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“O LOCAL DA CULTURA”
Se pensarmos a Europa como império, ao longo dos últimos séculos, com sua
superioridade, colonizou a América e teve todo um modelo imperial em cima da
África e da Ásia. Nestas relações temos um predomínio da Europa, formando
relações binárias de poder, temos: a relação entre o branco e o negro; a
relação entre bárbaros e civilizados; a relação de cristão e herege. Destarte
que nestas relações você vai ter múltiplas formas de poder sendo exercidas, o
homem que domina a mulher, o branco que escraviza o negro, o cristão que
tenta catequizar os hereges, o civilizado que tenta trazer o bárbaro para a
civilização, impondo seus valores, suas leis, seus sistemas de pensamento,
seus sistemas jurídicos – sua cultura; seus desportos???
Aqui cabe colocar em posição de destaque “o desporto” por ser tema de nossa
pesquisa. Quando discutimos o desporto, temos uma ideia do que seja, e
traçamos um perfil de atleta, atleta de rendimento, suas modalidades, seus
espaços, suas regras, suas estéticas, as relações desenvolvidas em seus
múltiplos contextos de prática, suas competições. Podemos considerar que o
desporto que inicialmente não foi uma manifestação cultural dos povos criada
para Pessoas com deficiência, foi na medida em que elas foram
interagindo/participando desses ambientes desportivos, dessa cultura do
desporto, surgiram novos olhares culturais - aqui exemplificado no desporto de
alto rendimento praticado por Pessoas com deficiência. Se olharmos de modo
atento para este cenário, perceberemos que essas formas de hibridização
cultural que alcançaram o desporto desenvolveram nos mais variados
ambientes sociais, criando cultura, cultura desportiva, vista no desporto
paralímpico.
Portanto, temos uma hegemonia europeia, entretanto podemos dizer que essa
hegemonia, acaba tendo que lidar com esses grupos que eram dominados, que
eram marginalizados, que eram escravizados, cada vez mais vindo à tona.
Trecho da tese
2
Bhabha, H. K. (1998). O local da cultural. Belo Horizonte, Editora UFMG.