Você está na página 1de 8

UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA

AMANDA CICONETI BIANCHINI


JENNIFER CRISTINA ZORZI
JÚLIA MORIN WENER
LAURA CHIAMULERA RAUBER
MARIA GABRIELA FAVERO CETOLIN
THAYNÁ TÁBATA SCHOLTZE

DOENÇAS OCUPACIONAIS ASSOCIADAS A INALAÇÃO DE AGENTES


QUÍMICOS

São Miguel do Oeste


2021
AMANDA CICONETI BIANCHINI
JENNIFER CRISTINA ZORZI
JÚLIA MORIN WENER
LAURA CHIAMULERA RAUBER
MARIA GABRIELA FAVERO CETOLIN
THAYNÁ TÁBATA SCHOLTZE

DOENÇAS OCUPACIONAIS ASSOCIADAS A INALAÇÃO DE AGENTES


QUÍMICOS

Relatório Técnico Científico apresentado ao Curso


de Fisioterapia, Área das Ciências da Saúde, da
Universidade do Oeste de Santa Catarina, para o
Componente Curricular de Fisioterapia do Trabalho,
como requisito parcial de avaliação.

Prof. Me. Ana Paula Fernandes Kojoroski

São Miguel do Oeste


2021
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ...............................................................................................
2 RISCOS OCUPACIONAIS QUÍMICOS .............................
3 ALTERAÇÕES FISIOPATOLÓGICAS ...................................................
4 PRINCIPAIS PATOLOGIAS ASSOCIADAS A INALAÇÃO QUÍMICA .......
5 CONSEQUENCIAS SOCIOECONOMICAS ..................................................
6 MEDIDAS DE CONTROLE DE AGENTES QUÍMICOS ............................
7 INTERVENÇÃO FISIOTERAPEUTICA .................................................
8 CONCLUSÃO .....................................................................................
REFERÊNCIAS ..............................................................................................
1 INTRODUÇÃO

O trabalho faz parte da vida do ser humano desde as primeiras civilizações,


tendo evoluído no decorrer dos anos através das alterações nas necessidades e na
tecnologia em todo o mundo. No início, o trabalho era o centro da vida humana,
sendo o homem dependente deste para sobreviver, portanto, o mesmo sujeitava-se
a jornadas de trabalho longas e extenuantes, sem condições mínimas de segurança
e conforto, as quais, na época, não eram obrigatórias.

Com isto percebeu-se que muitos trabalhadores adoeciam e morriam cedo,


muitas vezes devido as mesmas alterações de saúde e, portanto, foram estudadas e
evidenciadas as relações entre o trabalho e o adoecimento populacional justamente
para melhorar as condições laborais (SCHEIBLER, 2017), portanto, conforme o
Ministério da Saúde (2001), desde a década de 70 a Organização Mundial da Saúde
(OMS) vem enfatizando a necessidade de proteção e promoção da saúde dos
trabalhadores, bem como a segurança e o controle dos fatores de risco associados
ao trabalho (SCHEIBLER, 2017).

De uma forma geral, os fatores de risco são condições ou circunstâncias as


quais possuem potencial para desencadear adoecimento, acidentes, lesões ou
morte dos trabalhadores em seus postos de trabalho (Ministério da Saúde do Brasil,
2001 apud SCHEIBLER, 2017). Os fatores de risco ocupacionais são divididos em 5
grandes grupos, de acordo com suas características, sendo eles: físicos (ruídos,
luminosidade, vibração, radiações, etc), químicos (poeira, fumos, nevóas, neblinas,
gases, etc), biológicos (bactérias, fungos, vírus, ec), ergonômicos (más posturas,
esforço físico intenso, longas jornadas de trabalho, etc) e de acidentes (máquinas
sem proteção, ferramentas inadequadas, fiação desencapada, etc).

