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Universidade do Minho

Escola de Medicina

PRODUÇÃO VOCAL E PATOLOGIA


BENIGNA DA LARINGE

Filipa de Carvalho Moreira


Serviço de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cabeça e Pescoço
01. ÍNDICE
PRODUÇÃO VOCAL E PATOLOGIA BENIGNA DA LARINGE

ÍNDICE

 Anatomia e Fisiologia da Laringe

 Produção Vocal

 Exame Objectivo e Meios Complementares de


Diagnóstico e Tratamento (MCDTs)

 Patologia da Voz

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02. ANATOMIA e FISIOLOGIA
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ANATOMIA

 Definições
 Laringe
 Limite Superior
 bordo livre epiglote, prega ariepiglótica e incisura interaritenoideia
“Aditus laríngeo”
 Limite Inferior
 bordo inferior cricóide

 Clinicamente:
 Supraglote
 Glote
 Subglote

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ANATOMIA

 Cartilagens

 Ligamentos e
Membranas

 Músculos

 Inervação

 Vascularização

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ANATOMIA

 Cartilagens

 Epiglote
 Tiróide
 Cricóide
 Aritenóides
 Acessórias
 Corniculadas
 Cuneiformes

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ANATOMIA

 Ligamentos e Membranas

 Externos
 Membrana tirohioideia
 Ligamento hioepiglótico
 Ligamento cricotraqueal

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ANATOMIA
 Ligamentos e Membranas

 Internos
 Ligamento tiroepiglótico
 Membrana quadrangular
 Ligamento vestibular
 Cone elástico
 Membrana triangular ou
cricovocal
 Ligamento vocal
 Ligamento cricotiroideu

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ANATOMIA

 Músculos Extrínsecos

 Músculos infra-hioideus

 Músculo Omohioideu

 Músculo Esternohioideu

 Músculo Esternotiroideu

 Musculo Tirohioideu

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ANATOMIA

 Músculos Extrínsecos

 Musculos supra-hioideus

 Músculo Estilohioideu

 Músculo Digástrico

 Músculo Milohioideu

 Músculo Geniohioideu

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ANATOMIA

 Músculos Intrínsecos

 Adução
 M. Cricoaritenoideu
lateral
 M. Tiroaritenoideu
 M. Interaritenoideu

 Abdução
 M. Cricoaritenoideu
posterior

 Tensão
 M. Cricotiroideu

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ANATOMIA

 Inervação laríngea

 N. laríngeo superior
 Ramo interno
 Sensitivo e
secretomotor
 Ramo externo
 Motor

 N. laríngeo inferior/
recorrente
 Motor e sensitivo

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ANATOMIA

 Vascularização

 Arterial
 a. laríngea sup (ACE)
 a. laríngea inf (subclávia)

 Venosa
 v. tiroideia sup
 v. tiroideia inf

 Linfática
 glote  ausência de linfáticos
 supraglote  cadeia cervical profunda superior
 subglote  cadeia cervical profunda inferior, ggs pré-laríngeos,
paratraqueais
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ANATOMIA

 Cordas Vocais

 Epitélio escamoso estratificado

 Lâmina própria
 Superficial = Espaço Reinke
 Intermédia
Ligamento vocal
 Profunda

 Músculo vocalis
 Porção medial m. tiroaritenoideu

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FISIOLOGIA

1. Fonação (vibrador)

2. Respiração

3. Fixação Torácica (valva)


 levantar pesos FUNÇÕES DA
 tosse LARINGE
 defecação

4. Protecção da via aérea inferior


(esfíncter)
 deglutição
 reflexo tosse
 reflexo paragem respiratória
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03. PRODUÇÃO VOCAL
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FONAÇÃO

 Voz

 uma das funções mais complexa e


especializada da laringe;

 exclusiva dos humanos;

 não é uma função vital;

 importante para a comunicação


verbal.

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MODELO FONATÓRIO

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FORMAÇÃO E EMISSÃO DO SOM

 Gerador de energia
 Pulmão

 Vibrador
 cordas vocais

 Caixa de ressonância
 cavidade oral
 faringe
 nariz e seios perinasais

 Articuladores
 mandíbula
 língua, dentes e lábios
 palato

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FORMAÇÃO E EMISSÃO DO SOM

 Fase inspiratória pré-fonatória


 Inspiração – abdução rápida CVs - ↓ pressão subglótica

 Ciclo vibratório glótico


 Adução
 contracção m. cricoaritenoideu lateral
 estreitamento via aérea glótica
 Separação aerodinâmica
 expiração – ↑ pressão subglótica até quebra da resistência
glótica
 Recolhimento
 ↓ súbita pressão subglótica
 efeito Bernoulli – queda pressão depende velocidade da
partícula
 forças elásticas de recolhimento próprias dos tecidos

