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Clausewitz e a Teoria da Guerra

1º texto:
A obra foi publicada em 1832, ele participou das guerras napoleônicas, se envolveu
nas políticas e reformas na Prússia. Foi um autor praticamente desconhecido, quando o
general prussiano conduziu guerras espectaculares e unificou a Alemanha. O general se
inspirou nos livros do Clausewitz, o que deu reconhecimento para o autor. Ele morreu antes
de terminar de escrever, e em diversos momentos ele mudava as ideias e revisava toda a obra,
por isso há inconsistências no livro, onde não se sabe o que faltou ele revisar.
De acordo com os critérios de Eugênio Diniz, Clausewitz revisou o livro 1, capítulos
1 e 2; livro 6, capítulos 27 a 30; o livro 7 e 8. Tudo que está nesses capítulos têm prioridades
sobre o resto da obra, sendo que, mesmo entre as partes priorizadas, o livro 1 capítulos 1 e 2 é
a parte com maior prioridade. O capítulo 1 é sobre o que é a guerra e o capítulo 2 é sobre
propósitos e meios para a guerra. Nesses 2 capítulos é meio que um resumo das ideias gerais,
a teoria da guerra e a ideia é que os outros livros iriam dar detalhes da teoria.
O autor não fala qual o método para construir a teoria, simplesmente vai seguindo um
certo raciocínio. Ele tentou entender a guerra a partir de um conceito; a partir desse conceitos
você deriva consequências lógicas, não olha para a realidade, mas para a lógica; você
contrasta a ideia do fenômeno com a realidade; assume a realidade como critério de verdade,
se tem diferença na realidade e o ideal teórico, deve-se explicar o motivo disso;

