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WBA0909_v1.

Nutrição em academias do
fitness ao wellness
Fisiologia do exercício, dano
muscular e síntese proteica
Fisiologia do exercício na prática

Bloco 1
Ana Paula Gasques Meira
Fisiologia do exercício na prática

Prezado aluno, ao atender um atleta, considerar:


• Indivíduos com objetivos competitivos bem definidos.
• Exercício físico é visto como um trabalho.
• Os regimes de treinamento são intensivos.
• Calendário intenso de competições.
• Esforço máximo requerido.
• Viagens rotineiras.
• Desgaste físico e emocional.
Fisiologia do exercício na prática
Figura 1 - Aspectos relacionados à qualidade das proteínas

A qualidade das proteínas é importante


para os praticantes de exercícios físicos.

Leucina - aminoácido diretamente ligado ao


sinal anabólico das proteínas.

Aminoácidos essenciais, como o próprio


nome diz, são essenciais para que ocorra a
síntese proteica.

Caso contrário, a síntese ocorrerá a partir


da quebra do músculo que já está formado.

Fonte: adaptado de Cozzolino e Cominetti (2013, p. 1184-1186).


Fisiologia do exercício na prática
Alterações fisiológicas e metabólicas e a necessidade do aporte
adequado de substratos:

Figura 2 - Estado de repouso e prática de atividades físicas

Fonte: AttoStock/ istock.com.


Fonte: ONYXprj/ istock.com.
Fisiologia do exercício na prática

Alterações fisiológicas e metabólicas:


Figura 3 - Alterações pós-exercício
• Batimentos cardíacos.
• Pressão arterial.
• Demandas energéticas.
• Demandas de oxigênio.
• Fibras musculares.

Fonte: santoelia/ istock.com.


Fisiologia do exercício na prática

Figura 4 - Papel Figura 5 - Papel Figura 6 - Papel


da nutrição no da nutrição no da nutrição no
exercício físico exercício físico exercício físico

Saúde Adaptação Desempenho

Fonte: elenabs/ istock.com. Fonte: Warmworld/ istock.com. Fonte: Irina_Strelnikova/ istock.com.


Fisiologia do exercício na prática

Considerar também os aspectos:

• Prazer ao comer.
• Emoções.
• Socialização.
• Identificação cultural.
• Aspectos sociais e econômicos.
Fisiologia do exercício na prática
Nutrientes e substratos energéticos (execução do movimento e
reparo tecidual):
Figura 7 - Macronutrientes

Lipídios.

Proteínas.
Proteínas.
Carboidratos.

Fonte: adaptado de McArdle, Katch e Katch (2016); e de


gustavomellossa/ istock.com.
Fisiologia do exercício na prática

O baixo consumo energético pode ocasionar:


• Perda de massa muscular.
• Implicações na manutenção da densidade
óssea.
• Fadiga.
• Lesões e demora nos processos de recuperação.
(OLIVEIRA, 2014)
Fisiologia do exercício na prática
• Proteínas versus exercícios físicos.
• Aporte proteico.
• Proteínas são importantes para o reparo tecidual.
• 20% da massa muscular é composta por proteína.
• Síntese proteica = manutenção da massa muscular
e hipertrofia.
• A síntese de proteínas = execução programada de
repetições de exercícios = gerando adaptações.

(McARDLE; KATCH; KATCH, 2016)


Fisiologia do exercício na prática

• O exercício físico impacta no turnover proteico.

• Aumenta a reciclagem e formação de proteínas


no organismo.

• Aumento das necessidades nutricionais proteicas.

Fonte: McArdle, Katch e Katch (2016); Cozzolino e Cominetti (2013, p. 24-25).


Fisiologia do exercício na prática

Figura 8 - Turnover proteico

Aminoácidos

Síntese
Degradação

Proteína

Fonte: adaptado de Cozzolino e Cominetti (2013, p. 24-25).


Fisiologia do exercício, dano
muscular e síntese proteica
Adaptações musculares nas diferentes dietas

Bloco 2
Ana Paula Gasques Meira
Regulação da massa muscular

Figura 9 - Síntese proteica e hipertrofia muscular

Exercícios de resistência/ ingestão de proteínas

Taxa de
síntese de Degradação.
proteína
muscular.