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FORMAÇÃO E EMISSÃO DO SOM

 Movimentação vibratória das CV


 Horizontal
 Vertical
 Ondulatória

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FORMAÇÃO E EMISSÃO DO SOM

 Movimentação vibratória das CV

 Horizontal
 Vertical
 Ondulatória

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FORMAÇÃO E EMISSÃO DO SOM

 Movimentação vibratória das CV


 Horizontal
 Vertical
 Ondulatória

https://youtu
.be/P1fDQO
TDvJo

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FORMAÇÃO DOS FONEMAS NA ARTICULAÇÃO DA PALAVRA

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REQUISITOS PARA A FONAÇÃO

• Adequado suporte ventilatório

• Adução das CVs

• Propriedades vibratórias adequadas

• Forma favorável das CVs

• Adequado controlo do comprimento e tensão das CVs

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CARACTERÍSTICAS ACÚSTICAS DA VOZ

• Frequência (tom)
– Número de ciclos vibratórios/segundo (Hertz)
– Som grave e agudo
• Amplitude (intensidade)
– Dimensão da oscilação das cordas vocais
– dB (som fraco e forte)
• Timbre (qualidade)
– Som periódico (harmónios = múltiplos da Frequência Fundamental)
– Som aperiódico (ruído)

 Variação da voz humana em frequência : 43 a 2610 Hertz


 Registos vocais
 Falsetto: frequências mais altas
 Modal: frequências mais comuns da fala e canto
 Basal: frequências mais baixas
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ANAMNESE,
EXAME OBJECTIVO
04. E MCDTs
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ANAMNESE

 Natureza e cronologia do  Tipo de uso da voz e


problema vocal requisitos
 Factores de alívio e  Impacto na qualidade de
exacerbação vida e bem-estar social e
psicológico
 Estilo de vida, dieta e
hidratação  Expectativas relativamente
ao resultado da consulta e
 Condições médicas que
tratamento
possam contribuir ou os
efeitos do seu tratamento

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ANAMNESE

 Sinais e sintomas mais


frequentes

 Alteração da qualidade vocal  Dificuldade ou restrição do


(rouquidão, voz áspera ou uso da voz em diferentes
soprada) alturas do dia ou relacionado
 Tom de voz aumentado ou com determinadas tarefas
diminuído para a idade diárias, sociais ou
profissionais
 Incapacidade em controlar a voz
(quebras de tom, cortes da voz)  Capacidade de comunicação
reduzida
 Incapacidade de elevar a voz ou
fazer-se ouvir em locais  Dificuldade em cantar
ruidosos (sonoridade diminuída)  Dor, desconforto, secura ou
 Esforço aumentado, energia expectoração, tosse crónica
diminuída ou fadiga com o uso  Efeitos psicológicos e
da voz emocionais

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EXAME OBJECTIVO

 Cavidade oral  ENS - Pares cranianos


inferiores
 Faringe (naso, oro e hipo)
 Postura
 Fossas Nasais
 Padrão respiratório
 Pescoço
 Adenopatias cervicais
 Massas ou sinais de
tensão muscular
aumentada cervicais
 Esqueleto laríngeo
externo e sua posição

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MÉTODOS DE EXPLORAÇÃO DA LARINGE

 Laringoscopia indirecta por espelho

 Nasofaringolaringoscopia Flexível

 Endoscopia Laríngea Rígida

 Microlaringoscopia em suspensão

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VANTAGENS DESVANTAGENS
EXAME OBJECTIVO E MCDTs
Vista de conjunto rápida Mal tolerado
Espelho “Prognóstico” para a exploração Vogais em fase fonatória
com óptica rígida
Modifica a biomecânica laríngea
Excelente qualidade óptica Mal tolerada
Amplificação, a melhor para Modifica a biomecânica laríngea
Óptica Rígida avaliação estroboscópica
Vogais em fase fonatória
Não avalia todo o tracto vocal
Não avalia a laringe durante o
discurso ou canto
Fibroendoscópio Avalia todo o tracto vocal Qualidade óptica e ampliação
inferiores aos que oferece a
Bem tolerado óptica rígida
Avalia a laringe durante o
discurso e canto
Melhor forma de avaliar a
biomecânica laríngea,
especialmente nas anomalidas de
tensão muscular
Adequada para a avaliação
estroboscópica 33
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MÉTODOS DE EXPLORAÇÃO DA LARINGE