Capítulo 1
O que é a guerra? Guerra é um duelo em larga escala. São forças combatentes que
estão travando uma luta. É um ato de força para obrigar o meu oponente a fazer a minha
vontade. Cada um tenta, através da força, convencer o outro a fazer o que ele quer; é tornar o
oponente incapaz de resistir à suas imposições. Guerra entre nações civilizadas são menos
cruéis por causa das condições sociais dos estados e o relacionamento de um país com o
outro. 2 motivos provocam a luta: sentimentos hostis e intenções hostis. A guerra não é um
ato de força sem sentido, mas em prol de uma vontade. Essa vontade depende do oponente
que resiste, então por isso é algo que obriga e usa a força.
A guerra deve ser conduzida aos extremos da violência, pela atuação de 3 interações:
não existe limite lógico para o uso da força, seja na sua quantidade ou intensidade, qualquer
coisa que tente restringir o uso da força é superficial (como por exemplo se o Direito impedir
o uso de armas nucleares), a consequência disso é que se um lado limitar a quantidade de
força e o outro não, então vai ter desequilíbrio e um lado vai dominar o outro. Dessa forma,
todos devem usar o máximo de força e recursos em uma guerra; a 2ª consequência lógica é: o
objetivo que deveria dominar deveria ser desarmar o oponente, ou seja, impedir que ele seja
incapaz de realizar forças. Desarmar o outro antes que o outro te desarme. Você não tem
incentiva a moderar os esforços, pois assim ele te desarma primeiro; a terceira interação é de
que os dois lados entrando na guerra naturalmente vão ter que fazer um cálculo da disposição
de força do inimigo, assim como a vontade e disposição dele em resistir. Qual a resistência
que eu vou enfrentar? Supondo que o cálculo chegasse a conclusão de que o outro utilizaria
50 de força (que não é tudo que ele tem), então eu teria que fazer pelo menos 51 para
conseguir vencer. No entanto, ninguém quer perder, o outro antecipando isso vai fazer o
esforço de 52, sabendo disso o outro vai fazer 53, então esse processo vai acabar
naturalmente com os dois lados usando tudo à sua disposição. A guerra seria levada então ao
extremo da violência.
A lógica é consistente? Sim, elas fazem sentido. Um ator racional que esteja entrando
em uma guerra nesses termos chegaria a essas conclusões. Para o autor, isso transformaria na
Guerra Absoluta, que seria a guerra em que os dois lados não moderariam seus esforços e a
guerra seria decidida em um único grande enfrentamento. Não teria pausa até que um dos
dois lado fosse tirado da guerra.
O autor vai então para o terceiro passo, ver a guerra na sua realidade. Ele chega à
conclusão de que a guerra absoluta é real no papel, na prática ela não é absoluta, ela tem
algumas modificações, principalmente 3 diferenças. A primeira diferença é que a guerra
nunca é um ato isolado do contexto político que ela acontece, a guerra absoluta deveria
acontecer quase em uma realidade paralela em que a guerra assumiria um contexto próprio.
Para o autor a guerra está inserida em um contexto políticos em que vários outros fatores a
influenciam; a guerra raramente é decidida em um único enfrentamento, na realidade, são
uma série de combates; a terceira diferença é: o resultado da guerra é raramente final, na
maioria dos casos quem perde a guerra se recupera para lutar em um momento posterior,
como no caso das Guerras Mundiais. Os perdedores sobrevivem.
É importante saber algumas consequências de haver essas modificações na prática. A
primeira é a atuação expressiva do acaso e da probabilidade. Para o autor, a guerra é aquela
que mais está sujeita à sorte, ao imprevisível. Se a guerra fosse absoluta seria muito mais
previsível, mas o fato da guerra se desdobrar no tempo faz com que uma infinidade de fatores
políticos, econômicos, sociais possam afetar a evolução da guerra, a tornando imprevisível. A
segunda é que o fato da guerra não ser absoluta permite o retorno do objetivo da vontade, se a
guerra fosse absoluta ela aconteceria de uma maneira pré estabelecida, independente do valor
que você atribui ao que está lutando. A partir desse requisito, se a guerra fosse absoluta, a
guerra não atribuiria um certo valor ao objetivo, pois seria travada da mesma forma. A guerra
assumiria uma lógica própria independentemente do objetivo, pois o objetivo é só vencer. Na
realidade, eu vou à guerra, mas faz diferença o objetivo pois a qualquer momento eu posso
reconsiderar o objetivo para pensar se vale a pena continuar a guerra.
Por que a guerra não acontece do jeito que se espera? Aparece o primeiro grande
insight do autor. A grande anomalia é a suspensão da ação, luta e pára. A ação não deveria
parar, como na Segunda Guerra Mundial, mesmo que não seja possível juntar todo mundo
para lutar, o combate não deveria parar, era para ser assim, pois como o autor diz, se um lado
suspendesse a ação e esperasse outro momento, ele teria vantagem na guerra. Para o outro
seria desfavorável. Mesmo que um lado quisesse suspender a ação, o outro lado iria querer
continuar. Se as pessoas não tivessem limitações, não haveria suspensão. Os generais travam
meia guerras porque não têm disposição para travar a guerra em toda a sua energia. Será que
é a fraqueza humana que explica isso?
O insight que Clausewitz chegou foi de que há polaridade na guerra. Essa ideia de que
não deveria haver suspensão porque se um quer esperar o outro quer agir e vice versa. Para
isso ser verdade tem que haver polaridade. Polaridade só existe entre dois lados que são
iguais, mas um é positivo e o outro é negativo. Ele entendeu que na guerra os dois lados não
são essencialmente iguais. Na guerra existem dois lados: o ataque e a defesa. Basicamente, o
que diferencia é que um lado tem o propósito positivo de mudar a situação e o outro é
negativo, ou seja, manter a situação. Se dependesse da defesa não haveria guerra. Em termos
da vontade, existe polaridade, o ataque tem o propósito positivo e a defesa o negativo. O
problema é que a polaridade pára por aí. Quando chega na condução da guerra, ataque e
defesa são duas formas qualitativamente distintas de conduzir a guerra. A campanha de
guerra se difere entre os dois. É perfeitamente possível que os dois queiram agir ao mesmo
tempo ou parar ao mesmo tempo.
A grande diferença é que a defesa tem vantagens que o ataque não tem. O defensor
tem a vantagem da espera e da posição. Quando as coisas estão do jeito que estão para ele ta
bom, não tem problema esperar, mas agora o atacante é obrigado a agir para mudar a
situação. A vantagem da posição é que como o atacante tem que agir, então ele tem que ir até
você para fazer a guerra. Como você tem a vantagem da espera você fica onde está. Esse é o
grande problema para o ataque, ele usa recursos que podem ser deslocados.
O melhor cenário é que o defensor usasse somente seus recursos móveis também, que
a batalha fosse resolvida em um único enfrentamento. Porém, o defensor tem à sua disposição
todos os recursos (móveis, soldados, território, fortificações, o país, sua população), então se
a guerra fosse absoluta ela seria vantajosa para o atacante por ele já levar todos os seus
recursos. Mas na realidade, o defensor tem vantagens que são intrinsecamente dele. O
atacante fica mais vulnerável quanto mais adentra o território hostil, enquanto o defensor de
aproxima mais da sua base. Então o que o autor entendeu foi que ataque e defesa conduzem a
guerra de formas diferentes e que a defesa tem uma vantagem intrínseca.
O Clausewitz faz uma outro definição de guerra. A guerra é a continuação da
política com adição de novos meios. A guerra faz parte do relacionamento político, é um
instrumento da política. Ela só faz sentido a partir da vontade, mas para concretizar isso eu
preciso da colaboração do outro. Isso é política. Isso é importante porque se a guerra fosse
absoluta ela tomaria proporções além da política, ela assumiria uma lógica própria. O
segundo insight foi que existem dois tipos de guerra: limitadas e ilimitadas. A limitada é
quando nenhum dos dois lados é completamente vencido, a ilimitada é com um dos dois
lados incapacitados de continuar a guerra. A guerra só faz sentido como instrumento político.
O valor do objetivo político delimita o tamanha do esforço que vocês está disposto a
fazer. Para avaliar a guerra existem 3 elementos que devem ser ponderados, a trindade
esquisita: na guerra, ela é formada por uma série de considerações. Possui elementos de
paixão (elemento irracional, cego, que envolve sentimento), existe o elemento da razão
(considerações ligadas ao propósito da guerra, a vontade, é a cabeça que controla a guerra e
faz os cálculos) e o elemento da sorte (acaso, imprevisível. De certa forma, quando você entra
em uma guerra você está jogando dados, está apostando no acaso). O que existe numa guerra
que é de paixão está ligado principalmente ao povo, à sociedade, ele influencia a disposição
de continuar a guerra ou pará-la. O elemento de razão está centrado no governo, na liderança
política do país e o elemento de sorte tem influência nas ações e decisões do comandante e
suas forças combatentes. Então, toda e qualquer guerra assume diversas características que
devem ser ponderadas através desses 3 elementos. O autor diz que uma análise de uma guerra
qualquer é como se fosse um pêndulo em equilíbrio entre 3 ímãs que variam no seu tamanho
(paixão, razão e sorte), como os elementos se somaram na guerra para determinar o caráter da
guerra.
Capítulo 2 - Propósito e meio na guerra
O propósito não se trata do objetivo da guerra, é propósito bélico ou objeto. É o que
você espero que o objetivo político vai produzir, você produz um objeto bélico. Às vezes
pode haver coincidência entre propósito bélico e o objeto. Ex: A Argentina quer que o Rio
Grande do Sul seja dela (propósito político), mas para alcançar isso vai ter que tomar o Rio
Grande do Sul para que o objetivo bélico se realize também. Ela pode acreditar que se
bombardear a capital do Brasil e matar e ameaçar, ela consiga o que quer, então o objetivo
bélico é convencer o Brasil a ceder. Se ela for bem sucedida nisso, ela conseguirá produzir o
objetivo político, mas nesse caso os objetivos não são os mesmos.
O problema é que não existe uma lista desses objetos, são variados. O número de
objetos também podem variar, depende daquilo que o país deseja ou da sua estratégia. A
discussão do propósito nas guerras limitadas é mais simples. Se ele tiver disposto a ceder sem
ser completamente desarmado, estamos diante de uma guerra limitada, mas se ele não vai
ceder até que seja desarmado, se trata de uma guerra ilimitada. A primeira grande
consideração que o ator precisa fazer antes de entrar na guerra é definir em qual das guerras
ele está. Um exemplo é: imagine uma mãe carregando um filho e aparece um ladrão que pede
o celular. Provavelmente ela vai entregar o celular (limitada). Na situação que o ladrão peça o
bebê é provável que ela não entregue o bebê, então ele vai ter que agir para conseguir atingir
seu objetivo (ilimitada).
O propósito das guerras ilimitadas é mais fácil de entender, não interessa o que ele
demanda, para conseguir o que quer ele tem que destruir as forças combatentes do defensor
(1º). Enquanto o defensor conseguir perseguir a guerra ele vai continuar, então ele precisa ser
desarmado. O segundo ponto é dominar o território e por último você precisa submeter a
população dele à sua vontade. É isso que é preciso ser feito em uma guerra limitada para se
atingir seus objetivos.
O propósito das guerras limitadas com relação ao exemplo anterior. Se o Brasil não
estiver disposto a lutar até o fim pelo RS, existe um momento teórico em que o Brasil estaria
disposto a ceder o estado para a Argentina. Nesse caso, a guerra seria limitada. Como a
Argentina chegaria nesse ponto em que o Brasil cederia? Poderia causar danos suficientes
sobre as forças brasileiras, poderia decidir outras estratégias também.
Como se produz a paz na guerra limitada? Existem 2 processos genéricos que devem
ser capazes de produzir a paz: a imposição de custos que superem o valor do objetivo político
e pela improbabilidade de vitória, você demonstrar que você vai ser bem sucedido em causar
danos suficientes que para ele não vale a pena continuar resistindo. Isso é o máximo que se
pode dizer sobre as guerras limitadas.
Existe uma conclusão: a guerra, se é guerra, ela só tem um meio para se produzir os
resultados que sejam suficientes na guerra, que é o combate. Para o autor, na guerra tudo
deve derivar e partir das considerações do combate. O combate é a atividade essencial da
guerra. Se a guerra é um ato de força, então a única maneira que eu tenho para impor minha
vontade é a através do combate.
Existe na tradição militar duas formas para perseguir a guerra: você conduzir a guerra
por aniquilação (perseguir o combate para destruir o inimigo) ou por manobra. Mesmo nesse
tipo de consideração ela também só faz sentido se houver o combate.
Todas as decisões que são tomadas na guerra podem ser reduzidas a algumas
categorias: tática (Uso da força no combate. Se a guerra fosse absoluta todas as posições
seriam táticas), estratégica (uso dos combates para alcançar o propósito da guerra, decidir
quais combates serão mais relevantes), política (são considerações do tanto que vale aquilo
que eu quero, até onde estou disposto a ir) e logística (necessidades materiais para o combate
na guerra). Se a guerra fosse absoluta ela seria resolvida em um único combate, então para
planejar a guerra todas as considerações teriam a ver com aquele combate. No entanto, você
tem que tomar decisões sobre como os combates vão te conduzir na realização do propósito
bélico.