Hipertrofia
muscular.

Fonte: McArdle, Katch e Katch (2016); Cozzolino e Cominetti (2013, p. 24-25).


Resposta crônica adaptativa ao exercício e diferentes fontes de
proteínas
Taxa de síntese de proteína muscular:
• Depende da disponibilidade pós-prandial de
aminoácidos essenciais.
Figura 10 - Proteínas de origem vegetal e resposta adaptativa crônica

Uso exclusivo de ?
proteínas de origem Resposta adaptativa
vegetal. crônica.

Fonte: adaptado de Hevia-Larraín et al. (2021).


Resposta crônica adaptativa ao exercício e diferentes fontes de
proteínas

Figura 11 - Grupos estudados

Jovens Jovens
Grupos
onívoros veganos

Fonte: adaptado de Hevia-Larraín et al. (2021).


Resposta crônica adaptativa ao exercício e diferentes fontes de
proteínas
Objetivo: impacto da fonte de proteína dietética,
treinamentos de resistência e massa muscular e força.

Hipótese do estudo:
consumo exclusivo de proteínas vegetais
seria menos eficiente no processo de
adaptação muscular para os
treinamentos de resistência, quando
comparado à dieta onívora.
Resposta crônica adaptativa ao exercício e diferentes fontes de
proteínas
Métodos:
• Seis recordatórios de vinte e quatro horas para
avaliação habitual de ingestão de proteína.
• Proteína alimentar mais suplementar.
• Intervenção de doze semanas.
• Leg press inclinado 45° + leg-extension, com
progressão do treinamento.
• Total de participantes: 19 de cada grupo.
Fisiologia do exercício na prática
Figura 12 - Resultados do estudo de Hevia-Larraín et al. (2021)

Ingestão relativa e total aumentou de


maneira similar, desde o início, para ambos
os grupos.

Ingestão de leucina aumentou,


significativamente, em ambos os grupos e
em todas as refeições.

Não foram observadas diferenças


significativas no aumento da massa magra
da perna, reto femoral e vasto lateral, fibra
muscular tipo I e tipo II.
Fonte: adaptado de Hevia-Larraín et al. (2021).
Resposta crônica adaptativa ao exercício e diferentes fontes de
proteínas
Atenção!
• Cuidado ao extrapolar os resultados.
• Mistura de várias fontes de alimentos a base de
plantas (combinação de grãos).
• O uso do isolado de proteína de soja (suplementado).
• Aminoácidos essenciais, leucina, lisina e ingestão de
metionina.
• Livre de fatores antinutricionais.
Resposta crônica adaptativa ao exercício e diferentes fontes de
proteínas

Figura 13 - Discussão do estudo de Hevia-Larraín et al. (2021)

Grupo exclusivo Suplementação Grupo dieta


em proteínas de de ~ 58 g/dia de onívora = ~ 41
origem vegetal. proteína de soja. g/dia.

Aumento da Aumento da Diminuição na


ingestão de quantidade de digestibilidade
alimentos fatores da proteína
integrais. antinutricionais. dietética.

Fonte: adaptado de Hevia-Larraín et al. (2021).


Pontos importantes!

Figura 14 - Suprimento calórico no exercício aeróbio e a síntese proteica

Quantidade adequada de
carboidratos.

Metabolismo de
Oxidação.
aminoácidos.

Síntese proteica.

Fonte: adaptado de Oliveira (2014); Cozzolino e Cominetti (2013, p. 1186).


Fisiologia do exercício, dano
muscular e síntese proteica
Suprimento energético nas diversas
modalidades esportivas e hidratação

Bloco 3
Ana Paula Gasques Meira
Vias energéticas
Figura 15 - Vias energéticas

Vias energéticas:
• Creatina-fosfato.
• Glicolítica anaeróbia. Substratos energéticos.
• Glicolítica aeróbia.

ATP Trabalho
Movimento.
muscular.

Energia

Fonte: adaptado de Cozzolino e Cominetti (2013, p. 1173); leonello/ istock.com.