 Estroboscopia

 Electroglotografia

 Electromiografia

 Análise acústica da voz

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05. PATOLOGIA DA VOZ
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PATOLOGIA/PERTURBAÇÕES DA VOZ

1. Perturbações da caixa de ressonância

2. Perturbações dos articuladores

3. Perturbações do vibrador

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PERTURBAÇÕES DA CAIXA DE RESSONÂNCIA

 Rinolália
 Aberta (hipernasalidade)
 Fechada (hiponasalidade)

 Voz faríngea (“ hot potatoe”)


 P.ex. abcesso periamigdalino,
fleimão parafaríngeo ou tumor da
orofaringe

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PERTURBAÇÕES DOS ARTICULADORES

 Do ritmo – Gaguez

 Posicionais (da língua) e eventualmente associadas a


alterações anatómicas tipo micro ou macroglossia, retro
ou prognatismo, freio curto da língua e adentia:
- Dislalia
- Sigmatismo

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DISFONIAS

Alteração na produção da voz

Resultado do ruído endolaríngeo produzido pela


turbulência do fluxo aéreo e irregularidades existentes
na vibração alterada das cordas vocais

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DISFONIAS – CLASSIFICAÇÃO ETIOLÓGICA

 Congénitas
 Neoplásicas
 Benignas
 Traumáticas  Malignas
 Agudas
 Crónicas
 Endócrinas
 Fono-traumáticas
 Neurológicas
 Inflamatórias
 Agudas  Funcionais
 Crónicas

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DISFONIAS ORGÂNICAS CONGÉNITAS

 Anel glótico (Web)


 Tratamento
 Laser CO2
 traqueotomia

 Laringocelo

 Dilatação/herniação sáculo do ventrículo


 Interno ou externo
 Preenchido por ar ou muco
 Tratamento: cirurgia

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DISFONIAS ORGÂNICAS CONGÉNITAS

 Quisto laríngeo

 Quisto epidermóide
 Preenchido por vestígios de queratina e
colesterol
 Unilateral
 Tratamento: cirurgia + terapia da fala

 Pontes mucosas
 Sulcus vocalis

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DISFONIAS ORGÂNICAS CONGÉNITAS

 Sulcus vocalis
 Invaginação localizada da
mucosa
 Frequentemente em
associação com quistos
 Tratamento
 Cirurgia

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DISFONIAS ORGÂNICAS CONGÉNITAS

 Estenose sub-glótica
 Anomalia “canalização” cartilagem
cricóide
 Estridor inspiratório e expiratório
 Tratamento
 Traqueostomia
 Dilatação traqueal
 Resseção crico-traqueal

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DISFONIAS ORGÂNICAS CONGÉNITAS

 Hemangioma
 Hamartoma capilar que cresce
até cerca de 1 ano de idade
 Estridor com agravamento
gradual; disfonia
 Regressão espontânea
 Tratamento
 Conservador
 Médico: corticoides,
propanolol
 Cirurgia com Laser Nd:YAG
ou CO2

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DISFONIAS ORGÂNICAS CONGÉNITAS

 Laringomalácia

 Alteração congénita mais frequente


 Estridor inspiratório, cianose,
agravamento com mamar
 Flacidez esqueleto supraglótico
 Epiglote em Ω
 Tratamento
 Conservador
 Cirurgia

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DISFONIAS ORGÂNICAS CONGÉNITAS

 Fissura laringotraqueal

 Falha no encerramento da lâmina


posterior da cricóide e/ou
desenvolvimento incompleto do
septo traqueoesofágico
 Episódios de cianose durante
alimentação, infecções
pulmonares recorrentes
 Estridor, choro anormal
 Falência cardio-respiratória
 Tratamento
 Reparação cirúrgica

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DISFONIAS TRAUMÁTICAS

 Hemorragia da corda vocal


 Resultado de esforço vocal exagerado
 Edema, hiperémia e hemorragia subepitelial
 Tratamento
 repouso vocal, tto médico

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DISFONIAS TRAUMÁTICAS

 Traumatismo laríngeo agudo


 Traumatismo externo cervical
anterior
 Acidente viação, desportivo ou
agressão
 Edema, hematoma, enfisema
 Tratamento conservador
 Importante assegurar via
aérea

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DISFONIAS TRAUMÁTICAS

 Granulomas de entubação
 Entubação prolongada / incorrecta
 Bilateral
 Tratamento
 cirurgia + terapia fala

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DISFONIAS FONO-TRAUMÁTICAS

 Nódulos das cordas vocais


“kissing nodules”

