desse indicador, é interessante manter um controle
mensal. As equipes de marketing, em paralelo, deverão criar novas técnicas e
ferramentas para aumentar as vendas e atrair novos clientes, lembrando sempre da
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fidelização que amplia esse indicador. Sendo assim, estas ações podem interferir no
ticket médio.
A avaliação desse indicador é uma ferramenta útil para acompanhar os
resultados das estratégias propostas, identificando o que é mais eficaz no programa
de fidelização.
b) ROI - ReturnOnInvestment (retorno sobre o investimento) busca mostrar se
o montante do capital investido em uma campanha trouxe de fato um retorno
satisfatório para a empresa. Para elaborar este cálculo, é preciso deduzir as
despesas totais do faturamento e, depois, dividir o resultado pelo valor dessas
mesmas despesas totais.
É um cálculo muito simples, basta saber dois números absoluto. Estes são o
valor do investimento, ou seja, o quanto de recursos foi utilizado para atingir o
propósito, que no nosso caso é o programa de fidelização; e a receita gerada após
sua implementação, ambos para o mesmo período determinado. O passo seguinte é
subtrair o valor investido da receita gerada. Depois, o resultado deve ser dividido
novamente pelo valor do investimento.
Exemplo:
Vamos admitir que a empresa gastou R$ 5.000 nas ações de marketing digital
e, com isto, obteve uma receita de R$ 15.000 de receita naquele período. Partindo
da fórmula proposta, teremos:
O resultado será o ROI de 2,0. Isso significa que, para cada R$ 1,00 gasto, o
retorno foi de R$ 2,00.
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Por esta razão, reclamações são o momento para se repensar nas estratégias de
cumprimento do que foi acordado no momento da venda.
O que é “Satisfação”?
A rápida evolução das necessidades sociais passou pela era do produto que
buscava atender aos desejos do consumismo das pessoas; avançou para a era do
processo na busca por minimização de custos e maximização do lucro do modelo
fabril; caminhou pelas era da informação na busca por melhorias contínuas de
processos e métodos produtivos; e estamos caminhando para uma era histórica em
que tudo terá forte apelo às relações humanas evidenciadas, mais atualmente, pela
prestação de serviços em diversos setores em que antes não havia nenhuma
predominância.
Em alguns setores da nossa sociedade, o que se observa, é que muitas
empresas ainda enfrentam muitos problemas e acabam deixando seus clientes
insatisfeitos. Muitos se questionam o porquê, visto o crescente avanço tecnológico e
dos processos de execução dos serviços.
Por esta razão, o tema foco desta discussão é entender o que é “satisfação
do cliente” e o que é um “cliente insatisfeito”. Estes fatores impactam
verdadeiramente o sucesso da empresa e a fidelização dos seus clientes.
Satisfação do cliente:
Muitos autores acabam sendo repetitivos em seus conceitos. Por observação,
talvez, a definição mais simplista e compreensível é a dos autores Philip Kotler e
Kevin Lane Keller, no livro “Administração de Marketing”. Eles definem satisfação
como sendo:
“O sentimento de prazer ou de desapontamento resultante da comparação do
desempenho esperado pelo produto (ou resultado) em relação às expectativas da
pessoa”.
Vimos anteriormente que a satisfação é algo percebido pelo consumidor ao
adquirir um serviço e compara-lo com suas expectativas. Se a sensação obtida não
estiver próxima das expectativas de atendimento, ele estará insatisfeito.
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excelência e um serviço de qualidade, estando até disposto a pagar mais por essas
duas características juntas.
Totalmente conectado, absolutamente confortável, muito bem informado,
consciente dos seus direitos e deveres, são características que fazem parte do perfil
desse novo consumidor que, agora, está no comando. Os estudiosos identificam
neles a responsabilidade pela mudança no mundo dos negócios nos próximos anos.
Segundo estudo realizado pela Gartner, em apenas alguns anos, 89% das
empresas irão competir principalmente no âmbito da experiência do consumidor.
Gartner é uma empresa de consultoria fundada em 1979 por Gideon Gartner, e
desenvolve tecnologias relacionadas a introspecção necessária para seus clientes
tomarem suas decisões todos os dias.