Livro Guia de estudos estratégicos


Capítulo 1 - os fundadores do pensamento estratégico
Vai falar sobre o Clausewitz que já foi discutido. O autor estudado será o Jomini, que
é especialista em assuntos militares, mas no século XIX todo mundo conhecia ele e poucos
conheciam o Clausewitz. Jomini escreveu sobre a guerra em uma época que a Europa não
conseguia assimilar os frutos da Revolução Francesa. Napoleão conduzia a guerra com muita
energia, ele praticava guerras ilimitadas. Jomini criou uma obra em que apresentava
princípios gerais da guerra.
Jomini tinha duas características importantes: longevidade e vaidade. Por ser muito
vaidoso e por ter vivido muito, Jomini é um dos grandes responsáveis por um processo de
deturpação das ideias de Clausewitz para campanha das suas próprias ideias.
Princípios universais e regras para a vitória, era isso que Jomini propunha. Todos os
grandes generais da história teriam entendido esses princípios universais e seguiram essas
mesmas regras. A chave da guerra é a estratégia e a estratégia é controlada por princípios
universais. A principal premissa do Jomini é a de que em toda e qualquer guerra a vitória
depende de ação ofensiva que concentra forças no ponto de decisão. Você tem que ser capaz
de cortar as linhas de comunicação do inimigo. Se conseguir então você poderá ser
abastecido e a vitória será uma questão de tempo.

Texto Margaret Sprout


Mahan: Evangelista do Papel Marítimo
A partir dessa obra ele desenvolve sua principal tese, de que o crescimento e
derrocada de uma nação tem muito a ver com o seu poder marítimo. A partir do momento que
o poder marítimo de uma nação começa a se tornar obsoleto, então o poder da nação
diminuirá também.
A primeira contribuição é do Mahan como espécie de filósofo do poder marítimo e a
sua segunda contribuição fala do seu papel como estrategista. A primeira é importante
entender o que é poder marítimo, que tem a ver com todas as atividades nacionais que sejam
voltadas para o mar, ele depende de uma capacidade produtiva nacional, produção de
excedentes para o comércio. Além disso, tinha que ter uma marinha mercante bem
desenvolvida, seu comércio não deveria depender de outras nações, você tinha que ter
colônias, pois uma rede bem formada era um elemento central do poder marítimo, representa
uma rede de portos acessível à sua marinha. Quando um país vai atacar o outro e tiver que
ficar dando voltas no mar, ele acaba perdendo forças durante esse tempo. Ele não estava
muito preocupado com a consistência histórica de suas leituras, ele selecionava aspectos que
corroboravam essa tese.
O Mahan apresenta alguns fatores para a constituição do poder marítimo: 1º - posição
geográfica: em termos da capacidade de acessar o mar, preferencialmente se o país tiver uma
posição central, como a Inglaterra, que era a grande potência naval. Por ser uma ilha, tudo ela
dependia do controle do mar, então ela sempre incorporou as ideias do Mahan muito
fortemente; 2º - configuração física do país: se é um país próprio para a agricultura, esse país
seria incentivado a entrar no comércio internacional, a configuração hidrográfica, que é a
quantidade de rios que o país possui; 3º e 4º - tamanho do território e tamanho da população:
um território maior estará mais disposto ao mar, o tamanho da população é essencial, porque
as atividades do poder marítimo é muito demandante, você precisava direcionar boa parte da
sua população para as atividades navais; 5º - caráter nacional: uma nação tem que possuir o
espírito naval para desenvolver o poder marítimo, isso faz parte da cultura. Uma nação que se
entende como uma nação naval, tem mais condições de fazer mais investimento e arcar com
os custos do poder marítimo, isso tem que estar embutido no espírito do país; 6 º - caráter do
governo: o Mahan era muito desconfiado de governos democráticos, pois ele achava que
eram governos fracos, que não teriam força para investir em um poder marítimo. Na
Inglaterra há uma monarquia em que a elite tem que perceber a importância do poder
marítimo.
Mahan era contra o imperialismo, mas depois entendeu que era uma extensão do
poder naval. A Sprout chama atenção para o fato de que a realidade material que sustentava,
as ideias do Mahan já estavam começando a serem refutadas. A posição central da Inglaterra
já estava sendo desafiada. Estava diminuindo a importância do mar, principalmente
comercialmente e militarmente. As ferrovias encurtaram as distâncias de um lugar para o
outro. Houve o desenvolvimento de produtos sintéticos, na química, na engenharia,
diminuíam a dependência de colônias. Então, essas foram algumas das contestações às ideias
de Mahan. O balanço entre a terra e o mar estava pendendo para o lado da terra.
Os EUA, país do Maha, tinham todo o potencial para se tornarem a maior potência
naval da história. Tem um território, população enormes, tem capacidade produtiva enorme,
já era a maior potência mundial, mas dependiam de navios estrangeiros para o seu comércio,
o que criava uma dependência enorme no país, ele tinha duas costas viradas para os maiores
oceanos. Sua marinha era mais voltada para defesa costeira, não se colocava na posição de
tentar controlar o mar. EUA não tinham colônia, então eles tinham todo o potencial, mas se
recusavam. Para o Mahan, enquanto os EUA não tivessem poder marítimo, não se tornaria a
grande potência.
Para Mahan, Jomini conseguiu decifrar os princípios de estratégia para se vencer uma
guerra na terra, então ele buscou entender os princípios da estratégia da guerra no mar. As
ideias do Jomini estavam ligados com a posição, concentração de forças, linhas de
comunicação. A importância de ocupar uma posição central, manter suas forças sempre
concentradas, utilizando as linhas de comunicação interiores para atacar as partes do exército
do seu inimigo, e também a ideia de linhas de comunicação exteriores, a necessidade de
fechar as linhas de comunicação do exército inimigo para deixá-lo desabastecido.
O Mahan aplicou isso para a guerra do mar. O objetivo central da guerra do mar é
obter o comando do mar no sentido de você ser a única nação capaz de usar o mar como um
todo, você ter a única marinha que não pode ser desafiada no mar. É um sentido indivisível,
ninguém pode disputar o mar com você. O mais importante é a implicação disso. Para o
Mahan, o objeto, o que deve ser buscado vai ser sempre a perseguição e destruição da
esquadra do inimigo. Não importa o objetivo político, que é o oponente, as circunstâncias, o
objetivo será sempre destruir a marinha de guerra do inimigo. Se o inimigo se recusar a lutar,
ele vai ser obrigado a tirar a marinha dele, se você ver atrás dele ele vai ter que fugir, não vai
poder usar o mar, então o efeito é o mesmo, você vai ter o comando do mar. A condição da
guerra no mar é desvinculada com a guerra na terra.
Isso tem outra implicação importante, aí vem as regras do Jomini. A melhor maneira
de fazer isso é mantendo sua marinha sempre concentrada, ‘nunca divida a esquadra’, pois
isso significa se enfraquecer, você aumenta as chances de vitória de seu inimigo.
Ele fala da importância da posição. Se você conseguir ocupar uma posição central,
significa que você se manterá concentrado e poderá atacar diversos inimigos e aumentar as
chances de vitória. A constituição da sua marinha vai determinar a força da sua marinha.
Uma marinha de guerra tem que ser constituída de navios de linha ou navios capitais. Navios
de linha eram os grandes navios de combate.
Para Mahan, o único sentido de defesa é desencorajar que o outro tome alguma
iniciativa com você, é a defesa do status quo. Para o Mahan, só faz sentido a estratégia
ofensiva. A conclusão é de que na guerra, a marinha assume função independente, ela possui
a função de destruir o inimigo. Além disso, é a única coisa importante que a marinha pode
fazer. A condução da guerra no mar é separada da lógica da guerra na terra, ela não pode ser
subordinada aos interesses do exército.