 Uso profissional, má colocação


ou abuso da voz
 Tratamento
 Terapia da fala
 Cirurgia

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DISFONIAS FONO-TRAUMÁTICAS

 Pólipo da corda vocal


 Homens, 30-50 anos
 + frequente
 Fonotrauma, tabagismo, RFL
 Pediculado ou séssil
 Edematoso, hemorrágico ou
fibroso
 Disfonia variável  afonia
 Tosse irritativa
 Alternância de voz

 Tratamento
 Cirurgia + Terapia da Fala

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DISFONIAS FONO-TRAUMÁTICAS

 Edema de Reinke
 Edema bilateral, base larga
 Mulheres, > 40 anos, fumadoras
 RFL
 Tratamento
 Tratar fatores etiológicos ou
de agravamento
 Cirurgia

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DISFONIAS FONO-TRAUMÁTICAS

 Granuloma de contacto
 Esforço vocal
 Refluxo faringolaríngeo
 Tratamento
 corrigir fatores etiológicos
 terapia da fala

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DISFONIAS FONO-TRAUMÁTICAS

 Quistos de retenção
 Derivados de glândulas
mucosas
 CVs, bandas ventriculares,
ventrículo, epiglote, pregas
ariepiglóticas e valécula
 Tratamento:
 Cirurgia + terapia da fala

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DISFONIAS INFLAMATÓRIAS AGUDAS

 Laringite aguda

 Disfonia, tosse, dor laríngea


 Infecção viral ascendente ou descendente
(raramente isolada)
 Cordas vocais hiperémicas e edemaciadas
 Tratamento
 Sintomático
 Corticóides, repouso vocal,
antibioterapia se sobreinfecção
bacteriana

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DISFONIAS INFLAMATÓRIAS AGUDAS

 Epiglotite
 Haemophilus influenzae tipo B
 2 a 6 anos de idade – VACINA
 Sialorreia, disfagia, stress
respiratório
 Tratamento
 Fluidificação,
corticoterapia,
antibioterapia
 Entubação/traqueotomia

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DISFONIAS INFLAMATÓRIAS AGUDAS

 Pseudocroup / laringite subglótica


 1 a 3 anos (rara > 7 anos)
 Etiologia vírica (Parainfluenza tipo 1)
 Tosse seca forte, estridor
 Tratamento
 Nebulizações, fluidificação, mucolíticos
 Raramente entubação

 Angioedema laríngeo agudo


 Ingestão ou inalação alergéneo; picada insecto

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DISFONIAS INFLAMATÓRIAS CRÓNICAS

 Laringite crónica inespecífica


 Inalação irritantes químicos
 Tabaco
 Álcool
 Rinorreia posterior
 Refluxo faringolaríngeo  Globus / pigarro
 Importante exclusão de malignidade
 Tratamento:
 corrigir fatores etiológicos
 vigilância

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DISFONIAS INFLAMATÓRIAS CRÓNICAS

 Refluxo faringolaríngeo
 Laringite posterior
 Granuloma aritenoideu
 Paquidermia da comissura posterior
 Tratamento
 Medidas higieno-dietéticas
 IBP

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DISFONIAS INFLAMATÓRIAS CRÓNICAS ESPECÍFICAS

 Tuberculose
 Monocordite
 Pseudotumoral

 Sarcoidose
 Sífilis
 Artrite Reumatóide (cricoaritenoideia)
 Escleroma
 Amiloidose
 Pericondrite

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DISFONIAS NEOPLÁSICAS BENIGNAS

 Papilomatose laríngea

 HPV (human papiloma virus)


 Infecção canal parto
 Curso doença imprevisível
 Multifocal  insuf resp  fatal
 Alta taxa recidiva
 Malignização possível (<5%)

 Tratamento
 Cirurgia (Laser CO2, microdebrider)
 Tto adjuvante  cidofovir
 Vacina contra HPV

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DISFONIAS NEOPLÁSICAS BENIGNAS

 Condromas
 Crescimento lento
 Cricóide mais frequente
 Radiorresistente
 Tratamento: cirurgia

 Lipomas
 Rabdomiomas
 Adenomas pleomórficos
 Neurofibromas …

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PRODUÇÃO VOCAL E PATOLOGIA BENIGNA DA LARINGE

DISFONIAS

 Lesões Displásicas

 Leucoplasias, eritroplasias
 Diferentes graus histológicos
 Podem significar lesão pré-maligna/maligna  necessária
histologia

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DISFONIAS NEOPLÁSICAS MALIGNAS

 Carcinomas faringolaríngeos

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DISFONIAS ENDÓCRINAS

 Desordens Gonadais
 Voz eunucóide

 Doenças da Tiróide e Paratiróides


 Cretinismo; Mixedema; Hipertiroidismo e Hipocalcémias
(afectam a musculatura)