Vias energéticas
Figura 16 - Principais diferenças entre as vias energéticas

Anaeróbio Aeróbio

A diferença ocorre na dependência de


oxigênio.

Produção de ácido lático.

Fonte: adaptado de Cozzolino e Cominetti (2013, p. 1173).


Sistemas energéticos predominantes em cada esporte

Quadro 1 - Exercícios na via creatina-fosfato e o tempo de esforço

Via creatina-fosfato
Tipos de exercícios Duração do esforço
 Levantamento de peso.  Poucos segundos (10 a 20
 Salto em altura ou com segundos) e alta intensidade.
vara.  Devido ao baixo estoque
 Corrida de 100 metros de ATP nos músculos (5
rasos. mmol/kg peso úmido).

Fonte: adaptado de Cozzolino e Cominetti (2013, p. 1173).


Sistemas energéticos predominantes em cada esporte

Quadro 2 - Exercícios na via glicolítica anaeróbia lática e o tempo de


esforço
Via glicolítica anaeróbia lática
Tipos de exercícios Duração do esforço
 Lutas (judô, jiu-jítsu e  A média de duração do
boxe). exercício, utilizando essa via,
 Nado sincronizado. é de até três minutos.
 Ginásticas rítmica ou
olímpica.

Fonte: adaptado de Cozzolino, Cominetti (2013, p. 1173).


Sistemas energéticos predominantes em cada esporte

Quadro 3 - Exercícios na via aeróbia e o tempo de esforço

Via aeróbia
Tipos de exercícios Duração do esforço
 Maratona.  Utilizada em exercícios de
 Tríatlon. longa duração.
 Ciclismo.  Mantém o exercício após
 Travessias de longas dois a três minutos.
distâncias.

Fonte: adaptado de Cozzolino, Cominetti (2013, p. 1173).


Otimização da via aeróbia

• Considerar a intensidade, duração, frequência e tipo de exercício.

• Condicionamento físico do indivíduo.

• Indivíduo treinado = gordura como fonte de energia é maior.

• Gênero.

(COZZOLINO; COMINETTI, 2013, p. 1173)


Hidratação
Figura 17 - Potenciais riscos da desidratação durante o exercício

Desempenho
aeróbio.

Desempenho Riscos da Desempenho


cognitivo. desidratação. mental.

Doenças
cardíacas.

Fonte: adaptado de Cozzolino, Cominetti (2013, p. 1228-1230).


Hidratação
Quadro 4 - Sintomas da desidratação

Sintoma Definição Causas/Consequências


Câimbras. Contração muscular aguda, dolorosa e Desidratação, desequilíbrio de
involuntária. eletrólitos, fadiga
neuromuscular.
Exaustão. Incapacidade de continuar a se Calor e umidade, palidez,
exercitar, transpiração profunda, câimbras, fraqueza, tontura,
desidratação e perda de sódio. dor de cabeça, distúrbios
gastrointestinais.
Hiponatremia. Concentrações sanguíneas de sódio Ingerir líquidos isentos de
abaixo de 130 mmol/L. sódio durante os exercícios
que durem mais que três
horas, sem reposição das
perdas de suor.
Colapso. Temperatura corporal >40°C. Taquicardia, hipotensão,
transpiração, hiperventilação,
estado mental alterado,
vômitos, diarréia, coma.

Fonte: adaptado de Cozzolino, Cominetti (2013, p. 1228-1230)


Hidratação
• Antes do exercício (em média quatro horas antes),
ingerir 5 a 7 ml/kg de peso corporal de água ou bebida
esportiva.
• Evitar substâncias que causam hiper-hidratação no
espaço intra ou extracelular (solução de água e
glicerol).
• Durante o exercício: taxa de sudorese e duração do
exercício.
(COZZOLINO; COMINETTI, 2013, p. 1228-1230)
Hidratação
• Atividade com mais de uma hora ou intensa - (30-60g/h) + sódio (0,5-0,7 g/litro da
bebida).
• Após o exercício – entre 450 e 675 ml de líquido/0,5 kg de peso perdido no exercício.
Figura 18 - Reposição Figura 19 - Reposição
após exercícios após exercícios

Fonte: blueringmedia/ istock.com. Fonte: Irina Griskova/ istock.com.