Corbett (1988) - Some principles of maritime strategy:


- Parte 1 - teoria da guerra
- Parte 2 - Teoria da guerra naval
- Parte 3 - Condução da guerra naval

Nessa época, havia uma barreira de entrada para que aqueles que não fossem militares
terem suas ideias levadas a sério, mas as ideias de Corbett quase se tornaram as ideias
informais adotadas pela marinha. A consistência lógica e histórica que ele desempenhou para
desempenhar suas ideias era impossível não reconhecer que as ideias dele tinham enorme
sentido.
Ele foi crítico do Mahan, no próprio texto há momentos que ele desafia algumas
ideias centrais do Mahan. A construção da teoria da guerra naval, o Corbett seguiu uma
proposta metodológica que é pensar a guerra a partir de teorias de objetos (que tenta pensar o
que está em disputa, qual o objeto de desejo delas no mar), do meio (qual o reflexo que isso
tem para os meio de condução da guerra no mar) e do método (com base no objeto e nos
meios, qual a forma de se alcançar esse objeto).

A teoria do objeto

se você está em uma guerra e tem um componente marítimo, o que está em disputa? Nesse
ponto, o autor compara a guerra no mar com a guerra na terra. A principal diferença é que o
mar não se ocupa como ocupa a guerra. O mar é um meio, então se você não ocupa o mar, o
que sobra para disputar é o direito de passagem, ser um meio de comunicação para sair de um
ponto para outro ponto. Também existe esse meio de comunicação na terra.
Quando se fala em exércitos, enquanto na terra é que os exércitos tenham linhas de
comunicação independentes, no mar as linhas de comunicação são comuns, todos utilizam as
mesmas rotas. Você defender o seu direito de passagem implica automaticamente afetar o
direito de passagem do outro. A defesa e o ataque implica você desafiar a capacidade de seu
adversário de acessar as linhas de comunicação.
Isso leva a um entendimento diferente. O objeto da guerra naval também é o comando
do mar. Para o Mahan significava ser a única marinha capaz de te desafiar no mar. Para o
Corbett, o sentido é diferente, está relacionado com o direito de passagem. O comando do
mar nada mais há que você ser capaz de utilizar as linhas de comunicação, negando o direito
de passagem do seu adversário. Tem uma outra diferença entre a guerra no mar e na terra, é
de que na terra, os exércitos têm suas linhas de abastecimento, é por essa linha que recebe
seus recursos. Não necessariamente essa linha é a mesma que a nação utiliza para o comércio.
No mar, são as mesmas rotas para tudo, militarmente, comercialmente.
Se o objeto é o controle do direito de passagem, qual a forma de realizar isso? Como
você contra essas linhas de comunicação? Para o Corbett, é pela captura ou destruição de
propriedade marítima. Se você contra o direito de passagem e o adversário insiste em passar,
a única forma que você pode fazer o controle é destruindo ou capturando propriedade
marítima.
A primeira evidência que você está na guerra naval é que navios mercantes são
capturados. O comércio vai continuar normalmente, o que acabaria permitindo que ele tivesse
fontes de guerra, então se você detém o comando do mar, você vai querer sufocar todos os
tipos de setores. A prevenção ao comércio não faz parte da guerra naval para Mahan, já para
Corbett isso é absolutamente natural e essencial para a própria guerra. Na terra você precisa
primeiro de uma vitória militar para ocupar o território para que você ocupe e controle o
território e possa afetar as atividades do adversário. No mar isso acontece desde o primeiro
dia. A guerra precisa ser tornada cara para o outro, se for cara pode incapacitar o seu
adversário de começar a guerra ou continuá-la.
O Corbett desafia algumas conclusões centrais do Mahan. Uma das premissas é a de
que o mar é um só. O Corbett fala que o senso comum é de que o mar é um só, no sentido de
que não há barreira natural ao deslocamento no mar, mas o autor não concorda com
conclusão lógica de que o mar sendo um só você não pode descansar enquanto houver uma
marinha atuando no mar em qualquer lugar. Na terra isso não acontece, você não fica se
preocupando com os outros exércitos o tempo todo, ela não é uma só.
Para o Corbett, ele admite diferentes gradações de comando do mar. O comando do
mar que é central nas ideias de Mahan é absoluto, para o Corbett essa ideia de que o comando
tem que ser geral não faz o menor sentido. Dificilmente poderia ser alcançado na prática. O
que de fato é buscado em uma guerra é o comendo local do mar, no sentido de que você é
capaz de controlar o direito de passagem em uma região específica do mar. Para utilizar o
mar para os seus propósitos de guerra e negar o mar para o adversário demanda apenas o
comando local, não o geral.
Teoria dos meios

A construção da força naval é a teoria a qual você é adepto, vai determinar como sua
esquadra deve ser constituída. A expressão material é navio de linha, os grande navios de
combate. Você precisa estar preparado para chegar com tudo em um combate. Portanto, a
constituição da esquadra na teoria do Mahan exige a predominância dos navios de linha e o
provisionamento de outros navios apenas na quantidade mínima para exercer algumas
funções específicas e subordinadas aos navios de linha.
Na teoria da guerra naval do Corbett, a expressão material é dos navios de linha,
navios cruzadores e flotilha. O comando do mar é exercido pelos grandes navios de combate,
a segunda máxima é de que os cruzadores são os olhos dos navios de combate. O Corbett vê
problema na primeira máxima. O fundo de verdade é que se você não tiver uma esquadra de
combate poderosa e seu adversário tiver, você irá perder o comando do mar. O problema é
concluir que o controle do mar é exercido pelos navios de linha, porque os navios cruzadores
que exercem o comando do mar, controlam quem está passando e quem não vai passar, eles
que fazem a prevenção do comércio. Os navios de linha ficam na retaguarda para garantir.

