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Penal I - 12.

06 (segunda-feira)
Espécies de dolo: dolo direto e dolo eventual

- Fases objetiva e volitiva/representação: o sujeito estabelece um fim, cria


um plano mental. Estabelece mentalmente, visualiza mentalmente,
representa mentalmente a realização daquela conduta objetivamente.
(qualquer conduta: lícita ou ilícita)
- Ex: ir para aula. Finalidade/fim: Dolo de ir à aula.
- A vontade está direcionada ao verbo. O núcleo do verbo é o núcleo do
tipo.
Duas espécies de dolo: dolo direto e dolo eventual.
- Crimes dolosos são a representação mais plena da integralidade de todos
esses elementos.
- Dolo direto: onde tenho vontade mais íntegra de representação. Vontade de
realizar a conduta típica.
- Art. 18, I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de
produzi-lo;(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
- Apenas no dolo direto se tem finalidade típica. Todas as outras formas
de realização de delito são formas em que não há vontade de
atingimento do resultado final.
- Dolo direto de segundo grau: é aquele em que para realizar aquela
finalidade, eu percebo a existência de meios necessários que vão além do
que eu quero.
Ex: Pablo Escobar X César Gaviria: bomba plantada no avião da Avianca que
o candidato à presidente iria embarcar. Gaviria não embarcou, a bomba
explodiu deixando mais de 100 mortos.
Objetivo: Matar Gaviria. Meio necessário: matar todas as outras pessoas
dentro do avião.

Isto caracteriza o dolo direto de segundo grau, pois a intenção abarca


um meio necessário que vai produzir um delitos, ou quantidade de
delitos superior àquela de que fosse um meio direito para matar o
Gaviria.

- Dolo direto de primeiro grau: realização direta da conduta sem que o meio
interfira em outros resultados típicos.
- Art. 18, I, primeira parte - doloso, quando o agente quis o resultado ou
assumiu o risco de produzi-lo;(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

- Dolo eventual: a vontade não é dirigida ao tipo, a vontade é extra típica.


- O que quer dizer quando é dito que a finalidade é extra típica? Não
possuo desejo de matar, mas compreendo, represento e pelo uso do meio eu
posso atingir este resultado. Ingresso no horizonte cognitivo a possibilidade
de atingir um resultado não desejado e eu prossigo a conduta. Assume o
risco e produz o resultado.
- Marcado pela representação, pela visualização, pela percepção de um
efeito colateral não desejado por força do manuseio do meio.
- Representar: visualizar. Antecipar mentalmente essa possibilidade, este
efeito colateral.

Diferença fundamental entre dolo eventual e a culpa consciente:


- Assumir o risco: significa consentir com o resultado. Se coloca numa
posição subjetiva de que mesmo não querendo, se aquele resultado não
desejado fosse certo, ainda sim seguiria na ação.

- Os elementos do dolo eventual e da culpa consciente são os mesmos. A


única diferença é a postura em relação ao efeito colateral.

Semelhanças entre dolo eventual e a culpa consciente:


- O fim é extra típico.
- Não querem o resultado final, mas visualizam o efeito colateral em
decorrência do uso dos meios.
- Diferença: na culpa consciente o agente acredita na sua capacidade
técnica de manuseio do meio para evitar o resultado. Isto é chamado de
culpa com representação, traz exatamente esta ideia de consciência.
- Na culpa consciente, se o sujeito tivesse como certo o resultado, ele
deixaria de agir.

- Culpa consciente: não há vontade, a vontade é extra típica


- Não tem representação, logo, não visualiza o efeito colateral.
- Todavia, é um efeito colateral visualizável, dentro das circunstâncias.

- Dolo direto: Há vontade, finalidade.


- Há plena representação.

- No dolo eventual, se o sujeito tivesse como certo o resultado, ele seguiria


da mesma forma.

- Finalidade extra típica: representação de um resultado típico não desejado


por força do uso dos meios.
- O que marca essa fronteira? a posição psíquica do sujeito.
1. Consentir: significa não me importar com o resultado, assumindo o risco
da conduta. Ficar indiferente em relação ao resultado. (dolo eventual)

- Fórmula Pierangeli: define a diferença entre dolo eventual e culpa


consciente.
Resumidamente: a diferença entre dolo eventual e culpa consciente é a
diferença do foda-se (dolo eventual) e do fodeu (culpa consciente).
- Estes exemplos estabelecem a postura psíquica do sujeito em relação ao
evento.

- Art. 18, I, segunda parte - doloso, quando o agente quis o resultado ou


assumiu o risco de produzi-lo;(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Ler texto Juarez Tavares: defende a inconformidade constitucional da


previsão do dolo eventual.
Para o autor, dolo eventual nada mais é do que uma culpa grave. Uma
culpa consciente em nível mais gravoso.

- Não há tentativa de dolo eventual, assim como não há tentativa de crime


culposo.
- O elemento objetivo não determina a imputação subjetiva.
-

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