Inicialmente, o consumidor não tinha todo esse poder. O antigo consumidor
1.0, nasceu durante o surgimento da Internet. Seu poder de compra era passivo já
que ele apenas consultava as “listas telefônicas digitais” na web. Quem, por fim,
decidia o processo de compra e a forma de serviço ainda eram as empresas. Já o
consumidor 2.0, surgiu na era das redes sociais ao descobrir que tinha mais poder
de decisão com a grande quantidade de informações distribuída na web. No entanto,
ainda era papel do consumidor buscar pelas empresas, mantendo-se, ainda,
submisso aos canais disponibilizados por ela.
Já não é suficiente o consumidor ser definido por meio de uma coleta de
dados demográficos, como localização, faixa etária e desejos básicos. Observamos
que ele possui, na verdade, um conjunto de oito características primordiais que são:
1- Totalmente informado - o consumidor tem as informações na palma de
sua mão, ligado ao mundo por um simples toque, 24 horas por dia;
2- Socialmente conectado - as redes sociais têm um papel fundamental
neste contexto e o novo consumidor as utiliza com frequência. Sempre esta inteirado
das informações boas e más sobre as empresas;
3- Sensível a preços – A percepção do cliente também se faz presente
aqui. O fato do preço de um serviço ser maior em relação ao mercado, não é um
fator assustador para as empresas que o tem, pois agora, o consumidor possui a
percepção do justo e adequado;
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Entendendo o consumidor
Na era da informação veloz, é de consenso comum que todas as pessoas
desejam soluções rápidas, mas ainda se observa que os modelos de abordagem ao
consumidor continuam ultrapassados.
Pesquisas recentes identificaram algumas frases que os consumidores
odeiam ouvir, como as a seguir:
1) Sua ligação é muito importante para nós. Por favor, continue na linha –
80% dos entrevistados a rejeitam;
2) Ao final desta ligação, atribua uma nota ao seu grau de satisfação com
nosso atendimento – 80% dos entrevistados a rejeitam;
3) Poderia repetir novamente suas informações? – 77% dos entrevistados
a rejeitam;
4) Infelizmente, essa é a política da nossa empresa – 75% dos
entrevistados a rejeitam;
5) O senhor poderia responder a uma rápida pesquisa? – 75% dos
entrevistados a rejeitam;
6) No momento, todas as nossas linhas estão ocupadas... você será
atendido em, aproximadamente, “x” minutos – 74% dos entrevistados a rejeitam.
Cerca de 15% dos entrevistados opinaram sobre a eliminação destas frases
no atendimento.
Em contrapartida, evidenciou-se o que os consumidores esperam quando são
atendidos. Elementos que as empresas deveriam prioriza mais. Estas são:
1) Sentir a segurança de que o problema não irá se repetir - Importante
para 66% dos entrevistados;
2) A empresa se colocar mais no lugar do cliente - Importante para 64%
dos entrevistados;
3) A empresa dar uma explanação do porquê do problema estar
ocorrendo – Importante para 62% dos entrevistados;
4) Ser tratado com respeito e seriedade – Importante para 61% dos
entrevistados;
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Calculando o NPS
Não vamos entrar nos detalhes de sua aplicação, mesmo porque, este não é
o enfoque do nosso estudo. Basta sabermos que há indicadores disponíveis no
mercado para compreender o grau de satisfação do cliente.
Em uma visão bem simplista, o NPS é mensurado por meio da pergunta: “Em
uma escala de 0 a 10, o quanto você indicaria nossa empresa para um amigo? ” A
partir daí, é só aplicar a seguinte fórmula:
Avaliando as pesquisas
Mais importante do que utilizar um método de avaliação, é a tratativa que será
feita.
No último estudo global da Microsoft sobre o estado do serviço de
atendimento ao cliente, o brasileiro ganhou destaque em relação às expectativas
que tem ao ser atendido. No Brasil, 91% dos consumidores acreditam ser muito
importante o serviço de atendimento ao cliente na hora de escolher uma marca. Em
segundo lugar vem os Estados Unidos, em que 67% dos consumidores encaram da
mesma forma. A média global está em 61%.
Muito embora a satisfação do cliente seja um fator fundamental para o
sucesso de um negócio, fica clara a demanda urgente dos brasileiros. É preciso
melhorar muito.
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Referências