Teoria do método
Gira em torno de uma questão: como você deve empregar sua esquadra? De maneira
concentrada ou dispersa? Para o Mahan não faz sentido separar a esquadra, já para Corbett
pode até ser ideal estar com força total, o problema é que se você concentra completamente e
o inimigo se divide, você cede para ele a possibilidade de comandar outras regiões.
Naturalmente, na maioria dos casos, você é forçado pelo inimigo a dividir sua esquadra.
Como dividir? Para o Corbett, a questão central é a concentração estratégica, mas não
necessariamente fisicamente. Sua esquadra pode estar dividida, mas você tem que buscar essa
separação de modo que as partes possam se auxiliar diante de uma ameaça séria. Essa
dispersão tem que permitir que diante do surgimento de uma ameaça em um desses pontos
possam ir ao auxílio e responder de maneira eficiente. O importante é manter a coesão de
organização entre as partes da esquadra que estão divididas. A dispersão ideal é difícil de ser
traçada, vai depender da dispersão do inimigo e dos portos que o inimigo tem a sua
disposição.

Mc Isaac (1986)
Os autores estavam escrevendo sem empiria nenhuma, era baseado em especulações.
As primeiras ideias apareceram como resultado da Primeira Guerra Mundial. Aqui, o autor
fala sobre a guerra no ar. Ao mesmo tempo que achavam que a guerra no ar traria uma
destruição inimaginável, também pensavam que a guerra seria tão terrível que isso deixaria
de ser o instrumento racional, daria medo e tentariam evitar.
Os aviões foram inventados e já foram empregados na Primeira Guerra. É óbvio que
exércitos já tinham utilizados esses instrumentos na tentativa de ser uma arma bélica. Balões
foram testados, mas é claro, não passou nem perto do que um avião pode fazer em uma
guerra, jamais teria capacidade de ser decisivo em uma guerra.
A Primeira Guerra foi uma inspiração para o que seria a guerra no ar. De repente tem
uma máquina que consegue voar longas distâncias, a primeira função que é possível perceber
de vantagem para a guerra é o reconhecimento rápido do território, que antes dependia da
capacidade de visualizar com instrumentos ópticos, espiões. Essa reconhecimento era muito
importante para melhorar o poder de fogo da artilharia e o seu alcance. Pelo menos metade
das mortes de Primeira Guerra foram da artilharia.
A segunda função que deriva diretamente da primeira função é lutar contra os aviões
dos inimigos para tirar dele essa vantagem e ela ficar só para você, nasce então o combate
aéreo. Uma evolução importante que aconteceu nesta área foi o desenvolvimento de um avião
chamado Fokker. O grande problema que os aviões tinham era que o piloto podia atirar na
hélice do próprio avião. Os alemães resolveram esse problema, o que deu vantagem para eles.
A terceira função foi a de apoio tático, que é basicamente jogar bombas nos exércitos
inimigos, mas esse apoio poderia ser empregado diretamente contra os soldados inimigos
(apoio aéreo próximo), porém, assim como a artilharia você pode atingir alvos que estão na
retaguarda, atrás do fronte, inimigos que estejam deslocando (interdição operacional).
A quarta função é atacar partes do território inimigo, que até então era excluído do rol
de atividades que poderiam ser feitas, já que isso poderia ser feito antes só depois que você
tivesse destruído seu inimigo. É o chamado bombardeio estratégico. Tem um episódio que é
bastante significativa para entender a evolução do tema no pós primeira guerra. Londres foi
atacada por aviões alemães em 1917. A Inglaterra se manteve afastada dos custos das guerras,
apenas observava a Europa em guerra, então quando foi bombardeada isso teve um impacto e
matou muitas pessoas.
Foi criada uma Comissão para entender os impactos da utilização do ar para a guerra
e como a Inglaterra deveria de preparar. Eles apresentaram duas premissas: na guerra no ar,
toda vantagem residia em atacar. Os aviões são tão rápidos e ágeis, que seria difícil de
derrubar um avião, a ideia é que quando você soubesse qual é o alvo do ataque já seria tarde
demais para reagir e tentar combater todos os aviões a tempo. Não é se preparar para
defender, a vantagem é de quem ataca primeiro. A segunda premissa é que se a defesa é
inviável, o foco das guerras no futuro vai ser basicamente através do bombardeio estratégico,
porque se você pode concentrar grande poder de fogo e fazer pressão sobre a população que
apoia a guerra. Se o inimigo conseguir paralisar sua sociedade, ele venceria a guerra. O
impacto dessa Comissão foi tão grande que a Inglaterra foi a primeira Força Aérea
Independente, a Royal Air Force.
O autor discute um outro aspecto da teorização da guerra no ar que não se destacou no
período. A grande preocupação era como superar o impasse que a Primeira Guerra gerou. A
capacidade defensiva era tão grande que se instaurou um impasse no fronte ocidental da
Europa, nenhum dos dois exércitos conseguiam avançar, então a guerra ficou estática. Alguns
estrategistas já percebiam que os aviões poderiam ser úteis para resolver esse problema. A
solução da Inglaterra foram os tanques. Nesse momento já nascia o conceito da batalha ar-
terra, em que combinariam essas duas para romper as forças inimigas.
Douhet era italiano e escreveu uma obra chamada ‘O Domínio do Ar’, suas ideias
partiam da premissa de que objetivo de qualquer guerra não é ocupar o território ou desistir o
exército inimigo, você entre em guerra para destruir a vontade do inimigo. Portanto, o
advento do poder aéreo livrava a condução da guerra dessa necessidade intermediária que era
inconveniente. Para eles não fazia mais sentido separar combatentes e não combates. Isso
mostrou a desigualdade da guerra, a capacidade destrutiva dos armamentos e o potencial das
potências, associado ao tamanho da população sempre acabava com milhões de pessoas se
matando sem nenhuma vitória significativa.
A agilidade dos aviões tornava a defesa inviável. A capacidade de resistências,
capacidade de absorver dor, da sociedade se manter moralmente íntegra era bastante
reduzida. A quinta e última premissa era de que para se preparar para uma guerra futura e
vencer, precisava ter uma força aérea independente, formada por bombardeios terrestre, e não
aviões especializados ao combate aéreo. Eles têm capacidade ação pronta, porque se a
vantagem residia na ofensiva, obviamente aquele que tomou a iniciativa já tem mais chances.
A guerra deveria ser conduzida de que forma? Por esses pressupostos só faz sentido
começar a guerra, o menor sinal de que a guerra pode vir a acontecer você tem a
oportunidade de agir antes do inimigo. O primeiro objetivo deve ser destruir a força aérea do
inimigo. Você se defender do inimigo é inviável, porém existe um momento em que é
possível tentar destruir a força aérea do inimigo, que é quando ela está no chão. O
bombardeio estratégico é a segunda forma pela qual a guerra deve ser conduzida.
Marinha e exército era necessário, mas apenas como garantia para que o inimigo não
possa atual por terra ou pro ar na sua sociedade. No final da década de 30, a Inglaterra
inverteu as prioridades, dando a possibilidade de se defender do combate aéreo, indo contra
as ideias propostas pelo autor. A preparação de artilharia antiaérea, uma rede integrada para
permitir a combinação de esforços para defender a Inglaterra.