A Organização Internacional do Trabalho (OIT), em 2004, estimou que a cada


ano cerca de 35 milhões de doenças ocupacionais estão relacionadas à exposição a
agentes químicos nos diversos setores de trabalho, sendo que destes, 439.000 vão
a óbito devido a diversas patologias, dentre elas pneumoconioses, doenças
respiratórias crônicas, doenças cardiovasculares e câncer (ILO, 2004 apud. KATO,
GARCIA e FILHO, 2007).
2 RISCOS OCUPACIONAIS QUÍMICOS

As doenças profissionais não estão apenas resumidas em


queimaduras, dificuldade para respirar, desconfortos pelo corpo todo, menor
eficiência no trabalho, e alterações na saúde do trabalhador, elas também podem
levar a morte. Não afetando somente os trabalhadores, mas toda a comunidade em
geral se não for controlada, uma atmosfera contaminada com alguns gases tóxicos
pode levar a uma explosão e vapores flutuantes a quilômetros de distância
(BREVIGLIERO; POSSEBON; SPINELLI, 2017).

Ao manipular agentes químicos o indivíduo tem a probabilidade de se


contaminar e desenvolver uma doença trabalhista, que pode causar danos físicos e
prejuízos a sua saúde, para ser considerado um risco químico as substancias devem
adentrar no organismo do trabalhador, por vias respiratórias, mucosas, ingestão ou
contato com a pele. Os agentes químicos sofrem a manipulação dentro do local de
trabalho, e essa manipulação por sua vez pode alterar a sua forma física, facilitando
a sua inalação ou contato com o organismo do trabalhador (UNIVERSIDADE
FEDERAL DE ALFENAS - MG).

Os agentes químicos que se encontram em estado gasoso como propano,


dióxido de carbono entre outros tem propensão a serem absorvidos pelas vias
respiratórias e em alguns casos pela pele ou mucosas. Aqueles que normalmente
são mais manipulados se encontram em estado líquido como ácidos, gasolina e
outros, a principal via de inalação é pela ingestão ou contato com as mucosas, em
casos onde não possui a correta utilização de EPI’s pode ocorrer um contato com a
pele e resultar em queimaduras graves a simples irritações. As substancias químicas
sólidas podem adentrar ao organismo através da via respiratória, mucosas ou por
inalações, essa classe compreende diversas substancias como poeira, fibras,
chumbo e outros (ONSAFETY, 2019).
3 ALTERAÇÕES FISIOPATOLÓGICAS

A exposição prolongada a agentes de risco químico no âmbito laboral gera


grandes riscos a saúde do trabalhador. Levando em consideração que normalmente
as jornadas de trabalho compreendem cerca de 8 horas diárias, verifica-se que,
durante os 5 dias da semana estes trabalhadores ficam, em média, cerca de 40
horas em contato com agentes químicos. O Instituto Nacional de Câncer (INCA), em
2018, constatou que o risco de desenvolvimento de neoplasias pulmonares é maior
em indivíduos com exposição ocupacional e direta a substancias carcinogênicas
(TONET et al., 2019).

A inalação de substancias químicas promovem alterações biológicas


envolvendo principalmente o sistema respiratório e cardiovascular. As partículas
químicas são inaladas através das vias respiratórias superiores, e chegam aos
pulmões passando pelas vias respiratórias inferiores. No pulmão, estas partículas
vão em direção as estruturas responsáveis pelas trocas gasosas, os alvéolos. Nos
alvéolos, estas partículas são destruídas pelos macrófagos intra-alveolares,
responsáveis pela proteção do sistema respiratório (TONET et al., 2019 apud
KUMAR, 2013).

Porém à medida que as partículas químicas são destruídas pelos macrófagos,


elas liberam enzimas tóxicas, gerando um processo inflamatório no local com
migração de diversas células do sistema imune, entre elas os fibroblastos, com
objetivo de iniciar a cicatrização com depósito de fibras de colágeno, formando uma
fibrose local. A fibrose, por sua vez, forma nódulos de tecido cicatricial, favorecendo
o acumulo de partículas químicas no pulmão (TONET et al., 2019 apud KUMAR,
2013).

A formação de tecido cicatricial no interior dos pulmões afeta a função


respiratória, uma vez que diminui a elasticidade e bloqueia os alvéolos, reduzindo as
trocas gasosas, o tamanho dos pulmões e os movimentos pulmonares. Há, portanto,
diminuição do volume respiratório, redução da amplitude de movimentos da caixa
torácica e expansibilidade pulmonar, além do aumento da frequência respiratória e
dispneia em esforços físicos (TONET et al., 2019 apud STELLA, 2013).

Você também pode gostar