De acordo com a Associação Brasileira de Normas Técnicas, a análise
sensorial é estabelecida como uma disciplina científica usada para evocar, medir, analisar e interpretar reações das características dos alimentos e materiais como são percebidas pelos sentidos da visão, olfato, gosto, tato e audição (ABNT, 1993). Sendo normalmente utilizada para pesquisar as características sensórias de um alimento para um fim em comum, como a seleção de uma nova matéria prima para determinado produto, verificar a textura, sabor, reação do consumidor entre outros. Sendo utilizado um método adequado para o produto testado (TEIXEIRA, 2009). Na prática, foi utilizado o método discriminatório, que tem como o objetivo a realização de testes que irão estabelecer diferenciação qualitativa e/ou quantitativas entre duas ou mais amostras analisadas, ou seja, estabelece se há diferença entre os produtos. Os testes realizados são objetivos e podem ser utilizados para controle de qualidade, desenvolvimento de novas formulas e produtos e para confiabilidade dos provadores (Teixeira et al, 1987; Chaves, 2001). Os testes necessitam de padronização no preparo e são baseados em métodos estatísticos, tendo o objetivo de fornecer avaliação objetiva. As amostras são identificadas com números aleatórios, evitando ao máximo influencia ao provador. Os testes realizados durante a aula foram o Teste Duo- Trio, comparação pareada, teste triangular, teste tetraédrico (INSTUTO ADOLFO LUTZ, 2008). Na comparação pareada é apresentado duas amostras e o degustador é solicitado para identificar qual amostra apresenta característica mais intensa. O teste duo trio consiste em apresentar três amostras, sendo uma identificada como referência. Esta amostra é a primeira a ser provada, e logo após as duas outras amostras são provadas e deve-se dizer qual das duas amostras é idêntica a amostra identificada como referência. Já no teste triangular, é apresentado duas amostras iguais e uma diferente, onde a amostra diferente deve ser identificada. No teste tetraédrico é apresentado 4 amostras, onde dois pares de amostras iguais, e o avaliador é instruído para separar as amostras em grupos similares, podendo formar 6 combinações possíveis e tendo 1/3 de chance de acerto casual (Teixeira et al, 1987; Anzaldáua Morales, 1994; Huy, 1992). Foi também realizada na prática o teste de reconhecimento de gosto primário e reconhecimento de aromas e odores. Gosto é a sensação percebida através do sentido, localizado principalmente na língua e na cavidade bucal. O sentido do gosto envolve a percepção dos cinco gostos primários ou básicos: ácido, salgado, doce, amargo e umami (COBUCCI, 2007). Para o teste reconhecimento de gosto primário é usado o sentido do paladar, tendo o objetivo de avaliar os assessores quanto a identificação dos cinco gostos básico e exigindo um percentual alto de acertos (Bento et al., 2013). No olfato é possível identificar o odor e o aroma de um certo produto, visto que o odor é percebido pelo órgão olfativo quando substancias voláteis são aspiradas. Já o aroma é perceptível pelo órgão olfativo via retro nasal. Por meio da degustação, compostos voláteis se desprendem do alimento e ativam receptores no epitélio olfativo permitindo a percepção dos compostos pelas células olfativas. Ambos os testes são usados para avaliar os assessores quanto a capacidade de diferenciação entre gostos e reconhecimento de aromas e odores, visando mais assertividade nos testes (ARAÚJO et al., 2011). É perceptível que a análise sensorial é uma ferramenta muito importante e útil na avaliação das características dos produtos, possibilitando, dessa maneira, medir-se a qualidade do alimento e de suas matérias primas.
ARAÚJO, W. M. C. et al. Alquimia dos alimentos. Brasília: Editora Senac-DF,
2011. 500p. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. Análise sensorial dos alimentos e bebidas: terminologia. 1993. 8 p. ANZALDÚA-MORALES, A. La evaluación sensorial de los alimentos en la teoría y la prática. Zaragoza: Acribia SA, 1994. 198 p. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. Análise sensorial dos alimentos e bebidas: terminologia. 1993. 8 p. BENTO, R. A.; ANDRADE, S. A. C.; SILVA, A. M. A. D. Analise sensorial de alimento. Recife: rede e- Tec Brasil, 2013. Cobucci, R. M. A. Analise Sensorial: Apostila do Curso. Curso Tecnológico Superior em Gastronomia. Pontifica Universidade Católica de Goiás. PUC, 2010. CHAVES, J. B. P. Métodos de diferença em avaliação sensorial de alimentos e bebidas. Viçosa: Editora UFV, 2001. 91p. (caderno 33). HUI, Y. H. Sensory evaluation of dairy products. In: Dairy science and technology handbook. New York: VCH publishers, v. 1, 1992. Instituto Adolfo Lutz—IAF (2008) Normas analíticas do IAL: Métodos químicos e físicos para análise de alimentos. Instituto Adolfo Lutz, São Paulo, 1020 p. TEIXEIRA, L. V. Análise sensorial na indústria de alimentos., Rev. Inst. Latic. “Cândido Tostes”, Jan/Fev, nº 366, 64: 12-21, 2009 TEIXEIRA, E.; MEINERT, E. M.; BARBETTA, P. A. Análise sensorial de alimentos. Florianópolis: Ed. da UFSC, 1987. 180 p.
Segurança dos alimentos e satisfação: condições para uma relação no Programa de Auditoria em Segurança dos Alimentos (PASA) nas Organizações Militares jurisdicionadas pelo Comando da 6ª Região Militar: a segurança dos alimentos no Exército Brasileiro