Pape (1996)
- Teorias da coerção militar
- Por que poder aéreo?
- Modelo Racionalista

Pape acredita que estudar as forças terrestre navais e terrestres não permite o
entendimento dos objetivos, então teria um uso restrito. Para ele a força aérea dá maior
flexibilidade porque é mais fácil testar a força da coerção no sentido de se alcançar seu
objetivo.
O autor é racionalista, onde para saber se vai valer a pena atacar de acordo com o
custo-benefício. É o benefício multiplicado pela possibilidade de conseguir aquilo que ele
quer, menos os custos da coerção multiplicado pela probabilidade de sofrer os custos.
Quando você conseguir fazer os custos superarem os benefícios, então o oponente vai
desistir, ceder. Quando o resultado é maior que 0, o adversário percebe que os benefícios
superam os custos.
As estratégias de coerção vão buscar afetar cada um desses elementos da equação, o
que você pode afetar nos cálculos dele para mudar seu comportamento é o benefício
diretamente. Para o Pape, você tirar o benefício implica: retirar o valor daquele benefício por
uma vitória militar, o que é diferente da coerção (quando quer convencer o outro a ceder) e
coerção militar é quando você toma aquilo que você quer e deixar o inimigo sem capacidade
de resistir. O autor está preocupado com o fato de ter que convencer, pois o outro tem mais a
ver com uma vitória militar. Então o benefício está fora da lógica de coerção.
Pape apresenta algumas estratégias. Punição: voltada para gerar custos, não afeta a
probabilidade dele, afeta os custos que ele está sofrendo para resistir; Risco: afeta a
probabilidade de que o adversário vai sofrer os custos, é uma forma de punição mais gradual,
é você progressivamente ir aumentando os riscos para o adversário de que o sofrimento que
ele está sofrendo vão aumentar; Negação: afeta a probabilidade do adversário manter o que
foi disputado, é a forma de mostrar que você é capaz de negar os meios de continuar
disputando com probabilidade de sucesso, é melhor ceder sem ter que arcar com os custos da
derrota, convencer que a resistência é sem sentido; Decaptação: é você perseguir como alvo
as lideranças do país adversário, tanto as lideranças políticas como militar. É matar o
presidente, o general, ou pelo menos isolar as lideranças dos esforços de resistência. É
negação porque à medida que isola as lideranças, isso vai diminuir a probabilidade de sucesso
dele, mas ao mesmo tempo é uma punição direta à lideranças chave, eles são diretamente
alvos da guerra. Podem perder a vida, podem perder parente, continuar resistindo é um custo.
O autor busca concluir o que traz mais chances de produzir os resultados desejados através da
coerção.
No livro ele estuda 36 campanhas aéreas e faz um balanço do que funciona melhor.
Ele estuda a coerção contra a Alemanha, o Japão na Segunda Guerra, Coreia, Vietnã, entre
outros. Ele entende qual coerção está sendo usada principalmente através dos alvos que se
ataca na campanha, esses alvos indicam uma coerção por punição. Alvos estritamente
militares, bases militares, fábricas de equipamentos, esses são alvos de negação, pois
diminuem sua vontade de resistir. Além dos alvos, ele observa o timing da campanha. Um
ataque a população feito de maneira concentrada para maximizar o sofrimento é uma
estratégia de punição, mas se for de maneira gradual vai rompendo barreiras, escalando o
curso, indica uma estratégia de risco. Outro indicativo é o tipo de bomba usada, de punição
não precisa de muito precisão, pois os alvos são enormes. Bombas explosivas causam maior
destruição, então são mais úteis em alvos mais restritos, o que indica uma estratégia de
negação. Há alvos que precisa de extrema precisão (caso queira destruir mísseis com ogivas
nucleares ou o lugar onde o presidente estará) são indicativos de decapitação ou negação.
Depende quais os meios de força, quais alvos, com a tentativa de produzir um
mecanismo que vai produzir o efeito que gerará a mudança política. Só que entre o uso da
força e a mudança política existe uma teoria por trás disso que indica o motivo disso
acontecer, de um resultar no outro. Pág. 57 tem uma tabela com cada estratégia de coerção,
quais são os alvos, mas principalmente o mecanismo, como se espera que a estratégia
produza a mudança política desejada.
Como você espera que atacar uma população vai promover uma mudança política?
Punição: Pode ser que a população se voltará contra o governo, produzir uma mudança de
regime interno, exigência do fim da guerra ou desintegração social (a sociedade vai parar de
funcionar); Risco: Por que atacar civis gradualmente vai produzir mudança política? Cálculo
de custos futuros no sentido de entender quais custos estão por vir e se vale a pena continuar
apesar desses custos. O mecanismo esperado é desistência para evitar o sofrimento futuro;
Negação: os alvos estão direcionados às forças armadas do inimigo. O mecanismo esperado é
produzir uma vitória militar pontual, um revés militar grande o suficiente para que o
oponente acredite que tem poucas chances de vencer, ou então prejudicar o funcionamento da
estratégia dele produzindo a escassez de material, é você retirar a capacidade dele de
continuar a guerra por causa dos danos que você causou à ele; Decapitação: os alvos estão
direcionados às lideranças. O mecanismo esperado é pela mudança de liderança, criar uma
paralisia estratégica nos esforços do adversário (deixar eles sem liderança política e militar),
afetaria a probabilidade dele ser bem sucedido.
- Punição: bombardeio indiscriminado à população para causar pânico, o principal
mentor é o Duhet. Foi aquela que predominou na força aérea britânica até o final dos anos 30
por causa do impacto do ataque à Londres em 1917 que matou algumas pessoas, mas causou
grande comoção. A Inglaterra usou o bombardeio estratégico em algumas guerras coloniais.
Eles julgaram que isso era muito eficiente para disciplinar as sociedades. A estratégia de
punição é a principal punição que se pode seguir autonomamente. Aqueles comprometidos
com a força aérea tinham interesse que a mesma recebesse grandes investimentos. Nos EUA,
a escola do Corpo Aéreo Tático do Exército desenvolveu uma versão própria da punição
baseada ao ataque mais racional contra nódulos centrais de funcionamento e organização da
sociedade. Eles faziam estudos econômicos e urbanos para ver como poderia paralisar uma
sociedade.
A hipótese do Pape é que a punição é extremamente ineficiente, pois se o que você
exige dele é importante para ele, a punição muito dificilmente será bem sucedida. Ao invés
de gerar revolta popular, o ataque tinha o efeito de tornar a população ainda mais disposta
para vencer a guerra. A ideia da punição subestima a flexibilidade das economias modernas
de se adaptar em tempos de crise e continuar funcionando para garantir os esforços de guerra.
A punição convencional tem capacidade destrutiva muito limitada.
- Risco: Quanto mais o inimigo resiste maior o custo. O Flávio não concorda com o
teórico apontado pelo Pape. A estratégia de risco foi utilizada na guerra do Vietnã. Os
EUA perceberam que a estratégia não era atacar a população. Eles iam aumentando os
custos da guerra, causando maior escassez de alimento, destruindo bases de energia.
O risco nada mais é que uma punição diluída. Se a punição não quebra uma
sociedade, de maneira gradual então não será suficiente.
- Negação: Basicamente envolve as formas de emprego de poder aéreo, é uma questão
de utilizar apoio aéreo próximo, utilizar como espécie de artilharia para atingir as
forças que estão no fronte, auxiliar as forças terrestre, interdição operacional. São as
tropas que estão de reserva, as que estão se deslocando de um ponto para o outros, os
caminhões de abastecimento, as bases de comunicação, controle. É você atingir esses
alvos que vão causar um efeito indireto. Para o Pape, vai depender do tipo de combate
que está acontecendo. Se for um combate mais fluido, a interdição operacional vai ser
mais adequada para barrar a movimentação. Se for um fronte estático, então o apoio
aéreo próximo será mais eficiente. Há uma outra função chamada de interdição
estratégica (destruir alvos que estão no território inimigo, mas que estão relacionados
à manutenção dos esforços de guerra, são as indústrias bélicas, de munição, toda a
parte econômica e industrial do inimigo). Essa forma de negação é mais eficiente em
uma guerra de atrito, em que não há uma solução rápida para acabar com a guerra, Ex:
Primeira Guerra mundial, que desafia quem tem sua base produtiva operando por
mais tempo, que foi o caso dos Aliados quando os EUA entraram na guerra. A
estratégia de negação é a que tem mais chance de produzir sucesso. As vezes que os
adversários cederam com demandas políticas significativas isso foi feito pelo efeito de
negação.
- Decapitação: Para o Pape, a decapitação é uma ilusão, porque não é o aumento de
precisão que vai gerar a possibilidade de eliminar a liderança. É difícil saber onde o
cara vai estar em determinado momento. O problema da inteligência não tende a ser
resolvido facilmente, saber onde figuras chave estarão é complicado. Mesmo se
conseguir eliminar, dificilmente as mudanças de regime vão mudar a postura do
oponente na guerra. Com relação a decapitação militar, a decapitação também é uma
ilusão, se você interrompe a comunicação será irrisório, pois em minutos ele consegue
isso de volta. Algumas forças são tão centralizadas que os oficiais não têm autonomia
para dar um direcionamento, mas nesse caso dificilmente irá paralisar as forças.