 Doença de Addison
 Progressiva afonia por hipotonia; virilização na mulher por
hiperfunção adrenocortical

 Doenças da Hipófise
 Virilização na Acromegalia; hipogenitalismo pituitário  voz
eunucóide

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PRODUÇÃO VOCAL E PATOLOGIA BENIGNA DA LARINGE
DISFONIAS NEUROLÓGICAS

 Paralisia unilateral da CV (n. recorrente)


 ++ CV esquerda

 Posição paramediana variável

 Queixas respiratórias raras

 Voz fraca e suspirada dependendo da posição relativa da corda e do


grau de compensação contralateral

 Eventual aspiração de líquidos na deglutição e tosse paroxística

 Etiologia – patologia da base crânio até ao arco da aorta, mediastino e


tórax

 Tratamento  Terapia da Fala, Medialização CV (injecção intracordal


ou Tiroplastia )
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PRODUÇÃO VOCAL E PATOLOGIA BENIGNA DA LARINGE

DISFONIAS NEUROLÓGICAS

 Paralisia bilateral das CVs em adução


 Posição mediana com muito leve abdução

 Comprometimento vocal ligeiro

 Compromisso respiratório intenso  traqueostomia

 Etiologia – iatrogénica, acidente vascular cerebral

 Tratamento  Traqueostomia, Cordectomia, Aritenoidectomia,


Laterofixação Lichtenberger

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PRODUÇÃO VOCAL E PATOLOGIA BENIGNA DA LARINGE

DISFONIAS NEUROLÓGICAS

 Paralisia bilateral das CVs em abdução


 Excepcional

 Disfonia/afonia, aspiração  Inf Resp Inferior

 Prognóstico sombrio

 Tratamento difícil

 Solução temporária  Traqueostomia

 Tratamento definitivo  Exclusão faríngea

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DISFONIAS NEUROLÓGICAS

 Paralisia Nervo Laríngeo Superior


 Perda de sensibilidade + perda motora

 Bitonalidade e fadiga vocal

 Dificuldade de alcançar os registos mais altos

 Corda lesada + curta, arqueada e inferior à sã

 Rotação posterior da glote

 Teste de Guttman

 Tratamento : terapia da fala


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PRODUÇÃO VOCAL E PATOLOGIA BENIGNA DA LARINGE

DISFONIAS NEUROLÓGICAS

 Doenças neurológicas e neuromusculares

 Podem na sua evolução afectar a voz e deglutição

 Esclerose Lateral Amiotrófica


 Esclerose Múltipla
 Miastenia Gravis
 Parkinson

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PRODUÇÃO VOCAL E PATOLOGIA BENIGNA DA LARINGE

DISFONIAS FUNCIONAIS

 Muscle Tension Dysphonia (MTD)


 Diagnóstico de exclusão

 Etiologias primárias
 stress, ansiedade e depressão
 distúrbios de conversão
 problemas posturais e de respiração
 higiene vocal pobre
 falar em ambientes ruidosos por períodos prolongados de tempo
 exposição a fumo e poeiras

 Variação da qualidade vocal, fadiga vocal

 Tratamento - eliminar fatores desencadeantes/agravantes;


terapia da fala
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PRODUÇÃO VOCAL E PATOLOGIA BENIGNA DA LARINGE
DISFONIAS FUNCIONAIS

 Disfonia Espasmódica (Distonia)


 Forma adutora – voz hesitante, forçada, abafada e intermitente
(“partida”), por descoordenação excessiva da adução durante a
fonação
 Forma abdutora – falhas de voz no discurso por alteração no
movimento abdutor
 Alteração do funcionamento dos gânglios da base
 Tratamento – Toxina botulínica

 Voz mutacional/falsete inapropriado


 Puberdade (rapazes)
 Tratamento – terapia da fala, ocasionalmente toxina botulínica

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PRODUÇÃO VOCAL E PATOLOGIA BENIGNA DA LARINGE

DISFONIAS FUNCIONAIS

 Disfonia “plicae ventricularis” ou das falsas cordas


 Tratamento – terapia da fala recorrendo a técnicas de
relaxamento laríngeo
 Na persistência da hipertrofia das bandas ventriculares, pode
ser útil a sua redução cirúrgica com laser CO2 para evitar a sua
aposição

 Disfonia por fenómenos de conversão (Psicogénica)


 Voz tensa, estrangulada
 Tratamento – terapia da fala e apoio psicológico/psiquiátrico

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OBRIGADA!

Sete Fontes – S.Victor FILIPA DE CARVALHO MOREIRA


4710-243 BRAGA

T. 253 027 000 F. 253 027 999

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