Teoria em Prática
Bloco 4
Ana Paula Gasques Meira
Reflita sobre a seguinte situação
Os processos de dano muscular e síntese proteica são
estimulados por uma série de fatores, porém, o
estímulo mecânico (exercício) e o suprimento de
substratos (aminoácidos) são essenciais e devem estar
em saldo positivo. Uma dieta com baixas quantidades
de carboidratos (<35% do valor energético total) e com
elevada quantidade de proteína, poderia beneficiar um
praticante de musculação de média intensidade? E se
esse contexto fosse aplicado a um atleta de alto
rendimento? Por fim, qual a influência dos
carboidratos no processo de hipertrofia?
Norte para a resolução...
• A intensidade e a duração do exercício, além do
nível de treinamento e estado nutricional
impactam na utilização dos substratos energéticos
durante o treino.
• O consumo adequado de carboidratos contribui
para a manutenção das proteínas teciduais e
mantém os níveis adequados de glicogênio.
• A redução do glicogênio afeta a interface entre as
vias metabólicas de fontes de energia e faz com
que ocorra a síntese de glicose, a partir da reserva
dos aminoácidos.
Norte para a resolução...
• A progressão do exercício, de baixa para alta
intensidade, faz com que o fígado aumente a
liberação de glicose para ativar o músculo.
• Carboidratos = manutenção dos níveis
adequados de proteína.
• Aporte de <35% de carboidratos é
considerado insuficiente.
• Trará prejuízos nos níveis corporais de
proteína, especialmente a proteína muscular.
• Diminuição da massa magra.
Norte para a resolução...

• Sobrecarga de solutos nos rins, levando ao


catabolismo proteico.

• Os carboidratos exercem grande influência


na hipertrofia muscular, a partir da liberação
de insulina e aumento da sensibilidade das
células musculares à insulina.
Dica do (a) Professor (a)
Bloco 5
Ana Paula Gasques Meira
Aprenda mais sobre o tema
O artigo initulado Muscle Protein Synthesis and Whole-Body
Protein Turnover Responses to Ingesting Essential Amino Acids,
Intact Protein, and Protein-Containing Mixed Meals with
Considerations for Energy Deficit é uma revisão que objetivou
analisar o que se sabe sobre os efeitos da suplementação dos
aminoácidos essenciais na forma livre, suplementação de
proteína intacta e refeições contendo um mix de proteínas no
balanço energético durante a síntese de proteína muscular.

JESS, A. G. et al. Muscle protein synthesis and whole-body protein turnover responses to
ingesting essential amino acids, intact protein, and protein-containing mixed meals with
considerations for energy deficit. Nutrients, v. 12 (2457), p. 1-15, 2020.
Referências
COZZOLINO, S. M. F.; COMINETTI, C. Bases bioquímicas e
fisiológicas da nutrição: nas diferentes fases da vida, na
saúde e na doença. São Paulo: Manole, 2013.

HEVIA-LARRAÍN, V. et al. high-protein plant-based diet


versus a protein-matched omnivorous diet to support
resistance training adaptations: a comparison between
habitual vegans and omnivores. Sports Medicine, 2021.
Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/
33599941/. Acesso em: 27 maio 2021.
Referências
JESS, A. G. et al. Muscle protein synthesis and whole-body
protein turnover responses to ingesting essential amino
acids, intact protein, and protein-containing mixed meals
with considerations for energy deficit. Nutrients, v. 12, n.
2457, p. 1-15, 2020.

OLIVEIRA, R. A. Efeitos de uma dieta rica em carboidratos na


hipertrofia muscular em praticantes de treinamento de força.
Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício. v.8,
n.47, p. 435-444. São Paulo, 2014. Disponível em:
http://www.rbpfex.com.br/index.php/
rbpfex/article/view/643. Acesso em: 27 maio 2021.
Referências
McARDLE W.; KATCH, F.; KATCH, V. Fisiologia do exercício:
energia, nutrição e desempenho humano. Rio de Janeiro:
Guanabara, 2016.

PASCHOAL V.; NAVES A. Tratado de Nutrição Esportiva


Funcional. 1. ed. São Paulo: Roca, 2014.
Bons estudos!

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