A conclusão dele então é que a negação é a única forma de coerção capazes de


produzir mudanças políticas significativas.

3 aulas depois…

Wohlforth (1999)
- Ordem pós-guerra fria: unipolaridade? multipolaridade?

Intuitivamente, teóricos não conceberam o sistema unipolar porque eles viam o


sistema unipolar como sendo uma falha fundamental da balança de poder. Você tinha duas
potências no mundo e do nada apenas uma seguiu em frente. Não é algo natural. O sistema
internacional abomina dominação de poder.
Os teóricos realistas escreveram artistas que falavam da ‘ilusão unipolar’, ‘um
momento unipolar’, então para muitos era uma interlude para um sistema multipolar, a
unipolaridade seria apenas um momento. Para eles, os países não ficariam confortáveis com a
unipolaridade e então apareceriam como potência.
Os argumentos que ele usa é que a unipolaridade tende a ser pacífica, duradoura e o
mundo é unipolar. O mundo é inequivocamente unipolar, ele usa uma matemática simples,
falando que na Guerra Fria havia 2 potências, uma deixou de existir e hoje em dia não
apareceu nenhum país com o poder da URSS para bater de frente com os EUA. A matemática
usada era 2 = 1+0 = 1, ou seja, uma única potência.
Um dos pilares que ele usa é o pilar material. A unipolaridade para ele é aquele em
que apenas um país domina o mundo, é importante esse entendimento porque ele é diferente
de um sistema bipolar em que um é mais forte e também diferente de um sistema multipolar
que tem um ator que é mais forte. No entanto, unipolaridade é diferente de império.
Até quando a multipolaridade teve maior margem de superioridade, não chegou nem perto do
poder que os EUA tiveram durante a época da unipolaridade. As variáveis de poder são: PIB,
gastos militares, capacidade de poder, produção, população, gastos com P&D.
Comparando com os da URSS, os EUA eram bem superior, nunca teve uma
concentração de capacidades de recursos materiais em um único ator. Por isso que para ele, o
mundo era unipolar, claramente não havia nenhum outro que poderia rivalizar com os EUA,
nunca a concentração de poder foi tão simétrica, ou seja, ela se dava em todos os setores.
A unipolaridade é pacífica. Ele busca o argumento na teoria da estabilidade
hegemônica e na de balança de poder, pois os atores baseavam suas expectativas na balança
de poder, mas para ele a unipolaridade é pacífica. A teoria da estabilidade hegemônica, o que
torna um sistema pacífico, estável é o fato de que o ator hegemônico tenta gerir sua
hegemonia criando regras, normas, ele toma para si responsabilidades que outros atores não
têm. Isso traz alguma estabilidade para o sistema. A teoria espera que essa estabilidade terá
um fim quando aparecer algum país para rivalizar o hegemon.
Para o autor, essa possibilidade está descartada por causa da simetria na concentração
de recursos materiais. O que permite as guerras hegemônicas é quando o domínio do
hegemon não é simétrico. Essa falta de simetria que permite que seja possível modificar a
ordem.
A teoria da balança de poder leva a acreditar que a unipolaridade é temporária porque
acredita-se que sempre que um ator obter total domínio do mundo, as outras potências vão
chegar para tentar balancear o poder.
O terceiro ponto do argumento é que a unipolaridade pode ser duradoura. Há três
processo que poderiam acabar com a unipolaridade: o primeiro é o contrabalanceamento de
poder. A potência unipolar já tem praticamente metade dos recursos do mundo, mas em
termos matemáticos, se você juntasse todos os países eles não seriam capazes de superar a
potência unipolar. A potência unipolar não precisa nem ter metade dos recursos, poderia ter
menos que mesmo assim o contrabalanceamento seria muito difícil, pois ela tem a vantagem
da posição geográfica, está isolado das outras potências. Isso é relevante porque a distância
torna os EUA menos ameaçadores do que se fosse vizinhos.
O segundo processo que poderia acabar com a unipolaridade é o grande processo de
integração regional, por exemplo, se a União Europeia se tornasse uma organização também
política, com políticas de defesa e PE comum, então a unipolaridade acabaria pois a Europa
unida como um único estado seria um polo, o mundo se tornaria bipolar.

Jervs (1978)
- Dilema da segurança: intensidade variável? É possível controlar?

