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Qual é a importância da Hermenêuica Jurídica para a atribuição de sentido a dignidade a

pessoa humana, o qual é um dos fundamentos da Republica Federativa do Brasil Art 1, III
CF/88

PARA RESPONDER ESSA QUESTÃO É IMPORTANTE DEFINIR HERMENEUTICA


JURIDICA, DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA E AINDA DIFERENCIE TEXTO DE NORMA

Para intendermos qual é a importância da hermenêutica jurídica para a


atribuição de sentido a dignidade da pessoa humana, primeiramente temos que
saber definir e entender o que é a hermenêutica propriamente dita.
A hermenêutica jurídica é uma matéria da faculdade de direito muito
importante, mas que muitas vezes não damos o seu devido valor, justamente
por não compreender a sua função e a sua origem. A ciência da hermenêutica
veio da Grécia, do verbo hermeneuein, e a sua origem está relacionada com
um mito: ‘Mito de Hermes”. O próprio nome Hermes já está relacionado com
hermenêutica, nesse mito, Hermes era filho de Zeus, morava no olimpo junto
com os outros Deuses. Diferente do mundo dos homens, a ‘terra”. Hermes era
encarregado de ser o mensageiro, pois os homens tinham a linguagem dos
homens e os Deuses tinham a linguagem dos Deuses. Então esse mensageiro
era uma espécie de tradutor e intérprete das mensagens que necessitavam
serem entregues de um mundo ao outro. Como por exemplo, se uma pessoa
que só fala português tentar ler um texto escrito em inglês, precisara de uma
tradução. Nós do mundo do direito iremos traduzir mensagens do mundo
jurídico, sobre as leis. Ou seja, esse exercício do mundo de Hermes vai recair
em cima das leis.
Mas como vincular a dignidade da pessoa humana? Antes disso, devemos
observar as palavras desta frase “dignidade da pessoa humana”
separadamente, como o que significa Dignidade: É a qualidade de quem é
digno, ou seja, de quem é honrado, exemplar, que procede com decência, com
honestidade. A dignidade de um indivíduo representa a sua “integridade moral”.
E por que pessoa humana e não somente pessoa? Resposta parece
complicada, mas isso serve para lembrarmos que não existe somente pessoas
humanas, mas existem as pessoas jurídicas também. No âmbito jurídico, existe
um principio, “O princípio da dignidade da pessoa humana” que está
relacionado com as garantias das necessidades vitais de cada pessoa. A
Constituição Federal reforça aquilo que prevê o Estado Democrático de Direito,
em que o pilar de uma democracia é assegurar as necessidades vitais de cada
indivíduo, segundo Art 1, III CF/88. Esse principio foi criado para defender os
direitos mais básicos e fundamentais do ser humano.
Em diversos lugares, homens, mulheres e crianças continuam morrendo
vitimados pela fome ou por doenças que poderiam ser facilmente evitadas.
Indivíduos são torturados, são submetidos em condição de prisão degradantes,
pessoas são perseguidas em razão da cor da sua pele, nacionalidade, religião
ou ideologia politica, enquanto milhares de pessoas ao redor do mundo são
privadas até do direito de “ter direitos”, os tratados internacionais e as
constituições proclamam o principio da dignidade da pessoa humana. No Brasil
ele consta no artigo 1 da constituição como citado anteriormente, como um dos
fundamentos da republica, e são cada vez mais frequentes as decisões
judiciais que invocam esse principio, mas o valor dado a ele não tem sido
suficiente para assegurar a sua eficácia na vida das pessoas. Existe na teoria,
mas nem sempre na prática, além da falta de eficácia, esse principio enfrenta
também dificuldades decorrentes da ausência de consenso quanto ao que ele
protege. Existem diversas situações em que a dignidade da pessoa humana é
invocada de lados opostos de uma disputa; na defesa de posições contrárias.
Como por exemplo, no Brasil, quando o STF estava debatendo sobre
pesquisas de células tronco embrionárias, muitos ministros que pensavam de
formas totalmente diferente, basearam os seus votos na dignidade da pessoa
humana, por que interpretaram esse principio sobre enfoques diversos. Como
se a dignidade funcionasse como um ‘espelho” no qual cada um projeta os
seus próprios valores. Essa maleabilidade faz com que o principio comporte as
mais divergentes interpretações. Se houver uma discussão sobre a legalização
do aborto por exemplo, iremos perceber que tanto aqueles que defendem a
proteção da vida do feto, quanto aqueles que defendem a proteção do poder da
mulher, irão se apresentar como defensores da dignidade da pessoa humana.
A flexibilidade é provavelmente uma das razões das quais esse principio foi tão
consagrado nas constituições e nos tratados internacionais, e a importância
que dão a ele é um sinal de avanço, pois a final, é um principio que busca a
garantia dos direitos básicos, mas ele deve ser analisado com mais
profundidade para que seja de fato uma ferramenta de luta por condições
decentes de vida.
A ligação entre a hermenêutica e a dignidade da pessoa humana é uma nova
leitura do Direito por meio da hermenêutica jurídica que orienta a análise da
reconstrução do novo paradigma, que afastou a avaliação dogmática e formal,
e elevou a pessoa humana como o centro do Direito, elegendo o princípio da
dignidade humana como fundamento e base jurídica, a edificar o ordenamento
jurídico.
Dentro desse ordenamento existem os textos legais e as normas, para
distinção entre texto e norma: texto legal é o que está escrito nas diversas
fontes normativas vigentes; normas jurídicas, por outro lado, nem sempre
aparecem de forma escrita. Basicamente, a idéia central defendida se
contrapõe àquilo que defende os chamados clássicos da hermenêutica,
especificamente no que concerne à relação (distinção, para muitos) entre a
interpretação e aplicação do direito.
Segundo Eros Grau, não há razões para encarar interpretação e
aplicação das normas jurídicas a partir de uma relação autônoma. Ambas
sempre serão o resultado da aplicação dos textos legais ao caso concreto,
fazendo com que tais enunciados linguísticos possuam caráter provisório, a
serem ultrapassados por razões obtidas perante determinado caso.
Referências bibliográficas:

https://conteudojuridico.com.br
publicadireito.com.br

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