Cooperar Desertar

Cooperar 2,2 0,4

Desertar 4,0 1,1

Vanessa (aula) - Texto Diniz


Pode ter dois tipos de empregos: contra valor e contra força. O emprego contra valor é
contra a sociedade e contra força é contra as próprias forças do inimigo. Quase todo tipo de
armamento pode ser empregado das suas formas. Tem uma tendência de atributos de
mobilidade e potência temporária e de outro, terreno e mobilidade. Para ele, os atributos de
uma tecnologia que aumentem a mobilidade ou que possuem uma potência temporária (só
tem valor se for empregada em um tempo específico) são atributos que aumentam o poder do
ataque, pois obriga você a usar o armamento dentro daquele tempo.
O Diniz identifica uma contradição no estudo de balanço-defesa, essas características
afetavam o poder do ataque, o autor estudou a melhoria das estradas no Império Romano, o
que aumentava a mobilidade do exército. O outro estudo são as ferrovias na Europa, que foi
considerado como um grande avanço. Ele queria demonstrar que isso teve um impacto
ofensivo. A utilização das ferrovias pela Prússia permitiu várias vitórias. Eugênio identifica
uma contradição: além de demonstrar que as estradas e ferrovias aumentaram o poder
ofensivo, ele demonstrou também que esses movimentos tiveram um grande impacto
defensivo nos dois casos. Quando Roma sentia grande pressão e o fato de ter as estradas
tornou mais fácil resistir à essas pressões. Quando a Prússia cessou os ataques, a ofensiva
parou, quando era atacada em lugares que não estava protegida tinha grande capacidade de se
deslocar rapidamente.
Os antecedentes da 1 e 2 Guerras deram argumentação para o balanço ataque –
defesa. A crença da ofensiva antes da 1 Guerra teria precipitada essa guerra. A crença em
uma grande superioridade da defesa já estava mais presente na 2 Guerra. Para o Eugênio
existe uma anomalia que não é enfrentada pelos teóricos, quando os países europeus
acreditavam que o ataque tem vantagem demorou muitos anos para uma guerra, mas quando
acreditavam que a defesa tem vantagem, então houve um intervalo de apenas 20 anos entre a
1 e 2 Guerra. O fator chave é Hitler, apesar do culto da defensiva, você tinha um ator
altamente agressivo e revisionista. A sede da Alemanha foi grande demais para superar a
expectativa do balanço de ataque e defesa.
Um autor importante é o Lynn-Jones e já escreveu muito sobre o balanço de ataque e
defesa, o Eugênio cita o artigo dele 2001. O balanço de ataque defesa pode contribuir com
aumento da capacidade explicativa do realismo, onde a principal variável é a distribuição de
poder. Para ele, dá para ter algumas noções gerais, mas não dá para explicar coisas mais
específicas, ela é muito grosseira. A forma de refinar a explicação seria através do balanço de
ataque e defesa. Para o realismo, entender melhor a constituição de ameaças. Os estados não
equilibram poder, mas equilibram ameaça. Para ele ajudaria o realismo a explicar
cooperação, o realismo prevê que terá um alto nível de conflito, mas existem diversos
momentos onde a cooperação atua mais e outros que atua menos. Quando o ataque tem
vantagem há menos cooperação, quando a vantagem é da defesa há mais cooperação. Se
entender quais tecnologias favorecem mais o ataque que a defesa dá para fazer controle de
armamentos, vai diminuir o risco de guerra (apesar de haver uma oscilação entre ataque e
defesa, ele acredita que na maior parte das vezes a defesa tem vantagem). A última vantagem
prática é orientar as melhores posturas militares, é uma contribuição para a política de defesa.
Depois o Eugênio vai discutir o Reiter (crítico de balanço de ataque e defesa), ele
critica depois que fez um estudo das guerras entre 1817-1995 para testar uma das
expectativas de que se o ataque tem vantagem a guerra se torna mais provável. Ele analisou
para ver quantos casos de guerras preemptivas houve. Houve apenas 3 casos: a Primeira
Guerra Mundial (começou porque se acreditava que era melhor atacar primeiro do que ser
atacado), a guerra de Yom Kippur e ¿¿. A definição de preemptivo para o Reiter é 60 dias. Se
você age achando que será atacado entre 60 dias é preemptiva, mas depois de 60 dias é
preventiva.
O último ator que ele discute é o Lieber (2000), que acha que a guerra não acaba
quando você toma o território, pois você precisa manter. Da mesma forma, o defensor que
quer manter o seu território, ele vai ter que tomá-lo novamente em caso de perda. O problema
é que eles levam em consideração a dimensão tática, mas não levam em consideração a
dimensão estratégica, pois ele tem que estar preparado não só as necessidades de manter
aquilo, mas de retomar o que perdeu. Essa é a crítica mais importante. A outra é que o
balanço de ataque defesa tem que separar de duas outras coisas: a distribuição de poder e
competência. Muitas vezes uma determinada tecnologia foi usada não pela vantagem no
ataque, mas na diferença na distribuição de poder (os dois lados tinham a mesma capacidade
tecnológica¿ a Prússia não tinha uma rede de ferrovias maior que dos seus adversário¿ Ela
tinha uma vantagem na distribuição de poder, isso não significa que isso favoreceu o ataque,
mas o atacante) e na competência (depende da forma que você usa os recursos que tem, os
dois lados empregam os recursos da mesma forma¿ O tanque para muitos autores foi uma
arma ofensiva, porque tem mobilidade e grande poder de fogo, mas será que é isso que
acontece¿ Quando a guerra começou a França tinha mais tanques que a Alemanha, mas a
Alemanha derrotou a França antes dela usar os tanques, pois não sabia como empregar esse
recurso, ou seja, a Alemanha foi mais competente).
O Eugênio destaca as expectativas importantes e claramente existem problemas. Eles
não separam bem a distribuição de poder, competência, mas como ela tem uma promessa
muito forte é importante saber se vale a pena continuar investindo na teoria refinando o
estudo da abordagem. Eugênio se propõe avaliar a teoria a relacionando com Clausewitz, pois
tudo deriva do relacionamento entre ataque e defesa. Ele pega a Teoria da Guerra e vai
avaliando a partir do balanço de ataque e defesa.
1) Na Guerra só faz sentido o conceito pleno de defesa, a defesa não é só um escudo, é
um escudo que devolve os golpes. Leva em consideração de que não só se defende, mas
também se ataca.
2) Ataque e defesa são formas diferentes de se conduzir a guerra, porque um lado tem
um propósito positivo e o outro negativo. A defesa é superior ao ataque, que é baseada na
vantagem da espera e da opção.
Isso leva aos pontos culminantes, são pontos teóricos que o Clausewitz identifica como
pontos cruciais:
1) Ataque: o próprio processo de condução da guerra leva ao desgaste do ataque, então o
ataque vai se enfraquecendo á medida que ataca. Se ele continuar, ele corre o risco de
perder a guerra, de não conseguir continuar avançando. Nesse ponto, o atacante precisa
converter a defensiva, defender o que já conquistou. Se ele ultrapassar o ponto culminante
do ataque, ele corre o risco de ultrapassar o ponto culminante da vitória, ou seja, ele está
tão fraco que agora pode não ter mais condição de não defender seu próprio país.
2) Defesa: ponto em que o defensor recuou tanto que a partir daquele momento começa a
ser prejudicial para ele. Se ele continuar, corre o risco de se enfraquecer e o agressor se
fortalecer. Nesse momento, o defensor é obrigado a tomar a ofensiva e o ponto
culminante da vitória é perceber que já o atacante se enfraqueceu o máximo que poderia
se enfraquecer, é o momento que o defensor tem que se tornar atacante.
Não vale a pena investir na teoria, é incompatível com a Teoria da Guerra. Para conseguir
mostrar que o balanço ataque e defesa é consistente, é preciso criar outra teoria da guerra
melhor do que a de Clausewitz e que seja coerente.

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